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ESTADO DE RONDÔNIA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA TRABALHISTA
RECURSO DE INOMINADO
Av. dos Imigrantes, nº 3503, Bairro Costa e Silva, Porto Velho/RO – Fone: (69) 3223-2564
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RAZÕES DO RECURSO
EGRÉGIA TURMA RECURSAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
DA PRELIMINAR
Desta feita, vê-se de forma clara a impossibilidade jurídica do pleito, uma vez
que o autor não labora em contato direto e permanente com inflamáveis, explosivos, ou energia
elétrica, em condição de risco acentuado, conforme preceitua a CLT.
A função de agente de polícia, e como tal, estar sempre correndo risco de vida
em virtude da possibilidade de confrontos armados ou outros com tal potencial não é fato gerador
do adicional de periculosidade, pois esta circunstância é inerente ao trabalho de todo policial
civil, de modo que, nos termos do sistema jurídico, o pagamento está inserido na remuneração,
caindo por terra o pedido alternativo de periculosidade.
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SENTENÇA:
VISTOS etc. . . A parte requerente narra que é policial civil desde setembro de 2008,
sendo que desenvolve atividade pelo SEVIC .Alega que está recebendo adicional de
insalubridade no grau máximo, sendo que o cálculo é de 30% (trinta por cento)
sobreo valor de R$ 500, 00, porém, sustenta ter direito de optar pela percepção do
adicional de periculosidade que corresponde a 30% (trinta por cento) sobre o
vencimento. Requer a condenação da parte requerida a pagar a diferença do período
retroativo relativamente ao adicional de periculosidade, bem como a implantação
desse item salarial em substituição ao adicional de insalubridade. Com a INICIAL
apresentou diversos documentos. A parte requerida defende-se com alegação de
inexistência de previsão legal para concessão do adicional de periculosidade,
colacionando diversos julgados. Subsidiariamente argumenta que as circunstâncias
apresentadas pela parte requerente não se enquadra nos preceitos da CLT e da NR-16
do Ministério do Trabalho. Requereu a improcedência do pedido. DECIDO. Cuida a
espécie de ação com pedidos de natureza condenatória. Foram invocadas as seguintes
leis sobre as quais passarei a deliberar como forma de compor o ordenamento jurídico
para efeito de responder qual a aplicação ao caso concreto: lei complementar estadual
n° 68/92, lei ordinária estadual n° 2. 165/2008 e decreto estadual n° 10.14/2002.
Periculosidade. Por ser policial civil e, em especial atuar no serviço de investigação e
captura, a parte requerente entende que tem direito a percepção de adicional de
periculosidade. Em sua petição INICIAL nada mais acrescentou como sento o fato
gerador de tal direito. No laudo pericial a periculosidade é aliada a existência de
líquidos inflamáveis em volume superiora 200 l (duzentos litros) e explosivos (fls.
31/32) depositados na delegacia de polícia civil inspecionada. O perito também
afirma que a periculosidade é definida pelo volume armazenado, ponto de fulgor
inferior a 70°C (setenta graus Celsius). Relata que dependendo da área de depósito
ser interna ou externa a área de risco será diferente. No mesmo laudo (fl. 36 dos
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autos), o perito conclui que os servidores lotados naquela delegacia de polícia civil
fazem jus ao adicional de periculosidade, mas não esclarece se os líquidos
inflamáveis e explosivos estão armazenados no interior da delegacia de polícia, a que
distância ficam do local por onde a parte circula, que materiais foram os constatados e
as condições de armazenamento deles .Falta correlação da teoria apresentada pelo
perito com o caso concreto da parte requerente, pois alegações generalizadas não tem
como serem acolhidas, em especial porque de acordo coma fórmula apresentada pelo
expert seria necessário demonstrar com dados concretos porque todos os policiais
estariam submetidos a circunstância geradora de periculosidade. Desta feita, não há
como reconhecer nesse momento a existência de circunstância que justifique
pagamento de adicional de periculosidade. Por amor ao argumento registro que o
simples fato de ser policial e, como tal, sempre estar correndo risco de vida em
virtude da possibilidade de confrontos armado sou outros com tal potencial não é fato
gerador do adicional de de todo policial civil, de modo que, nos moldes do sistema
jurídico, o pagamento está inserido na remuneração. Cabe nesse ponto colacionar o
ensinamento de CARVALHO FILHO sobre o vencimento (Manual de Direito
Administrativo, 25° Ed., Atlas, 2012, pg. 729): ?O substrato fático do vencimento é,
como regra, o exercício das funções relativas ao cargo, embora haja situações
especiais em que o servidor faz jus à remuneração sem exercer funções (férias,
licenças para tratamento de saúde etc). ?Ao tratar das vantagens pecuniárias o mesmo
doutrinador esclarece que (op. Cit, pg. 732) ?o fator mais importante é oque leva em
conta que as vantagens pecuniárias pressupõem sempre a ocorrência de um suporte
fático específico para gerar o direito a sua percepção?. Exemplo de que o próprio
legislador comete equívocos quanto ao pensamento de que a periculosidade natural da
atividade dos policiais deve servir para que recebam adicional está no trecho abaixo
colacionado de publicação feita na imprensa (http: //www.
rondoniaovivo.com/noticias/adicional-de-insalubridade-e-periculosidade para
policiais-e-bombeiros-militares/79988: ?Ao apresentara proposta na ALE, o deputado
Hermínio Coelho também se referiu novamente a questão salarial, destaca ele: ?
sabemos que os integrantes da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Rondônia não
são bem remunerados como deveriam. Além dessa questão primordial, os integrantes
da Policia Militar e Bombeiro Militar de Rondônia, exercem atividade de alto saúde
física, mental e psicológica desses servidores que no dia a dia enfrentam questões de
segurança pública em defesa da população de nosso Estado, oque torna essa atividade
perigosa?.?Os policiais merecem ser bem remunerados em virtude dos riscos
inerentes ao exercício da profissão, porém, isso deve ser objeto de uma adequada
retribuição no vencimento que é o elemento salarial identificador da remuneração
pelo trabalho desenvolvido cotidianamente. Eventual discussão sobre o salário
merecer elevação em virtude dessa espécie de risco que o policial está
permanentemente exposto é de caráter sócio-político e deve ser tratada a nível
legislativo, pois a alteração do valor da remuneração dos servidores públicos depende
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DO MÉRITO
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Ora, o fato de o Requerente ser Policial Civil, mesmo que esteja lotado na
DECAME, não implica no exercício de atividade em contato permanente com inflamável ou
explosivo, se observa que o Requerente sequer fez juntada de laudo pericial que justifique o
recebimento de tal adicional.
“Por ser policial civil a parte requerente entende que tem direito a percepção de
adicional de periculosidade. Em sua petição inicial nada mais acrescentou como
sento o fato gerador de tal direito.
Por amor ao argumento registro que o simples fato de ser policial e, como tal,
sempre estar correndo risco de vida em virtude da possibilidade de confrontos
armados ou outros com tal potencial não é fato gerador do adicional de
periculosidade, pois essa circunstância é inerente ao trabalho de todo policial civil,
de modo que, nos moldes do sistema jurídico, o pagamento está inserido na
remuneração.”
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Sendo encargo do Requerente o fato gerador do direito que firma ser titular,
conforme dispõe o artigo 333, I do CPC, pugna-se pela improcedência do seu pedido pelo fato de
simplesmente alegar ser Policial Civil lotado na DECAME, não se podendo presumir que este
tenha direito ao adicional de periculosidade.
Segundo Didier, 2010, em Curso de Processo Civil, Vol. 02, como o autor
pretende o reconhecimento de um direito seu, cabe a ele provar o fato que determinou seu
nascimento e existência. Não se vislumbra nos autos qual atividade perigosa que exerce o
Requerente, nos termos do artigo 193 da CLT e Norma Regulamentadora n. 16 do Ministério do
Trabalho que regulamentam aquele adicional.
Assim, considerando que o Requerente não prova os fatos que constituem seu
direito, o Estado de Rondônia requer a extinção do feito e no mérito que seja julgado totalmente
improcedente conforme, o artigo 267, I do CPC.
DO PEDIDO
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