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La literatura peruana

Antonio Cornejo Polar

En las e x p o s i c i o n e s anteriores se ha insistido e n el carácter c o m p l e j o y contra-


dictorio d e la geografía, la sociedad y la cultura del Perú. Me toca hablar de la lite-
ratura peruana y n o p u e d o dejar de reiterar e s e tópico: nuestra literatura es, tam-
bién, contradictoria. Quisiera remarcar dos hechos: q u e la literatura peruana es mu-
c h o m á s antigua q u e el Perú y q u e es, vista de cerca, varias literaturas... A l u d o con
esto último n o s ó l o al contraste entre una literatura «culta» y una literatura «popu-
lar», sino, sobre todo, a la existencia de literaturas e n lenguas nativas, especialmen-
te e n q u e c h u a , q u e i n d u d a b l e m e n t e f o r m a n parte de e s e c o m p l e j o de sistemas lite-
rarios al q u e r e c o n o c e m o s bajo el n o m b r e de literatura peruana. Creo q u e el gran
reto para la crítica e historia de la literatura peruana es el d e asumir esa compleja
variedad, justipreciar sus virtudes peculiares y articularlas d e n t r o d e u n m a r c o q u e
las i n t e r c o m u n i q u e y las interprete g l o b a l m e n t e . M e parece q u e ese m a r c o n o pue-
de ser o t r o q u e el de la historia social del Perú. Después d e todo, la canción que-
chua, el c u e n t o popular o la n o v e l a m o d e r n a s o n formas m e d i a n t e las cuales la dis-
gregada conciencia del país, sus distintos grupos étnicos y sociales, van d a n d o cuen-
ta de su pertenencia a esta realidad convulsa y a veces desorientadora. Por esto es
por lo q u e decía q u e la literatura peruana es, e n realidad, varias literaturas.
Pero dije t a m b i é n q u e la literatura del Perú es m á s antigua q u e el Perú. Eviden-
t e m e n t e , si se opta por una interpretación político-estatal, el Perú n a c e e n 1821 y su
primera literatura es la d e la Independencia; pero creo q u e a nadie escapa q u e esta
interpretación es pobre e incorrecta, sobre t o d o p o r q u e la e m a n c i p a c i ó n , c o m o lo
han d e m o s t r a d o algunos historiadores j ó v e n e s , n o significa una ruptura decisiva e n
el p r o c e s o de nuestra sociedad.
Quisiera plantear el asunto e n términos específicamente literarios. Desde 1821 la
literatura del Perú republicano fue g a n a n d o para sí una tradición, al m i s m o t i e m p o
que, c o m o es obvio, iba desarrollándose hacia el futuro. En el siglo XIX n o s apro-
piamos d e la literatura colonial y la c o n v e r t i m o s e n parte d e nuestra historia litera-
ria. Hay q u e recordar a este respecto q u e e n el Perú el hispanismo, pese a la Inde-
pendencia, fue m u c h o m á s fuerte q u e e n otros países de la región; por consiguien-
te, la literatura virreinal calzó c o n facilidad e n el p r o c e s o histórico q u e f o r m a l m e n t e
se iniciaba sólo e n 1821. Tal vez fue d o n Ricardo Palma q u i e n m á s hizo por articu-
lar nuestra literatura republicana naciente c o n la secular literatura d e la Colonia.
Hacia los años 20 y 30 de este siglo, q u e es un p e r í o d o d e intensa crisis nacio-
nal, se g a n ó una n u e v a profundidad histórica: por e n t o n c e s , e n efecto, se a s u m i ó
q u e las literaturas indígenas prehispánicas eran también parte de nuestra tradición
literaria. Hasta e n t o n c e s todas las historias de la literatura peruana c o m e n z a b a n c o n
un capítulo sobre la literatura colonial; d e s d e e n t o n c e s , e n c a m b i o , todas c o m i e n z a n
con u n capítulo destinado a la literatura prehispánica. Se había g a n a d o , pues, u n
t i e m p o m á s antiguo y una n u e v a tradición q u e d a b a reivindicada. N o está d e m á s

BOLETÍN AEPE Nº 30. Antonio CORNEJO POLAR. La literatura peruana. (Un resumen)
añadir q u e si la apropiación de la literatura colonial fue obra de los hispanistas, la
de las literaturas prehispánicas corrió a cargo de los indigenistas.
T o d o lo anterior indica q u e , a trazos gruesos, la literatura del Perú tiene tres
grandes épocas: la prehispánica, la colonial y la republicana. Esta clasificación p u e d e
ser, sin e m b a r g o , engañosa; lo es, e n t o d o caso, si se t o m a c o m o una secuencia e n
la q u e cada etapa cancela la anterior. Ciertamente n o es así: la literatura prehispá-
nica pervive, c o m o literatura indígena m o d e r n a , hasta nuestros días. Por supuesto
q u e su supervivencia es azarosa, c o m o literatura subordinada q u e expresa la con-
ciencia d e grupos d o m i n a d o s social y é t n i c a m e n t e , p e r o e s o n o implica q u e deje de
ser una literatura admirable. Por lo d e m á s , e n los últimos años, la literatura que-
chua, q u e era la m á s conocida y apreciada, está c o m p a r t i e n d o su lugar con otras li-
teraturas de las q u e a p e n a s se tenían noticias: las literaturas orales de la r e g i ó n de
la selva.
La literatura peruana m o d e r n a tiene, pues, una d o b l e tradición, p e r o habría q u e
e n t e n d e r q u e esta duplicidad implica u n conflicto, pues n o se trata d e d o s tradicio-
nes distintas sino de dos tradiciones opuestas. En las crónicas, q u e es el sector m á s
interesante de la literatura colonial, este conflicto está d i s e ñ a d o c o n toda claridad.
De primera intención se trata de los esfuerzos recíprocos q u e realizan las dos cultu-
ras enfrentadas por c o n o c e r y c o m p r e n d e r a la otra y m á s tarde de la estrategia de
la sociedad e s p a ñ o l a por dominar, t a m b i é n e n el plano d e la cultura, a la sociedad
indígena. Me parece q u e e n las crónicas está el g e r m e n de lo q u e será m á s tarde la
literatura del Perú republicano. D e s p u é s d e todo, la sociedad peruana sigue s i e n d o
hoy una sociedad colonial...
En la literatura de la República hay, también, d o s tendencias básicas. Estoy es-
q u e m a t i z a n d o , por supuesto, p e r o es posible detectar u n desarrollo literario q u e pri-
m e r o es hispanizante, q u e l u e g o es — c o m o se decía e n t o n c e s — «cosmopolita», y
q u e finalmente — a h o r a — se internacionaliza. En el lado o p u e s t o está la literatura
q u e se define por su a p e g o a lo nacional, e n t e n d i d o e n términos indígenas, y q u e
p u e d e llamarse nativista, regionalista o indigenista. Insisto e n q u e se trata d e u n es-
q u e m a m u y simplificado, p e r o es bastante claro q u e tienen p o c o e n c o m ú n un poe-
ta c o m o César Moro, q u e escribe e n francés una b u e n a parte de su poesía, y q u e
participa activamente e n el m o v i m i e n t o surrealista francés, y un narrador c o m o
J o s é María Arguedas, que e x p r e s a la c o s m o v i s i ó n del h o m b r e andino, q u e escribe
sus novelas q u e c h u i z a n d o el español y q u e escribe todas sus poesías directamente
e n quechua. Sen, o b v i a m e n t e , dos tendencias.
Me interesa aclarar q u e este d i s e ñ o n o es n e c e s a r i a m e n t e valorativo. Por su-
puesto q u e algunas manifestaciones de la primera vertiente implican una cierta y
deplorable actitud colonizada, p e r o esas son — m á s b i e n — e x c e p c i o n e s . El trasfon-
d o auténtico de este tipo de literatura es la o p c i ó n por la modernidad; y esa o p c i ó n
es, a mi criterio, a b s o l u t a m e n t e legítima. D e m a n e r a similar, e n el otro lado d e
nuestra literatura, es posible encontrar e j e m p l o s d e una falaz y peligrosísima «folklo-
rización» d e nuestra literatura, p e r o aquí t a m b i é n se trata d e e x c e p c i o n e s q u e n o
invalidan el proyecto de producir una literatura nacional enraizada e n el Perú anti-
g u o y e n la m o d e r n i d a d indígena.
Tal vez por esto las cimas m á s altas de la literatura peruana sean las obras de
q u i e n e s d e una u otra forma se instalaron e n el centro m i s m o del conflicto nacio-
nal y lograron hacer estéticamente productiva la contradicción q u e define al Perú.
N o sé si lograron una síntesis, pero estoy s e g u r o de q u e fueron peruanísimos y uni-
versales, de q u e respetaron admirativamente la vieja tradición indígena y q u e al
m i s m o t i e m p o se apropiaron sin reparos de la m o d e r n i d a d , de la m o d e r n i d a d indí-

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g e n a y d e la m o d e r n i d a d occidental. Quisiera referirme sobre t o d o a d o s n o m b r e s :
César Vallejo y J o s é María Arguedas.
C o m o se sabe, Vallejo nació e n Santiago de Chuco, u n p e q u e ñ í s i m o p u e b l o d e
la sierra norte del Perú, y murió en París, angustiado por la i n m i n e n t e derrota de la
República Española y por lo q u e esa derrota significaba para t o d o Occidente. Pero
la universalidad d e Vallejo n o está dada por su inserción e n la historia m a y o r de su
tiempo, ni t a m p o c o por su asimilación crítica (muy crítica a veces) de las vanguar-
dias literarias y de las poéticas de entonces; la universalidad de Vallejo viene de
m á s lejos y de m á s h o n d o , de su capacidad para e x t e n d e r y profundizar una visión
del h o m b r e y del m u n d o q u e tiene muy claras raíces en la cultura andina y una
también m u y clara aptitud para entender, vivir y transformar la c o n t e m p o r a n e i d a d ,
aquí o e n cualquier parte. A l u d o a su d e v o c i ó n por el h o m b r e material y terreno y
a su intensa y activa fraternidad universal. Creo q u e detrás de esto, q u e es el sustra-
to ético q u e subyace e n toda gran poesía, y q u e por s u p u e s t o tiene manifestaciones
formales específicas, está vigente u n conjunto de valores q u e s o n a la vez definida-
m e n t e andinos y p l e n a m e n t e universales.
J o s é María A r g u e d a s tenía una admiración e n o r m e por Vallejo. Parafraseando
una frase bíblica, J o s é María Arguedas solía decir: «En el principio estaba Vallejo»; y
esa n o era sólo una frase, u n e l o g i o de circunstancias, sino representaba la concien-
cia de q u e su propia obra era una continuación — c o n t i n u a c i ó n t r a n s f o r m a d o r a —
de la obra del poeta. D e h e c h o A r g u e d a s tiene una c o n c e p c i ó n del m u n d o muy si-
milar a la de Vallejo: su eje es, también, la fraternidad, esa virtud andina q u e toda-
vía pervive e n los ayllus d e la sierra peruana. Pero A r g u e d a s a ñ a d e ciertos conteni-
dos míticos y los a ñ a d e p o r q u e los a s u m i ó c o m o propios durante su infancia, cuan-
d o s ó l o hablaba q u e c h u a , y p o r q u e m u c h o más tarde los reivindicó, c o m o formas
d e una racionalidad distinta p e r o legítima, c u a n d o se d e s e m p e ñ ó p r o f e s i o n a l m e n t e
c o m o a n t r o p ó l o g o . En lo esencial, A r g u e d a s amplía el horizonte d e la fraternidad a
la naturaleza e imagina u n m u n d o d o n d e si alguien llora todos (hombres, animales,
plantas) sufren y d o n d e si alguien goza todos (y n u e v a m e n t e e s e «todos» es univer-
sal) se sienten felices. N a t u r a l m e n t e A r g u e d a s sabe que esta integración cósmica
está diariamente n e g a d a y maltratada por la maldad y la injusticia, p e r o también
sabe q u e el h o m b r e es capaz de transformar el m i t o e n historia. Por esto, Arguedas
c o m o Vallejo, s o n escritores revolucionarios.
D e b o añadir q u e Arguedas, q u e creía en la unidad, era p l e n a m e n t e consciente
de la pluralidad cultural y real, sobre todo de la pluralidad q u e define al Perú, pero
él veía e n esa pluralidad una verdadera o p c i ó n de plenitud y universalidad. Por
esto, p o c o antes d e suicidarse, escribe una frase — h e r m o s í s i m a — c o n la q u e quisie-
ra terminar: «En el Perú — d e c í a A r g u e d a s — t o d o h o m b r e n o e m b r u t e c i d o por el
e g o í s m o p u e d e vivir, feliz, todas las patrias.» Creo q u e esta frase dice b i e n esa sínte-
sis d e n a c i ó n y universo a la q u e nos h e m o s referido antes. Ojalá q u e todos encuen-
tren esa felicidad, p r o m e t i d a por Arguedas, e n las m u c h a s patrias q u e forman el
Perú.

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