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RESUMO
INTRODUÇÃO
A Ciência Física compreende teoria e prática, cálculo e observação, lógica e
experimentação. O ensino da Física, portanto, também deve incluir esses dois aspectos, para
permitir ao estudante um contato mais próximo com a verdadeira ci a grande
maioria das escolas, principalmente nas da rede pública, muito pouco se trabalha a prática, a
na sala de aula, em geral com o argumento de que não há estrutura
preparada para essas atividades.
Este trabalho envolve a criação de alternativas à prática experimental nas aulas de Física por
meio da elaboração de materiais de fácil reprodução, alguns deles feitos a partir de matéria prima de
baixo custo, como incentivo aos professores em sua prática docente e no intuito de auxiliar o
processo de ensino-aprendizagem, despertando nos alunos interesse em adquirir conhecimento.
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DESCRIÇÃO DO TRABALHO
Construção
Aplicações
O “Motor Elétrico” e o “Telefone com Fio” foram trabalhados em sala de aula, com alunos
do terceiro ano do ensino médio, na cidade de São Paulo, em escola da rede pública estadual, na
disciplina de Física. Para uma melhor avaliação do papel pedagógico do experimento a atividade foi
realizada de maneiras distintas em diferentes turmas .
Numa situação foi apresentada, em primeiro lugar, a teoria sobre os assuntos:
eletromagnetismo, geradores e motores e discussão teórica sobre o som e suas propriedades,
respectivamente. Em seguida, para o eletromagnetismo, foi proposta a construção, por parte dos
alunos, de um motor elétrico, segundo modelo apresentado pelo professor, sendo que para tanto os
alunos receberam fios, pilhas, imã e tinham a disposição alicates e lixa. Para o som, um conjunto de
sete telefones foi levado para a sala de aula, para que os alunos, separados em grupos de quatro ou
cinco, testassem cada um dos aparelhos e anotasse num relatório suas características de constituição
e a qualidade do som observado.
Para as outras turmas a proposta partiu da construção dos materiais por parte dos alunos. No
caso do motor elétrico foi apresentado o modelo, fornecido o material, e os alunos deveriam
reproduzi-lo, explicando cada etapa do que estavam fazendo. Para o estudo do som foram
fornecidos copinhos de várias texturas, barbantes grossos e finos, com comprimento a ser definido
pelo grupo. Além de construir os telefones, sendo o objetivo a comunicação mais clara, alta e de de
melhor qualidade, os alunos deviam explicar cada uma de suas escolhas, e no final comparar seus
telefones com os demais produzidos na sala, avaliando os fatores que influenciaram na qualidade de
propagação do som.
A atividade sobre a “Constante de Planck” foi desenvolvida numa oficina com alunos do 5º
semestre do curso de licenciatura em física do CEFETSP. Em primeiro lugar foi exibida uma
apresentação com noções sobre o funcionamento dos LEDs, em especial sobre as bandas de energia
– de valência, proibida e de condução-, e com explicações sobre os cálculos necessários para a
obtenção da constante de Planck a partir da tensão mínima necessária para que os LEDs acendam.
Em seguida, foi mostrado o equipamento que seria utilizado para as medições e explicado o
procedimento experimental a ser adotado. Tratando-se de uma turma pequena, as medições e
cálculos foram desenvolvidos individualmente e anotados num breve relatório, que serviu de base
para as discussões sobre os conceitos envolvidos.
O equipamento sobre “Achatamento dos Pólos” foi levado a uma Feira de Ciências numa
escola estadual de São Paulo, na cidade de Diadema. O público da Feira foi bastante diversificado,
incluindo desde alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental até alunos do ensino médio. A
primeira parte desta atividade era a demonstração do fenômeno por meio do equipamento. Após
despertar a curiosidade é que as explicações teóricas eram então fornecidas. Além disso, para
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auxiliar a compreensão dos mais interessados um cartaz com algumas informações importantes
acompanhavam a exposição.
Nem todos os equipamentos puderam ser testados até o presente momento enquanto
os, mas novas atividades já estão agendadas, entre elas a utilização, em sala
de aula do ensino médio, na rede estadual de São Paulo, da “Câmara Escura” para discussão sobre
fenômenos ópticos e do experimento sobre a “Constante de Planck”, no segundo semestre de 2004.
Também pretendemos realizar uma oficina para alunos do curso de Licenciatura em Física do
CEFETSP com a utilização do “Telefone com Fio” e participar de uma Feira de Ciência com a
exposição do “Telefone sem Fio”, ambos no mês de setembro de 2004.
RESULTADOS
As atividades desenvolvidas em sala de aula, no caso do “Telefone com Fio” e do “Motor
Elétrico”, mostraram o quanto essas situações podem contribuir para a prática pedagógica e para a
construção do conhecimento por parte dos alunos. Os alunos mostraram grande interesse na
estudantes das turmas.
Em todas as situações onde o motor elétrico foi aplicado, cada grupo queria fazer o motor
girar mais rápido e funcionar de maneira mais adequada que o outro. Nas turmas que já haviam
recebido a teoria sobre eletromagnetismo a construção do material foi bastatne rápida, e a percepção
dos fatores que influenciavam o giro foi geral. Alguns alunos reproduziram o material em casa, em
outros tamanhos, com fios mais grossos, maior corrente, e alteração de outras variáveis, trouzendo
nas semanas seguintes para mostrar e solucionar algumas dúvidas. Para as turmas que não haviam
recebido ainda a teoria sobre o assunto muitas hipóteses foram desenvolvidas: a respeito do
diâmetro da bobina, da distância em relação ao imã, sobre a grossura e o “peso” do fio utilizado, ...
Os grupos que conseguiam fazer funcionar o equipamento primeiro visitavam outros grupos
fornecendo informações e auxiliando o trabalho dos colegas.
No estudo do som com a brincadeira dos telefones, também é possível uma diferenciação
entre as duas abordagens. Quando a teoria já era conhecida e os aparelhos já estavam montados o
grande quantidade de perguntas durante a atividade e a análise dos relatórios
elaborados pelos grupos, que mostra que em todos os casos foram percebidas relações entre a tensão
do fio e a propagação do som e entre o densidade linear do fio e as características do som
transmitido. Para as turmas que começaram pela construção do material foi poss
dos conhecimentos anteriores, neste caso adquiridos nas brincadeiras infantis, que direcionaram
várias escolhas na matéria-prima e auxiliaram a explicação destas escolhas. O que mais se destacou,
porém, foi a criatividade na construção dos materiais e na diversidade de testes realizados para a
constatação das propriedades e da qualidade dos aparelhos.
No trabalho desenvolvido com os alunos de Licenciatura em Física sobre a constante de
Planck, o fato que mais merece destaque foi a reação dos futuros professores ao perceber a
possibilidade de trabalhar a Física Moderna, experimentalmente, em aulas do ensino médio. O
desenrolar da atividade não trouxe surpresas ou complicações e os valores encontrados para a
constante de planck estavam dentro da ordem de grandeza esperada. Os alunos interessaram-se pela
montagem do equipamento, copiaram o esquema elétrico do circuito, discutiram adaptações
s à aplicação no ensino médio e afirmaram acreditar na utilização dessa atividade na
futura prática docente.
Sobre a Feira de Ciências, muitos alunos, de diversas faixas etárias, pararam para conhecer o
experimento. Quase sem exceções, a maior surpresa era perceber como um equipamento tão
simples poderia explicar o fenômeno de achatamento dos pólos terrestres, ou de outros planetas,
fato estudado nos primeiros anos escolares sem a discussão dos . Para os alunos do ensino
fundamental, a análise do fenômeno restrigiu-se praticamente à observação, acrescidas de algumas
noções sobre o conceito de força. Para os alunos do ensino médio, que já haviam estudado força,
vetores e, em alguns casos, até o movimento circular, as discussões puderam ser mais aprofundadas,
com o aparecimento de questões muito interessantes.
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CONSIDERAÇÕES F INAIS
As atividades desenvolvidas neste trabalho são uma pequena amostra do que pode ser feito
no sentido de concretizar a inclusão de experimentos nas aulas de Física do ensino fundamental e
-estrutura apropriada e com a utilização de poucos recursos.
Os resultados atingidos - a participação e interesse dos alunos, o estabelecimento de relações
a partir da observação e da experiência, os questionamentos, a pesquisa, a reprodução de
equipamentos fora da sala de aula, etc. - não deixam margem à dúvida. O experimento faz parte da
Física e do ensino da Física, e deve-se fazer presente no cotidiano do aluno e do professor.
REFERÊNCIAS
DIEZ, Arribas Santos. Experiências de Física na Escola. Passo Fundo: EDIUPF, 1996.
VALADARES, Eduardo de Campos. Física mais que divertida: inventos eletrizantes baseados
em materiais reciclados e de baixo custo. Belo Horizonte: UFMG, 2000.