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All content following this page was uploaded by Carla Borges Almeida on 29 March 2017.
EAD
Polo de Uberlândia, MG
RESUMO
INTRODUÇÃO
de Portugal até a era Vargas, explicou a sociedade brasileira pela ótica da apropriação
do poder público como se fosse privado emprestando conceitos de Weber (1999).
Nos estudos de Weber (1999), o autor tenta descobrir como ocorre o fenômeno
da dominação nas relações sociais. Segundo Campante (2003), mais importante que a
obediência real, para Weber (1999), é a crença do dominante na sua autoridade e a
aceitação pelos dominados dessa dominação como legítima, de forma a acreditarem
dever obediência a esse dominante.
Os tipos ideais dessa dominação, segundo Weber (1999), podem ser: legal,
carismática e tradicional. Na dominação legal, cuja forma mais pura seria a burocracia,
a obediência se dá ao estatuto, ao cargo e não à pessoa, de modo que, mudando a
pessoa, a obediência continua ao próximo que assumir o cargo. Nesse modelo ideal,
funcionários e chefes atuariam imparcialmente, todos trabalhando em prol do melhor
exercício de suas funções, desarraigados de vícios e vontades pessoais: agiriam de
acordo com as normas estabelecidas.
Faoro (2001) se apoia nas ideias weberianas, mas segue uma vertente única ao
relacioná-la com a realidade brasileira. Para ele, o “estamento” brasileiro é de modo
singular, constituído no patronato político brasileiro, “os donos do poder”. Esse
estamento brasileiro, guiado pela honra e relações pessoais, visa servir seus próprios
interesses. Assim, as ações estatais dependem, antes, do “estamento” que está no
poder do que negociações por ideais políticos que seriam de se esperar em um Estado
de direito. O estamento burocrático para Faoro (2001), nasceu na fundação do Estado
português, cujos reis distribuíam terras, cujas posses continuavam como patrimônio da
Coroa. Esse sistema, visivelmente patrimonialista, foi transplantado ao Brasil sob a
forma de capitanias hereditárias.
que o solicita pela relação de “hoje ele precisa, mas amanhã pode ser eu”. Dessa
forma, o “jeitinho” pode ser utilizado em praticamente qualquer situação que envolva
contato pessoal ou emocional direto. Apesar de haver características que facilitem ou
não o uso do “jeito”, como sexo, status ou renda, os fatores mais eficientes para se
pedir o “jeitinho” seriam comportamentais, ou seja, o modo de pedir, a simpatia.
Nesse sentido, a antropologia insere-se nesse contexto por ser a área que
melhor poderia analisar esses quesitos por meio de pesquisa de campo, estudo
comportamental e análise estatística dos índices apresentados. O emprego de gestores
com algum treino em antropologia permitiria mapear rede de relações informais,
mensurar qualitativamente o desempenho de candidatos e reconhecer inovações de
processos que existem na forma de jeitinhos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de Janeiro: Editora Campus Ltda. 1992.
BISPO, Fabiana Carvalho da Silva, et al. 2008. O Uso do “Jeitinho Brasileiro” como
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DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1984.
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JORDAN, Ann T. Business Anthropology. Prospect Heights: Wave land Press. 2003
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Cia das Letras, 1995. Acesso em 26/04/2015. Disponível em:
http://www.usp.br/cje/anexos/pierre/ribeiro_darcy_povo_brasileiro_formacao_e_o_sentid
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