Sie sind auf Seite 1von 8

1

ESTADO DE RONDÔNIA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA TRABALHISTA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUÍZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA


DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE PORTO VELHO
– RONDÔNIA

PROCESSO N°: 0005355-91.2013.8.22.0601


RECORRENTE: ESTADO DE RONDÔNIA
RECORRIDO: PEDRO ROBERTO GEMINGNANI MANCEBO

ESTADO DE RONDÔNIA, pessoa jurídica de direito público interno,


por sua Procuradora infra-assinada, nos autos do processo em epígrafe, inconformado, data
venia, com a r. sentença, vem com base nos art. 41 da Lei 9.099/95 interpor o presente:

RECURSO DE INOMINADO

consubstanciado nas razões aduzidas em anexo, requerendo o recebimento e o processamento do


recurso e, após, o encaminhamento dos autos a Egrégia Turma Recursal, para julgamento do
recurso ora interposto.

Nestes termos, pede-se deferimento

Porto Velho (RO), 21 de fevereiro de 2014.

LIVIA RENATA DE OLIVEIRA SILVA


Procuradora do Estado

Av. dos Imigrantes, nº 3503, Bairro Costa e Silva, Porto Velho/RO – Fone: (69) 3223-2564
2

ESTADO DE RONDÔNIA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA TRABALHISTA

PROCESSO N°: 0005355-91.2013.8.22.0601


RECORRENTE: ESTADO DE RONDÔNIA
RECORRIDO: PEDRO ROBERTO GEMINGNANI MANCEBO

RAZÕES DO RECURSO
EGRÉGIA TURMA RECURSAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RELATÓRIO

A Requerente é Agente de Polícia, lotada na Delegacia Especializada de


Controle de Armas, Munições e Explosivos, pugnando pela implantação do adicional de
periculosidade.

DA PRELIMINAR

DA Inépcia da Exordial – Da Impossibilidade Jurídica do Pedido

O adicional de periculosidade só é devido ao trabalhador que estiver em contato


direto e permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado, o que não é
o caso em tela.

Desta feita, vê-se de forma clara a impossibilidade jurídica do pleito, uma vez
que o autor não labora em contato direto e permanente com inflamáveis, explosivos, ou energia
elétrica, em condição de risco acentuado, conforme preceitua a CLT.

A função de agente de polícia, e como tal, estar sempre correndo risco de vida
em virtude da possibilidade de confrontos armados ou outros com tal potencial não é fato gerador
do adicional de periculosidade, pois esta circunstância é inerente ao trabalho de todo policial
civil, de modo que, nos termos do sistema jurídico, o pagamento está inserido na remuneração,
caindo por terra o pedido alternativo de periculosidade.

Av. dos Imigrantes, nº 3503, Bairro Costa e Silva, Porto Velho/RO – Fone: (69) 3223-2564
3

ESTADO DE RONDÔNIA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA TRABALHISTA

Neste sentido já temos alguns julgados a cerca da matéria ora ventilada, in


verbis:

Proc.: 0003236-31. 2011. 8. 22. 0601


Proc.: 0003241-53. 2011. 8. 22. 0601

Proc.: 0003234-61. 2011. 8. 22. 0601


Ação: Procedimento Sumário(Juizado Faz. Pública )
Requerente: Raidson Lima de Souza
Advogado: Neide Skalecki de Jesus Gonçalves (RO 283-B)
Requerido: Estado de Rondônia
Advogado: Alciléa Pinheiro Medeiros (OAB/RO 500)

SENTENÇA:
VISTOS etc. . . A parte requerente narra que é policial civil desde setembro de 2008,
sendo que desenvolve atividade pelo SEVIC .Alega que está recebendo adicional de
insalubridade no grau máximo, sendo que o cálculo é de 30% (trinta por cento)
sobreo valor de R$ 500, 00, porém, sustenta ter direito de optar pela percepção do
adicional de periculosidade que corresponde a 30% (trinta por cento) sobre o
vencimento. Requer a condenação da parte requerida a pagar a diferença do período
retroativo relativamente ao adicional de periculosidade, bem como a implantação
desse item salarial em substituição ao adicional de insalubridade. Com a INICIAL
apresentou diversos documentos. A parte requerida defende-se com alegação de
inexistência de previsão legal para concessão do adicional de periculosidade,
colacionando diversos julgados. Subsidiariamente argumenta que as circunstâncias
apresentadas pela parte requerente não se enquadra nos preceitos da CLT e da NR-16
do Ministério do Trabalho. Requereu a improcedência do pedido. DECIDO. Cuida a
espécie de ação com pedidos de natureza condenatória. Foram invocadas as seguintes
leis sobre as quais passarei a deliberar como forma de compor o ordenamento jurídico
para efeito de responder qual a aplicação ao caso concreto: lei complementar estadual
n° 68/92, lei ordinária estadual n° 2. 165/2008 e decreto estadual n° 10.14/2002.
Periculosidade. Por ser policial civil e, em especial atuar no serviço de investigação e
captura, a parte requerente entende que tem direito a percepção de adicional de
periculosidade. Em sua petição INICIAL nada mais acrescentou como sento o fato
gerador de tal direito. No laudo pericial a periculosidade é aliada a existência de
líquidos inflamáveis em volume superiora 200 l (duzentos litros) e explosivos (fls.
31/32) depositados na delegacia de polícia civil inspecionada. O perito também
afirma que a periculosidade é definida pelo volume armazenado, ponto de fulgor
inferior a 70°C (setenta graus Celsius). Relata que dependendo da área de depósito
ser interna ou externa a área de risco será diferente. No mesmo laudo (fl. 36 dos
Av. dos Imigrantes, nº 3503, Bairro Costa e Silva, Porto Velho/RO – Fone: (69) 3223-2564
4

ESTADO DE RONDÔNIA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA TRABALHISTA

autos), o perito conclui que os servidores lotados naquela delegacia de polícia civil
fazem jus ao adicional de periculosidade, mas não esclarece se os líquidos
inflamáveis e explosivos estão armazenados no interior da delegacia de polícia, a que
distância ficam do local por onde a parte circula, que materiais foram os constatados e
as condições de armazenamento deles .Falta correlação da teoria apresentada pelo
perito com o caso concreto da parte requerente, pois alegações generalizadas não tem
como serem acolhidas, em especial porque de acordo coma fórmula apresentada pelo
expert seria necessário demonstrar com dados concretos porque todos os policiais
estariam submetidos a circunstância geradora de periculosidade. Desta feita, não há
como reconhecer nesse momento a existência de circunstância que justifique
pagamento de adicional de periculosidade. Por amor ao argumento registro que o
simples fato de ser policial e, como tal, sempre estar correndo risco de vida em
virtude da possibilidade de confrontos armado sou outros com tal potencial não é fato
gerador do adicional de de todo policial civil, de modo que, nos moldes do sistema
jurídico, o pagamento está inserido na remuneração. Cabe nesse ponto colacionar o
ensinamento de CARVALHO FILHO sobre o vencimento (Manual de Direito
Administrativo, 25° Ed., Atlas, 2012, pg. 729): ?O substrato fático do vencimento é,
como regra, o exercício das funções relativas ao cargo, embora haja situações
especiais em que o servidor faz jus à remuneração sem exercer funções (férias,
licenças para tratamento de saúde etc). ?Ao tratar das vantagens pecuniárias o mesmo
doutrinador esclarece que (op. Cit, pg. 732) ?o fator mais importante é oque leva em
conta que as vantagens pecuniárias pressupõem sempre a ocorrência de um suporte
fático específico para gerar o direito a sua percepção?. Exemplo de que o próprio
legislador comete equívocos quanto ao pensamento de que a periculosidade natural da
atividade dos policiais deve servir para que recebam adicional está no trecho abaixo
colacionado de publicação feita na imprensa (http: //www.
rondoniaovivo.com/noticias/adicional-de-insalubridade-e-periculosidade para
policiais-e-bombeiros-militares/79988: ?Ao apresentara proposta na ALE, o deputado
Hermínio Coelho também se referiu novamente a questão salarial, destaca ele: ?
sabemos que os integrantes da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Rondônia não
são bem remunerados como deveriam. Além dessa questão primordial, os integrantes
da Policia Militar e Bombeiro Militar de Rondônia, exercem atividade de alto saúde
física, mental e psicológica desses servidores que no dia a dia enfrentam questões de
segurança pública em defesa da população de nosso Estado, oque torna essa atividade
perigosa?.?Os policiais merecem ser bem remunerados em virtude dos riscos
inerentes ao exercício da profissão, porém, isso deve ser objeto de uma adequada
retribuição no vencimento que é o elemento salarial identificador da remuneração
pelo trabalho desenvolvido cotidianamente. Eventual discussão sobre o salário
merecer elevação em virtude dessa espécie de risco que o policial está
permanentemente exposto é de caráter sócio-político e deve ser tratada a nível
legislativo, pois a alteração do valor da remuneração dos servidores públicos depende
Av. dos Imigrantes, nº 3503, Bairro Costa e Silva, Porto Velho/RO – Fone: (69) 3223-2564
5

ESTADO DE RONDÔNIA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA TRABALHISTA

de lei que a implemente. O adicional servirá para remunerar uma circunstância


especial, tal como um grupo especial que esteja exposto a risco além da normalidade
em relação aos demais policiais ou se no local de trabalho tem contato ou
proximidade com substâncias perigosas, como éo caso dos combustíveis. Certamente
por essa razão existem trâmite no Congresso Nacional projeto de lei que visa
estabelecer tal espécie de regras, tal como pode ser constatado de trecho extraído da
impressa (http: //www2. câmara. gov.br/agencia/noticias/SEGURANCA/198718-
TRABALHOAPROVA-ADICIONAL-DE-PERICULOSIDADE-PARAPMS-E-
BOMBEIROS. html):?A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público
aprovou nesta quarta-feira o Projeto de Lei 6307/09, do deputado Mauro Nazif (PSB-
RO), queria adicional de periculosidade de 30% sobre a remuneração para policiais e
bombeiros militares dos estados e do Distrito Federal. Conforme a proposta, terá
direito ao benefício o militar que comandar ou exercer, durante pelo menos 25% de
sua jornada de trabalho, funções consideradas perigosas, como patrulhamento
ostensivo, transporte de presos e combate a incêndio, entre outras. Posto isto, julgo
IMPROCEDENTE o pedido que RONIERI RAMON COSTA ALLEYEN fez na
AÇÃO que promoveu em face do ESTADO DE RONDÔNIA. DECLARO
RESOLVIDO o MÉRITO (CPC 269, I). Sem custas e sem honorários. Publicação e
registro com o lançamento no SAP. Intimem-se por publicação no diário da justiça.
Com o trânsito em julgado, arquivem-se. Agende-se decurso de prazo recursal. Porto
Velho-RO, segunda-feira, 17 de setembro de
2012.

Ante a inépcia da inicial pela impossibilidade jurídica do pedido, nos termos do


art. 301, inc. III requer a extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos do artigo 267,
VI do CPC.

DO MÉRITO

O pedido do Requerente não merece prosperar, conforme todo exposto acima,


contudo pelo princípio da eventualidade, passa-se a demonstrar no mérito a inegável
improcedência do pleito inserto na exordial, considerando-se inicialmente os princípios
constitucionais da legalidade e moralidade, que regem a Administração Pública direta, nos termos
do caput do artigo 37 da Constituição Federal.

A simples alegação de “por exercer suas atividades em local de elevado grau de


periculosidade”, não implica na liquidez e certeza de trabalho perigoso.

Av. dos Imigrantes, nº 3503, Bairro Costa e Silva, Porto Velho/RO – Fone: (69) 3223-2564
6

ESTADO DE RONDÔNIA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA TRABALHISTA

Em primeiro lugar há que ser observado que a critério do disposto no artigo 22


da Constituição Federal, compete privativamente a União, legislar sobre direito do trabalho.
Nesse mister, a Consolidação das Leis de Direito do Trabalho, assim dispõe:

“Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da


regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza
ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou
explosivos em condições de risco acentuado.” DESTAQUEI

Ora, o fato de o Requerente ser Policial Civil, mesmo que esteja lotado na
DECAME, não implica no exercício de atividade em contato permanente com inflamável ou
explosivo, se observa que o Requerente sequer fez juntada de laudo pericial que justifique o
recebimento de tal adicional.

Nesse sentido é o entendimento do MM. Juiz de Direito Johnny Gustavo


Clemes no processo nº 0003233-76.2011.8.22.0601 (1ª Vara do Juizado Especial da Fazenda
Pública), in vebis:

“Por ser policial civil a parte requerente entende que tem direito a percepção de
adicional de periculosidade. Em sua petição inicial nada mais acrescentou como
sento o fato gerador de tal direito.

Na fundamentação do laudo pericial a periculosidade é aliada a existência de


líquidos inflamáveis em volume superior a 200 l (duzentos litros) e explosivos
(fls.25/29), mas em nenhum lugar relata se a atividade desenvolvida diariamente
pela parte requerente fica em local onde está em circunstância de sofrer risco por
alguma dessas substâncias.

Sabe-se que a periculosidade é definida pelo volume armazenado, ponto de fugor


inferior a 70°C (setenta graus Celsius), bem como proximidade, porém, esses
aspectos também não foram abordados em relação a situação da parte requerente.

Desta feita, não há como reconhecer nesse momento a existência de circunstância


que justifique pagamento de adicional de periculosidade.

Por amor ao argumento registro que o simples fato de ser policial e, como tal,
sempre estar correndo risco de vida em virtude da possibilidade de confrontos
armados ou outros com tal potencial não é fato gerador do adicional de
periculosidade, pois essa circunstância é inerente ao trabalho de todo policial civil,
de modo que, nos moldes do sistema jurídico, o pagamento está inserido na
remuneração.”
Av. dos Imigrantes, nº 3503, Bairro Costa e Silva, Porto Velho/RO – Fone: (69) 3223-2564
7

ESTADO DE RONDÔNIA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA TRABALHISTA

Sendo encargo do Requerente o fato gerador do direito que firma ser titular,
conforme dispõe o artigo 333, I do CPC, pugna-se pela improcedência do seu pedido pelo fato de
simplesmente alegar ser Policial Civil lotado na DECAME, não se podendo presumir que este
tenha direito ao adicional de periculosidade.

Segundo Didier, 2010, em Curso de Processo Civil, Vol. 02, como o autor
pretende o reconhecimento de um direito seu, cabe a ele provar o fato que determinou seu
nascimento e existência. Não se vislumbra nos autos qual atividade perigosa que exerce o
Requerente, nos termos do artigo 193 da CLT e Norma Regulamentadora n. 16 do Ministério do
Trabalho que regulamentam aquele adicional.

Assim, considerando que o Requerente não prova os fatos que constituem seu
direito, o Estado de Rondônia requer a extinção do feito e no mérito que seja julgado totalmente
improcedente conforme, o artigo 267, I do CPC.

DOS CÁLCULOS APRESENTADOS

Conforme o artigo 193, § 1º da CLT, o trabalho em condições de periculosidade


assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos
resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

Alega o Requerente que percebe duas rubricas a título de vencimento básico,


sendo que a segunda foi conquista judicialmente, mas tem a mesma natureza do vencimento
básico. (sic)

De certo que a conclusão a que chega o Requerente de que a rubrica que


percebe por ação judicial só poderia ter a mesma natureza de vencimento básico se fosse
declarado judicialmente ou por processo administrativo.

Nada disso faz prova o Requerente, portanto, impossível aplicar-lhe eventual


direito sobre tal rubrica por ser seu entendimento.

DO PEDIDO

Av. dos Imigrantes, nº 3503, Bairro Costa e Silva, Porto Velho/RO – Fone: (69) 3223-2564
8

ESTADO DE RONDÔNIA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA TRABALHISTA

POR TODO O EXPOSTO, requer o Estado de Rondônia o recebimento,


conhecimento e provimento do presente recurso, para a reforma in totum da r. decisão de primeiro
grau, pela pertinência dos fatos apresentados pelo recorrente, corroborado pela legislação citada.

Tudo por ser da legalidade invocada, da moralidade e da mais lídima


JUSTIÇA.

Nestes termos, pede-se deferimento

Porto Velho (RO), 21 de fevereiro de 2014.

LIVIA RENATA DE OLIVEIRA SILVA


Procuradora do Estado

Av. dos Imigrantes, nº 3503, Bairro Costa e Silva, Porto Velho/RO – Fone: (69) 3223-2564

Das könnte Ihnen auch gefallen