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AULA 2 – DIREITO INTERNACIONAL

RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL (CONTINUAÇÃO)


2.3.1Primeira Preocupação: se há um fato ilícito internacional pelo qual um Estado deva ser
responsabilizado
Os elementos para a responsabilidade internacional são:
• Fato ilícito internacional;
• Atribuição;
• Dano ou prejuízo.

b)Atribuição
O único elemento que nunca pode estar ausente é a atribuição. O artigo 4 menciona a
regra geral.
O artigo 5 do Projeto da Comissão do Direito Internacional de 2001 menciona a
possibilidade de fatos ilícitos perpetrados por pessoas que não são formalmente parte da
estrutura de um Estado serem atribuídos a um Estado (se refere à administração pública
indireta). Se, por forca de lei, a pessoa em questão recebeu poderes para atuar como se Estado
fosse, seus ilícitos também podem ser atribuídos ao Estado que lhe concedeu tais poderes. (Ex.:
terceirização do sistema carcerário, atividades que envolvem o desempenho de atos de
soberania.)
Os artigos 8 a 11 versam sobre ilícitos praticados por particulares em geral. A regra geral
é que eles não podem ser atribuídos a um Estado. Esses artigos mencionam exceções à regra.
O artigo 8 menciona que se um particular atuou com base nas instruções ou sob direção
ou controle efetivo de um Estado, o Estado pode responder. A CIJ mencionou isso no caso da
Bósnia x Servia sobre o genocídio em Srebrenica em 1995.
O artigo 9 diz que se os particulares desempenham atividades em nome do Estado
devido à omissão voluntaria desse último em atuar, tais condutas podem ser atribuídas ao
Estado em questão.
O artigo 7 versa sobre atos ultra vires: uma conduta de um agente ou órgão estatal (no
exercício de suas funções) pode ser atribuída ao seu Estado mesmo quando excedem seus
poderes ou descumprem ordens recebidas - culpa in eligendo.

Existe um debate teórico sobre o elemento psicológico da responsabilidade


internacional: alguns defendem a teoria da culpa e outros defendem a teoria do risco.
Teoria da Culpa Teoria do Risco
responsabilidade subjetiva responsabilidade objetiva
exige culpa ou dolo exige somente a conduta

c)Dano/Prejuízo
No passado afirmava-se que somente o Estado vitimado por alguma forma de dano ou
prejuízo podia invocar a responsabilidade internacional.
De acordo com o artigo 42, é o Estado que sofreu a violação do direito internacional
aquele que pode invocar a responsabilidade do Estado violador.
Nos termos no artigo 48, há duas situações nas quais um Estado diferente daquele que
sofreu a violação pode invocar a responsabilidade internacional do Estado violador.
• Quando a obrigação violada é devida a um grupo de Estados e foi estabelecida para a
proteção de um interesse coletivo desse grupo: nesse caso, qualquer membro do grupo
pode invocar a responsabilidade internacional do Estado violador. Encontramos isso em
normas de direitos humanos e em normas sobre meio ambiente. (Obrigações erga
omnes partes)
• Quando a obrigação violada é devida à comunidade internacional como um todo,
qualquer país do mundo pode invocar a responsabilidade internacional: são as
obrigações erga omnes. Podemos encontra-las nas normas de jus cogens.

Com base nisso, podemos passar para a segunda preocupação do direito internacional
no campo da responsabilidade internacional.

2.3.2Saber quais são as consequências jurídicas do ilícito em questão


Hoje existem duas grandes consequências segundo o direito internacional. Elas são
mencionadas nos artigos 30 e 31 do Projeto de 2001.
A primeira consequência (artigo 30) está na obrigação do Estado violador fazer cessar o
ilícito e de oferecer garantias apropriadas de não repetição, caso as circunstancias requeiram
(efeitos prospectivos).
A segunda consequência (artigo 31) diz que o Estado violador está igualmente obrigado
a proporcionar aos países que sofreram a violação uma reparação completa (efeitos
retrospectivos).
A reparação completa pode ser obtida por meio de:
• uma restituição;
• uma compensação;
• uma satisfação individualmente ou em conjunto.

a)Restituição
Restituição (artigo 35) é considerada como sendo a melhor forma de reparação. A
restituição tenta restabelecer a situação que existia antes do ilícito internacional ocorrer. Ela
procura o retorno ao status quo ante.

b)Compensação (artigo 36)


Quando a restituição não é possível ou suficiente para estabelecer uma recuperação
completa, pode haver a necessidade de pagamento de indenização. A indenização indeniza os
prejuízos decorrentes quanto os lucros cessantes.
A compensação é especialmente apropriada para situações que envolvem danos
financeiramente quantificáveis.

c)Satisfação (artigo 37)


Não sendo suficiente tanto a restituição quanto a compensação podem ainda a
satisfação ser empregada. A satisfação é apropriada para casos que envolvem danos morais.
Na pratica, a satisfação envolve a pratica de atos simbólicos que demonstram o
arrependimento do Estado violador e a sua disposição em normalizar suas relações com as
vítimas. (Ex.: o reconhecimento da prática do ilícito, pedido formal de desculpas, pagamento de
uma quantia simbólica, punição do agente estatal responsável pelo ilícito.)

As consequências da responsabilidade internacional podem ser implementadas


voluntariamente ou não.

2.3.3Definir como a responsabilidade internacional será implementada


A preocupação é saber o que pode ser feito para forçar o Estado violador a cumprir o
direito internacional.
No direito interno, a característica principal da implementação é a existência de um
superior político que detém o monopólio no uso legitimo da força física para garantir o
cumprimento das normas internas. A implementação é centralizada – não se pode fazer justiça
com as próprias mãos. Relações entre o Estado e os particulares são relações verticais –
subordinação.
Em direito internacional, a característica principal é a ausência de um ente
hierarquicamente superior que possa garantir a aplicação do direito internacional – a sociedade
internacional é anárquica (mais próximo do estado de natureza). Isso é implementação
descentralizada. (Princípio da igualdade soberana.)

Obs.: Para os alunos que desejarem uma cópia, favor enviar e-mail para
gbystronski@outlook.com solicitando o Projeto de 2001 em português.

Leituras Obrigatórias:
Celso – Capítulos XXII e LVIII
Guido – Capítulo 9
Accioly – Parágrafos 2.8.2 a 2.8.8, e 7.2.
Rezek – Parágrafos 185 e 186.

Leituras Avançadas:
Amaral Júnior – Capítulo 7 e Parágrafo 8.4.
Mazzuoli – Seção V do Capítulo II da Parte II e Seção VI do Capítulo I da Parte VI.
Portela – Capítulo X e Parágrafo 6 do Capítulo XVII da Parte I.

Leitura complementar em língua estrangeira:


Shaw – Chapter 14; Crawford/Olleson (in Evans) – Chapter 15 (recomendado).

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