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OAB XXIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE

Direito Penal
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça

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OAB XXIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE
Direito Penal
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça

PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO – LEI 9.099/95

AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E
JULGAMENTO
Nova tentativa de conciliação ou transação
Defesa Preliminar
Recebimento ou não da denúncia ou queixa
Proposta de Suspensão Condicional do Processo
Inquirição das testemunhas “de acusação”
Inquirição das testemunhas “de defesa”
Interrogatório
Debates orais
Sentença na própria audiência

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OAB XXIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE
Direito Penal
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça

Caríssimos alunos,
Lembrem-se que o presente resumo, às vezes, indica posições diversas,
estando as posições majoritárias em vermelho.
Grande abraço e bons estudos!
Ana Cristina Mendonça

Perguntas e respostas sobre os Juizados Especiais Criminais

I. Conciliação.
1. Qual a natureza jurídica do instituto? Medida despenalizadora.
2. Quais os seus efeitos? Penais e civis (pois acarreta a extinção da punibilidade e forma, para a vítima, título executivo
judicial).
3. Quem concilia? Vítima e autor do fato.
4. Quem participa da conciliação? De acordo com a lei, deveriam estar presentes na audiência o Juiz (que pode se fazer
auxiliar por um conciliador), Ministério Público, autor do fato, acompanhado por advogado, vítima e o responsável civil, se
houver.
5. Quando deve ocorrer? No início da audiência preliminar. Se frustrada no primeiro ensejo, renovar-se-á a proposta no
início da AIJ.
6. O que ocorre com a conciliação nas ações penais de natureza pública condicionada a representação e privadas?
Havendo conciliação, a vítima renuncia ao direito de representação ou de queixa (dependendo da natureza da ação),
sendo certo que ambas as hipóteses acarretam a extinção da punibilidade.
7. É possível conciliação em ação penal pública incondicionada?
1ª. corrente: Apesar de não prevista na Lei nº 9.099/95, é perfeitamente possível a conciliação em infrações cuja ação é
pública incondicionada, e, sendo a mesma medida despenalizadora, deve o Juiz declarar extinta a punibilidade, não
restando ao MP o interesse para agir. Impossível, entretanto, a conciliação nos chamados crimes vagos, em que não há
vítima identificável, partindo-se direto para a transação penal.
2ª. corrente (Majoritária): É perfeitamente possível a conciliação em infrações cuja ação é pública incondicionada,
entretanto, não acarreta a extinção da punibilidade. Além disso, o Ministério Público independe da vítima nas infrações de
APPública Incondicionada, motivo pelo qual, presentes as condições da ação, o Ministério Público deverá oferecer a
transação penal ou a denúncia. Não caracteriza ‘bis in indem’.
3ª. corrente: Diante da ausência de previsão legal, não deve ser aplicada, passando-se direto à proposta de transação
penal.
8. Qual a natureza jurídica e quais os efeitos da decisão que homologa a conciliação? Apesar da inexistência de
processo, têm-se entendido que a decisão é homologatória, e teoricamente associada a ato de jurisdição voluntária. Forma
título executivo judicial, eventualmente executado no juízo cível. É irrecorrível.
9. Descumprido o acordo, o que faz a vítima? Promoverá a execução da decisão homologatória do acordo no juízo cível,
caso possível.

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10. Pode o MP oferecer denúncia depois de realizada a conciliação? A posição hj majoritária na doutrina entende ser
possível, pois tratam-se de esferas distintas.

II. Transação penal.


11. Qual a natureza jurídica do instituto? Medida despenalizadora que primeiro gera efeitos penais e, depois,
processuais.
12. Legitimidade para a proposta. Ministério Público.
13. Cabe transação penal em ação penal privada? Neste caso, quem oferece a proposta?
1ª. corrente: Não, por ser a princípio incompatível com esta, pois o titular da ação penal é a vítima, não podendo o MP
barganhar sobre o que não “lhe pertence”.
2ª. corrente (majoritária): Cabível, fundamentada no princípio da isonomia e na discricionariedade da ação penal privada.
3ª. corrente: Cabível, tratando-se de direito subjetivo do autor do fato.
14. Qual o momento oportuno? Na audiência preliminar, após a tentativa sem êxito de conciliação, renovando-se a
proposta na AIJ, se fracassada a primeira.
15. Qual a natureza jurídica da proposta?
1ª. corrente (Majoritária): Trata-se de uma discricionariedade regrada do Ministério Público, mitigadora do princípio da
obrigatoriedade da ação penal pública fiscalizada pelo juiz, tendo em vista a possível aplicação analógica do art. 28 do
CPP. Se oferecida proposta após o oferecimento da denúncia, terá a mesma o condão de mitigar o princípio da
indisponibilidade.
2ª. corrente (minoritária, por violar o sistema acusatório): Direito subjetivo do autor do fato. Assim, se o MP não oferecer a
proposta e o juiz entender que o autor do fato faz jus à mesma, o próprio juiz a concederá.
3ª. corrente: Exercício de uma nova forma de ação penal. Assim, o princípio da obrigatoriedade está íntegro, não sofrendo
mitigação. Altera-se apenas o “vetor”, ou seja, se presentes as condições da ação e os requisitos para a proposta, o MP
deverá oferecer a transação penal e não a denúncia (que somente seria oferecida caso o autor do fato não preencha os
requisitos ou não aceite a transação). Se o MP não oferece e o juiz entende que o autor do fato faz jus, aplica o 28 do CPP.
4ª. corrente: Condição específica de procedibilidade, sem a qual a denúncia não poderá ser oferecida.
16. Qual a natureza jurídica do procedimento?
1a. corrente: Como não há processo penal instaurado, trata-se de fase pré processual, de natureza administrativa.
2ª. corrente: Para quem defende que é um novo modelo de ação penal, já é fase processual.
17. Qual a natureza jurídica e quais os efeitos da decisão?
1a. corrente: Entendimento do STF e da maior parte da doutrina é de que se trata de decisão homologatória-condenatória,
também chamada de condenatória imprópria. É homologatória em relação ao acordo firmado entre o MP e o autor do fato,
e condenatória em relação à aplicação de pena alternativa a este último, bem como ao efeito de impedir uma nova
transação por 5 (cinco anos). Equipara-se a ato de jurisdição voluntária. Contudo, a decisão, enquanto homologatória, não
faz coisa julgada material, e o juiz somente declarará extinta a punibilidade após o cumprimento da pena acordada. Neste

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sentido a Súmula Vinculante 45, indicada no item 22 (abaixo). Da decisão que homologa a transação é cabível apelação
(art. 76, § 5o, c/c art. 82, ambos da Lei 9.099/95).
2ª. corrente: Condenação imprópria.
18. Quem participa da transação? MP e autor do fato.
19. E se o MP se negar a oferecer a proposta? De acordo com a posição majoritária (firmada inclusive na súmula 696 do
STF): O juiz, dissentindo, deverá remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça, aplicando analogicamente o art. 28 do
CPP.
20. E se o juiz proferir decisão distinta do acordo firmado na transação? O juiz, dentro do acordado entre MP em autor
do fato, pode decidir pela aplicação de pena alternativa menos rígida ou onerosa ou aplica-la até os limites previstos na
proposta, nunca além, julgando ultra petita, dando azo a nulidade absoluta da decisão. O juiz possui essa margem de
atuação, típica da função jurisdicional ao aplicar a pena.
21. E se o juiz indeferir a transação penal? Alguns entendem que o recurso cabível é a apelação, assim como o é em
relação a decisão que homologa a transação. Porém, a corrente mais acertada entende ser correta a impetração de
mandado de segurança, tanto pelo MP, em defesa do direito líquido e certo ao oferecimento da transação, quanto pelo
autor do fato, ante o direito líquido e certo de ver extinta a punibilidade do fato que praticou ao aceitar a transação.
Atualmente muitos também sustentam correição parcial.
22. E se o autor do fato não cumprir o acordo?
1ª. corrente: Deve o inadimplemento ser considerado dívida de valor, a ser inscrita na dívida ativa, mantendo-se, em razão
do princípio favor rei, extinta a punibilidade, apesar de grande parte dos juízes condicioná-la ao cumprimento integral do
acordo (homologá-lo sob condição), por força do que dispõe o art. 84 e seu parágrafo único da Lei nº 9.099/95.
2ª. corrente: O inadimplemento da pena acordada acarreta a nulidade do acordo e, caso o juiz tenha homologado o mesmo
sob condição do cumprimento da ‘pena’, poderia o MP oferecer a denúncia. Caso já tenha sido declarada a extinção da
punibilidade, a pena é convertida em multa (caso não tenha sido esta a fixada), sendo a mesma executada como dívida
civil (execução cível, a ser promovida pelo MP no próprio Juizado).
3ª. corrente: O STF publicou a Súmula Vinculante nº. 35: "A homologação da transação penal prevista no artigo 76
da lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior,
possibilitando-se ao ministério público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou
requisição de inquérito policial."

III. Suspensão condicional do processo.


23. Qual a natureza jurídica do instituto e quais os seus efeitos? Medida despenalizadora que primeiro gera efeitos
processuais e, depois de cumprido o período de prova, penais.
24. De quem é a legitimidade para a proposta? De acordo com a lei, do Ministério Público.
25. Qual o momento oportuno? Após o recebimento da denúncia. Entende-se hoje que é possível mesmo em fase
recursal.
26. Qual a natureza jurídica da proposta?

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1ª. corrente (Majoritária): Trata-se de uma discricionariedade regrada do Ministério Público, mitigadora do princípio da
indisponibilidade da ação penal pública, fiscalizada pelo juiz, tendo em vista a possível aplicação analógica do art. 28 do
CPP (Súmula 696 do STF).
2ª. corrente (minoritária, por violar o sistema acusatório): Direito subjetivo do autor do fato. Assim, se o MP não oferecer a
proposta e o juiz entender que o autor do fato faz jus à mesma, o próprio juiz a concederá.
3ª. corrente (posição da banca delegado civil RJ (André Nicolitt)): O juiz é o DIRETOR do processo. A suspensão
condicional do processo seria o devido processo legal, e cabe ao juiz conduzir o processo. Não concorda com a posição
majoritária, e entende que não há que se falar em violação do sistema acusatório na hipótese do juiz oferecer ele próprio o
benefício, seja porque não se trata de desdobramento do direito de ação, nem de disponibilidade da pretensão, já que não
há certeza na extinção da punibilidade, que não ocorrerá caso o réu descumpra as obrigações. Assim, caso o MP não
ofereça, não se aplica o 28 do CPP. O juiz aplica de ofício. Tal posição facilita a discussão nas infrações de ação penal
privada.
27. Qual a natureza jurídica do procedimento? Processo.
28. Qual a natureza jurídica da decisão que a concede? Interlocutória mista não terminativa. Cabível recurso em sentido
estrito (POSIÇÃO MAJORITÁRIA).
29. Qual a natureza jurídica da decisão que a indefere? Interlocutória simples.
30. Qual a natureza jurídica da decisão que a revoga? Interlocutória simples.
31. E se o MP se nega a oferecer a proposta? Súmula 696 do STF: aplica-se o art. 28 do CPP.
32. É cabível a suspensão condicional do processo em ação penal privada?
1ª. corrente: Não, por ser a princípio incompatível com a disponibilidade da ação penal privada. Permitir a suspensão
condicional do processo em infrações de ação penal privada seria entregar nas mãos da vítima o próprio direito de punir.
Da mesma forma, não poderá o MP oferecer nestes casos a proposta, pois o titular da ação penal é a vítima, não podendo
o MP dispor do que não “lhe pertence”. Este é o atual entendimento do STF e STJ.
2ª. corrente (majoritária): Cabível, fundamentada no princípio da isonomia.
3ª. corrente: Cabível, tratando-se de direito subjetivo do autor do fato.

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