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Nº 12.

657 / PRC
MANDADO DE SEGURANÇA Nº 30406/DF
PROCEDÊNCIA : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. JOAQUIM BARBOSA
IMPETRANTE : ALOIZIO FILARDI E OUTRO(A/S)
IMPETRADO : DIRETOR DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS DO IBAMA -
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS
RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

Trata-se de mandado de segurança, com pedido de liminar,


impetrado por servidores públicos federais do IBAMA objetivando restabelecer o
pagamento de parcela remuneratória, concedida por decisão judicial transitada em
julgado, suspenso por força do Ac. 2562/2004 da Primeira Câmara do Tribunal
de Contas da União.

2. Relatam os Impetrantes que o pagamento da parcela referente ao


reajuste de 84,32% – incorporado aos seus vencimentos por força da decisão
proferida na ação ordinária n° 930002057-9, da 1ª Vara Federal da Seção
Judiciária de Alagoas – foi suspenso em janeiro de 2008.
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3. Alegam, em síntese, ofensa ao princípio constitucional da


coisa julgada e a necessidade de verificar, caso a caso, a absorção da referida
vantagem pela Lei n° 10.402/02, que reestruturou a sua carreira.

4. O Tribunal de Contas da União prestou informações,


manifestando-se, preliminarmente, pela decadência do writ, e, no mérito, pela
legalidade da decisão impetrada por não ter a vantagem sido incorporada à
remuneração dos Impetrantes e pela absorção da parcela pelos posteriores
reajustes dos servidores federais, especialmente a Lei n° 10.410/2002, que criou e
disciplinou a carreira d especialista em Meio Ambiente, aumentando os
vencimentos básicos dos servidores do IBAMA.

5. A liminar foi indeferida.

6. É o relato do necessário.

II

7. O writ não deve ser conhecido.

8. A suspensão do pagamento da parcela remuneratória em questão


ocorreu em janeiro de 2008, mas o mandado de segurança só foi impetrado no dia
5/8/2009. Trata-se de ato comissivo que não foi atacado no prazo legal. Impõe-se
a decretação da intempestividade da presente impetração. Neste sentido:

“DECISÃO: Trata-se de mandado de segurança impetrado por Eclésia


Maria Costa Santos da Silva contra atos coatores do Ministro Presidente do
Tribunal de Contas da União - TCU e do Presidente do Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, que
determinaram a suspensão do pagamento da incorporação do reajuste
de 84,32% aos proventos da impetrante, valor do IPC relativo ao mês de
março de 1990, oriundo do chamado "Plano Collor". 2. Sustenta a
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tempestividade da impetração por se tratar de obrigação de trato
sucessivo --- pagamento de proventos de pensão por morte --- renovando-se
o prazo do art. 18 da Lei n. 1.533/51 a cada mês em que a parcela é
suprimida da folha de pagamentos. 3. Alega que o Acórdão TCU n.
2.867/2005 afronta a coisa julgada nos autos da reclamação trabalhista n.
2386/1992, cuja sentença [fls. 17/21] condenou o IBAMA a acrescentar aos
vencimentos da impetrante o referido percentual. 4. Requer, liminarmente,
seja restabelecido o pagamento da parcela nos seus proventos de pensão,
concedendo-se a ordem para reconhecer a legalidade da incorporação
questionada. 5. É o relatório. Decido. 6. Verifico do exame da
documentação juntada aos autos que o Acórdão TCU n. 2.867/2005 foi
publicado no Diário Oficial de 30.11.2005 [fls. 24/25]. A comunicação
enviada à impetrante data 29.12.2005 [fl. 26]. 7. O prazo decadencial para
impetração de mandado de segurança expirou em 29.03.2006. Tomando-
se por base a efetiva notificação da impetrante, a decadência operou-se em
27.04.2006. O presente writ foi protocolado em 10.05.2006. 8. A
jurisprudência desta Corte é clara ao afirmar que, em se tratando de
relação jurídica de caráter continuado, o prazo para impetrar mandado
de segurança renova-se a cada omissão da Administração Pública em
descumprir a lei. 9. Tratando-se, porém, de ato comissivo, que evidencia
a intenção inequívoca do Poder Público em praticá-lo, o prazo de 120
dias para a impetração conta-se a partir da sua realização:
"DECADÊNCIA - MANDADO DE SEGURANÇA - PRESTAÇÕES
SUCESSIVAS - ATOS COMISSIVOS E OMISSIVOS - DISTINÇÃO.
Incide a decadência quando a impetração, embora a envolver relação
jurídica de débito continuado, está dirigida contra ato comissivo, e não
simplesmente omissivo, da autoridade coatora" [MS 25.136, Relator o
Ministro MARCO AURÉLIO, DJ de 06.05.2005, grifou-se]. "Conforme
orientação do pleno do Supremo Tribunal Federal firmada no MS 21.248, o
prazo decadencial do mandado de segurança em casos de prestações
sucessivas (pagamento de remuneração de servidores) é contado a
partir de cada novo ato, salvo se houver rejeição expressa da pretensão
pela autoridade administrativa. Orientação que, na hipótese, impede a
conclusão de que a impetração se destina a substituir ação de cobrança.
Recurso conhecido e parcialmente provido, para que o Tribunal a quo,
afastada a preliminar, examine o pedido como lhe parecer de direito" [RMS
n. 24.534, Redator para o acórdão o Ministro JOAQUIM BARBOSA, DJ de
28.05.2004. Grifou-se]. 10. O prazo decadencial não admite suspensão ou
interrupção. Em se tratando de ato comissivo da Administração, impõe-
se a decretação da intempestividade do presente writ, nos termos da
jurisprudência acima mencionada. (...) Nego seguimento ao mandado de
segurança, nos termos do art. 21, § 1º, do RISTF c/c art. 18 da Lei n.
1.533/51, ressalvado à impetrante o uso das vias ordinárias. Comunique-se.
Publique-se. Brasília, 12 de junho de 2006. Ministro Eros Grau - Relator -
(MS 26008, Relator(a): Min. EROS GRAU, julgado em 12/06/2006,
publicado em DJ 20/06/2006 PP-00018)”.

9. Além disso, constata-se que a decisão do TCU não se refere a


nenhum dos Impetrantes.
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10. Não há, também, como verificar se o acórdão do TRF da 5ª


Região abriga os Impetrantes.

III

11. Diante do exposto, o Ministério Público Federal manifesta-se


pelo indeferimento do mandado de segurança.

Brasília, 26 de junho de 2012.

PAULO DA ROCHA CAMPOS


Subprocurador-Geral da República

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