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Individualismos

Achávamos que a geração da educação libertadora - pós Constituição de 1988, estava tornando nossa
sociedade mais justa e seus filhos, melhores cidadãos. Contudo, a geração sem limites está tornando nosso
planeta mais frio e individualista com muitos direitos e quase nenhum dever. Tudo porque a geração
anterior tinha sido, de certa forma, rígida e, a anterior a essa, quase "opressora". Não soubemos mensurar
e aproveitar as fórmulas que deram certo. Simplesmente desconstruímos de uma só vez, baseados nas
cicatrizes e nos exemplos extremos de alguns bárbaros ou ignorantes no árduo trabalho de educar.
Invertemos a balança em uma ou duas gerações. Muitos de meus amigos psicólogos e psiquiatras não só
concordam mas, gostariam de queimar os livros dos estudiosos e escritores do tema "liberdade sem limites
para não causar seqüelas à criatividade e ao desenvolvimento social".

Agora estamos formando a "nova geração" do politicamente correto, da alienação social e da continuidade
do "sistema sem limites". Em geral, essas pessoas não compreendem este conceito e respondem com
agressões quando querem algo que lhes é negado, porém se confrontados, apelam para o vitimismo ou
raiva. Não há meio termo, não existe um processo inteligente de avaliação e discussão. As consequências
mais comuns são os enfrentamentos entre pais e filhos sobre a obediência, passando pelas manifestações
sociais exigindo direitos, somente para si ou sua classe, tentando impor as reivindicações de poucos (por
mais nobres que sejam) sem a devida mensurarão das conseqüências, normalmente manipulados por
interesses escusos e limitados pelo seu pouco conhecimento, culminando, no total descaso pela vida e
propriedade quando assaltantes agem sem limites e impunes aos seus crimes.

A frase de autor desconhecido, "Em lugar onde não há atividades culturais, a violência vira espetáculo"
representa o momento que nosso país vivencia. São inúmeros os exemplos que podemos "encaixar" na
mesma motivação com resultados semelhantes advindos do individualismo e isenção de limites, bem como
da falta de bons exemplos. Poderíamos discursar muito a respeito, entretanto, por hora, deixaremos o
leitor, com uma pergunta: Quanto da falta de exemplo (ou o exemplo negativo) pode afetar o
relacionamento entre indivíduos numa sociedade?

A sociedade foi constituída porque vários indivíduos diferentes decidiram abrir mão de uma parcela de sua
liberdade em prol da garantia da sobrevivência, com o descobrimento da agricultura, há mais de 10.000
anos atrás. Logo descobriram que seria impossível conviver se não estabelecessem regras simples de
conduta para que os direitos coletivos não fossem usurpados por um só indivíduo ou de um pequeno
grupo, assim como, o direito de um acabaria onde começava o de outrem. Ou seja, criou-se regras que,
posteriormente, deram origem as leis, para conservarmos o respeito entre nós, para nutri-lo e para
promover o desenvolvimento tanto social quanto econômico com inter-relacionamentos mais sólidos e
duradouros.

No entanto, o que estamos presenciando é a total desconstrução dos valores de uma sociedade, aquilo
que a faz ser um conjunto e não uma divisão. A nova geração isenta de limites e educação, que ganha o
que pede e aliena-se socialmente atrás de um smartphone, em breve será a sociedade que nos comandará,
exigindo sempre do outro que não interfira em seu direito "divino" de fazer o que bem entende. O
problema será quando tentarão impor o limite... nos outros. Como ambos desconhecem o significado da
palavra "não", acabarão enfrentando-se sem limites, enquanto o resto de nós, ainda sobreviventes da
geração do telefone de linha e da máquina de escrever, olharemos pasmos pela desconstrução da
sociedade.

Talvez seja esse o nosso destino: um futuro começando do zero, mais uma vez movidos pela necessidade
de sobrevivência, estabelecendo regras de conduta para que possamos garantir nossa subsistência e
crescimento social, na grandeza do amor, da compreensão e do respeito. Ou quem sabe, de uma espécie
mais inteligente...

Mauro Nadruz - Gestor em Segurança da Activeguard, pós-graduado em gestão estratégica da segurança, analista e professor.

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