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BENFEITORA AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJ∴ SIMBÓLICA “ACÁCIA DE SÃO CARLOS Nº 2314”

Jurisdicionada ao Grande Oriente de São Paulo


Federada ao Grande Oriente do Brasil
Fundada em 09/01/1985
Reuniões: segundas-feiras às 20h00 – R∴E∴A∴A∴
Rua José Favoretto, 5 – Jardim Hikari – CEP 13564-460 – São Carlos - SP.

O Significado da Bateria de Grau

Apr∴ Andrew John Richter Cass

A∴G∴D∴G∴A∴D∴U∴

São Carlos - 2017


BENFEITORA AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJ∴ SIMBÓLICA “ACÁCIA DE SÃO CARLOS Nº 2314”
Jurisdicionada ao Grande Oriente de São Paulo
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Rua José Favoretto, 5 – Jardim Hikari – CEP 13564-460 – São Carlos - SP.

Introdução
Como já se sabe, os ritos na maçonaria são amplamente fundamentados na simbologia cujo
significado, pouco a pouco, vai se descortinando. Conforme o grau, tornam-se para o maçom,
mais claros e aprofundados os diferentes conteúdos que formam essa simbologia. A
‘Bateria do Grau’, como as demais partes do rito, não foge a essa regra.
Para se ter uma visão mais clara do assunto é interessante entender, inicialmente, a origem
do termo ‘bateria’, com suas diferentes acepções, e o significado dos aplausos ou o ‘bater
de palmas’.

O Termo Bateria
Este termo tem sua origem na língua francesa, no século XII, e se escreve “Batterie”. É
uma palavra derivada do verbo “se Battre”, que significa uma troca de golpes1 durante
uma luta ou conflito.
Já nos anos napoleónicos, a bateria de tambor, era usada pela tropa para a chamada dos
soldados na hora do rancho, na ordem unida e durante os combates. Também era dada a
bateria no início e no fim de uma manobra e durante o ataque, para cadenciar a batalha e
o moral dos combatentes. Também soava a “Batida em Retirada”, quando necessário.
Até o início do século XIX, a bateria passou a ter um significado, essencialmente, militar.
No entanto, com o tempo, não somente na língua francesa, a palavra passou a acumular
um certo número de acepções:
 Conjunto de peças de artilharia de mesmo tipo ou calibre;
 Grupo de peças de artilharia colocadas de forma justaposta, com intuito de
produzir uma ação combinada;
 Unidade elementar tática de artilharia;
 Bombardeio ou sucessão de pesados ataques de artilharia;
 Ato ou efeito de bater, que pode ter origem (extensões desse sentido):
o Ruído de objetos ou peças que se chocam;
o Ataque de natureza moral ou intelectual;
o Situação de enfrentamento ou combate;

1
O dicionário francês Larousse define a palavra como: “Se golpear mutuamente; combater uma pessoa ou
um grupo”.
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 Associação de dois ou mais componentes elétricos do mesmo tipo (banco);


 Fonte de voltagem contínua composta por uma ou mais unidades dessas fontes
eletroquímicas;
 Série de aparelhos, instrumentos ou dispositivos que se completam ou somam
forças ou propriedades;
 Conjunto de instrumentos de percussão;
 Ala de escolas de samba;
 Ou, simplesmente, uma grande quantidade de alguma mesma coisa;
Como ver-se-á mais adiante neste trabalho, a ‘Bateria’ na maçonaria é associada a mais
de uma acepção o que reforça o caráter simbólico da palavra.

O Aplauso ou Ato de Bater Palmas


O ato de bater palmas remonta à antiguidade, e talvez mais além, mas são nas obras
clássicas greco-romanas que aparecem os primeiros registros a esse respeito. A palavra
aplauso é derivada do latim “Applausus – Applaudere”. O aplauso é, essencialmente, uma
expressão humana motivacional que representa a aprovação por meio do ato de bater as
mãos. Note-se que em alguns relatos o aplauso é colocado como uma forma de
acordar/chamar a atenção dos Deuses ou como forma de afugentar maus espíritos.
Tanto nos teatros como nas arenas, costumava-se aplaudir no início e no fim dos
espetáculos, no fim de discursos e durante desfiles. A principal característica dos aplausos
é o fenômeno de sincronização natural que se segue na plateia. De fato, as batidas
cadenciadas tendem a sincronizar-se formando uma onda sonora de grande poder
motivador, potencializador de força e de forte impacto na comunicação não-verbal. É uma
demonstração pungente de opinião no grupo, cuja força se mede pela duração e
intensidade expressa durante o ato.
Segundo Mackey (1878), na “Encyclopedia of Freemasonry”, cita-se, na definição do
termo ”Grand Honors”, que as honras e aplausos certamente tiveram suas origens na
antiguidade romana, seguindo a tradição dos aplausos e aclamações como forma de
expressão de respeito a grandes homens e feitos.
O aplauso, na cultura romana antiga, foi institucionalizado a ponto de serem catalogados
diferentes tipos de aplauso e seus diferentes usos na etiqueta da sociedade. Assim, dividia-
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se o aplauso em três tipos, diferenciados pelo modo como uma mão atinge a outra e pelo
som produzido. Assim tinha-se os “Bombi”, “Imbrices” e “Testoe”2 [sic].
 “Bombi” ou zunido, era produzido batendo as mãos em uma posição côncava e
fazendo isso em intervalos curtos, com pouca força, de modo a imitar o zumbido
de um enxame de abelhas;
 “Imbrices” ou telhas, era produzido acentuando rapidamente as palmas
achatadas e estendidas das mãos, uma contra a outra, de modo a assemelhar-se
ao som do granizo sobre as telhas de uma cobertura;
 “Testoe”, “Tegula” (cerâmica em latim), ou vasos de barro era produzido
golpeando a palma da mão esquerda com os dedos da direita recolhidos em um
determinado ponto, imitando o som de um vaso de barro atingido por uma vara.
Segundo Beacham (1991), o imperador Nero tinha sob seu soldo mais de cinco mil
jovens artistas especialistas nas formas de aplausos, eles tinham boa aparência, com
roupas e anéis finos e se dispersavam na multidão das arenas em grupos, não menores
que cinquenta (a claque). Eles tinham como ofício bater palmas, conforme as indicações
do imperador no intuito de motivar a audiência.
Tanto para os romanos, como para muitas das demais civilizações antigas, tinha-se como
costume o uso do aplauso em suas diversas formas, com o propósito de testemunhar, dar
aprovação, incentivar/motivar, mostrar respeito ou simplesmente como sinal de
adulação aos poderosos em aparições públicas, os – “Triumphus”3. Vale ressaltar que os
“Hurras” e “avés” podem ter a mesma origem, sendo estes últimos uma forma vocal dos
aplausos.

2 É curioso, pois no livro de Mackey lê-se “Bombi, Imbrices, Testoe” enquanto que no livro de Suetónio,
‘De Vitis Caesarum’, lê-se “Bombos et Embrices et Testas”. “Neque eo segnius adulescentulos equestris
ordinis et quinque amplius milia e plebe robustissimae iuventutis undique elegit, qui divisi in factiones
plausuum genera condiscerent bombos et imbrices et testas vocabant operamque navarent cantanti sibi,
...”.
3
Os romanos tinham como costume de promover cerimônias chamadas de Triunfos - “Triumphus- vir
triumphalis (uma vitória) ”, desfiles pelo centro de Roma expondo os espólios de guerra e/ou os prisioneiros
capturados. Durante o triunfo a população aplaudia incessantemente.
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Na maçonaria, o costume do aplauso é regulamentado por regras diferenciadas, porém


estritas. Nos vários ritos os aplausos podem ser diferentes em intensidade, número de
batidas e posição das mãos.

Bateria do Grau
A bateria do Grau faz parte do conjunto de atitudes e gestos maçônicos e dá-se
regularmente na abertura e no encerramento dos trabalhos no Templo, após o sinal de
ordem e precedendo a aclamação. Pode-se, eventualmente, dar “Baterias de Alegria” por
ocasião de um acontecimento feliz, uma honraria a visitantes ou dignitários que só
devem ser dadas no final dos trabalhos; caso contrário podem romper o ambiente
auspicioso do Templo.
Segundo Jules Boucher (1948) “As baterias são acompanhadas com a ajuda do Malhete
pelo venerável e os vigilantes. A bateria do Aprendiz é de três batidas; ... O número dos
toques de cada bateria é o mesmo nos Ritos Escocês e Francês, mas sua subdivisão é
diferente”4, conforme mostrado na Tabela 01 a seguir. No rito francês a última batida é
mais espaçada e forte.
Tabela 1: Tipos de Baterias nos Ritos Francês e Escocês.

Grau/Rito Escocês Francês


Aprendiz o-o-o oo-O

Lê-se ainda, “Afirma-se que, no Rito Francês, essa bateria mostra primeiro, o zelo do
Maçom e, depois, sua reflexão”. A ponderação da bateria contínua do Rito Escocês, sem
dúvidas, pode oferecer o mesmo sentido à essa afirmação. A bateria feita com o Malhete,
é de três toques o último com maior intensidade.
Ainda, segundo Boucher, “Os toques de bateria de abertura constituem o sinal da
‘consagração’ do Templo; o deslocamento do ar espanta tudo que possa haver de
‘profano’ e cria um novo ambiente. Em contrapartida, as batidas do encerramento
permitem que os Irmãos deixem o plano ‘sagrado’ no qual, em princípio, devem estar
colocados”.

4
Página 352 do livro ‘Symbolique Maçonique - Simbólica Maçônica’ de Jules Boucher
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Nos cadernos do jornal “L’Édifice”, em alguns trabalhos, define-se a bateria como a


formação de três batidas de palma da mão direita sobre a mão esquerda e que nos remete
a iniciação:
“Peça e terá. (a verdade), procure e encontrará. (a luz), bata e lhe será aberto. (o
Templo) ” [sic].
Há, também, hipóteses a respeito da bateria como sendo a “herança sonora” dos antigos
talhadores de pedras, ou seja, uma referência direta às batidas do maço sobre o cinzel.
Não se sabe, exatamente, quando as baterias foram adotadas na maçonaria, mas já se
observa referências a ela publicadas no livro “L’Ordre des francs-maçons trahi et Le
Secret des Mopses révélé” do Padre Pérau em 17425.
Na verdade, existem muitas definições da bateria do grau, algumas mais esotéricas que
outras.

Conclusão
A real intensão do ato tornar-se-á mais clara a medida que o maçom for avançando nos
saberes da ordem. O resultado prático, numa primeira perspectiva, é uma rotina que
impõem um hiato antes do início e antes do final dos trabalhos. Este hiato produzido
pela aclamação e a bateria, é particularmente importante pois cria um momento de
arrefecimento dos ânimos e paixões notadamente aqueles vindos do mundo profano e
que devem ser apaziguados e os oriundos das eventuais discordâncias entre os irmãos
durante a seção. É bom lembrar que nem todos os irmãos, ao ingressarem no Templo,
são portadores de bons fluidos, seja por momentos de intolerância, seja por irritabilidade
momentânea, que certamente poderiam impedir a harmonia que dá força a unicidade
maçônica.
“Ordo ab Chao”, a ordem após o caos, o momento onde o espírito deve colocar-se em
ordem e harmonia, ou seja, a egrégora. A sincronia da bateria e da aclamação são o sinal

5
L’abbé Pérau (1700-1767), apesar de se autodenominar como ‘abbé’ (padre em francês) na verdade era
‘Prieur’ da Sorbonne e nuca chegou a ser ordenado como Padre, também era conhecido, em seu tempo,
como escritor biógrafo de grandes nomes da França. Sua obra ‘antimaçônica’[sic] sobre a maçonaria “A
Ordem dos Franco-Maçons Traída e o Segredo dos Mopses Revelado” ainda é, para muitos historiadores,
tratada como uma obra documental a respeito do início da maçonaria na França.
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para o encontro dos Irmãos que em uníssono devem permanecer unidos em presença,
força e alma diante o GADU.

Agradeço meus queridos irmãos pela atenção e que GADU os


abençoe e ilumine

Bibliografia
Boucher, Jules – ‘La Symbolique Maçonnique’ – Ed : Dervy (1983), pg. 381
Mackey, Albert “Encyclopedia of Freemasonry”, vol I & vol II, 1878
Beacham R. C., ‘The Roman Theatre and Its Audience’, Harvard University Press, 1991
L’Édifice - ‘Le Language Maçonique’, www.ledifice.net/3181-9
L’Édifice - ‘La Batterie’, http://www.ledifice.net/3162-1.html e
http://www.ledifice.net/3162-2.html
QSA Members Forum – ‘Explanation and History of Grand Honours’,
http://www.freemasonryresearchforumqsa.com/grand-honours.php
The Masonic Trowel – ‘Three Distinct Knocks EA “Lecture” ca.1760’,
http://www.themasonictrowel.com/Articles/Manuscripts/manuscripts/Three_Distinct_K
nocks_Lecture_c1760.pdf
Parazzo, P. - ‘A Bateria e a Aclamação’,
http://trabalhosdamaconaria.blogspot.com.br/2012/07/a-bateria-e-aclamacao.html
Wikipédia – ‘Gabriel-Louis Pérau’, https://fr.wikipedia.org/wiki/Gabriel-Louis_Pérau
Wikipédia – ‘Teatro Romano di Napolis’,
https://it.wikipedia.org/wiki/Teatro_romano_di_Neapolis#cite_note-2

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