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AJUSTAGEM
DE BANCADA
SENAI-RJ • Mecânica
NOÇÕES DE
AJUSTAGEM
DE BANCADA
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
NOÇÕES DE
AJUSTAGEM
DE BANCADA
SENAI-RJ
Rio de Janeiro
2008
Noções de Ajustagem de Bancada
2008
EQUIPE TÉCNICA
Este material foi construído mediante a compilação de diversas apostilas publicadas pela
Instituição: Tecnologia das Máquinas e Ferramentas, Tecnologia dos Materiais e Ajustagem
Básica, do SENAI-RJ; Manual do docente de Ajustagem Básica, do SENAI-DN; Classificação dos
Processos de Fabricação, do SENAI-SP.
SENAI-RJ
GEP – Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca
20270-903 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2587-1323
Fax:.: (21) 2254-2884
GEP@rj.senai.br
http://www.rj.senai.br
Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse
momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país:
o SENAI. Há mais de 65 anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o
desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira e para a formação profissional de jovens e
adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar
com uma visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio
do conteúdo técnico de sua profissão, competências que lhe permitam tomar decisões com
autonomia, proatividade, capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados
e propostas de mudanças no processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício
de papéis flexíveis e polivalentes, assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em
equipe e o comprometimento com os resultados.
É também importante considerar que a produção constante de novos conhecimentos e
tecnologias exigirá de você a atualização contínua de seus conhecimentos profissionais,
evidenciando a necessidade de uma formação consistente, que lhe proporcione maior
adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação
se organizem de forma flexível e ágil, motivo esse que levou o SENAI a criar uma estrutura
educacional com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo
uma formação flexível e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade
à sua educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária a seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação
dessa escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidadãos.
Seja bem-vindo!
APRESENTAÇÃO ..................................................................... 11
UMA PALAVRA INICIAL ......................................................... 13
3
TÉCNICAS DE TRAÇAGEM ....................................................... 111
Instrumentos de traçagem ........................................................ 113
Substâncias para recobrimento de superfícies ............................... 121
Traçagem em peças não fixadas ................................................. 123
Traçagem de precisão ............................................................... 125
4 O PROCESSO MECÂNICO DE USINAGEM: LIMAGEM ............... 129
Importância do processo mecânico de usinagem limagem .............. 131
Técnicas de limagem ................................................................. 132
6
FURAÇÃO: TÉCNICAS DE ABERTURA E RECUPERAÇÃO .......... 161
O processo furação .................................................................. 163
Tipos de máquinas para furar ..................................................... 164
A ferramenta broca .................................................................. 169
Parâmetros de corte ................................................................. 174
Tempo de corte ....................................................................... 178
Fixação de brocas e peças ......................................................... 179
Fluido de corte ......................................................................... 185
Técnica de furação .................................................................... 186
Técnica de recuperação de furos ................................................. 194
7
PROCESSO DE AFIAÇÃO DE FERRAMENTAS ........................... 199
Afiação de broca helicoidal ......................................................... 201
Afiação de ferramentas de uso manual ........................................ 206
Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante.
Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo
desafios renovados a cada dia e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de
encontrar novas e rápidas respostas.
Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem
atualização constante durante toda a sua vida – e os docentes e alunos do SENAI-RJ incluem-se
nessas novas demandas sociais.
É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação
profissional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e
aprender, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros
aspectos, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente.
A unidade Noções de ajustagem de bancada tem como objetivo levar você a executar com
competência processos básicos de ajustagem em bancada. Para tanto é fundamental o
entendimento dos processos de limagem, traçagem, furação, roscamento e afiação de
ferramentas manuais, conhecimento dos tipos de ferramentas, dos principais acessórios, dos
parâmetros de corte e de técnicas gerais usuais do serviço em bancada.
É igualmente importante saber quais são os passos do processo e operacionalizar esse
processo na oficina. Assim, além de ser capaz de limar superfícies planas e efetuar seu controle,
você conhecerá alguns processos usuais do serviço de um ajustador efetuado em bancada.
Vamos em frente!!!
SENAI-RJ 11
Noções de Ajustagem de Bancada - Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Saúde e segurança no trabalho...
O que é que nós temos a ver com isso?
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a
relação entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no
trabalho.
As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços
necessários e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam
usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente
decorrem do tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como
produz.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos
sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de
volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir
bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos
naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade
da extração, superior à capacidade da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de
curto e longo prazo para diminuir os impactos que o processo produtivo causa na natureza.
Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a recomposição da paisagem e ter em
mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que vive ao redor delas.
Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o
problema da poluição aumentou e se intensificou. A questão da poluição do ar e da água é
bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande
região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornando
difícil localizar, com precisão, a origem do problema. No entanto, é importante repetir que,
quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam efluentes sem tratamento
em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao meio ambiente.
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Noções de Ajustagem de Bancada - Uma palavra inicial
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Noções de Ajustagem de Bancada - Uma palavra inicial
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Processos manuais de
fabricação com auxílio
de ferramentas
Nesta unidade...
1
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
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Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Principais processos
manuais de fabricação
Embora os processos de fabricação tenham evoluído muito nos últimos tempos, e tendam
a evoluir mais ainda em termos de precisão e automatização, não podemos abrir mão dos
processos manuais, que não podem ser substituídos nos reparos das peças, nos ajustes, na
fabricação de peças unitárias etc.
Você irá conhecer alguns desses processos manuais:
- Cinzelar
- Limar
- Serrar
- Rasquetear
- Roscar
Cinzelar: ferramenta de
corte, ângulos e empregos
Esta operação é também conhecida como talhar; ela objetiva separar e cortar uma quantidade
de material; para isso, conta com a ação de uma ferramenta chamada cinzel (Figura 1).
SENAI-RJ 19
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
cabeça
corpo
Figura 1 - Cinzel
A aresta cortante deve ter os ângulos convenientes (Figura 3), de acordo com o material a
ser trabalhado (Tabela 1).
20 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Ângulo de incidência
Ângulo de cunha
Figura 3 – Ângulos
Tabela 1
Alumínio 30º
Cobre 50º
Aço 65º
Ferro fundido 70º
Aços-liga 75º a 85º
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Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Limar
É uma operação que tem por finalidade desgastar, raspar ou polir um material mediante a
ação de uma lima.
22 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
A lima é uma ferramenta de aço temperado, em cujas faces existem dentes cortantes, que
podem ser fresados (obtidos por fresamento) ou picados (obtidos por conformação). O grau de
dureza da lima varia entre 50 e 60 HRC (Figura 9).
Tipos
São dois os tipos de lima:
Lima fresada
Utilizada em materiais bem moles,
como chumbo, alumínio, estanho etc.
(Figura 10). Figura 10
Lima picada
Utilizada em materiais moles e de
media dureza (não temperados), como na
figura 11.
Figura 11
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Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Figura 16 - Grosa
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Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Lima chata
Lima triangular
Lima meia-cana
Lima quadrada
Lima redonda
Lima barrete
Lima amêndoa
Lima faca
Lima para
ferramenteiros
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Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Há também alguns tipos especiais de limas utilizadas em máquinas, como estão nas
figuras 17, 18 e 19.
26 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Como você pode ver na figura 20, o comprimento da lima também é um elemento que
caracteriza a ferramenta, sendo fundamental especificá-lo, juntamente com a secção e o tipo
de picado, quando pretendemos adquiri-la no comercio. Para a usinagem manual com lima,
seu comprimento deve ser em média 150mm maior do que o comprimento da superfície a ser
usinada.
Empregos
De maneira geral, escolhemos a forma da lima mais adequada à superfície que será
trabalhada. Veja alguns exemplos.
ou lima barrete
○
○
○
○
○
○
SENAI-RJ 27
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Com a lima podem ser realizados trabalhos de grande precisão. Essa categoria de lima é
também conhecida como lima de ourives; é utilizada por gravadores, joalheiros, relojoeiros,
fabricantes de moldes etc.
Comprimento comercial
15mm aprox.
Furos de diâmetros
diferentes
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Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
1. O eixo da lima deve coincidir com o eixo do cabo. Para cumprir essa determinação,
execute vários furos, como mostra a figura 23.
2. Estando a espiga introduzida no cabo, segure a lima firmemente, no meio do seu
comprimento, e bata o cabo varias vezes verticalmente, numa superfície limpa, para que a lima
fique bem fixa.
·Cada vez que utilizar uma lima, verifique se o cabo está bem fixado, porque
se ele se soltar durante o trabalho poderá acontecer um acidente grave.
· Nunca utilize lima sem cabo.
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Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Lâmina de serra
A lâmina de serra é caracterizada pelo comprimento, que comumente mede 8", 10" ou 12";
pela largura da lâmina, que geralmente mede ½”; e pelo número de dentes por polegada, que,
em geral, é de:
- 18 dentes por polegada, quando usada
em materiais moles;
- 24 dentes por polegada, se usada em
materiais duros;
- 32 dentes por polegada, quando usada
em materiais muito duros e de pouca
espessura.
Figura 25 – Travamento
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Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Arcos de serra
Os arcos de serra dão o apoio necessário para que a serra seja utilizada com mais firmeza e
precisão.
Arco comum
Arcos especiais
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Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Rasquetar:
ângulos dos rasquetes, tipos de
rasquetes e processo de execução
do rasqueteamento
Picos Rugosidade
Detalhe
Após rasqueado
Óleo
Detalhe
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Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
30 a 400
85 a 1000
sempre negativo
Corpo
Podem ser:
· Rasquete de topo (a)
· Rasquete de gancho (b)
·Rasquete triangular (c). Face
bisetada
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Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Processos de execução do
rasqueteamento
2º passo – Desbaste
O desbaste deve ser feito conforme a Figura 32,
visando à eliminação dos sulcos produzidos pela
ferramenta de corte.
Figura 32 - Desbaste
elemento de controle
4 º passo – Rasqueteie
Identifique os pontos mais altos, que são as manchas maiores. Rasqueteie, retirando
material na região manchada (Figura 34). Rasqueteie em diferentes direções para conseguir
melhor acabamento.
34 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Figura 34 – Rasqueteamento
5º passo – Verifique
Verifique quantos pontos por centímetro quadrado
foram obtidos na superfície.
Para aprovação, a peça deve possuir de 5 a 10 pontos
por centímetro quadrado (Figura 35). Figura 35 – Verificação
A rosca é uma saliência (filete) de secção uniforme (triangular, quadrada etc.), que se
desenvolve com inclinação constante em torno de uma superfície cilíndrica (Figura 36).
Filete
Figura 36 - Rosca
SENAI-RJ 35
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Rosca direita
Rosca esquerda
como o aço.
Ranhura
36 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Esses machos são fabricados em jogos de três. Dois são de ponta cônica e um de ponta
totalmente cilíndrica.
A conicidade do macho nº 1 é mais acentuada que a do macho nº 2, a fim de facilitar o inicio
da rosca e a introdução progressiva dos três machos.
SENAI-RJ 37
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
3 - acabamento
2 - pré-acabamento
1 - desbaste
rosca interna.
Onde:
d = diâmetro nominal da rosca
p = passo
Furo roscado
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Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
SENAI-RJ 39
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
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Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
SENAI-RJ 41
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
42 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
NPT – cônica
NPS – paralela
BSPT – cônica
BSPT – paralela
SENAI-RJ 43
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
Figura 44 – Cossinetes
Cossinetes são ferramentas de corte, construídas de aço especial, com rosca temperada e
retificada, semelhantes a uma porca, com cortes radiais dispostos convenientemente em torno
de um furo central.
Os cossinetes possuem quatro ou mais furos, que formam as suas partes cortantes e
permitem a saída do cavaco. Geralmente possuem um corte no sentido da espessura, que
permite regular a profundidade de corte (Figura 45).
Parafuso
cônico Mosca
Entrada
Fenda ligeiramente
cônica
O cossinete é utilizado para abrir roscas externas em peças cilíndricas como parafusos,
tubos etc. Ele se caracteriza pelos seguintes elementos:
1. Sistema de roscas
2. Passo ou número de filetes por polegada
3. Diâmetro nominal
4. Sentido da rosca
44 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos manuais de fabricação com auxílio de ferramentas
P
Diâmetro do eixo = d – d = diâmetro nominal
5 d1 = diâmetro do núcleo
p = passo
Agora você já tem informações sobre os principais processos manuais de fabricação usados
pelo ajustador de bancada. Nas próximas unidades, você vai conhecer as técnicas de execução
e controle de alguns desses processos.
SENAI-RJ 45
Classificação e
características dos
materiais
Nesta unidade...
2
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
48 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
SENAI-RJ 49
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Os materiais podem ser visualizados como que fluindo num vasto ciclo de oportunidades,
num sistema global de transformações regenerativas.
Materiais no estado bruto são extraídos da terra por diversas formas para
servirem como matéria-prima para produtos de base, como lingotes metálicos,
pedra compactada, produtos petroquímicos, madeira serrada etc. Como
materiais brutos intermediários, eles podem ser transformados em materiais
de engenharia, como um fio condutor, um perfil estrutural de aço, concreto,
componentes plásticos, atingindo assim o produto final que utilizamos.
Após seu desempenho a serviço do homem, os mesmos materiais, já em forma
de sucata, percorrem o caminho de volta, e se for econômica e tecnicamente
viável, são re-inseridos no ciclo de processamento para uso posterior, como
matéria-prima.
Um aspecto importante revelado pelo ciclo dos materiais é a forte interação destes com a
energia e o meio ambiente, mostrando que seus processos de produção devem ser considerados,
sem omissão, no planejamento nacional e no custo tecnológico. Tais considerações resultam
quase sempre em críticas ao fraco entrosamento entre as áreas de energia e a área de estudo dos
materiais, principalmente no que diz respeito aos novos conceitos de gestão de qualidade e
consciência ambiental adotados pelos países industrializados.
50 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
SENAI-RJ 51
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
É essencial construir uma classificação dos materiais mais comumente utilizados; cada
um tem sua importância e seu emprego definidos em função de suas características e
propriedades.
Materiais
Metálicos Não-metálicos
Conhecidas as classes dos materiais, passemos agora a especificá-los por grupos e emprego
a que se destinam, pois todos os materiais possuem características próprias que devemos
conhecer para podermos usá-los mais adequadamente.
Metais ferrosos
52 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
a) O aço – liga de Ferro (Fe) e Carbono (C), com C < 2%; é um material tenaz, de excelentes
propriedades, de fácil trabalho, podendo também ser forjado.
b) O ferro fundido – liga de Fe e C com 2% < C < 5% amplamente empregado na
construção mecânica, e que, mesmo não possuindo a resistência do aço, pode
substituí-lo em diversas aplicações, muitas vezes com grande vantagem.
Como esses materiais são fáceis de serem trabalhados, com eles é construída a maior parte
de máquinas, ferramentas, estruturas, bem como instalações que necessitam materiais de grande
resistência.
Metais não-ferrosos
SENAI-RJ 53
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Essa divisão entre metálicos e não-metálicos está diretamente ligada à constituição desses
materiais. Os materiais metálicos apresentam plasticidade, isto é, podem ser deformados sem
se quebrar e conduzem bem o calor e a eletricidade.
54 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Para facilitar seu entendimento, optamos por reunir em grupos de acordo com o efeito que
elas podem causar. Cada uma dessas propriedades deve ser cuidadosamente considerada na
fabricação de qualquer produto. Iremos estudá-las com o objetivo de ajudar você a compreender
como os materiais se comportam durante seus ciclos de aplicação.
Grupos de propriedades
• físicas
• químicas
• mecânicas
• térmicas
SENAI-RJ 55
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Propriedades físicas
Resistência
Todo corpo tende a resistir aos esforços que lhe são aplicados. Dá-se o nome de resistência
à maior ou menor capacidade que o material tem de resistir a um determinado tipo de esforço,
como tração, compressão, flexão, cisalhamento, torção e flambagem, entre outros.
A resistência está ligada às forças internas de atração existentes entre as moléculas que
compõem o material. Cada capacidade de resistência possui importância em determinadas
funções. Por exemplo, a resistência à tração é uma propriedade bastante desejável, por exemplo,
nos cabos de aço de um guindaste. Veja alguns tipos de solicitações.
56 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Deformação
SENAI-RJ 57
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Fragilidade
Materiais muito duros tendem a se quebrar com facilidade, não suportando choques,
enquanto materiais menos duros resistem melhor aos choques. Assim, os materiais que possuem
baixa resistência aos choques são chamados frágeis. Como exemplo de materiais frágeis podemos
citar o vidro, ferro fundido etc.
Você já observou que um copo de vidro, ao cair no chão, na maioria das vezes se quebra.
Isso porque esse material é frágil. O mesmo não aconteceria se o copo fosse de alumínio; nesse
caso, ocorreria uma deformação em alguma parte do copo, pois esse material é dúctil.
Ductilidade ou ductibilidade
É uma deformação de caráter plástico (deformação que não pode ser recuperada, ou seja,
é permanente), que ocorre até o ponto anterior àquele em que o material não suporta
determinado esforço e rompe-se. Quando laminados, estampados, forjados ou repuxados, os
materiais também apresentam uma propriedade conhecida como maleabilidade, que nada
mais é do que a resistência imposta por eles mesmos a esses processos.
Pode-se dizer que a ductilidade é o oposto da fragilidade. Assim, os materiais com alta
resistência aos choques (ou outros esforços que tenderiam a rompê-lo) são chamados dúcteis.
O cobre (Cu) é um bom exemplo.
Na figura 4 temos um fio de cobre de 300 mm de comprimento. Se puxarmos esse fio, ele se
esticará até um comprimento de 400 a 450 mm sem romper-se, porque o cobre possui boas
qualidades de ductilidade.
58 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Tenacidade
Dureza
Um bom exemplo é trabalhar com o material vidro. Você já deve ter visto o uso de ferramentas
à base de diamante sintético para efetuar corte de vidros.
A dureza pode ser definida como a resistência ao entalhe (risco). A dureza indica o quanto
a superfície resiste a danos localizados causados por tensão ou impacto. Testes para determinar
a dureza normalmente envolvem a medida do diâmetro da depressão permanente causada
pela penetração de uma esfera dura na superfície do material com uma carga padrão, como a
dureza Brinell, usada em testes de metais (Figura 7). Nesse caso, o teste de dureza é usado
porque ela está bem relacionada à resistência dos metais.
SENAI-RJ 59
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Fluência
Fadiga
Você se recor-
da de já ter
rompido um
arame com a aplicação de
uma forma repetida de
esforço? Na realidade, a
ruptura foi provocada por
fadiga; a tensão aplicada
foi menor que a tensão de
ruptura, mas repetida-
mente. Figura 8 – Curva relacionada à tensão aplicada no
material com o número de ciclos até a ruptura
60 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
A resistência à fadiga pode ser medida. Em materiais como madeira e concreto, os testes
são normalmente feitos com carregamento repetido em vigas. Rupturas por fadiga são raras em
construções, porém em alguns componentes esse tipo de ruptura é comum, como em
componentes metálicos, como dobradiças.
O desenvolvimento de estruturas sujeitas ao tráfego veicular, como estradas e pontes, deve
levar em conta o efeito da fadiga.
Logo, a aplicação repetida de carga pode levar principalmente o elemento metálico à
ruptura, em razão da propagação das falhas superficiais ou internas do material ou ainda pelas
mudanças bruscas de configuração geométrica.
Propriedades químicas
SENAI-RJ 61
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Propriedades mecânicas
As propriedades de um material associadas com a capacidade que ele tem de resistir à força
mecânica são denominadas propriedades mecânicas. Como você já viu, a resistência, a
deformação elástica, a deformação plástica, a fragilidade, a ductilidade, a tenacidade, a dureza,
a fluência e a fadiga são exemplos de propriedades.
Para entender melhor essas propriedades, é necessário conhecer a definição de tensão ( ),
deformação ( ) e módulo de elasticidade (E).
Tensão ( )
62 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
= F / A, onde:
F = força (sua unidade é o Newton: N).
A = área (sua unidade é o m²).
A carga que determinada peça suporta depende do material de que é constituída, bem
como da área resistente. Na figura 9, o componente a deve suportar uma carga maior que o
componente b, considerando que ambos são constituídos do mesmo material.
(MPa – megapascoal;
GPA – gigapascoal)
Deformação relativa ( )
É um valor que expressa a quantidade de deformação ocorrida num material devido à ação
de forças, dividida pelo comprimento do mesmo. Não possui uma unidade específica (é
adimensional), e pode ser reversível, desde que não ultrapasse o regime elástico do material.
=( L) / L, onde:
L = comprimento final - comprimento inicial.
Lo = comprimento inicial.
Lf = comprimento final.
SENAI-RJ 63
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
E= / , onde:
= tensão.
= deformação relativa.
Quando um material recebe tensão acima do que pode suportar, ocorre um deslocamento
irreversível na sua estrutura atômica. Segundo o módulo de Young, ele deveria voltar ao seu
tamanho original. Porém, em alguns casos não é desejável que o material retorne ao seu tamanho
original. Durante a laminação de uma chapa, por exemplo, é necessário que ocorra uma
deformação permanente, e que tal deformação seja a mesma em todas as chapas fabricadas. Já
em produtos acabados, o material tem que se manter dentro de certos limites elásticos, senão
durante o primeiro esforço a que estiver sujeito poderá vir a romper-se.
Propriedades térmicas
64 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Calor e temperatura
SENAI-RJ 65
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
66 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Características, aplicações e
tabelas de materiais ferrosos
Conheça algumas características e aplicações dos materiais mais usuais para você, como
ajustador de bancada.
Ferro fundido
O ferro fundido é um material metálico refinado em forno próprio, chamado forno Cubilot.
Compõe-se, na sua maior parte, de ferro, pequena quantidade de carbono e de manganês,
silício, enxofre e fósforo.
O ferro fundido é definido como uma liga ferro-carbono que contém carbono em sua
estrutura de 2,5 a 5%.
O ferro fundido é obtido na fusão da gusa. É, portanto, um ferro de segunda fusão. As
impurezas do minério de ferro e do carvão deixam no ferro fundido pequenas porcentagens de
silício, manganês, enxofre e fósforo.
O silício favorece a formação de ferro fundido cinzento, e o manganês favorece a formação
de ferro fundido branco.
Tanto o silício como o manganês melhoram as qualidades do ferro fundido. O mesmo não
acontece com o enxofre e o fósforo, cujas porcentagens devem ser as menores possíveis para
não prejudicar sua qualidade.
SENAI-RJ 67
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
É fácil de ser trabalhado pelas ferramentas manuais e de ser usinado nas máquinas. Seu
peso específico é de 7,8 kg/dm3. Funde-se a 1.200ºC, apresentando-se muito líquido, que é a
melhor condição para a boa moldagem de peças.
Por suas características, o ferro fundido cinzento presta-se aos mais variados tipos de
construção de peças e de máquinas, sendo assim o mais importante do ponto de vista da
fabricação mecânica.
Para melhorar a resistência à tração é necessário adicionar alguns elementos especiais,
como níquel, cromo, molibdênio, vanádio e titânio. Esses ferros fundidos especiais têm
resistência à tração superior a 50 kg/mm2 e são empregados para a fabricação de anéis elásticos,
cilindros laminadores, eixo de distribuidores. São resistentes à corrosão e às altas temperaturas.
68 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
SENAI-RJ 69
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Aços
70 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Aço ao carbono
Os aços ao carbono são ligas Fe-C que têm como elementos fundamentais o ferro e o
carbono, apresentando pequenas porcentagens de outros elementos, como silício, manganês,
fósforo, enxofre, cobre etc.
Tais elementos não foram introduzidos na liga, mas se encontram nela como resíduos dos
processos de fabricação. Os aços ao carbono podem ser classificados em razão da quantidade
(teor) de carbono que contêm.
SENAI-RJ 71
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
São ligas de ferro mais carbono, além dos outros elementos presentes nos aços ao carbono
(silício, manganês, enxofre, fósforo) sobre as quais adicionamos propositadamente elementos
como níquel (Ni), cromo (Cr), tungstênio (W), vanádio (V), cobalto (Co), molibdênio (Mo),
com a finalidade de melhorar as propriedades mecânicas e tecnológicas.
Estas propriedades são:
• resistência mecânica
• resistência ao calor
• resistência ao desgaste
• resistência de corte
• resistência à corrosão
• propriedades elétricas e magnéticas
• resiliência
• elasticidade
• temperabilidade
Alumínio (Al): o alumínio tem efeito semelhante ao do silício. Devido à sua grande afinidade
pelo oxigênio, o alumínio é considerado um importante desoxidante na fabricação do aço. O
alumínio também apresenta grande afinidade pelo nitrogênio e, por esta razão, é um elemento
de liga muito importante para os aços que serão submetidos à nitretação, pois facilita a penetração
do nitrogênio.
Boro (B): quando adicionado aos aços, em quantidade variável de 0,001 a 0,003%, melhora
a temperabilidade, a penetração de têmpera, a endurecibilidade, a resistência à fadiga, as
características de laminação, o forjamento e a usinagem.
Chumbo (Pb): este metal não se liga ao ferro, mas, quando adicionado a ele, espalha-se
uniformemente na sua massa em partículas finíssimas. Uma adição de 0,2 a 0,25% melhora
consideravelmente a usinabilidade dos aços sem prejudicar qualquer uma de suas propriedades
mecânicas.
Cobalto (Co): o cobalto sozinho não melhora os aços. É sempre utilizado em liga com
outros metais, como cromo, molibdênio, vanádio e tungstênio. O cobalto confere aos aços uma
granulação finíssima, com grande capacidade de corte e resistência ao calor, como nos aços
rápidos. Influi nas propriedades magnéticas. Os aços com cobalto são empregados em
ferramentas com altas velocidades de corte.
72 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Cobre (Cu): o cobre aumenta o limite de escoamento e a resistência do aço, mas diminui
o alongamento. O principal efeito do cobre é o aumento da resistência à corrosão atmosférica.
A presença de 0,25% no aço é suficiente para dobrar esta resistência em relação aos aços carbono
comuns.
Cromo (Cr): o cromo aumenta a resistência ao desgaste, à dureza e moderadamente à
capacidade de corte. Aumenta ainda a penetração de têmpera. O teor deste elemento é
geralmente inferior a 1,5%.
Enxofre (S): o enxofre é prejudicial ao aço, pois o torna frágil e quebradiço. Seu teor deve
ser mantido no nível mais baixo possível. Para fabricação em série de peças pequenas usam-se
aços ressulfurados. A adição de enxofre proporciona aços de fácil usinagem, pois os cavacos se
destacam em pequenos pedaços.
Fósforo (P): é uma impureza normal existente nos aços. É prejudicial. Sua única ação
benéfica é a de aumentar a usinabilidade dos aços de “corte fácil”.
Manganês (Mn): depois do carbono, é talvez o elemento mais importante no aço. Baixa a
temperatura de têmpera e diminui as deformações produzidas por ela. O manganês dá bons
aços de têmpera em óleo, mas dificulta a usinagem por ferramentas cortantes. Os aços
apresentam boa soldabilidade e fácil forjamento. Os aços com teor de manganês entre 1,5 a 5%
são frágeis, mas duros.
Geralmente os aços-manganês contêm 0,8 a 1,5% de carbono e 11 a 14% de manganês. São
dúcteis, resistentes ao desgaste e aos choques. Os aços-manganês são empregados em
ferramentas, machos, cossinetes, pentes de rosca etc.
Molibdênio (Mo): os aços-molibdênio são apenas pouco tenazes. Por este motivo, o
molibdênio nunca é utilizado sozinho, mas com outros elementos de liga como cromo,
tungstênio etc. Proporciona aços com granulação fina. Junto com o cromo, dá aços cromo-
molibdênio, de grande resistência, principalmente aos esforços repetitivos. Proporciona aços
rápidos, empregados na construção de estampas, matrizes, lâminas de corte submetidas a
grandes cargas etc.
Níquel (Ni): é o mais importante dos elementos de liga, pois proporciona aumento da
carga de ruptura, da tenacidade e do limite de elasticidade dos aços. Oferece boa ductilidade e
boa resistência à corrosão. Teores elevados de níquel produzem aços inoxidáveis. O níquel
permite grande penetração de têmpera. Os aços-níquel apresentam grande tenacidade e alta
resistência mecânica também a altas temperaturas. Aços com 1 a 3% de níquel são empregados
para a fabricação de ferramentas.
Silício (Si): é pouco usado sozinho. Torna os aços de forjamento difícil e praticamente não
soldáveis. É usado em geral em ligas com o manganês, o molibdênio e o cromo. O silício é o
único metalóide que pode ser utilizado nos aços sem prejudicá-los. Ele aumenta a temperatura
e a penetração de têmpera, além da elasticidade e da resistência dos aços. Suprime o magnetismo
e acalma os aços, melhorando a resistência à corrosão atmosférica.
SENAI-RJ 73
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Tungstênio (W): elemento importante na formação de aços rápidos. Dá aos aços maior
capacidade de corte e maior dureza. Os aços rápidos com liga de tungstênio conservam o fio de
corte mesmo quando, pelas condições de trabalho, aquecem ao rubro (até chegar à cor rubra).
Os aços com 13 a 18% de tungstênio apresentam grande resistência, mesmo quando em elevadas
temperaturas. São empregados em ferramentas de corte de todas as espécies.
Vanádio (V): é um excelente desoxidante. Os aços que contêm vanádio são isentos de bolhas
de gás e, portanto, altamente homogêneos. O vanádio dá aos aços maior capacidade de forja,
estampagem e usinagem. Em virtude de sua alta resistência, as ferramentas de aço-vanádio podem
ter secções bastante reduzidas. O vanádio entra em quase todas as ligas que compõem os aços
rápidos. Geralmente os aços-cromo-vanádio contêm entre 0,13 e 1,11% de carbono, 0,5 a 1,5% de
cromo e 0,15 a 0,3% de vanádio. São empregados na fabricação de talhadeiras para máquinas
rebarbadoras e ferramentas para grandes esforços, como chaves, alicates, alavancas etc.
Os aços especiais podem ser classificados em aços para construção, inoxidáveis, para
ferramentas e para aplicações especiais.
Aços inoxidáveis
• Ferríticos
• Semiferríticos
• Austeníticos
• Martensíticos
74 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
• Rápidos
• Super-rápidos
• Para trabalho a quente
• Para trabalho a frio
SENAI-RJ 75
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Normalização
Para garantir os padrões de uso e de qualidade dos materiais, fator essencial para a produção
de materiais de características superiores, tem sido reconhecida a importância de processos de
normalização.
Normalização do aço
Dada a grande variedade dos aços, tem-se procurado criar sistemas de classificação por meio
de letras e números. Entre as designações em vigor mais conhecidas e utilizadas temos a SAE (Society
of Automotive Engineers – Sociedade de Engenheiros de Automotores), a ABNT (Associação Brasileira
de Normas Técnicas) e a AISI (American Iron and Steel Institute – Instituto Americano de Ferro e
Aço), que estabeleceram normas que indicam a composição e classificação dos aços.
A norma brasileira básica de classificação dos aços é a NBR NM87:2000, baseada no sistema
SAE. Por ela, a denominação do aço é feita basicamente através de quatro ou cinco dígitos. Os
dois primeiros indicam a classe a que o aço pertence, e os demais indicam o teor médio
aproximado de carbono. Se o teor médio aproximado de carbono for inferior a 1,00%, o aço é
identificado por quatro dígitos; se o teor médio aproximado de carbono for igual ou superior a
1,00%, o aço é identificado por cinco dígitos.
Quando especificada a adição de boro ou de chumbo, acrescentam-se, após os dois
primeiros dígitos, as letras B e L, respectivamente.
Por exemplo:
• Aço ABNT 1045 – indica um aço ao carbono (classe 10xx), com 0,45% C médio.
• Aço ABNT 4330 – indica um aço níquel-cromo-molibdênio (classe 43xx), 0,30% C médio.
76 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
• Aço ABNT 50100 – indica um aço ao cromo (classe 50xx), com 1,00% C médio.
• Aço ABNT 86B45 – indica um aço níquel-cromo-molibdênio (classe 86xx), com adição
de boro e com 0,45% C médio.
Aços-carbono
10xx – aços ao carbono com Mn 1,00% máx
11xx – aços ressulfurados
12xx – aços ressulfurados e refosforados
14xx – aços ao carbono com Mn de 1,00% e 1,65%
Aços-manganês
13xx – aços com Mn 1,75%
Aços-níquel
23xx – Ni 3,50%
25xx – Ni 5,00%
Aços-níquel-cromo
31xx – Ni 1,25 – Cr 0,65 e 0,80%
32xx – Ni 1,75 – Cr 1,07%
33xx – Ni 3,50 – Cr 1,50 a 1,57%
34xx – Ni 3,00 – Cr 0,77%
Aços-cromo-molibdênio
41xx – Cr 0,50, 0,80 e 0,95 – Mo 0,12, 0,25 e 0,30%
Aços-níquel-cromo-molibdênio
43xx – Ni 1,82 – Cr 0,50 e 0,80 – Mo 0,25%
47xx – Ni 1,05 – Cr 0,45 – Mo 0,20 e 0,35%
81xx – Ni 0,30 – Cr 0,40 – Mo 0,12%
86xx – Ni 0,55 – Cr 0,50 – Mo 0,20%
87xx – Ni 0,55 – Cr 0,50 – Mo 0,25%
88xx – Ni 0,55 – Cr 0,50 – Mo 0,35%
93xx – Ni 3,25 – Cr 1,20 – Mo 0,12%
94xx – Ni 0,45 – Cr 0,40 – Mo 0,12%
97xx – Ni 0,55 – Cr 0,20 – Mo 0,20%
98xx – Ni 1,00 – Cr 0,80 – Mo 0,25%
SENAI-RJ 77
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Aços-níquel-molibdênio
46xx – Ni 0,85 e 1,82 – Mo 0,20 e 0,25%
Aços-cromo
50xx – Cr 0,27, 0,40, 0,50 e 0,65%
51xx – Cr 0,80, 0,87, 0,92, 0,95, 1,00, 1,05, 1,15 e 1,25%
50xxx – Cr 0,50%
51xxx – Cr 1,02%
52xxx – Cr 1,45%
Aços-cromo-vanádio
61xx – Cr 0,60, 0,80, 0,95 e 1,05 – V 0,10 min. e 0,15 máx.
Aços-silício-manganês
92xx – Si 1,40 e 2,00 – Mn 0,65, 0,82 e 0,85 – Cr 0 e 0,65%
As normas especificam os ferros fundidos com letras e números, em que cada um possui
um significado. Nos exemplos a seguir temos especificações segundo as Normas DIN e ABNT.
Material Material
78 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
SENAI-RJ 79
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Continuação
Designação
Os aços padronizados são designados pelo número da respectiva norma ABNT.
Por exemplo:
AÇO ABNT 1045
AÇO ABNT 52100
A designação do aço deve ser indicada nos pedidos de compra, precedida da sigla ABNT e
seguida do número, desta forma:
AÇO ABNT 1045/NBR NM87:2000
80 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
• Blindagem de navios
10 a 20% • Resistem bem à tração • Eixos
de níquel • Muito duros • Hastes de freios
(Ni) • Temperáveis em jato de ar • Projetis
• Válvulas de motores
20 a 50% • Inoxidáveis térmicos
de níquel • Resistentes aos choques • Resistências elétricas
(Ni) • Resistentes elétricos • Cutelaria
• Instrumentos de medida
Continua ...
SENAI-RJ 81
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Continuação
*Por não serem usuais, não são indicados os percentuais de adição desses materiais específicos.
82 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
SENAI-RJ 83
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
84 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Continuação.
SENAI-RJ 85
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Características, aplicações
e tabelas de materiais
não-ferrosos
Metais não-ferrosos são todos os metais puros e ligados com exceção do ferro e suas ligas.
Os metais não-ferrosos podem ser classificados em função de densidade em: metais leves
e metais pesados.
A maioria dos metais puros são moles e têm baixa resistência à tração. Quanto maior for a
pureza, mais alto será o ponto de fusão, maiores a condutibilidade elétrica e a resistência à corrosão.
Na designação dos metais não-ferrosos puros, deve-se usar a designação química do
elemento mais o grau de pureza.
Ex.: Zn 99,99
}
}
86 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
As propriedades dos metais puros podem ser melhoradas através de elementos de liga.
Nos metais ligados, geralmente a dureza e a resistência aumentam, enquanto a ductilidade e a
condutibilidade elétrica diminuem.
A designação das ligas não-ferrosas é feita pela identificação dos metais (símbolo químico)
que estão contidos nela, seguidos pelo teor (em percentagem) de cada um dos metais.
Cobre (Cu)
Exemplo de designação
Alongamento 50 a 35%
Transformação fria 2%
SENAI-RJ 87
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Normalização
Exemplo E - Cu 99,99
É fácil para fundir, dobrar, forjar, repuxar, tanto a quente como a frio. A deformação a frio
deixa o cobre duro e difícil de dobrar. Com o cobre recozido a uma temperatura de aproximada-
mente 600ºC e sem o resfriamento rápido, elimina-se a dureza proveniente da deformação a frio.
Nos processos de usinagem com cavacos, deve-se usar ferramentas com grande ângulo de
saída e, como lubrificante, o óleo solúvel.
É normalmente empregado para confecção de fios e cabos condutores elétricos, sistemas
de aquecimento e resfriamento, tubos, chapas, peças fundidas e peças de artesanato.
Chumbo (Pb)
É um metal com aspecto exterior característico, pois apresenta cor cinza azulada. Sua
superfície de ruptura (recente) é de cor branca prateada muito brilhante. É fácil conhecê-lo pelo
peso: é um material muito denso e macio.
O chumbo é muito dúctil, fácil de dobrar, laminar, martelar (a frio). Os tubos são curvados
com auxílio de uma mola (Figura 10), enchendo-os de areia fina e seca ou com ajuda de um
aparelho de curvar.
Figura 10 – Dobramento
por intermédio de mola
88 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Liga-se com dificuldade a outros metais, exceto com o estanho, com o qual se produz a
solda de estanho. É bem resistente à corrosão, pois, quando exposto ao ar, recobre-se de uma
camada protetora de óxido.
Zinco (Zn)
É um metal branco azulado. Sua superfície de ruptura é formada de cristais que se distinguem
facilmente. Dentre os metais, é o que tem o maior coeficiente de dilatação térmica (0,000029/ºC).
Exposto à umidade do ar, combina-se com o bióxido de carbono (CO2), formando uma capa
cinzenta de carbonato de zinco (Zn+CO2) que protege o metal.
É muito sensível aos ácidos, que o atacam e destroem, sendo, portanto, impossível conservar
ácidos em recipientes de zinco.
As propriedades do zinco podem ser sensivelmente melhoradas por adições de outros
metais.
SENAI-RJ 89
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Com liga de alumínio, ele se torna mais resistente; com liga de cobre, mais duro. O magnésio
compensa as impurezas existentes e igualmente o torna mais duro. Também o bismuto, o
chumbo e o tálio melhoram consideravelmente as propriedades do zinco para sua usinagem.
Peças de aço que estejam sujeitas à oxidação do tempo devem receber uma zincagem
(banho de zinco) para sua proteção.
O zinco é um material muito utilizado na fundição de peças.
Peças complicadas são obtidas através de fundição por injeção, a qual facilita a fabricação
em série e aumenta a precisão das peças.
Estanho (Sn)
Densidade Norma
Estanho Sn 99,9
Liga fundida Cu Sn 6
90 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Não se altera quando em contato com ácidos orgânicos ou quando exposto às intempéries.
Em temperaturas inferiores a -15ºC, o estanho se decompõe, formando um pó de cor cinzenta.
O estanho puro não é empregado em construções de peças devido à sua pequena resistência
à tração.
Graças à sua grande ductilidade, podem-se laminar folhas muito delgadas, de até 0,008 mm
de espessura. É muito utilizado no equipamento e maquinaria na indústria alimentícia, por
não ser tóxico. Liga-se perfeitamente com outros metais, como: cobre, chumbo e antimônio.
A solda de estanho é possível sobre latão, aço e aço fundido.
Ligas de cobre - Para aumentar as propriedades do metal de base cobre, são adicionadas ligas
de outros metais, como o zinco e o estanho. As ligas de cobre possuem cores diferentes, conforme
o metal que entra na liga e a proporção em que é adicionado. As ligas de cobre mais importantes
são: latão, bronze e latão roxo.
Latão
É uma liga de cobre e de zinco com um teor mínimo de 50% de cobre.
SENAI-RJ 91
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Massa específica:
LATÃO 8,5kg/dm3 Classifica-se segundo
Ponto de fusão: 980ºC DIN 1709, 17660, 17661
Cu Adições Zn Especiais
Restante
Latão de fundição G – CuZn 38 62 Até 3 Pb Superfície Instalações
em coquilha brilhante para gás,
água e para
Latão fundido G – CuZn 40 60 Até 2 Pb Superfície indústria
sob pressão brilhante elétrica
O latão é um metal de cor amarela clara ou amarela ouro. As classes do latão são
reconhecidas pela superfície de ruptura ou em sua superfície polida.
É fácil de dobrar e repuxar. Tem resistência maior do que a do cobre (200 a 800 N/mm2).
Devido à sua boa resistência à corrosão, causada pelo ar e fluidos, o emprego do latão fundido é
muito grande na fabricação de válvulas, torneiras e registros.
Laminado, é empregado na confecção de chapas, perfis de qualquer forma ( , , )
e tubos de radiadores.
Bronze
Os bronzes são ligas com conteúdo de 60% de cobre e de um ou vários elementos de liga.
O Quadro 7 mostra os diversos tipos de bronze. Os bronzes podem ser classificados em ligas
fundidas e ligas laminadas.
As ligas variam entre macias e duras. Resistem muito bem à corrosão. Devido à sua fácil
fusão, são empregadas na fabricação de sinos, buchas e peças hidráulicas. Laminado, o bronze
é empregado na fabricação de molas, partindo de tiras e de arames estirados a frio.
92 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Bronze
ao estanho
ao fósforo
ao alumínio
ao chumbo
ao silício
ao manganês
ao berílio
Cu Sn 6
6% de estanho
94% de cobre
Lg - Pb Sn 9 Cd
Para buchas:
9% de estanho
0,5% de cádmio
14% de antimônio (Sb)
76,5% de chumbo
Cu Al 8 Fe F45
89% de cobre
8% de alumínio
@ 1% de ferro
F45 - Resistência à tração = 450 N/mm2
SENAI-RJ 93
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Normalização
G - Cu Sn 10 Zn
G = Fundido
10% de estanho
3% de zinco
87% de cobre
Metais leves
Alumínio puro
A Figura 11 mostra o processo de obtenção do alumínio puro por meio da energia elétrica.
A matéria-prima é o minério bauxita, que é submetido a diversos processos para secagem,
separação das impurezas e transformação em óxido de alumínio puro.
Esse produto é transformado em alumínio puro por eletrólise (decomposição por corrente
elétrica em alumínio e oxigênio).
Pode ser transformado em produtos fundidos ou laminados.
O alumínio é um metal muito macio e muito dúctil. Pode ser identificado pela sua cor
branca prateada. É bom condutor de calor e de corrente elétrica. Tem grande resistência à
corrosão e liga-se muito bem a outros metais.
Densidade 8,6kg/dm3
Ponto de fusão 900 a 1000ºC
Resistência à tração 240 a 650N/mm2
94 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Em contato com o ar, o alumínio se recobre de uma camada muito delgada (Al + O) que
protege o metal.
Por causa da sua capacidade de alongamento, é fácil de dobrar, trefilar e repuxar. Pode ser
usinado com grandes velocidades de corte e grandes ângulos de saídas na ferramenta.
SENAI-RJ 95
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Produtos
Alumínio puro 99,5 Al 99,5 0,5 químicos,
eletrotécnica,
Em construções
semiprodutos, navais
como: chapas,
tiras, tubos, Usos gerais,
perfis, peças exceto peças
Alumínio puro 99 Al 99 1 prensadas, sujeitas à ação
arames de agentes
e barras químicos, por
exemplo: baterias
de cozinha
Ligas de alumínio
Quando o alumínio é ligado a outros metais, obtêm-se ligas de alta resistência e dureza,
enquanto suas maleabilidade e condutividade elétrica diminuem.
As ligas de alumínio com cobre, zinco, magnésio e silício podem ser submetidas a um
tratamento especial de têmpera. Esse processo aumenta a dureza e mais ainda a resistência à
tração (duas vezes).
As ligas podem ser classificadas em: ligas de laminação e de fundição.
96 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Mg Cu Alumínio Si Mn Zn
LIGAS DE ALUMÍNIO
SENAI-RJ 97
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
G - Al Si 10 Mg 9 a 11% Si
0,2 a 0,4% Mg
G - Al Mg 10 9 a 11% Mg
Oxidação anódica
Permite melhorar a resistência à corrosão de certas ligas de alumínio. Na oxidação anódica,
as peças de metais leves recebem, depois de sua elaboração, uma camada protetora de óxido
reforçado por oxidação elétrica. Esta camada é muito dura e resiste muito bem a intempéries. As
chapas das ligas Al Cu Mg são recobertas com uma fina camada de alumínio puro ou de uma liga
isenta de cobre, por laminação a quente, para que não escureça.
Magnésio
Quem não ouviu falar em roda de magnésio para veículos? O magnésio ficou muito famoso
com isso. Na realidade, os projetistas buscam sempre melhorar estética e eficiência do veículo;
assim surgiram as rodas de liga leve, que em sua maioria utilizam uma liga composta por alumínio
(para menor peso), silício e ferro (para ganhar resistência), entre outros metais, inclusive o
magnésio, em razão da sua baixa densidade (30% menos pesado que o alumínio), além de ser
bastante resistente.
O magnésio puro não pode ser empregado como material para construção, somente suas
ligas encontram aplicações industriais.
Ligas de magnésio
O magnésio é um metal leve ( = 1,74 kg/dm³).
As ligas são obtidas com resistência satisfatória com adições de alumínio, de zinco e de
silício. Podem ser soldadas e se fundem facilmente. Têm muitas aplicações na indústria sob a
denominação de elétron.
Para melhorar a resistência à corrosão, as peças de ligas recebem um tratamento depois de
usinadas num banho de ácido nítrico e dicromato de álcalis, que forma em sua superfície uma
capa amarelada.
98 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Mg Al 6Zn 5,5 a 7% Al
Liga laminada 0,5 a 1,5% Zn
Restante Mg
G - Mg Al 16 5,5 a 6,5% Al
Liga fundida 0,15 a 0,3% Mn
Restante Mg
Al Zn Magnésio Mn Si
Ligas de magnésio
SENAI-RJ 99
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Normas e tabelas
TABELA 5 - Metais não-ferrosos
Calcopirita
Calcosina
8,94; macio, dúctil e serpentinas para refrigeração e
Cobre
(Cu)
Bauxita
2,65. Leve, macio, dúctil e domésticos, construções
(Al)
Estibinita
É de cor branca azulada; Tem grande aplicação no
(Sb)
Galena
facilmente em contato com o ar; elétricas e proteção na
(Pb)
carbono
Forma
Grafita
100 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Alumínio para perfilado 94,5% alumínio Usado para forjar, laminar e repuxar
5,0% manganês utensílios domésticos e ornamentais.
0,5% magnésio É fornecido em chapas e perfis diversos.
Latão para arame 55,0% cobre Fios de uso em geral, telas, peneiras,
45,0% zinco peças de pequeno tamanho
para eletricidade.
SENAI-RJ 101
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Continua...
102 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Continuação
SENAI-RJ 103
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Cobre refinado Fundido a partir do tipo anterior, Embora contendo maior teor
a fogo tenaz contendo de 99,80% a 99,85% no de impurezas, as aplicações
(Cu FRTP) mínimo de cobre (incluída a prata) são mais ou menos
semelhantes às anteriores no
campo mecânico, químico e
construção civil; na indústria
elétrica, esse tipo de cobre
pode ser aplicado somente
quando a condutibilidade
elétrica exigida não for muito
elevada.
Continua...
104 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Continuação
SENAI-RJ 105
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Cobre–prata tenaz Contendo 0,02 a 0,12% de prata, Como a prata não reduz sua
que confere maior resistência condutibilidade elétrica, esse
mecânica e maior resistência à tipo de material tem importante
fluência. aplicação na indústria elétrica,
onde se exija alta resistência
ao amolecimento pelo calor,
como em bobinas, lâminas de
coletores, contatos e
interruptores, bobinas de
indução etc. Na indústria
mecânica, devido à sua alta
condutibilidade térmica e maior
resistência ao amolecimento
pelo calor, é empregada na
fabricação de aletas de
radiadores, de outros tipos de
trocadores de calor etc.
Continua...
106 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Continuação
SENAI-RJ 107
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Cobre-zinco 60-40 Também chamado de metal Muntz – esta liga de duas fases
presta-se muito bem a deformações mecânicas a quente.
É geralmente utilizada na forma de placas, barras e perfis
diversos ou componentes forjados para a indústria
mecânica; na indústria química e naval, emprega-se na
fabricação de tubos de condensadores e trocadores de calor.
108 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
CuSn 87-11 chumbo Contendo 1,0 a 1,5% de chumbo e 0,5 a 1,5% de níquel; bu-
1 níquel 1 chas e engrenagens para diversos fins.
SENAI-RJ 109
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
110 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Classificação e características dos materiais
Técnicas de traçagem
Nesta unidade...
Instrumentos de traçagem
Traçagem de precisão
3
SENAI-RJ 111
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
112 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
Instrumentos de traçagem
Régua de traçar
Essa régua tem uma de suas bordas biseladas, para servir de guia para o riscador, quando
são traçadas linhas retas (Figura 1). Muitas vezes é utilizada a régua graduada como régua de
traçar.
Borda
Face
Borda
SENAI-RJ 113
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
Esquadro de precisão
Goniômetro
Goniômetro simples
Emprega-se este goniômetro em usos comuns, quando as medidas angulares não exijam
extremo rigor (Figura 3).
114 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
Goniômetro de precisão
Disco graduado Permite a verificação precisa de
Articulador
Nônio qualquer ângulo; tem aproximação de 5"
(Figura 4).
Ranhura
Esquadro
Fixador Lâmina
do disco
de verniê Esquadro
Fixador
da lâmina
Esse esquadro possui um goniômetro e outras duas peças a serem usadas na régua; isso
permite, além de esquadrejar, centrar e traçar linhas de centro em eixos (Figura 5).
Esquadro Esquadro
de centrar
Goniômetro
Riscador
Esta é uma ferramenta básica na operação de traçagem sobre materiais. Geralmente possui
o corpo recartilhado, o que facilita a “pega”. Existem riscadores de várias formas e tamanhos. Seu
comprimento varia de 120 a 150mm. Fabricado em aço, é tratado termicamente e seu ângulo de
ponta é de aproximadamente 20º (Figura 6).
SENAI-RJ 115
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
Figura 6 – Riscador
Punção de bico
É uma ferramenta de aço ao carbono, com ponta cônica temperada e corpo geralmente
octogonal ou cilíndrico recartilhado (Figura 8). Possui comprimento de 100 a 125mm.
O punção de bico serve para marcar pontos de referência no traçado e centros de furação
de peças.
Eles são classificados pelo ângulo da ponta. Existem de 30º, 60º, 90º e 120º.
Os de 30º são utilizados para marcar os centros onde se apóiam os compassos de traçar; os
de 60º servem para pontear traços de referências (Figura 9).
116 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
Os punções de 90º e 120º (Figura 10) são usados para marcar os centros que servem de guia
para as brocas na operação de furar.
Compasso
SENAI-RJ 117
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
Graminho
Este instrumento é formado por uma base geralmente de ferro fundido ou aço ao carbono
e uma haste cilíndrica ou retangular, sobre a qual desliza um suporte corrediço com um riscador.
118 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
Parafuso de Parafuso de
chamada fixação
Agulha
Cremalheira
Escala
Haste suporte
Base
Bloco prismático
SENAI-RJ 119
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
As cantoneiras ajustáveis possuem uma parte superior móvel. Utilizando essas cantoneiras,
é possível posicionar uma peça num plano que forma qualquer ângulo com o desempeno
(Figura 19).
Cubos de traçagem
São cubos ocos, de ferro fundido, com faces e extremidades usinadas e rasqueteadas
(Figuras 20 e 21). Possibilitam, assim, o posicionamento da peça em três direções diferentes,
perpendiculares umas às outras.
120 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
Base
Esta é uma mesa de precisão com dimensões
menores.
Figura 23 – Mesa de traçagem
portátil ou de bancada. É uma mesa
de precisão, com dimensões menores
Substâncias para
recobrimento de superfícies
Várias substâncias são empregadas com esse objetivo. São geralmente soluções corantes como:
verniz, solução de alvaiade, gesso diluído, gesso seco, sulfato de cobre e tinta negra especial.
Usam-se essas soluções para pintar as superfícies das peças que devem ser traçadas, a fim
de que o traçado seja mais nítido. O tipo de solução a ser utilizado depende da superfície do
material e da precisão do traçado.
Aplicadas com pincel, pilot ou aerossol em superfícies metálicas limpas e secas, de secagem
rápida, visam proporcionar um fundo opaco, para ressaltar linhas vivas e limpas. Os melhores
produtos não impregnam as mãos ou as roupas, não descascam nem são afetados por
lubrificantes de corte ou pelo calor gerado durante a usinagem; principalmente não são venosos.
Veja a seguir as características de alguns:
SENAI-RJ 121
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
Verniz
É uma solução de goma laca e álcool, na qual é adicionada anilina para dar cor. Emprega-
se em traçado de precisão, em superfícies lisas ou polidas.
Solução de alvaiade
É uma solução obtida diluindo-se alvaiade (óxido de zinco) em água. Emprega-se no
recobrimento de peças em bruto, para traçados sem grande precisão.
Gesso diluído
É uma solução de gesso, água e cola comum de madeira. Para cada quilograma de gesso,
adicionam-se 8L de água. Essa mistura deve ser fervida, adicionando a ela, depois, 50g de cola.
A cola deve ser dissolvida à parte. Para evitar que se estrague, adiciona-se um pouco de óleo de
linhaça e secante. É aplicado com pincel em peças em bruto. Para maior rendimento, já existem
pulverizadores com solução preparada.
Gesso seco
É utilizado na forma de giz. Aplica-se friccionando-o sobre a superfície a ser traçada, em
peças em bruto e em traçados de pouca precisão.
122 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
Totalmente
Em peças unitárias ou séries pequenas; na primeira peça de uma grande série que será
usinada por meio de montagem, com a finalidade de controlar:
- Se a peça bruta pode “conter” a peça acabada (as dimensões devem ser suficientes
para permitir a usinagem).
- Se a posição da peça na montagem é correta.
Parcialmente
Em peças unitárias ou séries pequenas, o traço desaparece parcialmente quando é feita a
usinagem. Nesse caso, é necessário determinar novamente a posição de certos detalhes (como
furos e ranhuras) à proporção das necessidades.
A traçagem permite a localização e a orientação da peça na mesa da máquina-ferramenta.
SENAI-RJ 123
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
Traço do plano
de referência
SR
Desempeno
SR
Desempeno Traço
de PR1
SR
Desempeno
124 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
Depois que a peça está pintada com substâncias para recobrimento de superfícies, é possível
situar cada plano de referência; por meio de traços iniciais em diversos pontos da peça, pode-
se delinear a peça acabada no volume da peça bruta.
Particularidades da traçagem
Traçagem de precisão
A maioria dos trabalhos em ferramentas usinadas com precisão é executada sem traçagem
prévia. Quando da usinagem nas máquinas-ferramenta, as diversas ferramentas são colocadas
em posição de acordo com as superfícies de referência usinadas.
Entretanto, nem todos os trabalhos são realizáveis nessas condições; em certos casos, uma
traçagem guia o operador durante a usinagem e o controle.
SENAI-RJ 125
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
A traçagem comum é feita com uma aproximação de 0,1 ou 0,2mm. Entretanto, muitas
vezes essa precisão é insuficiente, em particular quando está sendo feita a traçagem dos ressaltos
e dos gabaritos utilizados nas máquinas automáticas. Essas curvas são estabelecidas de acordo
com um certo número de pontos com posição determinada e sua traçagem é feita
freqüentemente com a ajuda de gabaritos fornecidos com a máquina; todavia, certas curvas não
previstas devem ser estabelecidas ponto por ponto.
Preparação da peça
126 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Técnicas de traçagem
Coordenadas de um ponto
SENAI-RJ 127
O processo mecânico
de usinagem: limagem
Nesta unidade...
Técnicas de limagem
4
Noções de Ajustagem de Bancada - O processo mecânico de usinagem: limagem
130 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - O processo mecânico de usinagem: limagem
Importância do
processo mecânico de
usinagem limagem
Como você já viu na primeira unidade, limar é uma operação que tem por objetivo desgastar,
raspar ou polir um material mediante a ação de uma lima. É o mais importante processo
utilizado pelo ajustador de bancada. Você verá que o processo de limagem pode ser manual ou
mecânico. No entanto, como esta unidade trata de ajustagem de bancada, nossa ênfase se dará
no processo manual. Limar superfícies planas, convexas, cilíndrica côncavas, perfis complexos,
entre outras são exemplos comuns de processos de limagem.
SENAI-RJ 131
Noções de Ajustagem de Bancada - O processo mecânico de usinagem: limagem
Lima de disco
peça Lima de segmento
peça
Técnicas de limagem
Nesta unidade você estudará os processos de limagem manual e mecânica, com ênfase do
processo de limagem manual. Então vamos!
Limagem manual
Sua principal missão é desbastar e dar acabamento em superfícies diversas, com auxílio de
uma lima.
Você verá que, além de uma lima adequada e boa, é necessário que a peça esteja fixada
firmemente e que o operador esteja posicionado corretamente.
Condições gerais
132 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - O processo mecânico de usinagem: limagem
• As limas finas flexionam; os esforços que suportam devem ser reduzidos. Observe que
somente os dedos da mão esquerda, que se apóiam na extremidade da lima, provocam
esses esforços.
• Tanto quanto possível, o polimento deve ser feito por limagem no sentido do
comprimento. Com ele, devem desaparecer todos os traços cruzados; é necessário evitar
sulcos fundos deixados por uma lima suja: é importante limpá-la, untá-la com giz.
• A superfície de trabalho de uma lima gasta é brilhante e desliza sobre a peça a limar.
Por ser o mais usual, vamos concentrar mais informações no processo de limagem de
superfícies planas. O ajustador executa esta operação freqüentemente na reparação de maquinas
e em ajustes diversos.
Métodos de realização
SENAI-RJ 133
Noções de Ajustagem de Bancada - O processo mecânico de usinagem: limagem
Os mordentes da morsa devem ser cobertos com material mais macio que o
da peça, para proteger as faces acabadas.
Ao limar a superfície, apóie a lima sobre a peça; observe a posição dos pés na figura 5.
Inicie a limagem, com movimento para a frente, fazendo pressão com a lima sobre a peça.
No retorno, a lima deve correr livremente sobre a peça.
134 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - O processo mecânico de usinagem: limagem
Com a régua de controle (Figura 9) ou com a mesa de traçagem e controle (Figura 10),
verifique se a superfície está plana.
SENAI-RJ 135
Noções de Ajustagem de Bancada - O processo mecânico de usinagem: limagem
A limagem deve ser executada de forma a evitar vibrações. Assim, para eliminar as vibrações
que se apresentam ao limar, coloque a lima segundo a figura 13.
136 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - O processo mecânico de usinagem: limagem
Peça
Mordente
Madeira de apoio
SENAI-RJ 137
Noções de Ajustagem de Bancada - O processo mecânico de usinagem: limagem
Na limagem são aplicados gabaritos, lâminas para ajuste e outros recursos. Nesta operação,
devem ser considerados dois casos: quando se limam bordas e quando se limam faces. As ações
são diferentes.
Superfícies convexas
Gabarito
ie
rfíc a
pe ad
Su bast
s
Traçado de
Peça
Superfícies convexas
138 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - O processo mecânico de usinagem: limagem
Superfícies convexas
SENAI-RJ 139
Noções de Ajustagem de Bancada - O processo mecânico de usinagem: limagem
Tanto quanto possível, realize estas superfícies por furação e alargamentos feitos na posição
exata.
Condições particulares
de trabalho
Trace a forma e os traços
limites. Escolha uma lima com raio
ligeiramente inferior ao raio a obter.
Desbaste, limando paralelamente
ao eixo (trabalho rápido). Acabe
com traços cruzados, utilizando
a parte convexa da lima e deslo-
cando-a lateralmente alguns
milímetros durante o movimento
de corte feito sobre o comprimento
reduzido (Figura 28).
no
pe
m
Superfícies côncavas
se
de
Figura 28 – Limagem de superfície côncava
e sua verificação
140 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - O processo mecânico de usinagem: limagem
Limagem mecânica
O operário com longa experiência de limagem manual realiza superfícies corretas quanto
ao estado superficial e à precisão; entretanto, os tempos gastos no trabalho são muito grandes.
A intervenção do operário, em particular em relação à peça do ferramental, é reduzida ao
mínimo na preparação do trabalho em máquinas de limar em que a usinagem é feita com uma
aproximação de 0,01 a 0,02 mm da dimensão.
Máquinas de limar
A qualidade geométrica das superfícies limadas depende do estado das ferramentas utilizadas.
- Máquina rotativa: as placas e os anéis limadores, com O máximo de 300 mm permitem
o desbaste e o acabamento de superfícies externas planas e curvas convexas. A produção
horária é oito a dez vezes maior que a da limagem manual.
SENAI-RJ 141
Noções de Ajustagem de Bancada - O processo mecânico de usinagem: limagem
Precisão obtida
142 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - O processo mecânico de usinagem: limagem
Controle das
superfícies limadas
Nesta unidade...
Tipos de superfícies
5 SENAI-RJ 143
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
144 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
Tipos de superfícies
Superfície plana
É a superfície usinada, com grau de precisão determinado por sua tolerância de planeza (desvio
aceitável na forma do elemento tolerado em relação à forma plana ideal). O ajustador executa uma
superfície plana com freqüência, inclusive na reparação de ajustes diversos (Figura 1).
SENAI-RJ 145
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
146 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
Face
a
ord
B
Topo
SENAI-RJ 147
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
Régua de controle
Biselada – fabricada em aço carbono, em forma de faca (Figura 7), temperada e retificada, com
fio ligeiramente arredondado. É utilizada na verificação de superfícies planas.
Triangular – fabricada em aço-carbono, em forma de triângulo (Figura 8), com canais côncavos
no centro e em todo o comprimento de cada face temperada, retificada e com aresta arredondada.
Utiliza-se na verificação de superfícies planas onde não é possível entrar com a biselada.
148 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
É uma régua de face plana, fabricada em ferro fundido, com as faces planas retificadas ou
rasqueteadas (Figura 9). É usada para determinar as partes altas de superfícies planas que vão
ser rasqueteadas, como as de barramentos de tornos e outras.
Face retificada
Face retificada
SENAI-RJ 149
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
Mesa de traçagem portátil ou de bancada. É uma mesa de precisão, com dimensões menores.
Construção
As mesas de traçagem e controle são tecnicamente projetadas e cuidadosamente
construídas; o ferro fundido é de qualidade especial e envelhecido para ficar isento de tensões.
As nervuras (Figura 13) são estudadas e dispostas de modo a não permitir deformações,
mantendo bem plana a face de controle. A Tabela 1 apresenta as dimensões mais comuns das
mesas.
Pé com
nivelador
Nervuras Cabo
Pés com
nivelador
Face de
controle
150 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
Dimensões (mm)
150 x 150 500 x 500
200 x 200 600 x 500
300 x 200 800 x 500
300 x 300 1000 x 750
400 x 300 1200 x 800
400 x 400 1000 x 1000
500 x 140 1500 x 1000
500 x 400 2000 x 1000
Cabo
Pé
Pé
SENAI-RJ 151
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
A figura 16 ajuda a detalhar o controle por meio de uma régua de face; nela temos uma régua
de controle colocada segundo ef que permite constatar se a estreita superfície que liga ef é:
• Côncava: a régua, sob esforço em e na direção das setas u, gira tomando f como ponto de
apoio, e inversamente;
• Convexa: neste caso, a régua gira em volta do ponto da saliência;
• Plana: a régua gira em volta de um ponto h, situado ao longo do seu comprimento, com
dificuldade.
152 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
A mesa de controle é usada para indicar as regiões defeituosas de uma peça, onde as
imperfeições são materializadas por regiões coloridas.
Após a limpeza da face da mesa de controle e da superfície a ser verificada:
• Pinte com fina camada de substância recubridora de superfície, o necessário para a
verificação de toda a superfície a analisar.
• Deslize a peça suavemente sobre a superfície do desempeno sem iniciá-la, mesmo que
haja empenamento ou abaulamento.
• Remova a peça do desempeno. Os pontos altos são brilhantes e circundados por uma
região colorida; as regiões ocas são de cor clara; o desempeno indica as regiões
defeituosas de uma peça. As imperfeições são materializadas por regiões coloridas
(Figura 17).
O ajustador mecânico deve simplesmente limar os pontos brilhantes, até que obtenha
uma superfície plana.
SENAI-RJ 153
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
154 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
• Verifique, começando dos outros pontos do quadriculado, a régua pousando sobre calços
de alturas determinadas pelas diferenças anotadas com os sinais + ou -.
f d
f d
c d g
g
c
c e
f
g
e
Outros métodos
Existem outros métodos, cada um com sua aplicação e precisão. Um deles é o famoso nível
de bolha, que possui o inconveniente de permitir apenas a verificação entre pontos de apoio,
sem ajudar a descobrir as saliências ou reentrâncias situadas entre os apoios.
Os métodos baseados em princípios de óptica são suscetíveis de aplicações industriais.
SENAI-RJ 155
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
Agora que você já conhece alguns métodos de verificação e medição de superfícies planas,
vai estudar algumas formas de controle das superfícies planas paralelas.
Para tanto, utilizaremos alguns elementos de controle: graminho, paquímetro, micrômetro
ou comparador, dependendo da precisão requerida.
156 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
Uma outra forma de verificar o paralelismo e a dimensão é usar relógio comparador (Figura 22).
Perpendicularidade
Quando as peças são espessas e o ângulo é reto, a perpendicularidade das faces limadas
pode ser comprovada com esquadro ou com cilindro de precisão (Figuras 23 e 24).
SENAI-RJ 157
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
Peça
Cilindro
de precisão
Mesa de controle
Peça
Gabarito
Outros métodos
Existem outros métodos para a medição e controles dos ângulos, cada um com sua aplicação
e precisão. Um deles é o transferidor-seno, que permite as medições com uso de padrões
cilíndricos, muito utilizado na medição de roscas, dentes de rodas dentadas, formatos de “rabo
de andorinha” etc.
158 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Controle das superfícies limadas
Nas superfícies com curvaturas, o controle pode ser feito por diversos meios, como na
figura 31.
SENAI-RJ 159
Furação: técnicas de
abertura e recuperação
Nesta unidade...
O processo furação
A ferramenta broca
Parâmetros de corte
Tempo de corte
Fluido de corte
Técnica de furação
6
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
162 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
O processo furação
Se você nunca furou algo, certamente já presenciou o processo de furação, pois a máquina-
ferramenta é comum no uso residencial. Segundo a NBR 6175:1971 o processo mecânico de
usinagem furação destina-se a obter furo geralmente cilíndrico numa peça com auxílio de uma
ferramenta geralmente multicortante. Para tanto, a ferramenta ou a peça giram, e
simultaneamente a ferramenta ou a peça se desloca segundo uma trajetória retilínea, coincidente
ou paralela ao eixo principal de rotação da máquina. Veja na Figura 1 o movimento de corte
circular e o movimento de avanço na direção do eixo de giro.
SENAI-RJ 163
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Furadeira sensitiva
Furadeira de coluna
164 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Furadeira radial
SENAI-RJ 165
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Máquinas de coordenadas
Figura 6
166 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Transdutor linear
O processo de fabricação de peças mecânicas exige cada vez mais a diminuição
dos custos e tempos de produção e o aumento da confiabilidade das peças
fabricadas. Assim, não só nas furadeiras, mas também em fresadoras, tornos,
retíficas, mandriladoras, entre outras, são instalados os transdutores lineares
(indicador digital de posição linear), que são uma ferramenta poderosa, tornando
mais rápido e preciso o processo de usinagem.
O equipamento é composto por uma escala de cristal gravado, à prova de
ranhuras e líquidos nocivos, cuja medição é realizada por uma varredura de leds
emissores na escala de cristal, que se encontra alojada em um perfil de alumínio,
pelo deslocamento de um cabeçote sensor sobre a escala graduada de cristal.
Este possui uma máscara graduada e leds receptores. Com o movimento da
escala em relação ao sensor, se produz sinal (pulsos) que corresponde ao
deslocamento eletronicamente, indicado no display do aparelho digital.
SENAI-RJ 167
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Rosqueadeiras
O processo mecânico de usinagem de roscamento destina-se à obtenção de
filetes, por meio da abertura de um ou vários sulcos helicoidais de passo uniforme,
em superfícies cilíndricas ou cônicas de revolução. Para tanto, a peça ou a
ferramenta gira e uma delas se desloca simultaneamente segundo uma trajetória
retilínea paralela ou inclinada ao eixo de rotação. O processo de roscamento
pode ser interno (exemplo: porca) ou externo (exemplo: parafuso). São estes os
principais processos de obtenção de rosca:
Figura 9
Existem diversas rosqueadeiras especiais. Conheça
então uma elétrica, destinada a usinar rosca em tubos
e vergalhões. Como opção às máquinas especiais, nas
oficinas de usinagem é muito usado o cabeçote de
rosquear (Figura 12), que pode ser usado em diversas
Figura 10
máquinas-ferramenta.
Figura 11
Figura 13 Figura 12
168 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
A ferramenta broca
Existem vários tipos de brocas; no entanto, utilizaremos o tipo helicoidal para definir as
características gerais das brocas.
As brocas helicoidais têm dois canais helicoidais que permitem a saída do cavaco e a entrada,
na zona de corte, do líquido de refrigeração e lubrificação (Figura 14).
As estrias guiam a broca no orifício. São finas para reduzir o atrito nas paredes do orifício.
As bordas das estrias constituem os fios auxiliares de corte. A superfície do canal helicoidal
receptora de cavaco e a superfície detalonada constituem o fio principal de corte.
A afiação correta dos fios principais de corte deve ser feita formando linhas retas. Para
conseguir isso, a superfície detalonada é afiada de forma curvilínea.
Na ponta da broca se forma o fio transversal, com a intersecção das superfícies detalonadas.
Esse fio transversal deve formar com o fio principal de corte um ângulo de 55°; assim, a afiação
estará correta e exigirá uma menor força de avanço (Figura 15).
Dois terços da força de avanço são absorvidos pelo atrito do fio transversal com a peça. Para
reduzir esse atrito, pode-se desbastar o fio transversal (veja Figura 16); no entanto, isso acarretará
redução da resistência ao desgaste.
SENAI-RJ 169
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Quando a broca não está afiada corretamente, não é possível obter um furo preciso.
A Figura 17 mostra o resultado de uma má afiação.
O ângulo da ponta
e o ângulo de
ataque dependem
das características do material
Figura 17 – Conseqüências de uma afiação incorreta
a ser usinado.
170 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Existem vários tipos de broca; cada uma atende a uma necessidade específica.
Broca helicoidal
Broca de centro
SENAI-RJ 171
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Broca longa
É usada para produção contínua e em alta velocidade, que exige abundante lubrificação,
principalmente em furos profundos (Figura 22).
O fluido de corte é injetado sob alta pressão. Para furar ferro fundido e metais não-ferrosos,
aproveitam-se os canais para injetar ar comprimido, que expele os cavacos.
172 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Broca canhão
É utilizada para furação profunda de diâmetros até 80mm sem pré-furação. Possui três
faces, dois gumes a 120° e uma face para guia (Figura 25). Possui refrigeração sob pressão, que
lubrifica e expele os cavacos pelo seu próprio corpo.
SENAI-RJ 173
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Furações especiais
Parâmetros de corte
Para um corte feito com precisão, é importante definir alguns parâmetros, que balizarão a
operação a ser realizada.
174 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Velocidade de corte da broca é a velocidade que um ponto terá na periferia da broca; ela
depende:
• do material a furar;
• do material de que é feita a broca.
V= .d.n
Onde:
V = Velocidade de corte [m/min]
d = Diâmetro da broca [m]
n = Rotações por minuto [1/min]
Exemplo
Para calcular a rpm que devemos utilizar nas condições especificadas.
Velocidade de corte do material = 24m/min
Diâmetro da broca = 10mm = 0,01m
V= .d.n Solução
24 m/min
n=
0,01m . 3,14
V
n=
d . = 765 rpm
Devemos furar com 765 rpm ou a rotação mais próxima que a máquina possuir.
SENAI-RJ 175
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Avanço de corte
Secção de corte
É a secção de material retirada pela broca em uma rotação, por aresta de corte (Figura 28).
176 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
SENAI-RJ 177
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Tempo de corte
Para calcular o tempo de corte (Tc) é preciso, primeiro, considerar alguns aspectos. Antes
que a broca corte a peça com toda sua capacidade, ela percorre um espaço (ea), o qual depende
do ângulo da ponta da broca (Figura 29).
Figura 29
Podemos definir o espaço (ea) em função do ângulo e este em função do material a ser
usinado.
d = diâmetro da broca
L.i
Tc =
a.n
Onde:
L = curso da broca, em mm
i = número de passes, em mm
a = avanço, em mm/rotação
n = número de rotações/min
178 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Dados
Material: aço 1020
d = 25mm
a = 0,15mm
Vc = 25m/min
i = 2 furos
Para uma operação de furação com precisão e segurança, é necessário que seja feita uma
boa fixação da broca e da peça. Por isso, você deve conhecer algumas particularidades.
Fixação de brocas
O processo de fixação da broca depende do formato da haste da broca e da furadeira a ser
utilizada.
SENAI-RJ 179
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Sempre que brocas forem ser fixadas num mandril, devem ser tomados os seguintes
cuidados:
·a ferramenta deve ter espiga de arrasto
·a ferramenta deve ser perfeitamente centrada
·a extração da ferramenta deve ser fácil
180 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Quando uma broca tiver haste cônica morse cujo número seja inferior ao do eixo porta-
ferramenta, há necessidade de usar uma bucha cônica de redução que seja retificada interna e
externamente, a fim de obter uma concentricidade perfeita.
As buchas de redução identificam-se pela numeração que corresponde a elas, ao cone
exterior (macho) e ao cone interior (fêmea), formando jogos de cones de redução cuja numeração
completa é: 2-1, 3-2, 4-2, 4-3, 5-3, 5-4, 6-4, 6-5.
SENAI-RJ 181
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Fixação de peças
Métodos diferentes
182 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Arruela
Peça
h1
h
Montagem
combinada
Montagem para fresagem
de superfície
Montagem
com garra e
parafuso
SENAI-RJ 183
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Exemplo
Figura 40 – Furação de várias
Furação de várias cantoneiras. cantoneiras
184 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Fluido de corte
Tipo de trabalho
Material a trabalhar
Tornear Furar Fresar Aplainar Retificar Roscar
com ponta de com machos
ferramenta ou tarrachas
Aços inoxidáveis 3 3 e 13 3 3 12 6 7
Ferro fundido 1 1 1 1 10 9 8
Cobre 1 7 2 2 11 4 7
SENAI-RJ 185
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Referências
1 A seco
2 Água com 5% de óleo solúvel
3 Água com 8% de óleo solúvel
4 Óleo mineral com 12% de gordura animal
5 Querosene
6 Gordura animal com 30% de alvaiade
7 Querosene com 30% de óleo mineral
8 Óleo mineral com 1% de enxofre em pó
9 Óleo mineral com 5% de enxofre em pó
10 Água com 1% de carbonato de sódio, 1% de bórax e 0,5% de óleo mineral
11 Água com 1% de carbonato de sódio e 1% de bórax
12 Água com 1% de carbonato de sódio e 0,5% de óleo mineral
13 Aguarrás, 40%, enxofre 30% e alvaiade 30%
As partes do corpo atingidas pelo fluido de corte devem ser lavadas com
água e sabão, para evitar infecções da pele.
Técnica de furação
186 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Furação comum
Figura 41 – Interseção
de dois eixos
Eixo
traçado
Figura 42 – A marca
do punção
3 - O eixo do furo tem uma posição determinada em relação a uma superfície de referência
da peça, podendo assumir posições diversas. Assim, a superfície de referência da peça
deve ser traçada em relação à mesa da furadeira (Figura 43).
Parte
cortante
Peça ça
Peça Pe
Mesa
4- A peça é imobilizada na mesa por meio de morsa, calços, garras, cantoneiras, parafusos,
porcas, arruelas, chapas, cubos de traçagem etc. Deve ser previsto o traspassamento da
broca (Figura 44).
SENAI-RJ 187
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Alavanca
8 - A furação tem início. Se a broca tiver sido bem de avanço
apontada, ela não se desvia. Deve-se furar
usando fluido de corte de acordo com o material
a furar, exceto se for desnecessário.
188 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
10- Os cantos dos furos devem ser quebrados com uma lima ou escareador (Figura 47).
SENAI-RJ 189
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Mesa
Broca
para centrar
Início Furação
190 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Escora
regulável
Calça
Escora
fixa
Peça
Mesa
Cota
SENAI-RJ 191
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Furação de precisão
Os métodos comuns de furação permitem obter furos cuja posição real está no máximo a
cerca de 0,05mm da posição ideal. Essa aproximação é suficiente para os furos destinados à
passagem de parafusos e rebites e para furação para roscar com macho, entre outros. Além do
mais, o retoque da posição de um furo por meio de ferramentas sem muita precisão (lima
redonda e alargamentos sucessivos) é um trabalho muito delicado, fonte de numerosos
contratempos.
Industrialmente, a abertura de furos com localização precisa, em particular em montagem
para usinagens, é feita:
- por meio de máquinas de furar providas de mesa cujos deslocamentos, em duas direções
perpendiculares, são facilmente controláveis por meio de blocos-padrão ou por anéis
graduados;
- por meio de furadeiras de coordenadas baseadas no mesmo principio, com deslocamentos
controlados por réguas graduadas de precisão cuja leitura é feita com ajuda de aparelhos
modernos.
Seja qual for o método de furação, alguns cuidados são essenciais na ação de furação.
192 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
1. No mandril (árvore)
Se o mandril não estiver bem centralizado ou se houver folga demasiada, pode ocorrer
flexão ou quebra da broca.
2. No número de RPM
Se o número de RPM não for apropriado, os gumes se tornarão cegos; o número de RPM
demasiadamente baixo pode provocar facilmente a quebra de pequenas brocas.
3. Avanço
Não exerça pressão demasiada na alavanca quando furar, pois se o avanço for superior ao
normal as arestas cortantes podem ser danificadas.
4. Quando for necessário, lubrifique o metal que vai ser furado, visto que essa ação:
• Reduz o atrito.
• Melhora o acabamento.
• Evita que se quebrem as arestas cortantes.
• Evita que os cavacos se soltem nas arestas cortantes.
• Facilita a evacuação dos cavacos.
• Possibilita aumentar a velocidade de corte.
Alargadores
A diferença entre o furo prévio e o do alargador não deve exceder 0,25mm (sobremetal).
SENAI-RJ 193
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Técnica de recuperação
de furos
Furos roscados
Geralmente são dois danos típicos: quebra do parafuso por cisalhamento e rosca interna
avariada (espanada).
194 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Quebra do parafuso
Nesse caso, a rosca não foi danificada, e sim o elemento rosqueado foi quebrado.
Para extrair a parte restante improvisa-se um alojamento para chave de boca fixa ou usa-se extrator
apropriado para casos em que a quebra tenha se dado no mesmo plano que a superfície da peça.
A figura 58 mostra a seqüência para o uso do extrator, o qual requer apenas um furo, no
centro do parafuso, em diâmetro inferior ao do núcleo da rosca.
SENAI-RJ 195
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Se nem com todos esses métodos você conseguir extrair o macho, ainda há a
opção de amolecer a região central do macho com um maçarico e deixar
resfriar; tome o cuidado de protegê-la contra a atmosfera e destruir o macho
completamente.
Existem diversas maneiras de recuperar uma rosca interna danificada, geralmente a melhor
é a colocação de um inserto.
196 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Kelox
É uma bucha roscada nas partes interna e externa; possui ainda dois rasgos conificados e
um rebaixado. Faz parte do conjunto um anel provido de duas chavetas, que, se for colocado
após o rosqueamento da bucha, serve para fixá-la.
Heli-Coil
Trata-se de uma espiral feita em arame de
alta resistência com a forma romboidal. Nesse
caso também é preciso repassar o furo danificado
com outra broca e rosqueá-lo com o macho
fornecido pela própria Heli-Coil. A seguir,
rosqueia-se o inserto com ferramenta especial.
O aumento do diâmetro do material-base é
mínimo.
Figura 62 – Heli-Coil
SENAI-RJ 197
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Furo danificado
Mais simples que o furo roscado, a recuperação do furo depende de fatores como: precisão
e tipo de material da peça e condições técnicas de modificação do projeto, entre outros.
Conheça alguns processos:
· Em alguns casos, é possível efetuar soldagem do furo e realizar uma nova furação.
· Uma alternativa é a modificação do projeto, considerando um furo maior, suficiente
para regularizar a furação.
· Quando a parede for suficiente, o furo deve ser alargado. Em seguida, coloca-se no furo
uma bucha sob pressão; geralmente as buchas possuem ajuste r6 e são montadas em
furo H7, para obter ajuste forçado. Lembre-se de que, em função do esforço de montagem,
o diâmetro do furo da bucha sofre pequena redução de diâmetro, redução que, por sua
vez, deve ser considerada ou prevista na furação final após a colocação da bucha.
198 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Furação: técnicas de abertura e recuperação
Processos de afiação
de ferramentas
Nesta unidade...
7 SENAI-RJ 199
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos de afiação de ferramentas
200 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos de afiação de ferramentas
Muitos danos podem ocorrer pelo uso de ferramentas com afiação deficiente. No caso da
broca, podemos listar:
· maior esforço de corte para efetuar a furação;
· aquecimento da broca e da superfície do material a furar;
· esforços desiguais nos fios de corte, em que a carga maior recairá sobre um dos fios de
corte;
· a broca poderá ser desviada, provocando furação fora da posição desejada;
· furação com diâmetro maior que o desejado; e
· quebra da broca, entre outras.
Como você já viu na unidade anterior, existem diversos tipos de afiações especiais de
broca. Você vai estudar aqui duas técnicas de afiação de broca: manual e por máquinas especiais.
O processo manual é o mais utilizado pelo ajustador de bancada; é nele que se dará ênfase.
SENAI-RJ 201
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos de afiação de ferramentas
A prática indica, entretanto, algumas regras para a afiação da broca que lhe dão as
melhores condições de corte.
202 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos de afiação de ferramentas
Aresta de corte
SENAI-RJ 203
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos de afiação de ferramentas
Agora que você já conhece os principais ângulos para afiação de uma broca, estude os
processos de afiação.
Figura 8 – Inclinação para obter o ângulo da ponta (Â) e para obter ângulo de folga (Â)
B
Continua...
204 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos de afiação de ferramentas
Continuação
Para saber mais sobre ferramentas abrasivas, consulte a NBR 15230, que
classifica e estabelece os formatos, dimensões e tolerâncias para tipos de
maior emprego das ferramentas abrasivas. Você pode também, é claro,
consultar catálogos de fabricantes de rebolos.
SENAI-RJ 205
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos de afiação de ferramentas
Afiação de ferramentas
de uso manual
Você já teve o desprazer de, ao efetuar corte em carne, ter que realizar nova afiação da faca?
A mesma coisa acontece com as ferramentas manuais utilizadas pelo ajustador de bancada.
Algumas, por sua geometria, permitem afiação. Por isso, vale a pena verificar como se
processam algumas dessas afiações.
Punção de bico
Assim como você viu na afiação de broca, todos os trabalhos executados em rebolos
implicam atenção especial na condição do equipamento e, principalmente, no uso de
equipamentos de proteção individual (EPI).
Quando estiver usando o EPI indicado, ligue o esmeril; segure o punção de bico com firmeza,
aproxime-o até a parte logo acima do centro do rebolo (Figuras 12 e 13).
Realize contato do punção de bico com o rebolo, mantendo-o sempre acima do centro do
rebolo (Figura 14).
206 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos de afiação de ferramentas
Movimente o punção de bico como mostra a figura 15, favorecendo a formação de superfície
angular uniforme.
SENAI-RJ 207
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos de afiação de ferramentas
Ponta de talhadeira
Esta afiação se diferencia das anteriores pelo fato de ter maior necessidade de resfriamento
durante o processo, conforme a Figura 18, e pela necessidade do movimento circular, visando a
manutenção do fio de corte.
208 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Processos de afiação de ferramentas
1 - Em todos os casos, deve-se ter especial cuidado para não se machucar com
as pontas afiadas.
2 – Uma boa afiação depende, além da habilidade do operador, das perfeitas
condições de uso do rebolo; por isso, deve-se efetuar sua limpeza/retificação,
pois os cavacos têm tendência a se amontoar nos interstícios do rebolo, o qual
deixa de cortar e aquece, assim como a peça. A limpeza/retificação pode ser feita:
- Por meio de retificadores
especiais, como o aparador
com roseta (Figura 19);
Haste de aço
Bastão cilíndrico
de abrasivo Punho de
madeira
Ponta de
diamante
- Por retificadores de rebolos com ponta de
diamante (Figuras 21 e 22). É um tipo de afiação
muito usado na retificação de rebolos em
retificadoras, mas também é utilizado na
limpeza/retificação de rebolos de esmerilhadoras
Corpo do
de bancada, exigindo o cuidado de ter sempre o retificado
Suporte
SENAI-RJ 209
Delineamento e
aplicação prática
Nesta unidade...
Caso prático
8
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
212 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
Caso prático
Chegou a hora de colocar a “mão na massa”, com prática em oficina; para tanto, vamos ao
desafio: limar, furar e escarear furos em um mordente e furar e abrir rosca com macho à mão na
base do mordente pré-usinada conforme desenho (Figura 1).
Essa prática envolverá diversas operações de ajustagem de bancada, destacando-se:
· traçagem de precisão
· limagem de superfície plana
· limagem de superfície plana paralela
· limagem de superfície plana perpendicular
·furação
· escareação de furo
· roscagem com macho à mão
SENAI-RJ 213
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
Entendendo o esquema de
seqüência lógica
214 SENAI-RJ
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
SENAI-RJ 215
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
Nas páginas a seguir estão quadros que especificam os passos a serem tomados na
realização dessa tarefa.
SENAI-RJ 217
Seqüência lógica 1 Realizar conferência das dimensões do material e eliminar rebarbas
Representação esquemática PARÂMETROS DE CORTE Tempo de
execução
da seqüência
Velocidade de corte - (m/min) Rotação por minuto (RPM) Avanço (mm/min) estimado
- - - 5 min
42
Pelo fato de o material estar pré-usinado e com
pouco material previsto de sobremetal,
aconselha-se utilizar paquímetro e esquadro de
precisão, pois é necessário ter certeza de que o
material recebido possui condições de ser
trabalhado e de ser obtida a peça desejada.
22
· Realize conferência das medidas do material,
baseando-se nas dimensões indicadas na
legenda do desenho técnico (Figura 1). Figura 2 – Uso do paquímetro
Obs.: O material deve ter dimensões suficientes
para ser usinado, isto é, obter as dimensões de
12 20 x 40 x 75mm.
· É importante fixar a peça em uma morsa, para
que a ação de limar seja realizada com mais
firmeza.
Ferramentas e instrumentos
· Cuidado com as rebarbas para não se
machucar.
· Paquímetro quadrimensional (Figura 2)
· A eliminação das rebarbas, além de evitar
· Lima paralela (Figura 3)
condição insegura de corte do corpo, poderá
· Esquadro de precisão evitar acidentes com o desprendimento da peça
provocado por fixação em falso. Figura 3 – Lima com cabo
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
SENAI-RJ 219
Seqüência lógica 2 Limar superfície plana (face)
Representação esquemática PARÂMETROS DE CORTE Tempo de
execução
da seqüência Velocidade de corte - (m/min) Rotação por minuto (RPM) Avanço (mm/min) estimado
- - - 30 min
· Paquímetro Figura 5
· Escova de aço
· Lima
· Régua de controle
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
Figura 6
SENAI-RJ 221
Seqüência lógica 2 Limar superfície plana (face)
Representação esquemática PARÂMETROS DE CORTE Tempo de
execução
da seqüência
Velocidade de corte - (m/min) Rotação por minuto (RPM) Avanço (mm/min) estimado
222 SENAI-RJ
- - - 30 min
Ferramentas e instrumentos
Figura 8
Figura 9
Seqüência lógica 3 Limar superfície plana paralela (face) e obter dimensão de 10mm
Representação esquemática PARÂMETROS DE CORTE Tempo de
execução
da seqüência
Velocidade de corte - (m/min) Rotação por minuto (RPM) Avanço (mm/min) estimado
- - - 30 min
Agora que você já limou uma face, optamos por limar a segunda face, obtendo
uma superfície paralela e a dimensão indicada pelo desenho técnico de 10mm.
· Agora prenda o material na morsa de bancada, de forma a permitir a limagem
da superfície desejada, assim como foi feito na limagem da primeira face.
· Lime o material em excesso, sempre observando a planeza e o paralelismo
com a primeira face limada (Figura 10).
Face limada na
seqüência 2
Ferramentas e instrumentos
· Paquímetro
· Escova de aço
· Lima
· Régua de controle
Figura 10
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
SENAI-RJ 223
Seqüência lógica 4 Limar uma borda em acabamento e esquadro com a superfície de referência (face)
Representação esquemática PARÂMETROS DE CORTE Tempo de
execução
da seqüência Velocidade de corte - (m/min) Rotação por minuto (RPM) Avanço (mm/min) estimado
- - - 20 min
Agora já temos duas superfícies acabadas (faces), que serão nossa referência para esta e para
as próximas seqüências; vamos então limar uma das bordas; nossa maior preocupação será
com o esquadro em relação às faces.
· Agora prenda o material na morsa de bancada, de forma a permitir a limagem da superfície
desejada.
Obs.: Para evitar danificar as superfícies acabadas, sugere-se utilizar mordentes de material
mais macio que o material da peça ou utilizar uma fita adesiva no mordente da morsa.
· Lime o material em excesso, sempre observando a planeza e o paralelismo com as faces
limadas.
Ferramentas e instrumentos
· Paquímetro
· Escova de aço
· Lima
· Régua de controle
· Esquadro de precisão
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
SENAI-RJ 225
Seqüência lógica 5 Limar a segunda borda em acabamento e esquadro com a superfície de referência
(face) e obter dimensão de 25mm
- - - 20 min
Ferramentas e instrumentos
· Paquímetro
· Escova de aço
· Lima
· Régua de controle
· Esquadro de precisão
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
SENAI-RJ 227
Seqüência lógica 6 Limar um topo em acabamento e esquadro com a superfície de referência
(face) e com as bordas
- - - 20 min
Agora resta limar os dois topos e obter a dimensão de 40mm. Para tanto, já temos duas
superfícies acabadas (faces), os dois topos que servirão de referência para o esquadro e
paralelismo.
· Agora prenda o material na morsa de bancada, de forma a permitir a limagem do topo.
Lime o material até obter uma superfície regularizada, plana e em esquadro com a face e a
borda simultaneamente.
Ferramentas e instrumentos
· Paquímetro
· Escova de aço
· Lima
· Régua de controle
· Esquadro de precisão
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
SENAI-RJ 229
Seqüência lógica 7 Limar segundo topo em acabamento e esquadro com a superfície de referência
(face) e com as bordas, obtendo dimensão de 40mm
- - - 10 min
Agora resta limar o topo final com as mesmas preocupações de quando foi limado o topo
anterior, além de se preocupar com a dimensão de 40mm.
· Agora prenda o material na morsa de bancada, da mesma forma da fixação para limar o
primeiro topo.
· Lime o material até obter uma superfície regularizada, plana e em esquadro com a face e a
borda simultaneamente.
Topo acabado na
seqüência 6
Ferramentas e instrumentos
· Paquímetro
· Escova de aço
· Lima
· Régua de controle
· Esquadro de precisão
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
SENAI-RJ 231
Seqüência lógica 8 Efetuar traçagem dos dois furos
Representação esquemática PARÂMETROS DE CORTE Tempo de
execução
da seqüência
Velocidade de corte - (m/min) Rotação por minuto (RPM) Avanço (mm/min) estimado
- - - 10 min
○
○
20 – Sugere-se apoiar a ponta
Como você já sabe, o ideal é que a furação seja
○
traçadora do graminho na
○
traçada e puncionada, favorecendo a precisão e a
10
○
segurança. Por isso, vamos traçar o local dos dois superfície de referência da
○
furos e puncioná-los. mesa de traçagem e, após
○
zerar a escala do graminho,
○
· Com a face da peça limpa, efetue a pintura,
○
efetuar o deslocamento de
○
podendo concentrar apenas no local da furação.
10mm.
○
· Limpe a superfície da mesa de traçagem.
○
– Efetue os dois traços que
○
· Efetue a traçagem da linha de simetria da localizam definitivamente os
○
largura da peça (25mm).
○
furos.
○
1 – Posicione a ponta riscadora do traçador · Apoiando a peça em local
○
Ferramentas e instrumentos
é, da dimensão de 25mm. ligeiramente inclinado,
○
Figura 11
○
· Punção de bico de 90º a 120º de ângulo de ponta for observada a formação de dois traços
○
○
○
○
Figura 12
SENAI-RJ 233
Seqüência lógica 9 Furar e rebaixar furos de 6,5mm
Representação esquemática PARÂMETROS DE CORTE Tempo de
execução
da seqüência
Velocidade de corte - (m/min) Rotação por minuto (RPM) Avanço (mm/min) estimado
SENAI-RJ 235
Seqüência lógica 9 Furar e rebaixar furos de 6,5mm
Representação esquemática PARÂMETROS DE CORTE Tempo de
da seqüência execução
Velocidade de corte - (m/min) Rotação por minuto (RPM) Avanço (mm/min) estimado
236 SENAI-RJ
30 1469 (broca) / 796 (fresa) - 30 min
Porca
reguladora
· Regule a rotação e a profundidade. Batente
· Ligue a furadeira e efetue o escareado,
Escala
verificando com o parafuso a usar ou com
o paquímetro (figura 17).
· Com os mesmos procedimentos
anteriores, efetue o segundo furo.
Alavanca de avanço
Ferramentas e instrumentos
Espiga
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
Figura 15
Haste cilíndrica
Corpo
Figura 16
Figura 17
Seqüência lógica 10 Eliminar rebarbas e realizar conferência final das dimensões lineares,
angulares e geométricas
- - - 10 min
Eliminar rebarbas
· É importante retirar rebarbas com a peça ainda presa na morsa, para que a ação seja
realizada com mais firmeza e menor risco de pancadas e queda da peça.
· Cuidado com as rebarbas para não se machucar.
20
10
Ferramentas e instrumentos
· Paquímetro
· Lima paralela mursa picado cruzado
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
SENAI-RJ 237
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
SENAI-RJ 239
Seqüência lógica 1 Realizar conferência das dimensões do material e eliminar rebarbas
Representação esquemática PARÂMETROS DE CORTE Tempo de
execução
da seqüência
Velocidade de corte - (m/min) Rotação por minuto (RPM) Avanço (mm/min) estimado
- - - 5 min
O fato de o material estar usinado aumenta ainda mais a importância da conferência das
dimensões lineares, angulares e geométricas, pois não se pode dar andamento à usinagem em
peças refugadas, pois incorrerá em perda de tempo.
· Execute conferência de todas as medidas indicadas no desenho mecânico (Figura 1); caso
alguma não atenda ao indicado no desenho, efetue a correção.
Agora resta apenas a efetuar a furação e a abertura de rosca. A indicação do desenho é de que
a furação seja feita na montagem, não necessitando, então, da traçagem.
Ferramentas e instrumentos
· Paquímetro quadrimensional
· Esquadro de precisão
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
SENAI-RJ 241
Seqüência lógica 2 Prender a peça em montagem
Representação esquemática PARÂMETROS DE CORTE Tempo de
execução
da seqüência
Velocidade de corte - (m/min) Rotação por minuto (RPM) Avanço (mm/min) estimado
- - - 10 min
· Paquímetro Arruela
· Trincha Peça
· Broca helicoidal de haste cilíndrica de
h
h1
SENAI-RJ 243
Seqüência lógica 3 Furar passante de 5 mm
Representação esquemática PARÂMETROS DE CORTE Tempo de
execução
da seqüência
Velocidade de corte - (m/min) Rotação por minuto (RPM) Avanço (mm/min) estimado
30 1909 - 15 min
Ferramentas e instrumentos
· Paquímetro
· Trincha
· Broca helicoidal de haste cilíndrica de 5mm
de diâmetro em aço rápido
· Furadeira de coluna (de bancada ou piso)
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
SENAI-RJ 245
Seqüência lógica 4 Executar rosca interna por meio de macho de roscar
Representação esquemática PARÂMETROS DE CORTE Tempo de
execução
da seqüência
Velocidade de corte - (m/min) Rotação por minuto (RPM) Avanço (mm/min) estimado
- - - 20 min
no segundo furo.
SENAI-RJ 247
Seqüência lógica 5 Realizar conferência das dimensões do material e eliminar rebarbas
Representação esquemática PARÂMETROS DE CORTE Tempo de
execução
da seqüência
Velocidade de corte - (m/min) Rotação por minuto (RPM) Avanço (mm/min) estimado
- - - 10 min
Eliminar rebarbas
· É importante retirar rebarbas com a peça ainda presa na morsa, para que a ação seja
realizada com mais firmeza e menor risco de pancadas e queda da peça.
· Cuidado com as rebarbas para não se machucar.
Ferramentas e instrumentos
· Paquímetro
· Lima paralela mursa picado cruzado
Noções de Ajustagem de Bancada - Delineamento e aplicação prática
SENAI-RJ 249
Noções de Ajustagem de Bancada - Referências
Referências
BRASIL. ABNT. NBR NM87. Aço carbono e ligados para construção mecânica – Designação e
composição química. Rio de Janeiro, 2000.
BRASIL. ABNT. NBR 6371. Processos mecânicos de usinagem. Rio de Janeiro, 1970.
SENAI-RS. Informações técnicas. Mecânica. 10ª edição, revisada e ampliada. Porto Alegre, CFP
SENAI Artes Gráficas Henrique d‘Ávila Bertuso, 1996.
SENAI-RJ 251
FIRJAN SENAI Av. Graça Aranha, 1 – Centro
Federação Serviço Nacional CEP: 20030-002 – Rio de Janeiro – RJ
das Indústrias de Aprendizagem Tel.: (0xx21) 2563-4526
do Estado do Industrial do Central de Atendimento:
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