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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL

DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE NOVA MUTUM –


ESTADO DE MATO GROSSO

JOSY KELLY FERREIRA HELKERS, brasileira, solteira,


servente de limpeza, portadora da Cédula de Identidade RG nº 001.967.354-
SSP/MS e inscrita no CPF/MF sob nº 036.579.112-19, residente e domiciliada
na Rua Pintassilgo nº 56, Bairro Residencial Casa Nova, cidade de São José do
Rio Claro-MT, CEP 78435-000, por seus procuradores que esta subscrevem
com endereço profissional situado à Avenida Siegfried Buss, nº 1243, Centro,
cidade de São José do Rio Claro-MT, vem, mui respeitosamente perante Vossa
Excelência, com fulcro nos artigos 840 da CLT e 319 do NCPC, propor a
presente

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

Em face da empresa EXTRALIMP TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS


LTDA., inscrita no CNPJ sob nº 05.784.656/0001-20, devendo ser notificada
por edital, considerando as tentativas frustradas no endereço
apresentado no cadastro junto à Receita Federal do Brasil, qual seja, Rua
Trajano Alves de Aguiar, nº 156 – Cidade dos Funcionários, cidade de
Fortaleza – CE, CEP 60822-060, conforme consultas realizadas em Varas
do Trabalho de diferentes Estados, a exemplo nos processos: 0000374-
96.2016.5.23.0096, 0020591-66.2016.5.04.0751, 0011651-90.2016.5.18.0018,
000054-94.2016.5.04.0161, entre outros; e da EMPRESA BRASILEIRA DE
CORREIOS E TELÉGRAFOS, inscrita no CNPJ/MF, sob nº 34.028.316-
8550-44, situado na Rua Dom Pedro I, 2498, cidade de Santa Luzia D'Oeste
- RO, CEP 78993-000, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

I - DA JUSTIÇA GRATUITA

Em linhas preliminares o Reclamante esclarece que não possui


recursos financeiros para arcar com as custas e demais despesas processuais,
sem prejuízo do seu sustento e de sua família.

____________________________________________________Antonio Marcos Lopes


OAB/MT 15837
Rua Siegfried Buss, nº 1243, Centro, São José do Rio Claro-MT, CEP: 78.435-000, Tel. (66)-99604
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Dessa forma, em conformidade com os artigos 2º a 5º da Lei
1.060/50, com redação dada pela Lei 7.510/86, e artigo 790, § 3º da CLT, o
Reclamante requer se digne Vossa Excelência em conceder a isenção das taxas
judiciárias e demais despesas processuais, concedendo-o os benefícios da
Justiça Gratuita.

2 - PRELIMINARES

2.1 - Da desnecessidade de Conciliação Prévia - Extrajudicial

O Reclamante destaca de início que, embora o legislador tenha


estabelecido por meio da Lei nº 9.958/2000 a possibilidade de criação das
Comissões de Conciliação Prévia, conforme diretrizes fixadas nos artigos 625-
A e 625-H da CLT, nota-se que o E. Supremo Tribunal Federal deliberou pela
suspensão dos efeitos e da eficácia jurídica do disposto no artigo 625-D da
CLT nos termos das ADIns 2139 e 2160.

Dessa forma, tem-se como desnecessária a submissão do presente


litigio à Comissão de Conciliação Prévia, instituída pelos entes sindicais
representantes das partes litigantes ou daquela criada no âmbito empresarial,
como “pré-requisito” para o ingresso da competente demanda, caso a
tentativa de conciliação reste infrutífera.

2.2 – Da Responsabilidade Subsidiária

A Reclamante, apesar de contratada pela primeira Reclamada,


prestou serviços na agência da segunda Reclamada, situada no município de
Santa Luzia D’Oeste – RO.

Assim, as Reclamadas mantêm contrato de serviços terceirizados,


de modo que a segunda deve responder subsidiariamente pelos possíveis
créditos trabalhistas julgados em favor da Reclamante.

2.3 – Da Competência

Em que pese o local da prestação de serviços ter se dado na cidade


de Santa Luzia D’Oeste-RO, com o fim do pacto laboral, a Reclamante
mudou-se para a cidade de São José do Rio Claro-MT para busca de novo
emprego, haja vista sua demissão pelas Reclamadas.
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Assim, a distância entre o atual domicílio da Autora e o local de
prestação de serviços inviabiliza o acesso à Justiça, se a competência for aquela
prevista no caput do artigo 651 da CLT.

Importante destacar que, hodiernamente, a interpretação literal e


cega do artigo 651 da CLT implica a produção de resultados injustos, que,
certamente, não foram desejados pelo legislador.

É necessário fazer uma interpretação histórica, para recordar que o


critério territorial adotado pelo legislador para determinar a competência dos
órgãos desta Justiça Especializada decorreu, fundamentalmente, da
necessidade de facilitar o ingresso do trabalhador em juízo.

Dessa forma, é possível conceder, no caso em tela, uma


interpretação evolutiva do citado artigo 651 da CLT, para autorizar que a
Reclamante, hipossuficiente e atualmente residente no município de São José
do Rio Claro-MT, possa demandar no foro do domicílio atual.

No mesmo diapasão, considerar que o local da prestação dos


serviços (antiga residência da Reclamante) seria o único foro competente para
o ajuizamento da demanda implica exigir da Reclamante injusto dispêndio com
o deslocamento para outro estado-membro, localizado a centenas de
quilômetros. Enquanto, pelo contrário, é fato notório que ambas as
Reclamadas possuem capacidade econômica para prosseguir no processo,
mesmo que a tramitação não ocorra no mesmo local que suas sedes.

Rompido o vínculo de trabalho, e não mais vislumbrando motivos


para continuar na cidade de Santa Luzia D’Oeste-RO, não poderia a Autora
permanecer nesta cidade com a finalidade única de se postular a reparação de
direito trabalhistas ora pleiteados em Juízo.

Ademais, não é razoável exigir da Autora novo deslocamento a


cidade que dista mais de 700km apenas para ajuizar demanda trabalhista,
sobretudo em razão de sua hipossuficiência financeira.

A distância, nesse caso, impõe ônus que consubstancia verdadeiro


entrave ao acesso à Justiça.

Por tais motivos, deve incidir, por analogia, a exceção prevista no


artigo 651, §1º da CLT, requerendo seja declarada a competência da Vara do
Trabalho do domicílio da Reclamante, uma vez que evidenciada condição
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capaz de inviabilizar o ajuizamento da presente Reclamatória no foro da
celebração do contrato ou da prestação dos serviços.

O C. TST já se posicionou favoravelmente a este entendimento,


como se infere das seguintes decisões:

“INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO


EM RAZÃO DO LUGAR. AJUIZAMENTO DA AÇÃO
NO DOMICÍLIO DO RECLAMANTE. A competência
territorial da Justiça do Trabalho refere-se tanto ao lugar da
contratação quanto da prestação de serviços, porquanto o § 3º do artigo
651 da CLT assegura ao trabalhador o direito de apresentar ação
trabalhista ou no foro da celebração do contrato de trabalho ou no da
prestação dos respectivos serviços. Na hipótese, o reclamante, com
domicílio no interior do Estado do Piauí, foi arregimentado para
trabalhar no Estado de São Paulo e, uma vez demitido, é razoável se
entender que não poderia permanecer no local em que prestou serviços
com a única finalidade de ali ajuizar reclamação trabalhista em busca
dos direitos que considera sonegados. Impor ao reclamante o ônus de se
locomover para uma cidade distante de seu domicílio apenas para
pleitear verbas de natureza trabalhista implica dificultar o seu livre
acesso ao Judiciário, que lhe é constitucionalmente assegurado. Assim,
aplica-se à hipótese, por analogia, a exceção prevista no 1º do artigo
651 da CLT, sendo competente a Vara do Trabalho do domicílio do
reclamante, quando inviabilizado o ajuizamento da reclamação
trabalhista no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos
serviços. Precedentes desta Corte. (Recurso de revista não conhecido.
(Processo: RR - 25600-90.2008.5.22.0103 Data de Julgamento:
29/08/2012, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 06/09/2012)”

"COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR - ART. 651,


§ 3º, DA CLT. As regras de competência em razão do lugar visam a
beneficiar o empregado e a assegurar o acesso à justiça. Considera o
princípio protetor para que o ajuizamento da demanda trabalhista
ocorra em lugar viável. Ileso o artigo 896 da CLT e intacto. Correto o
conhecimento do Recurso de Revista por violação ao artigo 651, § 3º,
da CLT. Embargos não conhecidos" (A-RR - 7568200-
15.2003.5.02.0900, Relatora Ministra: Maria Cristina Irigoyen
Peduzzi, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de
Publicação: DEJT 09/10/2009).

"RECURSO DE REVISTA. EXCEÇÃO DE


INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR.
DOMICÍLIO DO EMPREGADO. Este Tribunal tem
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posicionamento reiterado de ser competente para o julgamento da
demanda o foro do domicílio do reclamante, em observância aos
princípios da proteção ao trabalhador e do acesso à Justiça. Nesse passo,
afasta-se a declaração de incompetência em razão do lugar,
determinando-se o retorno dos autos à Vara de origem, para que
prossiga ao exame da presente reclamatória trabalhista, como entender
de direito. Recurso de revista conhecido e provido" (RR - 2611-
90.2011.5.09.0089 Julgamento: 10/04/2013, Relatora Ministra:
Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Publicação: DEJT 12/04/2013).

Portanto, requer seja declarada a competência desta Vara do


Trabalho da Comarca de Nova Mutum, para processar e julgar a presente
reclamação trabalhista.

3 – DOS FATOS

A Reclamante iniciou suas atividades laborativas nas Reclamadas


em 03/11/2015, exercendo a função de servente de limpeza.

Exercia suas atividades na agência dos Correios da cidade de Santa


Luzia D’Oeste-RO, com salário de R$319,44 (trezentos e dezenove reais e
quarenta e quatro reais).

A jornada de trabalho da Reclamante se dava das 07h30min às


10h30min, todos os dias da semana.

Insta salientar que a primeira reclamada sempre efetuou os


pagamentos salariais em atraso, não respeitando o 5º (quinto) dia útil
estabelecido no parágrafo 1º do artigo 459 da CLT.

Por fim, mesmo com os salários em atraso, a Reclamante


compareceu ao trabalho, no dia 12/08/2016 para exercer suas funções. No
entanto, foi informada pela segunda Reclamada, sobre a sua demissão, sem
justa causa.

Contudo, mesmo com a dispensa da Reclamante, não houve a


quitação das verbas rescisórias e tampouco a baixa em sua CTPS.

Ademais, a Reclamante vem sofrendo dano moral face às


cobranças de dívidas atrasadas, além de não conseguir se manter em um

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emprego face a impossibilidade de registro em CTPS, uma vez que a primeira
Reclamada não fez a devida anotação de rescisão contratual, para que um novo
empregador pudesse fazer a anotação de admissão da Reclamante.

Diante desses fatos é que a Reclamante recorre ao Poder Judiciário


para ver garantidos os seus direitos.

4 – DA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

Conforme relatado nos fatos, a segunda Reclamada dispensou a


Reclamante sem justa causa, sem a concessão de aviso prévio.

Diante disso, deve ser considerada a dispensada imotivada pelo


empregador, condenando as Reclamadas nas verbas rescisórias.

4.1 – Base de Cálculo para Fins Rescisórios

A base de cálculo para fins rescisórios que deve ser utilizada no


TRCT da Reclamante deve seguir a forma do §4º do artigo 478 da CLT.

4.2 – Aviso Prévio Indenizado

Conforme já explanado, a rescisão do contrato se deu por atitude


arbitrária das Reclamadas, determinando o fim do labor da Reclamante sem a
concessão de aviso prévio.

Assim, deve ser reconhecida a rescisão do contrato pelo


empregador, condenando as Reclamadas no pagamento do aviso prévio, na
sua forma indenizada.

4.3 – Do 13º Proporcional

Também é devido o pagamento do 13º salário face ao não


recebimento, referente a todo o período trabalhado no 2º contrato de trabalho
03/11/2015 a 12/08/2016), conforme dispõe a Constituição Federal em seu
artigo 7º, I, VIII.

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Portanto, a Reclamante faz jus ao recebimento ao décimo terceiro
salário proporcional de 9/12, já com a devida projeção do aviso prévio,
gerando reflexos legais sobre o FGTS.

4.4 – Das Férias Proporcionais

A Reclamante não recebeu férias proporcionais referentes aos 9


meses de trabalho. De acordo com a Constituição Federal, após cada período
de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o trabalhador terá direito a
férias e nelas acrescer 1/3 (art. 7º, inciso XVII da CF).

Deste modo, requer condenação da Reclamada ao pagamento das


férias proporcionais, sendo 9/12 acrescidas de 1/3 constitucional, gerando
reflexos legais sobre o FGTS.

5 – DO SEGURO DESEMPREGO

Diante de todo o exposto, é certo que a Reclamante fez jus a


perceber o seguro desemprego. Dessa forma, requer as Reclamadas que
forneçam as guias CD/SD devidamente preenchidas para habilitação no
programa do Seguro Desemprego, sob pena de indenização de 05 (cinco)
parcelas no valor de R$937,00 (novecentos e trinta e sete reais) cada, no
importe total de R$4.685,00 (quatro mil, seiscentos e oitenta e cinco reais),
uma vez que a Reclamante preenche os requisitos necessários, tudo em
conformidade com que dispõe o artigo 7º, II, CF/88, face a conversão da
obrigação de dar em obrigação de indenizar valor correspondente ao dano
causado.

6 – DA MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT

Em razão dos pedidos ora pleiteados se revestirem de verba de


natureza incontroversa, requer o pagamento das verbas rescisórias, na
audiência inaugural, sob pena de serem acrescidas de 50%, conforme o artigo
467 da CLT.

5 – MULTA DO §8º DO ARTIGO 477 DA CLT

Apesar da dispensa imotivada no dia 12/08/2016, a quitação das


verbas rescisórias não ocorreu, sendo assim, deve as Reclamadas serem
condenadas na multa estabelecida pelo §8º do artigo 477 da CLT.
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6 – DO FGTS

As Reclamadas devem ser condenadas no recolhimento do


percentual correspondente ao FGTS sobre todas as verbas ora pleiteadas.

Ainda, em razão do reconhecimento da rescisão pelo empregador,


as Reclamadas devem ser condenadas na multa de 40% sobre o saldo.

7 – DOS JUROS E CORREÇÕES

Sobre todas as parcelas reivindicadas incidem juros e correções na


forma da Lei e dos Provimentos dos Tribunais Superiores Trabalhistas, a
contar da data devida. É o que requer.

8 – DO DANO MORAL

As Reclamadas, como já elucidado, quando da rescisão contratual


não comunicaram a Requerente, bem como, não quitaram o acerto rescisório,
sendo que esta somente tomou conhecimento quando outra empresa assumiria
o lugar dela.

Em agosto de 2016 foi dispensada pelo gerente da agência dos


Correios que prestava serviços, pois a empresa que trabalhava havia rompido
o contrato com a EBCT.

Destaca-se que a Reclamante, em busca de novo emprego, viu-se


barrada para ser admitida por novos empregadores, haja vista que ainda
encontra-se vinculada à empresa Reclamada, devida a ausência de baixa em sua
CTPS.

A atitude da Reclamada causou lesões de ordem emocional e


psicológica à Reclamante. O sofrimento e angústia sofridos por ela, que, sem
seu emprego, sem a baixa em sua CTPS e sem o acerto das verbas rescisórias,
teve sua legítima expectativa de buscar um novo emprego frustrada, não
podendo, presumidamente, também, cumprir com seus compromissos
financeiros de subsistência básica própria e de sua família, especialmente ante
a notória natureza alimentar das verbas ora pleiteadas.

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Ressalta-se, por oportuno, que o dano moral prescinde de prova
específica. Com efeito, tratando-se de violação de direitos da personalidade,
dentre eles a privacidade, intimidade e imagem (honra subjetiva e objetiva), no
sistema jurídico atual, não se cogita da prova acerca da existência de dano.

Na espécie, o dano decorre da simples violação ao bem jurídico


tutelado. Provada a ofensa, ipso facto, está demonstrado o dano moral. De fato,
o dano moral se extrai objetivamente dos fatos ocorridos, dessumindo-se do
caso concreto, valendo-se o Juiz das máximas da experiência e do senso
comum, constituindo-se dano in re ipsa, ou seja, dispensa-se a comprovação do
sofrimento íntimo.

Diante desse contexto, o sofrimento da Autora não pode passar


desapercebido, devendo a Reclamada compensar o dano extrapatrimonial
causado, à luz do disposto nos artigos 5º, inciso X da CF, e 186 e 927 do CC.

No que diz respeito à aferição do valor, a compensação por dano


na esfera extrapatrimonial deve proporcionar um lenitivo para suplantar a dor
psíquica sofrida, sem, contudo, proporcionar enriquecimento sem causa do
ofendido, e traduzir também caráter pedagógico que desestimule a prática de
ulterior ato lesivo. Leva-se em conta, ainda, a extensão do dano (art. 944 do
CC), o grau de culpa do ofensor (art. 945 do CC), as condições econômico-
sociais das partes envolvidas e as circunstâncias do caso concreto.

Na hipótese vertente, levando em conta que a Reclamante deixou


de perceber dois meses de salário do primeiro contrato e, os últimos três meses
de trabalho, bem como os critérios acima expendidos e sopesando as
circunstâncias do caso concreto, deverá a Reclamada ser condenada a indenizar
a Reclamante no montante de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) a título de
compensação por danos morais, pela ausência de pagamento das verbas
rescisórias até a presente data, bem como pela perda de contratação pela nova
empresa, face a falta de proceder na anotação da baixa na CTPS.

9 – DA TUTELA ANTECIPADA – BAIXA NA CTPS

Como já se verificou, a Reclamada não deu baixa na CTPS da


Autora, apesar de ter sido dispensada no dia 12/08/2016.

Presentes os requisitos dos artigos 294, 300 e seguintes do NCPC,


isto é, probabilidade do direito (ausência de baixa na CTPS impede que a
Reclamante tenha sua CTPS anotada) e o fundado perigo de dano, está
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caracterizado na ausência de baixa na CTPS que impede que a Reclamante
consiga um novo emprego com anotação em sua CTPS. Assim, a Reclamante
requer a concessão liminar inaudita altera pars de tutela antecipada para fins de
baixa na CTPS com data 12/08/2016.

Requer ainda a fixação de multa diária em caso de descumprimento


da ordem judicial, no importe de R$500,00 (quinhentos reais) por dia, em favor
da Reclamante.

10 – DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer a Vossa Excelência:

a) O reconhecimento da responsabilidade subsidiária da


segunda Reclamada;

b) A notificação das Reclamadas, sendo a primeira através de


Edital e a segunda no endereço transcrito na exordial, para,
querendo, contestar a presente, sob pena de incorrer em
confissão quanto à matéria de fato e revelia;

c) Seja declarada a competência desta Vara do Trabalho da


Comarca de Nova Mutum, para processar e julgar a presente
reclamação trabalhista.

d) A condenação das Reclamadas no pagamento do Aviso


Prévio indenizado, do 13º salário proporcional, das Férias
proporcionais +1/3, e do FGTS, conforme fundamentação;

e) A emissão e fornecimento das Guias CD/SD devidamente


preenchidas para habilitação no programa do Seguro
Desemprego, sob pena de indenização de 05 (cinco) parcelas
no valor de R$937,00 (novecentos e trinta e sete reais;

f) Pagamento pelas Reclamadas da multa do artigo 467 da CLT;

g) Pagamento pelas Reclamadas da multa do §8º do artigo 477


da CLT;

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h) A condenação das Reclamadas no montante de R$ 30.000,00
(trinta mil reais) a título de compensação por danos morais,
conforme fundamentação;

i) A incidência de juros e correções sobre as parcelas devidas,


nos termos da legislação e provimentos dos Tribunais
Trabalhistas.

j) A concessão de liminar inaudita altera pars de tutela antecipada


para fins de baixa na CTPS com data de 12/08/2016, e ao
final seja a presente reclamação totalmente
PROCEDENTE.

k) Os benefícios da Justiça Gratuita, na forma da Lei, pois a


Autora não possui condições de arcar com as despesas e
custas processuais sem o prejuízo do próprio sustento.

Protesta provar o alegado por todas as provas admitidas em direito,


especialmente pelo depoimento pessoal das Reclamadas, oitiva de
testemunhas, sem prejuízo de outras provas eventualmente cabíveis.

11 – DO VALOR DA CAUSA

A apuração do “quantum debeatur” dar-se-á na liquidação de


sentença, dando-se à presente apenas para efeitos de alçada o valor de
R$40.000,00 (quarenta mil reais).

Nestes termos,
Pede deferimento.

São José do Rio Claro-MT, 03 de Julho de 2017.

ANTONIO MARCOS LOPES BRUNO CARRARA LIPORI


OAB MT 15837 OAB PR 77910

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