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1 INTRODUÇÃO

Montar um circuito de comando em um ambiente educacional com objetivo de


análise abre caminho para o desenvolvimento profissional, mas há uma distância
entre as duas realidades, que vai sendo trilhada conforme o profissional se
desenvolve na área. Na indústria há a preocupação não só com o funcionamento,
mas com a montagem do painel e a instalação como um todo.
A montagem de painéis geralmente é uma pratica executada por profissionais
com conhecimento em ferramentas, interpretação de diagramas de força e controle
e, especialmente interpretação de layouts e montagem. Parte desse conhecimento,
obtivemos em sala de aula, com conhecimento de materiais, componentes, testes de
circuitos e operações de montagem, entendendo assim o funcionamento e os
possíveis defeitos.
Estudamos também, alguns dos motores mais utilizados em acionamentos e
aplicações indústrias, comercias e prediais com objetivo de rever o seu fechamento
e suas funcionalidades mínimas, para compreensão do funcionamento de sistemas
de partida utilizados em comandos elétricos.

2 FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICAS

2.1 Painéis

Um painel elétrico não é apenas uma caixa que abriga componentes elétricos.
Pensando em sistemas indústrias, um painel elétrico, além de abrigar os
componentes, protegendo-os contra intempéries ou proteger pessoas de contatos
acidentais com o sistema, deve segurar mecanicamente os efeitos de um incidente
interno, limitando os danos ao invólucro e diminuindo os efeitos negativos ao redor.
Atualmente temos diversos fabricantes de painéis no mercado brasileiro em
duas grandes categorias, sendo os painéis metálicos e as caixas de poliéster. Os
componentes são fixados a uma chapa interna no painel que pode ser metálica ou
de celeron.
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Figura 2. Caixa painel poliéster.

Figura 1. Caixa painel metálico.

Além dos painéis individuais, temos os conjuntos denominados centro de


controle de motores ou, simplesmente, CCM, que possuem um conjunto de gavetas
dispostas de maneira a partilharem um barramento de força principal, que está
ligado a um sistema de proteção geral do CCM, em que é conectada a entrada de
energia do sistema. Os CCMs são projetados de maneira a ocupar espaço
Figura 1. Caixa painel metálico
inteligentemente, abrigar vários sistemas de partida de um processo, centralizando o
controle dos motores, e podem ser facilmente associados a sistemas de automação
industrial.

2.2 Componentes para Comandos Elétricos

2.2.1 Calhas para Cablagem

Para evitar fiação exposta dentro do painel, são utilizadas calhas de material
isolante para passagem dos cabos. Elas podem ser calhas com “grades” abertas ou
fechadas. As calhas para cablagem são fabricadas em diversos tamanhos e
vendidas em barras de dois metros.
As calhas são cortadas e fixadas no painel de acordo com o projeto.

Figura 3. Calha
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2.2.2 Trilhos para Componentes

Na década de 1980, o principal método de fixação de componentes ao painel


era com parafusos. Esse método consumia muito tempo e exigia muito mais
precisão do montador.
Atualmente os componentes utilizados em comandos elétricos permitem dois
tipos de fixação, sendo por parafusos e fixação rápida em trilhos.
Os trilhos para fixação de componentes são padrão DIN, sendo chamados de
trilhos DIN, fabricados em aço ou liga de alumínio de alta resistência. São utilizados
para fixação de contatores, relés e disjuntores.

Figura 4. Trilho

2.2.3 Anilhamento

Com o intuito de facilitar a identificação de um determinado condutor ou


condutores no sistema já montado, evitando que o profissional precise abrir as
calhas e seguir o condutor, são utilizadas as anilhas.
As anilhas são fabricadas para diversas seções de cabos, com formatos e
inscrições diversas. Temos anilhas com as letras do alfabeto, símbolos elétricos,
número etc. Normalmente as anilhas são posicionadas próximas as terminações,
nas duas extremidades do condutor, sendo imediatamente reconhecidas nas
conexões de bornes e contatores.
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2.2.4 Terminais de Compressão


Figura 5. Anilha

Para melhorar a conexão dos cabos aos contatores, botões e demais


dispositivos com conexão parafusada, são utilizados terminais de compressão nos
cabos. Os terminais são selecionados de acordo com a seção do cabo e com a
aplicação. No mercado encontram-se terminais do tipo argola, agulha, forquilha reta,
terminal de encaixe, entre outros.

Figura 6. Terminal de Compressão

2.2.5 Relé Temporizador

Em muitos circuitos de controle há necessidade de contar tempo para o início


de uma operação ou passagem para uma operação ou mesmo temporizar a própria
operação. Nestes casos são utilizados relés temporizadores que possuem, como
outros relés ou contatores, contatos auxiliarem, porém esses contratos só mudam de
estado após a contagem do tempo ajustado.
No mercado existem diversos modelos de relés temporizadores. Dentre elas
temos os relés temporizadores eletrônicos simples, relés eletrônicos temporizadores
programáveis e relés temporizadores pneumáticos (acoplados a um contator auxilia).
Além dos modelos, existem os tipos de relés temporizadores, tais como retardo após
energização, retardo após desenergização, relés cíclicos, relés temporizadores com
funções especiais.
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2.2.6 Cabos para Força e Controle


Figura 7. Relé Temporizador

Em montagens industriais de sistemas de força e controle, como CCMs e


painéis, são utilizados cabos para conexões dentro do painel e para levar
alimentação do painel aos motores. Os cabos utilizados para levar alimentação aos
motores podem ser diferentes dos cabos utilizados dentro do painel, conforme o tipo
de montagem/instalação utilizada para suportar o cabeamento.
Geralmente, quando a infraestrutura é feita com base em tubulação, os cabos
utilizados para alimentar os motores são do tipo normal com isolação simples de
PVC ou EPR. Quando a estrutura é feia com base em leitos para cabos, são
instalados cabos com proteção adicional externa.
Os cabos são de dois tipos: cabo unipolar com isolação termoplástica e cabo
multipolar com dupla isolação termoplástica (os denominados cabos PP).
Enquanto os cabos unipolares são utilizados em ligações internas nos painéis
e em instalações com eletrodutos, os cabos PP multipolares são utilizados em
conexões externas, para levar alimentação aos motores através de bandejas ou
escadas para cabos (eletrocalhas). Nos cabos multipolares a segunda isolação
auxilia na proteção mecânica dos cabos e ajuda na isolação entre os cabos internos.
Como todo dispositivo elétrico, também existem algumas normas com relação
a cabos elétricos que devem ser citadas para posterior consulta e conhecimento:

 NBR 5410 – Instalações elétricas em baixa tensão;


 NBR 8662 – Identificação de cores de condutores elétricos;
 NBR 9311 – Cabos elétricos isolados;
 NBR 11301 – Calculo da capacidade de corrente de cabos isolados em
regime permanente.
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Quanto às cores de cabos utilizadas em instalações elétricas industriais, mais


especificamente em comandos elétricos, seguimos o padrão: neutro (azul-claro), PE
(verde ou verde-amarelo) e demais cores para as fases (preto, branco e vermelho).
Estas cores devem ser rigorosamente respeitadas, observando-se que nos casos
em que todos os condutores são pretos, deve ser aplicada fita colorida de
identificação.
Em circuitos de controle podemos utilizar positivo (vermelho), negativo (preto),
circuito de comando (cinza), sinal (amarelo), conexões com voltímetro (amarelo),
conexões com amperímetro (marrom). Outras cores também podem ser encontradas
nos circuitos de controle, dependendo do que for adotado no projeto/montagem.

Existem seis critérios para dimensionamento de condutores elétricos:

1. Seção mínima
2. Capacidade de condução de corrente
3. Queda de tensão
4. Sobrecarga
5. Curto-circuito
6. Contatos indiretos

2.2.7 Fusíveis

Os fusíveis (figura 01 e figura 02) são dispositivos usados com o objetivo de


limitar a corrente de um circuito, proporcionando sua interrupção em casos de
curtos-circuitos ou sobrecargas de longa duração. O curto-circuito é uma ligação,
praticamente sem resistência, entre condutores sob tensão ou, pode ser também,
uma ligação intencional ou acidental entre dois pontos de um sistema ou
equipamento elétrico, ou de um componente, através de uma impedância
desprezível. Nessas condições, através de uma resistência transitória desprezível, a
corrente assume um valor muitas vezes maior do que a corrente de operação; assim
sendo, o equipamento e parte da instalação poderão sofrer um esforço térmico
(corrente suportável de curta duração) ou eletrodinâmico (corrente nominal de
impulso) excessivos. Sua atuação deve-se a fusão de um elemento pelo efeito
Joule, provocado pela súbita elevação de corrente em determinado circuito. O
elemento fusível tem propriedades físicas tais que o seu ponto de fusão é inferior ao
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ponto de fusão do cobre. Este último é o material mais utilizado em condutores de


aplicação geral.

Figura 8. Fusível NH Figura 9. Fusível Diazed

2.2.8 Disjuntores Termomagnéticos

O disjuntor deve suportar a corrente de partida e após a partida continuar


protegendo os elementos do sistema de eventuais curtos circuitos e sobrecargas
muito elevadas. Infelizmente esse dispositivo não é indicado para proteção do motor
contra sobrecargas comuns. De fato, um motor pode até queimar completamente
sem que o disjuntor detecte o problema.
Para monitorar sobrecargas no motor ou falhas internas que provoquem
elevações de corrente e aquecimento, os dispositivos mais indicados são relé
bimetálico de sobrecarga (relé térmico) e os sensores térmicos inseridos nos
enrolamentos dos motores.

Figura10. Disjuntores Termomagnéticos


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2.2.9 Relé Térmico de Sobrecarga

Os relés bimetálicos de sobrecarga são dispositivos de proteção cujos


sensores térmicos (lâminas bimetálicas) são ligados em série com o circuito de força
do motor a ser protegido. Toda corrente absorvida pelo motor passa pelas lâminas e
provoca aquecimento, o qual flexiona as lâminas que tendem a disparar um
mecanismo pré-ajustado. O ajuste desse mecanismo é muito importante, pois vai
determinar quando o relé deve disparar.

2.2.10 Disjuntor Motor

O dispositivo de proteção mais utilizado em novos projetos seja o disjuntor


motor. Ele reúne as funcionalidades de disjuntor e do relé térmico de sobrecarga.
Fica claro que a instalação de um disjuntor motor elimina a necessidade de relé
térmico de sobrecarga para o circuito de força. Alem disso, algumas funcionalidades
podem ser acrescentadas ao disjuntor motor com a instalação de acessórios como
bobina de subtensão.
A escolha do disjuntor motor se assemelha a escolha do relé térmico de
sobrecarga, bastando escolher um disjuntor motor que permite o ajuste da corrente
nominal ou de trabalho do motor, ou que suporte o acionamento do motor.
Ressaltando, o disjuntor motor executa as funções de relé térmico e disjuntor
termomagnético, e ao detectar uma sobrecarga ou curto-circuito, abre os contatos
de força e comanda os contatos auxiliares acoplados a ele na montagem. Esses
contatos podem ser utilizados em comando, sinalização, alarme.

2.3 Componentes de Comando e Sinalização

Em comandos elétricos o operador não entra em contato com o sistema de


manobra (circuito de força), que leva as fases até o motor. Ele comanda o circuito de
força a partir de um circuito de comando (controle). Para comandar o circuito de
comando, ele utiliza botões pulsadores ou chaves comutadores e para visualizar o
funcionamento, são observados sinalizadores instalados na porta do painel ou em
locais estratégicos.
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Todos os dispositivos instalados para monitorar ou controlar variáveis, como


corrente e temperatura no motor, tem seus contatos auxiliares instalados no circuito
de comando, no qual atuam segundo a necessidade de proteção ou funcionamento
planejada.

2.3.1 Botão de Comando e Comutadores


Botão de comando é um dispositivo de comando com contatos abertos e
fechados utilizado para abrir ou fechar circuitos. Como a própria denominação
sugere, esse dispositivo atua ao ser pressionado. Contatos fechados abrem e
abertos fecham, e seus contatos voltam a posição normal ao liberarmos o botão nos
botões de pulso.
Nos botões com trava é necessário liberar o botão manualmente,
destravando-o, para que os contatos voltem à posição normal. Alguns botões
possuem chaves para restringir o acesso a operação do botão. Na parte traseira
temos os contatos para ligação dos condutores, no botão, geralmente parafusados.
Existem botões com funções e formatos especiais. É o caso dos botões
cogumelo, que tem formato especialmente desenhado para o desligamento
emergencial de circuitos associados à cor vermelha.
A cor do botão de comando normalmente está associada a sua função.
Botões de comando vermelhos, por exemplo, servem para desligar ou interromper
emergencialmente o funcionamento do circuito. Botões verdes são associados à
função ligar ou partida. A utilização das cores depende das normas base do projeto,
que podem ser DIN EM 60073, VDE 0199 e IEC 73. A tabela mostra algumas
funções associadas a cores de botões.

Cor Significado Exemplo de aplicação


Desligar, parada de emergência, desativar,
Vermelha Emergência
interromper
Amarela Intervenção Rearmar ciclo automático, retrocesso
Verde Partir, ligar Partida de sistema em geral, energização
Azul Funções auxiliares Reset, reset de térmicos
Branca Funções auxiliares Ligar sistemas auxiliares
Partida de sistema em geral (secundários),
Preta Uso geral, exceto emergência
energização
Cinza Uso geral, exceto emergência Funções auxiliares
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Além dos botões de comando, são utilizadas em comandos elétricos chaves


comutadoras ou, simplesmente, comutadores. Os comutadores abrem e fecham
circuitos elétricos, porém, diferentemente dos botões pulsadores, mantêm a posição.
Algumas comutadoras acumulam aas funções de chave e pulsador, tendo a posição
desligado (0), a posição (1) e a posição Start, que é o pulsador da chave.
É importante salientar que botões de comando e comutadores são
dispositivos de baixa corrente, portanto não entram em contato direto com a corrente
da carga manobrada. Isso está ligado ao princípio de força e controle. Os botões e
comutadores são dispositivos de controle e não devem ser utilizados com
dispositivos de força. Em outras palavras, botões e comutadores não cortam nem
energizam o motor. Eles comandam outros elementos do sistema para que
executem essa função.

2.3.2 Sinalizadores

A sinalização é importante em diversos ramos de atividade e ainda mais em


sistemas elétricos. É necessário sinalizar quando uma maquina está em operação,
um sistema de painéis está energizado ou quando ocorreu uma parada inesperada
no equipamento/sistema. Para sinalização utilizamos indicadores luminosos de
cores diferentes, que, assim como nos botões, indicam uma certa situação.

Cor Significado Exemplo de aplicação


Vermelha Emergência, condições perigosas Operações críticas, condição de atenção, alarme
Amarela Condição anormal Valores críticos, desarmes
Pronto para partir, painel em condições de
Verde Normal
operação
Azul Outras funções Funções diversas de preparação
Funções diversas, máquina em movimento,
Branca Outras funções
sistema energizado
.
Novamente a referência completa pode ser encontrada nas normas já citadas.
É importante saber que em muitos sistemas já instalados a sinalização vermelha se
refere a máquina em operação, a verde pronto para partir e a amarela condição
anormal ou desarme. É preciso sempre estar informado e consciente da sinalização
e normas vigentes na área em que vamos atuar para evitar falhas humanas.
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Para projetos, além das normas técnicas, deve-se seguir a norma


regulamentadora NR10 que trata a questão da cores e legendas em razão da
segurança.
Internamente o sinalizador possui um emissor de luz que pode ser uma
lâmpada incandescente comum, uma lâmpada neon ou, como nos mais modernos,
LEDs. É correto afirmar que os sinalizadores LEDs são os melhores, pois duram
mais e consomem menos energia, porém os outros funcionam perfeitamente
também.
É necessário ressaltar que os indicadores luminosos com lâmpadas
incandescentes e sinalizadores eletrônicos com LEDs não devem ser instalados em
paralelo com bobinas, sob pena de a força contraeletromotriz da bobina de um
contator reduzir a vida útil do indicador luminoso. Outro aspecto importante que se
nota com a vivência profissional é que indicadores com lâmpadas incandescentes
não devem ser utilizados em locais sujeitos a vibrações ambientes de qualquer
espécie, pois as vibrações desgastam mecanicamente o filamento das lâmpadas
utilizadas no sinalizador, provocando sua queima prematura.

2.3.3 Contatores

Talvez o dispositivo de comando mais importante num sistema de força e


controle seja o contator. Ele é responsável pela manobra do motor devendo suportar
a corrente de carga e suas características, portanto de ser dimensionado segundo a
carga.
Um contator, de maneira simples, é um eletroímã em um invólucro que,
quando energizado, atrai um conjunto mecânico no qual está presa uma série de
contatos elétricos, sendo normalmente três contatos abertos de força e outros
abertos e/ou fechados, utilizados na lógica do comando.
Contatos de força e de controle do contator têm símbolos diferentes. Nos
símbolos temos um exemplo de numeração dos contatos de força e dos contatos de
controle. Em um contator real, a numeração dos contatos de força é feita por letras
de identificação das fases associadas a esses números, facilitando a identificação
(1/L1, 3/L2, 5/L3, 2T1, 4T2, 6T3).
Existem também os contatores chamados auxiliares que não possuem
contatos de força, apenas contatos de controle para o circuito de comando.
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O custo de um contator varia segundo a carga acionada e a quantidade de


contatos auxiliares desejada. Quanto maior a potencia da carga, mais caro o
contator, pois ele deve ser mais robusto, com contatos de força adequados. O tipo
de carga acionada também interfere no valor do contator. A carga que um contator
pode operar é definida pela categoria em que ele está inserido.
2.4 Motores Elétricos

Uma grande parte das aplicações em que um comando elétrico está envolvido
destina-se ao acionamento de motores elétricos. Por isso, tão importante quanto a
capacidade de raciocínio, em termos de lógica de reles, é o conhecimento da gama
de motores existentes e suas principais características.
Um motor é uma máquina que transforma energia elétrica em energia
mecânica rotativa, para isso é conectado a rede elétrica através de um sistema de
acionamento. O sistema de acionamento pode ser um comando elétrico (força e
controle), uma chave de partida manual, uma chave de partida eletrônica, inversor
de freqüência ou uma combinação de sistemas.
A gama de motores presentes no mercado é grande, divida em dois grupos,
sendo CA (corrente alternada), CC (corrente continua) e com divisões em
subgrupos.
Na maior parte das aplicações na indústria, comercio e residências, são
utilizados motores CA, monofásicos e trifásicos, em qual especial na indústria são
largamente empregados os motores de indução trifásicos ou trifásicos de indução
(MIT).

2.4.1 Motor Monofásico com Capacitor de Partida

O motor monofásico com capacitor de partida pode ser encontrado em


bombas d’água, máquinas de pequenas oficinas, pequenos compressores, entre
outras aplicações. A principal característica externa desse motor é o capacitor de
partida preso ao estator.
São dois os grupos de enrolamentos presentes no motor, sendo o
enrolamento principal e o enrolamento auxiliar de partida. O motor possui também
um interruptor centrifugo e um capacitor, ambos conectados em série com o
enrolamento auxiliar. Na partida, o interruptor centrífugo fechado permite a
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passagem de corrente para o enrolamento auxiliar através do capacitor, o que


produz um bom torque inicial. Ao atingir certa velocidade, o interruptor centrífugo
abre, desligando o enrolamento auxiliar. O enrolamento principal se encarrega de
manter o campo girante que manterá o rotor em rotação.
Para ligar um motor monofásico a rede, devemos nos certificar de que o
motor possa ser conectado ao nível de tensão da rede ou que possam ser feitas
ligações no motor que o levem a atender a necessidade.
Há motores monofásicos que já vêm ligados internamente, tendo apenas
duas ou quatro pontas externas. Quando isso acontece, normalmente não há
possibilidade de mais uma tensão de alimentação ou de reversão. Devem ser
observadas as ligações recomendadas na placa ou manual do motor.
Como o enrolamento auxiliar é desligado logo que o motor atinge certa
velocidade e é responsável por tirar o motor da inércia, determinado o sentido de
rotação, conclui-se que para inversão de rotação do motor, é preciso inverter a
ligação da bobina auxiliar. Além disso, será necessário esperar que o motor pare ou
que a velocidade do rotor seja baixa o suficiente para que o interruptor centrífugo
feche novamente.

2.4.2 Motor de Indução Trifásico Assíncrono

O motor de indução trifásico assíncrono é o pilar da indústria moderna. Seja o


motor trifásico de indução simples com rotor gaiola de esquilo, de duplo
enrolamento, Dahlander ou rotor bobinado, o principio de funcionamento envolve a
indução no rotor, pelo campo girante no estator, de correntes no rotor cujo campo
tentará acompanhar o campo girante no estator.
Para produzir o campo girante no estator, realizamos o fechamento do motor
segundo orientação do fabricante e para atender nossa necessidade de tensão.
Motores de seis e nove terminais podem ser fechados para duas tensões diferentes,
motores de doze terminais podem ser fechados para quatro tensões diferentes.

2.4.3 Motor de Duas Velocidades

Quando uma aplicação necessita de um motor com duas possibilidades de


velocidade, podemos citar duas opções em termos de motor, sendo motor de duplo
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enrolamento e motor Dahlander. O motor de duplo enrolamento possui dois


enrolamentos distintos dentro do mesmo motor. O Dahlander, no qual há apenas um
enrolamento, e de acordo com a ligação efetuada obtemos, por exemplo, dois ou
quatro pólos. Notar que uma velocidade será o dobro da outra.
2.4.4 Motor Trifásico de Rotor Bobinado

Como o próprio nome já conduz a dedução, no motor trifásico de rotor


bobinado temos um rotor com bobinas conectadas ao meio externo por um conjunto
de anéis e escovas. Ao aumentarmos a resistência do rotor com a inserção de
resistências externas em series com o enrolamento do rotor com a inserção de
resistências externas em serie com o enrolamento do rotor, reduzimos a velocidade.
Temos então velocidade máxima com o rotor (K, L, M) fechado em estrela e
velocidades menores de acordo com a resistências inserida em série com o
enrolamento do rotor.
Além do tradicional sistema de aceleração rotórica, outro ensaio interessante
com o motor de rotor bobinado é o teste de interação eletromagnética ou conversão
eletromecânica de energia entre dois motores.

2.4.5 Dados de Placa

A leitura e a interpretação dos dados de placa são essenciais para o trabalho


com motores elétricos. Na placa do motor estão registradas suas características de
trabalho e com as quais o profissional deve se orientar em eventuais testes do
equipamento.
O FS (fator de serviço) determina o quanto o motor pode trabalhar acima da
In em situações especiais (NBR 7490). Ip/In é a relação entre corrente de partida e
nominal, IP 55 é o grau de proteção do motor em que o primeiro número define o
grau de proteção encontra sólidos e o segundo o grau de proteção contra líquidos.
As tensões de trabalho normalmente para motores de 12 pontas são
220/380/440/760V.

2.5 Partida Estrela Triângulo


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A corrente de partida de um motor pode afetar negativamente o sistema


elétrico, por isso a partida direta é limitada a uma certa potência nas indústrias, o
que depende da tensão de alimentação, da estratégia utilizada para conservação e
qualidade da energia e do contrato com a concessionária.
Geralmente motores abaixo de 15cv podem partir diretamente, mas isso varia
conforme a necessidade do sistema. Motores com potência superior ao estabelecido
não devem partir diretamente; utiliza-se um sistema que reduza a corrente no
momento da partida.
São diversos os sistemas que visam a redução do pico de corrente na partida.
Alguns mais tradicionais, como os baseados em ligações no circuito de força, outros
mais modernos, como as chaves eletrônicas.

2.5.1 Ligação Estrela, Ligação Triângulo

Para possibilitar a utilização da chave estrela triangulo, é necessário que o


motor possua seis pontas e que a tensão da ligação em triangulo coincida com a
tensão da rede. O objetivo da chave é fechar o motor em estrela e após a partida,
com o motor em velocidade próxima a nominal, mudar a ligação para triângulo.

2.5.2 Estrela Triângulo Reversora

A chave estrela triângulo reversora tem a possibilidade de aplicação da


redução da corrente de partida em ambos os sentidos de rotação. Deve-se ter em
mente que para aplicar a chave corretamente na reversão, o motor deve estar
parado.

2.5.3 Partida Estrela Triângulo com Reversão

Consiste na alimentação do motor com redução de tensão nas bobinas,


durante a partida. Assim, as bobinas do motor recebem somente 58% (1 ÷ √3) da
tensão nominal e após a haverá comutação automática para triângulo e as bobinas
passam a receber 100% da tensão nominal. A partida direta reversa proporciona ao
operador, duas botoeiras, uma para que o motor gire no sentido horário e outra no
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sentido anti-horário. A partida estrela triângulo com reversão une as duas partidas
supracitadas em uma só.

O diagrama de Potência:

É evidente para todos nós A sequência operacional

 Botoeira BL1 – Energiza-se k1 e k2 (Y horário) e após o tempo pré-


determinado desenergiza-se k2 e energizando k3. (∆ horário).
 Botoeira BL2 – Energiza-se k4 e k2 (Y anti-horário) e após o tempo pré-
determinado desenergiza-se k2 e energizando k3. (∆ anti-horário).
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2.5.4 O Diagrama de Comando

Descrição de funcionamento:

 Sentido horário

Pressionando BL1 energizam-se os contatores k1 e k2 e o temporizador d1 que


dá início a contagem de tempo. Neste momento, o motor está ligado em estrela e
girando no sentido horário, terminando o tempo fecha-se o contado do
temporizador d1 muda de posição desenergizando k2 e energizando k3. Agora o
motor está ligado em triângulo no sentido horário.

 Sentido anti-horário
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Pressionando BL2 energizam-se os contatores k4 e k2 (observe no diagrama de


potência que k4 inverte as fases do motor) e o temporizador d1 que dá inicio a
contagem de tempo. Neste momento, o motor está ligado em estrela no sentido
anti-horário, terminando o tempo o preestabelecido o contato do temporizador d1
muda de posição desenergizando k2 e energizando k4. Agora o motor está ligado
em triângulo no sentido anti-horário.

Os Intertravamentos impedem k1 e k4 de serem acionados ao mesmo tempo


Também foi colocado um intertravamentos para evitar que k2 e k3 fiquem
energizados ao mesmo tempo

2.5.5 Vantagens da Chave Estrela Triângulo

 Baixo custo;

 Pequeno espaço ocupado pelos componentes;

 Sem limite mínimo de manobras

2.5.6 Desvantagens da Chave Estrela Triângulo

 Se o motor não atingir pelo menos 90% de sua rotação nominal, na


comutação para a ligação triângulo o pico de corrente é quase o mesmo da
partida direta.

 O motor deve ter pelo menos seis terminais acessíveis para ligações.

 O valor de tensão da rede deve coincidir com o valor de tensão da ligação


triângulo do motor.

2.5.7 Partidas Indiretas

Partidas Indiretas de motores elétricos são sistemas de partida que


possibilitam a redução da corrente nominal o motor elétrico no momento da partida
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de motores, é sabido que um motor trifásico tem como característica o aumento de


sua corrente nominal (In) no momento de sua partida.

2.5.8 Corrente de Partida

Os motores elétricos trifásicos por serem máquinas elétricas indutivas


possuem um aumento abrupto da corrente elétrica no momento de sua partida. Este
aumento pode chegar a ser até 8 vezes a corrente nominal [de 4 a 8 vezes]. Com o
aumento da tecnologia na fabricação destas importantíssimas cargas elétricas
conseguimos alcançar uma redução significativa deste problema em novos motores,
atualmente, são apresentados com corrente partida (Ip) de 4 a 6 vezes a corrente
nominal (In).

Como se pode observar abaixo uma placa de identificação de motor elétrico


trifásico apresenta duas informações importantíssimas para este conceito que
iremos aborda:

1. In – Corrente Nominal

2. Ip/In – Relação que estabelece a corrente de partida

Figura 11. Placa motor trifásico

2.5.8 Exemplo de Ip
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Num exemplo simples para o motor da Figura 8 alimentado em tensão de


220V temos a seguinte situação:

In=9,3A

Ip/In=7,90

Sendo assim a corrente de partida deste motor aplicando-se um sistema de


partida direta (partida está, onde a tensão da rede e aplicada diretamente em suas
bobinas), podendo chegar a um valor de:

𝐼� = 𝐼� x 𝐼�/𝐼�

Desta forma teríamos uma corrente de partida de:

𝐼� = 9,3 x 7,90

𝑰� = 𝟕�, 𝟒𝟕�

[7,9 vezes mais alta do que a Corrente Nominal]

O valor de corrente de nominal de 9,3A que proporciona o valor 73,47A de


corrente de partida seria válido considerando que este esteja partindo com carga no
rotor.

Diagrama de Potência:
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Neste diagrama observa-se que os contatores K1 e K2 são responsáveis pelo


acionamento do motor no fechamento em estrela.

Analisando o motor, pode-se constatar que o K1 alimenta com sistema


trifásico os terminais 1,2 e 3 do motor e o contator K2 realiza o curto circuito, esta
configuração representa, por sua vez, o fechamento do motor em estrela.

Figura 12. Fechamento em estrela de MIT

Ainda analisando o diagrama de potência, é possível observar que o contator


K3 é responsável por promover, junto do contator K1 o fechamento do motor em
triângulo, observe os terminais 1-6, 2- 4 e 3-5 unidos e recebendo a alimentação.
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Figura 13. Fechamento em triângulo de MIT

Diagrama de Comando
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O diagrama de comando do circuito acima representa a partida do motor de


indução trifásico (MIT) com o auxílio da partida em estrela triângulo sem reversão.

Interpretação do comando

A intensão aqui é proporcionar o maior número de informações realmente


úteis e que possa abrir, literalmente, a mente em relação a esta partida de motor.

 Analisando o diagrama temos a seguinte análise:

 Passo 1:

Se faz necessário a princípio que os fusíveis F21 e F22 estejam íntegros e que na
condição de normalidade o contato fechado do relé térmico (F7) esteja efetivamente
na condição fechado, assim como o botão S0 (Desliga) também esteja na condição
de “não acionado”.

Figura 4 - proteção + desliga

Desta maneira a alimentação estará disponível para acionar os demais


componentes.

 Passo 2 (Aperta-se o S1):


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Ao ser pressionado o botão S1 (Liga) os contatos desta linha de comando permitem


com que a alimentação chegue a bobina do contator K2 e ao temporizador K6.
Neste primeiro instante, o primeiro a ser acionado será o contator responsável pelo
curto circuito dos terminais 4, 5 e 6 do motor e isso é proposital, já que por
segurança iniciamos o curto circuito para garantirmos a integridade física dos
contatos deste componente. Considere que neste momento é iniciado a contagem
do tempo do temporizador.

Figura 5 - contatos responsáveis pelo funcionamento K2

 Passo 3 (Acionando o contator K2):

Logo depois a energização de sua bobina, o contator comuta seus contatos


iniciando pelos contatos NF (Normalmente Fechado). Sendo assim, o contato de K2
(31-32), na linha de K3 abre e em seguida os contatos K2 (13-14) e K2 (23-24)
fecham realizando, consequentemente os seguintes acionamentos:
28

 K2 (13-14) – Ao ser acionado este contato estabelece o selo responsável por


manter a bobina de K2 e o temporizador K6 energizados.
 K2 (23-24) – Alimenta o contator K1, neste momento o motor recebe então a
alimentação elétrica trifásica em seus terminais 1, 2 e 3 promovendo o início
do movimento rotacional de seu rotor. Por sua vez, no diagrama de comando,
o K1 fecha seu contato K1 (13-14) responsável pelo selo que o mantém
energizado independente de K2 (23-24) e também realiza o fechamento de
seu contato K1 (23-24) que possibilita o futuro acionamento da bobina K3
(após o tempo do temporizador K6).

 Passo 4 (Após o tempo):

Até este momento temos o motor em funcionamento no fechamento estrela. A partir


do momento em que o temporizador alcança o tempo determinado teremos seu
acionamento que resultará na comutação (Abertura) de seu contato NF K6 (15-16)
cessando a alimentação da bobina de K2 (A1-A2).

Neste instante, por sua bobina ter sido desenergizada, o contator K2 retorna seus
contatos para o modo de repouso, os dois primeiros a serem impactados serão os
contatos K2 (13-14) e K2 (23-24) que impactam respectivamente no selo do próprio
K2 (Não mais necessário) e na linha da bobina de K1 (A1-A2) – neste último caso
não tem interferência já que o selo de K1 (K1 13-14) permanece alimentando sua
bobina. A grande “sacada” deste diagrama é o contato NF, K2 (31-31) que retorna
para o status de fechado e, por estar K1 (23-24) fechado, promove a alimentação da
bobina de K3 (A1-A2).
29

Neste instante, ao ser energizado, o contator K2 comuta seu contato K3 (31-32)


impedindo que o contator K2 volte a ser acionado. Temos então o motor assumindo
o fechamento triângulo alguns segundos após sua partida.

Caso ocorra do acionamento de:

 S0
 F7
 F21 ou F22

Teremos a interrupção da alimentação deste comando, parando por sua vez o


funcionamento do motor elétrico trifásico.

2.6 O Dimensionamento

Após entendermos o funcionamento da partida estrela triângulo, vamos


aprender seu dimensionamento. Diferente da partida direta, a partida estrela
triângulo será dimensionada tomando como referência as características individuais
de cada componente do circuito separadamente, uma vez que a corrente que circula
em cada componente do circuito é diferente uma da outra.

2.6.1 Dimensionamentos dos Contatores K1 e K2

Para melhor exemplificar o conteúdo abordado neste trabalho, atribui aos


cálculos realizados o exemplo do dimensionamento da partida estrela triângulo de
um motor elétrico trifásico com os seguintes dados de placa.

Consideraremos que este motor trabalha em regime normal de manobra com


rotor gaiola de esquilo e desligamento em regime, por fim, possui tempo de partida
de 5 segundos.

O primeiro passo é realizar o dimensionamento dos contatores K1 e K2 que


serão idênticos, pois a corrente por eles conduzida será de mesma intensidade,
30

lembrando que estes dois trabalharão juntos no segundo estágio do sistema de


partida estrela triângulo, quando o sistema assumir o fechamento triângulo.

Para começarmos o dimensionamento destes contatores iremos determinar a


corrente do fechamento em triângulo, ou melhor, a “Corrente de Fase” que
representa a corrente que circula em cada uma das bobinas do motor elétrico
trifásico.

Figura 7. Dimensionamento K1 e K2

Para realizarmos o dimensionamento dos contatores K1 e K2 deveremos


compreender que a corrente elétrica que circulará pelos contatos principais (contatos
de potência) será de fundamental importância para definirmos o tipo e modelo de
contator que será utilizado.

Tendo em vista que, nos casos dos contatores K1 e K2 a corrente que irá
percorrer seus contatos será a corrente de fase, então podemos começar deduzindo
a corrente de linha deste nosso sistema de partida, sendo assim temos:

IL = In Onde.

IL = Corrente de linha em A

In = corrente Nominal em A
31

A corrente de linha, ou seja, a corrente disponível na fonte de alimentação


será exatamente o valor nominal do motor elétrico, ou seja 20,2A. Portanto teremos
a corrente de linha igual a corrente nominal do motor elétrico escolhido:

IL = In

IL = 9,3 A

2.6.2 Corrente de Fase

Observando a corrente que circulará nos contatores K1 e K2 podemos notar


que não é a mesma corrente nominal do motor em função da divisão ocasionada
nos nós acima de K1 – Trata-se da “Corrente de Fase”. Devemos, portanto,
determinar a corrente fase que representa a corrente que circula nos contatores K1
e K2 no segundo estágio da partida estrela triângulo, veja no cálculo abaixo.

If = IL / por raiz de 3

Onde:

IL = Corrente de linha em A

If = Corrente de Fase em A

Raiz de três = x 0,58

Terremos então:

If = IL x 0,58

If = 9,3 x 0,58

If = 5,39 A
32

2.6.3 Determinando K1 e K2

Neste momento iremos determinar a corrente de emprego dos contatores K1


e K2 para que possamos escolher o melhor componente para a nossa aplicação
(partida estrela triângulo), sendo que a corrente de emprego deverá ser 15%
superior a corrente nominal sendo assim teremos a seguinte fórmula:

K1=K2= Ie > ( 0,58 x In ) x 1,15

Onde:

Ie = Corrente nominal de emprego ( do contator )

0,58 x In = Corrente de Fase em A

1,15 = Fator de serviço ( acressimo de 15%)

Obtemos o seguinte valor de corrente de emprego (Ie) do contator:

K1 = K2 = Ie > (0,58 x In) x 1,15

Ie = (0,58 x 9,3) x 1,15

Ie = 5,39 x 1,15

Ie = 6,20

Conhecendo a corrente de emprego podemos definir o contator a ser


utilizado, observe que as características oferecidas no exemplo definem a aplicação
do motor em regime normal de manobra com rotor gaiola de esquilo e desligamento
em regime, portanto o contator a ser utilizado será da Classe AC3 como vemos na
ilustração
33

Figura 8 - especificações do contator

O contator escolhido foi o CWM25 que, utilizado na classe AC3 conforme


necessidade, vinde placa do motor proposto, pode ser aplicado para potências
nominais de até 8,7cv conforme o item “B” acima (nossa necessidade é de 3 cv).
Este mesmo contator é aplicado a uma corrente de emprego máxima de 25A
conforme o item “A”,o cálculo determinou uma corrente mínima de emprego de
6,20A. O item “C” será utilizado no dimensionamento dos fusíveis logo a seguir.

2.6.4 Dimensionamento do Relé de Sobrecarga (Relé Térmico)


34

Observar que no sistema de partida estrela triângulo, a corrente que circula


no Relé térmico NÃO será a corrente nominal do circuito, analisando o diagrama é
possível notar que esta corrente é a corrente de fase do circuito quando fechado em
triângulo, portanto ao dimensionar este dispositivo devemos considerar esta corrente
parcial, senão teremos um relé térmico superdimensionado e sem função alguma no
circuito. Lembre-se que a corrente de fase, na verdade, representa a corrente
elétrica que circula através de cada uma das bobinas do motor elétrico trifásico.
Basta observar a imagem ao lado para notar que a corrente elétrica que circulará
pelo relé térmico é, na verdade, uma parcela da corrente nominal (total) já que esta
está sendo dividida nos nós existentes sobre o contator K1.

Figura 9 - Relé térmico

Sabendo disto podemos deduzir que a corrente deste dispositivo será


determinada da seguinte maneira:

I rele térmico = In / raiz de três

Onde:

I rele térmico = Corrente nominal do rele térmico em A

In = Corrente nominal em A

Sendo assim teremos uma necessidade de um relé térmico que suporte uma
corrente de aproximadamente 5,37A como podemos observar abaixo:

I rele termico = 9,3 / 1,732 = 5,37A


35

Conhecendo os relés térmicos podemos afirmar que a escolha deste


dispositivo, na grande maioria das vezes está diretamente relacionada ao contator
selecionado, por isso, em nosso dimensionamento foi determinado o relé de
sobrecarga de modelo RW27-1D com faixa de ajuste entre 5,6 a 8 A. Veja abaixo:

Figura 10 - Especificações do relé térmico

2.6.5 Determinando o K3

O contator K3 na partida estrela triângulo, somente será utilizado pelo sistema


no momento da partida do motor, ou seja, no momento em que o circuito assumir o
fechamento estrela, sendo assim, a corrente que circulará neste trecho do circuito
será de 33% a corrente nominal.

Então o cálculo da corrente de K3 fica assim:

K3 = Ie > (0,33 x In) x 1,15

Onde:

Ie = Corrente nominal de emprego (do contator k3)

0,33 x In = Corrente (estrela) em A


36

1,15 = Acréscimo de 15%

Isto resultará em uma necessidade de um contator que suporte uma corrente


de emprego de aproximadamente 7,6A como vemos abaixo:

Ik3 = Ie > (0,33 x 9,3) x 1,15

Ie = (3,07) x 1,15

Ie = 3,53A

Na escolha determinei que o melhor contator será o CWC 025:

Figura 11 - Especificações do K3

2.6.6 Dimensionamento de fusíveis de proteção

Os fusíveis no sistema de partida dos motores têm a função de proteger o


circuito como um todo, isto inclui os cabos, contatores e é claro, o relé térmico.
Neste caso, o dimensionamento passa por uma análise de três condições, sendo
que é necessário que se atenda o pior caso.
37

Figura do fusível

Veja a seguir as três situações a serem consideradas

 1º Caso

Inicialmente comprovaremos que a corrente do fusível deverá possui como corrente


nominal, no mínimo, 20% a mais que a corrente nominal do motor elétrico do nosso
exemplo, então teremos:

If > In x 1,2

If > 9,3 x 1,2

If = 11,16A

Onde:

If = Corrente nominal do fusível em A

In = Corrente Nominal

 2º Caso

Neste momento iremos verificar se o fusível realizará a proteção dos contatores


K1 e K2:

If < I fase max de K1 e K2

If < I fase max K1/K2

If < 50A
38

 3º Caso

Da mesma maneira que realizamos no segundo caso, faremos agora a


comparação para sabermos a situação da proteção do relé térmico:

If < I fase max de F7

If < I fase max F7

If < 40A

3 DESENVOLVIMENTO DO CIRCUITO

3.1 Diagrama de Força e Controle

Além de conhecer e especificar componentes, o profissional de força e


controle deve interpretar diagramas de força e controle para utilizá-los nas
montagens e executar manutenções. Os diagramas de força e controle são
divididos, com o próprio nome sugere, em circuitos de força e circuitos de controle.
Um projeto de força e controle pode possuir dezenas de páginas, por isso a correta
interpretação dos símbolos e métodos de organização e estruturação de um projeto
é fundamental.
Os diagramas de força apresentam os circuitos de potência, com os motores
instalados, bancos de resistência, bancos de capacitores, transformadores, ou
qualquer outra carga ligada ao sistema de potência.

3.2 Layout de Montagem

Tão importantes quanto os diagramas de força e controle são os layouts de


montagem. Esses desenhos mostram como o profissional deve instalar os
componentes do sistema do painel em si depois de montado. Os desenhos são
produzidos em escala reduzida e representam com exatidão as dimensões e
posicionamentos dos componentes dentro do painel, na porta do painel e algumas
vezes conexões entre painéis.
39

Com layout temos idéia do tamanho der painel que será necessário para
abrigar o sistema e seus componentes. Com isso pode-se evitar dimensionamentos
equivocados que provocam aquecimento interno excessivo e conseqüentes riscos
de incêndio.
Em curso de comandos elétricos geralmente não montamos painéis, pois
permanecemos trabalhando a lógica de relés e o funcionamento do sistema de
força. Mesmo assim é importante criar hábitos de executar as montagens
experimentais, em escolas profissionalizantes ou com profissionais da área, dentro
de um layout estabelecido, melhorando as conexões entre os elementos do circuito.
4 CONCLUSÃO

Com a proposta do projeto, que visa o aprimoramento dos conhecimentos


adquiridos em sala de aula, encontrei dificuldade na definição de qual seria o tema
do trabalho a ser desenvolvido, mesmo sabendo que o tema deveria ser compatível
diretamente com a área de formação técnica, neste caso, a área de Eletrotécnica.
Optei na montagem de um painel de força e comando, que ligaria um motor
trifásico com ligação partida estrela triângulo. Utilizando o conhecimento e os
componentes que foram estudados durante as aulas da formação técnica.
É evidente para todos nós que não necessariamente esta partida estará
presente em todos os ambientes onde atuamos, no entanto, considero que é o
sistema de partida de motores de indução trifásico mais importante e que precisa
estar no conhecimento de todo profissional da área.
Conhecer simplesmente a partida de motor não é suficiente, você vai precisar
“ser um iniciante qualificado”. Quando digo Iniciante Qualificado não estou me
referindo somente aos novos profissionais e sim a todos os profissionais que
possuem a necessidade de Dominar Comandos Elétricos.
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REFERÊNCIAS

NASCIMENTO, G. Comandos Elétricos: Teoria e Atividades. São Paulo: Érica,


2011.

FRANCHI, CLAITON MORO. Acionamentos Elétricos. São Paulo: Érica, 2007.


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ANEXO I

Lista dos materiais utilizados para montagem do projeto

Item Descrição Quantidade

1 Painel elétrico medindo 400mm x 600mm x 200mm 1 unidade


2 Trilho para fixação de componentes 1 metro
3 Anilhas para identificação das fases ( R / S / T ) -
4 Anilhas para identificação de cabos ( Numeros ) -
5 Disjuntor trifásico 16 amperes 1 unidade
6 Disjuntor bifásico 10 amperes 1 unidade
7 Contatora 9 amperes x 220 volts 1 unidade
8 Contatora 12 amperes x 220 volts 3 unidades
9 Relé Térmico 2,5 a 4 Amperes 2 unidade
10 Relé temporizador 3 a 30 segundos x 220volts 1 unidade
11 Calha perfurada em pvc 3 metros
12 Borne para contato 26 unidades
13 Cabo elétrico Dn 1,00mm 10 metros
14 Cabo elétrico Dn 2,5mm 10 metros
15 Botão de emergência 1 unidade
16 Botão de comando cor verde 2 unidades
17 Botão de comando cor vermelho 1 unidade
18 Sinaleira cor verde 1 unidade
19 Sinaleira cor amarela 1 unidade
20 Terminais de compressão tipo Agulha 30 unidades
21 Terminais de compressao tipo olhal 10 unidades
22 Tubo aspiral 2 metros
23
24
25
26
27
28
29
42

30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40

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