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Os Poderes
03 Administrativos
03.1 – Introdução
Noções Gerais
Noções Iniciais:
Para bem atender ao interesse público a Administração é dotada de poderes administrativos. Estes
poderes são verdadeiros instrumentos de trabalho, adequados à realização das tarefas administrativas.
São inerentes à Administração de todas as entidades estatais (União, estados e municípios) na
proporção e limites de suas competências institucionais, e podem ser usados isolada ou
cumulativamente para a consecução do mesmo ato.
Classificação:
São classificados em poder vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar, regulamentar e de
polícia.
Poderes administrativos
Em relação à liberdade da administração
poder vinculado e discricionário
para a prática de seus atos
Em relação ao ordenamento da
administração e a punição dos que a ela poder hierárquico e poder disciplinar
se vinculam
Conforme a finalidade normativa
poder regulamentar
Poder Discricionário:
Conforme Regis de Oliveira, a discricionariedade é a integração da vontade legal feita pelo
administrador, que escolhe um comportamento previamente validado pela norma, dentro dos limites
de liberdade resultantes da imprecisão da lei, para atingir a finalidade pública. A discricionariedade é
sempre relativa e parcial porque quanto à competência, à forma e à finalidade do ato a autoridade está
subordinada ao que a lei dispõe.
Discricionariedade e Arbítrio:
Se o agente opta por um caminho, dentre os vários apontados pelo legislador, ou seja, se escolhe a
solução melhor para o Estado, temos, então, o poder discricionário (a discricionariedade ou a
discrição do administrador). Por outro lado o arbítrio é a ação em desacordo com a norma jurídica. O
ato arbitrário é sempre ilegítimo e inválido.
Poder Hierárquico
Hierarquia:
Hierarquia é a relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes do Executivo (não
há hierarquia no Judiciário e no Legislativo), com a distribuição de funções e a gradação da
autoridade de cada um.
Poder Hierárquico:
É poder o que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e
rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu
quadro de pessoal. Do poder hierárquico decorrem faculdades implícitas para o superior, tais como a
de dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, a de delegar e avocar atribuições e a de rever os atos de
inferiores.
Discricionarismo:
Característico do poder disciplinar é o seu discricionarismo, no sentido de que não está vinculado a
prévia definição da lei sobre a infração funcional e a respectiva sanção. Não se aplica ao poder
disciplinar o princípio da pena específica que existe no Direito Penal.
Sanção Administrativa:
O administrador, no seu prudente critério, tendo em vista os deveres do infrator em relação ao serviço
e verificando a falta, aplicará a sanção que julgar cabível, oportuna e conveniente, dentre as que
estiverem enumeradas em lei ou regulamento para a generalidade das infrações administrativas.
É imprescindível para a validade da pena:
! a apuração da falta;
! a oportunidade de defesa do acusado;
! a motivação da punição disciplinar.
Nenhuma penalidade pode ser aplicada sem prévia apuração por meio de
procedimento legal, em que sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes (art. 5°, LV, da Constituição Federal).
Regulamento:
O regulamento não é lei, embora a ela se assemelhe no conteúdo e poder normativo. Nem toda lei
depende de regulamento para ser executada, mas toda e qualquer lei pode ser regulamentada se o
Maria Sylvia di Pietro prefere chamar este poder de poder normativo, uma vez que
o regulamento é apenas uma das formas de expressão normativa da Administração.
Além do regulamento, existem as resoluções, portarias, deliberações e instruções.
Poder de Polícia
Conceito (José Cretella):
Poder de polícia é o conjunto de poderes coercitivos, exercidos por agentes do Estado sobre as
atividades do cidadão, mediante a imposição de restrição a tais atividades, a fim de assegurar a ordem
pública.
Polícia:
A polícia é o organismo encarregado de assegurar a ordem pública e de promover a segurança
humana. É o conjunto de poderes coercitivos, exercidos pelo Estado, sobre as atividades dos
administrados, através de medidas impostas a essas atividades, a fim de assegurar a ordem pública.
Natureza:
O poder de polícia é de natureza discricionária, ou seja, é uma faculdade que possibilita à
administração estabelecer limitações diretas das atividades dos particulares.
Fundamento:
O próprio poder do Estado, a supremacia que o Estado exerce sobre pessoas, bens e atividades.
Fins:
Atendimento do interesse público. Necessidade de assegurar a coexistência o mais harmoniosa
possível da coletividade, no exercício das diversas atividades ou direitos.
Extensão:
Observada a competência, o poder de Polícia é inerente a toda a administração, sendo exercido pelos
diversos órgãos, nas esferas da União, estados e Municípios. Dentro destas esferas, o poder de polícia
abrange desde a proteção moral e aos bons costumes, a preservação da saúde pública, o controle de
publicações, a segurança das construções e dos transportes até a segurança nacional em particular.
Limites:
Assim como todo ato administrativo, a medida de polícia, ainda que discricionária, deve observar às
limitações impostas pela lei em relação:
! às liberdades públicas (direitos fundamentais assegurados pela Constituição);
Atributos:
O poder de polícia administrativa tem atributos específicos e peculiares ao seu exercício, e tais são a
discricionariedade, a auto-executoriedade e a coercibilidade.
1) Discricionariedade:
A discricionariedade traduz-se na livre escolha, pela Administração, da oportunidade e conveniência
de exercer o poder de polícia, bem como de aplicar as sanções e empregar os meios conducentes a
atingir o fim colimado, que é a proteção de algum interesse público.
2) Auto-executoriedade:
A auto-executoriedade é a faculdade de a Administração decidir e executar diretamente sua decisão
por seus próprios meios, sem intervenção do Judiciário, é outro atributo do poder de polícia.
3) Coercibilidade:
A coercibilidade é a imposição coativa das medidas adotadas pela Administração, que são
imperativas e admite-se até o emprego da força pública para o seu cumprimento, quando resistido
pelo administrado.
03 - (Magistratura/SP – 170) A edição, pelo Chefe do Executivo, de normas gerais e abstratas que
permitam o cumprimento das leis, baseia-se em seu poder
( ) a) disciplinar.
( ) b) hierárquico.
( ) c) regulamentar.
( ) d) discricionário.
06 - (Delegado/SP – 2001)
A taxa, espécie de tributo, é um dos fatos geradores do poder
administrativo nominado pelos doutrinadores como poder
( ) a) regulamentar.
( ) b) hierárquico.
( ) c) disciplinar.
( ) d) de polícia.
08 - A faculdade jurídica que se reconhece à Administração de restringir o uso e gozo dos bens
e direitos individuais, inclusive os de propriedade, em benefício do bem-estar público,
recebe o nome de:
( ) a) poder de polícia.
( ) b) poder disciplinar.
( ) c) poder arbitrário.
( ) d) poder vinculado.
( ) e) nenhuma das respostas acima.
01.C 02.B 03.B 04.C 05.B 06.D 07.C 08.A 09.B 10.B
! DIREITO ADMINISTRATIVO
Maria Sylvia Zanella Di Pietro
Atlas
Direito Administrativo
03 – Os Poderes Administrativos
Atualizada em 10.02.2006