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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

RICARDO PINTO AFFONSO JUNIOR

PROVA DE DIREITO CIVIL III


Princípios Contratuais

São Luís
2017
1) Apresente os ELEMENTOS CONSTITUTIVOS (2,0 pts) e PRESSUPOSTOS DE
VALIDADE DO CONTRATO (2,0 pts).

O primeiro dos elementos constitutivos do contrato é a manifestação de vontade, pois sem


querer humano não existirá negócio jurídico. O segundo elemento é um agente para
manifestar tal vontade, uma vez que a vontade contratual não possui a possibilidade de se
manifestar sozinha, necessitando de sujeitos para declará-la. O terceiro elemento é o
objeto do contrato, que nada mais é que a prestação da relação obrigacional estabelecida.

Os pressupostos de validade do negócio jurídico se confundem com os pressupostos de


validade dos contratos. Isso porque o contrato é necessariamente um negócio jurídico
bilateral.
São pressupostos do contrato o agente capaz; o objeto lícito, possível, determinado ou
determinável; e a forma prescrita ou não defesa em lei.
Quanto ao agente capaz, deve este não só ser capaz, conforme as diretrizes do art. 3º e 4º
do Código Civil de 2002, mas também legítimo. Não se deve confundir a capacidade
jurídica com a capacidade natural, pois, em face dos contratos, o que será analisado é a
capacidade legal de agir.
Sendo a idoneidade do objeto pressuposto de validade, sua falta acarreta a nulidade do
contrato. Quanto à legitimação para realizar o contrato, deve-se ressaltar que sua
definição difere daquela exposta para capacidade.
A Lei, ainda, exige requisitos complementares. Para Orlando Gomes, são considerados
elementos intrínsecos indispensáveis à validade de qualquer contrato: o consentimento, a
causa, o objeto e a forma.
Para a perfeita concretização do consentimento, não basta que a vontade de celebrar o
contrato seja livre e séria. Deve, ainda, ser emitida em correspondência com o conteúdo,
pois, se há divergência entre a vontade real e a declarada, há o vício de consentimento
que poderá gerar a nulidade ou anulação do contrato, conforme o caso.
Entende-se que o conceito de causa, como função ou fim econômico-social do contrato,
está mais difundido por ter recebido consagração legal do Código Civil italiano. Contudo,
vale frisar que mesmo este conceito não está livre de controvérsias.
O objeto do contrato não é a prestação, nem o objeto desta, mas sim o conjunto dos atos
que as partes se comprometeram a praticar. Sendo o contrato um negócio jurídico, seu
objeto também deverá ser lícito, possível e determinado, ou determinável.
O contrato deverá ter forma prescrita se exigida em lei. É o caso, por exemplo, do contrato
de compra e venda de bem imóvel. Por derradeiro, sendo o contrato de locação em
Shopping Center um contrato empresarial, importante se faz esclarecer quais são os
requisitos que o determinam como tal. À luz do art. 51 da Lei 8245/91, para que o contrato
seja classificado como contrato de locação empresarial, será preciso: ser escrito; com
prazo determinado; ter vigência mínima de 5 anos de relação locatícia; e estar explorando
a mesma atividade econômica por pelo menos 3 anos ininterruptos.

2) Discorra sobre os princípios:

a) Da autonomia da vontade (1pt)

Esse princípio consiste no poder das partes de estipular livremente, como melhor lhes
convier, mediante acordo de vontades, a disciplina de seus interesses, suscitando
efeitos tutelados pela ordem jurídica, envolvendo, além da liberdade de criação do
contrato, a liberdade de contratar ou não contratar, de escolher o outro contratante e
de fixar o conteúdo do contrato.

b) Da relatividade das convenções (1pt)

O princípio da relatividade das convenções é aquele que vincula exclusivamente as


partes que nele intervieram, ou seja, produz eficácia somente entre as partes, não
aproveitando ou prejudicando terceiros.

c) Da força vinculante dos contratos (1pt)

Segundo esse princípio, o contrato se faz lei entre as partes e é feito para ser
cumprido. Como o acordo de vontades se deu nos limites da autonomia privada das
partes, as regras estabelecidas em contrato impõem-se coercitivamente a elas.
Nessa linha de raciocínio, não podem as partes alterar unilateralmente o conteúdo
do contrato.

3) O direito brasileiro prestigia a liberdade contratual consagrada na livre iniciativa.


Assim sendo, como se aplicam tais princípios frente ao princípio da função social do
contrato? (3pts)

Sendo o negócio jurídica uma expressão da autonomia privada, e levando em


consideração que essa se difere da autonomia da vontade, a liberdade que é concedida
pelo ordenamento jurídico não é aquela liberdade pré-jurídica, natural, mas sim
liberdade provocadas pelos sujeitos de direito, desde que legalmente permitidas e
protegidas.

Tem-se, então, que a função social do contrato tem o dever de limitar a autonomia
contratual, com a finalidade, também, de evitar que a liberdade contratual seja
exercida de maneira abusiva, garantindo, dessa forma, o equilíbrio entre os
contratantes e que o contrato atinja aos interesses sociais, sem prejudicar a
coletividade.

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