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ALONGUE E FORTALEÇA O TENDÃO DE AQUILES

Uma lesão no tendão de Aquiles é muito comum, principalmente quando falamos de um esporte como a corrida, que
tanto solicita a função do músculo da panturrilha. Estima-se que 11% de todas as patologias que acometem corredores
estão relacionadas ao tendão de Aquiles.

Ele é um grande e calibroso tendão que se localiza atrás do tornozelo (figura 1), ligando os músculos da panturrilha
(sóleo e gastrocnêmio) ao osso do calcanhar (calcâneo). Ele fornece força na fase de impulso da passada (ciclo da
marcha), pois sua função é levar a ponta do pé para baixo, ou seja, nos ajuda ficar na ponta do pé (flexão plantar) ou
saltar.

É formado por um tecido inelástico, composto, na sua maior parte, por colágeno, porém é pobre em suprimento
sanguíneo. São as fibras colágenas que dão resistência às trações sofridas pelo tendão.

Durante a corrida ou atividades que incluem saltos, o tendão de Aquiles sofre forças de tensão repetidas por contração
e estiramento dos músculos da panturrilha e isso podem facilitar o aparecimento de lesões por falta de oxigênio
(hipóxia).

Uma lesão no tendão de Aquiles pode causar desde um processo degenerativo ou inflamatório até uma ruptura que
pode ser parcial ou total. Uma inflamação no tecido que envolve o tendão é chamada de paratendinite. Já a inflamação
ou degeneração sofrida pelo próprio tendão é conhecida popularmente como tendinite de Aquiles (atualmente
conhecida por tendinose de Aquiles).

Tendinose é o termo mais adequado para descrever o processo degenerativo que ocorre no tendão, pois estudos
comprovaram que, numa lesão, o processo inflamatório é ausente ou insignificante, predominando a degeneração. A
inflamação, se ocorrer, é mínima e nos primeiros dias de lesão apenas. Por este motivo, o termo "tendinite" está sendo
substituído por "tendinose". Esta pode ser considerada aguda ou crônica, de acordo com o tempo de permanência dos
sintomas. Já a ruptura pode ser total ou parcial, que é quando parte das fibras são lesadas.

SINAIS E SINTOMAS. Os sintomas podem acometer somente um lado ou bilateralmente. A dor geralmente se localiza
de 2 a 6 cm acima do calcanhar.

Como estamos falando sobre lesões do tendão de Aquiles e estas incluem desde um processo inflamatório numa fase
inicial até uma lesão completa do tendão, é importante salientar que os sintomas podem ser parecidos, apesar das
lesões se diferenciarem, como nos casos das tendinoses e rupturas parciais. Por isso, é importante a consulta com um
médico ortopedista para que seja feito um diagnóstico correto e um tratamento adequado.

No caso de uma lesão aguda os sintomas se manifestam com as seguintes características:


- Dor no tendão durante os exercícios. Melhora com o repouso. A dor aparece gradualmente durante os exercícios,
podendo até diminuir ou desaparecer ao longo da corrida.
- Edema (inchaço) sobre o tendão.
- Vermelhidão sobre a pele, no local da lesão.
- O atleta pode sentir um rangido quando pressiona seu dedo no tendão ou move seu pé.
- As dores experimentadas na fase aguda da patologia tendem a desaparecer após um aquecimento antes da corrida,
mas retornam quando a atividade é interrompida.

A tendinose ou ruptura crônica é uma condição difícil de tratar, particularmente em atletas mais velhos que parecem
sofrer mais desta patologia. Se não tratada, os sintomas pioram até ficar impossível correr.

Os sintomas são parecidos com a fase aguda, só que mais presentes ou intensos:

- Dor difusa e rigidez no tendão, principalmente pela manhã ou após tempo prolongado na posição sentada. A dor não
cede ao repouso.
- Podem aparecer nódulos ou regiões inchadas no tendão.
- Edema, vermelhidão e aumento de temperatura sobre o tendão.
- Dor no tendão quando anda, especialmente em subidas ou ao subir escadas.
- Diminuição de força dos músculos da panturrilha, que pode acontecer durante a caminhada ou corrida.
- Limitação da amplitude de movimento do tornozelo na flexão dorsal, ou seja, quando dobramos o tornozelo levando
os dedos em direção à "canela".
- Pode ocorrer crepitação durante os movimentos ativos do tornozelo.

Nos casos de ruptura do tendão, o atleta poderá sentir um estalo e muitas vezes se descreve uma sensação de ter
levado uma pedrada na panturrilha ou um chute (síndrome da pedrada). Nos casos de ruptura total haverá
impossibilidade de levantar o calcanhar do solo quando em pé ou de fazer o movimento como de acelerar quando
sentado ou deitado. E no exame físico se percebe um "defeito" no local onde ouve a ruptura do tendão.

AS PRINCIPAIS CAUSAS
- Sobrecarga ou excessos no treino (tempo, distância e intensidade). Uma tensão exagerada ou tensões repetitivas em
demasia aumentam o risco de lesões no tendão por falta de oxigênio (hipóxia), o que dificulta a recuperação deste
tecido após grandes atividades.
- Trauma causado pela contração repentina e/ou excessiva dos músculos da panturrilha como num sprint final.
- Falta de flexibilidade da musculatura da panturrilha.
- Uso de calçados inadequados.
- Alterações posturais como anteversão do fêmur, tíbia vara, pé pronado, entre outras.
- Alterações da biomecânica na corrida: modo como o pé toca no solo, movimentos dos membros inferiores, passada,
ritmo, correr sem tocar o calcanhar no solo.
- Corridas em aclives, corridas com saltos ou subidas em escadas: correr nestas condições tencionará o tendão, que
ficará mais alongado do que numa passada larga (passo grande) e isso fará com que ele fique fadigado mais
precocemente.
- Tipo de pisada: pronação excessiva pode aumentar a tensão no tendão. Como o pé rola para dentro (pé chato), a
região inferior da perna roda para dentro assim como roda o tendão de Aquiles, causando um estresse longitudinal, em
toda sua extensão.
- Aumento súbito na velocidade ou distância percorrida.
- Tempo de descanso insuficiente.

GELO E OUTROS TRATAMENTOS. Quanto mais precocemente se inicia o tratamento, melhores as chances de bons
resultados. No caso de tendões a recuperação é mais lenta, principalmente por ser pouco vascularizado, portanto,
paciência e empenho no tratamento são decisivos na recuperação.

Será necessária uma consulta com ortopedista para avaliação da lesão e tipo de pisada, para que o diagnóstico e o
tratamento adequado e individualizado seja traçado. Exames complementares como ultrassonografia ou ressonância
magnética serão necessários para visualizar o tipo e extensão da lesão.

Pode ser necessário o uso de medicamentos antiinflamatórios e o tratamento cirúrgico pode ser indicado em alguns
casos, principalmente na lesão total. Não devem ser utilizadas infiltrações de esteróides no tendão por aumentar os
riscos de ruptura total.

É indicado repouso relativo, de acordo com o quadro apresentado pelo atleta, ou seja, pode ser indicado apenas
diminuir o ritmo da atividade ou interromper a corrida por um determinado tempo. Muitas vezes é indicada a
substituição da corrida por natação ou deep running, para diminuir o impacto e esforços sobre o tendão, facilitando sua
recuperação.

A aplicação de gelo irá auxiliar no alívio de dores e na diminuição de edema (inchaço). O gelo deve ser feito por 20
minutos, podendo ser repetido a cada 3 horas no início dos sintomas (fase aguda). Pode se associar elevação da
perna para auxiliar na drenagem de edema, se houver.

Após a avaliação da lesão e do tipo de pisada, pode ser indicado o uso de palmilha para correção do calcanhar e para
diminuir forças sobre o tendão, ou palmilhas que fornecem um amortecimento, o que seria uma medida temporária. O
uso de calcanheiras é útil para tirar as tensões do tendão, mas deve ser avaliado para não estimular o encurtamento
muscular.

A utilização de calçados adequados evita lesões, portanto, a avaliação do tipo de pisada se torna importante para a
compra do tênis. Para atletas com pronação excessiva (pé chato), o ideal é um calçado com menos amortecimento e
mais estabilidade e para atletas com supinação excessiva (pé cavo), um calçado com mais amortecimento e boa
flexibilidade é mais indicado.

Tão importante quanto usar um calçado adequado para o seu tipo de pisada e atividade física é saber quando
"aposentar" seu tênis. Calçados excessivamente desgastados podem contribuir para uma lesão por não exercerem
mais sua função de estabilidade, suporte e amortecimento. Vale lembrar que também pode acontecer de
aparentemente o tênis parecer em bom estado, porém já ter perdido sua capacidade de amortecer impactos, por
exemplo. Por isso é bom ficar de olho nas indicações dos calçados e trocá-los de acordo com a quilometragem
percorrida e peso corporal, para que não fiquem desgastados demais.

A AJUDA DA FISIOTERAPIA. Além da melhora da lesão e sintomas, o tratamento fisioterapêutico tem como objetivo o
retorno à corrida sem riscos de recidivas (nova lesão).
Numa fase inicial de lesão, o objetivo é minimizar a lesão tecidual com a utilização de ultra-som e gelo numa posição
alongada do músculo da panturrilha, ou seja, com o tornozelo dobrado (dedos em direção à "canela").

Numa fase intermediária, é indicada a utilização de ultra-som e laser para estimular a síntese de colágeno e
cicatrização. Um alongamento suave dos músculos da panturrilha contribuirá para o realinhamento das fibras de
colágeno e deve ser seguido pela aplicação de gelo numa posição alongada do tendão.

Já a fase final do tratamento visa melhorar a cicatrização da lesão e fortalecer os músculos. Deve-se aplicar o gelo no
final dos exercícios com objetivo de diminuir a dor e prevenir possíveis reações inflamatórias.

A aplicação de técnicas de massagem também auxiliará na melhora das aderências e contribuirá para a reorganização
das fibras do tendão, além de ajudar no deslizamento da camada que o recobre.

O músculo da panturrilha ou tríceps sural é um músculo estático, ou seja, tem a função de sustentação, manutenção
de postura e posição, além de auxiliar na flexão do joelho e fazer a flexão plantar (dedos para baixo, longe da
"canela"). Por estes motivos e por sua própria fisiologia, tem tendência a se encurtar (mesmo em quem não pratica
esportes!). Além disso, o encurtamento deste músculo estimula a pronação do retropé e predispõe a lesões e
alterações na postura. Por isso é importante mantê-lo alongado.

Como é comum alterações posturais predispor a lesões, técnicas como a RPG (reeducação postural global), que visam
alinhar o corpo e seus segmentos, podem auxiliar no tratamento ou evitar lesões, além de contribuir para a melhora da
flexibilidade.

Tão importante quanto os alongamentos e fortalecimentos que irão reequilibrar a musculatura são os exercícios de
propriocepção que levam informações ao cérebro e otimizam a função motora. Eles melhoram as reações da
articulação quando há mudanças de direção, velocidade e terreno, favorecendo a biomecânica correta da corrida e
evitando lesões. Eles devem ser orientados pelo fisioterapeuta, de forma gradual e introduzidos na fase correta do
tratamento.

O retorno à corrida deve ser gradual, acompanhado dos exercícios para alongar e fortalecer os músculos da
panturrilha, até que força, resistência, flexibilidade e amplitude de movimento estejam adequadas (quando comparados
ao lado não lesionado). Dessa forma o tendão estará preparado para exercer sua função plenamente e receber as
tensões transferidas a ele durante a corrida.

A prevenção é a melhor medida quando falamos em lesão tendínea. Apesar do tendão ser inelástico, ele se beneficia
com o alongamento muscular pois ocorre diminuição das forças e tensões sobre ele. Portanto, o alongamento deve ser
realizado mesmo distante dos treinos (pode ser feito em casa) para manter a elasticidade do músculo e evitar lesões
no tendão. Da mesma forma, é importante fazer um aquecimento adequado da musculatura para que esta esteja
preparada para a corrida, além do desaquecimento.

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