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Aplicação da geocomputação a estudos de


susceptibilidade de deslizamentos de terra

Thesis · March 2012

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1 author:

Alessandra Martins Coelho


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais
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Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências
Instituto Politécnico

Alessandra Martins Coelho

Aplicação da geocomputação a estudos de susceptibilidade de


deslizamentos de terra

Nova Friburgo
2012
Alessandra Martins Coelho

Aplicação da geocomputação a estudos de susceptibilidade de deslizamentos de terra

Tese apresentada, como requisito para


obtenção do título de Doutor, ao Programa de
Pós-Graduação em Modelagem
Computacional do Instituto Politécnico, da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Área de concentração: Matemática Aplicada e
Computação Científica.

Orientadores: Prof. Dr. Joaquim Teixeira de Assis


Prof. Dr. Marcus Peigas Pacheco

Nova Friburgo
2012
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC/E

C762 Coelho, Alessandra Martins.


Aplicação da geocomputação a estudos de susceptibilidade
de deslizamentos de terra / Alessandra Martins Coelho.- 2012.
187 f.: il.

Orientadores: Prof. Joaquim Teixeira de Assis e Prof.


Marcus Peigas Pacheco.
Tese (Doutorado) – Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Instituto Politécnico.

1. Processamento de imagens – Teses. 2. Deslizamento –


Teses. 3. Sistemas de reconhecimento de padrões – Teses. 4.
Visão por computador – Teses. 5. Fotografia estereoscópica –
Teses. 6. Sistemas de indicação visual tridimensional – Teses.
7. Catástrofes naturais – Teses. I. Assis, Joaquim Teixeira de.
II. Pacheco, Marcus Peigas. III. Universidade do Estado do Rio
de Janeiro. Instituto Politécnico. IV. Título.

CDU 624.131.53:004.932

Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta
dissertação.

______________________________________ _______________________
Assinatura Data
Alessandra Martins Coelho

Aplicação da Geocomputação a estudos de susceptibilidade de deslizamentos de terra

Tese apresentada, como requisito para


obtenção do título de Doutor, ao Programa de
Pós-Graduação em Modelagem
Computacional do Instituto Politécnico, da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Área de concentração: Matemática Aplicada e
Computação Científica.

Aprovado em 13 de março de 2012.


Banca Examinadora:

__________________________________________________________
Prof. Dr. Joaquim Teixeira de Assis (Orientador)
Instituto Politécnico - UERJ

__________________________________________________________
Prof. Dr. Marcus Peigas Pacheco (Co-Orientador)
Faculdade de Engenharia - UERJ

__________________________________________________________
Prof. Dr. João Flávio Vieira Vasconcellos
Instituto Politécnico - UERJ

__________________________________________________________
Prof. Dr. Nilton Alves Junior
CBPF/MCT

__________________________________________________________
Profª. Dra. Bernadete Ragoni Danziger
Faculdade de Engenharia - UERJ

__________________________________________________________
Profa. Dra. Inayá Corrêa Barbosa Lima
COPPE/UFRJ

Nova Friburgo
2012
DEDICATÓRIA

Ao meu pai Fábio (Fabinho) Coelho Gomes (sempre presente), minha mãe Rosa Maria, meu
irmão Fabrício, meu marido e companheiro Raimundo e ao meu filho Heitor, dedico.
AGRADECIMENTOS

Ao final desta etapa tenho muito a agradecer a Deus, por ter conseguido superar todos
os obstáculos que surgiram no período de realização deste trabalho.
Agradeço, também, a todos aqueles que de algum modo me auxiliaram para que esta
tese fosse realizada, e, principalmente:
Aos meus pais Fábio (Fabinho) e Rosa Maria pela ajuda e incentivo diário. Cada
conquista minha dedico a vocês.
Ao meu filho Heitor, pelo dom de transformar os meus momentos de tristeza em
alegria.
Ao meu marido, amigo e companheiro Raimundo, pela compreensão, carinho e
incentivos diários. Obrigada pela paciência.
Ao meu irmão Fabrício, principalmente por estar sempre disposto a viajar comigo à
Nova Friburgo.
À minha amiga (irmã) Julliany Sales Brandão, por estar sempre presente.
Aos meus orientadores Joaquim Teixeira de Assis e Marcus Peigas Pacheco pela
confiança depositada em mim na realização deste trabalho.
Ao professor Gil de Carvalho pela amizade e por todo apoio recebido.
A natureza não erra nem acerta, ela é o que é, e permite ser conhecida. Quem erra ou acerta é
o homem em suas relações com a natureza.
Álvaro Rodrigues dos Santos
RESUMO

COELHO, Alessandra Martins. Aplicação da geocomputação a estudos de susceptibilidade


de deslizamentos de terra. 2012. 187 f. Tese (Doutorado em Modelagem Computacional) –
Instituto Politécnico, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Nova Friburgo, 2012.

Esta tese propôs uma metodologia para detecção de áreas susceptíveis a deslizamentos
de terra a partir de imagens aéreas, culminando no desenvolvimento de uma ferramenta
computacional, denominada SASD/T, para testar a metodologia. Para justificar esta pesquisa,
um levantamento sobre os desastres naturais da história brasileira relacionada a deslizamentos
de terra e as metodologias utilizadas para a detecção e análise de áreas susceptíveis a
deslizamentos de terra foi realizado. Estudos preliminares de visualização 3D e conceitos
relacionados ao mapeamento 3D foram realizados. Estereoscopia foi implementada para
visualizar tridimensionalmente a região selecionada. As altitudes foram encontradas através
de paralaxe, a partir dos pontos homólogos encontrados pelo algoritmo SIFT. Os
experimentos foram realizados com imagens da cidade de Nova Friburgo. O experimento
inicial mostrou que o resultado obtido utilizando SIFT em conjunto com o filtro proposto, foi
bastante significativo ao ser comparado com os resultados de Fernandes (2008) e Carmo
(2010), devido ao número de pontos homólogos encontrados e da superfície gerada. Para
detectar os locais susceptíveis a deslizamentos, informações como altitude, declividade,
orientação e curvatura foram extraídas dos pares estéreos e, em conjunto com as variáveis
inseridas pelo usuário, forneceram uma análise de quão uma determinada área é susceptível a
deslizamentos. A metodologia proposta pode ser estendida para a avaliação e previsão de
riscos de deslizamento de terra de qualquer outra região, uma vez que permite a interação com
o usuário, de modo que este especifique as características, os itens e as ponderações
necessárias à análise em questão.

Palavras-chave: Visão computacional. Estereoscopia. Modelo digital de terreno.


Susceptibilidade de deslizamentos.
ABSTRACT

COELHO, Alessandra Martins. Geocomputation application to studies of landslides


susceptibility. 2012. 187 f. Tese (Doutorado em Modelagem Computacional) – Instituto
Politécnico, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Nova Friburgo, 2012.

The purpose of this thesis is a methodology to detect locations susceptible to


landslides from the aerial images, culminating in the development of software, denominated
SASD/T, to testing the methodology. To justify this research, a survey about natural disasters
in Brazilian history related to landslides and methodologies used for detection and analysis of
areas susceptible to landslides was realized. Preliminaries studies of the 3D visualization and
concepts related to 3D mapping of an area were carried out. The stereoscopy technique was
implemented to visualize three-dimensionally the selected region. Altitudes were found via
parallax, from the homologous points found by the SIFT algorithm. The experiments were
performed with Nova Friburgo city images. The initial experiment showed that the results
obtained using the SIFT algorithm together with the proposed filter was highly significant
when compared with the results of Fernandes (2008) and Carmo (2010), due to the number of
homologous points found and the generated surface. To detect locations susceptible to
landslides, information such as altitude, slope, aspect and curvature areas was extracted from
the stereo pairs and, together with the variables entered by the user, was provided an analysis
of how a particular area is susceptible to landslides. The proposed methodology can be
extended to the evaluation and prediction of landslide risks in any other region, since it allows
interaction with the user, so that it specifies the characteristics, the items and the weights
needed for the analysis in question.

Keywords: Computer vision. Estereoscopy. Digital terrain model. Landslides susceptibility.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 – Procedimentos para previsão de áreas susceptíveis a deslizamentos............. 23


Quadro 2 – Principais grupos de atributos que afetam a estabilidade das encostas.......... 29
Quadro 3 – Classes geomorfológicas associadas às espessuras de solo........................... 35
Quadro 4 – Apresentação dos resultados de Carvalho e Riedel........................................ 36
Foto 1 – Fotografia terrestre de uma rua...................................................................... 51
Figura 1 – Exemplo de uma malha triangular.................................................................. 57
Figura 2 – Exemplo de uma malha regular...................................................................... 57
Quadro 5 – Resumo das principais vantagens e desvantagens do uso de grades
regulares e triangulares.................................................................................. 58
Figura 3 – Relações geométricas da paralaxe estereoscópica......................................... 59
Figura 4 – Representação Hipotética de duas imagens aéreas verticais consecutivas de
um terreno. .................................................................................................... 60
Figura 5 – Representação de um talude natural/encosta.................................................. 73
Figura 6 – Representação de um talude de corte e talude artificial............................... 73
Figura 7 – Representação da inclinação de uma encosta................................................. 74
Figura 8 – Representação do filtro 3×3 ........................................................................... 75
Figura 9 – Mapa do estado do Rio de Janeiro, com destaque para o município de Nova
Friburgo e seus oito distritos. ........................................................................ 85
Figura 10 – Feições do relevo. .......................................................................................... 86
Figura 11 – Mapa geológico simplificado......................................................................... 88
Figura 12 – Imagens aéreas do município de Nova Friburgo........................................... 91
Figura 13 – Posição das marcas fiduciais.......................................................................... 93
Figura 14 – MDT gerado a partir de E1.1, mostrado de perspectivas diferentes.............. 94
Figura 15 – MDT gerado a partir de E1.2, mostrado de perspectivas diferentes.............. 95
Figura 16 – MDT gerado a partir de E1.3, mostrado de perspectivas diferentes.............. 95
Figura 17 – MDT gerado a partir de E1.4, mostrado de perspectivas diferentes.............. 96
Figura 18 – MDT gerado a partir de E1.5, mostrado de perspectivas diferentes.............. 96
Figura 19 – Imagens geradas para o par de imagens Img1 e Img2 nos trabalhos
Fernandes (2008), Carmo (2010) e Experimento 1. ...................................... 97
Figura 20 – Pontos encontrados pelo SIFT – imagens Img3 e Img4................................. 98
Figura 21 – Exemplo do resultado das correspondências encontradas na imagem E2.1
em uma aplicação do algoritmo SIFT utilizando diferentes valores para o
distRatio......................................................................................................... 100
Figura 22 – Resultado da aplicação de filtro para descarte de correspondências falso-
positivas no resultado da Figura 24(d)............................................................ 101
Figura 23 – Resultados obtidos com o par de imagens do teste E2.4................................ 102
Figura 24 – Redução dos pontos encontrados representando uma malha de 64x64 pixels
e 256x256 pixels.............................................................................................. 103
Figura 25 – Resultados obtidos com o par de imagens E2.1.............................................. 104
Figura 26 – Resultados obtidos com o par de imagens E2.2.............................................. 105
Figura 27 – Resultados obtidos com o par de imagens E2.3.............................................. 106
Figura 28 – Resultados obtidos com o par de imagens E2.5............................................. 107
Figura 29 – Geração do MDT para o teste E2.1................................................................. 108
Figura 30 – Geração do MDT para o teste E2.2................................................................. 109
Figura 31 – Geração do MDT para o teste E2.3................................................................ 110
Figura 32 – Geração do MDT para o teste E2.5. .............................................................. 111
Quadro 6 – Variáveis e pesos inseridos no SASD/T......................................................... 112
Figura 33 – Representação do mapa de declividade e aspecto para E2.3.......................... 114
Figura 34 – Representação da superfície de curvatura para E2.3...................................... 115
Figura 35 – Exemplo de imperfeições observadas na imagem original E1.1 (recorte
E2.1)............................................................................................................... 117
Figura 36 – Exemplo de imperfeições observadas na imagem original E1.3 (recorte
E2.5)............................................................................................................... 117
Figura 37 – Tela Principal do Sistema............................................................................... 156
Figura 38 – Menu do Sistema............................................................................................ 156
Figura 39 – Tela para cadastro de dados externos..............................................................157
Figura 40 – Entrada de Dados - tela para cadastro de dados externos............................... 157
Figura 41 – Tela Marcas Fiduciais....................................................................................... 158
Figura 42 – Imagens carregadas na tela Marcas Fiduciais................................................. 159
Figura 43 – Tela Selecionar Área....................................................................................... 159
Figura 44 – Exemplo de Imagens selecionadas e salvas pelo Sistema.............................. 160
Figura 45 – Tela Superfície................................................................................................ 161
Figura 46 – Tela Superfície. Abrindo uma Imagem para Análise..................................... 161
Figura 47 – Visualização das altitudes em 2D................................................................... 162
Figura 48 – Visualização de uma Imagem em 3D, usando rotação................................... 163
Figura 49 – Menu Análise de Susceptibilidade.................................................................. 164
Figura 50 – Tela Cadastro de Variáveis............................................................................. 164
Figura 51 – Tela Cadastro de Variáveis – Inserção de Tipo e Ponderação........................ 165
Figura 52 – Tela Análise de Susceptibilidade de Deslizamentos...................................... 166
Figura 53 – Menu Ajuda.................................................................................................... 166
Figura 54 – Tela Guia do Usuário..................................................................................... 167
Figura 55 – Tela Sobre o Sistema...................................................................................... 167
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classes de declividade................................................................................... 33


Tabela 2 – Pesos atribuídos às classes temáticas............................................................ 34
Tabela 3 – Pesos atribuídos aos condicionantes abordados............................................ 35
Tabela 4 – Definição das classes de estabilidade baseada nos valores de FS................. 38
Tabela 5 – Informações sobre a calibração..................................................................... 92
Tabela 6 – Parâmetros determinados na calibração........................................................ 92
Tabela 7 – Referencial fiducial....................................................................................... 92
Tabela 8 – Altura média do voo e tamanho da imagem.................................................. 92
Tabela 9 – Número de pontos encontrados com a técnica SIFT..................................... 94
Tabela 10 – Aquisição dos recortes de imagens............................................................... 99
Tabela 11 – Resumo dos resultados dos testes realizados com um par de imagens
(Figura 21) no algoritmo SIFT...................................................................... 101
Tabela 12 – Faixas de classificação do modelo de elevação (m) e legenda em cores...... 112
Tabela 13 – Faixas da classificação da declividade e legenda em cores.......................... 113
Tabela 14 – Faixas da classificação do aspecto ou azimute e legenda em cores.............. 113
Tabela 15 – Faixas da classificação da superfície de curvatura e legenda em cores........ 113
LISTA DE SIGLAS

AHP Processo Analítico Hierárquico (Analytical, Hierarchy Process).

APA Área de Preservação Ambiental.

API Interface de Programação de Aplicação (Applications Programming


Interface).

ASPRS Sociedade Americana de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto (American


Society for Photogrammetry and Remote Sensing).

CAD Desenho Assistido por Computador.

CENPES Centro de Pesquisas da Petrobrás.

CGC Centro de Gerenciamento de Crise.

CONDER Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia.

CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - Serviço Geológico do


Brasil.

DEM Digital Elevation Model.

DLLs Dynamic Link Library.

DSM Digital Surface Model.

DTM Digital Terrain Model.

ECOTEMA Instituto Ecologia e Tecnologia de Meio Ambiente.

Epagri Empresa de Pesquisa Agropecuária de Extensão Rural de Santa Catarina.

FNMA Fundo Nacional do Meio Ambiente.

FS Fator de Segurança.

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Insar Interferometria de Radar de Abertura Sintética.

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas.

MDE Modelo Digital de Elevação.


MDEHC Modelo Digital de Elevação Hidrograficamente Consistente.

MDS Modelo Digital de Superfície.

MDT Modelo Digital de Terreno.

MIT Massachussets Institute of Technology.

MNE Modelo Numérico de Elevação.

MNT Modelo Numérico de Terreno.

NSE Nível de Suscetibilidade a Escorregamento.

ONU Organização das Nações Unidas.

OpenGL Open Graphical Library.

PDI Processamento Digital de Imagens.

PEMAS Plano Estratégico Municipal para Assentamentos Subnormais de Ilhéus.

PIs Planos de Informação.

PIV Programa de Identificação de Vítimas.

PMRRB Plano Municipal de Redução de Riscos de Blumenau.

SAEG Sistema para Análises Estatísticas.

SASD/T Sistema para Análise de Susceptibilidade de Deslizamentos de Terra.

SGBD Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados.

SIFT Scale Invariant Feature Tranform.

SIG Sistemas de Informação Geográfica.

SITH Sistema de Imagens Tridimensional Híbrido.

SURF Speed Up Robust Features.

TIN Rede ou Grade Triangular Irregular.

UNISDR United Nations International Strategy for Disaster Reduction.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................. 18
1 METODOLOGIAS DE PREVENÇÃO E DETECÇÃO DE ÁREAS
SUSCEPTÍVEIS A DESLIZAMENTOS......................................................... 22
1.1 Técnicas utilizadas na previsão de áreas susceptíveis a deslizamentos ....... 23
1.2 Aplicações reais relacionadas à previsão de áreas susceptíveis a
deslizamentos no Brasil..................................................................................... 26
1.3 Considerações.................................................................................................... 42
2 VISUALIZAÇÃO TRIDIMENSIONAL......................................................... 43
2.1 Fotogrametria.................................................................................................... 44
2.1.1 Evolução da fotogrametria.................................................................................. 46
2.1.2 Divisões da fotogrametria................................................................................... 46
2.1.2.1 Fotogrametria de curto alcance........................................................................... 47
2.1.2.2 Fotogrametria terrestre........................................................................................ 47
2.1.2.3 Fotogrametria aérea............................................................................................. 48
2.1.2.4 Fotografia espacial.............................................................................................. 48
2.1.3 Vantagens e limitações da fotogrametria............................................................ 49
2.2 Estereoscopia..................................................................................................... 50
2.3 Visão computacional......................................................................................... 52
2.4 Modelagem Digital de Terreno......................................................................... 53
3 CONCEITOS RELACIONADOS AO MAPEAMENTO
TRIDIMENSIONAL DE UMA ÁREA............................................................ 59
3.1 Paralaxe.............................................................................................................. 60
3.2 Geometria básica da fotografia aérea ............................................................. 61
3.3 Restituição fotogramétrica............................................................................... 64
3.3.1 Orientação Interior............................................................................................... 65
3.3.2 Orientação Exterior.............................................................................................. 67
3.4 Interpolação....................................................................................................... 72
3.5 Declividade......................................................................................................... 72
3.6 Cálculo da declividade a partir de uma grade regular.................................. 75
3.6.1 O método Zevenbergen e Thorne........................................................................ 76
3.6.2 O método Horn.................................................................................................... 79
3.6.3 O método Evans-Young...................................................................................... 81
4 EXTRAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS........................................................ 83
4.1 Scale Invariant Feature Transform (SIFT)...................................................... 83
5 ASPECTOS GERAIS DA ÁREA DE ESTUDO............................................ 85
6 IMPLEMENTAÇÃO DO MÉTODO PROPOSTO E ANÁLISE
EXPERIMENTAL............................................................................................ 89
6.1 Sistema para análise de susceptibilidade de deslizamento de terra
(SASD/T)............................................................................................................ 89
6.2 Descrição dos experimentos.............................................................................. 90
6.2.1 Detecção de pontos homólogos e geração do MDT............................................ 93
6.2.2 Simulações para detecção de áreas susceptíveis a deslizamentos....................... 111
6.2.3 Problemas encontrados na detecção dos pontos.................................................. 116
CONCLUSÃO................................................................................................... 119
TRABALHOS FUTUROS................................................................................ 120
REFERÊNCIAS................................................................................................ 121
APÊNDICE A - Histórico dos deslizamentos de encostas no Brasil................ 141
APÊNDICE B – Sistema para análise de susceptibilidade de deslizamento de
terra (SAD/T)...................................................................................................... 156
ANEXO A – Legislação referente à ocupação de encostas................................ 168
ANEXO B - Certificado de calibração da câmera aerofotogramétrica...............171
18

INTRODUÇÃO

Os deslizamentos ou escorregamentos são fenômenos naturais com capacidade de


mudar e modelar a superfície da terra (GUIMARÃES et al., 2003, p.134) . Um fenômeno
natural é denominado desastre natural quando ocorre em uma comunidade ou sociedade,
causando uma perturbação de grande intensidade (como perdas humanas, materiais,
econômicas ou ambientais) e cujo impacto excede a capacidade de arcarem com seus próprios
recursos (UNISDR, 2009, p.09).
Partindo do princípio de que a imprensa procura divulgar as ocorrências que afetam a
ocupação humana, a divulgação desses fenômenos está sujeita à localização e ao impacto que
os mesmos podem causar (COUTINHO, 2002). Neste sentido, os números divulgados são
menores que a quantidade real de ocorrências.
Ocorrendo no meio rural, os desastres naturais podem afetar desde áreas agricultáveis,
a terras improdutivas e florestadas. As erosões, por exemplo, são fenômenos que provocam a
perda de uma grande área representada pelo solo agricultável, podendo acarretar na redução
da fertilidade natural, redução da produtividade agrícola, aumento do consumo de fertilizantes
químicos, encarecimento da produção agropecuária, além do assoreamento e poluição de rios,
lagos e açudes (CASTRO, 2003).
Os desastres naturais quando ocorrem nas vias de transportes, como as estradas,
podem acarretar grandes perdas materiais, uma vez que podem impedir o tráfego de veículos
e, consequentemente, a circulação de produtos, muitas vezes perecíveis.
Quando fenômenos naturais ocorrem no meio urbano, acabam recebendo o maior
foco, visto que, muitas vezes, não estão associados somente a perdas materiais, mas a perdas
humanas. No caso de deslizamentos, por exemplo, a maioria das ocorrências está associada ao
uso de maneira inadequada e desordenada do solo urbano.
O Brasil, pela grande extensão territorial e diversidade de condições climáticas, está
sujeito aos desastres naturais ou àqueles induzidos pela ação antrópica (alterações realizadas
pelo homem) (SUHOGUSOFF; PILIACKAS, 2007), principalmente aqueles associados às
porções susceptíveis do seu relevo (FERNANDES; AMARAL, 1996). Os “deslizamentos em
encostas [...] representam um dos fenômenos naturais que maior número de vítimas e danos
produz no Brasil” (SILVA, 2006, p.17). Em geral, estão relacionados com períodos chuvosos,
como o verão na região sul e sudeste e o inverno na região nordeste, devido à possibilidade da
19

ocorrência de eventos pluviométricos intensos e prolongados (TOMINAGA; SANTORO;


AMARAL, 2009, p. 18). Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo (IPT) e descrito em (BRASIL, 2007) aponta que a distribuição
geográfica de deslizamentos de encostas no Brasil vem afetando aproximadamente 150
municípios brasileiros, localizados principalmente nos estados de Rio de Janeiro, São Paulo,
Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Santa Catarina.
Os deslizamentos são fenômenos que podem ser previstos, ou seja, pode-se conhecer
previamente onde, em que condições vão ocorrer e qual será a sua magnitude (BRASIL,
2007). De acordo com a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) - Serviço
Geológico do Brasil (CPRM, 2007), são fatores que causam deslizamentos: a inclinação do
terreno, a intensidade e duração da chuva, as características geotécnicas das rochas e solos, a
quantidade de água que infiltra no solo, os cortes e aterros para construção de moradias, o
lançamento de águas servidas (esgoto) na encosta, os vazamentos de reservatórios ou caixas
d’água, o lixo e entulho lançados na encosta, o tipo e porte de vegetação da encosta, as ruas
sem calçamento e sistema de drenagem, e os desmatamentos.
O desenvolvimento de metodologias visando prever a ocorrência de deslizamentos
vem assumindo um papel importante na literatura geomorfológica e geotécnica. Entretanto,
existem diferentes concepções do problema e várias maneiras de investigá-lo (ZAIDAN;
FERNANDES, 2009). A fotogrametria aérea ou aerofotogrametria (também denominada de
fotogrametria digital, quando auxiliada pelo computador) e a estereoscopia (ilusão de
profundidade gerada a partir de duas imagens capturadas de ângulos sutilmente diferentes)
são técnicas que vem sendo aplicadas a estudos geotécnicos, as quais permitem a geração de
modelos 3D a partir de um par de imagens 2D, bem como realizar medições de escala da
fotografia, altura, área, comprimento e perímetro de objetos. Ricci e Petri (1965) mencionam
que examinar fotografias aéreas sem estereoscopia, ou seja, sem a visão tridimensional da
área fotografada, pode fornecer ao fotointérprete, boas informações sobre a referida área. No
entanto, para os autores, essas informações serão superiores se o estudo for realizado
estereoscopicamente, principalmente quando se trata de uma região muito acidentada.
O mundo, tanto o natural quanto o artificial, pode ser descrito visualmente. Sinais de
trânsito, interfaces de usuário, mapas, plantas e gráficos são apenas alguns exemplos do
mundo visual. O processo de percepção visual vem sendo pesquisado em áreas como a
biologia, psicologia e ciência da computação. No campo da visão computacional, também
conhecida como visão de máquina ou imagem automatizada, técnicas matemáticas são
desenvolvidas para recuperar a forma tridimensional e aparência de objetos em imagens,
20

identificar pessoas em fotos ou cenas e muitas outras aplicações. A visão computacional tenta
descrever o mundo, captado pelos seres humanos em uma ou mais imagens, de modo a
reconstituir suas propriedades (tais como forma, iluminação e distribuição de cores), através
de modelos que são geralmente desenvolvidos em física (radiometria, ótica, sensor e design) e
computação gráfica.
Desde o advento do computador, segundo descrito em Noor (2008), existe o
questionamento se essas máquinas podem ser programadas para imitar processos cognitivos
humanos (percepção visual, processamento de linguagem natural, raciocínio dedutivo etc.).
Imaginava-se, no início, ser um problema de fácil resolução, considerando-se apenas o poder
de processamento e o armazenamento limitado como os maiores obstáculos. Para Richard
Szeliski (2010) é surpreendente que os seres humanos e os animais consigam interpretar uma
imagem com tamanha facilidade, enquanto os algoritmos de visão computacional são tão
propensos a erros. No texto é mencionado que pessoas que não trabalham nesta área, muitas
vezes subestimam a complexidade do problema e a dificuldade de programá-lo. Comenta-se
ainda que, apesar de todos os avanços, o uso do computador para interpretar uma imagem
como uma pessoa permanece ainda distante.
Estudos geológico geotécnicos, devido a sua natureza, possuem um grande potencial
para utilizar-se dos recursos de um aplicativo de visualização tridimensional. Conforme
consta em Lins (2009), a computação gráfica, por exemplo, não é um recurso explorado em
todo o seu potencial, entretanto, a sua aplicação para auxiliar na visualização dos terrenos,
com objetivo de identificar a susceptibilidade de deslizamentos de terra, poderia contribuir
significantemente para o trabalho dos profissionais envolvidos no processo de
monitoramento.
O estudo de susceptibilidade de deslizamento de terra requer, em uma de suas fases,
visitas de campo para reconhecimento da área e coleta de informações, que posteriormente
serão usadas na análise de um determinado local. Muitas vezes torna-se necessário conhecer
detalhes do terreno de regiões de difícil acesso, sendo o trabalho dificultado pela cobertura do
terreno, que pode esconder suas falhas. Além disso, se a área a ser avaliada for extremamente
grande, a seleção, a priori, de alguns locais, de modo a direcionar o trabalho do especialista, é
um procedimento bastante viável.
Quando realizados usando como parâmetro somente a declividade do terreno, os
estudos de susceptibilidade de deslizamento de terra podem chegar a resultados errôneos.
Áreas de menor declividade, descartadas devido a este parâmetro não ser muito significativo,
por exemplo, se consideradas em conjunto com outros fatores, tais como clima, solo e
21

vegetação, também poderiam ser consideradas como um local de risco em potencial, ao final
da análise.
A utilização de uma metodologia capaz de visualizar tridimensionalmente e, ao
mesmo tempo, realizar a análise de declividade, acrescentando outros fatores a esta, seria um
instrumento cuja utilização traria um benefício significativo ao trabalho a ser desenvolvido na
previsão de áreas susceptíveis a deslizamentos de terra.
O objetivo desta tese é o desenvolvimento de uma metodologia, utilizando
estereoscopia e computação gráfica, para análise da susceptibilidade de deslizamentos de
terra, a partir de dados extraídos de pares de fotos aéreas e de outras variáveis fornecidas pelo
especialista responsável por esta investigação, a fim de reduzir o trabalho realizado em
escritório e direcionar os trabalhos de análise de campo. Para tal, será criada uma ferramenta
computacional. Esta, por sua vez, será usada para o encontro de pontos homólogos em
imagens aéreas, via Scale Invariant Feature Transform (SIFT), os quais serão utilizados para
detectar a altitude do relevo, visando, primeiramente, a modelagem do mesmo. A inserção de
dados, como pluviosidade, solo, vegetação e outros, deverão ser analisados em conjunto com
os dados que poderão ser extraídos da modelagem do terreno, como declividade, perfil e
aspecto, dando como resultado final uma interpretação da região analisada, quanto a sua
susceptibilidade de deslizamentos.
O trabalho está estruturado nos seguintes capítulos. O capítulo 1 apresenta
metodologias de previsão de deslizamentos já aplicadas em algumas cidades brasileiras. O
assunto visualização tridimensional é tratado no capítulo 2. Neste capítulo é descrita uma
breve história da fotogrametria, apresentando suas divisões, vantagens e limitações. São
apresentados os conceitos de estereoscopia, visão computacional e Modelagem Digital de
Terreno. No capítulo 3 são apresentados e/ou explicados alguns tópicos, como paralaxe,
geometria básica de uma fotografia aérea, orientação interior e exterior de uma fotografia
aérea e declividade. O capítulo 4 faz uma breve introdução ao tema extração de características
e a técnica SIFT. Os aspectos gerais da região utilizada para teste são apresentados no
capítulo 5. O método proposto e a análise experimental são apresentados no capítulo 6. Por
fim, são apresentadas as conclusões desta pesquisa e apontados os trabalhos futuros.
22

1 METODOLOGIAS DE PREVENÇÃO E DETECÇÃO DE ÁREAS SUSCEPTÍVEIS


A DESLIZAMENTOS

Os deslizamentos são fenômenos que envolvem diversos fatores inter-relacionados,


sejam eles de origem natural (geológicos, geomorfológicos, climáticos) ou relacionados às
ações antrópicas (SOUZA, 2004).
Os fatores de caráter geomorfológicos ou topográficos “tratam das relações entre a
forma e a hidrologia [...] da encosta” e englobam parâmetros, como área de contribuição,
declividade, comprimento, forma, orientação ou aspecto, comprimento, espessura do solo,
simetria ou assimetria dos vales e elevação (FERNANDES; AMARAL 1996 apud
FERNANDES et al., 2001).
Conforme descrito em Sobreira (2001, p. 53), as bases principais no estudo da
susceptibilidade são aquelas que descrevem o meio físico, enquanto que na análise de risco
são agregadas informações sobre o uso do meio físico e a importância das instalações e
infraestruturas humanas. A análise de risco conjugada com a susceptibilidade fornece a
hierarquização dos graus de risco, servindo como subsídio essencial para definir medidas
preventivas e corretivas a serem realizadas.
Entre todos os fatores relacionados ao meio físico, “a declividade vem sendo utilizada
como o principal, ou mesmo o único parâmetro de caráter topográfico incorporado aos
estudos de previsão e definição de áreas instáveis, gerando, com frequência, distorções na
análise dos deslizamentos” (FERNANDES et al., 2001, p. 55), no entanto, outros fatores
podem contribuir para a ocorrência de deslizamentos e devem ser considerados para análise.
A interferência humana (ação antrópica) alterando a estrutura e funcionalidade dos
ambientes montanhosos faz com que estes tenham tendências a se tornarem possíveis áreas de
risco. Para Macedo (2001 apud VIEIRA; FURTADO, 2005), as áreas de risco aumentam
concomitantemente ao crescimento populacional.
Nas seções a seguir são apresentadas técnicas que vem sendo utilizadas na previsão de
áreas susceptíveis a deslizamentos e suas aplicações em problemas reais, utilizando para
análise, algumas cidades brasileiras.
23

1.1 Técnicas utilizadas na previsão de áreas susceptíveis a deslizamentos

A avaliação dos possíveis locais com susceptibilidade a deslizamentos, principalmente


aqueles ocorridos em áreas urbanas, via estudos geológico-geotécnicos, vem crescendo
significativamente. É uma área da ciência que, a partir de 1950, vem se destacando no campo
da Geologia de Engenharia, com o intuito de auxiliar na escolha de medidas corretivas e
preventivas, como sociais, educativas, de estrutura, de planejamento e de monitoramento, para
ocupação das áreas susceptíveis a escorregamentos naturais e/ou antrópicos (AHRENDT,
2005). Por exemplo, estudos vêm sendo realizados para atender a obras de engenharia civil,
com geometria bem definida e de pequena abrangência e à encostas naturais, visando
conhecer previamente os possíveis locais de ocorrência de escorregamentos (AHRENDT,
2005).
Conforme descrito em Fernandes et. al. (2001), os principais procedimentos utilizados
a fim de prever áreas com probabilidade de ocorrência de deslizamentos, estão reunidos em
análises da distribuição dos deslizamentos no campo ou de mapeamentos geomorfológicos
e/ou geotécnicos, modelos com bases estatísticas e modelos determinísticos e possuem suas
características e limitações, conforme pode ser observado no Quadro 1.

Quadro 1 – Procedimentos para previsão de áreas susceptíveis a deslizamentos (continua)


Grupo Características Limitações
Distribuição dos - buscar padrões de comportamento das - a informações geradas estão
deslizamentos no instabilidades a partir da distribuição das limitadas às áreas onde ocorreram
campo cicatrizes e depósitos de deslizamentos deslizamentos no passado.
recentes.
Mapeamentos - o nível de conhecimento que o - a atribuição de pesos e notas é
geomorfológicos investigador tem do problema deve ser muito subjetiva.
e/ou geotécnicos muito alto. - cada especialista possui seus
- procedimento muito comum nas últimas critérios de instabilidade e regras para
três décadas devido ao uso dos SIGs. combinar os dados, fato que dificulta
comparar e analisar detalhadamente
os resultados obtidos.
- dificuldade de ponderar a
importância relativa de cada
parâmetro estudado.
Modelos com bases - é norteado pela existência de relações - necessidade de um número maior de
estatísticas funcionais entre os fatores condicionantes informação a cerca do que deve ser
da instabilização e a distribuição atual e estudado.
anterior dos deslizamentos na paisagem. - importância da disponibilidade de
- a experiência do pesquisador é bancos de dados com informações
substituída por critérios e regras de dos processos a serem previstos.
combinação baseados em fatos, ou seja,
padrões medidos a partir de observações
de campo.
24

Quadro 1 – Procedimentos para previsão de áreas susceptíveis a deslizamentos (conclusão)


Grupo Características Limitações
Modelos - modelos matemáticos que descrevam - conhecimento incompleto dos
determinísticos alguns dos processos e leis físicas que processos envolvidos;
controlam a estabilidade das encostas. - dificuldade de obtenção dos dados
requeridos pelos modelos,
especialmente se aplicados a grandes
áreas;
- materiais no campo disponíveis em
pequenas quantidades, além de baixa
qualidade.
- os estudos que incorporam a
questão da variabilidade espacial, e
mesmo temporal, dessas propriedades
são raros.
Fonte: Fernandes et al., 2001.

Para Sobreira (2001), a cartografia é o melhor modo de representação e análise da


susceptibilidade aos processos geológicos e dos riscos consequentes. Ela pode seguir vários
procedimentos e métodos, que vão depender dos objetivos, da escala de trabalho e dos
processos que serão estudados. Com relação às técnicas aplicadas, essas foram baseadas no
cruzamento de informações das cartas temáticas, a fim de se obter um produto cartográfico
derivado, com a representação dos processos geológicos, hierarquização da susceptibilidade e
avaliação dos riscos decorrentes desses processos.
As tecnologias da geoinformação representam o campo do conhecimento que
manipula dados geograficamente referenciados. Nesse universo estão presentes várias
tecnologias, como Sistemas de Informação Geográfica (SIG), Desenho Assistido por
Computador (CAD), Modelo Digital de Terreno (MDT) e o Processamento Digital de
Imagens (PDI). Usar a geoinformação é utilizar-se de “computadores como instrumentos de
representação de dados espacialmente referenciados” (CÂMARA; DAVIS; MONTEIRO,
2001, p. 2-1)
Experiências em órgãos de Defesa Civil, por exemplo, têm mostrado que a cartografia,
o sensoriamento remoto (com as imagens de alta resolução espacial), os MDTs e SIGs têm
auxiliado muito as ações de monitoramento e mapeamento de áreas expostas a riscos de
natureza geotécnica (CUNHA, 2006).
Em Ahrendt (2005) são citadas pesquisas voltadas para análises de previsão de
deslizamentos utilizando métodos analíticos, para realizar estimativas de ocorrência de
deslizamentos, em países como Canadá, Japão e Estados Unidos. Segundo a pesquisa, os
métodos utilizados buscam combinar modelos simplificados de fluxo de água em meio
poroso, com métodos determinísticos de cálculo de estabilidade, muitos deles, a partir da
25

implementação de modelagens matemáticas. Alguns trabalhos ganharam destaque devido à


implementação de programas computacionais que auxiliam a aplicação das modelagens
matemáticas, principalmente quando voltados para a obtenção de resultados para áreas de
grande extensão, como os de Montgomery e Dietrich (1994) com a implementação do
programa SHALSTAB, Wu e Sidle, com a apresentação do DSLAM em 1995 e que, em 2004,
foi complementado por Dhakal e Sidle gerando o IDSSM, e os trabalhos de Baum et al.
(2002) e Baum, Savage e Godt (2002) que apresentam o programa TRIGRS.
Uma ferramenta computacional denominada Sistema de Imagens Tridimensionais
Híbrido (SITH), para o processamento de pares de imagens estereoscópicas obtidos por
câmeras aéreas métricas e não métricas, a fim de se obter uma imagem tridimensional, de
modo a extrair cotas de altura e formas de terreno foi proposta Fernandes (2008). Essa
pesquisa testou o par de imagens, reduzindo-as aos tamanhos 125×125 pixels e 380×280
pixels. Em cada par de imagens reduzidas foram marcados, respectivamente, 50 e 100 pontos
de apoio de maneira manual, que deram origem às duas superfícies. Como resultado dessa
pesquisa foi constatado que a quantidade de pontos marcados influenciou na geração da
superfície, e quanto mais pontos marcados, mais real seria a superfície gerada. No entanto foi
observado que a marcação de pontos manualmente era inviável, ainda mais que as imagens
eram muito pequenas, o que dificultava as marcações e, consequentemente, acarretava erros
na superfície gerada. Carmo (2010) deu prosseguimento às pesquisas iniciadas em Fernandes
(2008), propondo a utilização da técnica SIFT (LOWE, 2004) na automatização da obtenção
de pontos do SITH e suavização das curvas por splines cúbicos. Foi realizada uma
comparação entre as duas pesquisas, mostrando que o uso da técnica SIFT na detecção dos
pontos automaticamente seria promissora. Mesmo com a técnica utilizada encontrando pontos
com mais agilidade e confiança, do que da maneira implementada por Fernandes (2008), esse
fato não trouxe uma contribuição significativa para a geração da imagem tridimensional
utilizando a ferramenta proposta em Fernandes (2008), devido à sua limitação.
Outra abordagem, visando gerar modelos tridimensionais para os terrenos
monitorados, visualizados com estereoscopia foi proposta por Lins (2009). A ferramenta
denominada GEORISCO3D é um ambiente de tomada de decisões, composta por uma mesa
sensível ao toque onde pode ser visualizado um modelo tridimensional estereoscópico do
terreno a ser analisado.
Para Cunha (2006), devido às características do meio físico das encostas estarem
sempre em alteração, em virtude da ação dos agentes naturais e/ou de ações antrópicas, os
bancos de dados são imprescindíveis para a atualização permanente das informações. Em um
26

contexto tão dinâmico, a falta de subsídios computacionais que permitam a agregação de


dados de modo rápido é um entrave para a tomada de decisões, bem como, para a definição de
intervenções e para respostas mais ágeis em situações adversas. Diante disso, propôs a
produção de um software baseado em Tecnologia da Geoinformação para espacialização e
monitoramento de intervenções físicas, materializadas na execução de pequenos serviços e
obras nos pontos de risco; um instrumento de apoio à tomada de decisões, de modo a permitir
um aumento da capacidade de resposta dos programas municipais que realizam ações
estruturais em encostas. Segundo essa pesquisa, a elaboração de qualquer solução
computacional passa por um processo de redução da realidade a um conjunto de estruturas
lógicas que são capazes de se fazer entender pelos programas computacionais. Nesse sentido,
quanto maior a compreensão do fenômeno, melhor é a capacidade de se filtrar o que é
relevante para a aplicação.
Segundo Cerri (1993 apud MACEDO et al., 2007) os mapeamentos de risco de
escorregamentos podem ser realizados em dois níveis de detalhe: o zoneamento de risco e o
cadastramento de risco. O zoneamento é realizado delimitando-se as zonas homogêneas em
relação ao grau de risco, estabelecendo-se o número de classes de risco necessárias. Cada
setor corresponde a um determinado grau de risco. Isto não significa que todas as moradias se
encontram na mesma situação de risco, pois a cartografia do zoneamento reflete a análise da
situação global. No cadastramento de risco faz-se o detalhamento das situações de risco caso a
caso ou, às vezes, por agrupamentos de mesmo nível de risco. Para Macedo et al. (2007),
mesmo reconhecendo as eventuais limitações, imprecisões e incertezas inerentes à análise
qualitativa de riscos, o resultado dessa atividade pode ser decisivo para a eficiência e eficácia
de uma política de gerenciamento de áreas de risco. Os procedimentos para a elaboração do
zoneamento de risco de determinada área, pode ser encontrado em Macedo et al. (2007, p.
88).

1.2 Aplicações reais relacionadas à previsão de áreas susceptíveis a deslizamentos no


Brasil

Um dos principais agentes deflagradores dos escorregamentos no Brasil, conforme em


Ahrendt (2005), é a infiltração de um grande volume de água, fato que ocorre principalmente
nos períodos chuvosos. Os escorregamentos e os períodos de chuva já foram correlacionados
27

em diversos trabalhos, como Guidicini e Iwasa (1976); Tatizana et al. (1987), Carvalho (1989)
e D’Orsi et al. (1997), visando identificar e estabelecer limites críticos de chuva acumulada
para ocorrência dos escorregamentos.
Os morros das cidades de Santos e São Vicente, estado de São Paulo, foram objetos de
um estudo pioneiro, norteador da primeira carta Geotécnica do Brasil. Esse trabalho foi
concluído pelo IPT, em 1979 (IPT, 1979; PRANDINI, 1980 apud NOGUEIRA, 2002). Uma
década após, um trabalho de controle da ocupação urbana, denominado plano preventivo de
defesa civil, iniciou-se na cidade de Santos. Áreas consideradas de risco passaram a ser
controladas anualmente por uma equipe técnica da Prefeitura Municipal, que realizaram
cadastro de áreas de risco, baseado em estudos geológicos, geomorfológicos, clinométricos,
drenagens, histórico de escorregamentos e em inspeções de campo dos indicadores de
instabilidade, visando adequar a ocupação urbana à dinâmica do relevo local, trazendo como
consequência aos relatos de deslizamentos, um quadro sem vítimas humanas e a redução
considerável da destruição de bens materiais (FREIRE, 1995).
A pesquisa intitulada Estabilidade de taludes naturais em solo nos morros da cidade de
Santos (FREIRE, 1995) teve como início os estudos realizados no Morro do Marapé, e,
posteriormente, outros locais com características menos favoráveis quanto à estabilidade.
Foram realizadas investigações de campo em conjunto com a carta geotécnica da cidade,
seguidos de ensaios de campo e laboratório. Os resultados indicaram, com segurança, que nos
locais onde não foram identificadas descontinuidades no maciço, pelo levantamento lito
estrutural, a implantação de drenos horizontais profundos para impedir o deslizamento de
redes de fluxo foi a intervenção de engenharia mais apropriada. Para os locais onde se
verificou a existência de descontinuidades no maciço, outros tipos de obras foram previstas
em virtude dos movimentos de massa poder acarretar perdas humanas e de bens materiais.
A susceptibilidade à ocorrência de deslizamentos e enchentes na área urbana de
Mariana – MG foi abordada em Sobreira (2001). A pesquisa foi realizada em termos
qualitativos e foi fundamentada em trabalhos de campo, técnica de cruzamento de
informações cartográficas básicas e observações pontuais de campo. A análise da
susceptibilidade envolveu vários processos e, devido às dificuldades em representar uma
hierarquização da susceptibilidade de cada área a cada processo, foram estabelecidos apenas
os locais considerados mais críticos. A avaliação dos riscos geológicos foi realizada a partir da
análise das informações da carta de susceptibilidade, em conjunto com a representação da
malha urbana da cidade. No trabalho, em vez de apresentar uma classificação hierárquica dos
graus de risco, foram apontados os locais considerados mais problemáticos. A situação da área
28

urbana do município de Mariana, quanto aos riscos geológicos, foi considerada um bom
exemplo de como a falta de planejamento e o desconhecimento do meio físico, em
concomitância com o crescimento desordenado, podem acarretar em grandes perdas e perigos
à população. Observou-se que a predisposição do meio físico à ocorrência de deslizamentos e
inundações estava relacionada com a complexidade geológica da região, a morfologia de seus
terrenos e à ocorrência de chuvas no verão. As inundações, inevitáveis pelo fato da cidade ter
sido implantada em uma planície aluvionar, foi considerada a causadora de maiores danos
materiais. Já sobre os deslizamentos, além de ocorrerem com maior freqüência, estavam
associados à ocorrência de perdas de vidas. No entanto, foi mencionada a possibilidade de se
evitar e combater os escorregamentos com mais eficácia. Foi concluído que a observação das
características dos terrenos antes de sua utilização, por si só traria uma redução relativa dos
problemas ligados à instabilidade de terrenos.
Uma carta de zoneamento geotécnico geral para a vertente sudeste da serra de
Maranguape – CE, delimitando áreas cujas feições indicativas de movimentos de massa (solos
e rochas) nas meio encostas da serra foram detectadas, encontra-se em Fonteles, Veríssimo e
Colares (2001). Para a realização da pesquisa foi realizado um conjunto de etapas que incluiu
o levantamento e pesquisa bibliográfica geológico-geotécnica; trabalhos de gabinete, por
exemplo, estudos foto interpretativos tanto geológicos, quanto geomorfológicos e montagem
da base cartográfica; trabalhos de campo preliminares; ensaios laboratoriais; levantamentos de
campo finais com a finalidade de checar informações obtidas na etapa foto interpretativa;
elaboração da carta zoneamento geotécnico geral e dos textos relacionados. Como base
cartográfica foram utilizadas aerofotos e cartas planialtimétricas dos municípios da Região
Metropolitana de Fortaleza. O mapeamento geotécnico foi baseado em Souza (1992), Pejon
(1992), Zuquette (1993) e Colares (1996).
A motivação principal da pesquisa descrita em Ros, Dal Poz e Hasegawa (2002) foi a
integração de fotogrametria e computação gráfica, com o objetivo de apresentar uma
metodologia para visualização 3D de uma imagem digital, avaliação visual, além da
realização de uma breve discussão sobre seu potencial cartográfico.
Em Bandeira (2003) foi adotado um método índice de análise relativa que retorna
resultados qualitativos. O método foi aplicado a setores individualizados de encostas para
realização do mapa de risco de erosão e escorregamento das encostas com ocupações
desordenadas no Município de Camaragibe-PE. Para tal, foi elaborada uma ficha de dados que
permitiu uniformizar e comparar as informações a serem coletadas, considerando o fator
geológico, topográfico e ambiental. No trabalho foram realizadas as seguintes etapas: traçados
29

dos principais contatos entre as unidades geológicas, identificação das redes fluviais e de
acesso e os principais núcleos urbanos a partir de mapa geológico elaborado por
fotointerpretação, trabalho de campo (observação dos parâmetros da topografia das encostas,
atributos geológicos e fatores ambientais, georreferenciamento por meio de GPS e
posteriormente plotagem no mapa como pontos de alto risco), complementação dos dados em
escritório de todas as áreas de ocupação espontânea (definição de quatro faixas de graus de
risco e ponderação dos grupos topográfico, geológico e ambiental) e verificação de coerência
dos resultados com as observações de campo e elaboração de mapa de risco de erosão e
escorregamento, a partir da delimitação cartográfica das diferentes zonas de risco (baixo,
médio, alto e muito alto). Nesse trabalho foi adotada a metodologia de Gusmão Filho, de
Melo e Alheiros. (1992), modificando-a para atender às características da área (Camaragibe) e
para adequar-se ao modelo de avaliação de risco sugerido pelo Programa de Prevenção e
Erradicação de Riscos em Assentamentos Precários, da Secretaria Nacional de Programas
Urbanos do Ministério das Cidades. Também foram consideradas as sugestões de Gusmão
Filho et al. (1993) e Alheiros (1998), para o cálculo do grau de risco final. Para cada fator de
risco foram considerados os principais grupos de atributos que afetam a estabilidade das
encostas.
No Quadro 2 são apresentados os fatores que foram analisados para identificação dos
graus de risco em Camaragibe. Nessa análise foram acrescentados os atributos de altura e
largura dos cortes, no fator topográfico (BANDEIRA, 2003).

Quadro 2 – Principais grupos de atributos que afetam a estabilidade das encostas


Topográfico Geológico Ambiental
Altura da encosta Litologia Vegetação
Perfil Textura Drenagem
Morfologia Estrutura Cortes
Extensão da encosta Evidência de movimento Densidade demográfica
Altura do corte (hab/ha)
Largura do corte
Fonte: Bandeira, 2003.

Em Gusmão Filho et al. (1993) ao ser aplicado o modelo nas encostas do Recife,
foram consideradas cinco faixas de grau de risco: muito baixo (1), baixo (2), mediano (3), alto
(4) e muito alto (5). Para Alheiros (1998) o tratamento é um atributo importante para a
redução do grau de risco de uma área. Já Bandeira (2003), em seu estudo, considerou quatro
faixas de grau de risco: baixo (1), médio (2), alto (3) e muito alto (4).
Uma exemplificação para a divisão da faixa de grau de risco pode ser visualizada a
30

seguir. Foi suposta a variação de uma altura de encosta de 10 a 70 metros, respectivamente X1


e X2. O índice i (valor somado a cada uma das quatro faixas) foi encontrado fazendo a
diferença entre a altura mais alta e a menor altura, dividido pelo número de faixas de grau de
risco. Assim, para os valores fictícios as faixas de grau de risco ficaram assim dispostas: baixa
< 25, 25 ≤ média < 40, 40 ≤ alta < 55 e muito alta ≥ 55.
Exemplo de Divisão da Faixa do Grau de Risco (Bandeira, 2003):

Fator Topográfico Variações nos Setores

Altura das encostas de 10 a 70 metros

X 1 = 10 , 0
X 2 = 70 , 0
X
− X1 2
i =
4
70 − 10
i = = 15 , 0
4
B M A MA

X1 X1 + i X1 + 2i X1 + 3i X2

B M A MA

10 25 40 55 70

Em Alheiros (1998 apud BANDEIRA, 2003) foi relatado que o tratamento é um


atributo importante para a redução do grau de risco. Em Bandeira (2003), baseada em
Alheiros (1998), propôs-se a Equação (1), usada para o cálculo da nota dos atributos de
vegetação, drenagem e cortes, considerando os efeitos do tratamento na redução do risco.
Nessa proposta, a redução do grau de risco para os atributos do fator ambiental foi
proporcional à nota do tratamento. Por exemplo, na ausência de tratamento (nota quatro), o
31

fator redutor será zero, e os graus de risco dos atributos: vegetação, drenagem e cortes são
iguais ao grau de risco de um atributo ambiental sem tratamento. No caso de uma área tratada
(nota um), o grau de risco reduz e os valores de vegetação, drenagem e cortes serão iguais a
um. O valor de densidade populacional será sempre igual à nota inicial (tipo de fator que não
se altera com o tratamento). No caso do tratamento com nota intermediária entre um e cinco,
o valor do risco dos atributos ambientais serão proporcionais à nota do tratamento, vide
Equação (1).

 GRAi − 1  
GRAt = GRAi −   × ( 4 − t ) (1)
 3  

em que:
GRAt é o grau de risco de um atributo ambiental incluindo o tratamento;
GRAi é o grau de risco de um atributo ambiental sem tratamento;
t é a nota do tratamento.

Para ressaltar a importância diferenciada dos fatores de risco ambiental frente à


ocorrência de acidentes, em Gusmão Filho et al. (1993 apud BANDEIRA, 2003) foram
usados pesos. Dessa maneira, o grau de risco ambiental final seria calculado por meio de uma
média ponderada, conforme apresentado na Equação (2):

( 2 × GRT ) + ( 2 × GRG ) + ( 3 × GRAt ) (2)


GRF =
7

em que:
GRF é o grau de risco final;
GRT é o grau de risco topográfico;
GRG é o grau de risco geológico e
GRAt é o grau de risco ambiental incluindo a nota do tratamento.

No caso da Equação (2), o grau de risco topográfico e o grau de risco geológico


tiveram peso dois e para o grau de risco ambiental, incluindo a nota do tratamento, foi
atribuído o peso três, para o caso específico da pesquisa de Gusmão Filho et al. (1993) (os
pesos atribuídos podem ser alterados de acordo com a área a ser analisada). Das análises,
32

concluiu-se em Bandeira (2003), que o fator geológico foi o responsável pelas situações de
risco muito alto e alto, tendo como segunda categoria de importância o fator ambiental. Nos
graus de risco baixo e médio, o fator topográfico prevaleceu sobre o geológico e sobre o
ambiental para os movimentos nas encostas de Camaragibe. O risco muito alto (4) relacionou-
se com a alta densidade demográfica e as condições do solo. No entanto, segundo dados da
pesquisa, o risco pode ser eliminado por intervenções adequadas, de acordo com os fatores
mais importantes. Nas áreas de risco baixo a ocupação mostrou-se ordenada e as
características geológico-geotécnicas foram favoráveis à estabilidade dos setores de encostas
ou já haviam sido realizadas intervenções nessas áreas.
Para Bandeira (2003), o mapa de risco é dinâmico, mudando em função da ação
antrópica, sendo o risco avaliado, o risco atual. Desse ponto de vista, à medida que as
mudanças se processam os fatores de risco são alterados. Assim, a atualização dos dados é
necessária e deve ser constante. Para simplificar as análises de graus de risco, as quatro faixas
foram determinadas através de uma divisão linear entre os valores extremos encontrados em
cada fator de risco. Conforme a pesquisa, uma divisão mais coerente com as respostas dos
movimentos de encostas, seria por meio de análises dos movimentos ocorridos anteriormente.
Como o município não dispunha de dados históricos de escorregamentos, naquela época, não
foi possível realizar essas análises. A importância de se estudar áreas não ocupadas, para a
produção do mapa de susceptibilidade de erosão e escorregamentos também é mencionada no
trabalho, visando dar subsídios para a prefeitura indicar os locais que poderiam ser ocupados
por assentamentos urbanos, com maior segurança, de acordo com as recomendações propostas
Um mapeamento de áreas susceptíveis a escorregamentos no município de
Caraguatatuba - SP, usando técnicas de sensoriamento remoto foi realizado em Marcelino
(2003). Para a obtenção dos mapas hipsométricos, de declividade e de orientação das encostas
foi gerado um Modelo Numérico de Terreno (MNT) dos dados altimétricos (cotas altimétricas
e isolinhas com equidistâncias de 20m) extraídos de cartas topográficas. Devido às amostras
da superfície terem apresentado espaçamentos irregulares, optou-se por utilizar grade regular,
com resolução em x e y de dez metros, em virtude da escala de trabalho (1:100000) e das
curvas de níveis (20m). A média ponderada por cota e por quadrante foi utilizada como
interpolador e, como refinamento, utilizou-se o interpolador bilinear com as mesmas
resoluções x e y utilizadas para a grade regular. Antes da criação do mapa de declividade
foram definidas as classes de declive, com base na legislação que rege o uso e ocupação
territorial e nas características do relevo (Anexo I). Além disso, para o fatiamento das classes,
levou-se em consideração, nessa pesquisa, os trabalhos de De Biasi (1992), Augusto Filho
33

(1994), Francisco (1996), Dias (2000) e Fernandes et al. (2001). Os limites e as características
mais relevantes de cada classe de declividade foram definidos e são apresentados na Tabela 1.
A partir do MNT foi gerado o mapa de declividade em porcentagem e realizado o fatiamento
do mesmo.

Tabela 1 – Classes de declividade


Características Classes (%)
Áreas favoráveis à ocupação e usos diversos, exceto aquelas definidas como áreas de 0–5
preservação e com risco de inundação. (2,9°)

Áreas que apresentam pouca restrição de uso e ocupação, exigindo-se práticas simples de 5 – 12
conservação do solo. O limite máximo desta faixa coincide com o limite do emprego da (6,8°)
agricultura mecanizada.

Áreas que devem ser evitadas para fins de ocupação, pois se torna necessário a adoção de 12 – 30
medidas preventivas de riscos geoambientais. A partir dessa faixa é necessário realizar (16,7°)
cortes e aterros para instalação de edificações, Necessita de medidas complexas de
conservação do solo.

Áreas inadequadas à instalação de edificações e uso agrícola, e limite máximo para corte 30 – 47
florestal. Risco de escorregamentos por indução antrópica. (25,2°)

Áreas inadequadas a qualquer forma de uso e ocupação do solo, geralmente definidas 47 – 100
como áreas de preservação florestal. Risco de escorregamentos naturais. (45°)

Áreas de preservação permanente. Risco de escorregamentos naturais. > 100


Fonte: Marcelino, 2003.

Em Carvalho e Riedel (2004) analisou-se a susceptibilidade a escorregamentos nos


entornos dos polidutos de Cubatão-SP, com o auxílio de técnicas de informação geográfica.
Um dos modelos de implementação dos SIGs denominado Processo Analítico Hierárquico
(AHP - Analytical, Hierarchy Process) (BONHAM-CARTER, 1994 apud CARVALHO;
RIEDEL, 2004), foi utilizado na pesquisa. Nesse modelo, que funciona como uma ferramenta
de suporte à decisão baseada na escolha entre alternativas mais ou menos importantes na
ocorrência de qualquer processo, cada mapa temático (de mesma escala) recebe um peso de
acordo com sua influência no processo em estudo. Os dados utilizados na análise foram
processados por combinação numérica, utilizando média ponderada, conforme (3):

S=
∑S W ij i
(3)
∑W i

em que:
S é o valor do peso para uma determinada área;
Wi é o peso atribuído ao mapa temático;
Sij é o peso atribuído para cada classe do mapa temático.
34

Para a realização da pesquisa Carvalho e Riedel (2004) foram levantadas as variáveis


ou condicionantes dos escorregamentos translacionais, em função de sua importância como
fator deflagrador do processo, quais sejam: geologia, declividade, geomorfologia e vegetação.
A pluviosidade foi considerada o principal agente deflagrador. Foram gerados, nesse trabalho,
os seguintes mapas: base (drenagem, principais estradas e curvas de nível, com seus
respectivos valores de elevação); declividade (MDT obtido pela interpolação dos pontos
cotados, existentes ao longo das curvas de nível e classificado em quatro classes de
declividade: A<20º; 20º<B<30º; 30º<C<40º; D>40º, segundo IPT (1985)); cicatrizes de
escorregamentos translacionais (registros de escorregamentos da Defesa Civil digitalizado no
software SPRING); traçado dos dutos (interpretação de imagens do LANDSAT 7 ETM+
georreferenciada); geológico; geomorfológico e de vegetação (IPT,1985). Todos os mapas
foram passados para o formato matricial e posteriormente georreferenciados. Baseado no
julgamento dos autores e com respaldo de dados existentes sobre os escorregamentos
translacionais estudados na região, concluiu-se que a geomorfologia e a declividade foram as
condicionantes com maior importância relativa no processo e de igual importância (“a
ocorrência de um escorregamento translacional está intimamente ligada a altas declividades e
vertentes retilíneas” (CARVALHO; RIEDEL, 2004, p. 167)), seguida da vegetação (a
ausência de cobertura vegetal intensifica o processo) e geologia (alguns tipos de rochas são
mais favoráveis ao escorregamento, no entanto, essas devem estar associadas a altas
declividades e vertentes retilíneas ou côncavas para deflagrar o processo).
Na Tabela 2 encontram-se os pesos atribuídos às classes temáticas geologia,
geomorfologia, vegetação e declividade.

Tabela 2 – Pesos atribuídos às classes temáticas (continua)


Classe temática Pesos atribuídos
Geologia
Maciços graníticos 0,1
Migmatitos oftalmíticos, nebulíticos, com paleossomas, graníticos e gnáissicos 0,4
Migmatitos com paleossoma de micaxistos 0,6
Micaxistos 0,8
Filitos e clorita xistos 0,8
Geomorfologia
Planície fluvial 0,0
Patamares com ou sem colúvio, e elevações isoladas 0,2
Vertentes retilíneas e patamares com ou sem colúvio 0,3
Vertentes retilíneas 0,8
Vegetação
Mata (cobertura florestal) 0,1
Capoeira antiga 0,1
Capoeira nova 0,1
Mata com degradação fraca 0,3
35

Tabela 2 – Pesos atribuídos às classes temáticas (conclusão)


Classe temática Pesos atribuídos
Campo 0,3
Mata com degradação forte 0,5
Capoeira com degradação fraca 0,5
Capoeira com degradação forte 0,8
Área de manutenção (linhas de transmissão ou vias de transporte) 0,8
Declividade
A < 20º 0,2
20º < B < 30º 0,4
30º < C < 40º 0,8
D > 40º 0,8
Fonte: CARVALHO; RIEDEL, 2004.

Com base nas importâncias relativas, consideradas duas a duas, foram calculados os
pesos correspondentes a cada condicionante (soma dos pesos igual a um - Tabela 3),
observando sempre que a razão de consistência, que, quanto mais próxima de zero for, mais
coerente será o modelo.

Tabela 3 – Pesos atribuídos aos condicionantes abordados


Condicionantes Peso calculado
Geologia 0,082
Declividade 0,359
Geomorfologia 0,359
Vegetação 0,200
Fonte: CARVALHO; RIEDEL, 2004.

Segundo a pesquisa Augusto Filho e Cerri (1988 apud CARVALHO; RIEDEL, 2004),
as classes geomorfológicas podem ser associadas às espessuras de solo. No Quadro 3 estão
essas associações.

Quadro 3 – Classes geomorfológicas associadas às espessuras de solo


Tipo de encosta Associação
Retilínea menor profundidade de solo
Côncava solos de espessura mediana
Convexa solos de maior espessura
Fonte: CARVALHO; RIEDEL, 2004.

O mapa de susceptibilidade foi gerado com os mesmos pesos utilizados na modelagem


(valores entre 0 e 1) e reclassificado de modo a gerar três classes: baixa susceptibilidade
(intervalo entre 0 e 0,4), média susceptibilidade (intervalo entre 0,4 e 0,65) e alta
susceptibilidade (intervalo entre 0,65 e 1).
Para a validação do processo, a carta obtida foi comparada com as ocorrências de
cicatrizes de escorregamentos já cadastradas pela Defesa Civil e com o traçado dos polidutos,
36

para avaliação de suas posições em relação às áreas de susceptibilidade (CARVALHO;


RIEDEL, 2004). No Quadro 4 são apresentados os resultados obtidos.

Quadro 4 – Apresentação dos resultados de Carvalho e Riedel


Classe Classes de Susceptibilidade
Alta Média Baixa ou Nula
Litotipos - filitos - migmatitos intercalados - migmatitos e granitóides
- micaxistos por quartzitos
- migmatitos intercalados
com micaxistos

Vegetação vegetação com forte vegetação com baixa área agrícola, capoeira de
degradação, área de degradação planície, capoeira antiga,
manutenção, campo capoeira nova

Declividade > 30° (classes C e D) 20° < B < 30° A < 20°

Geomorfologia vertentes retilíneas, áreas vertentes retilíneas e planície fluvial, elevações


de cabeceira de drenagem patamares e m rampa com isoladas
ou sem colúvio

Área (%) 46% 44% 10%


Fonte: Carvalho e Riedel, 2004.

Baptista (2005) expõe que a grande variabilidade espacial das características físicas
contidas na Área de Preservação Ambiental (APA) Petrópolis evidencia o uso de dados de
sensoriamento remoto como provedor de uma base de dados através de imagens de satélites.
Na pesquisa, foram usados os softwares GIS Idrisi, versão Kilimanjaro, 2003, Spring, versão
4.1 e ArcGIS 8.1. A partir dos dados levantados foram eaborados: um Modelo Digital de
Elevação Hidrograficamente Consistente (MDEHC) (Modelos Digitais de Elevação, com a
intenção de automatizar o delineamento de bacias hidrográficas e das respectivas redes de
drenagem (RIBEIRO et al., 2002)), a Carta Clinográfica ou de declividade e o Modelo de
Sombreamento Analítico utilizando o TOPOGRID/ArcGRID, o que permitiu a imposição da
hidrografia ao Modelo Digital de Elevação (MDE), com resolução dez metros, tendo em vista
a escala de trabalho e o tempo para sua geração e o mapa de uso do solo versus declividades,
obtido a partir da tabulação cruzada do mapa de uso do solo com a carta de classes de
declividades. Foram selecionadas as áreas com declividades superiores a 30%, que constitui o
limite para a ocupação de encostas, sem a necessidade de projetos especiais. De acordo com
os resultados, a interpretação das imagens orbitais em três datas permitiu a análise
comparativa de alterações ocorridas em características superficiais do terreno. Foram
detectadas alterações em características de uso e ocupação do solo. Além disso, observou-se
que a grande ocorrência de movimentos de massa na APA Petrópolis era agravada, entre
37

outros fatores, devido à concentração urbana desordenada em áreas de risco e ao relevo


acidentado. Foi concluído que o uso da tecnologia SIG possibilita integrar e manipular dados,
de modo rápido e eficaz, na geração de informações para auxiliar tanto no diagnóstico quanto
no gerenciamento, sem, necessariamente, ter um custo de investimento elevado.
Segundo a pesquisa intitulada Análise de Estabilidade de Obra de Contenção
Realizada no Município de Nova Friburgo (SANT’ANA, 2006), o efeito tridimensional na
análise de estabilidade de taludes vem sendo objeto de estudo de diversos trabalhos, como
Hungr (1987) e Diniz (1997). Os parâmetros de resistência ao cisalhamento obtidos numa
retro análise bidimensional podem ser maiores que os parâmetros obtidos numa análise
tridimensional (que melhor representaria a situação real). Assim, uma análise que não leva em
conta o efeito tridimensional poderia ser contra a segurança.
A pesquisa descrita em Dias (2006) foi realizada em duas etapas, sendo a primeira
uma revisão bibliográfica, a qual permitiu definir a formulação física e a metodologia para se
elaborar o MNT da área. Essa etapa foi caracterizada pelo uso do SIG 9x e o módulo Spatial
Analyst, e pela definição da área de estudo. A segunda etapa consistiu da avaliação do mapa
preliminar que definiu as áreas susceptíveis a deslizamento de terra. Foram realizadas visitas a
campo para checar a qualidade dos dados obtidos pela modelagem. O algoritmo base do
Topogrid foi implementado sob a denominação de Topo to Raster, visando gerar MNTs
hidrologicamente corretos. O módulo Spatial Analyst foi usado para gera o mapa de
declividade a partir do MNT. A modelagem matemática teve como base a teoria do talude
infinito e o cálculo de estabilidade foi realizado com a ferramenta de álgebra matricial da
aplicação SIG, tendo como resultado a variação geográfica do fator de segurança para toda a
área e não somente para um talude específico. O fator de segurança (FS) (DIAS, 2006) para
um talude infinito foi dado pela Equação (4):

c − Ψ ⋅ γω ⋅ tan φ tan φ (4)


FS = +
γ s ⋅ h ⋅ senβ ⋅ cos β tan β

em que:
γ s é o peso específico do solo saturado;
γ ω é o peso específico do solo não saturado;
Ψ é a razão entre a poro-pressão e peso específico da água;
h é a profundidade da superfície de ruptura;
β é o ângulo de declividade;
38

φ é o ângulo de atrito; e
c é a coesão do solo.

Em se tratando de uma região na qual a presença do nível de água encontra-se abaixo


da superfície de resposta, foi utilizada (DIAS, 2006) a seguinte equação descrita em (5)
adaptada de (4).

c tan φ (5)
FS = +
γ ⋅ h ⋅ senβ ⋅ cos β tan β

em que:
γ é o peso específico do solo.

As Equações (4) e (5) foram utilizadas na ferramenta de álgebra matricial Raster


Calculator. Os dados relativos à morfologia do terreno (senβ, cosβ e tanβ) foram obtidos após
a elaboração do MNT. Cada célula do mapa de declividade o ângulo de declividade
armazenado. Dos dados geotécnicos disponíveis e interpolados via análise geo-estatística
básica foram extraídos os valores das variáveis ângulo de atrito, coesão e peso específico do
solo. Uma etapa de reclassificação foi realizada visando facilitar a interpretação dos
resultados, em que foram definidas cinco classes diferentes de estabilidade. A definição das
classes de risco, a fim de definir as áreas potenciais a deslizamento, seguiu a mesma definição
dos mapas temáticos elaborados em Amaral e Fiori (2004) e está apresentada na Tabela 4.

Tabela 4 – Definição das classes de estabilidade baseada nos valores de FS


Classe Estágio de Predição Condição
5 Áreas sem risco FS > 1,50
4 Áreas de risco baixo 1,30 < FS < 1,50
3 Áreas de risco médio 1,15 < FS < 1,30
2 Áreas de risco alto 1,00 < FS < 1,15
1 Áreas na iminência de escorregamentos FS < 1,00
Fonte: AMARAL E FIORI, 2004 apud DIAS, 2006.

Outras classificações de deslizamento podem ser adotadas em função dos valores da


matriz de distribuição do FS na área. “Como essa matriz armazena os valores brutos de FS,
qualquer nova classificação (condição) pode ser adotada” (DIAS, 2006).
Em Dias (2006) chegou-se à conclusão que o uso de modelos matemáticos, baseado
em fenômenos físicos, permite o cálculo da variabilidade geográfica dos valores de fator de
39

segurança para grandes áreas. Esses dados representam o início do processo de obtenção de
uma carta de identificação de áreas susceptíveis a deslizamento de terra. Além disso, esses
modelos permitem que diversas simulações sejam efetuadas. Isso se dá em função de que sua
implementação está relacionada com uma equação que procura representar as condições de
instabilidade geotécnica. Essa é uma característica importante que o difere de modelos menos
flexíveis para a predição de áreas de risco. Assim, os cenários de susceptibilidade mudam
conforme os parâmetros de simulação utilizados.
O Plano Municipal de Redução de Riscos de Blumenau, Santa Catarina (PMRRB -
etapa 2) (BLUMENAU, 2007) abordou a avaliação de movimentos de massa, tendo como
objetivo principal a identificação e análise dos aspectos físicos e sociais de 17 áreas do
município com ocorrência de escorregamentos registrada, fornecendo subsídios para o
gerenciamento desses riscos. Os trabalhos foram desenvolvidos a partir de pesquisas de
campo e laboratório, como reconhecimento da área de estudo através de visitas, organização
dos dados digitais, como fotografias aéreas e arquivos do mapeamento urbano. As fotografias
aéreas foram georreferenciadas e mosaicadas no ambiente ENVI a partir do mapeamento
urbano ocorrido em 1993. Vários outros aspectos foram analisados, permitindo, além da
descrição da vegetação, a análise do estado de conservação da respectiva área. A metodologia
utilizada no PMRRB – etapa 2 foi desenvolvida embasada na proposta apresentada em
Augusto Filho (1992). Como recurso computacional, para a organização do SIG, foi utilizado
o programa ARCGIS 8.3. A função raster calculator, extensão Spatial Analyst do ARCGIS
8.3, foi utilizada para a definição dos critérios de cruzamento. Essa etapa permitiu determinar
o nível de susceptibilidade a escorregamento (NSE), ponderando cada temática conforme o
seu grau de importância em relação aos escorregamentos, conforme a expressão (6). O
software ArcView foi utilizado para a interpretação das fotografias aéreas. Para os locais de
difícil acesso, a classificação foi realizada por meio da fotointerpretação direta, baseado em
áreas semelhantes visitadas. Como resultado foi constatado pelo PMRRB – etapa 2 que, ao
cruzar as temáticas geotecnia, cobertura vegetal e densidade populacional, as áreas de muito
alta susceptibilidade a escorregamento abrangeram uma parcela maior da área estudada, do
que aquelas delimitadas somente pelo mapa geotécnico, demonstrando que é de fundamental
importância a consideração de diversos aspectos na delimitação das paisagens e classificação
dos graus de susceptibilidade a escorregamento.

NSE = 0 ,6 ⋅ GEO + 0 ,2 ⋅ VEG + 0 ,2 ⋅ POP (6)


40

sendo:
GEO (Geotecnia): (integração com a geomorfologia, geologia e risco decorrente da ocupação
urbana) - 60% do nível de susceptibilidade total;
VEG (cobertura vegetal): 20%
POP (densidade populacional): 20%.
Em Silva, R., Silva, E. e Tuma (2007) foi realizada uma análise dos movimentos de
massa em encostas na área urbana da cidade de João Pessoa-PB. A metodologia utilizada foi a
sugerida por Cerri (1992). Os autores mencionaram que o método em questão foi escolhido
em devido à praticidade e por possibilitar quantificar os riscos de movimentos de massas em
encostas a partir das observações in situ de indicadores de instabilidade. Foram necessárias
algumas adaptações no método adotado devido à particularidades da área de estudo.
Na pesquisa intitulada Risco a Escorregamento de Encostas do sítio urbano de Ilhéus-
BA como contribuição ao planejamento urbano (FRANCO, 2008) foi realizada inicialmente
pesquisa bibliografia correlata à temática, além do levantamento de bases cartográficas. Nessa
etapa foram adquiridos programas e planos relacionados com as áreas de encostas e registros
de escorregamento com data, local de ocorrência e as perdas relacionadas. A caracterização da
área em estudo foi realizada no sentido de levantar dados sobre localização, características das
ocupações, geologia, declividade, clima, cobertura vegetal e solo. Para algumas dessas
características foram adotados procedimentos para digitalização e/ou elaboração de mapas no
programa ArcGis 9.0. Os mapas de Compartimentos Ambientais e Assentamentos Subnormais
foram georreferenciados. A partir das curvas de nível, com intervalo de um metro,
disponibilizados pela base da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia
CONDER (2002), na escala de 1:2000 foi elaborado o mapa hipsométrico, por meio de uma
TIN, adotando-se o tamanho de um metro para o pixel. A modelagem foi realizada por
processos matemáticos, ajustando-se uma superfície que melhor representava o conjunto de
dados pontuais. A partir da TIN elaborou-se o mapa de declividade através da opção SLOPE
da ferramenta de surface analysis da extensão 3D Analyst do ArcGis. Utilizando
conjuntamente os mapas hipsométrico e de declividade foi elaborado o mapa de formas de
relevo, sendo a declividade inferior a 5% em baixas altitudes associadas a fundo de vales
chamadas de planície e em cotas elevadas classificadas como topo. O intervalo entre estas
duas unidades foi classificado como encosta. O mapa das áreas verdes de Ilhéus foi obtido do
trabalho de Silva, Strenzel e Moraes (2006) na escala 1:5000, de onde foi recortada a área de
estudo. O tamanho da área de cada tipo de vegetação foi calculado com o auxílio da extensão
41

XTools do ArcGis.
De acordo com Franco (2008) os pontos visitados foram rotulados conforme a
classificação de risco proposta pelo Ministério das Cidades (BRASIL, 2006). Assim, a
classificação de risco ficou dividida em quatro grupos: baixo ou inexistente (R1); médio (R2);
alto (R3); muito alto (R4), com auxílio de um mapeamento na escala de detalhe (1:2000), de
modo a permitir a observação e o registro de informações mais detalhadas referentes às
moradias e seu entorno. No trabalho é mencionado que a escolha dessa metodologia foi
decorrente de uma homogeneidade na classificação do risco no Brasil, já que a existência de
inúmeras metodologias com enfoques diversos, em função da formação do pesquisador,
provocava a existência, no país, de graus de risco distintos quando comparado os graus
alcançados em outras localidades. Para a hierarquização das áreas de risco foi utilizada a
metodologia proposta por Gusmão Filho, De Melo e Alheiros (1992). Essa metodologia foi a
mesma aplicada por Bandeira (2003), adaptando-a para a cidade de Ilhéus. Levou-se em conta
o fator topográfico e o fator de textura, por terem como atributos os elementos da
susceptibilidade; e o fator ambiental, por envolver os atributos relacionados à vulnerabilidade
da área. O fator climático não foi considerado por ser uniforme considerando-se os mesmos
índices pluviométricos para toda a área, bem como o fator geológico, em razão das encostas
estarem assentes sobre uma geologia única. Foram realizados vários testes com atribuições de
pesos, no sentido de ressaltar a importância relativa dos fatores de risco na deflagração dos
escorregamentos, de modo que se pudesse chegar o mais próximo da realidade vista em
campo. O fator topográfico foi composto pela amplitude, extensão e forma do perfil, os quais
foram obtidos pelos perfis topográficos e dados de declividade definidos a partir de equações
lineares utilizando o Sistema para Análises Estatísticas versão 9.1 SAEG (2007), ajustadas
entre comprimento e altura da encosta. Para a definição do tipo do perfil, as mesmas variáveis
(comprimento e altura da encosta) foram ajustadas a modelos polinomiais e escolhido aquele
que apresentou maior coeficiente de determinação, de modo que, por meio da análise dos
sinais positivos ou negativo dos coeficientes do modelo, fosse possível definir as diferentes
formas de encosta. O fator textura foi caracterizado pelo teor de silte e areia do horizonte C e
o fator ambiental representado pelos atributos pavimentação, esgotamento, coleta de lixo e
tipologia habitacional (madeira) a partir do banco de dados do Plano Estratégico Municipal
para Assentamentos Subnormais de Ilhéus (PEMAS) (2002). Os pontos de risco foram
identificados e classificados por meio da metodologia proposta pelo Ministério das Cidades
(BRASIL, 2006) e pela densidade demográfica, calculada a partir do produto entre o número
de casas dentro dos limites dos polígonos e a população de habitantes por domicílio estimado
42

pelo PEMAS (2002) e, posteriormente, dividido pelo tamanho da área zoneada. A partir
desses fatores foi elaborada uma planilha de cálculo no aplicativo Excel, com os valores
extremos de cada atributo de risco. De posse dos valores, os mesmos foram divididos
linearmente, num intervalo de quatro faixas de graus de risco, atribuindo-lhe seus
equivalentes numéricos (de um a quatro) arbitrariamente adotado, associando-os aos termos
lingüísticos, onde cada atributo recebeu uma avaliação qualitativa para o seu grau de risco.
A evolução da susceptibilidade de deslizamentos no município de Paraty-RJ foi
analisada em Silva et al. (2009), com base em dados de sensoriamento remoto óptico
multitemporal e dados de campo. Os softwares ENVI 4.3 e ARCGIS 9.2 foram usados no
processamento das imagens de sensoriamento remoto e no cruzamento de informações de
diversas origens. Sete classes de uso e cobertura do solo (ocupação humana rural e urbana,
desmatamento sem ocupação, rocha exposta, estradas, praias e costões rochosos, vegetação
natural e vegetação em recuperação) foram consideradas. Foi realizada uma reclassificação de
todos os produtos gerados, de acordo com a possibilidade de interferir no processo de
escorregamento. Com a aplicação do método foi observada uma diminuição progressiva das
áreas de baixa susceptibilidade e um aumento tanto das áreas de média quanto de alta
susceptibilidade à medida que ocorreu o aumento da ocupação humana.

1.3 Considerações

Apesar de muitos modelos estáticos e dinâmicos, com base em diferentes abordagens,


terem sido localmente testados, validados e melhorados em várias partes do mundo, muitos
problemas ainda permanecem sem solução, dificultando a previsão exata dos perigos de
deslizamento, especialmente quando a preocupação é a previsão em tempo real
(JAYATHISSA, 2010). Isso é devido, principalmente, à complexidade dos processos de
deslizamento que envolve combinações críticas, extremamente heterogêneas, de fatores
causais e incertezas associadas à previsão de fatos geradores. Os fatores causais podem ser de
vários tipos, alguns são conhecidos, qualitativa ou quantitativamente mensuráveis, e podem
ser analisados estatisticamente, outros são ainda desconhecidos. Portanto, novos estudos com
a introdução de diferentes combinações de fatores para análise por novas metodologias são
ainda necessárias para chegar a modelos mais apropriados.
43

2 VISUALIZAÇÃO TRIDIMENSIONAL

A reconstrução ou restituição automática de uma superfície, a partir de pares de fotos


(estereopares), vêm sendo estudada desde a década de 50 (TOMMASELLI, 1998). Desde essa
data, e mais ainda na última década, pode-se observar o crescimento da visualização 3D (ou
tridimensional) em vários campos de aplicação, como em arqueologia, biologia molecular,
geologia, indústrias cinematográficas, medicina (MENESES et al., 2002; NOGUEIRA
JUNIOR et al., 2008), paleontologia, arquitetura e urbanismo (HABEYCHE, 2007), dentre
outros.
Na ciência fotogramétrica (TOMMASELLI, 1998), várias técnicas de visualização
tridimensional (visualização estereoscópica) como o sistema binocular, empregado nos
convencionais restituidores fotogramétricos, e sistemas fotogramétricos digitais, vêm sendo
utilizadas, há muitos anos, na fotointerpretação e na extração fotogramétrica de informações
georreferenciadas para aplicações em SIGs e no mapeamento convencional (MIKHAIL et al.,
2001 apud ROS; DAL POZ; HASEGAWA, 2002).
As técnicas de restituição fotogramétricas possuem, em comum, a necessidade de um
par de fotos. Anteriormente, além de hardwares específicos para a realização da restituição
fotogramétrica, havia a necessidade de operadores com boa acuidade visual e bem treinados.
Tudo isso acarretava um custo no sistema de coleta de informações georreferenciadas, o que
restringia a aplicação da tecnologia, tornando mais distante o seu uso em maiores proporções
(ROS; DAL POZ; HASEGAWA, 2002).
Com o surgimento do computador e a ocorrência do rápido avanço tecnológico, a
fotogrametria foi impulsionada para a era digital, tornando possível a sua associação com
outras áreas do conhecimento, a saber: “o Processamento Digital de Imagens (PDI), a
Inteligência Artificial e a Visão Computacional” (SANTOS, 2005, p. 20).
Segundo em Ros (2001), as metodologias de visualização tridimensional que são
baseadas em Computação Gráfica requerem a geração de um MDT, seja a partir da
digitalização de curvas de nível via cartas existentes, a partir de levantamentos topográficos,
ou a partir de processos fotogramétricos. No entanto, a utilização dessas metodologias traz
algumas desvantagens, como não se ter incluídas nos MDTs, a altura de árvores, edifícios e
outros objetos sobre a superfície. Nesse caso, a tecnologia mais viável seria o laser–scanner,
cujo resultado é geralmente denominado de Digital Surface Model (DSM).
44

2.1 Fotogrametria

Definida pela Sociedade Americana de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto


(American Society for Photogrammetry and Remote Sensing - ASPRS) como a arte, ciência e
tecnologia de se obter informações confiáveis de objetos físicos e do meio ambiente, através
de processos de registro, medição e interpretação de imagens fotográficas, padrões de energia
eletromagnética radiante e outras fontes (TOMMASELLI et al., 1999; ÁLVARES, 2009), a
fotogrametria é muito útil na realização de medidas de distâncias horizontais e medidas que
permitem encontrar distâncias, ângulos, áreas, volumes e os tamanhos e formas dos objetos
(RUSK, 2007).
O termo ciência, em fotogrametria, é atribuído “ao princípio de reflexão metodológica
sobre a interpretação semântica, e as relações contextuais e topológicas das feições
cartográficas localizadas espacialmente na superfície física, registradas em fotografias ou
imagens digitais” (SANTOS, 2011, p. 2). Já a fotogrametria, como tecnologia, refere-se à sua
utilização “como um processo de mapeamento para a geração de produtos com qualidade
métrica, como por exemplo, a compilação de mapas, Modelos Digitais do Terreno (MDT) e
outros” (SANTOS, 2011, p. 2).
A fotogrametria é uma ciência oriunda da convergência da ótica, da fotografia e da
matemática (especialmente da geometria projetiva).
Os princípios da ótica e da química tiveram um papel muito importante na a invenção
da fotografia. Da mesma maneira, a câmara escura1, foi o instrumento base para a criação da
câmara fotográfica.
Os estudos de Leonardo Da Vinci (meados de 1492), investigando os princípios da
perspectiva e da geometria projetiva, de certo contribuíram para a base da teoria
fotogramétrica. No entanto, foi com Johann Heirinch Lambert o primeiro passo em sua
criação, ao desenvolver modelos matemáticos para uma imagem em perspectiva, publicados
em seu livro Perspectiva Líber, no ano de 1759 (ROCHA, 2003).
O desenvolvimento do processo fotográfico foi concretizado entre os anos de 1833 e
1839, quando o francês Louis Daguerre, continuando as pesquisas de seu sócio Niepce,
anunciou o processo fotográfico direto, o qual foi denominado de daguerreótipo.2

1
Invenção anônima, cujo princípio já era conhecido por Aristóteles (384-322 A. C) (MENDONZA-HARREL,
2005, p.5) e que foi popularizada pelos pintores renascentistas (séculos XV e XVI), como Leonardo Da Vinci, a
fim de melhor produzir a realidade em seus desenhos e pinturas (MARTINS, 2010, p. 48),
2
“Neste processo, uma placa de metal foi exposta e sensibilizada pela luz, com uma porção de iodeto de prata,
45

Com o auxílio de um balão, no ano de 1858, Gaspard Felix Tournachon, também


conhecido por Nadar, fez as primeiras fotos aéreas, precursoras remotas do levantamento
aéreo – o mapeamento de superfície a partir de uma série de fotografias sobrepostas
(BURTCH, 2009).
Aimé Laussedat, oficial do corpo de engenheiros do Exército francês, foi a primeira
pessoa a utilizar imagens para mapeamento topográfico (BARSA, 2000, p. 389). O trabalho
era realizado a partir de imagens desenhadas à mão, adquiridos com o auxílio da câmara
escura topográfica, um instrumento óptico de desenho em perspectiva, de sua criação. Mais
tarde, ele começou a aplicar fotografias. Em 1859, o protótipo de uma câmera topográfica foi
construído (ALBERTZ, 2001).
Albrecht Meydenbauer, arquiteto alemão, considerado pelo reconhecimento de um de
seus trabalhos como o pai da fotogrametria, começou suas investigações sobre o uso de
fotografias, na medição, sem qualquer conhecimento sobre as atividades de Laussedat. No
entanto, foi Meydenbauer, ao publicar o artigo Die Photogrammetrie em 1867, a primeira
pessoa a utilizar o nome fotogrametria (ALBERTZ, 2007).
Em 1868, o francês Chevallier desenvolveu uma câmera fotogramétrica, na qual a
chapa fotográfica ficava na posição horizontal. Em 1885, Franz Stolze (1836-1910) introduziu
o princípio da marca flutuante, a qual é utilizada para medições estereoscópicas. Nos Estados
Unidos da América, Adams formalizou a triangulação radial, em um esforço para resolver,
graficamente, os problemas de concatenação das imagens feitas a partir de balões (BASTOS,
2007).
No decorrer dos anos, muitos foram os meios utilizados para o registro de fotografias
aéreas além do balão, como as câmeras aéreas conduzidas por grandes pipas, pombos,
câmeras lançadas ao espaço através de foguetes, planadores, satélites e avião. A primeira vez
que um avião foi utilizado como plataforma para a obtenção de fotografia aérea foi em 1908.
O levantamento aerofotográfico (aerofotogrametria) teve um papel significativo na 1ª e 2ª
Guerras Mundiais e na Guerra Fria, e sua utilização vai além das forças armadas, por
exemplo, a arquitetura, a arqueologia e a agronomia.
Entre 1901 e 1914, Carl Pulfrich demonstrou ser possível medir diferenças de nível e
distâncias entre pontos de um modelo óptico estereoscópico, utilizando-se dos conceitos de
marca flutuante. Deu-se início à nova técnica de produção de mapas baseada em fotografias, a
estereofotogrametria (BARSA, 2000, p. 389).

dando origem ao processo fotográfico dos dias atuais” (SANTOS, 2011, p. 4).
46

O desenvolvimento acelerado da computação a partir dos anos 80 conduziu ao


estabelecimento da teledetecção3 como consequência lógica da evolução da fotointerpretação,
assim como o desenvolvimento de técnicas de tratamento computadorizado de imagens
digitais e o desenvolvimento da visão por computador.
Atualmente, com o apoio da computação, os equipamentos fotogramétricos de elevado
custo estão sendo desprezados por programas de menor precisão, ou por programas
desenvolvidos pelos próprios usuários.

2.1.1 Evolução da fotogrametria

Segundo Burtch (2009), a evolução da fotogrametria pode ser dividida em tábua de


aviação fotogramétrica, fotogrametria analógica, fotogrametria analítica e fotogrametria
digital. A tábua de aviação fotogramétrica refere-se ao período de 1850 a 1900 e é
caracterizada pelos trabalhos esparsos realizados na França, por Laussedat, Joseph e Henri
Vallot, na Alemanha, por Albrecht Meydenbauer e Sabastian Finsterwalder, e em outros
países. A fotogrametria analógica, cujo período vai de 1900 a 1960, teve seu início com os
trabalhos de Carl Pulfrich. Nesse período surgiu o primeiro aparelho de traçado contínuo para
planimetria e altimetria, traduzidas por curvas de nível. A fotogrametria analítica corresponde
ao período de 1960 a 1990. Ela aparece como uma evolução natural da inter-relação entre os
aparelhos restituidores analógicos e o surgimento da computação. A partir de 1990, como
consequência do grande desenvolvimento da computação, surge a fotogrametria digital,
possibilitando a exploração de imagens e etapas como Orientação Interior, orientação relativa,
fototriangulação, geração de MDTs e ortofotos digitais (SANTOS, 2005).

2.1.2 Divisões da fotogrametria

Reiss e Tommaselli (2007, p. 40) definem a fotogrametria como a “Ciência e

3
“Conjunto dos conhecimentos e técnicas utilizadas para determinar as características físicas e biológicas de um
objecto através de medições feitas à distância, sem contacto material com o objecto” (CASIMIRO, 2002)
47

Tecnologia que permite a medição de objetos indiretamente a partir de fotografias. Sua


aplicabilidade é ampla, podendo ser empregada desde a medição de objetos microscópicos até
a superfície da Terra ou de outros planetas.”
Ao longo da sua existência foram desenvolvidos métodos otimamente adaptados para
as áreas de aplicação em que foram necessários. Isso trouxe como resultado, a criação de
equipamentos específicos capazes de realizar a aplicação dessas técnicas especializadas.
Agrupando essas técnicas e equipamentos em torno de campos de aplicação, notam-se quatro
grandes grupos dentro da fotogrametria: a aerofotogrametria, a fotogrametria espacial, a
fotogrametria terrestre e a fotogrametria de curto alcance. As próximas subseções descrevem,
resumidamente, cada um desses grupos.

2.1.2.1 Fotogrametria de curto alcance

De modo geral, a fotogrametria de curto alcance (close range photogrammetry) agrupa


aplicações cujas áreas não possuem caráter geodésico ou topográfico, como a
bioestereometria ou fotogrametria médica, no estudo de formas de seres vivos (MITCHELL,
1995; NOGUEIRA JUNIOR et al., 2008), a análise e arquivamento de objetos menores, como
as pinturas em museus e investigações rupestres (DUARTE, 2004) e a arqueologia, em
aplicações similares às utilizadas na arquitetura (YANAGA, 2006); industriais e engenharia
(TOMASELLI et al., 1999).
A fotogrametria de curto alcance abrange a maior amplitude de técnicas para a tomada
de fotografias e sua posterior restituição. Ela é aplicada na solução de problemas singulares,
ou seja, muito específicos. Pode-se dizer que são soluções à medida do problema a se
resolver.

2.1.2.2 Fotogrametria terrestre

A fotogrametria terrestre foi a primeira aplicação prática da fotogrametria. As


fotografias utilizadas são tomadas sobre um suporte terrestre e, devido a este fato, a posição e
os elementos de orientação externa da câmera são conhecidos de antemão.
48

Seus primeiros experimentos datam de 1840 e dizem respeito à documentação de


edifícios e prédios históricos por Albrecht Meydenbauer (ALBERTZ, 2007), sendo uma
atividade realizada ainda nos dias de hoje em muitos países, principalmente em trabalhos
como levantamento de monumentos nacionais e locais, ou para reunir informações antes de
iniciar alguns trabalhos de restauração (DALLAS; CARBONNELL, 1992; POTSIOU;
IOANNIDIS; BADEKAS, 1992, BIRARDI, 1992; KEMPA; SCHLÜTER, 1992; GUTU,
1992; YANAGA, 2006; ARIAS et al., 2007) e levantamentos de terrenos muito íngremes.

2.1.2.3 Fotogrametria aérea

A fotogrametria aérea ou aerofotogrametria usa fotografias tiradas por uma câmera


aerotransportada. Isso significa que o seu eixo óptico é geralmente vertical, e sua posição no
espaço não é determinada. Geralmente, as câmeras utilizadas são de formato 23×23 mm, já
que são as mais apropriadas para os trabalhos cartográficos.
Com o início das fotografias aéreas, essas começaram a ser amplamente utilizadas pela
topografia, na realização de mapas e planos topográficos. Isso trouxe como consequência, o
aparecimento de um ramo da fotogrametria denominado fotointerpretação, o qual compartilha
seus fundamentos básicos com a fotografia aérea.
A aplicação em topografia é ampla, podendo ser aplicada a diversos tipos de projetos e
desenho de obras, como estradas (BRASIL, 1999; SÃO PAULO, 2006; SILVA; COSTA,
2010), ferrovias, pontes, túneis, oleodutos, gasodutos, linhas de transmissão, represas
hidrelétricas e estudos urbanos.
Além de trabalhos orientados, principalmente pelo desenvolvimento de obras de
engenharia civil, podem-se mencionar as pesquisas para uso cadastral, mapas geológicos,
mapas de solo, mapas florestais, dentre outros.

2.1.2.4 Fotografia espacial

A fotogrametria espacial é a modalidade que se utiliza de imagens estereoscópicas


tomadas de satélites de observação da Terra. Compreende todos os casos de fotografias ou
49

imagens extraterrestres e as medições subsequentes, em que a câmera pode estar fixada na


terra, na lua, em um planeta ou em um satélite artificial.

2.1.3 Vantagens e limitações da fotogrametria

A fotogrametria baseia-se na reconstrução 3D da realidade, a partir de imagens


bidimensionais. Suas vantagens e desvantagens estão extremamente ligadas às formas de
registro, e aos métodos e equipamentos de restituição.
Como vantagens, mencionam-se a redução de custos à medida que cresce com a área a
ser analisada; a redução do trabalho de campo, uma vez que a fotogrametria pode reduzir a
quantidade de pontos de controle; a velocidade da compilação, já que o tempo requerido para
a realização de um mapa fotogramétrico é mínimo, ao ser comparado com o que requere o
levantamento topográfico em seu posterior trabalho de escritório; poder ser realizado em uma
variada faixa de escalas, dependendo da escala das fotografias e do tipo de aparelho
compilador utilizado, além de poder fornecer mapas ou outro resultado, com diferentes
tempos de produção, custos e precisão; possibilidade de registro multitemporal, pois as fotos
aéreas provêm de um registro preciso das características do terreno na data em que foram
tomadas, o qual permite realizar comparações entre fotos de outras datas para avaliar
mudanças no terreno.
As fotos aéreas também podem ser empregadas com outras finalidades, além do uso
no projeto original, já que, além da informação métrica, as fotografias aéreas proporcionam
informação de caráter quantitativo e qualitativo. Também pode ser aplicada em regiões nas
quais os métodos clássicos não podem ser utilizados, como em regiões intransitáveis (matas
virgens, desertos, pântanos, territórios isolados por alguma epidemia ou ocupados por forças
inimigas) devido à característica intrínseca da fotogrametria, uma vez que os objetos podem
ser medidos sem a necessidade de se estar próximo a eles. Contribui ainda com uma série de
vantagens, como a fotografia em si, a qual é um documento que permite efetuar qualquer
controle em um dado momento. Também se pode obter das fotos dados jurídicos, geológicos,
históricos e geogênicos de suma importância.
Como desvantagens da utilização da fotogrametria pode-se citar o seu uso quando
existe uma espessa cobertura vegetal no terreno a ser restituído, uma vez que é impossível
colocar uma marca flutuante sobre o terreno, além da necessidade da previsão de uma altura
50

média da vegetação em relação ao solo; erros na colocação das curvas de nível; a necessidade
de inspeção local para determinação de elementos que não são visíveis de maneira satisfatória
e cuja natureza exata não pode ser determinada no estereomodelo; a necessidade de realização
de controle de campo; o investimento considerável em equipe de pessoal especializado, o que
torna o seu custo elevado; e, para realização de novos levantamentos, a necessidade de se
obter novas fotografias.

2.2 Estereoscopia

A estereoscopia é uma técnica fortemente ligada ao campo da fotogrametria e da


fotointerpretação, sendo, segundo Amorim (2000), “o fenômeno natural resultante da
aplicação dos princípios da visão binocular à visualização de duas fotografias de um mesmo
objeto, obtidas a partir de pontos de vista distintos”.
A palavra estereoscopia provém de duas palavras gregas, stereos e skopein, e significa
ver como sólido.
Para Habeyche (2007), a visão estereoscópica ou estéreo diz respeito à visão em três
dimensões (3D) e constitui a reprodução artificial da visão binocular natural. Já Meneses et al.
(2002) o termo estereoscopia é definido com as seguintes palavras:

Estereoscopia é uma reprodução artificial da visão humana, que é possível pela


existência de células fotossensíveis na retina. A forma fisiológica da visão humana é
tridimensional. Isto ocorre porque a visão binocular, resultante da posição alinhada
dos olhos, permite que um objeto seja visto de ângulos ligeiramente diferentes, um
mais à direita e outro mais à esquerda. O processamento destas informações pelo
sistema nervoso central propicia a percepção de profundidade (MENESES et al.,
2002, p. 769-770).

Segundo Azevedo e Conci (2003), as “informações monoculares, informações óculo


motoras e informações estereoscópicas” são as “três categorias de estímulos visuais usados
pelo cérebro para formar uma imagem em 3D”.
A percepção tridimensional na natureza é, sobre certo aspecto, automática. O homem
com sua visão binocular ‘normal’ aprende em pouco tempo a distinguir os objetos que estão
mais próximos ou mais distantes. No entanto, se a visão fosse monocular, somente esse
‘aprendizado’ não seria satisfatório para uma visão completa, a noção de profundidade seria
51

dada somente pela experiência do observador, como a visão em perspectiva, em que objetos
são vistos em uma posição relativa a um ponto de vista físico. Essa noção de perspectiva “é
resultado da aparente diminuição dos tamanhos e das distâncias entre os objetos, à medida que
o observador se distancia destes” (AZEVEDO; CONCI, 2003, p. 11). Para exemplificar tem-
se a imagem de uma rua na Foto 1. Uma pessoa, posicionada em uma das extremidades da
rua, ao observar o seu leito, poderá notar que, à medida que se distancia do observador, este
vai se afunilando, além das casas, árvores e postes que parecem reduzir de tamanho, ou seja,
os lados da rua, que no terreno são paralelos, convergem para um ponto de fuga no horizonte.

Foto 1 – Fotografia terrestre de uma rua

Fonte: A autora, 2010.

Foi no início do século XIX, após a descoberta de inúmeros métodos e máquinas, que
se descobriu os olhos não vêem em perspectiva, mas por um fenômeno estereoscópico.
Devido ao fato dos olhos estarem posicionados em lugares diferentes, cada um vê uma
imagem de modo diferente, ficando à cargo do cérebro usar essas diferenças, chamadas de
disparidade binocular, a fim de se obter a distância relativa dos objetos (AZEVEDO; CONCI,
2003).
A existência de uma grande diversidade de dispositivos, todos voltados para a
habilidade de perceber a profundidade com pares estereoscópicos é mencionada em Azevedo
e Conci (2003), entretanto, “não está claro o quanto nossa percepção de profundidade depende
puramente das disparidades geométricas ou quanto isso está relacionado à familiaridade de
52

objetos já conhecidos” (AZEVEDO; CONCI, 2003, p.14).


Para Siscoutto et al. (2004), a estereoscopia visual é classificada como um efeito ativo,
pois a noção de profundidade não está presente diretamente em uma imagem, seja ela obtida
por fotos ou quaisquer outros tipos de sensores, por se tratarem de apenas duas dimensões:
largura e comprimento. Para que se consiga obter informações acerca da profundidade de uma
fotografia, devem-se buscar alternativas que se baseiam nas leis da física. Para tal, são
necessárias duas condições, possuir duas imagens que foram tiradas de uma mesma cena, mas
de pontos diferentes, ou, em se tratando de fotografias aéreas, fotos com faixa de
recobrimento e posicionar as imagens de tal maneira que cada olho seja capaz de perceber
uma imagem de cada vez (deve-se considerar a distância entre os olhos do observador).
Satisfeitas as condições básicas descritas acima, conforme Paredes (1987) existem
várias maneiras de se obter a visão estereoscópica indireta. A estereoscópica voluntária, por
exemplo, pode ser a olho nu ou por estereoscópios (instrumentos próprios para essa
finalidade), o método dos anaglifos, por impressão ou por projeção de imagens coloridas, e
outros métodos, como o de polarização da luz, o de cintilamento e o de luz intermitente e
holografia.
De acordo com Ricci e Petri (1965), examinar fotografias aéreas sem estereoscopia,
ou seja, sem a visão tridimensional da área fotografada, pode fornecer ao foto intérprete boas
informações sobre a referida área. No entanto, as informações serão superiores, quando o
estudo for realizado estereoscopicamente. E isso será tanto mais verdadeiro quanto mais
acidentada for a região.

2.3 Visão computacional

Os seres humanos percebem a estrutura tridimensional do mundo que os rodeia com


aparente facilidade. No campo da visão computacional, também conhecida como visão de
máquina ou imagem automatizada, os pesquisadores vêm desenvolvendo técnicas
matemáticas para recuperar a forma tridimensional e aparência de objetos em imagens
(através de um conjunto de pontos, grande o suficiente, é possível criar uma superfície 3D
utilizando-se de correspondência estéreo); identificar pessoas em fotos ou cenas. No entanto,
para Szeliski (2010), apesar de todos os avanços, o sonho de se ter um computador para
interpretar uma imagem como uma pessoa, como contar animais em uma foto, permanece
53

ainda distante.
Os modelos utilizados na visão por computador são geralmente desenvolvidos em
física (radiometria, ótica, sensor e design) e computação gráfica.
Conforme David Lowe (1988)4, visão computacional é a extração automatizada de
informações a partir de imagens. Deste modo, visão computacional difere do conceito de
processamento de imagem, no qual uma imagem é processada para produzir outra imagem.
Para Segundo (2007), a visão computacional estéreo busca reproduzir a maneira como
os seres humanos enxergam o mundo, na qual as imagens visualizadas por cada olho, em
separado, são combinadas, com sucesso, gerando uma imagem tridimensional no cérebro.
A visão computacional tenta descrever o mundo que nós vemos em uma ou mais
imagens e de modo a reconstituir suas propriedades, tais como: forma, iluminação e
distribuição de cores (SZELISKI, 2010). A grande maioria das técnicas usadas em visão
computacional ainda são objetos de pesquisa, pois esta se encontra em seu estágio inicial, ou
seja, o sistema que ‘vê’ está muito distante de ser implementado. “Na prática, os algoritmos
de visão computacional existentes são responsáveis apenas por uma pequena parte do
processo de percepção visual. Desse modo, um conjunto desses algoritmos precisa ser
aplicado em cascata para formar sistemas mais complexos” (FRANÇA, 2003, p. 1).

2.4 Modelagem digital de terreno

O desenvolvimento de instrumentos eletrônicos (como trena laser, teodolito,


distanciômetro e a combinação dos dois últimos denominada estação total), aliados à
computação, permitiu uma evolução significativa na representação da configuração do relevo
de um terreno, com seus acidentes naturais e artificiais.
O surgimento de pesquisas nessa área, a partir da década de 50, e que se estende até os
dias atuais, permitiu estudos relacionados com a caracterização da paisagem, favorecidos por
métodos automáticos de extração de variáveis topográficas em ambiente computacional, como
a modelagem digital. A inserção do ambiente computacional na realização desse tipo de
tarefa, antes manual, proporcionou como vantagem, a redução considerável do tempo
utilizado para a demanda de trabalho (SOUZA, 2006).

4
http://www.cs.ubc.ca/~lowe/vision.html
54

No campo da modelagem, MDTs são incluídos como modelos simbólicos. Modelos


simbólicos levam a um maior nível de abstração, já que o objeto real é representado por uma
simbolização matemática (por exemplo, geometria e estatística). No caso do MDTs, as
relações de correspondência são estabelecidas com o objetivo, tendo a forma de algoritmos ou
formalismos matemáticos (FELICÍSIMO, 2004, p. 4).
Em Barros (2006) menciona-se ser comum a utilização de MNT, MDE, MDT, Modelo
Numérico de Elevação (MNE) e Modelo Digital de Superfície (MDS), ou suas variantes em
inglês Digital Elevation Model (DEM), Digital Terrain Model (DTM), Digital Surface Model
(DSM) como sinônimos, na designação de Modelos que representam, graficamente, parte do
relevo da superfície terrestre (ASPIAZÚ; ALVES; VALENTE, 1990), sua topografia ou sua
utilização e cobertura com o auxílio do computador. Entretanto, diferentes definições para
esses termos podem ser encontradas na literatura.
Segundo Rabaco (2005), MDT representa uma distribuição espacial de uma variável,
de forma a modelar fenômenos geográficos e implica que a variável que está sendo
representada deva ser quantitativa e de distribuição contínua. A definição geral de MDT não
faz referência explícita a que variável está sendo modelada. Para diferenciar claramente que
variável está sendo representada no modelo, esse deverá ser chamado pelo nome da variável a
qual está sendo representada. Dessa forma, MDT seria uma denominação genérica.
Para Galindo (2008), o termo MNE é genérico e se refere a qualquer representação
numérica de elevação de superfície, seja para designar a representação 3D de um objeto
qualquer ou para representar tridimensionalmente uma superfície topográfica.
De acordo com Câmara et al. (2001) o MNT “é uma representação matemática da
distribuição espacial da característica de um fenômeno vinculada a uma superfície real, que,
em geral, é contínua, e o fenômeno que representa, pode ser variado”. Já o MDE é a
representação da altimetria (parte da Topografia que estuda a representação vertical do
terreno, através da medição de cotas ou altitudes dos pontos de interesse) de uma superfície
contínua.
Os métodos de altimetria mais utilizados são: correlação de imagens, perfilamento
laser e restituição estereofotogramétrica. Praticamente, todos os sistemas de fotogrametria
digital apresentam suas soluções para a obtenção de altimetria por correlação de imagens. Os
outros dois produtos, na ordem, representam precisão e confiabilidade bastante superior à
altimetria por correlação de imagens, entretanto, com custos bem mais elevados (SILVA,
2009).
Para Andrade (2003) modelar um terreno significa reproduzir a sua forma. Quando
55

esta reprodução é realizada por meios digitais, diz-se que se fez um MDT ou DTM, sendo esta
nomenclatura utilizada quando se refere à superfície topográfica. Em se tratando de superfície
visível, diz-se MDE ou DEM.
Em Galo (2006 apud GALINDO, 2008) é definido MDS ou DSM como o conjunto de
pontos de elevação, que representam uma porção da superfície terrestre, incluindo as feições
(por exemplo, árvores, edificações e rodovias). Já o MDT refere-se à representação da
superfície física, sem as feições antrópicas, árvores etc..
Silva (2009) conceitua MDS como o resultado da extração automática do MDE, pela
computação de similaridades entre imagens sobrepostas devidamente orientadas, sem a
posterior intervenção humana para sua validação. Havendo a validação humana e manual do
mesmo produto em ambiente estéreo, o produto final será o MDT.
A qualidade de um MDS depende diretamente de três principais fatores (SILVA,
2009): a qualidade das imagens aéreas, pois afeta diretamente nas medidas de similaridade
(correlação de imagens), uma que uma imagem pouca definição implica em baixa eficiência
na medição das similaridades; o tipo de cobertura vegetal, pois em áreas com alta densidade
de cobertura vegetal, além da ocorrência de buracos, ocorrem as principais falhas das leituras
de similaridade. Os pontos, quando localizados, ocorrem sobre a parte superior das coberturas
vegetais e não sobre o terreno, daí a denominação MDS; e o tipo de relevo, devido à
dificuldade de medir a semelhança de pontos nas áreas com alta declividade, diminuindo
substancialmente a qualidade da representação do relevo nestas áreas.
A pesquisa inicial sobre MDT data de meados da década de 50 e é creditada ao
professor Charles L. Miller do Massachussets Institute of Technology (MIT). Teve como
objetivo principal a execução de projetos de estradas auxiliados por computador. A partir de
pontos de altitudes, obtidos por métodos fotogramétricos, criavam-se modelos altimétricos do
terreno, com pontos espaçados em intervalos regulares (WEISBERG, 2008). Desde então, os
MDTs vêm sendo usados em vários campos de aplicação, por exemplo, na representação de
informações de ordem econômica e social (como a distribuição da população ou da renda dos
habitantes de uma região) ou na representação de informações acerca do meio físico (dados de
geofísica (sísmica, gravimétrica), dados de sondagens geológicas, poluição, ruído,
temperatura etc.) (SIMÕES, 1993).
Em Souza (2006) é mencionado que a modelagem digital é uma alternativa com
crescente aplicabilidade em diversos campos de trabalho, como em pesquisas destinadas à
execução de projetos de estradas auxiliados por computador para a engenharia civil, geração
de mapeamentos de drenagem, declividade, visibilidade em linhas de transmissão dentre
56

outros.
Para a geração de um MDT são necessárias três etapas: a aquisição de dados, a
preparação e tratamento dos dados e geração do MDT (PERES, 2006).
Os dados sobre o terreno que podem ser obtidos de diversas maneiras, sendo as mais
comuns: fotogrametria, Lidar, interferometria de radar de abertura sintética (Insar),
digitalização de mapas e aquisição direta por meio de levantamentos topográficos. Em um
MDT, os dados são representados pelas coordenadas X, Y, Z, sendo Z o parâmetro a ser
modelado, com Z=f (x, y) (GABOARDI, 2009).
O tratamento dos dados implica em eliminar pontos levantados erroneamente ou
acrescentar pontos onde houver falhas, para a geração correta do MDT e coerência com a
superfície real. Segundo Watson (1992 apud MATOS, 2005) a falta de informação (poucos
dados amostrados) leva à geração de modelos pobres com tendência de suavizar o terreno. Já
o excesso de informação (quantidade de pontos muito grande) sobrecarrega o sistema, com o
uso excessivo de memória, além de encarecer desnecessariamente o levantamento.
Para a geração do MDT faz-se necessária a utilização das técnicas de interpolação.
“Um princípio básico, compartilhado por todos os métodos, é de que pontos mais próximos
tendem a ter características mais semelhantes do que pontos mais distantes” (BURROUGH,
1986 apud MATOS, 2005). As funções interpolantes média das altitudes das amostras
vizinhas, triangulação de Delaunay e vizinho natural, superfície de tendência, série de
Fourier, superfície de mínima curvatura (Spline) e Krigagem são as mais comumente
utilizadas. Detalhes sobre as características destas funções podem ser visualizados em Matos
(2005, p. 67 - 68).
As elevações da superfície podem ser representadas por dois grupos básicos: rede ou
malha triangular irregular (TIN) e rede ou malha quadrada ou regular.
As malhas triangulares irregulares (Figura 1) são estruturas do tipo vetorial, compostas
por vértices de arestas, que representam a superfície através de um conjunto de faces
triangulares interligadas. Para cada um dos vértices dos triângulos, as coordenadas de
localização (X, Y) e o atributo Z (estimado via interpolação) são armazenados, representando
um valor qualquer (elevação ou altitude). Quanto mais as faces triangulares forem equiláteras,
maior será a exatidão com que a superfície será descrita (CÂMARA; DAVIS; MONTEIRO,
2001, p. 2-27).
57

Figura 1 – Exemplo de uma malha triangular

Fonte: ANGULO FILHO, 2008.

A malha regular (Figura 2) constitui em uma representação matricial na qual a cada


pixel é atribuído um valor numérico referente à topografia. O uso da estrutura matricial tem
antecedentes relativamente remotos. Em Chapman (1952 apud FELICÍSIMO, 1994) foram
propostos métodos de análise topográfica baseados em matrizes regulares (sobreposição de
uma grade sobre o terreno de modo a extrair a altura média de cada célula). A grade pode
assumir várias formas, mas a mais utilizada é uma rede de malha regular quadrada, com linhas
e colunas igualmente espaçadas. Nessa estrutura, a localização espacial de cada dado está
implicitamente determinada pela sua posição na matriz, uma vez definida a sua origem e o
espaçamento de linhas e colunas. As matrizes de altitudes são tipicamente geradas por
interpolação, a partir de um modelo anterior de contornos ou por métodos fotogramétricos.

Figura 2 – Exemplo de uma malha regular

Fonte: ANGULO FILHO, 2008.


58

Um resumo das principais vantagens e desvantagens do uso de grades regulares e


triangulares baseado em Câmara (2005); Gomes, Vital e Macedo (2007), pode ser visto no
Quadro 5.

Quadro 5 – Resumo das principais vantagens e desvantagens do uso de grades regulares e


triangulares
Aspecto Vantagens Limitações
Triangular - melhor representação de relevos complexos; - complexidade de manuseio;
- incorporação de restrições como linhas de cumeada, - inadequada para visualização 3D.
talvegues, platôs.

Regular - facilidade de manuseio e conversão; - limitação na representação de


- adequada para geofísica e visualização 3D relevo complexo e no cálculo de
declividade
Fonte: CÂMARA, 2005, p. 39; GOMES; VITAL; MACEDO, 2007, p. 252.
59

3 CONCEITOS RELACIONADOS AO MAPEAMENTO TRIDIMENSIONAL DE


UMA ÁREA

Uma área pode ser mapeada tridimensionalmente a partir de duas fotografias aéreas
tiradas de pontos de vista distintos (O1 e O2), proporcionando uma superposição de parte da
mesma área (Figura 4). Existem muitos conceitos relacionados a esse processo, por exemplo,
a geometria das fotografias e o conceito de paralaxe e restituição. À medida que os conceitos
forem apresentados, as Figuras 3 e 4 serão aplicadas ao longo do texto. Elas apresentam,
respectivamente, as relações geométricas da paralaxe estereoscópica e a representação
hipotética de duas imagens aéreas verticais consecutivas de um terreno.

Figura 3 – Relações geométricas da paralaxe estereoscópica


O1 O2

a b x a b x
H Hv xa xb
linha de voo
xb xa

A
h

Fonte: PAREDES, 1987.


60

Figura 4 – Representação hipotética de duas imagens aéreas verticais consecutivas de um


terreno
y y

b1 b2

a1

a2
PP1 x PP2 x

xa1 xb2

xb1 xa2

Foto1 Foto2

Fonte: PAREDES, 1987.

3.1 Paralaxe

O conceito de paralaxe está relacionado com o deslocamento relativo ou aparente dos


objetos estacionários, quando um observador em movimento os olha de pontos diferentes.
Em se tratando de fotografias aéreas, o observador móvel é o avião, o objeto estacionário é o
terreno e os pontos-imagens diferentes são duas imagens consecutivas e superpostas
longitudinalmente (PAREDES, 1987). Segundo Jensen (2009), a paralaxe é uma característica
normal da fotografia aérea e é a base para a visualização estereoscópica tridimensional.
O deslocamento aparente nas imagens, de um determinado ponto, em um par
estereoscópico, é chamado de paralaxe de um ponto. A fim de exemplificar o deslocamento
aparente, a partir da Figura 3, duas fotografias consecutivas são representadas hipoteticamente
na Figura 4, como se estas tivessem sido adquiridas das estações de exposição 1 e 2,
respectivamente. Tem-se o ponto A, representado respectivamente nas fotos 1 e 2 por, a1 e a2.
Este ponto pode ser visualizado em duas posições diferentes em relação ao eixo x das
fotografias.
61

A diferença algébrica entre os deslocamentos aparentes das imagens é chamada de


paralaxe absoluta, e sua forma geral é dada por (7):

pxi = xi 1 − xi 2 (7)

em que:
pxi é a paralaxe absoluta das imagens , com i=a, b, c, ...z;
xi1 é o deslocamento, ao longo da abscissa, do ponto principal ao pé das imagens (ponto-
imagem) na fotografia da esquerda (valores positivos);
xi2 é o deslocamento, ao longo da abscissa, do ponto principal ao pé das imagens (ponto-
imagem) na fotografia da direita (valores negativos);

Existirá paralaxe em x toda vez que ocorrer variações de altitude na superfície


fotografada. Com relação à paralaxe em y, esta não deve existir, porque prejudica a visão
estereoscópica. A paralaxe em y deixa de existir se as retas que unem os pontos homólogos de
um par estereoscópico forem paralelas à linha de voo. Desse modo, as ordenadas de pontos
medidas na foto esquerda serão iguais às ordenadas de seus homólogos, na foto direita
(BRANDALIZE, 2004).
Com os instrumentos escalímetro e barra de paralaxe, as leituras de paralaxe podem
ser realizadas manualmente, sendo a precisão, nestes casos, de 1/100mm.

3.2 Propriedades geométricas da fotografia aérea

Uma fotografia faz um registro preciso das posições dos objetos na cena no momento
da exposição. Ao adquirir várias fotografias aéreas ao longo de uma linha de voo, os pontos-
imagens são registrados a partir de diferentes perspectivas. Conforme pode ser observado na
Figura 4, seguindo a linha de voo, representada pelo eixo x, os pontos A e B representados no
terreno, são visualizados de diferentes perspectivas. Em O1 os pontos A e B estão à frente do
observador (avião), enquanto que em O2 eles ficaram atrás.
Das Figuras 4 e 5, alguns conceitos podem ser apresentados: a posição do centro
perspectivo (ótico) no instante da tomada da fotografia é chamado de estação de exposição
(O). A altitude de voo (H) é dada pela distância vertical entre a estação de exposição e o
62

Geóide (nível médio do mar), medida em metros. A distância vertical entre a estação de
exposição e um plano qualquer de referência do terreno é denominada altura de voo (Hv). Sua
medida é o metro. A fotobase ou base fotográfica (b) é representada em milímetros e
correspondente à aerobase na fotografia, ou seja, a distância horizontal medida sobre a
fotografia, entre as projeções de duas estações de exposição consecutivas. A aerobase ou base
aérea (B) é distância horizontal entre o centro de duas tomadas de fotos consecutivas de uma
linha de voo, ou seja, a distância entre as estações de exposição de fotografias consecutivas,
medida em metros. O ponto formado pela projeção ortogonal do centro perspectivo no plano
do filme, do negativo ou da fotografia é o ponto principal da fotografia (PP). Ele é definido
pela interseção das linhas que unem as marcas fiduciais opostas da foto. O ponto do centro de
uma fotografia que aparece na fotografia consecutiva, devido ao efeito de recobrimento é
chamado de centro transferido (PP’). O sistema de coordenadas cartesianas, cujo ponto de
origem coincide com o ponto principal da fotografia é chamado de sistema de coordenadas
fotográficas. A linha que une o ponto principal da fotografia esquerda com o ponto principal
da fotografia direita, projetado sobre a fotografia esquerda define o eixo x e representa a linha
de voo (direção seguida pelo avião, durante a tomada das fotografias). Por fim, o eixo y é
definido pela linha perpendicular ao eixo x, passando pelo centro da fotografia.
Nas fotografias aéreas, a escala (E) depende basicamente de três fatores: distância
focal (f), altura de voo (Hv) e as condições do relevo. Por definição, a escala é a relação entre
um comprimento unitário horizontal de um objeto no mundo real e o seu comprimento
correspondente na imagem (CASACA, MATOS; BAIO, 2000 apud PEREIRA, 2005). É
normalmente determinada durante o planejamento do voo e é o resultado da relação entre a
distância focal da câmara (f) utilizada e a altura de voo (Hv).
Maneiras de se determinar a escala:
a) relações entre a distância entre dois pontos na fotografia (dfAB) e sua
correspondente no terreno (dtAB), dada pela expressão (8).

df AB
E= (8)
dt AB

b) relações entre a base fotográfica (b) e a base aérea (B), representada em (9).

b
E= (9)
B
63

Segundo Pereira (2005) uma fotografia aérea não apresenta uma escala uniforme. Esta
tem uma perspectiva central e a variação de escala que ocorre ao longo do documento está
diretamente relacionada com a variação altimétrica do terreno. Devido à ondulação do
terreno, um conjunto de fotografias aéreas apresenta uma escala média, pois a altura do voo
não é constante. “A variação de relevo do terreno deve ser considerada durante o
planejamento do voo para que não ocorram variações acima da ordem de cinco a dez por
cento da escala planejada” (KUGLER, 2008).
A escala média (Em) da fotografia corresponde à razão entre a distância focal f e a
média das altitudes do terreno coberto pela fotografia (altura do voo). É dada por pela
equação (10):

f (10)
E=
Hv
com
Hv = H − h (11)

A partir da distância focal (f) e da escala da foto (E) pode ser determinada a altura de
voo (Hv) conforme a equação (12).
f (12)
Hv =
E

A fotobase (b) pode ser determinada pela expressão (13):

b = l( 1 − R long ) (13)

em que :
l é o lado da fotografia, em mm.
Rlong é o recobrimento longitudinal da fotografia.

Outra maneira de se obter a fotobase é encontrando a paralaxe dos pontos principais na


fotografia. Geralmente utiliza-se como base o valor encontrado na fotografia da esquerda.
As coordenadas de um ponto P qualquer no terreno podem ser obtidas em função das
coordenadas fotográficas deste mesmo ponto, medidas sobre uma fotografia. A relação entre o
sistema de coordenadas terrestre e o fotográfico é dada por (14):
64

X(P) = x(p)E (14)

No caso específico da aerobase, tem-se (15):

B = b.E (15)

Para o cálculo das alturas utilizando-se a diferença de paralaxe deve-se calcular a


diferença de paralaxe entre dois pontos quaisquer (a e b), conforme a expressão (16):

(16)
∆px = px( a) − px(b)

A diferença de nível (∆h) entre esses mesmos dois pontos, para terrenos relativamente
planos, é obtida pela diferença de paralaxe, através da relação (17):

H ∆ px (17)
∆h =
b

Levando em consideração a avaliação de um terreno acidentado, a diferença de nível


entre os dois pontos já referidos anteriormente, também é obtida em função da diferença de
paralaxe, conforme apresentado em (18):

H ∆ px (18)
∆h =
( b + ∆ px )

Segundo Paredes (1987), a Expressão (18) é utilizada quando um dos pontos é o


centro da fotografia.

3.3 Restituição fotogramétrica

Para Temba (2000), “restituição é o procedimento que pretende obter de fotografias


aéreas ou terrestres as feições planimétricas e/ou altimétricas de uma determinada localidade
65

expressa na projeção ortogonal após restabelecer a equivalência geométrica entre a fotografia


e o filme”. Para reconstruir a posição exata de cada fotografia com a área fotografada é
preciso saber os parâmetros da orientação interior e exterior.

3.3.1 Orientação Interior

Dá-se o nome de orientação interior ao procedimento pelo qual as características


geométricas de uma fotografia aérea são relacionadas matematicamente às características
geométricas do sistema da câmara que a adquiriu (JENSEN, 2009). Segundo Linder (2003),
para que haja a Orientação Interior deve-se estabelecer a relação entre o sistema de
coordenadas internas da câmera e o sistema de coordenadas do pixel da imagem. Esse
procedimento é necessário, uma vez que as imagens inicialmente obtidas não possuem
qualquer informação métrica, inviabilizando a obtenção de qualquer medida precisa sobre elas
(BRITO; COELHO, 2002).
Existem várias razões para transformação pixels-milímetros, dentre elas (BRITO;
COELHO, 2002), a uniformização das unidades dos sistemas (por exemplo, fotografia em
milímetro e terreno em metros), visando a associação futura mais fácil entre eles;
aproveitamento da formulação já existente (sistema métrico para a imagem, definido pelo
certificado de calibração da câmara) por ser mais prático utilizar uma formulação já
desenvolvida e devidamente estabelecida; correção de várias deformações na imagem, tais
como má colocação do diafilme no escâner, deformações no filme, efeitos atmosféricos não
modelados, distorção na digitalização via escâner ou aquisição da imagem digital via câmara,
e que causam deformações na imagem digitalizada (rotações, translações e fatores de escala);
eliminar erros sistemáticos causados pela refração atmosférica e pela curvatura da Terra;
Para realizar a Orientação Interior deve-se obter as informações sobre o sistema da
câmara, que podem ser encontradas no certificado de calibração, tais como coordenadas do
ponto principal (x0,y0); coordenadas das marcas fiduciais (mm); distância focal das lentes
(cm); características de deformação das lentes; e coordenadas do ponto de menor distorção;
Na imagem digital devem ser identificadas as coordenadas do centro das marcas
fiduciais (linhas e colunas dos pixels) da fotografia analisada.
Há três modelos fundamentais de transformação utilizados para realizar essa tarefa: a
transformação afim e suas particularizações, que segundo Tommaselli (1987 apud AMORIM,
66

2000) é um procedimento bem conhecido para essa realização; a transformação isogonal e a


transformação ortogonal. O modelo matemático da relação entre milímetro e pixel pode ser
descrito de forma linear, através da transformação afim dada pelas equações (19) e (20).

x = a0 + a1 ⋅ coluna + a2 ⋅ linha + b0( 0 ) + b1( 0 ) + b2( 0 ) (19)

y = a 0 ( 0) + a1 ( 0) + a 2 ( 0) + b0 + b1 ⋅ coluna + b2 ⋅ linha (20)

Para deduzir estes valores, deve-se utilizar um ajustamento de observações. O modelo


paramétrico é o mais adequado, uma vez que ajusta simultaneamente as observações e os
parâmetros (incógnitas).
Neste caso, as incógnitas são os parâmetros de transformação entre os dois sistemas,
dados por a0, a1, a2, b0, b1 e b2.
Escrevendo as equações (19) e (20) na forma matricial, para quatro marcas fiduciais,
tem-se (21):

L = A . V

 x1   1 coluna1 linha1 0 0 0 
   
 y1  0 0 0 1 coluna1 linha1   a 0 
x  1  
coluna2 linha2 0 0 0   a1 
 2  
 y2  0 0 0 1 coluna2 linha2   a 2 
x  = 1 ⋅ 
coluna3 linha3 0 0 0   b0  (21)
 3  
 y3  0 0 0 1 coluna3 linha3   b 1 
     
x4  1 coluna4 linha 4 0 0 0   b2 
 y  0 0 0 1 coluna 4 linha 4 
 4 

X = ( AT .P. A).( AT .P.Lb ) (22)

V = A. X − Lb (23)

La = Lb + V (24)
67

em que:

X é o vetor dos parâmetros (a0, a1, a2, b0, b1, b2)’ ajustados, ou seja, é o que se deseja
conhecer;
A é a matriz dos coeficientes dos parâmetros, que contém, entre outros, os valores das
coordenadas pixel das marcas fiduciais;
P é a matriz peso das observações. Se todos os pontos tiverem o mesmo peso (por exemplo,
se todas as marcas passaram pela mesma calibração), P é igual à matriz identidade;
Lb é o vetor das observações (x1, y1, x2, y2, x3, y3 , x4, y4)’, que são os valores das coordenadas
em mm das marcas fiduciais constantes do certificado de calibração da câmara;
V é a matriz dos resíduos;
La é o vetor das observações (x1, y1, x2, y2, x3, y3 , x4, y4)’ ajustadas.

3.3.2 Orientação Exterior

Dá-se o nome de Orientação Exterior ao procedimento que estabelece uma relação


entre o sistema de câmara (obtido na Orientação Interior) e o terreno (espaço objeto) que está
sendo mapeado (BASTOS, 2007) pelo qual se determina a posição e atitude da câmera no
instante do registro da cena. A Orientação Exterior possui seis parâmetros, sendo três
parâmetros referentes à posição do centro perspectivo da câmera no espaço objeto (X0, Y0, Z0)
e três parâmetros de rotação definidos pelos ângulos de Euler (ϕ,ω,κ), (LUGNANI, 1987).
Segundo Cramer, Stalmann e Haala (1999 apud SANTOS JUNIOR, 2007), a
determinação dos parâmetros de Orientação Exterior é pré-requisito essencial para a avaliação
geométrica de qualquer tipo de imagem (terrestre, aérea ou orbital).
Santos Junior (2007) afirma que o método mais popular para realização da Orientação
Exterior é denominado (Bundle Adjustment). Esse método necessita de pontos de apoio ou
controle fotogramétrico, que são pontos cujas coordenadas são conhecidas tanto no espaço
imagem quanto no espaço objeto. Para a resolução desse método empregam-se as equações
de colinearidade como modelo matemático e o ajustamento é realizado usando o método dos
mínimos quadrados.
A seguir, as equações de colinearidade (25) e (26) e seus principais componentes
(MIKHAIL et al., 2001 apud ROS; DAL POZ; HASEGAWA, 2002):
68

r11 ( X − X 0 ) + r12 (Y − Y0 ) + r13 ( Z − Z 0 ) (25)


εi = ε0 − c
r31 ( X − X 0 ) + r32 (Y − Y0 ) + r33 (Z − Z 0 )

r21 ( X − X 0 ) + r22 (Y − Y0 ) + r23 ( Z − Z 0 ) (26)


ηi = n0 − c
r31 ( X − X 0 ) + r32 (Y − Y0 ) + r33 ( Z − Z 0 )

em que:
c é a distância focal calibrada;
x', y' são coordenadas do ponto P no sistema fotogramétrico (espaço imagem);
X, Y, Z são coordenadas cartesianas do ponto P (espaço objeto);
X 0, Y 0, Z0 são coordenadas do centro perspectivo da câmara (espaço objeto);
rij são elementos da matriz de rotação R.

A matriz de rotação R, dada pela Equação (27), constitui uma matriz ortonormal para o
espaço tridimensional, de maneira que R-1 = RT.

 r11 r12 r13 


  (27)
R = Rϖ .Rϕ .Rκ = r21 r22 r23 
r31 r32 r33 

com:

1 0 0 

Rϖ = 0 cosϖ senϖ  (28)
0 − senϖ cosϖ 

cos ϕ 0 − senϕ 
Rϕ =  0 1 0  (29)
 senϕ 0 cos ϕ 

 cosκ senκ 0 (30)


Rκ = − senκ cosκ 0
 0 0 1
e
r11 = cosϕ.cosκ;
69

r12 = cosω.senκ + senω.senϕ.cosκ;


r13 = senω.senκ - cosω.senϕ.cosκ;
r21 = -cosϕ.senκ;
r22 = cosω.cosκ - senω.senϕ.senκ;
r23 = senω.cosκ + cosω.senϕ.senκ;
r31 = senϕ;
r32 = -senω.cosϕ;
r33 = cosω.cosϕ.

Segundo Lugnani (1987), a aplicação da resseção espacial em uma foto consiste em


calcular os parâmetros de Orientação Exterior da câmara (X0,Y0,Z0, ,ϕ, ω,κ), a partir das
fotocoordenadas (xi,yi) de, pelo menos, três pontos de apoio de campo não colineares para
cada imagem, das coordenadas (Xi,Yi,Zi) dos pontos correspondentes no espaço objeto, da
constante da câmara f e dos valores aproximados dos parâmetros incógnitos (X00,Y00,Z00,ϕ0,
ω0,κ0). A resseção espacial é realizada por intermédio das equações de colinearidade. Para
que seja realizado um ajustamento, são necessárias aproximações iniciais para as incógnitas,
uma vez que o modelo matemático é não linear (BRITO; COELHO, 2002).
A solução do ajustamento envolvendo a equação de colinearidade e as injunções é
dada por (31):
(31)
X a = X 0 .( AT .P. A) −1 .( AT .P.(L 0 − Lb ))

com:

 ∂ε 1 ∂ε 1 ∂ε 1 ∂ε 1 ∂ε 1 ∂ε 1 
 ∂X ∂Y0 ∂Z 0 ∂φ 0 ∂ω 0 ∂κ 0 
 0 
 ∂η 1 ∂η 1 ∂η 1 ∂η 1 ∂η 1 ∂η 1 
 ∂X 0 ∂Y0 ∂Z 0 ∂φ 0 ∂ω 0 ∂κ 0 
 ∂ε ∂ε 2 ∂ε 2 ∂ε 2 ∂ε 2 ∂ε 2 
 2  (32)
∂X ∂Y0 ∂Z 0 ∂φ 0 ∂ω 0 ∂κ 0 
A= 0
 ∂η 2 ∂η 2 ∂η 2 ∂η 2 ∂η 2 ∂η 2 
 ∂X ∂Y0 ∂Z 0 ∂φ 0 ∂ω 0 ∂κ 0 
 0
 ∂ε i ∂ε i ∂ε i ∂ε i ∂ε i ∂ε i 
 ∂X 0 ∂Y0 ∂Z 0 ∂φ 0 ∂ω 0 ∂κ 0 
 ∂η ∂η i ∂η i ∂η i ∂η i ∂η i 
 i 
 ∂X 0 ∂Y0 ∂Z 0 ∂φ 0 ∂ω 0 ∂κ 0 
70

 X 00 
Y 
 00 
 Z00  (33)
X0 =  
 φ0 
ω 
 0 
 κ 0 

ε 10 
η 
 10 
ε 20  (34)
L0 =  
η 20 
ε 
 i0 
η i 0 

ε 1 
η 
 1
ε 2  (35)
Lb =  
η 2 
ε 
 i
η i 

Conhecendo os seis parâmetros da Orientação Exterior para um par de fotografias,


pode-se, a partir das mesmas equações de colinearidade, realizar a interseção espacial, ou seja,
gerar as coordenadas tridimensionais de um ponto, referidas ao sistema do espaço-objeto
(terreno).
Como o ponto em questão é o mesmo, as incógnitas passam a ser suas coordenadas
tridimensionais no espaço-objeto (X, Y e Z). Ao todo, o número de equações é igual a quatro.
Logo, há superabundância de dados e um ajustamento por mínimos quadrados, nos moldes da
resseção espacial, pode ser aplicado.
Para facilitar o ajustamento, é possível isolar os valores de X e Y, como exibido a
seguir em (36) e (37):

r11(ε − ε0 ) + r12(η − η0 ) − r13c (36)


X = X 0 + (Z − Z 0 )
r31(ε − ε0 ) + r32(η − η0 ) − r33c
71

r (ε − ε0 ) + r22(η − η0 ) − r23c (37)


Y = Y0 + (Z − Z 0 ) 21
r31(ε − ε0 ) + r32(η − η0 ) − r33c

X 0 2 − Z 0 2 k x 2 + Z 0 1 k x2 − X 0 1 (38)
Z=
k x1 − k x 2

em que:

r11i (ε i − ε 0i ) + r12i (η i − η 0i ) − r13i c (39)


k xi =
r31i (ε i − ε 0i ) + r32i (η i − η 0i ) − r33i c

r21i (ε i − ε 0i ) + r22i (η i − η 0i ) − r23i c (40)


k yi =
r31i (ε i − ε 0i ) + r32i (η i − η 0i ) − r33i c

As Equações (36) e (37) e os valores de kxi e kyi (Equações (39) e (40)) podem ser
desmembrados para a primeira e a segunda imagens (ou para mais imagens) da interseção
espacial, o que levará às equações (41) a (44):

r111 (ε 1 − ε 01 ) + r121 (η 1 − η 0 1 ) − r131 c (41)


X = X 0 1 + (Z − Z0 1 )
r311 (ε 1 − ε 01 ) + r321 (η 1 − η 0 1 ) − r331 c

r211 (ε 1 − ε 01 ) + r221 (η 1 − η 01 ) − r231 c (42)


Y = Y01 + (Z − Z01 )
r311 (ε 1 − ε 0 1 ) + r32 1 (η 1 − η 01 ) − r331 c

r112 (ε 2 − ε 02 ) + r12 2 (η 2 − η 0 2 ) − r132 c (43)


X = X 0 2 + ( Z − Z0 2 )
r312 (ε 2 − ε 0 2 ) + r32 2 (η 2 − η 0 2 ) − r332 c

r212 (ε 2 − ε 02 ) + r22 2 (η 2 − η 02 ) − r232 c (44)


Y = Y02 + ( Z − Z02 )
r312 (ε 2 − ε 0 2 ) + r32 2 (η 2 − η 02 ) − r332 c
1
72

3.4 Interpolação

Pode ocorrer que, em função da aplicação, o número de pontos coletados não seja
suficiente para representar, com qualidade, o terreno, sendo necessário o uso de algum
método de interpolação para aumentar a quantidade dos pontos e, consequentemente, melhor
representar o terreno.
Os métodos de interpolação são funções matemáticas que têm como parâmetros
pontos de controle (dados pontuais) estimados ou medidos sobre uma superfície (LI; ZHU;
GOLD, 2005). Para McCullagh (1988) espera-se que função interpoladora tenha propriedades
matemáticas de interesse para a aplicação, de modo a reproduzira uma superfície contínua, em
um tempo computacional não proibitivo.
Em geral, os métodos de interpolação são globais ou locais. Os métodos globais uma
função deve ser ajustada de modo que considere e passe por todos os pontos amostrados. Os
métodos locais levam em consideração os pontos que estejam em certa vizinhança,
diminuindo sua contribuição à medida que os vizinhos se distanciam do ponto interpolado.
Conforme Barbosa (1999) existe uma variedade muito grande de formas de
interpolação que podem ser utilizadas para a densificação do MDT, como polinômios, splines,
elementos finitos, mínimos quadrados, inverso do quadrado da distância, vizinho mais
próximo, média simples, vizinhança natural e krigagem linear e não-linear.

3.5 Declividade

Segundo Brasil (2004), talude natural/encosta (Figura 5) é uma superfície natural


inclinada unindo outras duas com diferentes potenciais gravitacionais.
73

Figura 5 – Representação de um talude natural/encosta

Talude Natural/Encosta

H = Diferença de Potencial
Gravitacional

Fonte: BRASIL, 2004.

O talude natural quando sofre algum tipo de escavação é denominado talude de corte.
Já o talude artificial é originado a partir de aterros diversos (rejeitos, bota-foras etc.) (Figura
6).

Figura 6 – Representação de um talude de corte e talude artificial

Talude natural/encosta

Talude artificial (aterro) Talude de corte

Fonte: BRASIL, 2004.

Os elementos geométricos básicos do talude são a inclinação e a declividade. A


declividade em uma posição da superfície é definida por um plano tangente àquela posição na
superfície. A declividade é composta por duas componentes: o gradiente (máxima razão de
variação de cota z) e o aspecto (direção da máxima razão de variação de cota).
74

Figura 7 – Representação da inclinação de uma encosta

α = arc tan (H/L)


Amplitude
(H)

α = inclinação

Comprimento na Horizontal (L)


Fonte: BRASIL, 2004.

A inclinação (Figura 7) é formada pelo arco tangente da amplitude (H) dividida pelo
comprimento na horizontal (L). Considera-se declividade, a porcentagem da amplitude (H)
dividida pelo comprimento na horizontal (L). Ela pode ser expressa em graus (0° a 360°) pelo
valor do ângulo de inclinação (α), valor da tangente de α ou por percentual (%), enquanto que
o aspecto é expresso em graus (0° a 360°).
A declividade entre dois pontos, segundo Orth (2008) pode ser calculada seguindo os
seguintes passos: (1) determinar a cota dos dois pontos por interpolação (regra de três); (2)
determinar a diferença de nível entre os dois pontos (DN); (3) determinar a distância
horizontal entre os dois pontos (DH); (4) calcular a declividade usando a Equação (45):

DN
declividad e = ⋅ 100
DH (45)

Segundo Angulo Filho (2005), a declividade é o único elemento de reconhecimento


totalmente dependente da visão Estereoscópica. Ela é um fator importante para estudos
geológicos e geomorfológicos. Dentre as suas aplicações, tem-se: encontrar regiões pouco
acidentadas, verificar regiões cuja exposição do sol ocorra apenas durante um determinado
período do dia, identificar potencialidade de uso agrícola de uma determinada área, quando
correlacionado a outros tipos de fenômenos geográficos inerentes à topografia, além de
auxiliar em pesquisas de suscetibilidade dos solos à erosão e suscetibilidade a
escorregamentos.
75

3.6 Cálculo da Declividade a partir de uma grade regular

Uma superfície representada por uma matriz de cotas (tipo raster) pode ser
matematicamente considerada contínua, uma vez que é possível ter-se derivadas em qualquer
ponto da superfície. Na prática, a superfície é discretizada para ser representada via
computador, mas o cálculo da derivada é possível pelo cálculo das diferenças em um filtro
quadrado ou ajustando a superfície usando um polinômio (BURROUGH; MCDONNEL,
1998).
Os algoritmos mais populares são Evans, Shary, Zevenbergen e Thorne, Horm e
Evans-Young. Um filtro 3×3 (Figura 8 (a)) é utilizado para percorrer a grade de pontos.
Todos algoritmos empregam entre quatro e nove células desse filtro, a fim de calcular uma
estimativa do gradiente (declive), aspecto (orientação) e curvatura. No entanto, apenas alguns
desses têm sido implementados em software comercial e esses tendem a ser os algoritmos
mais descritos na literatura. A Figura 8 (b) representa a posição de cada célula do filtro 3×3,
ao varrer a grade.

Figura 8 – Representação do filtro 3×3


y

(a) (b)
Fonte: CADELL, 2002.

As derivadas de primeira ordem de uma superfície correspondem ao declive e à


orientação da mesma. Já as derivadas de segunda ordem correspondem à convexidade do
perfil e à convexidade no plano. Define-se, também, gradiente como a máxima variação de
altitude substituindo-se, desse caso, a denominação declive por gradiente.
Jones (1998) descreve oito algoritmos para calcular a encosta de um DEM. A
diferença principal entre a maioria dos algoritmos com esse mesmo propósito é o número de
76

células da grade usado e a ponderação dada a cada um desses valores de células.


Classificados por Jones (1998), respectivamente, como primeiro e segundo melhores
algoritmos para encontrar o declive e a orientação de uma superfície modelada por uma rede
de pontos tipo raster, os algoritmos de Zevenbergen e Thorne (1987) e Horn (1981) são
amplamente utilizados. O algoritmo de Horn (1981) é um método de diferenças finitas de
terceira ordem, usado pelo comando SLOPE do ArcView e ArcInfo, enquanto Zevenbergen e
Thorne (1987) é um método de diferenças finitas de segunda ordem, incorporada ao comando
ArcInfo.
Os métodos Zevenbergen e Thorne e Horn produzem resultados ligeiramente
diferentes. Foi sugerido na literatura que o método Zevenbergen e Thorne tem tendência para
suavizar os dados, por usar quatro pontos, enquanto o método de Horn tende ser melhor para
terrenos acidentados uma vez que pode haver uma diferença real feita pelos oito pontos de
entrada ao invés de quatro.
Skidmore (1989) discorda de Jones (1998), sugerindo que o método de terceira ordem
é o ideal para o cálculo do gradiente de uma grade. Em Florinsky (1998) é mencionado que o
método de Evans-Young é o mais preciso, comparado com Zevenbergen e Thorne e Horn.

3.6.1 O método Zevenbergen e Thorne

Na Figura 8 é apresentado, segundo os autores Zevenbergen e Thorne’s (1987), um


estimador para declive, orientação, convexidade e concavidade a partir de uma equação
quadrática (47) baseada em nove parâmetros de um filtro 3×3.
A superfície da encosta é derivada da equação quadrática:

2 2 2rx 2 2 ty 2 (46)
Z (x,y) = Ax y + Bx y + Cxy + + sxy + + px + qy + D
2 2
Os nove parâmetros são determinados pelas nove elevações (valores de Z) de uma
janela 3x3. Estão apresentados na Equações (47) a (55):

 (Z 1 + Z 3 + Z 7 + Z 9 ) (Z 2 + Z 4 + Z 6 + Z 8 )  (47)
 − + Z 5
4 2 
A= 4
d
77

 (Z1 + Z 3-Z 7-Z 9 ) (Z 2-Z 8)  (48)


 −
4 2 
B=
d3

 (- Z1 + Z 3-Z 7 + Z 9 ) (Z 4-Z 6 ) (49)


 − 
4 2
C =
d3

 (Z 4 + Z 6)  (50)
 − Z 5
2
r=
d2

 (Z 2 + Z 8 )  (51)
 − Z 5 
2
t =
d2

s=
(-Z1 + Z 3 + Z 7-Z 9) (52)

4d 2

p=
(-Z 4 + Z 6) (53)
2d

q=
(Z 2-Z 8) (54)

2d

D = Z5 (55)

O método Zevenbergen e Thorne é um algoritmo de diferença finita de segunda


ordem, que calcula a inclinação e o aspecto de um ponto a partir dos quatro pontos de
elevação mais próximos em uma grade. Os coeficientes da equação quadrática parciais são
deduzidos a partir de uma superfície de tendência, que passa exatamente através dos nove
pontos de elevação, que se referem às células do filtro 3×3, que é passada ao longo o arquivo
grade do MDT para derivar a superfície do talude. Esses quatro pontos equivalem às direções
Norte-Sul e Leste-Oeste. A partir destes quatro pontos duas grandezas são derivadas,
descrevendo a tendência angular nas direções Norte-Sul (q) e Leste-Oeste (p).
A declividade é encontrada pela diferenciação da equação (46) e resolvendo a equação
resultante para o ponto central. Embora conceitualmente este método use uma janela 3x3 para
78

calcular o declive, o modelo é simplificado, usando quatro pontos. Se o valor da curvatura for
positivo, ela é côncava, caso contrário, convexa. As formulações para encontrar a declividade,
aspecto e curvatura são dadas a seguir:
(56)
Declividade = p² + q²

O sinal negativo indica que a inclinação é para baixo e, convencionalmente, é


ignorado.
(57)
q
Aspecto = a tan 
 p

 (rp² + tq² + spq )  (58)


Curvatura_ perfil = − 2 ⋅  
 p² + q² 

 (rq² + tp² − spq )  (59)


Curvatura_horizontal = 2 ⋅  
 p² + q 2 

Um exemplo (CADELL, 2002):

O pixel para o qual está sendo calculada inclinação está em cinza. As elevações dos
pixels são dadas em metros e o tamanho da célula na direção do eixo X e do eixo Y foi fixado
em 10m.

p= (-22+25)/2*10
= 3/20
= 0,15

q= (20-24)/2*10
= -4/20
79

= -0,2

Declividade= sqrt(p2+q2)
= sqrt(0,0225 + 0,04)
= 0,25

Ângulo da declividade = 0,25*180°/3,1415


= 14,32°

Ângulo do Aspecto = atan (q/p)


= atan (0,2/-0,15) *180°/3,1415
= -53,1°

Aspecto = -53,1 +180°


= 126,9°

3.6.2 O método Horn

O método de Horn é um método de diferenças finitas de terceira ordem, que utiliza


coeficientes de ponderação desiguais para os valores de elevação mais próximos. Essas
ponderações são proporcionais ao inverso do quadrado da distância do pixel central. Essa
técnica leva em conta os oito pontos de grade mais próximos ao redor do ponto de análise. Em
termos práticos, uma janela 3×3 é passada sobre o arquivo grade.

p=
[(Z3 + 2Z6 + Z9) − (Z1 + 2Z4 + Z7)] (60)

8d

q =
[(Z1 + 2Z 2 + Z 3) − (Z 7 + 2Z 8 + Z 9)] (61)

8d

As etapas finais para encontrar o aspecto de uma encosta utilizando o método de Horn
é semelhante à etapa final do método de Zevenbergen e Thorne. O aspecto é calculado por:
80

p (62)
Aspecto = a tan ( )
q

Ambos os métodos estão sujeitos ao atan. Isto significa que é preciso ter cuidado ao
calcular o ângulo de aspecto. É importante estar ciente de qual quadrante o ângulo se
encontra.

Um exemplo (CADELL, 2002):

p = [(25 + 2(25) +18)-(10 + 2(22) + 20)] / 8(10)


= 0,175

q = [(10 + 2(20) +25)-(20 + 2(24) + 18)] / 8(10)


= -0,1375

Declividade = sqrt[(0,175)2 + (-0,1375)2] )


= 0,223

Ângulo Declividade = 0,223 *180°/3,1415


= 12,54°

Ângulo do Aspecto = tan(0,175/-0,1375) *180°/3,1415


= tan(-1,27)*180°/3,1415
= -51,84°
Aspecto = -51,84° + 180°
= 128,16°
81

3.6.3 O método Evans-Young

O método Evans-Young (Young, 1978; Evans , 1979, pp 28-29 ), baseia-se numa


aproximação por mínimos quadrados, utilizando o polinômio de segunda ordem descrito em
(63) e uma matriz quadrada 3×3, com espaçamento d. As coordenadas cartesianas e elevações
da superfície topográfica são conhecidos para os pontos de uma janela móvel 3×3 ao longo de
um MDT.
(63)
rx 2 ty 2
z = + sxy + + px + qy + D
2 2

Pela Equação (63) pode-se calcular os seis componentes do polinômio para todos os
pontos de em grade regular, com exceção de linhas e colunas de fronteira. Eles podem ser
vistos nas equações (64) a (68),

Z 1 + Z 3 + Z 4 + Z 6 + Z 7 + Z 9 − 2(Z 2 + Z 5 + Z 8 ) (64)
r =
3d²

Z1 + Z 2 + Z 3 + Z 7 + Z 8 + Z 9 − 2(Z 4 + Z 5 + Z 6 ) (65)
t =
3d²

Z 3 + Z 7 − Z1 − Z 9 (66)
s =
4d²

Z 3 + Z 6 + Z 9 − Z1 − Z 4 − Z 7 (67)
p =
6d

Z1 + Z 2 + Z 3 − Z 7 − Z 8 − Z 9 (68)
q =
6d

O método faz uma aproximação de valores de elevação nos pontos da janela, em vez
de passar exatamente por eles, levando a uma suavização da função de elevação dentro da
janela. Outro mérito do método é a utilização de medições utilizando os nove valores da
janela para estimar os seis coeficientes do polinômio (FLORINSKY, 2011).
Dos valores encontrados para r, t, s, p e q pode-se encontrar a curvatura. A Equação
82

(69) é utilizada para classificar o terreno em convergente ou divergente. A Equação (70) é


utilizada para classificar o terreno em côncavo (valor positivo), retilíneo (valor nulo) ou
convexo (valor negativo). A Equação (71) é a união das Equações (69) e (70) e diz respeito à
forma da região.
(69)
q 2 r − 2 pqs + p 2t
PlanC = −
p2 + q2

(70)
p 2 r − 2 pqs + q 2t
PerfilC = −
( p2 + q2 ) 1 + p2 + q2

(1 + q 2 )r − 2 pqs + (1 + p 2 )t (71)
FormaC = −
( p2 + q2 ) 1 + p2 + q2
83

4 EXTRAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS

A Extração de características é um dos principais temas em fotogrametria e visão


computacional. Esse processo consiste da extração de características de interesse de duas ou
mais imagens do mesmo objeto e da correspondência dessas características em imagens
adjacentes (LINGUA; MARENCHINO; NEX, 2009).
A correspondência confiável das características de imagens é um problema básico em
aplicações de visão computacional, como reconstrução 3D a partir de imagens estéreo,
reconhecimento de objetos, montagem automática de mosaicos, reconhecimento de cenas e
perseguição de movimentos (CUI et al., 2009).
Em aerofotogrametria as características da imagem são necessárias para os
procedimentos de colimação automática, como a orientação da imagem, geração de MDTs,
reconstrução 3D e rastreamento de movimento (LINGUA; MARENCHINO; NEX, 2009).
Nas últimas décadas, muitas aplicações fotogramétricas e visão computacional que
tem por objetivo a extração de características têm sido desenvolvidas. Uma abordagem para
se trabalhar com correspondência de imagens é utilizar vetores de características de uma
imagem ou de determinadas regiões de uma imagem para representá-la. A esse processo dá-se
o nome de descritores e, geralmente, são formados por descritores locais ou globais. Os
descritores podem ser usados para comparar regiões em diferentes imagens (BELO, 2005).

4.1 Scale Invariant Feature Transform (SIFT)

David Lowe (LOWE, 1999; 2004) propôs o algoritmo SIFT, cujo objetivo é extrair
características distintas de imagens ou cenas, invariantes a escala e rotação, e parcialmente
invariante a mudança de iluminação e de ponto de vista. Os principais estágios algoritmicos
usados para gerar o conjunto de características da imagem são (LOWE, 2004): (1) detecção de
extremos no espaço escala: a primeira etapa realiza busca para todas as escalas e localizações
da imagem. A implementação utiliza uma função diferença-Gaussiana (filtros) para identificar
pontos de interesse em potencial que são invariantes a escala e rotação; (2) localização de
pontos chave (Keypoints): para cada local candidato, um modelo detalhado é apto para
determinar a localização e escala. Keypoints são selecionados com base em medidas de
84

estabilidade; (3) atribuição de orientação: uma ou mais orientações são definidas para cada
ponto chave baseadas em direções dos gradientes locais da imagem. Todas as operações
futuras são realizadas sobre os dados da imagem transformados em relação à orientação
atribuída, escala e localização de cada ponto chave, proporcionando, assim, invariância a
essas transformações; (4) descritor de pontos chave: Os gradientes locais da imagem são
medidos na região em torno de cada ponto chave na escala selecionada. Estas medidas são
transformadas em uma representação que permite a níveis significativos de distorção da forma
local e mudança na iluminação.
O SIFT foi originalmente idealizado para operar em imagens estereoscópicas
sensoriadas a curta distância em aplicações de reconhecimento de objetos, por exemplo,
robótica e reconhecimento facial (SILVEIRA et al., 2011). Também tem sido aplicado em
fotogrametria para modelagem 3D de objetos pequenos (arqueologia) (KALANTARI, 2004),
para a análise espaço-temporal recurso de controle (HEINRICHS; HELLWICH;
RODEHORST, 2008). Suas aplicações em sensoriamento remoto vêm se tornado cada vez
mais comuns (WU et al., 2008; YANG; NEWSAM, 2008; SILVEIRA et al., 2011), dentre as
quais encontra-se a utilização com imagens de satélite e imagens aéreas (ABEDINI;
HAHNB; SAMADZADEGANA, 2008) e dados de radar (LI; ZHANG; YAN, 2008),
mapeamento em tempo real de veículos aéreos não tripulados (STEFFEN; FÖRSTNER,
2008), detecção de objetos (TAO et al., 2010)
Conforme Lingua, Marenchino e Nex (2009) vários métodos semelhantes ao SIFT têm
sido desenvolvidos para superar seu alto custo computacional, no entanto, as implementações
mais rápidas PCA e Speed Up robust Features (SURF) reduzem a precisão da localização
ponto.
Uma descrição completa do SIFT é apresentada em David Lowe (LOWE, 1999;
LOWE, 2004).
85

5 ASPECTOS GERAIS DA ÁREA DE ESTUDO

Nova Friburgo é um município do estado do Rio de Janeiro, localizado a 136 km de


sua capital, numa região denominada Serra dos Órgãos, O Planalto de Friburgo, uma
denominação local da Serra dos Órgãos, é limitado pela escarpa serrana, com vertentes em
forte desnível até a baixada litorânea. Possui peculiaridades em suas formas de relevo,
predominando os espigões residuais (NOVA FRIBURGO, 2011). Conforme Brandão et al.
(2009), três formas de relevo podem ser observadas na região: colinas dissecadas, escarpas
serranas e domínio montanhoso.

Figura 9 – Mapa do estado do Rio de Janeiro, com destaque para o município de Nova
Friburgo e seus oito distritos

6
4
3 1
7

8 5

Fonte: adaptado de SALGADO et al., 2010 e IBGE, 2010.

Conforme o Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


86

(IBGE) (2010), a população total é de 173989 pessoas. Na Figura 9 está representada


visualmente a divisão política das cidades do estado do Rio de Janeiro. A porção destacada
em vermelho, diz respeito à área do município de Nova Friburgo. O município, que possui
uma área de 938,5 km², é distribuído dentre os seus oito distritos, a saber, Nova Friburgo
(sede); Riograndina; Campo do Coelho; Amparo; Lumiar; Conselheiro Paulino; São Pedro da
Serra e Muri.
A cidade de Nova Friburgo está localizada em “um vale extenso e largo, que se
estende na direção aproximada N-S, preenchido por sedimentos aluvionares, representando a
drenagem principal. Este vale está cercado por espigões rochosos que se alternam a vales de
dissecação associados a estruturas geológicas” (NOVA FRIBURGO, 2011, p. 5). Em
praticamente todo o Município, observa-se a associação de estruturas geológicas, como falhas
e fraturas, aos processos erosivos da região (Figura 10).

Figura 10 – Feições do relevo

Vales estruturais principais, controlados por linhas de falha ou fratura.


Limite superior das escarpas serranas e degraus estruturais.
Cristas indiferenciadas e principais interflúvios.
Fonte: adaptado de www.cprm.gov.br

Devido ao seu relevo, essa região apresenta sérias limitações à ocupação humana. A
cidade e as vilas ocupam somente quatro por cento do território. De acordo com o sítio da
87

Prefeitura Municipal, a sede do município possui uma altitude média de 846 metros. Algumas
de suas montanhas possuem mais de 2000 metros de altitude, como o Pico Maior de Friburgo,
uma formação montanhosa com altitude de 2316 metros, considerada o ponto culminante de
toda a Serra do Mar; o Pico Médio de Friburgo com 2285 metros; o Pico Menor de Friburgo
com 2262 metros; o Pico da Caledônia com 2219 metros; a Pedra do Capacete com 2200
metros; o Morro do Ronca-Pedra com 2080 metros e a Pedra Cabeça de Dragão com 2018
metros.
A vegetação é composta pelo conjunto de formas de vida vegetal, como: florestas,
matas ciliares, campos de pastagens, plantações e demais componentes da flora (BRANDÃO
et al, 2009). A vegetação original da área, constituída pela Mata Atlântica, já foi bastante
devastada pela ação antrópica, mesmo assim, o município abriga um dos principais
remanescentes florestais de mata Atlântica do Estado do Rio de Janeiro (BRANDÃO et al.,
2009). Em locais afastados dos núcleos urbanos, como o Parque dos Três Picos, a vegetação
ainda permanece intacta.
O clima do município é o tropical de altitude. A temperatura é amena no verão e fria
no inverno, com as quatro estações bem definidas.
Na hidrografia da região predomina os rios encaixados em vales, cujas nascentes se
encontram situadas em topografias bem elevadas. Dessa forma, o volume e a velocidade das
águas são influenciadas diretamente pelas características do relevo (BRANDÃO et al., 2009).
A precipitação fica em torno dos 2000 mm anuais (mais acentuada na crista da serra),
ocorrendo com mais intensidade nos períodos de dezembro, janeiro e fevereiro, com
alternância entre o regime torrencial e constante, podendo ocasionar enchentes nas margens
do rio principal, o Bengalas, devido às fortes enxurradas.
Sant’ana (2006) menciona que nas escarpas serranas, os solos são geralmente
bastantes lixiviados e pouco espessos, impedindo, por vezes, o desenvolvimento da cobertura
vegetal e apresentando um alto potencial de ocorrência de movimentos de massa. Diante
disto, tais áreas deveriam ser destinadas apenas à preservação ambiental e ao ecoturismo.
Na Figura 11 é apresentada a litologia da região de Nova Friburgo. Como pode ser
observada, a região é composta de granito, gnaisses e migmatitos.
Segundo o plano municipal de redução de riscos de Nova Friburgo, o substrato
rochoso do município é constituído por rochas cristalinas granito-gnáissicas do proterozóico
médio superior, do proterozóico superior e do cambro-ordoviciano, cortadas por diques e
intrusões básicas do Terciário–Cretáceo. Estão capeadas por sedimentos aluvionares e
coluvionares do período Quaternário. Para maiores detalhes leia Nova Friburgo (2011).
88

Figura 11 – Mapa geológico simplificado

Fonte: RIO DE JANEIRO, 2011.


89

6 IMPLEMENTAÇÃO DO MÉTODO PROPOSTO E ANÁLISE EXPERIMENTAL

O método proposto tem como objetivo utilizar, a partir da detecção automática de


pontos homólogos em pares de imagens aéreas, técnicas de estereoscopia e computação
gráfica visando a extração de informações das imagens que, em conjunto com as variáveis
fornecidas por um especialista, identificar áreas com susceptibilidade de deslizamentos, a fim
de reduzir o trabalho realizado em escritório e direcionar os trabalhos de análise de campo.
Para a efetivação desta pesquisa, fez-se necessária a implementação de uma
ferramenta computacional denominada Sistema para Análise de Susceptibilidade de
Deslizamento de Terra (SASD/T). Este capítulo descreve o funcionamento da ferramenta,
para melhor entendimento do método proposto. Além disso, são apresentados os resultados
das avaliações experimentais do método.

6.1 Sistema para análise de susceptibilidade de deslizamento de terra (SASD/T)

Partindo do mesmo princípio das pesquisas de Fernandes (2008) e da contribuição de


Carmo (2010), o SASD/T foi desenvolvido visando a reconstrução tridimensional de terrenos
e análise de susceptibilidade a escorregamentos, a partir da localização de pontos homólogos
em imagens aéreas e a reconstrução do terreno, com o conceito de estereoscopia,
processamento digital de imagens e métodos numéricos. É uma ferramenta computacional que
foi idealizada visando a realização de pré-análise de possíveis regiões com susceptibilidade de
deslizamento de terra, a fim de auxiliar na etapa de levantamento de campo, indicando
qual(is) localidades deve(m) ser analisada(s) para a confirmação ou não da indicação da área
como um local em potencial para a ocorrência de deslizamentos.
O SASD/T foi desenvolvido em ambiente Windows com as seguintes características:
hardware Intel ® Pentium ® Dual CPU E 2180, 2.0 GHz, 2 GB de RAM, sistema operacional
Windows XP Professional, compilador Borland Builder C++, biblioteca gráfica OpenGL
(GUHA, 2011), softwares MATLAB versão R2007a e SIFT Versão DEMO. Para o bom
desempenho, o SASD/T possui os seguintes requisitos: processador Intel Pentium 4 ou
superior (ou algum 100% compatível), memória 1GB ou superior, vídeo Super VGA ou
90

superior, resolução 1366x768, sistema operacional Windows XP ou mais recente.


A tela principal do sistema possui uma barra de menus contento as opções Dados,
Superfície, Análise de Susceptibilidade e Ajuda. O menu Dados é usado para acessar três
submenus. O primeiro submenu (Externos) chama a tela Dados Externos, cujo objetivo é
inserir os dados que serão necessários no decorrer do processo, como a distância focal, altura
média do voo, escala das imagens, fotobase, aerobase e altitude média do terreno. O submenu
Marcas Fiduciais é usado para chamar a tela de mesmo nome, cujo objetivo é capturar
informações das marcas fiduciais, a fim de encontrar o ponto central no par de imagens a ser
analisado. O submenu Selecionar Área tem como objetivo selecionar áreas menores no par de
imagens utilizado para a localização das marcas fiduciais. Os recortes terão o tamanho, em
pixel, informado previamente pelo usuário. No menu superfície tem-se o acesso à geração da
superfície da área selecionada, podendo ser visualizada em 2D e 3D, além da possibilidade de
ser verificada a altitude encontrada para cada ponto da imagem. O menu Análise de
Susceptibilidade possui os submenus Cadastro de Variáveis e Análise. A tela Cadastro de
Variáveis deve ser usada pelo especialista, para cadastro das variáveis que serão analisadas
em conjunto com as informações processadas a partir das imagens, por exemplo, altitude,
declividade, aspecto e curvatura do terreno. O cadastro inicia-se com a inserção do número de
variáveis que se deseja acrescentar à análise, bem como os dados de classificação e
ponderação de cada variável criada. Na tela Análise de Susceptibilidade de Deslizamentos é
possível gerar um relatório com os resultados gerados para a região analisada. As telas do
sistema encontram-se no Apêndice B.

6.2 Descrição dos experimentos

Foram realizados dois experimentos. O primeiro experimento teve como objetivo o


estudo e avaliação do algoritmo SIFT na detecção de pontos homólogos e a comparação dos
resultados obtidos com os resultados de Fernandes (2008) e Carmo (2010) a detecção de
maneiras de aumentar a quantidade de pontos encontrados e o preenchimento da grade regular
a ser usada na geração do MDT e das outras fases. O segundo experimento foi desenvolvido
com o objetivo de avaliar o método proposto.
Nos experimentos foram utilizadas seis imagens de aerofotos do município de Nova
Friburgo, que se encontram representadas na Figura 12.
91

Figura 12 – Imagens aéreas do município de Nova Friburgo

Img1 Img2

Img3 Img4

Img5 Img6
Fonte: A autora, 2012.
92

O estereopar composto pelas imagens Img1 e Img2 foi o mesmo utilizado nos
trabalhos Fernandes (2008) e Carmo (2010). Conforme consta na documentação (Anexo II),
as aerofotos foram tiradas da região em 13 de abril de 2001. Para facilitar a visualização, os
dados necessários à realização desta pesquisa foram extraídos do documento de Calibração da
Câmera e do voo (Anexo II) e são encontrados nas Tabelas 5 a 8. Na Tabela 5 encontram-se
os dados referentes à calibração e os respectivos valores utilizados. Os parâmetros
determinados na calibração, com seus respectivos valores podem ser vistos na Tabela 6.

Tabela 5 – Informações sobre a calibração


Dados Valores
Dimensão do quadro do negativo 230x230 mm
Escala média das fotos 1/12000
Número de fotos 12
Fonte: FERNANDES, 2008.

Tabela 6 – Parâmetros determinados na calibração


Dados Valores(mm)
Distância focal calibrada 151,72
Coordenada do ponto principal no referencial fiducial (x0) -0,038
Coordenada do ponto principal no referencial fiducial (y0) -0,053
Fonte: FERNANDES, 2008.

As coordenadas das quatro marcas fiduciais, em milímetros, encontram-se na Tabela 7


e na Tabela 8 encontram-se os valores referentes à altura média do voo em metros e do
tamanho da imagem, em pixels. Todas as seis imagens digitalizadas, usadas nesta pesquisa,
possuem o tamanho de 10928x11096 pixels, e intensidade de 8 bits. Para a determinação da
altitude média do voo utilizou-se a média ponderada da altura encontrada em 12 fotos,
obtendo o valor de 2887,72 m.

Tabela 7 – Referencial fiducial


Marca Fiducial Coordenada x(mm) Coordenada y(mm)
1 -106,00 -106,00
2 105,99 105,99
3 -106,00 106,00
4 105,99 -105,99
Fonte: FERNANDES, 2008.

Tabela 8 – Altura média do voo e tamanho da imagem


Dados Valores
Altura média do voo (12 fotos) 2887,72m
Tamanho do aerofotograma 10928x11096 pixels
Fonte: FERNANDES, 2008.
93

De acordo com a representação do plano focal, considerando a câmera sendo vista por
trás (negativo sendo visto com a emulsão para baixo), a posição das marcas fiduciais para as
fotos áreas em questão, estão representadas na Figura 13. Elas possuem como objetivo
principal, a definição do ponto principal c, ou seja, do ponto de interseção do eixo óptico da
câmara com o plano do negativo.

Figura 13 – Posição das


marcas fiduciais

3 2
y

0
x

1 4
Fonte: JENSEN, 2009.

6.2.1 Detecção de pontos homólogos e geração do MDT

O experimento 1 consistiu no estudo e utilização de uma versão da técnica SIFT para


ser executada em MATLAB, disponibilizada pelo seu próprio autor, David Lowe, no
endereço eletrônico http://www.cs.ubc.ca/~lowe/keypoints/, para a detecção de pontos
automática, visando melhorar os resultados obtidos em Fernandes (2008) e Carmo (2010).
Optou-se por reduzir as imagens originais para 1048x1048 pixels. Neste experimento foram
usados cinco pares estereoscópicos, conforme descrito em Coelho, Assis e Pacheco (2011).
No primeiro par de imagens foi utilizado um filtro de média. Nos demais pares, as imagens
foram usadas sem nenhum tratamento. O número de pontos encontrados para cada par
encontra-se na Tabela 9. Na coluna Imagens encontram-se o nome das imagens usadas em
cada teste. Foram criadas as colunas quantidade total de pontos encontrados, pontos falso-
positivos, pontos duplicados e pontos efetivamente utilizados. Conforme pode ser observado
na Tabela 8, o algoritmo SIFT conseguiu encontrar um número significativo de pontos. Foram
descartados manualmente os pontos falso-positivos, entre 0,74% e 1,03%, e os pontos
94

duplicados, entre 6,24% e 7,66%. Para todos os pares de imagens foram efetivamente
utilizados mais de 90% dos pontos.

Tabela 9 – Número de pontos encontrados com a técnica SIFT


Pontos
Pares de Imagens encontrados falso-positivos duplicados efetivamente
imagens utilizados
E1.1 Img1 e Img2 4126 38 303 3785
E1.2 Img2 e Img3 4071 30 312 3729
E1.3 Img3 e Img4 3670 27 229 3414
E1.4 Img4 e Img5 4531 44 295 4192
E1.5 Img5 e Img6 4255 44 295 3916
Legenda: E1. significa experimento 1.
Fonte: A autora, 2012.

O MDT foi gerado a partir de uma grade regular com 65536 pontos. A altitude de cada
ponto foi encontrada usando paralaxe. Para completar a grade foi realizada interpolação
usando média simples (valor de cota de cada ponto da grade estimado a partir da média
simples das cotas dos oito vizinhos mais próximos desse ponto). Todos os MDTs
apresentados (Figuras 14 a 18) mostram somente altitudes acima de 850m. O Google Earth
foi utilizado para realização de comparação de altitudes, por ser uma ferramenta gratuita e de
fácil acesso, de grande contribuição para estudos preliminares e devido a esta pesquisa não
prover de outros recursos para a realização desta comparação.

Figura 14 – MDT gerado a partir de E1.1, mostrado de perspectivas diferentes

Fonte: COELHO, 2012.

O MDT gerado a partir de E1.1 encontra-se na Figura 14. A média da altitude para
essa região, cuja base é a imagem Img1, ficou em torno de 1024,9m, sendo 1752,8m o maior e
95

888,1m o menor valor encontrado, a partir dos pontos encontrados pelo SIFT. O ponto central
da imagem Img1, de acordo com os cálculos realizados, foi de aproximadamente 1055 m. Este
valor coincide com a altitude dessa mesma área, se observado no Google Earth.

Figura 15 – MDT gerado a partir de E1.2, mostrado de perspectivas diferentes

Fonte: COELHO, 2012.

Na Figura 15 é apresentado o MDT gerado a partir de E1.2. A média da altitude para


esta região ficou em torno de 1057,8m, sendo 1343,7m o maior valor e 968,4m o menor valor
dentre os pontos encontrados com o auxílio do SIFT. No entanto, ao observar o ponto central
no Google Earth, notou-se que a altitude do ponto central para a foto dois deveria ser de
925m, e não, próxima à altitude média das imagens cujo valor encontrado foi de 1055m. Ao
utilizar o valor de 925m para a altitude do ponto central, a média de altitude para a região
dessa imagem, de acordo com os pontos encontrados, caiu para 927,9m, sendo 1213,8m o
maior e 838,5m o menor ponto encontrado, apresentando altitudes mais próximas da realidade
da região.

Figura 16 – MDT gerado a partir de E1.3, mostrado de perspectivas diferentes

Fonte: COELHO, 2012.


96

O MDT gerado a partir do par de E1.3 é mostrado na Figura 16. Refere-se à região
central da cidade de Nova Friburgo, cuja altitude fica em torno dos 846m. A média da altitude
para essa região ficou em torno de 961,56m, sendo 1201,1m o maior valor encontrado e
772,7m o menor valor.

Figura 17 – MDT gerado a partir de E1.4, mostrado de perspectivas diferentes

Fonte: COELHO, 2012.

Na Figura 17 é exibido o MDT gerado a partir de E1.4. A média da altitude para esta
região ficou em torno de 1135,1m, sendo 1378,8m o maior valor encontrado.

Figura 18 – MDT gerado a partir de E1.5, mostrado de perspectivas diferentes

Fonte: COELHO, 2012.


97

Encontra-se na Figura 18 o MDT gerado a partir de E1.5. A média da altitude para esta
região ficou em torno de 1081,3m, sendo 1246,6m o maior valor encontrado.

Figura 19 – Imagens geradas para o par de imagens Img1 e Img2 nos trabalhos Fernandes
(2008), Carmo (2010) e experimento 1

(a) (b)

(c) (d)

(e)
Legenda:(a) – resultado obtido em Fernandes (2008) a partir de 50 pontos de apoio localizados manualmente.
(b) – resultado obtido em Fernandes (2008) a partir de 100 pontos de apoio localizados manualmente.
(c) – resultado obtido em Carmo (2010) a partir de 50 pontos de apoio localizados automaticamente,
usando SIFT. (d) – resultado obtido em Carmo (2010) a partir de 100 pontos de apoio localizados
automaticamente, usando SIFT. (e) – resultado obtido no experimento 1 para o par de imagens E1.1,
com 3785 pontos efetivamente utilizados.
Fonte: FERNANDES, 2008; CARMO, 2010; COELHO; ASSIS; PACHECO, 2011.

Com a finalidade de realizar um comparativo entre o experimento 1 e os trabalhos de


Fernandes (2008) e Carmo (2010), um dos resultados obtidos em cada um dos trabalhos para
o par estereoscópico E1.1, representados a partir de uma grade regular, são apresentados na
Figura 19 (letras (a), (b) e (c) e (d), respectivamente). A letra (e) apresenta o resultado obtido
no experimento 1, para o mesmo par de imagens.
Mesmo os resultados sendo melhores do que os encontrados em Fernandes (2008) e
Carmo (2010), retratando melhor a superfície da região em estudo, percebeu-se que o
98

algoritmo SIFT não conseguiu encontrar pontos homólogos em regiões de mata densa, bem
como em rochas (por exemplo, local onde se encontrava as instalações do IPRJ), como pode
ser observado na Figura 20 e o resultado da superfície gerada na Figura 15. O ideal seria
encontrar pontos homólogos também nessas regiões para poder melhor representar o terreno.

Figura 20 – Pontos encontrados pelo SIFT – imagens Img3 e Img4

1300

1030

860

Fonte: A autora, 2012.

Outra observação foi quanto à área abrangida pelas fotografias aéreas. Por se tratar de
uma área muito extensa, seria viável a análise de regiões menores, a fim de poder captar mais
detalhes. A seleção de uma área menor para ser visualizada tridimensionalmente, poderia
trazer mais qualidade ao estudo, com resultados mais satisfatórios. Quanto mais pontos forem
encontrados, mais fiel será o resultado apresentado.
Partindo destas observações o próximo passo foi procurar uma maneira de aumentar o
número de pontos encontrados em cada par de imagens. Foram realizados testes selecionando
áreas menores nas imagens originais, sem a realização de redução de pixels, como ocorrido no
na fase anterior. Escolheu-se previamente o tamanho de 1024x1024 pixels para cada recorte,
99

devido a vários fatores, dentre eles, a abrangência de uma área significativa para posterior
análise, a qualidade da imagem e o tempo médio gasto pelo algoritmo para a sua execução
(356 segundos em um computador Intel® Pentium® Dual CPU E2180 @ 2.00GHz, 2GHz de
memória RAM, sistema Operacional Windows XP Professional, MATLAB versão R2007a).
Na Tabela 10 encontra-se a quantidade de recortes gerados e quais as imagens foram usadas
para a extração das áreas, além da posição, nas imagens originais, de onde foram recortadas as
imagens.

Tabela 10 – Aquisição dos recortes de imagens


Recortes Imagens Pontos extremos das imagens recortadas, na imagem original
Usadas Imagem a Imagem b
E2.1 Img1 e Img2 (9217,4430) (10241,4430) (5705,4285) (6729,4285)
(9217,5454) (10241,5454) (5705,5309) (6729,5309)

E2.2 Img1 e Img2 (8455,5046) (9479,5046) (4923,4906) (5947,4906)


(8455,6070) (9479,6070) (4923,5930) (5947,5930)

E2.3 Img2 e Img3 (8286,5050) (9706,5050) (4945,4968) (5969,4968)


(8682,6074) (9706,6074) (4945,5992) (5969,5992)

E2.4 Img3 e Img4 (8735,4058 ) (9759,4058 ) (3569,3397) (4593,3397)


(8735,5082 ) (9759,5082 ) (3569, 4421) (4593,4421)

E2.5 Img3 e Img4 (9008,1413) (10032,1413) (4903,1340) (5927,1340)


(9008,1437) (10032,1437) (4903,1364) (5927,1364)
Legenda: E2. significa imagens recortadas.
Fonte: A autora, 2012.

Com relação ao SIFT, verificou-se que a variável distRatio tem a função de ditar
como ele irá descartar os pontos-candidatos sem que lhes seja associado um ponto-chave. À
medida que o valor do distRatio cresce, cresce também o número de pontos chave falso-
positivos. Ao usar um valor menor, os falso-positivos são reduzidos, no entanto, reduz-se,
também, o número de falso-negativos e, consequentemente, o número de pontos homólogos
encontrados, como pode ser observado na Figura 21. Na execução cujo resultado está
representado em (a) foram encontrados 502 pontos, sendo um falso-positivo. Na execução
representada em (b) foram encontrados 981 pontos, sendo seis falso-positivos. Em (c) foram
encontrados 1794 pontos, sendo 51 falso-positivos e em (d), cuja execução foi utilizado o
distRatio igual a 0,9, foram encontrados 4026, sendo 1529 falso-positivos. Todos os falso-
positivos foram descartados.
100

Figura 21 – Exemplo do resultado das correspondências encontradas na imagem E2.1 em uma


aplicação do algoritmo SIFT utilizando diferentes valores para o distRatio

(a) (b)

(c) (d)
Legenda: (a) distRatio igual a 0,6, (b) distRatio igual a 0,7, (c) distRatio igual a 0,8 e (d)
distRatio igual a 0,9.
Fonte: A autora, 2012.

Os aerofotogramas possuem características peculiares, no que tange a escala e


orientação dos objetos neles contidos. Assim, foi construído um filtro, que foi utilizado após o
encontro dos pontos homólogos, com a finalidade de descartar as correspondências, cuja
diferença de angulação excedesse a um determinado valor, em módulo, visando encontrar um
maior número de correspondências, a fim de permitir a construção de modelos digitais que
representassem mais fielmente o terreno estudado. Na tabela 11 encontra-se o resumo dos
resultados dos testes realizados no SIFT, com o par de imagens apresentados na Figura 21. Na
coluna distRatio estão os valores do parâmetro que foram testados. Na coluna
correspondências estão descritas a quantidade de pontos homólogos encontrados para cada
valor de distRatio usado. Também possui a quantidade de pontos descartados e a quantidade
de pontos confiáveis e efetivamente utilizados, após a utilização do filtro para descarte de
correspondências falso-positivas. A porcentagem de crescimento de pontos, partindo da
execução com distRatio igual a 0,6 é apresentada.
101

Tabela 11 – Resumo dos resultados dos testes realizados com um par de imagens (Figura 21)
no algoritmo SIFT
Acréscimo de pontos confiáveis
Correspondências em relação à fase anterior (%)
distRatio encontradas Descartadas confiáveis 501 975 1743
0,6 502 1 501 - - -
0,7 981 6 975 94,61 - -
0,8 1794 51 1743 247,90 78,77 -
0,9 4026 1529 2497 398,40 156,10 43,26
Fonte: A autora, 2012.

Após a realização dos testes para confirmação do comportamento do algoritmo, ao ser


usado para detecção de pontos homólogos, em imagens aéreas (representados na Figura 21),
verificou-se que era mais viável a utilização do valor 0,9 no parâmetro distRatio, devido à
possibilidade de acréscimo dos pontos encontrados e efetivamente utilizados. É mostrado na
Figura 22(b) o resultado da utilização do filtro na Figura 21(d), cujo aproveitamento foi de
2497 correspondências confiáveis, conforme consta na última linha da Tabela 11.

Figura 22 – Resultado da aplicação de filtro para descarte de correspondências falso-positivas


no resultado da Figura 21(d).

(a) (b)
Fonte: A autora, 2012.

Na Figura 23 é apresentado um exemplo em que, mesmo com a utilização do


distRatio=0,9, o SIFT não conseguiu encontrar um número significativo de pontos. As letras
(a) e (b) apresentam o par de imagens utilizado.
102

Figura 23 – Resultados obtidos com o par de imagens do teste E2.4

(a) (b)

(c)
Fonte: A autora, 2012.

Durante a execução do experimento foi observado que os pontos encontrados em uma


imagem de 1024x1024 pixels poderiam representar, também, uma imagem em escala
reduzida; que eles estariam representando a área a ser modelada e reduzindo o número de
pontos para preencher a grade. Os pontos encontrados para cada par de imagens utilizado
inicialmente foram reduzidos de modo que pudessem ser trabalhados em uma malha de menor
tamanho, conforme pode ser visto na Figura 24. Em Figura 24(a) e Figura 24(b) estão
representados, respectivamente, os resultados obtidos para o recorte E2.1 com os pontos
reduzidos a uma malha de 64x64 pixels e 256x256 pixels. Nestas figuras, o tom de azul escuro
representa os pixels que ainda não possuem um valor para altitude e deverão ser preenchidos
para que a grade fique completa. Optou-se por trabalhar com uma grade regular de 256x256
pixels, deixando apenas o tamanho de 1024x1024 pixels para encontrar a semente de pontos
103

com a utilização do algoritmo SIFT. Nota-se na Figura 24 que existe uma quantidade muito
grande de pontos a serem preenchidos, uma vez que uma malha de 256x256 pixels possui
65536 pixels.

Figura 24 – Redução dos pontos encontrados representando uma malha de 64x64 pixels e
256x256 pixels

(a) (b)
Fonte: A autora, 2012.

Visando o preenchimento da malha regular, o próximo passo foi o uso de interpolação.


Foi realizada uma busca nos pontos vizinhos, da primeira imagem de cada par estereoscópico,
buscando encontrar um pixel vizinho, de mesma tonalidade do ponto encontrado pelo
algoritmo SIFT. Desse modo conseguiu-se o aumento do número de pontos nos testes
realizados. Os demais pontos da grade foram preenchidos com um algoritmo que busca o
valor do vizinho mais próximo, visando manter a altitude encontrada nos pontos iniciais. Os
resultados obtidos pra E2.1, E2.2, E2.3 e E2.5 são apresentados nas Figuras 25 a 28. Em todas
as figuras, nas letras (a) e (b) encontra-se o par de imagens que foi utilizado em cada teste. O
número de pontos homólogos encontrados, já representando a altitude por meio de cores, em
uma malha de 256x256 pixels encontra-se na letra (c). A letra (d) apresenta uma malha de
256x256 pixels preenchida com o uso de interpolação.
Na Figura 25(c) estão representados 2497 pontos, na Figura 26(c), são 2024 pontos,
Na Figura 27(c) têm-se 2474 pontos e na Figura 28(c), 1171 pontos encontrados e
efetivamente utilizados.
104

Figura 25 – Resultados obtidos com o par de imagens E2.1

(a) (b)

(c) (d)
Fonte: A autora, 2012.
105

Figura 26 – Resultados obtidos com o par de imagens E2.2

(a) (b)

(c) (d)
Fonte: A autora, 2012.
106

Figura 27 – Resultados obtidos com o par de imagens E2.3

(a) (b)

(c) (d)
Fonte: A autora, 2012.
107

Figura 28 – Resultados obtidos com o par de imagens E2.5

(a) (b)

(c) (d)
Fonte: A autora, 2012.

Nas Figuras 29 a 32 encontram-se os MDTs gerados para os testes E2.1, E2.2, E2.3,
E2.5, respectivamente. Procurando retratar mais a realidade, utilizou-se como textura, a
primeira foto de cada par estereoscópico. Em todas as figuras, na letra (a) encontra-se a
imagem que foi recortada da primeira imagem de cada par estereoscópico. Nas letras (b) e (c),
a imagem gerada em 3D e na letra (d), o MDT gerado cujas atitudes encontradas estão
representadas por cores. Estes MDTs foram gerados com o software MATLAB.
108

Figura 29 – Geração do MDT para o teste E2.1

(a) (b)

(c) (d)
Fonte: A autora, 2012.
109

Figura 30 – Geração do MDT para o teste E2.2.

(a) (b)

(c) (d)
Fonte: A autora, 2012.
110

Figura 31 – Geração do MDT para o teste E2.3

(a) (b)

(c) (d)
Fonte: A autora, 2012.
111

Figura 32 – Geração do MDT para o teste E2.5

(a) (b)

(c) (d)
Fonte: A autora, 2012.

6.2.2 Simulações para detecção de áreas susceptíveis a deslizamentos

No experimento 2 foram realizadas simulações visando a geração de relatórios, a partir


das telas Cadastro de Variáveis e Análise, que se encontram no menu análise de
susceptibilidade do SASD/T. Para a realização desta fase no sistema, o processo de
localização dos pontos homólogos e o preenchimento da grade regular já ocorreram. O
Cadastro de Variáveis deve ser criado por um especialista. As variáveis ali cadastradas serão
analisadas em conjunto com as informações extraídas das imagens. Para esta simulação foram
cadastradas quatro variáveis: solo, vegetação e pluviosidade e duração. No Quadro 6
112

encontram-se as variáveis usadas e os respectivos pesos inseridos.

Quadro 6 – Variáveis e pesos inseridos no SASD/T


Variáveis Pesos Variáveis Pesos
Declividade Muito baixo – 1 Vegetação Rasteira – 10
Baixo – 2 Arbustiva – 5
Médio – 4 Arbórea – 1
Alto – 7
Muito alto – 10
Perfil Plano – 1 Pluviosidade Leve – 1
Côncavo – 10 Moderada – 5
Convexo – 3 Forte – 10
Solo Cambissolo – 1 Duração Rápida – 2
Neossolo – 5 Média – 5
Latossolo – 10 Longa – 10
Fonte: a autora, 2012

Para representar o modelo de elevação foram estabelecidas nove faixas, cujos valores,
em metros, foram alterados conforme a necessidade de cada área a ser analisada. A Legenda
de cores utilizadas no modelo de elevação, bem como um exemplo dos valores das faixas,
encontra-se na Tabela 12. A partir do MDE foram gerados os modelos de declividade,
aspecto e perfil.

Tabela 12 – Faixas de classificação do modelo de


elevação e legenda em cores (m)
Faixas Classes (°) Legenda
1 <= 850
2 850 – 870
3 870 – 890
4 870 – 910
5 910 – 930
6 930 – 950
7 950 – 970
8 970 – 990
9 > 990
Fonte: A autora, 2012.

O mapa de declividade é um instrumento com grande potencialidade para auxiliar nos


estudos de susceptibilidade de deslizamentos, dentre outras aplicabilidades. Para a sua
geração, adotou-se como referência a classificação de declividade de formas de relevo
segundo Embrapa (1999). Na Tabela 13 encontra-se a classificação e sua legenda. A
declividade pode ser encontrada tanto em porcentagem como em graus. Neste trabalho optou
por trabalhar com a porcentagem. Conforme consta na Tabela 13, as tonalidades de cores que
representam a declividade foram distribuídas em seis faixas.
113

Tabela 13 – Faixas de classificação da declividade e legenda em cores


Faixas Declividade (%) Declividade (°) Especificação do Relevo Legenda
1 <3 0 – 1,72 plano
2 3–8 1,72 – 4,57 suave ondulado
3 8 – 20 4,57 – 11,31 ondulado
4 20 – 45 11,31 – 24,23 forte ondulado
5 45 – 75 24,23 – 36,87 montanhoso
6 > 75 > 36,87 escarpado
Fonte: EMBRAPA, 1999.

O aspecto ou azimute é representado em graus e indica a orientação da declividade. As


posições convencionais de classes de exposição do terreno são os oito pontos cardinais mais
destacados na rosa dos ventos. Neste trabalho, a distribuição dos graus dentro das faixas
obedeceu outra sequência, conforme pode ser visto na coluna Classes da Tabela 14.

Tabela 14 – Faixas de classificação do aspecto


ou azimute e legenda em cores
Faixas Classes (°) Legenda
1 < 22,5 ou > 337,5
2 22,5 – 67,5
3 67,5 – 112,5
4 112,5 – 157,5
5 157,5 – 202,5
6 202,5 – 247,5
7 247,5 – 292,5
8 292,5 – 337,5
Fonte: A autora, 2012.

As superfícies de curvatura definem a concavidade ou convexidade do relevo. Existem


três temas de superfície de curvatura, a saber: o plano de curvatura, o perfil de curvatura e a
curvatura. Nesta pesquisa foi implementada a curvatura, que é a associação dos outros dois
planos. Na Tabela 15 encontra-se a classificação utilizada, que foi dividida em 10 faixas.

Tabela 15 – Classificação da superfície de


curvatura
Faixas Classes (°) Legenda
1 <-40
2 - 40 – -30
3 -30 – -20
4 -20 – -10
5 -10 – 0
6 0 – 10
7 10 – 20
8 20 – 30
9 30 – 40
10 ≥40

Fonte: A autora, 2012.


114

Os métodos de Horn e Zevenbergen e Thorne e Evans-Young foram implementados e


testados. A Figura 33 apresenta os resultados obtidos para o recorte E2.3. A Figura 33(a), (b)
e (c) representam o mapa de declividade resultantes da utilização dos métodos Horn,
Zevenbergen e Thorne e Evans-Young, respectivamente. Do mesmo modo, letras (d), (e) e (f)
representam o aspecto para cada respectivo método..

Figura 33 – Representação do mapa de declividade para E2.3

(a) (d)

(b) (e)

(c) (f)
Fonte: A autora, 2012
115

Com relação aos mapas de declividade, não se percebe visualmente, diferenças entre
os métodos. Em se tratando do aspecto da área analisada, visualmente, não se percebe
diferença entre a Figura 33(e) e (f), diferente da figura 33(d), que utilizou o método de Horm.
Para a superfície de curvatura foram implementados os métodos Evans-Young e
Zevenbergen e Thorne. Os resultados podem ser observados na Figura 34, em que (a), (b) e
(c) são os resultados obtidos com a utilização do método de Evans-Young, rspectivamente,
perfil de curvatura, plano de curvatura e curvatura. Já as figuras (d), (e) e (f) são os resultados
obtidos com o método Zevenbergen e Thorne.

Figura 34 – Representação da superfície de curvatura para E2.3

(a) (b) (c)

(d) (e) (f)


Fonte: A autora, 2012

Para simular o funcionamento da metodologia proposta foram inseridas quatro


variáveis: vegetação, tipo de solo, pluviosidade e duração. Este procedimento foi realizado a
partir do menu análise de susceptibilidade, opção Cadastro de Variável, conforme Apêndice
B, Figuras 57 a 59.
Como próximo passo foi utilizada a tela Análise de Susceptibilidade de Deslizamento
de Terra, a partir do submenu Análise (Apêndice B, Figuras 57 e 60). A partir do botão abrir
116

foi escolhida a região a ser analisada. As imagens representando a altitude, declividade,


curvatura e aspecto foram criadas a partir dos botões que se encontram nesta mesma tela. Ao
clicar no botão Análise, o lado direito da tela tornou-se utilizável e as simulações ocorreram.
A partir dos resultados extraídos das imagens foram geradas as possibilidades (combinações),
de acordo com as variáveis inseridas envolvidas, totalizando 81 resultados para cada análise,
tendo como resposta uma das quatro possibilidades de resultados para susceptibilidade de
deslizamentos (baixo, médio, alto e muito alto). Foram realizadas simulações com sete áreas.
As cinco análises referentes à região das fotografias aéreas (E1.1 a E1.5) obtiveram resultados
em torno de 19% muito alta, 43% alta, 32% média e 6% baixa. As duas áreas menores
(recortes) obtiveram os seguintes resultados: para E2.3, 76,54% muito alta, 22,22 alta e 1,23%
média e para E2.5, 38,27% muito alta, 55,56% alta e 6,17% média. Estes resultados podem
ser alterados caso sejam analisadas outras variáveis, como a altura da encosta ou outra
qualquer.

6.2.3 Problemas Encontrados na detecção dos pontos

Como mencionado no presente capítulo, foram usados para teste estereopares da


cidade de Nova Friburgo. Esses estereopares são imagens digitalizadas e possuem várias
imperfeições em todas as seis imagens. Essas imperfeições, somente foram notadas a partir de
um zoom nas imagens. No entanto foram nitidamente observadas nos resultados gráficos
obtidos pelo SASD/T, afetando, pelo menos, o resultado gráfico, não dando para mensurar o
quanto possa ter afetado os resultados de altitude, declividade e perfil.
Para exemplificar for realizado um recorte na imagem E1.1 e um recorte na imagem
E1.3, ambas utilizadas em testes anteriores (respectivamente Figura 35 e 36). Ambas as
imagens possuem traços verticais em toda sua extensão, além de alguns riscos que sugerem o
uso de caneta, ou até mesmo falta de um pequeno pedaço da imagem (buraco), ocorrido em
outras imagens ou áreas.
117

Figura 35 – Exemplo de imperfeições observadas na imagem original E1.1 (recorte E2.1)

Fonte: A autora, 2012.

Figura 36 – Exemplo de imperfeições observadas na imagem original E1.3 (recorte E2.5)

Fonte: A autora, 2012.


118

Os objetos como, árvores, torres dentre outros, interferem na geração da altitude que,
por sua vez podem gerar informações falsas sobre a área analisada. No entanto, o intuito aqui
é a realização de uma seleção preliminar de qual(is) área(s) deverão ter prioridade da visita in
loco.
119

CONCLUSÃO

Foi proposta nesta tese uma metodologia para detecção de áreas susceptíveis a
deslizamentos culminando no desenvolvimento de uma ferramenta computacional,
denominada Sistema para Análise de Susceptibilidade de Deslizamento de Terra (SASD/T),
para a simulação dos testes do modelo proposto.
Para a efetivação desta pesquisa foi realizada uma pesquisa para entendimento dos
conceitos relacionados ao mapeamento tridimensional de uma área, como paralaxe, geometria
básica de uma fotografia aérea, restituição fotogramétrica, interpolação, declividade, aspecto,
perfil, biblioteca gráfica OpenGL e algoritmo SIFT. Além disso, foi realizado um
levantamento dos principais desastres naturais relacionados a deslizamentos que ocorreram no
Brasil, bem como um levantamento das metodologias utilizadas para a detecção e análise de
áreas susceptíveis a deslizamentos e os aspectos gerais da área de estudo.
Nos experimentos realizados, na etapa de detecção dos pontos, o algoritmo SIFT em
conjunto com o filtro proposto mostrou ser mais eficiente, encontrando um número de pontos
bem significativo ao ser comparado com o modelo aplicado em Fernandes (2008) e dos
estudos realizados em Carmo (2010). Não foi possível a realização de testes para a verificação
de erros de altitudes encontradas, no entanto, é visível que eles existem, tanto pela dificuldade
que do SIFT de encontrar pontos homólogos em regiões de mata densa e em rochas, quanto
imperfeições encontradas nas imagens digitalizadas que foram utilizadas nos experimentos.
A declividade de uma encosta é uma variável muito significativa na análise de
susceptibilidade de deslizamentos. É comum a associação de altas declividades a
escorregamentos, desconsiderando declividades de menor grau. Um pensamento errôneo, uma
vez que esse tipo de evento também pode ocorrer em áreas com menor declividade. Desse
modo, outras variáveis devem ser analisadas em conjunto. No entanto, uma variável que possa
desencadear o fenômeno em uma área pode não ser o mesmo em outra. Por exemplo, o tipo de
vegetação e o tipo de solo, dependendo da região analisada possuem características diferentes
que, de certo, levarão a resultados também diferentes.
Observou-se que as variáveis usadas em outras pesquisas, os tipos de item de cada
variável, bem como as ponderações são diferentes, ou seja, cada região possui suas
características e o que foi usado em uma pesquisa, provavelmente não servirá como parâmetro
de outra pesquisa, caso esta seja de outra região. Diante disso, buscou-se a realização de uma
ferramenta de análise de susceptibilidade que fosse dinâmica, de modo que não impusesse as
120

regras para a análise, não estipulando o número de variáveis a serem analisadas em conjunto,
cabendo ao especialista a alimentação da ferramenta computacional com essas informações.
Visando deixar a aplicação que foi desenvolvida para a realização deste estudo mais
abrangente possível, para que não ficasse restrita à região usada como exemplo nesta tese, a
análise de susceptibilidade a deslizamentos de terra foi implementada de maneira dinâmica,
podendo aceitar quaisquer variáveis e parâmetros.
Como o intuito da pesquisa era obter de maneira rápida uma análise preliminar para
nortear as pesquisas de campo, a ferramenta computacional gerada, por se tratar de um
sistema que necessita de poucos recursos para fornecer tais informações, vem contribuir de
maneira significativa para os profissionais que atuam nesta área.

TRABALHOS FUTUROS

Com relação à pesquisa realizada, seria oportuna uma comparação dos resultados
obtidos pelo sistema para determinadas regiões (novas imagens) com resultados de pesquisas
realizadas in loco.
Com relação ao sistema, na sua versão atual, o mesmo usa os resultados do algoritmo
SIFT, que é executado via MATLAB. Seria viável a implementação desse algorítmo e sua
inclusão na ferramenta computacional.
Outro fato que deveria ser revisto está relacionado com a portabilidade, pensando nos
possíveis usuários que poderiam ser beneficiados com a utilização do sistema. Além disso,
outras técnicas de interpolação e ferramentas gráficas poderiam ser implementadas e/ou
testadas, a fim de se fazer uma comparação dos resultados, visando sempre a qualidade do
resultado final.
121

REFERÊNCIAS

ABEDINI, A.; HAHN, M.; SAMADZADEGAN, F. An investigation into the registration


of LIDAR intensity data and aerial images using the SIFT approach. In: Proceedings of
the 21st International Society forSociety for Photogrammetry and Remote Sensing -
ISPRS Congress, v. 37 part B1, Beijing, China, 2008. p. 169-176. Disponível em:<
http://www.isprs.org/proceedings/XXXVII/congress/1_pdf/29.pdf>. Acesso em: 15 fev.
2010.

AHRENDT, A. Movimentos de massa gravitacionais - proposta de um sistema de


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141

APÊNDICE A - Histórico dos deslizamentos de encostas no Brasil

A seguir serão mencionados os acidentes de grande magnitude relacionados a


deslizamento de encostas, ocorridos no Brasil, até os dias atuais.

Deslizamentos ocorridos no estado de São Paulo

O primeiro registro de deslizamento de encosta no estado de São Paulo ocorreu na


cidade de Santos, em fevereiro de 1615, data anterior a qualquer ocupação urbana dos morros
daquela cidade. A narrativa do episódio é atribuída ao escrivão da Capitania, João
Cornelissem de Mayz. Os moradores da Vila de Santos, perseguidos pelas tropas do pirata
holandês Joris Van Spilbergen, abrigaram-se no Monte Serrat, de onde assistiram a um grande
deslizamento, que culminou no soterramento de seus perseguidores, fato este por eles
atribuído a um milagre de Nossa Senhora do Monte Serrat, padroeira da Vila (FREIRE, 1995;
NOGUEIRA, 2002).
Em dez de março de 1928, um deslizamento na encosta do Monte Serrat mobilizou
cerca de 50.000m³ de solo e rocha, soterrando oito casas e destruindo parte das dependências
da Santa Casa de Misericórdia de Santos, causando a morte de 80 pessoas, segundo o jornal
local da cidade, A Tribuna (NOGUEIRA, 2002). Esse deslizamento foi relembrado pelo
mesmo jornal, em sua série denominada Grandes Reportagens, em 26 de março de 1994,
publicando a conclusão dos peritos, apontando a infiltração de água pluvial em excesso na
encosta como causa daquele acidente.
Conforme Nogueira (2002), o Monte Serrat continuou fazendo suas vítimas em virtude
dos deslizamentos de encosta. Em 1956 ocorreram 64 óbitos e 300 pessoas ficaram
desabrigadas (RIO DE JANEIRO, 1999). Já em 1979, ocorreram 13 óbitos. Além disso,
outras ocorrências foram registradas, com frequência quase que anual, no entanto, com
vítimas fatais em menor número.
Freire (1995) menciona mais alguns acidentes ocorridos em outras localidades da
cidade de Santos:
− 18/04/1941: deslizamento de bloco rochoso de grande dimensão no Morro
do Marapé, atingindo e destruindo dois chalés de madeira (três vítimas
142

fatais);
− 01/03/1956: deslizamento de solo e rocha no Morro de Santa Terezinha (21
óbitos, mais de 40 feridos e 50 casas destruídas);
− 24/03/1956: mais de 60 deslizamentos, sendo mais significativos os
ocorridos no Monte Serrat, Caneleira/Embaré, Santa Terezinha e Marapé
(43 óbitos, centenas de casas destruídas e feridos);
− 16/02/1959: deslizamento do morro do Bufo (duas vítimas fatais);
− 06/01/1978: deslizamento na Vila Progresso e Morro de Nova Cintra
(quatro vítimas fatais);
− 31/01/1980: deslizamento no acesso ao Moro de Nova Cintra (dez óbitos).
Sousa Junior e Satyamurty (2008) analisaram dois eventos extremos de chuva forte no
litoral do estado. O primeiro em março de 1967 na cidade de Caraguatatuba e outro em
fevereiro de 1994 na cidade de Cubatão, ambas localizadas em regiões da Serra do Mar.
Caraguatatuba registrou uma chuva intensa de 244mm, em 17 de março de 1967, que
culminou em um grande deslizamento de encosta, responsável pela morte de
aproximadamente 400 pessoas.
As chuvas fortes, que ocorreram em 06 de fevereiro de 1994 na região de Cubatão e
Santos, registraram mais de 250mm e tiveram como consequência, um grande deslizamento
de encosta, responsável por perdas materiais e humanas.
Em janeiro de 1985 foram registrados, na Serra do Mar, no município de Cubatão,
cerca de 380mm de chuva em um período de 48 horas, promovendo a deflagração de uma
série de deslizamentos. Apesar da Serra do Mar ser palco de numerosos processos de
movimentos de massa, por apresentar como algumas de suas características, alta pluviosidade
e alta declividade, favoráveis à ocorrência de deslizamentos (BARROS; VIEIRA, 2009),
segundo o IPT (1991 apud BARROS; VIEIRA, 2009), a chuva que caiu naquela região em
1985 não foi o principal agente deflagrador dos processos de deslizamento; outros fatores,
além do índice pluviométrico, poderiam ter contribuído mais efetivamente para a deflagração
generalizada dos deslizamentos. Para Wolle (1986 apud LEMES, 2001), o principal agente
deflagrador foi a violenta agressão da poluição atmosférica sofrida pela vegetação, ocasionada
pelas indústrias locais.
No dia 18 de agosto de 1972, no local denominado Vila Albertina, na cidade de
Campos do Jordão, pólo turístico da região serrana de São Paulo, ocorreu um deslizamento de
cerca de 70.000 metros cúbicos de lama, que causou o soterramento de 60 casas e a morte de
143

17 pessoas (AMARAL; FUCK, 1973).


Em 2000, deslizamentos de encostas, em Campos de Jordão, destruíram 452 casas e
colocaram em situação de alto risco outras 920; ao todo, foram 2533 desabrigados, 103
feridos e dez óbitos (BULGARDT, 2011).
Em janeiro de 2001, chuvas ocorridas na região sudeste levou a óbito 36 pessoas. A
cidade mais atingida foi Campos do Jordão, com dez óbitos ocorridos, também, por
deslizamento de terras (VEJA, 12/01/2001, p. 104).
No período de dezembro de 2009 a 31 de março 2010, a Defesa Civil apresentou um
relatório intitulado “Relação dos óbitos da operação verão 2009/2010 (período de 01/12/2009
a 31/03/2010)”. Nesse relatório, o número de vítimas ocasionado por deslizamento de encosta
ou deslizamento de talude foi de 43 pessoas (SÃO PAULO, 2010).

Deslizamentos ocorridos no estado da Bahia.

No que diz respeito à cidade de Salvador, Gonçalves (1992 apud FARAH, 2003)
reuniu registros de inúmeros episódios de deslizamentos ocorridos desde 1549. Desta data até
1800, já haviam sido registrados pelo menos seis acidentes de maior intensidade. Silva (2005)
cita que em 1671, nas Ladeiras da Montanha e da Misericórdia, ocorreu a primeira tragédia ao
longo de uma história marcada por desastres de origem geológica, com vítimas fatais e
destruição total de vários imóveis.
No levantamento realizado no sítio da Defesa Civil da cidade de Salvador
(SALVADOR, 2010), foi verificada, no período de 1971 a 2009, a ocorrência de 266 óbitos
em virtude de deslizamentos de terra, o pior acidente ocorrendo no mês de abril de 1971, com
deslizamentos em diversos logradouros da cidade, destruindo 1417 imóveis, levando a óbito
104 pessoas, ferindo outras 2200 e deixando 7000 desabrigadas.

Deslizamentos ocorridos no estado de Pernambuco

O estado de Pernambuco também já foi atingido por deslizamentos de encostas. Em


fevereiro de 1996, a prefeitura de Recife detectou 1700 pontos de riscos de desabamento caso
144

ocorressem chuvas fortes na cidade. Três meses depois, uma enxurrada nos morros da região
metropolitana derrubou casas, árvores, postes e trechos inteiros de ruas, ou seja, tudo o que
encontrou pela frente, deixando 2200 pessoas desabrigadas. Cinquenta e um corpos foram
encontrados nos dias posteriores à tragédia. Com a tempestade, o número de áreas
consideradas de risco, naquela época, subiu para 6000 (VEJA, 1996).

Deslizamentos ocorridos no estado de Minas Gerais.

Em se tratando do estado de Minas Gerais, Fernandes (2000) comenta o acidente


ocorrido em 1992 na cidade de Contagem, mais precisamente na Vila Barraginha, com 37
vítimas fatais, mais de 300 feridos e 1700 pessoas desabrigadas.
Bonuccelli (1999 apud PINHEIRO; SOBREIRA; LANA, 2004) menciona que, num
período de dez anos, entre 1988 e 1998, a Defesa Civil contabilizou 21 óbitos e cinco feridos
na cidade de Ouro Preto, todas decorrentes de deslizamento, corrida ou queda e rolamento de
bloco. Somente o acidente de quatro de janeiro de 1997 acarretou na morte de 12 pessoas
(FONSECA; SOBREIRA, 1997 apud FERNANDES, 2000).
Em janeiro de 2003, a cidade de Belo Horizonte, mais precisamente na localidade
denominada Morro das Pedras, ficou marcada por um deslizamento de encosta ocorrido após
intensas chuvas, vitimando, ao mesmo tempo, várias crianças de uma mesma família (seis
irmãos e três primos). Nesse período, ocorreram 37 óbitos no estado de Minas Gerais, sendo
15 na capital, dez em Contagem, quatro em Ponte Nova, três em Caratinga, dois em Juiz de
Fora, um em Santa Bárbara do Leste, um em Itabira e um em Manhuaçu (UOL, 2003).
De acordo com os dados da Defesa Civil do Estado (MINAS GERAIS, 2010), as
chuvas ocasionadas no período de outubro de 2009 a abril de 2010 deixaram cinco vítimas
fatais devido a deslizamento de encostas que ocasionaram em soterramento ou desabamento
de residência (um em Jequitibá, um em Sabará e três Juiz de Fora).
145

Deslizamentos ocorridos no estado da Paraíba

A ocupação de maneira desordenada na encosta, iniciada na década de 1970 e acele-


rada na década de 1980, fez que a favela São José, na cidade de João Pessoa, se tornasse
conhecida devido aos episódios de deslizamentos ocorridos no ano de 1994. Em 22 de maio
de 1984, ocorreu o primeiro deslizamento após 72 horas de chuvas, acarretando a morte de
seis pessoas, deixando 16 feridas e quase duas mil desabrigadas, além de prejuízos materiais.
As habitações atingidas localizavam-se todas na base da encosta.
No dia 13 de abril de 1989, a imprensa veiculava mais uma notícia relacionada a
deslizamentos com vítimas. Após o deslizamento de 30 metros da encosta, o quadro que se
encontrou foi de 40 casas soterradas. Dos 20 óbitos ocorridos, 13 eram moradores da favela
São José (SANTOS, 2007).

Deslizamentos ocorridos no estado de Santa Catarina

O estado de Santa Catarina tem sido afetado significativamente ao longo de sua


história pelas adversidades climáticas, acarretando desastres naturais como enchentes ou
inundações (1974, 1983, 1984, 1997e 2008), furacão (2004), estiagem (2008), tornado (2009)
e deslizamentos (1997, 2008 e 2011) (SANTA CATARINA, 2011).
Nas cidades de Blumenau e no Vale do Itajaí, a ocupação dos morros acontece desde
sua fundação pelos colonizadores, que viram nos locais mais altos uma segurança contra as
grandes enchentes. Naquela época, apesar de não haver um planejamento organizado, o
desmatamento não ocorria em grandes proporções. Com o passar do tempo, o fator econômico
levou também a população de baixa renda a instalar suas residências em áreas mais altas,
ocupando regiões de floresta e área de preservação, sem nenhum planejamento e com total
descuido na preservação do meio ambiente (BLUMENAU, 2010).
Segundo Vieira (2005), em Blumenau, assim como na maior parte das cidades
brasileiras, o crescimento urbano ocorreu a partir da década de 1970, época na qual os riscos
de deslizamentos tornaram-se mais evidentes. Uma das maiores catástrofes da cidade ocorreu
em 14 de outubro de 1990, quando 954 residências foram atingidas por deslizamentos, sendo
67 totalmente destruídas. Desse acidente, foram contabilizados 21 óbitos, 764 feridos e
146

prejuízos correspondentes a 37,8% do orçamento da prefeitura para aquele ano. Essa


catástrofe não foi um fato isolado, uma vez que, entre os anos de 1997 a 2001, segundo a
Defesa Civil Municipal, foram registrados 1954 deslizamentos (VIEIRA, 2005).
A combinação dos fatores meteorológico e geográfico provocou, no fim de 2008, a
maior tragédia da história do estado de Santa Catarina (VEJA, 2008). As chuvas frequentes
que tiveram uma duração aproximada de três meses, atingiu mais de dois milhões de
catarinenses. As perdas humanas e os danos materiais foram enormes. Os dados oficiais
mencionaram 135 óbitos (sendo mais de 97% devidas a soterramento), dois desaparecimentos
e um total de 32.000 pessoas desabrigadas ou desalojadas (SOUTO, 2009). Além das estradas
federais, mais de 23 rodovias estaduais foram danificadas. Os ramos do comércio, indústria,
turismo e os abastecimentos de água, luz e gás também foram muito prejudicados. Na época,
geólogos identificaram mais de 4.000 pontos de deslizamentos nas áreas atingidas (SANTA
CATARINA, 2010).
Além das condições meteorológicas - fator desencadeante da tragédia de Santa
Catarina em 2008, o engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Extensão
Rural de Santa Catarina - Epagri, José Augusto Laus Neto, apontou outros fatores que
contribuíram com isso. Para o engenheiro, os deslizamentos de terra ocorridos principalmente
nas cidades do Vale do Itajaí, decorreram da declividade do terreno, da ocupação desordenada
das encostas, da extração das árvores maiores da mata, do descaso de algumas autoridades
com as áreas de preservação permanente; além disso, o solo das regiões atingidas, por conter
uma grande concentração de argila nas camadas inferiores, em combinação com uma camada
superior muito leve, favoreceu a entrada da água. Assim, encontrando um impedimento de
drenagem, a água tendeu a escorrer paralelamente pela superfície do solo entre as duas
camadas. A camada superficial, já saturada, não aguentou o peso da água e desmoronou
(LAUS NETO, 2008).

Deslizamentos ocorridos no estado do Rio de Janeiro.

Na cidade do Rio de Janeiro, a história registra que as encostas têm sido um problema
desde a época de sua fundação. Desde o início do povoamento, as pessoas procuraram habitar
os morros. Um dos motivos era a segurança que eles proporcionavam contra os piratas, além
das planícies da região ser compostas de pântanos e lagoas, não sendo um local muito
147

convidativo (JONES, 1973). Um desses morros foi o Monte Castelo, povoado na década de
1550. Palco de vários deslizamentos esse morro teve apelidado de Águas do Monte, o
deslizamento ocorrido em dez de fevereiro de 1811. Fala-se de muitas vítimas e grande
prejuízo material, no entanto, é desconhecido o verdadeiro número devido ao jornal da época,
a Gazeta de Notícias, não dar importância a esses acontecimentos (RIO DE JANEIRO, 2011).
Esse episódio foi um dos que contribuíram para a remoção do morro para a segurança da
população (BARROS, 2002). Sua terra e lama foram usadas nos aterros do Flamengo e do
aeroporto Santos Dumont (ISTO É, 2008).
As enchentes e deslizamentos nos estados da Guanabara e Rio de Janeiro, em 06 de
janeiro de 1966, resultaram em 250 óbitos e 50.000 desabrigados (JONES, 1973).
No que diz respeito ao desastre ocorrido na Serra das Araras em 23 de janeiro de 1967,
estima-se que este tenha sido o maior desastre natural ocorrido no Brasil. Os jornais da época
noticiaram 500, 800, até 1500 óbitos. No entanto, este número nunca foi confirmado pelas
autoridades. A localidade de difícil acesso, os poucos recursos da época e o gigantesco
volume de terra deslocada impediram qualquer contagem precisa.
Os danos materiais e os efeitos resultantes sobre a indústria descritos por Jones (1973)
foram inestimáveis. O autor expressou a intensidade e a enormidade desse acidente da
seguinte maneira:
Na noite do dia 22 de janeiro de 1967, por volta das 23 horas, uma tempestade
elétrica, seguida de um grande aguaceiro de três horas e meia de duração, resultou
em um deslizamento de encosta de incrível magnitude que abrangeu cerca de 25 km
de comprimento de 7 a 8 km de largura máxima, ao longo da escarpa da Serra das
Araras, uma subdivisão da Serra do Mar, com uma perda estimada em torno de 1700
pessoas”. A Serra das Araras foi devastada por deslizamentos de terra e erosões; um
movimento de massa tão grande, maior do que qualquer deslizamento registrado na
literatura geológica, até aquele momento. A destruição ocorreu com maior
intensidade nas encostas íngremes da escarpa da Serra. Os inúmeros deslizamentos
de terra transformaram as colinas cobertas de vegetação em terrenos baldios e os
vales foram transformados em mares de lama. Dentro da área onde os deslizamentos
foram mais intensos, estava a companhia de abastecimento de energia Rio Light
S.A., a principal fonte de energia para o Rio de Janeiro, e uma seção da Rodovia
Presidente Dutra, a principal estrada entre os estados de Rio de Janeiro e São Paulo.
(JONES, 1973) (tradução nossa)5.

5
O texto em língua estrangeira é: On the night of January 22 and 23, 1967, a landslide disaster of unbelievable
magnitude struck the Serra das Araras region of Brazil. Beginning at about 11:00 p.m., an electrical storm and
cloudburst of 31/2 hours duration laid waste by landslides and fierce erosion a greater land mass than any ever
recorded in geological literature. The area laid waste was 25 kilometers in length and 7 to o kilometers in
maximum width. A large part of the area of heavy destruction was on the steep slopes of the Serra das Araras
escarpment. Thunderbolts from the lightning and the collapse of the hills shook the region like an earthquake.
Landslides numbering in the tens of thousands turned the green vegetation-covered hills into wastelands and the
valleys into seas of mud. Within the area of most intensive sliding are the Rio Light S. A. generating complex,
the principal power supply for Rio de Janeiro, and a section of the Presidente Dutra Highway, the principal
arterial between Rio de Janeiro and São Paulo (JONES, 1973 p.1).
148

Em 18 de fevereiro de 1967, um deslizamento ocorrido no bairro Jardim Laranjeiras,


na cidade do Rio de Janeiro, causado por uma forte chuva, destruiu uma casa e dois edifícios
resultando em 110 óbitos (DA COSTA NUNES et al., 1979 apud EVANS; DE GRAF, 2002)
e 300 feridos (RIO DE JANEIRO, 2011).
Em fevereiro de 1988, as chuvas intensas e persistentes, que caíram ao longo da costa
montanhosa centro-sul do Brasil, fizeram com que um grande número de deslizamentos de
terra ocorresse quase na mesma região que ocorreu os desastres em 1966/1967. As cidades de
Petrópolis e Rio de Janeiro voltaram a ser palco de mais um desastre, totalizando 320 vítimas
fatais por deslizamento. Somente na cidade de Petrópolis ocorreram 171 mortes, 600 feridos e
4263 pessoas ficaram desabrigadas (EVANS; DE GRAF, 2002). As localidades mais afetadas
na cidade do Rio de Janeiro foram: o Morro da Formiga, no bairro da Tijuca, com sete mortes;
o Morro Santa Marta, em Botafogo, com 12 óbitos, e em Santa Tereza, na Clínica Santa
Genoveva, o deslizamento provocou 21 vítimas fatais (Geo-Rio, 2002).
Volotão (2006) realizou uma investigação da ocorrência de deslizamentos na cidade
de Nova Friburgo-RJ, no período de 1890 a 2005. Neste período foram totalizados 937
deslizamentos em diversos locais do município, com a ocorrência de 125 mortes. O primeiro
episódio de deslizamento de encosta, com vítimas, foi relatado em 28 de janeiro de 1924, cuja
reportagem narrava a ocorrência de dezenas de deslizamentos de terra na cidade; um deles
provocando o soterramento de casas, causando a morte de seis pessoas e deixando outras duas
feridas.
Os registros de acidentes naturais tornaram-se mais frequentes na cidade de Nova
Friburgo a partir de 1977, quando, naquele ano, foram registrados 53 óbitos, mais de 1000
pessoas desabrigadas, além de 200 casas interditadas, 50 carros danificados e falta de energia
elétrica por um período de aproximadamente 100 horas.
No verão 2006/2007, apesar de não ter sido encontrado nos sítios da Defesa Civil
Estadual e Nacional algum dado a respeito de danos materiais e humanos no município de
Nova Friburgo, este foi bastante castigado, sofrendo inúmeros deslizamentos em seu
perímetro urbano, além de suas vias de acesso.
Dentre os recentes deslizamentos com inúmeras vítimas fatais e grandes prejuízos
materiais, ressaltam-se os ocorridos, notadamente, no estado do Rio de Janeiro, no período de
dezembro de 2009 a abril de 2010 e a catástrofe ocorrida na região serrana em 11 e 12 de
janeiro de 2011.
Na noite do réveillon de 2009, dezenas de pessoas foram vitimadas devido a
deslizamentos na cidade de Angra dos Reis-RJ, culminando no soterramento da pousada
149

Sankay e casas vizinhas, no local denominado Enseada do Bananal, em Ilha Grande e


destruindo várias casas no Morro da Carioca. Foram vitimadas 53 pessoas. Dessas, 31
ocorreram na Enseada do Bananal. Segundo Bortoloti (2010), este não foi o único
deslizamento de encosta grave ocorrido na cidade de Angra dos Reis. No ano de 2002, 39
pessoas morreram em virtude de deslizamento de encosta no município. No entanto, nunca foi
realizado um mapa geológico para verificar quais terrenos seriam impróprios para construção.
Conforme em Santos (2010)6, a Serra do Mar possui montanhas com altitudes de até
2300 metros. Ela se formou há milhões de anos e percorre o litoral brasileiro do sul de Santa
Catarina até as fronteiras do Rio de Janeiro com o Espírito Santo. É uma região que possui
uma topografia extremamente acidentada, com índices pluviométricos altíssimos e uma
tendência natural de deslizamentos de terra e rocha. De acordo com o entrevistado, o
deslizamento ocorrido na Ilha Grande foi diferente do ocorrido no Morro da Carioca. O da
Ilha Grande possuiu uma das situações mais graves: uma camada pouco espessa de solo e
rocha assentada em cima de uma laje de rocha impermeável que, quando na ocorrência de
chuvas intensas, houve uma intensidade de saturação muito grande e rápida, levando ao
deslizamento da encosta. Já no Morro da Carioca o acidente foi mais relacionado à ocupação
desordenada da área urbana. O geólogo ainda afirmou que o risco na Serra do Mar é
permanente e que os municípios ao longo dela têm que ter condição de planejar seu
crescimento urbano. Como instrumento básico foi citado a carta geotécnica, cuja função é
mostrar os terrenos que não podem ser usados ou que devem ter critérios rígidos para a sua
utilização (SANTOS, 2010).
As fortes chuvas que atingiram o estado do Rio de Janeiro no mês de abril de 2010
desencadearam uma série de 692 deslizamentos ao longo da semana somente na capital. Em
todo o estado, segundo o corpo de bombeiros (CBMERJ, 2011), o temporal deixou 255
mortos, 161 feridos e milhares de famílias desabrigadas. O balanço das chuvas ocorridas no
estado em 2010 totalizou, até o dia 17 de julho, 416 vítimas, sendo 255 fatais. Niterói foi a
cidade mais atingida pela tragédia, totalizando 167 óbitos. O pior ocorreu no Morro do
Bumba, onde, na noite de sete de abril de 2010, dezenas de casas erguidas sobre um antigo
lixão foram afetadas por um deslizamento, levando a óbito 47 pessoas. O que provocou o
deslizamento do Morro do Bumba, segundo o estudo de geógrafos da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), a pedido do Departamento de Recursos Minerais do
estado, estava no topo do morro. Houve cicatrizes no terreno em dois pontos da parte mais

6
Programa Bom Dia Brasil, entrevista com Álvaro Rodrigues dos Santos, no dia quatro de janeiro de 2010, às sete horas,
produzida pela Rede Globo.
150

alta, entretanto, o lixão que existia embaixo das casas construídas agravou a tragédia, que
poderia ter ocorrido em proporções muito menores, caso não existisse a favela (MOTTA,
2010)7 (informação verbal). Na favela dos Prazeres, no bairro Santa Teresa, na capital, a
destruição foi traduzida nos destroços de 12 casebres engolidos por um deslizamento que
causou 30 mortes (informação verbal) (JORNAL NACIONAL, 2010)8.
Castigada por um temporal que fez chover em 24 horas mais do que era esperado para
todo o mês de janeiro de 2011, a Região Serrana enfrentou, desde a noite do dia 11, a pior
catástrofe natural do Brasil (desconsiderando a catástrofe de 1967 na Serra das Araras, por
não haver dados oficiais da mesma). A chuva deflagrou uma série de deslizamentos de
encostas, considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU), como um dos dez
maiores desastres naturais ocorridos no mundo, nos últimos 111 anos. As cidades mais
violentamente atingidas foram Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis. Segundo o coronel
Roberto Robadey (RODABEY, 2011)9, coordenador da Defesa Civil de Nova Friburgo, o
nível de chuva que caiu em 2007 e vitimou 11 pessoas, foi de 130mm em 24 horas. A chuva
que caiu em algumas regiões da cidade, em janeiro de 2011, chegou a mais de 300mm em 36
horas; mais que todo o mês de janeiro de 2010, cujo somatório foi de 180mm (informação
verbal).
De acordo com o Centro de Gerenciamento de Crise (CGC) de Teresópolis, até o dia
dez de fevereiro já haviam sido contabilizados 367 óbitos, 6727 desabrigados, 9110
desalojados e 242 pessoas ainda estavam desaparecidas. Já em Nova Friburgo, em 23 de
fevereiro, o número de mortos chegava a 428, haviam 3796 desabrigados e 4528 desalojados.
O número de desaparecidos não foi divulgado neste dia, mas, de acordo com o levantamento
do Ministério Público, o número de desaparecidos na região serrana foi em torno de 470. O
Programa de Identificação de Vítimas (PIV) chegou a cadastrar 675 pessoas em seis
municípios, no entanto, 205 foram encontradas, sendo 162 com vida. A cidade com o maior
número de desaparecidos foi Teresópolis, seguido de Nova Friburgo (138), Petrópolis (49),
Bom Jardim (três), Sumidouro (três) e São José do Vale do Rio Preto (um). Outros 41
desaparecidos não tiveram sua cidade de origem identificada.

7
Telejornal Jornal Nacional. Entrevista de Marcelo Motta. Reportagem: Deslizamento veio do alto do morro, diz
estudo. Exibido em 10 de abril de 2010. Rede Globo.
8
Telejornal Jornal Nacional. Reportagem: Deslizamento veio do alto do morro, diz estudo. Exibido em 10 de
abril de 2010. Rede Globo
9
Telejornal RJTV 1 Edição. Entrevista de Roberto Robadey apresentada na reportagem: Coordenador da Defesa
Civil de Nova Friburgo fala sobre o resgate de vítimas da chuva. Exibida em 12 de janeiro de 2011. RJTV 1ª
Edição. Rede Globo. Rio de Janeiro
151

Além das perdas materiais e humanas, a devastação causada pelas chuvas originou
profundas alterações na geografia e na hidrografia da Região Serrana. Com relação às chuvas,
o quadro foi provocado por uma combinação rara de fatores (COIMBRA, 2011)10: chuva
fraca na região nos dias anteriores à grande tempestade, deixando o solo encharcado e muito
instável; chuva frontal atingindo a serra no dia 11 de janeiro, com nuvens espalhadas pela
região. Por cima delas surgiram nuvens gigantes; uma massa de água que chegou a 14 km de
altitude, atingindo a camada atmosférica conhecida como tropopausa; e massa de ar úmida
vinda da região Norte do Brasil em direção a região Sudeste
Segundo Coimbra (2011), nuvens desse tipo geralmente provocam chuvas fortes e
rápidas, de aproximadamente dez a quinze minutos. No entanto, a chuva que caiu naquele dia
teve uma duração muito maior. O fenômeno de longa duração do temporal foi ocasionado,
conforme Canedo (2011)11, pelo encontro dessas nuvens com a massa de ar, fazendo com que
o fenômeno durasse quatro horas e meia. O volume de terra que desceu em direção ao vale
estreito entupiu o rio e o enorme volume de água arrastou tudo o que viu pela frente. A
ocorrência de um fenômeno igual a este sobrevir nessa região é superior a 500 anos, assegura
o pesquisador (informação verbal).
Moacyr Duarte (2011)12 expôs que a catástrofe foi potencializada pela sua própria
topografia: cidades localizadas em vales, cercadas de morros e cortada por grandes rios. Os
morros desceram em grandes avalanches de terra e os rios transbordaram (informação verbal).
Já Álvaro Rodrigues dos Santos mencionou que:

A Serra do Mar não precisa do homem para ter deslizamento... As vertentes e


encostas são de alta inclinação e já, em si, trazem uma instabilidade muito grande.
Os deslizamentos são parte integrante e natural da Serra do Mar. A ação do homem
mexendo com essas áreas tão instáveis - desmatando, cortando, fazendo aterros,
lixões, fossas de infiltração - potencializa toda essa instabilidade e pela presença
humana torna essa instabilidade trágica, porque o deslizamento ou vários
deslizamentos tem, infelizmente, a propriedade de soterrar pessoas (informação
verbal (SANTOS, 2011)13.

Carvalho (2011)14 mencionou que no Morro do Bumba, em Niterói, aos poucos, as

10
Telejornal Jornal das Dez. Reportagem de Rafael Coimbra: Estudo diz que temporal que destruiu a Região
Serrana do Rio ocorre a cada 500 anos. Exibida em 17 de fevereiro de 2011. Globo News.
11
Telejornal Jornal das Dez. Entrevista com Paulo Canedo concedida a Rafael Coimbra: Estudo diz que
temporal que destruiu a Região Serrana do Rio ocorre a cada 500 anos. Exibida em 17 de fevereiro de 2011.
Globo News.
12
Telejornal Jornal Hoje. Entrevista com Moacyr Duarte. Exibida em 13 de janeiro de 2011. Rede Globo.
13
Programa Fantástico. Entrevista de Álvaro Rodrigues dos Santos. Exibida em 16 de janeiro de 2011. Rede
Globo.
14
Telejornal Jornal das dez. Rodrigo Carvalho em Séries de Reportagens: Tragédias provocadas por temporais
provocaram mais de mil mortes no Rio. Exibida no dia 14 de outubro de 2011. Globo News.
152

pessoas estariam voltando ao local, mesmo sabendo que é uma área de risco. A cidade de
Angra dos Reis e Ilha Grande, quase dois anos após a tragédia do réveillon de 2009,
continuavam ainda sem um mapa de vulnerabilidade da região, como prometido na época da
tragédia. Já a região serrana enfrenta momentos de crise política associada também à tragédia
ocorrida em janeiro de 2011. Situação triste que, segundo Carvalho (2011), continua
acompanhando (informação verbal).

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Dissertação (Mestrado). Universidade federal do Rio Grande do Sul. Porto alegre; 2001. Disponível em<
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/1675/000305828.pdf?sequence=1> Acesso em: 16 nov.
2010.
156

Apêndice B - Sistema para Análise de Susceptibilidade de Deslizamento de Terra (SASD/T)

A ferramenta computacional, denominada Sistema para Análise de Susceptibilidade de


Deslizamento de Terra (SASD/T), possui em sua tela inicial uma barra de menus com quatro
opções: Dados, Superfície, Análise de Susceptibilidade e Ajuda, conforme pode ser
visualizado na Figura 37.

Figura 37 – Tela principal do sistema

Fonte: A autora, 2012.

O menu Dados possui três submenus (Figura 38), que são usados para chamar uma
das três telas: Dados Externos, Marcas Fiduciais e Selecionar Área.

Figura 38 – Menu do Sistema

Fonte: A autora, 2012.

A tela Dados Externos tem a finalidade de realizar o cadastro de dados relativo à


distância focal da câmera, altura do voo, altitude do terreno, dentre outros, conforme
apresentado na Figura 39. Os dados são gravados em arquivo para posterior utilização.
157

Figura 39 – Tela para cadastro de dados externos

Fonte: A autora, 2012.

A tela Dados Externos possui o botão Abrir, que carrega um arquivo de dados
externos. Possui também o botão Novo que, ao ser clicado, os campos da tela são habilitados,
possibilitando a inserção dos dados. O botão, ao ser clicado assume a opção Salvar, que salva
um novo arquivo com os dados que constam na tela (Figura 40). Já o botão Alterar
possibilita a alteração de algum campo de um arquivo já existente. Após ser clicado, o botão
assume a opção Salvar.

Figura 40 – Entrada de Dados - tela para cadastro de dados externos

Fonte: A autora, 2012.


158

O objetivo da tela Marcas Fiduciais (Figura 41) é capturar informações das marcas
fiduciais, a fim de encontrar o ponto central das imagens para posterior utilização. As imagens
podem ser carregadas no tamanho original. Para esse procedimento são utilizados os botões
Imagem Esquerda e Imagem Direita. Para facilitar a localização das marcas fiduciais existe
a opção Aplicar Zoom, tanto para reduzir, quanto para ampliar a imagem.

Figura 41 – Tela Marcas Fiduciais

Fonte: A autora, 2012.

No caso da Figura 42, as imagens apresentadas encontram-se no tamanho original


10928x11096 pixels. Abaixo de ambas imagens, existe um botão chamado Marcas Fiduciais,
cuja finalidade é auxiliar na captura dos pontos centrais de mesmo nome. Ao clicar nesse
botão, a ComboBox que se encontra ao seu lado é habilitada, a fim de que seja escolhida a
posição da marca fiducial que se deseja selecionar. Após selecionar o ponto desejado, clica-se
novamente no botão, que se encontra, nesse momento, configurado para realizar a função
Guardar, para que os pontos sejam momentaneamente guardados. Após a seleção de todas as
marcas fiduciais, e juntamente com os pontos centrais das imagens já localizados, os pontos
devem ser guardados em arquivo, bastando, para isto, usar o botão Salvar.
159

Figura 42 – Imagens carregadas na tela Marcas Fiduciais

Fonte: A autora, 2012.

A tela Selecionar Área (Figura 43) tem por objetivo a seleção da área, ou das áreas,
que se deseja analisar. Após carregar o par de imagens, com os respectivos botões Imagem
Esquerda e Imagem Direita, faz-se uma busca nas imagens para localizar a área desejada.
Ao selecionar um ponto qualquer, com o botão esquerdo do mouse, esse corresponderá ao
centro da nova imagem que será gerada. A nova imagem poderá ter o tamanho, em pixel,
selecionado previamente pelo usuário (campo Tamanho da área selecionada).

Figura 43 – Tela Selecionar Área

Fonte: A autora, 2012.

Os pontos que correspondem às extremidades da imagem recortada, na imagem


160

original, são salvos para posterior utilização.


As imagens recortadas são salvas com nome e local escolhidos pelo usuário (Figura
44).

Figura 44 – Exemplo de Imagens selecionadas e salvas pelo Sistema

Imagem A Imagem B
Fonte: A autora, 2012.

Assim, após alguns cálculos matemáticos será possível encontrar as altitudes dos
respectivos pontos que, após interpolação, poderão gerar a superfície. Esta opção é ativada
selecionando-se a opção Superfície, do menu principal (Figura 37).
A tela Superfície é ativada pelo menu de mesmo nome que se encontra na tela inicial.
Esta, quando ativada, possui somente dois botões ativos: Abrir e Sair (Figura 45). O botão
Abrir carrega uma imagem da área que se deseja observar (Figura 46). Assim que a imagem
for carregada, pode-se visualizar as altitudes de cada ponto, bastando, para isso, passar o
mouse em cima de qualquer parte da imagem. O botão 2D fica habilitado. Esse botão possui
duas fases: 2D e 3D. Ao selecionar 2D, aparece na tela, a matriz de pontos, cuja altitude é
representada em cores, partindo do azul escuro (mais baixa), até o marron (mais alto). Tem-se
a opção de girar a imagem na tela.
161

Figura 45 – Tela Superfície

Fonte: A autora, 2012.

Figura 46 – Tela Superfície. Abrindo uma Imagem para Análise

Fonte: A autora, 2012.


162

Figura 47 – Visualização das altitudes em 2D

Fonte: A autora, 2012.

O botão 3D, que pode ser visualizado na Figura 47, ao ser clicado, altera a imagem 2D
para 3D. Do mesmo modo, a imagem também poderá ser girada, caso necessário, conforme
mostrado na Figura 48.
163

Figura 48 – Visualização de uma Imagem em 3D, usando rotação

Fonte: A autora, 2012.

A tela Análise de Susceptibilidade é criada dinamicamente, de acordo com as


informações fornecidas pelo especialista, desse modo, a tela poderá ser apresentada de
maneira diferente, conforme a região que se pretende analisar.
Um relatório é gerado para cada análise. Além disso, todo resultado é guardado em
arquivo.
164

Figura 49 – Menu Análise de Susceptibilidade

Fonte: A autora, 2012.

O menu Análise de Susceptibilidade (Figura 49) possui os submenus Cadastro de


Variáveis e Análise. O submenu Cadastro de Variáveis, ao ser selecionado, ativa uma tela
de mesmo nome. Essa tela deve ser usada pelo especialista, para realização do cadastro das
variáveis que serão analisadas em conjunto com: declividade, perfil e altura da encosta. O
cadastro inicia-se com a informação do número de variáveis que se deseja acrescentar à
análise (Figura 50). Ao clicar no botão OK, o sistema habilita o campo Variável, para que
possa ser realizada a inserção dos dados. Ao clicar no botão Inserir, os dados são inseridos
em uma caixa de texto. Ao término do número de variáveis a cadastrar, o sistema cria um
GrupoBox para que seja realizada a inserção dos dados de classificação (denominados no
sistema como tipo e ponderação) de cada variável criada (Figura 51). Na caixa de texto,
deve-se selecionar uma variável. O nome da variável selecionada aparecerá no GrupoBox. Ao
inserir os dados e salvá-los, os mesmos são transferidos para uma matriz. Ao finalizar o
cadastro, os dados são salvos em arquivo, para posterior utilização na tela de análise.

Figura 50 – Tela Cadastro de Variáveis

Fonte: A autora, 2012.


165

Figura 51– Tela Cadastro de Variáveis – inserção de tipo e


ponderação

Fonte: A autora, 2012.

Na tela Análise de Susceptibilidade de Deslizamentos (Figura 52) tem-se no canto


superior uma imagem da altitude da área que foi recortada da imagem original. Ao passar o
mouse sobre essa imagem, é apresentado na tela, o valor da altitude de cada pixel da imagem.
No lado direito da tela possui os campos número e localização, que devem ser
preenchidos para posterior identificação do local analisado, uma vez que esses dados podem
ser gravados ou impressos, na forma de relatório.
Para que seja possível a digitação nestes campos e também a liberação das variáveis
para análise, deve-se clicar no botão Inserir. Assim, os campos serão habilitados e o botão
passa a ter o rótulo Analisar.
Ao clicar nos botões Altura da encosta, Declividade e Perfil o sistema calcula e
retorna essas informações, a partir dos dados extraídos dos estereopares.
Cada ComboBox, que aparece abaixo dos botões descritos acima, é criado
dinamicamente e representa cada uma das variáveis cadastradas. O usuário deve selecionar as
opções e clicar no botão Analisar. O resultado da Análise aparecerá na parte inferior da tela.
Para gerar o relatório, basta clicar no botão Imprimir.
166

Figura 52 – Tela Análise de Susceptibilidade de Deslizamentos

Fonte: A autora, 2012.

O menu Ajuda (Figura 53) possui os submenus Guia do Usuário e Sobre.... O menu
Guia do Usuário abre uma página no formato de hipertexto (Figura 54). O usuário, ao clicar
em Guia do Usuário, é levado para um índice, que possui links de apresentação do sistema e
de uso de todas as telas, com o intuito de familiarizar o usuário com a sua utilização.

Figura 53 – Menu Ajuda

Fonte: A autora, 2012.


167

Figura 54 – Tela Guia do Usuário

Fonte: A autora, 2012.

Na tela Sobre (Figura 55) constam informações sobre o software desenvolvido.

Figura 55 – Tela Sobre o Sistema

Fonte: A autora, 2012.


168

ANEXO A – Legislação referente à ocupação de encostas

Lei 4.771, de 15 de setembro de 1965 - Código Florestal Brasileiro

Art. 1° As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação,


reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os
habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a
legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.
...
§ 2o Para os efeitos deste Código, entende-se por:
(...)
II - área de preservação permanente: área protegida nos termos dos arts. 2o e 3o desta Lei,
coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e
flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
(...)

Art. 2° Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e


demais formas de vegetação natural situadas:
(...)
d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;
e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha
de maior declive;
(...)
h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação.

Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos


perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações
urbanas, em todo o território abrangido, obervar-se-á o disposto nos respectivos planos
diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo.

Art. 3º Consideram-se, ainda, de preservação permanentes, quando assim declaradas por ato
169

do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas:


a) a atenuar a erosão das terras;
(...)
c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
(...)
e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico;
(...)
h) a assegurar condições de bem-estar público.

§ 1° A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será admitida com


prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária à execução de obras,
planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social.

Art. 10. Não é permitida a derrubada de florestas, situadas em áreas de inclinação entre 25 a
45 graus, só sendo nelas tolerada a extração de toros, quando em regime de utilização
racional, que vise a rendimentos permanentes.
170

Lei 6766, de 19 de dezembro de 1979 - Parcelamento do Solo Urbano

Art. 1º. O parcelamento do solo para fins urbanos será regido por esta Lei.
Parágrafo único - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão estabelecer normas
complementares relativas ao parcelamento do solo municipal para adequar o previsto nesta
Lei às peculiaridades regionais e locais.
(...)
Art. 3o Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de
expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou
aprovadas por lei municipal.

Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo:


I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para
assegurar o escoamento das águas;
Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que
sejam previamente saneados;
III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se
atendidas exigências específicas das autoridades competentes;
IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;
V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições
sanitárias suportáveis, até a sua correção.
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Anexo B – Certificado de calibração da câmera aerofotogramétrica


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