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Débora Bassitt e Mário Louzã Neto entendem que os TPs constituem o modo
habitual de ser do indivíduo.
A distinção entre personalidade normal e anormal costuma ser difícil e há uma
tendência em se considerar as variações dimensionais e quantitativas dos traços
considerados dentro da linha de normalidade para diagnosticar um indivíduo com
desenvolvimento anômalo de personalidade.
O DSM-IV não apresenta uma causa determinante do surgimento desse TPs. Como
mencionado anteriormente, uma variedade de fatores podem conduzir ao
desenvolvimento anômalo da personalidade. Portanto, trata-se de transtorno com causas
múltiplas, relacionadas, muitas vezes, às vivências do indivíduo durante a infância e
adolescência.
Os indivíduos portadores dessa TPs tendem a ter relações conturbadas consigo e com
seu meio social, pois possuem um sentimento grandioso de sua própria importância,
consideram-se perfeitos, supervalorizam suas capacidades e exageram suas realizações.
Louzã, Elkis e Cols, em Psiquiatria Básica (Porto Alegre, Artmed 2007, 2ª Edição),
apontam que esse transtorno em específico é caracterizado pela grandiosidade da fantasia
e do comportamento, hipersensibilidade à avaliação dos outros, sentimentos de autoridade
e falta de empatia.
Por fim, com relação a imputabilidade penal, não houve registros que o TPN é
capaz de impossibilitar a compreensão do caráter ilícito do fato ou de determinar seu
comportamento de acordo com esse entendimento.
Donjuanismo é uma expressão em desuso que veio à tona há algum tempo, depois
do filme Don Juan de Marco, com Marlon Brando e Johnny Depp. Don Juan é um
personagem literário tido como símbolo da libertinagem. A síndrome do donjuanismo
trata de um padrão de personalidade caracterizado por uma pessoa narcisista, enamorada,
inescrupulosa, amada e odiada e que faz tudo valer para a conquista de uma pessoa.
Normalmente essas pessoas ignoram a decência e a virtude moral mas seu papel
social tenta mostrar o contrário; são eminentemente sedutores. O aspecto de desafio
mobiliza o donjuan, fazendo com que a conquista amorosa tenha ares de esporte e
competição, muitas vezes convidando amigos para apostas sobre sua competência em
conquistar essa ou aquela mulher. Não é raros que esses conquistadores tragam listas e
relações das mulheres conquistadas, tal como um troféu de caça.
Não será totalmente lícito dizer, como dizem alguns, que o donjuan se diverte com
o sofrimento alheio. Na realidade parece mais que seja insensível ao sentimento alheio
do que tenha prazer com ele. De fato, parece que eles não experimentam com o amor o
mesmo tipo de sentimento que as demais pessoas. O amor neles é um sentimento fugaz,
passageiro e que, continuadamente, tem o objeto-alvo renovado. Se algum déficit pode
ser apurado na personalidade do donjuan, este se dá no controle da vontade.
Apesar dessa compulsão à sedução, isso não significa que a pessoa portadora de
donjuanismo seja, obrigatoriamente, mais viril ou mais ativo sexualmente. Esse quadro
não deve ser confundido com a Atividade Sexual Compulsiva onde, aí sim há
hipersexualidade.
5.2 Psicopatologia
I. Um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que ocorre
desde os 15 anos, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios:
(2) propensão para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou
ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer
(7) ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido,
maltratado ou roubado outra pessoa.
Nosso Don Juan poderia ser incluído no item 2 desse diagnóstico mas, mesmo
assim, fica meio vago e pouco preciso pois, em nosso caso, o sofrimento seria mais por
conta das vítimas do Don Juan que dele próprio e isso não está claro na descrição do
DSM.IV.
A impressão (falsa) que se tem sobre o donjuan é que, assim como é bem sucedido
nas conquistas amorosas, também deve sê-lo em relação aos demais aspectos de sua vida.
Entretanto, apesar dessas pessoas dominarem muito bem a arte da conquista do sexo
oposto, elas não costumam ter a mesma habilidade em outras áreas da atividade humana;
ocupacional, empresarial, estudantil ou mesmo familiar.
A trajetória de sua vida nem sempre resulta num final satisfatório. Normalmente
as pessoas com esse perfil de personalidade acabam por não se fixarem com nenhuma
companhia mais seriamente, não constituem família e acabam se aborrecendo quando
constatam que não têm mais facilidade para conquistar mocinhas de 20 anos quando já
estão na casa dos 60. Além disso, muitas vezes acabam ridicularizados por essas tentativas
totalmente fora do contexto.
1. Comportamento exibicionista;
Dito isso, cada caso a ser investigado é único, cabendo aos médicos peritos de
uma Junta de inspeção de Saúde valer-se do diagnóstico psiquiátrico, bem como do
discernimento de se tratar o mesmo de uma alienação mental ou não, uma vez que, no
caso dos transtornos de personalidade, o diagnóstico por si só não determina invalidez do
indivíduo.
Na esfera cível, por sua vez, apesar de existirem várias outras solicitações, o
exame psiquiátrico mais comumente realizado no Brasil é aquele para fins de interdição,
em que se avalia a capacidade do indivíduo de reger sua própria pessoa e administrar seus
bens. A maioria dos portadores de transtorno de personalidade não sofre qualquer
intervenção judicial. No entanto, casos mais graves podem gerar uma interdição parcial.
6.2 Tratamento
O termo “esquizóide” foi criado por Eugen Bleuler no início do século XX para
definir uma tendência do indivíduo a dirigir sua atenção para o mundo interior, fechando-
se ao mundo exterior.
7.1 Características
Os esquizóides geralmente não sentem fortes emoções, tais como raiva ou alegria,
possuindo uma faixa restrita de expressão emocional, o que os faz parecer frios e
indiferentes.
7.4 Imputabilidade
O Código Penal prevê, em seu artigo 26, que “é isento de pena o agente que, por
doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.”
Assim, pode ser necessária uma perícia para elucidar se o agente era inteiramente
capaz no momento em que praticou o crime, mormente pela possibilidade do indivíduo
com personalidade esquizóide apresentar surtos psicóticos breves.
BALLONE GJ, Moura EC. Síndrome de Don Juan e "Ficar com" - in. PsiqWeb, Internet,
disponível em http://www.psiqweb.med.br . Acessado em 23/10/2014).
ELKIS, Hélio. LOUZÃ NETO, Mário. Psiquiatria Básica. Porto Alegre, Artmed, 2007.
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ZANOR, Charles. Narcisismo será retirado da "bíblia" dos transtornos psiquiátricos. The
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psiquiatricos.htm. Acessado em: 26/10/2014.
DIREITO
TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE
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2014