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Matemática

Aplicada I

Gestão de
Empresas

Matemática Aplicada I

Gestão de Empresas

1o Ano 1o Semestre

ISCAC - 2017/2018

Gestão de Empresas Matemática Aplicada I


Tópicos do Programa

Matemática
Aplicada I

Gestão de
Empresas

• I. Cálculo diferencial em IR

• II. Cálculo integral em IR

Gestão de Empresas Matemática Aplicada I


I. Cálculo diferencial em IR

Matemática Aplicada I

Gestão de Empresas

ISCAC

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 1 / 41


Programa
I. Cálculo diferencial em IR

1. Noções fundamentais e propriedades de algumas funções


2. Limites e continuidade
3. Derivação de funções

3.1. De…nição e interpretação geométrica; variação média e variação instantânea


3.2. Diferenciais
3.3. Regras básicas de derivação
3.4. Regra de L’Hôpital
3.5. Monotonia e extremos
3.6. Concavidade e pontos de in‡exão
3.7. Variação relativa e derivada logarítmica

4. Exemplos de aplicação

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1. Noções fundamentais e propriedades de algumas funções

De…nição: Seja D um subconjunto não vazio de IR. Diz-se que f é uma


função real de variável real de…nida em D se é uma correspondência que
associa a cada elemento x de D (chamado objeto) um e um só elemento
y = f (x ) de IR (chamado imagem). Representa-se por:

f : D ! IR
ou y = f (x ) , x 2 D .
x 7 ! y = f (x )

D é o domínio de f (também representado por Df )


IR é o conjunto de chegada de f
y = f (x ) é a expressão analítica de f

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Exemplos:
p
1 A relação f (x ) = x , x 2 [ 1, 1], não é uma função, pois não está
de…nida para todos os elementos de [ 1, 1], nomeadamente, para
cada x 2 [ 1, 0[, não associa qualquer valor em IR.
p
2 A relação f (x ) = x , x 2 IR0+ , não é uma função, pois é uma p
correspondência
p que, a cada valor x 2 IR+ , associa dois valores, + x
e x.
p
3 A relação f (x ) = x , x 2 IR0+ , é uma função, pois é uma correspon-
+
p valor x 2 IR0 , associa um e um só valor em IR,
dência que, a cada
que é o f (x ) = x.

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Observações:
1 O domínio e a expressão analítica da função são su…cientes para a
caracterizar.

2 Por vezes uma função real de variável real é dada indicando apenas a
expressão analítica, sem referir o domínio. Nesse caso, considera-se o
chamado domínio natural (ou domínio de de…nição), que é o maior
subconjunto de IR para o qual a expressão analítica da função está
de…nida em IR.

3 Duas funções reais de variável real são iguais se têm o mesmo


domínio e a mesma expressão analítica.

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Exemplo:

Sejam f1(x ) = x + 1 , x 2 [1, 4[, e f2(x ) = x + 1

Relativamente à função f1 , o seu domínio está já indicado: Df1 = [1, 4[.

Relativamente à função f2 , o seu domínio não está indicado, pelo que se


considera o seu domínio natural: Df2 = fx 2 IR : f2 (x ) 2 IRg = IR .

Assim, as funções f1 e f2 não são iguais.


Pode, no entanto, dizer-se que f1 é uma restrição de f2 ou que f2 é uma
extensão de f1 , pois Df1 Df2 e f1(x ) = f2(x ), para todo x 2 Df1 .

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Exercício: Determine o domínio de cada uma das seguintes funções:
1
1. f (x ) =
x +2
1
Df = x 2 IR : 2 IR = fx 2 IR : x + 2 6= 0g = IRn f 2g .
x +2

2. g(x ) = x 2 + 1

Dg = x 2 IR : x 2 + 1 2 IR = IR.
cond. univ.

1
3. h (x ) =
x2 +1
1
Dh = x 2 IR : 2 IR = x 2 IR : x 2 + 1 6= 0
x2 +1
= x 2 IR : x 2 6= 1
cond. univ.
= IR.
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p
4. i (x ) = x 6
p
Di = x 2 IR : x 6 2 IR =fx 2 IR : x 6 0g
=fx 2 IR : x 6g
= ] ∞, 6] .
8 p
> 3
< x se x < 0
5. j(x ) = p
> x
: se x 0
x 1
p
p
3
x
Dj = x 2 IR : x 2 IR e x < 0 [ x 2 IR : 2 IR e x 0
cond. univ. x 1
= fx 2 IR : x 2 IR e x < 0g [ fx 2 IR : x 0 e x 1 6= 0 e x 0g
=fx 2 IR : x < 0g [ fx 2 IR : x 0 e x 6= 1 e x 0g
=fx 2 IR : x < 0g [ [0, 1[ [ ]1, +∞[ = ] ∞, 0[ [ [0, 1[ [ ]1, +∞[
= IRnf1g .

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De…nições: Seja y = f (x ) , x 2 D, uma função.
1 O contradomínio da função f é o conjunto

Df0 = ff (x ) 2 IR : x 2 D g.
2 O grá…co da função f é o conjunto G = (x, f (x )) 2 I R2 : x 2 D .

Exemplo: Dadas as funções


f1 (x ) = x + 1 , x 2 [1, 4[ e f2 (x ) = x + 1 , x 2 I.R
as representações grá…cas e contradomínios de f1 e f2 são respectivamente:
y
y
5
5

2
2

1 4 x 1 4 x

D f0 =[2,5 [ D f0 =IR
1 2

De…nições:
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Observação: Na representação grá…ca de uma função, qualquer reta
vertical que a intersete, só a interseta uma única vez.

Exemplos:

A relação que está representada A relação que está representada


gra…camente acima é uma gra…camente acima não é uma
função. função.

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De…nição: Seja f uma função de domínio D e x0 2 D. Diz-se que x0 é
um zero de f se f (x0 ) = 0.
De…nição: Seja f uma função de domínio D e um intervalo I D.
f diz-se positiva em I , se f (x ) > 0 para qualquer x 2 I .
f diz-se negativa em I , se f (x ) < 0 para qualquer x 2 I .
Exemplo: A função que está representada gra…camente:

tem três zeros: x1 = 3, x2 = 0 e x3 = 3


é positiva em ] 3, 0[ [ ]3, +∞[
é negativa em ] ∞, 3[ [ ]0, 3[
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De…nição: Uma função polinomial é uma função do tipo
f ( x ) = an x n + an n 1
+ ... + a2 x 2 + a1 x + a0 , x 2 IR,
1x
onde an , an 1 , ..., a2 , a1 , a0 2 IR e n 2 IN0 .

Casos particulares de funções polinomiais:

Função constante (n = 0): f (x ) = a0 , x 2 IR.


Representação grá…ca: reta horizontal.

Função linear (n = 1; a1 6= 0): f (x ) = a1 x + a0 , x 2 IR.


Em particular f (x ) = x, x 2 IR designa-se por função identidade.
Representação grá…ca: reta não horizontal e não vertical.

Função quadrática (n = 2; a2 6= 0): f (x ) = a2 x 2 + a1 x + a0 , x 2 IR.


Representação grá…ca: parábola.

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Recorde...
A equação (reduzida) da reta que passa nos pontos P1 (x1 , y1 ) e
P2 (x2 , y2 ) é
y = mx + b ,
y2 y1
onde m = é o declive da reta e b é a ordenada na origem (ou
x2 x1
seja, é a ordenda do ponto da recta que tem abcissa nula).

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Exercício : Determine a equação reduzida da reta que passa nos pontos
( 1, 6) e (2, 3).

Resolução:
6 3 3
A reta de…nida tem declive m = = = 1.
1 2 3
A equação reduzida dessa reta é

y = mx + b = x + b,

sendo b a ordenada na origem.


Qualquer ponto da reta satisfaz então a relação y = x + b.
Em particular, o ponto ( 1, 6) veri…ca

6= ( 1) + b , b = 5.

Assim, a equação pretendida da reta é y = x + 5.


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Recorde...
A equação da parábola é
y = ax 2 + bx + c ,
onde a, b e c são número reais e a 6= 0.
Como já foi referido, esta é também a relação que de…ne uma função
quadrática: y = f (x ), onde f (x ) = ax 2 + bx + c (com a 6= 0).
Na representação da parábola:
b b
Vértice: 2a , f 2a ;
Concavidade: – voltada para cima, se a > 0;
– voltada para baixo, se a < 0.

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Recorde...
Resolução de uma equação quadrática (ou do 2.o grau):
ax 2 + bx + c = 0 (a 6= 0)
Qualquer equação quadrática se resolve usando a fórmula resolvente:
p
2 b b 2 4ac
ax + bx + c = 0 , x = ,
2a
podendo ter zero, uma ou duas soluções reais distintas:
– se b 2 4ac > 0, a equação tem duas soluções;
– se b 2 4ac = 0, a equação tem uma solução;
– se b 2 4ac < 0, a equação é impossível em IR.
Resolução de uma inequação quadrática (ou do 2.o grau):
ax 2 + bx + c < 0 (a 6= 0)
>, ,

A resolução deste tipo de inequações usa o facto da representação


grá…ca de uma função quadrática ser uma parábola, seguindo-se os
passos indicados no próximo slide.
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1o passo: Resolver a equação ax 2 + bx + c = 0 (ou seja, deter-
minar o número de interseções da parábola com o eixo das abcissas).
2o passo: Identi…car o sentido da concavidade da parábola.
3o passo: Atendendo ao 1.o e 2.o passos, identi…car, de entre as 6
possibilidades seguintes, o caso correspondente à inequação a resolver:

4o passo: Analisar do sinal de ax 2 + bx + c, de acordo com a


desigualdade da inequação, indicando o conjunto-solução.

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Exercício: Resolva as inequações:
1. x 2 + 2x + 1 > 0
Resolução:
Comecemos por resolver a equação x 2 + 2x + 1 = 0.

Como, p
22 4 1 1 2 2 0
x2 + 2x + 1 = 0 , x = ,x = , x = 1,
2 1 2
conclui-se que a parábola de equação y = x 2 + 2x + 1 intersecta o eixo
das abcissas apenas num ponto. Atendendo ainda a que a parábola tem a
concavidade voltada para cima, estamos perante a seguinte situação:

+
+ +

-1 x

Assim, o conjunto-solução de x 2 + 2x + 1 > 0 é S = IRn f 1g .


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x2 x +2
2. 0
4x
Resolução:
Pretendemos conhecer os valores de x que tornam positiva a função
2
y = x 4xx +2 dada no 1o membro. Comecemos por estudar o sinal da
função analisando separadamente o sinal do numerador e do denominador.
Sinal do numerador:
p
( 1) ( 1 )2 4 ( 1 ) 2
Como x2 x + 2 = 0 , x = 2 ( 1)
, x= 2 ou
x = 1, conclui-se que a parábola de equação y = x 2 x + 2 intersecta
o eixo das abcissas em dois pontos. Atendendo ainda a que a parábola tem
a concavidade voltada para baixo, estamos perante a seguinte situação:
-2 + 1
- - x

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Sinal do denominador:
A reta de equação y = 4x é positiva para valores de x > 0 e negativa para
valores de x < 0.

Juntamos agora toda a informação recolhida num quadro de sinal que nos
conduzirá ao conjunto-solução pretendido.

x ∞ 2 0 1 +∞
Sinal de x +2 x2 0 + + + 0
Sinal de 4x 0 + + +
2
Sinal de x 4xx +2 + 0 n.d. + 0
" " " "

x2 x +2
Assim, o conjunto-solução de 0 é
4x
S = [ 2, 0[ [ [1, +∞[ .

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Observemos o seguinte grá…co:

No intervalo temporal considerado observamos períodos em que a taxa de


juro cresce e outros em que decresce (intervalos de monotonia).
É ainda possível identi…car valores máximos e mínimos praticados pela
taxa (extremos). Em particular neste período, 4,66% é o maior valor que
a taxa de juro assume (máximo absoluto) enquanto que 1,26% é a menor
taxa de juro praticada (mínimo absoluto). Os valores 3,23% e 2,93% são
também mínimos da taxa, mas apenas quando observados localmente, isto
é, num espaço temporal em torno desse acontecimento (mínimo local).
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De…nições: Monotonia
Seja y = f (x ) uma função de domínio D e um intervalo I D. Esta
função diz-se:
crescente em I se para quaisquer dois pontos x1 e x2 de I tais que
x1 é maior do que x2 , as respectivas imagens veri…cam f (x1 ) maior
do que f (x2 )(f é crescente em sentido lato em I se f (x1 ) é maior ou
igual do que f (x2 )).

decrescente em I se para quaisquer dois pontos x1 e x2 de I tais que


x1 é maior do que x2 , as respectivas imagens veri…cam f (x1 ) menor
do que f (x2 )(f é decrescente em sentido lato em I se f (x1 ) é menor
ou igual do que f (x2 )).

A função f diz-se monótona em I se for sempre crescente ou se for sempre


decrescente nesse intervalo.

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De…nições: Extremos absolutos e locais
Seja y = f (x ) uma função de domínio D e x0 um ponto de D.
f (x0 ) é máximo absoluto de f se f (x0 ) é maior ou igual do que as
imagens dos restantes pontos do domínio.
Nesse caso, x0 é maximizante absoluto.
f (x0 ) é mínimo absoluto de f se f (x0 ) é menor ou igual do que as
imagens dos restantes pontos do domínio.
Nesse caso, x0 é minimizante absoluto.
f (x0 ) é máximo local ou relativo de f se f (x0 ) é maior ou igual do
que as imagens de pontos que se encontram na vizinhança de x0 .
Nesse caso x0 é maximizante local ou relativo.
f (x0 ) é mínimo local ou relativo de f se f (x0 ) é maior ou igual do
que as imagens de pontos que se encontram na vizinhança de x0 .
Nesse caso, x0 é minimizante local ou relativo.
Nota: Vizinhança de x0 é um intervalo aberto de D que contém o ponto xo .

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Observações:
1 Um extremo absoluto é sempre também um extremo relativo. No

entanto, um extremo relativo pode ou não ser um extremo absoluto.


2 Um máximo absoluto, quando existe, é único; analogamente, um
mínimo absoluto, quando existe, é único. Mas uma função pode ter
vários máximos relativos e vários mínimos relativos.
3 Um extremo de f pode ser atingido em vários pontos do seu domínio.
Por exemplo, f pode ter dois maximizantes absolutos, x1 e x2 , onde
atinge o mesmo máximo absoluto, f (x1 ) = f (x2 ).
Estudaremos mais à frente, um método para determinar os intervalos de
monotonia e os extremos de uma função. No entanto, podemos para já
concluir facilmente que:
a função linear não possui extremos e é monótona em IR.
a função quadrática atinge um extremo absoluto no seu vértice
(máximo ou mínimo dependendo do sentido da concavidade) e que o
seu domínio se divide num intervalo em que é monótona crescente e
outro em que é monótona decrescente.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 24 / 41
Exercício:
Numa empresa a relação entre os lucros trimestrais L(x ) e o investimento
x em publicidade é dada por
1 2
L (x ) = x + 7x + 30 , 0 x 60 ,
8
com x e L(x ) em milhares de euros.
(a) Diga se a empresa terá lucro, e qual, se não investir em propaganda.
(b) Diga quanto se deve investir em publicidade para que o lucro seja
máximo e indique o seu valor máximo.
(c) Diga, justi…cando, se algum outro valor investido em publicidade
origina o mesmo lucro que em (a).
(d) Esboce o grá…co da função L(x ), indicando no mesmo as respostas de
(a) e (b).

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De…nições: Dada uma f função de domínio D tal que se x 2 D então
x 2 D. Diz-se que f é:
1 par se f (x ) = f ( x ) , para todo x 2 D.
2 ímpar se f ( x ) = f (x ) , para todo x 2 D.
Exemplos:
1. 2.
y y
10 4
2

-4 -2 2 4 -4 -2 -2 2 4
x x
-10 -4

A função f (x ) = 2x 2 8 é par. A função f (x ) = x é ímpar.


Para todo x 2 IR veri…ca-se Para todo x 2 IR veri…ca-se
2
f ( x ) = 2( x ) 8 = f (x ) f ( x) = x= f (x )
Observação: A representação grá…ca de uma função par é simétrica
relativamente ao eixo das ordenadas e a de uma função ímpar é simétrica
relativamente à origem do referencial.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 26 / 41
De…nições: Dada uma função y = f (x ) , x 2 D, f diz-se:
1 injetiva se a quaisquer dois objetos diferentes correspondem imagens
diferentes;
2 sobrejetiva se o seu contradomínio é igual a IR;
3 bijetiva se é simultaneamente injetiva e sobrejetiva.
Exemplos:
1. 2.

Esta função é Esta função não é


bijetiva injetiva nem sobrejetiva,
logo não é bijetiva
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 27 / 41
Exemplos (cont.):

3. 4.

Esta função é injetiva Esta função é sobrejetiva


mas não é sobrejetiva, mas não é injetiva,
logo não é bijetiva logo não é bijetiva

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 28 / 41


De…nição: A função exponencial (de base a 2 IR+ n f1g) é de…nida por
y = ax , x 2 IR. A sua representação grá…ca é:

y 0<a<1
y a>1

1 - 1-
x x

0
D = IR e D = IR+
Zeros: não tem
Sinal: é sempre positiva
Extremos: não tem
Monotonia: monótona crescente se a > 1 e decrescente se 0 < a < 1
Não é par nem ímpar
É injetiva mas não é sobrejetiva, logo não é bijetiva
Nota: A função y = e x onde e denota o número de Neper, é um caso
particular da função exponencial.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 29 / 41
De…nição: A função logarítmica (de base a 2 IR+ n f1g) é de…nida por
y = loga (x ), x 2 IR+ , sendo y = loga (x ) , ay = x. A sua representação
grá…ca é:

y 0<a<1 y a>1
1 x
1 x
0
D = IR+ e D = IR
Zeros: tem um zero em x = 1
Sinal: é positiva para 0 < x < 1 e negativa para x > 1 (Se 0 < a < 1)
é negativa para 0 < x < 1 e positiva para x > 1 (Se a > 1)
Extremos: não tem
Monotonia: monótona crescente se a > 1 e decrescente se 0 < a < 1
Não é par nem ímpar
É injetiva e sobrejetiva, logo é bijetiva.
Nota: A função y = loge (x ) é um caso particular da função logarítimica e
denota-se por y = ln(x ).
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Propriedades da função exponencial
1 a0 = 1 e a1 = a
2 ax = ay , x = y (resulta da injetividade da função)
3 ax +y = ax ay (propriedade do produto)
ax
4 ax y = y (propriedade do quociente)
a
5 (ax )y = ax y (propriedade da potência)

Propriedades da função logarítmica


1 loga (1) = 0
2 loga (ax ) = x e em particular loga (a) = 1 (resulta da de…nição)
3 loga (x ) = loga (y ) , x = y (resulta da injetividade da função)
4 loga (x y ) = loga (x ) + loga (y ) (propriedade do produto)
x
5 loga ( ) = loga (x ) loga (y ) (propriedade do quociente)
y
6 loga (x y ) = y loga (x ) (propriedade da potência)
log (x )
7 loga (x ) = logb (a ) , com b 2 IR+ n f1g . (propriedade da mudança de base)
b

Assume-se que a 2 IR+ n f1g e que x, y pertencem aos domínios das expressões.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 31 / 41
Exercício: Resolva as equações:
1 x + 2 ln (x + 2) = x;

2 ln(4x ) + ln(x 2 ) = 2 ln(x );

3 xe x 1 x = 0.
Resolução:
1 x + 2 ln (x + 2) = x
, 2 ln (x + 2) = 0 , ln (x + 2) = 0 , x + 2 = 1 , x = 1
S = f 1g .
2 ln(4x ) + ln(x 2 ) = 2 ln(x )
, ln(4x 3 ) = ln(x 2 ) , 4x 3 = x 2 , 4x 3 x2 = 0
1
, x 2 (4x 1) = 0 , x2 = 0 ou 4x 1=0)x =
cond. impossível 4
1
S= .
4
3 xe x 1 x = 0
, x (e x 1 1) = 0 , x = 0 ou e x 1 1 = 0 , x = 0 ou e x 1 = 1
, x = 0 ou e x 1 = e 0 , x = 0 ou x 1 = 0 , x = 0 ou x = 1
S = f0, 1g .
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 32 / 41
De…nição: Seja y = f (x ) , x 2 Df , uma função injetiva. Chama-se
função inversa de f , e representa-se por f 1 , à função:
(i) de domínio igual ao contradomínio de f , isto é, Df 1 = Df0 ;
(ii) de contradomínio igual ao domínio de f , isto é, Df0 1 = Df ;
(iii) e de…nida por y = f (x ) , x = f 1
(y ).
Observação: Dada a representação grá…ca de uma função injetiva, a
representação grá…ca da sua função inversa é simétrica em relação à reta
de equação y = x.
Exemplo: A função y = loga (x ) e a função y = ax são funções inversas.

ax y=x
y

log(x)
a
x

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 33 / 41


Exercício: Caraterize função inversa de f (x ) = 2x + 3.

Resolução:
A função f 1 tem domínio Df 1 = Df0 = IR.
y 3
Por outro lado, y = f (x ) , y = 2x + 3 , y 3 = 2x , = x.
2
x 3
Assim f 1(x ) = , x 2 IR.
2
De…nição: Sejam f e g duas funções. A função composta f após g ,
f g , é a função de domínio Df g = fx 2 IR : x 2 Dg e g (x ) 2 Df g e
expressão analítica (f g ) (x ) = f (g (x )).

Observação: Se f 1 é a inversa da função f , então temos,


f f 1 (x ) = x, para todo x 2 Df f 1 e f 1 f (x ) = x, para todo
x 2 Df 1 f .

Em particular, para as funções exponencial e logarítmica, que como vimos


anteriormente são inversas, veri…ca-se
alog a (x ) = x, x 2 IR+ e loga (ax ) = x, x 2 IR.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 34 / 41
p
Exercício: Caraterize a função composta f g , com f (x ) = x e
1
g (x ) = .
x
Resolução:
A função f g tem domínio
Df g = fx 2 IR : x 2 Dg e g (x ) 2 Df g
1
= x 2 IR : x 2 IRn f0g e 2 IR0+
x
1
= x 2 IR : x 6= 0 e 0
x
= fx 2 IR : x 6= 0 e x > 0g
= fx 2 IR : x 6= 0 e x > 0g
= ]0, +∞[
e expressão analítica r
1 1
(f g ) (x ) = f (g (x )) = f ( ) = .
r x x
1
Assim, (f g ) (x ) = , x 2 ]0, +∞[ .
x
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 35 / 41
De…nição: A função seno é de…nida por y = sen (x ), x 2 IR.
No círculo trigonométrico, o seno de um ângulo x corresponde à ordenada
do ponto M, que é o ponto de intersecção do lado extremidade do ângulo
com o arco que limita o círculo trigonométrico.

A sua representação grá…ca no intervalo [0, 2π ] é:

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 36 / 41


O comportamento da função seno no intervalo [0, 2π ] repete-se,
estendendo-se ao restante domínio (função periódica de período 2π ).
Assim, a representação grá…ca de y = sen (x ), x 2 IR, é:

0
D = IR e D = [ 1, 1]
Zeros: x 2 f..., 2π, π, 0, π, 2π, ...g isto é x 2 fkπ : k 2 Zg
Sinal: é positiva para x 2 ]2kπ, π + 2kπ [ , k 2 Z
é negativa para x 2 ]π + 2kπ, 2π + 2kπ [ , k 2 Z
π
Extremos: mínimo absoluto igual a -1 em x 2 2 + 2kπ : k 2 Z
π
máximo absoluto igual a 1 em x 2 2 + 2kπ : k 2 Z
π π
Monotonia: crescente para x 2 2 + 2kπ, 2 + 2kπ , k 2 Z
decrescente para x 2 π2 + 2kπ, 3π 2 + 2kπ , k 2 Z
É ímpar
Não é injetiva e não é sobrejetiva, logo não é bijetiva.
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De…nição: A função cosseno é de…nida por y = cos(x ), x 2 IR.
No círculo trigonométrico, o cosseno de um ângulo x corresponde à
abcissa do ponto M, que é o ponto de intersecção do lado extremidade do
ângulo com o arco que limita o círculo trigonométrico.

A sua representação grá…ca no intervalo [0, 2π ] é:

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 38 / 41


O comportamento da função cosseno no intervalo [0, 2π ] repete-se,
estendendo-se ao restante domínio (função periódica de período 2π ).
Assim, a representação grá…ca de y = cos(x ), x 2 IR, é:

0
D = IR e D = [ 1, 1]
Zeros: x 2 ..., 3π 2 ,
π π 3π π
2 , 2 , 2 , ... isto é x 2 2 + kπ : k 2 Z
π π
Sinal: é positiva para x 2 2 + kπ, 2 + kπ , k 2 Z
é negativa para x 2 2 + kπ, 3π
π
2 + kπ , k 2 Z
Extremos: mínimo absoluto igual a -1 em x 2 f π + 2kπ : k 2 Zg
máximo absoluto igual a 1 em x 2 f2kπ : k 2 Zg
Monotonia: crescente para x 2 [π + 2kπ, 2π + 2kπ ], k 2 Z
decrescente para x 2 ]2kπ, π + 2kπ [, k 2 Z
É par
Não é injetiva e não é sobrejetiva, logo não é bijetiva.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 39 / 41
Considerando o quociente das funções seno e cosseno, tem-se:
sen(x )
De…nição: A função tangente é de…nida por y = tg (x ) = cos (x )
,
π
x 2 IRn 2 + kπ : k 2 Z . A sua representação grá…ca é:

0
D = IRn π2 + kπ : k 2 Z e D = IR
Zeros: x 2 f..., 2π, π, 0, π, 2π, ...g isto é x 2 fkπ : k 2 Zg
Sinal: é positiva para x 2 kπ, π2 + kπ , k 2 Z
é negativa para x 2 π2 + kπ, π + kπ , k 2 Z
Extremos: não tem
π π
Monotonia: crescente para x 2 2 + kπ, 2 + kπ , k 2 Z
É ímpar
Não é injetiva e é sobrejetiva, logo não é bijetiva.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 40 / 41
cos (x )
Observação: A função cotangente é de…nida por y = cotg(x ) = sen(x )
,
x 2 IRn fkπ : k 2 Zg.
A tabela seguinte apresenta os valores de cada uma das funções anteriores
nos principais ângulos do 1o quadrante do círculo trigonométrico.

π π π π
x 0 6 p4 p3 2
1 2 3
sen (x ) 0 p2 p2 2 1
3 2 1
cos (x ) 1 p2 2 0
3
p2
tg (x ) 0 1 3 n.d.
p3 p
3
cotg (x ) n.d. 3 1 3 0
Para além destas funções trigométricas, destacamos ainda duas outras de
que falaremos mais tarde:
1
a função secante, de…nida por y = sec(x ) = cos (x )
,
x 2 IRn π2 + kπ : k 2 Z ;
1
a função cosecante, de…nida por y = cosec(x ) = sen(x )
,
x 2 IRn fkπ : k 2 Zg .
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2. Limites e continuidade
De…nição: Seja a 2 IR. A vizinhança de a de raio δ > 0, que se denota
por Vδ(a), é o intervalo ]a δ, a + δ[ .
Exemplo: V1(2) = ]2 1, 2 + 1[ = ]1, 3[ é a vizinhança de 2 de raio 1.
De…nição: Diz-se que a é ponto de acumulação de um conjunto D IR
se, em qualquer vizinhança de a, existe pelo menos um elemento de D
diferente de a.
Exemplo: Seja D = [2, 6[ .

x
0 1 2 3 5 6 7

2 é ponto de acumulação de D
6 é ponto de acumulação de D
0 não é ponto de acumulação de D
Observação: Um ponto de acumulação de D pode ou não pertencer a D.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 1 / 27
De…nição de limite
De…nição: Sejam f uma função de domínio D e a um ponto de
acumulação de D. Diz-se que L 2 IR é o limite de f (x ) quando x tende
para a, se dada uma vizinhança de raio ε > 0 arbitrário, de L, conseguimos
sempre encontrar uma vizinhança de raio δ > 0 de a, tais que
f (x ) 2 Vε (L) sempre que x 2 Vδ (a).
y
y = f(x)
L+ε
Vε (L) L
L− ε

0 a-δ a a+δ x
Vδ (a)

Simbolicamente:
lim f (x ) = L se 8ε > 0 9δ > 0 : x 2 D \ Vδ (a) nfag ) f (x ) 2 Vε(L).
x !a
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 2 / 27
Exemplos:

lim f (x ) = 2 lim g(x ) não existe.


x !3 x !2

Teorema (da unicidade do limite): Sejam f uma função de domínio D


e a um ponto de acumulação de D. Se existe L tal que lim f (x ) = L,
x !a
então L é único.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 3 / 27


Observação: A a…rmação lim f (x ) = L nada diz sobre o valor de f (a), ela
x !a
descreve apenas o comportamento dos valores de f (x ) para valores de x
próximos e diferentes de a, sendo, inclusivamente, irrelevante saber se a
pertence ou não ao domínio de f . Por exemplo:

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 4 / 27


Observação: Por de…nição, é fácil veri…car que:
dada uma função constante f (x ) = c, x 2 IR, então

lim f (x ) = lim c = c ;
x !a x !a

dada a função identidade f (x ) = x, x 2 IR, então

lim f (x ) = lim x = a .
x !a x !a

Exemplos:
1 Seja g(x ) = 3, x 2 IR. Então lim g (x ) = lim 3 =3.
x! 1 x! 1

2 Seja h(x ) = x, x 2 IR. Então lim h (x ) = lim x = 1.


x! 1 x! 1

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 5 / 27


Limites laterais

Teorema: lim f (x ) = L se e somente se lim+ f (x ) = lim f (x ) = L .


x !a x !a x !a

Exemplo:
3
lim f (x ) =
x !1 2
lim f (x ) = 3
x !1 +

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 6 / 27


Observação:
Se a função f está apenas de…nida à direita de a, então lim f (x ) = lim f (x ).
x !a x !a +
Se a função f está apenas de…nida à esquerda de a, então lim f (x ) = lim f (x ).
x !a x !a

Exemplos:

3
lim f (x ) = lim + f (x ) = lim g(x ) = lim g (x ) = 4
x! 2 x! 2 2 x !5 x !5

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 7 / 27


Regras operatórias dos limites

Se lim f (x ) e lim g (x ) existem, então:


x !a x !a

lim [f (x ) g (x )] = lim f (x ) lim g (x );


x !a x !a x !a

lim [cf (x )] = c lim f (x ), para c 2 IR;


x !a x !a

lim [f (x ) g (x )] = lim f (x ) lim g (x );


x !a x !a x !a

f (x ) lim f (x )
Se lim g (x ) 6= 0, lim = x !a ;
x !a x !a g (x ) lim g (x )
x !a
n
lim (f (x ))n = lim f (x ) , para n 2 IN;
x !a x !a

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 8 / 27


Regras operatórias dos limites (continuação)
p q
n
lim f (x ) = n lim f (x ), para n 2 IN e lim f (x ) 0 no caso de n par;
x !a x !a x !a

lim logc f (x ) = logc lim f (x ) , para c 2 IR+ n f1g e lim f (x ) > 0;


x !a x !a x !a

lim f (x )
lim c f (x ) = c x !a , para c 2 IR+ n f1g ;
x !a

lim sen (f (x )) = sen lim f (x ) ;


x !a x !a

lim cos (f (x )) = cos lim f (x ) .


x !a x !a

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 9 / 27


Exercício: Considere as seguintes funções de…nidas por:
( (
3x 2 , x < 1 0 ,x= 3 p
f (x ) = , g( x ) = e h(x ) = x .
x2 , x 1 e x , x 6= 3

Determine:

1. lim f (x ) = lim (3x 2) = 8


x! 2 x! 2
2. lim f (x ) = 1,
x !1
pois lim f (x ) = lim (3x 2) = 1 = lim+ f (x ) = lim+ x 2
x !1 x !1 x !1 x !1

3. lim f (x ) = lim x 2 = 52 = 25
x !5 x !5
1
4. lim g(x ) = lim e x = e 3 =
x! 3 x! 3 e3
5. lim g(x ) = lim e x = e 1 = e
x !1 x !1
p p
6. lim h(x ) = lim x = 0 = 0
x !0 x !0
p p
7. lim h(x ) = lim x = 4 = 2
x !4 x !4
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 10 / 27
Limites in…nitos e no in…nito

Exemplos:
1. 1
lim = +∞
x !0 + x
1
lim = ∞
x !0 x
1
lim não existe
x !0 x
1
lim =0
x !+∞ x
1
lim =0
x! ∞ x

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 11 / 27


2.

x
1
lim = +∞ lim log 1 (x ) = +∞
x! ∞ 2 x !0 + 2

x
1 lim log 1 (x ) = ∞
lim =0 x !+∞ 2
x !+∞ 2

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 12 / 27


3.
y
y=e
x

1-
x

lim e x = 0 lim ln (x ) = ∞
x! ∞ x !0 +

lim e x = +∞ lim ln (x ) = +∞
x !+∞ x !+∞

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 13 / 27


4.

lim cos (x ) não existe lim sen (x ) não existe


x !+∞ x !+∞

lim cos (x ) não existe lim sen (x ) não existe


x! ∞ x! ∞

lim cos (x ) = 1 lim sen (x ) = 0


x !0 x !0

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 14 / 27


Exercício: Determine:
1 1 1
1 lim = = =0
x! ∞ x 2
( ∞) 2 +∞
3 3 3
2 lim = 2
= + = ∞
x !0 x 2 (0) 0
1 lim 1 1
3 lim e x = e x! ∞ x =e ∞ = e0 = 1
x! ∞
1 1
4 lim = =∞
x !0 x 0
5 lim x + 3x = lim x 2 + lim 3x = + ∞ + ∞ = + ∞
2
x !+∞ x !+∞ x !+∞
p p p
6 lim x + 1 = +∞ + 1 = +∞ = + ∞
x !+∞
x3 ( ∞ )3 ( ∞)
7 lim = 3 = 3 = +∞
x! ∞ 3

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 15 / 27


Teorema (do in…nitésimo): Se lim f (x ) = 0 e g é uma função limitada
x !a
numa V (a)nfag, então

lim [f (x ) g (x )] = 0 .
x !a

Observação: Este teorema é também válido, com as devidas adaptações,


quando x ! +∞ ou x ! ∞.

Exemplo:
sen(x ) 1
lim = lim sen(x ) = 0,
x !+∞ x x !+∞ x

1
pois lim =0 e 1 sen(x ) 1, 8x 2 IR.
x !+∞ x

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 16 / 27


Indeterminações
Símbolos de indeterminação:
0 ∞
, ,0 ∞,∞ ∞ , 00 , ∞0 , 1∞
0 ∞

Exercício: Determine:
x 2 + 3x ( 00 ) x (x + 3) (x + 3) 3
1. lim = lim = lim = 1 = 3
x !0 2x 3 x x !0 x (2x 2 1) x 6=0 x !0 (2x 2 1)
x 2 + 3x ( 00 ) x (x + 3) x +3 3
2. lim 3
= lim 3
= lim 2
= 0+ = + ∞
x !0 2x x ! 0 2x x 6 =0 x ! 0 2x
x2 4 ( 00 ) (x 2) (x + 2)
3. lim = lim = lim (x + 2) = 4
x !2 x 2 x ! 2 x 2 x 6 =2 x !2

4. lim x3 3x (∞ ∞) = lim x x2 3 = + ∞ (+∞) =


x !+∞ x !+∞
+∞
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 17 / 27
∞ x2 + x
x2 + x (∞) x x +1 + ∞ +1
5. lim = lim x 2 = x !+
lim = 2 =
x !+∞ x 2 x !+∞ ∞ 2
1 1
x x +∞
+∞
= 1 0 = +∞
x2 + x 1 1
x2 + x ( ∞∞ ) 1+ 1+
6. lim = lim x 2
= lim x = +∞ =
x !+∞ x 2 2 x !+∞ x2 2 x !+∞ 2 2
1 1
x 2 x 2 +∞
1 +0
= 1 +0 =1
x
1 (∞ 0 ) x ∞
( ) = lim x2
7. lim x = lim ∞ =
x !+∞ x2 2 x !+∞ x2 2 x !+∞ x2 2
x2
1 1
= lim x = + ∞ = 0
= 0.
x !+∞ 2 2 1 0
1 1
x 2 + ∞
(Uma das técnicas mais importantes para o levantamento de indeterminações é a regra de
L´ Hôpital, que será dada como uma aplicação das derivadas.)
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 18 / 27
Não nos iremos ocupar por agora do levantamento de indeterminações dos
tipos 00 , ∞0 , 1∞ , no entanto atendam-se aos limites de referência
seguintes, cujo cálculo implica o levantamento de uma indeterminação do
tipo 1∞ :
1 x
lim 1+ x =e
x !+∞

k x
lim 1+ x = e k , 8k 2 IR
x !+∞
un
k
lim 1+ = e k , 8k 2 IR, onde (un )n 2IN é uma sucessão de
un
n !+∞
números reais tal que lim un = +∞.
n !+∞
k x
Encontramos uma aplicação do limite de referência lim 1+ x em
x !+∞
problemas de juros continuamente compostos, que em seguida se descreve.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 19 / 27


Juros continuamente compostos

Um depósito de D unidades de moeda, com uma taxa de juro de


j% = r ( i.e., r = j 10 2 ) ao ano, composta m vezes ao ano, gera ao
…m de t anos um montante acumulado dado por:
r mt
Am (t ) = D (1 + ) .
m
Se os juros forem continuamente compostos (ou seja, se o número m de
períodos de conversão ao ano for in…nitamente grande) então o montante
acumulado é dado por:
t
r mt r m
lim Am (t ) = lim D (1 + ) =D lim (1 + ) = De rt .
m !+∞ m !+∞ m m !+∞ m

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 20 / 27


Exercício: Suponha que é feito um depósito de 1000000 de euros numa
instituição bancária com uma taxa de juro de 7% ao ano. Não sendo feito
nenhum depósito adicional, nem qualquer levantamento, determine o
montante acumulado ao …m de 3 anos sendo o juro continuamente
composto.

Resolução:
Atendendo às condições do problema e à fórmula dada anteriormente, o
montante acumulado ao …m de 3 anos é dado por

7 10 2
Am (3) = 106 (1 + )m 3
,
m
com uma taxa de juro de 7% composta m vezes ao ano.
Supondo agora que o juro é continuamente composto, então o montante
acumulado ao …m de 3 anos é:

lim Am (3) = 106 e 0.07 3


= 1233700e.
m !+∞

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 21 / 27


De…nição de continuidade
De…nição: Seja y = f (x ) , x 2 D, uma função e a 2 IR. Diz-se que
f é contínua no ponto a se:
(i) a 2 D, isto é, existe f (a);
(ii) lim f (x ) 2 IR;
x !a

(iii) lim f (x ) = f (a).


x !a

Se alguma das condições (i), (ii) ou (iii) não se veri…ca, diz-se que
f é descontínua no ponto a.

De…nições: Seja y = f (x ) , x 2 D, uma função.


1 Diz-se que f é contínua no conjunto X , com X D, se f é contínua
em todos os pontos de X .
2 Chama-se domínio de continuidade de f ao conjunto de todos os
pontos x de D para os quais a função f é contínua.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 22 / 27
Exemplos:

A função f é contínua no ponto 3, pois 3 2 Df e lim f (x ) = 5 = f (3).


x !3

A função g não é contínua no ponto 3, pois 3 2


/ Dg .
A função h não é contínua no ponto 3, pois lim h(x ) = 5 6= h(3) = 8.
x !3

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 23 / 27


Propriedades das funções contínuas
1 Sejam f e g funções contínuas no ponto a e k uma constante. Então
as funções k f , f + g , f g e f g são contínuas no ponto a.
2 Sejam f e g funções contínuas num ponto a tais que g(a) 6= 0. Então
f
g é contínua no ponto a.
3 Seja f uma função contínua no ponto a e n 2 IN. Então f n é
contínua no ponto a.
p
4 Seja f uma função contínua no ponto a e n 2 IN. Então n f é
contínua no ponto a (no caso de n par então f (a) > 0).
5 As funções polinomiais são contínuas em IR.
6 As funções exponencial, logarítmica, seno, cosseno e tangente são
contínuas no seu domínio.
7 Sejam f e g funções tais que f é contínua no ponto a e g é contínua
no ponto f (a). Então g f é contínua no ponto a, veri…cando-se
lim (g f ) (x ) = (g f ) (a).
x !a
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 24 / 27
( 2
e x , x 6= 0
Exercício: Considere a função de…nida por m(x ) = .
3x 2,x =0
Determine o domínio de continuidade desta função.
Resolução:
Ora, o n
domínio de m é o
2
Dm = x 2 IR : e x 2 IR e x 6= 0 [ fx 2 IR : 3x 2 2 IR e x = 0g
= fx 2 IR : x 2 IR e x 6= 0g [ fx 2 IR : x 2 IR e x = 0g
= fx 2 IR : x 6= 0g [ fx 2 IR : x = 0g = IR.
2
A função m no conjunto IRnf0g é de…nida por h(x ) = e x que é a
composição de duas funções contínuas: h = g f , com f (x ) = x 2 ,
x 2 IRnf0g e g (x ) = e x , x 2 IR. Atendendo às propriedades das funções
contínuas concluimos que m é uma função contínua em IRnf0g.
No entanto m é uma função descontínua no ponto x = 0, uma vez que
2
lim m (x ) = lim e x = e 0 = 1, cujo valor é diferente de m (0) = 2.
x !0 x !0

Desta forma, o domínio de continuidade de m é IRnf0g.


Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 25 / 27
Teorema do valor intermédio: Seja f (x ) uma função contínua no
intervalo fechado [a, d ], com f (a) 6= f (d ) e k um qualquer número real
tal que
f (a ) < k < f (d ).
Então, existe pelo menos um número real c 2]a, d [ tal que f (c ) = k.

Os resultados enunciados em seguida, são consequência do Teorema do


valor intermédio.
Corolários:
1 Se f (x ) é uma função contínua no intervalo fechado [a, d ] , com f (a)
e f (d ) de sinais opostos (isto é f (a) f (d ) < 0), então, existe pelo
menos um número real c 2]a, d [ tal que f (c ) = 0.
2 Se f (x ) é uma função contínua no intervalo fechado [a, d ] e não se
anula em qualquer ponto do intervalo, então f (x ) tem sempre o
mesmo sinal em todo o intervalo.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 26 / 27


Exercício: Considere a função real de variável real de…nida por
x
f (x ) = 2 x + 1.

Mostre que f (x ) tem pelo menos uma raiz r no intervalo [1, 2].

Resolução:
Atendendo às propriedades das funções contínuas, é possível concluir que
f (x ) é uma função contínua em IR, logo também contínua em [1, 2].
Por outro lado, como
1 3 3
f (1) f (2) = = < 0,
2 4 8

pelo Corolário do Teorema do valor intermédio conclui-se que f (x ) tem


pelo menos uma raiz r no intervalo [1, 2].

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 27 / 27


3. Derivação de funções
3.1 De…nição e interpretação geométrica

De…nição: Sejam y = f (x ) uma função e a 2 D tais que f está de…nida


numa vizinhança de a.

s
f(x)
f
f(a) Declive da reta s secante à curva nos
pontos (x , f (x )) e (a, f (a )):
f (x ) f (a )
ms =
x a
a x

f (x ) f (a )
Chama-se variação média de f no intervalo [a, x ] à razão x a .

Geometricamente corresponde ao declive ms da reta s secante à


representação grá…ca de f nos pontos (x, f (x )) e (a, f (a)) .
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 1 / 29
De…nição: Sejam y = f (x ) uma função e a 2 D tais que f está de…nida
numa vizinhança de a.
t
s
f(x)
... f
f(a) Declive da reta t tangente à curva no
ponto (a, f (a )):
f (x ) f (a )
m t = lim
a x x x x
x !a x a

f (x ) f (a )
Chama-se variação instantânea de f em a ao lim x a (quando existe
x !a
em IR). Nesse caso a função f diz-se diferenciável em a e

f (x ) f (a )
f 0 (a) = lim
x !a x a
é a derivada de f em a.
Geometricamente f 0(a) corresponde ao declive mt da reta t tangente à
representação grá…ca de f no ponto (a, f (a)) .
df
Nota: Em alternativa pode-se notar f 0 (a) como dx (a ) .
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 2 / 29
Observações:
1 Uma função diz-se diferenciável num conjunto X D se for
diferenciável em todos os pontos de X .
2 Por vezes é útil considerar h = x a e nesse caso a de…nição de
derivada pode ser escrita como:

f (x ) f (a ) f (a + h ) f (a )
f 0 (a) = lim = lim .
x !a x a " h !0 h
x a =h

3 Para a determinação de f 0(a), pode ser necessário recorrer aos limites


laterais. Nesse caso, calcula-se a derivada lateral de f à direita de a,
se x ! a+ (que se denota por f 0(a+ )), e/ou a derivada lateral de f à
esquerda de a, se x ! a (que se denota por f 0(a )).
A função f é diferenciável no ponto a se e só se existem e são iguais
as derivadas laterais nesse ponto, ou seja, se e só se f 0(a+ ) = f 0(a ) .

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 3 / 29


3.2 Diferenciais
A equação reduzida da reta t tangente ao grá…co de f no ponto (a, f (a))
com declive mt , é dada por:

y = mt x + b
, y = m t x + f ( a ) mt a
, y = f ( a ) + mt ( x a ) .
Atendendo a que mt = f 0 (a), vem y = f (a) + f 0(a) (x a) .
Numa vizinhança de a, a reta t é uma boa aproximação da representação
grá…ca de f (que é a curva de equação y = f (x )). Por esse motivo pode
ser usada para calcular um valor aproximado de f (a + ∆x ), com a + ∆x
próximo de a (i.e. ∆x 2 IR pequeno), da seguinte forma:

f (a + ∆x ) ' f (a) + f 0(a) (a + ∆x a)


, f (a + ∆x ) ' f (a) + f 0(a) ∆x (1)
A ∆x chama-se acréscimo de x relativamente ao ponto a.
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A partir da fórmula (1) podemos ainda estimar a variação em y = f (x )
correspondente ao acréscimo ∆x ,

f (a + ∆x ) ' f (a) + f 0(a) ∆x (1)

, f (a + ∆x ) f (a) ' f 0(a) ∆x (2)


| {z }
∆y

A ∆y = f (a + ∆x ) f (a), chama-se acréscimo de y relativamente a ∆x .

De…nição: Sejam y = f (x ) uma função diferenciável e ∆x o acréscimo


de x relativamente a um ponto a 2 D.
O diferencial da variável independente x é dx = ∆x.
O diferencial da variável independente y no ponto a é df (a) = f 0 (a) ∆x.

Usando a noção de diferencial da variável independente y , podemos


escrever a fórmula (2) na forma

∆y ' df (a).

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Exercício: Determine um valor aproximado de (0.98)2 , usando a noção
de diferencial.
Resolução: Para determinar um valor aproximado de (0.98)2 vamos
considerar a função f (x ) = x 2 , x 2 IR,a = 1 e ∆x = 0.02.
Note-se que (0.98)2 = f (0.98) = f (a + ∆x ).
Usando a fórmula de aproximação (1),

(0.98)2 = f (a + ∆x ) ' f (a) + df (a)


' f (1) + df (1)
' f (1) + f 0 (1) ( 0.02)
' 1 + 2 ( 0.02)
' 1 0.04
' 0.96.
O valor aproximado pedido é 0.96.

(Nota: O valor exacto de (0.98)2 é 0.9604.)

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Teorema: Se a função y = f (x ), x 2 D, é diferenciável em a 2 D, então
f é contínua em a.
Observação: Do teorema anterior, conclui-se que se f é descontínua em
a 2 D, então f não é diferenciável em a.

Exercício: Considere as funções reais de variável real

x 2p+ 1 , x 0 x2 + 2 , x 1
f (x ) = e g(x ) = .
x , x >0 2x + 3 , x> 1

(a) Mostre que f 0(0) não existe e que g 0( 1) = 2.

(b) Escreva a equação da reta tangente à representação grá…ca de g no


ponto de abcissa 1.

(c) A função f é contínua em 0? E a função g é contínua em 1?

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 7 / 29


Resolução:
p p
f (x ) f (0 ) x (0 2 +1 ) x 1 0 1
(a) f 0(0+ ) = lim+ x 0 = lim+ x = lim+ x = 0+
x !0 x !0 x !0
1
= = ∞.
0+
f (x ) f (0 ) x 2 +1 (0 2 +1 ) x 2 +1 1
f 0(0 ) = lim x 0 = lim x = lim x = lim x = 0.
x !0 x !0 x !0 x !0

Como f 0(0+ ) 6= f 0(0 ) , conclui-se que não existe f 0(0) .

g(x ) g( 1 ) ( ( 1 )2 +2 )
g 0( 1+ ) = lim +
x ( 1)
= lim + 2x +3 x +1 = lim + 2xx++31 1
x! 1 x! 1 x! 1
( 00 )
= lim + 2x +2
x +1 = lim + 2 (xx++11 ) = 2.
x! 1 x! 1
g(x ) g( 1 ) x 2 +2 ( ( 1 )2 +2 ) x 2 +2 1
g 0( 1 )= lim x ( 1 ) = lim x +1 = lim x +1
x! 1 x! 1 x !1
0
x 2 +1 ( 0 ) (1 x )(1 +x )
= lim x +1 = lim x +1 = lim (1 x ) = 2.
x! 1 x! 1 x! 1

Como g 0( 1+ ) = 2 = g 0( 1 ) conclui-se que g 0( 1) = 2.


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(b) A reta tangente à representação grá…ca de g no ponto de abcissa 1,
tem equação:

y = g ( 1) + g 0 ( 1) (x ( 1))
, y = 1 + 2 (x + 1),

donde resulta a equação reduzida da reta y = 2x + 3.

(c) A função g é contínua em 1, uma vez que é derivável em 1.

Para saber se a função f é contínua em 0, temos de usar a de…nição:


(i) 0 2 Df
p
(ii) lim+ f (x ) = lim+ x = 0
x !0 x !0
lim f (x ) = lim x 2 + 1 = 1.
x !0 x !0

Como lim+ f (x ) 6= lim f (x ) concluimos que não existe lim f (x ) e


x !0 x !0 x !0
consequentemente f não é contínua em 0.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 9 / 29
De…nições: Seja y = f (x ) uma função de domínio Df .

1 A função derivada de f é a função

f0 : Df 0 ! IR
,
x 7 ! f 0 (x )

com Df 0 o conjunto de todos os pontos onde f é derivável.

2 A função segunda derivada (ou de ordem 2) de f é a função

f 00 : Df 00 ! IR
,
x 7! f 00 (x )

com Df 00 o conjunto de todos os pontos onde f 0 é derivável.

De forma equivalente, é possível de…nir a função derivada de ordem n de f .

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 10 / 29


Exemplo: Seja f (x ) = x 2 , x 2 IR.

Dado a 2 IR, calcule-se, por de…nição, f 0(a):


f (x ) f (a )
f 0(a) = lim
x !a x a
x2 a2
= lim
x !a x a
(x a ) (x + a )
= lim
x !a x a
= lim (x + a)
x !a
= 2a .
Logo a função derivada de f é f 0(x ) = 2x, x 2 IR.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 11 / 29


Observação: No exemplo anterior, dada a função f (x ) = x 2 , x 2 IR,
calculou-se, por de…nição, para qualquer x 2 IR,
0
f 0(x ) = 2x , x 2 = 2x .
Seguindo o mesmo procedimento para a função g(x ) = x n , x 2 IR,
obtém-se a seguinte regra de derivação
g 0(x ) = (x n )0 = n x n 1 .
Esta fórmula fornece a regra para calcular, por exemplo,
0
x6 = 6x 5 .
O uso das regras de derivação torna o cálculo das derivadas mais simples,
sendo, portanto, preferível à de…nição.
Salvo indicação em contrário, as regras de derivação só não podem ser
usadas para calcular a derivada num "ponto de mudança de ramo" de uma
função de…nida por ramos.

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3.3 Regras básicas de derivação

Em seguida apresentam-se algumas das regras de derivação (disponíveis no


formulário).
Sejam u e v funções reais de uma mesma variável real.
0 0
1)(c ) = 0 , c 2 IR 2)(u v ) = u 0 v 0
0 0
3)(cv ) = cv 0 , c 2 IR 4)(uv ) = u 0 v + v 0 u
u 0 u0v v 0u 0
5) v = 6)(u p ) = pu p 1 u0 , p 2 Qn f0g
v2
7)( e u 0 = e u u0
) 8)( au 0) = ln (a) , a 2 IR+
au u 0
0 u0 0 u0
9)(ln (u )) = 10)(loga (u )) = 1
log (a )
, a 2 IR+ n f1g
0
u 0
u
11)(sen (u )) = cos (u ) u 0 12)(cos (u )) = sen (u ) u 0
0 0
13)(tg (u )) = sec2 (u ) u 0 14)(cotg (u )) = cosec2 (u ) u 0
0 0
15)(sec (u )) = sec (u ) tg (u ) u 0 16)(cosec (u )) = cosec (u ) cotg (u ) u 0

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Exercício: Seja f (x ) = jx j , x 2 IR. Caraterize a função f 0 (x ).
x, se x 0
Resolução: A função f (x ) = jx j = .
x, se x < 0

Para x > 0, f 0 (x ) = (x )0 = 1.

Para x < 0, f 0 (x ) = ( x )0 = 1.
f (h ) f (0 )
Para x = 0, f 0 (0+ ) = lim+ h = lim+ hh = 1 e
h !0 h !0
f (h ) f (0 ) h
f 0 (0 ) = lim h = lim h = 1.
h !0 h !0

Como f 0 (0+ ) 6= f 0 (0 ), f não é diferenciável para x = 0, ou seja, não


existe f 0 (0).

1, se x > 0
Assim, f 0 (x ) = , x 2 IRn f0g .
1, se x < 0

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 14 / 29


Exercício: Calcule:
Nota: Quando está indicado um número debaixo do sinal de igual, esse é o
número da regra de derivação do formulário que é aplicada.
0 0
(a) 4x 2 5x 7 = 4 x2 5 (x ) 0 (7) 0 = 4 2x 5 1 0=
2;3
= 8x 5.
5 0 5 1 0 4
(b) x2 +x = 5 x2 + x x2 + x = 5 x2 + x (2x + 1) .
6
1 0 1 1 0 1 0
(c) 2
= 2
= x 2 =
2x 2 x 2 6
1 1
( 2) x 2 1 (x ) 0 = x 3 1 = 3 .
2 x
p 0 1 0 1 1
1 0
(d) 3x 2 2 = 3x 2 2 2 = 3x 2 2 2 3x 2 2 =
6 2
1 1 1 3x
= 3x 2 2 2 6x = 3x 1 =
p .
2 (3x 2 2) 2 3x 2 2

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0 0
(e) x (2x + 7)4 = (x )0 (2x + 7)4 + x (2x + 7)4 =
4
4 3
= (2x + 7) + x 4 (2x + 7) 2 = (2x + 7) + 8x (2x + 7)3 = 4

= (2x + 7)3 ((2x + 7) + 8x ) = (2x + 7)3 (10x + 7) .


0 0
x2 3 x2 3 (2x + 1) (2x + 1)0 x2 3
(f) = 2
=
2x + 1 5 (2x + 1)
2x (2x + 1) 2 x 2 3 4x 2 + 2x 2x 2 + 6 2x 2 + 2x + 6
= = = .
(2x + 1)2 (2x + 1)2 (2x + 1)2
(g) (e x )0 = e x (x )0 = e x .
7
(x ) 0 1
(h) (ln (x ))0 = = .
9 x x
0
(i) 2 x +1 =2 x + 1
( x + 1) 0 log (2) = 2 x +1 ( log (2)) =
8
= log (2) 2 x +1 .
0
0 x2 1 2x 2
(j) log3 x2 = = 2 = .
10 x 2 ln (3) x ln (3) ln (3) x

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 16 / 29


(l) (sen (x ))0 = cos (x ) (x )0 = cos (x ) .
11
0 0
(m) cos x 2 + x = sen x 2 + x x2 + x =
12
= (2x + 1) sen x2 +1 .
0 2 0 2 1 0
(n) tg2 x 3 = tg x 3 = 2 tg x 3 tg x 3 =
6 13
0
= 2tg x3 sec2 x3 x 3 = 2tg x3 sec2 x3 3x 2 =
= 6x 2 tg x 3 sec2 x 3 .
0 0
1 1 1
(o) cotg = cosec2 =
x 14 x x 5
0 0
1 (1) x (x ) 1 1 1
= cosec2 = 2 cosec2 .
x x2 x x
(p) (sec (3x ))0 = sec (3x ) tg (3x ) (3x )0 = 3 sec (3x ) tg (3x ) .
15
0 0
(q) x 2 cosec (x ) = x 2 cosec (x ) + x 2 (cosec (x ))0 =
4
= 2x cosec (x ) + x 2 cosec (x ) cotg (x ) (x )0 =
16
= 2x cosec (x ) x 2 cosec (x ) cotg (x ) .
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 17 / 29
0 0 0
(r) cos x 2 + e x + x 3 + 3 = cos x 2 + e x + x 3 + (3) 0 =
0
= x 2 + e x sen x 2 + e x + 3x 2 =
= (2x + e x ) sen x 2 + e x + 3x 2 .
0
(s) ln (x + 1) sen x 2 =
0
= (ln (x + 1))0 sen x 2 + ln (x + 1) sen x 2 =

(x + 1) 0
= sen x 2 + ln (x + 1) 2x cos x 2 =
x +1
sen x 2
= + 2x ln (x + 1) cos x 2 .
x +1
0 0 0
(t) e x 1 + x 6 = e x 1 + x 6 = (x 1)0 e x 1 + 6x 5 =
e x 1 + 6x 5 .
sen (x ) 0 (sen (x ))0 ln (x ) (ln (x ))0 sen (x )
(u) = =
ln (x ) (ln (x ))2
x cos (x ) ln (x ) sen(x )
cos (x ) ln (x ) x1 sen(x ) x x cos (x ) ln (x ) sen(x )
= ln 2 (x )
= 2
= x ln 2 (x )
.
ln (x )
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 18 / 29
Teorema (Regra da Cadeia): Sejam f e g duas funções tais que g é
diferenciável em a e f é diferenciável em g (a).
Então, a função composta f g é diferenciável em a e tem-se
(f g )0 (a) = f 0 (g (a)) g 0 (a) .
Se x 2 Dg e satisfaz as condições do teorema anterior, tem-se
(f g )0 (x ) = f 0 (g (x )) g 0 (x ) , 8x 2 D(f g )0 .

Exemplo: Considere a função h(x ) = ln2 (x ), x 2 IR+ . Usando a Regra


da Cadeia, calcule h0 (x ).
Resolução: Sejam f (x ) = x 2 e g (x ) = ln(x ).
Pretende-se calcular h0 (x ) = (f g )0 (x ) , para x 2 IR+ .
1
Atendendo a que f 0 (x ) = 2x tem domínio IR e g 0 (x ) = tem domínio
x
+ +
IR , então para qualquer x 2 IR , g é diferenciável em x e f é
diferenciável em g (x ). Assim, para x 2 IR+ ,
1 2 ln(x )
h 0 (x ) = (f g )0 (x ) = f 0 (g (x )) g 0 (x ) = 2 ln(x ) = .
x x
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 19 / 29
3.4 Regra de L’Hôpital

A regra que apresentamos em seguida é uma ferramenta muito útil no


0 ∞
levantamento de indeterminações do tipo ou .
0 ∞

Regra de L’Hôpital: Se f e g são diferenciáveis numa vizinhança de a,


f (x ) 0 ∞
exceto eventualmente em a, e se lim = ou , então:
x !a g(x ) 0 ∞
f 0(x ) f (x )
se lim 0 = L, então lim = L.
x !a g (x ) x !a g(x )

Observações:
1 A regra de L’Hôpital é igualmente aplicável quando x ! +∞ ou
x ! ∞.
2 No levantamento de uma indeterminação, a regra de L’Hôpital pode
ser aplicada mais do que uma vez.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 20 / 29
Exercício: Calcule os seguintes limites:

0
x2 x ( 00 ) x2 x 2x 1 1
1 lim = lim 0 = lim =
x !1 2x 2 x !1 (2x 2) x !1 2 2


e x ( ∞∞ ) (e x ) 0 ex ( ∞ ) (e x ) 0
2 lim = lim = lim = lim =
x !+∞ x 2 x !+∞ (x 2 )0 x !+∞ 2x x !+∞ (2x )0
ex
= lim = +2∞ = +∞
x !+∞ 2

x ( ∞∞ ) (x ) 0 1 1 1
3 lim = lim 0 = lim 1 = 1 = + = + ∞
x !+∞ ln(x ) x !+∞ (ln(x )) x !+∞ 0
x +∞

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3.5 Monotonia e extremos
Uma das aplicações da função derivada f 0 (x ) é na determinação de
extremos e estudo da monotonia de uma função f (x ).
De…nição: Diz-se que y = f (x ) , x 2 D, tem um ponto crítico (ou
estacionário) em a 2 D se f 0(a) = 0 ou se f 0(a) não existe.
Teorema: Seja y = f (x ) , x 2 D, uma função tal que D é um intervalo
aberto ou uma reunião de abertos. Se f tem um extremo local em a 2 D,
então a é um ponto crítico de f .
Do teorema anterior pode-se concluir que se a não é ponto crítico de f ,
então f (a) não é extremo local da função f .
Teorema: Seja f uma função diferenciável em ]a, b [.
1 Se f 0 é positiva em ]a, b [, então f é estritamente crescente em ]a, b [.
2 Se f 0 é negativa em ]a, b [, então f é estritamente
decrescente em ]a, b [.
3 Se f 0 é nula em ]a, b [, então f é constante em ]a, b [.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 22 / 29
Teorema (Teste da primeira derivada) : Seja a um ponto crítico de
uma função f contínua em a e diferenciável numa vizinhança de a, excepto
possivelmente nesse ponto.

1 Se f 0 é positiva à esquerda de a e negativa à direita de a, então f (a)


é máximo local de f .
2 Se f 0 é negativa à esquerda de a e f 0 é positiva à direita de a, então
f (a) é mínimo local de f .
3 Se f 0 é sempre positiva ou sempre negativa numa vizinhança de a,
excepto possivelmente nesse ponto, então f (a) não é extremo local
de f .

O resultado seguinte é uma consequência do Teorema do valor intermédio


e garante a existência de extremos em determinadas condições.
Teorema de Weierstrass: Se f é uma função contínua em [a, b ], então f
é limitada em [a, b ] e atinge nesse intervalo máximo e mínimo.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 23 / 29


Exercício: Estude a monotonia e a existência de extremos relativos e
4
absolutos da função f de…nida por f (x ) = x2 4x 2 + 3, x 2 IR.

Resolução: Começamos por calcular os pontos críticos de f .


A derivada de f (x ) é f 0 (x ) = 2x 3 8x, x 2 IR.
f0
Note-se que existe em IR, pelo que, os pontos críticos serão, caso
existam, as soluções da equação f 0 (x ) = 0.

f 0 (x ) = 0 , 2x 3 8x = 0
, 2x (x 2 4) = 0
, x = 0 e x = 2.

Os pontos críticos da função são então as três soluções da equação


f 0 (x ) = 0 encontradas.
Na determinação de extremos e estudo da monotonia de uma função é
usual a construção do quadro de monotonia da função, como faremos em
seguida.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 24 / 29
Quadro de monotonia:

x ∞ 2 0 2 +∞

2x 0 + + +
x2 4 + 0 0 +
f 0 (x ) 0 + 0 0 +
f (x ) & 5 % 3 & 5 %
M ı́n M áx M ı́n

Podemos então concluir o seguinte:

f é crescente em x 2 [ 2, 0] [ [2, +∞[ e decrescente em


x 2 ] ∞, 2[ [ ]0, 2[.
f tem um máximo relativo para x = 0: f (0) = 3; f tem um mínimo
relativo para x = 2: f ( 2) = f (2) = 5.
Atendendo a que lim f (x ) = lim f (x ) = +∞, podemos ainda concluir
x !+∞ x! ∞
que 5 é mínimo absoluto de f ; porém 3 não é máximo absoluto de f .

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 25 / 29


3.6 Concavidades e pontos de in‡exão
Teorema: Seja f uma função duas vezes diferenciável em ]a, b [.
1 Se f 00 é positiva em ]a, b [, então a representação grá…ca de f tem

concavidade voltada para cima.


2 Se f 00 é negativa em ]a, b [, então a representação grá…ca de f tem

concavidade voltada para baixo.


De…nição: Seja f uma função contínua em a. O ponto (a, f (a)) é um
ponto de in‡exão do grá…co de f se a representação grá…ca de f muda o
sentido da concavidade em (a, f (a)) ou ainda se não existe f 0 (a).
Teorema: Se (a, f (a)) é um ponto de in‡exão e f 00 (a) existe, então
f 00 (a) = 0.
Assim, para determinar os candidatos a pontos de in‡exão, começamos
por achar os zeros de f 00 e os valores de Df para os quais f 00 não existe.
Exercício: Estude o sentido da concavidade e a existência de pontos de
4
in‡exão da representação grá…ca de f (x ) = x2 4x 2 + 3, x 2 IR.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 26 / 29
4
Resolução: Para f (x ) = x2 4x 2 + 3, x 2 IR, tem-se
f 0 (x ) = 2x 3 8x, x 2 IR e
f 00 (x ) = 6x 2 8, x 2 IR.
Note-se que tanto a primeira como a segunda derivada de f existem em IR.
Os pontos de in‡exão serão então as soluções da equação f 00 (x ) = 0.
8 4
f 00 (x ) = 0 , 6x 2 8 = 0 , x2 = 6 = 3
q p
4 p2 2 3
,x = 3 ,x = 3
= 3 . Assim:
p p
x ∞ 2 3 2 3 +∞
3 3
00
f (x ) + 0 0 +
f (x ) [ PI \ PI [
i p h i p h
f tem concavidade voltada para cima em ∞, 2 3
3 [ 2 3
3 , + ∞ e
i p p h
2 3 2 3
tem concavidade voltada para baixo em 3 , 3 .
p p
Como o sentido da concavidade de f muda em 2 3 3 e em 2 3
3 , os pontos
p p
2 3 13 2 3 13
3 , 9 e 3 , 9 são pontos de in‡exão.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 27 / 29
3.7 Variação relativa e derivada logarítmica

Dadas duas quantidades, y = f (x ) e z = g (x ), expressas em função de


uma terceira quantidade comum, x 2 D, podemos usar a derivada da
função logarítmica para comparar as variações das duas funções, mesmo
quando o domínio de variação da variável é diferente e se tratam de
funções que tomam valores reais substancialmente distintos. De facto, a
derivada logarítmica (ou variação relativa) de uma função f traduz a razão
entre o valor da variação intantânea de f em x, f 0 (x ), e o valor de f em
x, f (x ).

De…nição: Sendo f uma função diferenciável em a, tal que f (a) > 0,


designa-se por derivada logarítmica de f em a ou variação relativa de f
em a, o valor
f 0 (a )
(ln (f (a)))0 = .
f (a )

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 28 / 29


Exemplo: Suponhamos que pretendemos comparar o aumento ao longo
do tempo (medido em anos), dos preços médios (dados em euros) de um
carro novo, y = c (t ), e de um litro de azeite, z = l (t ).
Se as derivadas de c e de l forem, num dado ano t0 , dadas por
c 0 (t0 ) = 1200 e l 0 (t0 ) = 0.75, então podemos dizer que a variação
instantânea do preço médio de um carro novo é maior do que a variação
instantânea do preço médio de um litro de azeite, em termos absolutos.
Mas esta informação não tem em conta o valor do preço médio de um
carro novo no ano t0 , y0 = c (t0 ), nem o preço médio de um litro de azeite
no ano t0 , z0 = l (t0 ).
Supondo conhecidos os preços médios de um carro novo e de um litro de
azeite no ano t0 :
c (t0 ) = 14000 e l (t0 ) = 1.25, podemos comparar as variações relativas

c 0 ( t0 ) 1200 l 0 ( t0 ) 0.75
= = 0.086 e = = 0.6.
c (t0 ) 14000 l (t0 ) 1.25
Então o preço do azeite tem, no ano t0 , um crescimento relativo superior
ao do preço do carro.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo diferencial em IR ISCAC 29 / 29
II. Cálculo integral em IR

Matemática Aplicada I

Gestão de Empresas

ISCAC

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 1 / 28


Programa
II. Cálculo integral em IR

1. Primitivas
1.1 Primitivas imediatas
1.2 Primitivação por partes
1.3 Primitivação de funções racionais
1.4 Primitivação por substituição
1.5 Exemplos de aplicação

2. Equações diferenciais
2.1 De…nições gerais
2.2 Equações de variáveis separáveis
2.3 Equações diferenciais lineares de 1a ordem
2.4 Exemplos de aplicação
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 2 / 28
Programa
II. Cálculo integral em IR

3. Integrais

3.1 De…nição e interpretação geométrica de integral de…nido


3.2 Condições de existência e propriedades do integral de…nido
3.3 Teorema fundamental do cálculo integral
3.4 Regra dos trapézios
3.5 Cálculo de áreas de regiões planas
3.6 Integrais impróprios
3.7 Exemplos de aplicação

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 3 / 28


1. Primitivas
No capítulo I, de…nimos a partir de uma função f (x ), uma outra função
f 0 (x ), a que chamamos derivada. Neste capítulo, consideramos o problema
inverso, isto é, dada uma função f (x ), vamos determinar uma função F (x )
cuja derivada é f (x ). A esta função F (x ) chamaremos primitiva de f (x ).

De…nição: Seja f (x ) uma função real de…nida num intervalo ]a, b [ .


Uma função F (x ), diferenciável em ]a, b [ , diz-se uma primitiva de f (x ),
se F 0 (x ) = f (x ) , para todo o x 2 ]a, b [ .
Nestas condições, diz-se que f (x ) é primitivável em ]a, b [ e representa-se
F (x ) por Pf (x ) .
Observação:
A primitivação e a derivação são operações inversas, ou seja,
P (f (x ))0 = f (x ) e (Pf (x ))0 = f (x ).
Nem todas as funções são primitiváveis. No entanto, se f é uma
função contínua em [a, b ], então f é primitivável em [a, b ].
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 4 / 28
Exemplos:

1. Seja f (x ) = 2x, x 2 IR.


A função F1 (x ) = x 2 é uma primitiva de f (x ) pois,
0
F10 (x ) = x 2 = 2x = f (x ), para todo o x 2 IR.
A função F2 (x ) = x 2 + 7 é também uma primitiva de f (x ) pois,
0
F20 (x ) = x 2 + 7 = 2x = f (x ), para todo o x 2 IR.
Facilmente se conclui que, qualquer função da forma F (x ) = x 2 + C ,
com C uma constante real, é uma primitiva de f (x ).

2. Seja f (x ) = 2e 2x , x 2 IR.
A função F1 (x ) = e 2x é uma primitiva de f (x ) pois,
0
F10 (x ) = e 2x = 2e 2x , para todo o x 2 IR.
Podemos a…rmar que qualquer função da forma F (x ) = e 2x + C ,
com C uma constante real, é uma primitiva de f (x ).

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 5 / 28


Observação:
A função primitiva não é única (ao contrário da função derivada).
Se f for primitivável, então f tem uma in…nidade de primitivas da forma:
F (x ) + C , com C 2 IR. Assim, cada valor de C em IR de…ne uma
primitiva de f . A constante C é designada por constante de primitivação.
Propriedades das primitivas:
1 P [kf (x )] = kPf (x ) , com k uma constante real não nula.

2 P [f (x ) + g (x )] = Pf (x ) + Pg (x ), com f e g funções primitiváveis.

Exemplos:
x3
1 P4x 2 = 4Px 2 = 4 = 43 x 3 + C , C 2 IR.
3
2 P 4x 2 + 2e 2x = P 4x 2 ) + P (2e 2x = 43 x 3 + e 2x + C , C 2 IR.

Começaremos o cálculo de primitivas pela primitivação de algumas funções


elementares. Estas primitivas designam-se por primitivas imediatas, porque
se obtêm de forma quase imediata da “inversão” das regras de derivação e
da aplicação das propriedades das primitivas. As regras da primitivação
imediata encontram-se no formulário e são apresentadas em seguida.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 6 / 28
1.1 Primitivas imediatas
Regras de primitivação imediata:
Seja u uma função real de uma variável real e C 2 IR
u k +1
1) P1 = x + C 2) Pu k u 0 = + C , k 6= 1
k +1
u0
3) P = ln ju j + C 4) Pe u u 0 = e u + C
u
au
5) Pau u 0 = + C , a 2 IR+ n f1g 6) Psen (u ) u 0 = cos (u ) + C
ln (a)
7) P cos (u ) u 0 = sen (u ) + C 8) P sec2 (u ) u 0 = tg (u ) + C
9) P cosec2 (u ) u 0 = cotg (u ) + C
10)P sec (u ) tg (u ) u 0 = sec (u ) + C
11) P cosec (u ) cotg (u ) u 0 = cosec (u ) + C
12) Ptg (u ) u 0 = ln jcos (u )j + C
13) Pcotg (u ) u 0 = ln jsen (u )j + C
14) P sec (u ) u 0 = ln jsec (u ) + tg (u )j + C
15) Pcosec (u ) u 0 = ln jcosec (u ) + cotg (u )j + C
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 7 / 28
Exercícios: Calcule:
3 +1 2
1 P x13 = Px 3 = x
3 +1 = x
2 = 1
2x 2
+ C , C 2 IR;
2)
1
1 1 1 (4x 2 ) 2 +1
2 P p4x1 = P (4x 2) 2 = 14 P 4 (4x 2) 2 = 1 =
2 2) 4 2 +1

1 (4x 1 p
2) 2 4x 2
= 1 = 2 + C , C 2 IR;
4 2
3 3
3 P x 4x+2 = 14 P x44 +
x
2
= 1
4 ln x 4 + 2 + C , C 2 IR;
3)
1
4 P x ln1(x ) = P ln (xx ) = ln jln(x )j + C , C 2 IR;
3)
3 1 3 3
5 Px 2 e x = 3P 3 x 2ex = 13 e x + C , C 2 IR;
4)
1 1
6 Pxsen(x 2 ) = 2P 2 xsen(x 2 ) = 2
2 cos(x ) + C , C 2 IR;
6)
1 +cos (2x ) 1
7 P cos2 (x ) = P 2 = 2 [P (1 + cos(2x ))] =
1 +cos (2x )
cos2 (x )= 2
1 1
= 2 [P (1) + P cos(2x )] = 2 x + 12 P 2 cos(2x ) =
7)
1 1
= 2 x+ 2 sen(2x ) + C , C 2 IR
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 8 / 28
1.2 Primitivas por partes

A regra seguinte aplica-se ao cálculo da primitiva do produto de duas


funções em que pelo menos um dos fatores tem primitiva imediata (e a
primitiva desse produto de funções não é imediata).

Regra da primitivação por partes: Sejam u e v funções reais de variável


real tais que u é contínua, v é diferenciável e v 0 é contínua. Então,

P (uv ) = (Pu ) v P (Pu ) v 0 .

Na aplicação desta regra, é necessário escolher a função pela qual se


começa a primitivar, ou seja, escolher a função u. Apresentamos em
seguida algumas regras que nos irão auxiliar nessa escolha.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 9 / 28


Regras auxiliares:
1. Se pretendemos primitivar o produto de duas funções em que apenas
uma delas tem primitiva imediata, deve-se começar a primitivar por
essa função.

Exemplo: Calcule Px ln (x ) .

x ln(x )
P |{z} = (Px ) ln (x ) P (Px ) (ln (x ))0
| {z }
u v
x2 x2 1
= ln (x ) P
2 2 x
x2 x
= ln (x ) P
2 2
x2 x 2
= ln (x ) + C , C 2 IR.
2 4

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 10 / 28


2. Se pretendemos primitivar o produto de duas funções em que as
primitivas de ambas são imediatas, deve-se começar a primitivar pela
função que menos se simpli…ca por derivação.
(Em particular, se se trata do produto de uma função polinomial por uma função
exponencial ou trigonométrica, deve-se começar a primitivar a função exponencial
ou trigonométrica.)

Exemplo: Calcule Pxe x .

P |{z} ex
x |{z} = (Pe x ) x P [(Pe x ) x 0 ]
v u
= ex x Pe x
= ex x ex + C
= e x (x 1) + C , C 2 IR.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 11 / 28


3. Por vezes há necessidade de primitivar por partes mais do que uma
vez, nesse caso deve-se começar pelo fator correspondente ao da
primeira vez.
Exemplo: Calcule Px 3 e x .
h i
0
x 3 |{z}
P |{z} ex = (Pe x ) x 3 P (Pe x ) x 3
v u
= ex x 3 P e x 3x 2
= x 3ex 3P e x x 2
h h ii
0
= x 3ex 3 (Pe x ) x 2 P (Pe x ) x 2

= x 3ex 3 ex x 2 P [e x 2x ]
= x 3ex 3x 2 e x + 6P (e x x )
= x 3ex 3x 2 e x + 6 (e x x ex ) + C
= x 3ex 3x 2 e x + 6xe x 6e x + C ,C 2 IR.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 12 / 28
4. Quando a primitiva pedida surge novamente no segundo membro,
trata-se a igualdade como uma equação em que a incógnita é essa
primitiva.

Exemplo: Calcule Pe x 2x 1.

e x 2|{z}
P |{z} x 1
= e x 2x 1 P e x 2x 1 ln (2)
u v
= Pe x 2x 1 P e x 2x 1 ln (2)

= e x 2x 1 ln (2) Pe x 2x 1

, Pe x 2x 1 = e x 2x 1 ln (2) Pe x 2x 1

, Pe x 2x 1 + ln (2) Pe x 2x 1 = e x 2x 1

, (1 + ln (2)) Pe x 2x 1 = e x 2x 1

e x 2x 1
, Pe x 2x 1 = + C ,C 2 IR.
1 + ln (2)
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 13 / 28
5. Se pretendemos primitivar uma função cuja primitiva não é imediata,
multiplicamos a função pelo factor 1 e começamos a primitivar por 1.

Exemplo: Calcule P ln2 (x ) (= P (1 ln2 (x )) )

1
1 ln2 (x )
P |{z} = (P1) ln2 (x ) P (P1) 2 ln (x )
| {z } x
u v
1
= x ln2 (x ) 2P x ln (x )
x
= x ln2 (x ) 2P (1 ln (x ))
1
= x ln2 (x ) 2 (P1) ln (x ) P (P1)
x
1
= x ln2 (x ) 2x ln (x ) + 2P x
x
= x ln2 (x ) 2x ln (x ) + 2P1
= x ln2 (x ) 2x ln (x ) + 2x + C , C 2 IR.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 14 / 28
1.3 Primitivas de funções racionais
De…nição: Diz-se que f (x ) é uma função racional se pode ser escrita
como um quociente de polinómios, isto é,
N (x )
f (x ) = , D (x ) 6 = 0
D (x )
com N (x ) e D (x ) polinómios em x, isto é,
N ( x ) = am x m + am 1x
m 1
+ ... + a1 x + a0
n n 1
D (x ) = bn x + bn 1x + ... + b1 x + b0
com a0 , a1 , ..., am , b0 , b1 , ..., bn 2 IR, am 6= 0 e bn 6= 0.
x5
Exemplo: f (x ) = é uma função racional.
16 x4
Apresentamos em seguida um conjunto de passos que nos permitem
primitivar este tipo de funções. Ilustraremos a aplicação de cada um desses
passos no cálculo da primitiva da função racional dada como exemplo.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 15 / 28
N (x )
Passo 1: Se o grau do numerador de f (x ) = D (x ) é superior ao grau do
denominador (m > n) efetuamos a divisão de N (x ) por D (x ).

N (x ) jD (x )
R (x ) Q (x )

Então, N (x ) = D (x ) Q (x ) + R (x ) , onde Q (x ) é o quociente e R (x ) o


resto da divisão. Dividindo ambos os membros da igualdade por D (x ) ,
vem:
N (x ) R (x )
= Q (x ) + .
D (x ) D (x )
N (x ) R (x )
Assim, Pf (x ) = P = PQ (x ) + P ,
D (x ) | {z } D (x )
Primitiva imediata | {z }
Primitiva de função racional

reduzindo-se o problema da primitivação de f (x ) à primitivação de uma


função racional cujo grau do numerador é inferior ao grau do denominador.
x5
Exemplo: Pretende-se calcular Pf (x ), com f (x ) = .
16 x4
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 16 / 28
x5
Como o grau do numerador de f (x ) = é superior ao grau do
16 x 4
denominador (5>4) efetuamos a divisão de x 5 por 16 x 4 :

x5 j x 4 + 16
x 5 + 16x x
16x
Donde,
x5 = x 4 + 16 ( x ) + 16x
x5 16x
, x 4 +16
= x+ x 4 +16
e portanto,
x5 16x x2 16x
P = P ( x) + P = + P x 4 +16
.
x 4 + 16 | {z } x 4 + 16 2
Primitiva imediata | {z }
Primitiva função racional

16x
O problema reside agora no cálculo de P x 4 +16
.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 17 / 28
Para primitivar funções racionais cujo grau do numerador é inferior ao grau
R (x )
do denominador (e que não são imediatas) como no caso de P ,
D (x )
R (x )
decompõe-se na soma de frações simples, i.e., frações cujas
D (x )
primitivas são imediatas, de acordo com o exposto nos Passos 2, 3 e 4.

Passo 2: Decompor o polinómio denominador D (x ) num produto de


fatores, identi…cando e classi…cando as suas raizes.
16x
Exemplo (cont.): Com vista a calcular P x 4 +16
, vamos decompor
16x
x 4 +16
na soma de frações simples, começando por fatorizar x 4 + 16.

x 4 + 16 = (4 x 2 )(4 + x 2 ) = (2 x )(2 + x )(4 + x 2 ).


Relativamente a D (x ) = x 4 + 16 :
x = 2 é uma raiz real simples associada ao fator (2 x )
x = 2 é uma raiz real simples associada ao fator (2 + x )
não há raizes reais associadas ao fator (4 + x 2 ).
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 18 / 28
R (x )
Passo 3: Decompor o quociente numa soma de frações simples, em
D (x )
função do tipo de raizes de D (x ) encontradas:

(i) Por cada raiz real α simples, temos a fração simples


A
, com A uma constante.
x α

(ii) Por cada raiz real β de multiplicidade k, temos a soma de frações


simples
B1 B2 Bk
+ 2
+ ... + , com B1 , ..., Bk constantes.
x β (x β) (x β )k

(iii) Por cada polinómio p (x ) de grau 2 sem raizes reais, elevado à


potência k, temos a soma de frações simples:

C1 + D1 x C2 + D2 x C + Dk x
+ 2
+ ... + k , com C1 , D1 ...Ck , Dk constantes.
p (x ) [p (x )] [p (x )]k
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 19 / 28
Exemplo (cont.): Com base na decomposição de D (x ) = x 4 + 16 em
fatores, temos:

Polinómio Fatores Raizes Frações simples


2 A
D (x ) = x 4 + 16 (2 x) 2 x
Raiz real simples
2
B
(2 + x ) Raiz real simples 2 +x
C +Dx
(4 + x 2 ) Sem raizes reais 4 +x 2

R (x ) 16x
Assim, o quociente = x 4 +16
é igual à soma de frações simples
D (x )

A B C + Dx
+ +
2 x 2+x 4 + x2
O passo seguinte consiste em determinar os valores das constantes que se
encontram nos numeradores das frações simples.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 20 / 28
Passo 4: Usar o Método dos coe…cientes indeterminados, que consiste
R (x )
em igualar à soma das frações simples e efectuar os cálculos para
D (x )
determinar os valores constantes que se encontram nos numeradores, o
que em geral resulta na resolução de um sistema, ou em alternativa,
atribuir valores à variável x até determinar os valores das constantes.
Exemplo (cont.): Da igualdade
16x A B C + Dx
4
= + +
x + 16 2 x 2+x (4 + x 2 )
16x A B C + Dx
, = + +
x 4 + 16 (2 x) (2 + x ) (4 + x 2 )
( 4 +x 2 ) (2 +x ) ( 4 +x 2 ) (2 x) (4 x 2 )

vem,
16x = A 4 + x 2 (2 + x ) + B 4 + x 2 (2 x ) + (C + Dx ) 4 x2 (*)
e ainda,
16x = x 3 (A B D ) + x 2 (2A + 2B C ) +
+x (4A 4B + 4D ) + (8A + 8B + 4C ) .
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 21 / 28
Obtemos o sistema
8 8
>
> A B D=0 >
> A=1
< <
2A + 2B C = 0 B= 1
, .
>
> 4A 4B + 4D = 16 >
> C =0
: :
8A + 8B + 4C = 0 D=2

Em alternativa, fazendo na igualdade (*):

x = 2 ) 32 = 32A ) A = 1
x = 2 ) 32 = 32B ) B = 1,
e substituindo estes valores no sistema acima, a resolução deste torna-se
bastante mais simples.

Conhecidos agora os valores das constantes, temos


16x 1 1 0 + 2x
= + + .
x 4 + 16 2 x 2+x 4 + x2

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 22 / 28


Passo 5: Calcular a primitiva pretendida, usando a decomposição em
frações simples encontrada.

Exemplo (conclusão):

x5 x2
P = + P x16x
4 +16
16 x4 2
x2 2x 1 1
= +P +
2 4 + x2 2+x 2 x
x2 2x 1 1
= +P P +P
2 4 + x2 2+x 2 x
| {z }
Primitivas imediatas
x2
= + ln 4 + x 2 ln j2 + x j ln j2 x j + C , C 2 IR.
2

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 23 / 28


x 2 +2x +3
Exercício: Calcule uma primitiva de .
(x 1 )(x +1 )2

x 2 +2x +3
Resolução: A função tem o grau do numerador inferior ao
(x 1 )(x +1 )2
grau do denominador e por esse motivo não se efetua a divisão de
polinómios.
Por outro lado, o denominador já se encontra fatorizado e observamos que:
x = 1 é uma raiz real simples associada ao fator (x 1)
x = 1 é uma raiz real de multiplicidade 2 associada ao fator
(x + 1)2 .
Assim,

Polinómio Fatores Raizes Frações simples


1
(x 1) (x + 1)2 (x 1) A
x 1
Raiz real simples
1 B1 B2
(x + 1)2 Raiz real mult. 2 (x +1 )
+ (x +1 )2

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 24 / 28


x 2 + 2x + 3 A1 B1 B2
Então, 2
= + + .
(x 1) (x + 1) x 1 x + 1 (x + 1)2
Donde
x 2 + 2x + 3 = A1 (x + 1)2 + B1 (x + 1) (x 1) + B2 (x 1)
ou seja,
x 2 + 2x + 3 = x 2 (A1 + B1 ) + x (2A1 + B2 ) + (A1 B1 B2 ) .
Resolvendo o sistema
8 8
< 1 = A1 + B1 < A1 = 3/2
2 = 2A1 + B2 , B1 = 1/2
: :
3 = A1 B1 B2 B2 = 1
tem-se
!
x 2 + 2x + 3 3/2 1/2 1
P = P + + =
(x 1) (x + 1)2 x 1 x +1 (x + 1)2
3 1 1
= ln jx 1j ln jx + 1j + + C , C 2 IR.
2 2 x +1
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 25 / 28
1.4 Primitivas por substituição

No cálculo de certas primitivas pode ser conveniente fazer uma mudança


de variável. Pretende-se dessa forma transformar a expressão da função
que queremos primitivar, noutra cuja primitiva seja conhecida.
Para tal deve ser usada a seguinte fórmula:

Fórmula da primitivação por substituição:


Seja y = f (x ) uma função contínua e x = g (t ) uma função injectiva e
diferenciável. Então,

Pf (x ) = P f (g (t )) g 0 (t ) .

Após a o cálculo de primitiva na variável t, é necessário "recuperar" a


variável inicial x, notando que, se x = g (t ) então t = g 1 (x ) .

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 26 / 28


p
Exercício: Calcule Px x + 1, usando a mudança de variável x + 1 = t 2 .

Resolução:
Dada a mudança de variável x + 1 = t 2 , x = t|2 {z 1}, então g 0 (t ) = 2t.
g (t )

Aplicando agora a fómula de primitivação por substituição, temos:


p p
Px x + 1 = P t 2 1 t 2 1 + 1 2t
=P t 2 1 t 2t
= 2P t 4 t 2
t5 t3
=2 + C , C 2 IR.
5 3
Agora que a primitiva está calculada na variável t, necessitamos de
"recuperar" a variável inicial x.
p
Como x + 1 = t 2 , então t = x + 1 = (x + 1)1/2 e vem:
p 2 2
Px x + 1 = (x + 1)5/2 (x + 1)3/2 + C , C 2 IR.
5 3
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 27 / 28
e 2x
Exercício: Calcule P , usando a mudança de variável e x = t.
e x + e 2x
Resolução:
Dada a mudança de variável e x = t , x = ln (t ) então g 0 (t ) = 1t .
| {z }
g (t )

Aplicando agora a fómula de primitivação por substituição, temos:

2x (e x )2 t2 1
P e x e+e 2x = P =P
e x +(e x )2 t + t2 t
t 1
=P 2
=P = ln j1 + t j + C , C 2 IR.
t +t 1+t
Agora que a primitiva está calculada na variável t, necessitamos de
"recuperar" a variável inicial x. Como e x = t vem:

e 2x
P = ln (1 + e x ) + C , C 2 IR.
e x + e 2x

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 28 / 28


2. Equações diferenciais
2.1 De…nições gerais
De…nição: Uma equação diferencial ordinária é uma equação da forma
F (x, y , y 0 , y 00 , ...y (n ) ) = 0,
envolvendo uma função incógnita y = y (x ) e algumas das suas derivadas
em ordem à variável independente x.
À maior das ordens das derivadas que nela aparecem, chama-se ordem da
equação diferencial.
Exemplos:
3
1) (y 0 ) + 2xy 00 + y = 0;
2) 2xy 3 y 000 + 3(xy 0 )2 + y 0 + xy = 0;
3) y (v) 5 y 0 + 2y = 0;
4) y 0 + y = 0.
O nosso objeto de estudo serão as equações diferenciais ordinárias de 1a
ordem, isto é, da forma F (x, y , y 0 ) = 0.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo integral em IR ISCAC 1 / 11
De…nição: Uma função real de variável real f , derivável num intervalo
I IR diz-se uma solução da equação diferencial F (x, y , y 0 ) = 0 em I , se
substituindo y por f (x ) e y 0 por f 0 (x ) na expressão F (x, y , y 0 ) obtemos
uma proposição verdadeira, ou seja, se F (x, f (x ) , f 0 (x )) = 0, para todo
o x em I .
Uma solução será designada por solução geral se inclui todas as soluções
da equação diferencial e será designada por solução particular se é
deduzida a partir da solução geral.
Exemplo: A função f (x ) = e x é uma solução da equação diferencial
y 0 y = 0, pois f 0 (x ) = e x = f (x ) e substituindo y e y 0 por e x na
equação y 0 y = 0 , obtém-se e x e x = 0, que é uma proposição
verdadeira.
Além disso, prova-se que todas as soluções desta equação diferencial são
da forma y = Ce x , onde C é um parâmetro real arbitrário.
Desta forma, podemos a…rmar que f (x ) = Ce x , com C 2IR é a solução
geral da equação dada e que por exemplo f (x ) = e x é uma solução
particular da equação dada.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo integral em IR ISCAC 2 / 11
Por vezes interessa-nos determinar a solução da equação F (x, y , y 0 ) = 0
que satisfaz uma condição inicial y (x0 ) = y0 . Trata-se de um Problema
do valor inicial, que consiste em determinar, com base na solução geral da
equação diferencial dada, o valor do parâmetro arbitrário C 2 IR
correspondente à solução particular pretendida.
Exemplo: Relativamente ao exemplo anterior, a solução particular da
equação diferencial y 0 y = 0 que satisfaz a condição y (0) = 1 é
y = e x , pois, substituíndo x por 0 e y por 1 na solução geral da
equação dada, vem 1 = Ce 0 , C = 1, donde resulta a solução
particular y = e x .
O nosso estudo incidirá sobre dois tipos de equações diferenciais ordinárias
de 1a ordem:

equações diferenciais de variáveis separáveis


equações diferenciais lineares de 1a ordem.

O principal objetivo será a determinação da solução geral ou particular de


equações diferenciais de um destes tipos.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo integral em IR ISCAC 3 / 11
De…nição: Uma equação diferencial de 1a ordem designa-se por
equação diferencial de variáveis separáveis se puder ser escrita na forma:

y 0 = Q (x ) R (y ) ,
com Q (x ) e R (y ) funções de…nidas num intervalo I IR e J IR
respetivamente.
dy
Atendendo a que y 0 = , esta equação pode ser escrita de forma
dx
equivalente
1
dy = Q (x )dx , N (y ) dy = Q (x )dx,
R (y )
1
com N (y ) = R (y )
e R (y ) 6= 0 para qualquer y 2 J.
Método de resolução: A solução geral da equação diferencial de
variáveis separáveis obtém-se por primitivação de ambos os membros da
equação, ou seja
Z Z
N (y )dy = Q (x )dx + C , C 2 IR.
R
Notação: f (x ) dx = Pf (x ) .
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo integral em IR ISCAC 4 / 11
Observação: A solução geral de uma equação diferencial de variáveis
separáveis apresenta-se, na generalidade dos casos, na forma implícita.

dy
Exemplo: Relativamente à equação diferencial 2y (1 + x ) = y 2,
dx
determine:
(a) a solução geral da equação diferencial
(b) a solução da equação que satisfaz a condição y (3) = 1.
Resolução:
Comecemos por veri…car se a equação diferencial é de variáveis separáveis,
ou seja, se se pode escrever na forma N (y )dy = Q (x )dx.

dy 2y 1
2y (1 + x ) = y2 , 2
dy = dx.
dx y + x}
1 {z
|
|{z}
N (y ) Q (x )

Concluimos assim que a equação dada é de variáveis separáveis.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo integral em IR ISCAC 5 / 11


(a) A solução geral desta equação obtém-se primitivando ambos os
membros da equação:
Z Z
2y 1
y2
dy = 1 +x dx +C , ln y 2 = ln jx + 1j + C
, e ln (y ) = e ln jx +1 j+C
2

, y 2 = jxp+ 1j e C (*)
,y = jx + 1j e C , C 2 IR
p
A solução geral da equação dada é então y = jx + 1j e C , C 2 IR.

(b) A solução particular que satisfaz a condição y (3) = 1 obtém-se


determinando o valor do parâmetro C 2 IR, para o qual se veri…ca
essa condição. Fazendo em (*), y = 1 e x = 3, vem
1 1
12 = j3 + 1j e C , 1 = 4 e C , = e C , ln =C
4 4
e, como tal, a solução particular da equação diferencial é dada por
q r p
ln ( 1
) jx + 1j jx + 1j
y= jx + 1j e 4 , y = ,y = .
4 2
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo integral em IR ISCAC 6 / 11
De…nição: Uma equação diferencial linear de 1a ordem na variável
dependente y é uma equação da forma:
y 0 + P (x )y = Q (x ),
onde P (x ) e Q (x ) são funções contínuas num intervalo I de IR.
Método de resolução: A solução geral de uma equação diferencial linear
de 1a ordem, obtém-se executando os passos seguintes:
Passo 1: Calcular o factor integrante, de…nido por
R
P (x )dx
e
Passo 2: Multiplicar ambos os membros da equação diferencial pelo factor
integrante, obtendo:
R R R
y 0e P (x )dx
+ yP (x )e P (x )dx
=e P (x )dx
Q (x )
Passo 3: Reescrever a equação, identi…cando no membro a derivada do 1o
produto de y e do fator integrante, em ordem à variável x:
R 0 R
P (x )dx P (x )dx
y e =e Q (x )
x
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo integral em IR ISCAC 7 / 11
Passo 4: Primitivar a equação obtida em ordem à variável x,
Z R 0
Z R
P (x )dx P (x )dx
ye dx = e Q (x ) dx + C , C 2 IR.
x
Atendendo à de…nição de primitiva de uma função, resulta:
R Z R
P (x )dx P (x )dx
ye = e Q (x )dx + C , C 2 IR

Passo 5: A solução geral da equação diferencial dada, obtém-se


explicitando y na equação anterior:
Z R
e P (x )dx Q (x )dx +C
y= R
P (x )dx
, C 2 IR.
e

Observações:
1 A solução geral das equações diferenciais lineares de 1a ordem

apresenta-se sempre na forma explícita.


2 Uma equação diferencial pode ser simultaneamente linear de 1a

ordem e de variáveis separáveis.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo integral em IR ISCAC 8 / 11


dy
Exemplo: Relativamente à equação diferencial 3x 2 y + = x 2,
dx
determine:
(a) a solução geral da equação
(b) a solução da equação que satisfaz a condição y (0) = 5.

Resolução:
Comecemos por veri…car se a equação diferencial é linear de 1a ordem, ou
seja, se se pode escrever na forma y 0 + P (x )y = Q (x ).

dy
3x 2 y + = x2 , 3x 2 y +y 0 = |{z}
|{z} x2 .
dx
P (x ) Q (x )

Concluimos assim que a equação dada é linear de 1a ordem.

(a) A solução geral desta equação obtém-se executando os passos


anteriormente descritos.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo integral em IR ISCAC 9 / 11


Passo 1: Calcular o factor integrante:
R R
P (x )dx 3x 2 dx 3
e =e = ex

Passo 2: Multiplicar ambos os membros da equação diferencial pelo factor


integrante:
3 3 3 3 3
ex 3x 2 y + y 0 = e x x 2 , e x 3x 2 y + e x y 0 = e x x 2

Passo 3: Reescrever a igualdade anterior, identi…cando no 1o membro a


derivada de um produto em ordem à variável x:
3 0 3
ex y = ex x 2
x

Passo 4: Primitivar ambos os membros da equação em ordem à variável x:


Z 0
Z
3 3
ex y dx = e x x 2 dx + C ,
x
3
3 ex
, ex y = + C , C 2 IR
3
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo integral em IR ISCAC 10 / 11
Passo 5: A solução geral da equação diferencial obtém-se explicitando y
na equação anterior:
1 C
y = + x 3 , C 2 IR.
3 e

(b) Para determinarmos a solução particular que satisfaz a condição


y (0) = 5 vamos determinar o valor do parâmetro C 2 IR, para o qual
é satisfeita essa condição.
Substituindo na solução geral y por 5 e x por 0, obtemos:
1 C 14
5= + , = C.
3 e0 3
Assim, a solução particular da equação diferencial é
2 14 2
y = x3 + x3 3 = x3 + 14x 3 .
e 3e

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) I. Cálculo integral em IR ISCAC 11 / 11


3. Integrais
3.1 De…nição e interpretação geométrica

O conceito de integral de…nido que iremos introduzir está relacionado,


como veremos, com um problema geométrico: o cálculo da área de uma
região plana.

De…nição: Seja [a, b ] um intervalo de IR. Chama-se partição de [a, b ] a


um qualquer conjunto P = fx0 , x1 , ..., xn g de números reais tal que
a = x0 < x1 < ... < xn = b.

a=x0 x1 x2 ... xi-1 xi ... xn=b

Cada subintervalo [xi 1 , xi ] tem amplitude xi xi 1, i = 1, ..., n.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 1 / 23


De…nição: Sejam f (x ) uma função limitada num intervalo [a, b ] ,
P = fx0 , x1 , x2 , ..., xn g uma partição de [a, b ] e wi um qualquer valor do
intervalo [xi , xi 1 ] para i = 1, ..., n. Diz-se que f é integrável em [a, b ] se e
só se " #
n
lim
n !+∞
∑ f ( wi ) (xi xi 1) = L 2 IR.
i =1

Este valor L designa-se por integral de…nido entre a e b e representa-se


Z b
por f (x ) dx, onde:
a
f (x ) é a função integranda e [a, b ] é o intervalo de integração
a é o extremo inferior de integração
b é o extremo superior de integração.
A variável x é designada por variável muda, pois pode ser substituída por
qualquer outra variável sem alterar o valor do integral.
O cálculo de um integral de…nido usando a de…nição pode ser complexo e
por esse motivo, calculamos integrais usando um teorema que
enunciaremos mais à frente.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 2 / 23
Interpretação gemétrica da noção de integral:
Seja f uma função contínua e não negativa no intervalo [a, b ] e
considere-se:
uma partição P = fx0 , x1 , x2 , ..., xn g de [a, b ] em n subintervalos de
igual amplitude, isto é, xi xi 1 = b n a e
wi um qualquer valor pertencente ao subintervalo [xi , xi 1 ] .
Construindo em cada subintervalo, um retângulo de largura igual à
amplitude do respetivo subintervalo, isto é, b n a e de comprimento igual a
f (wi ), obtemos n retângulos como se ilustra na …gura seguinte:
y
f(wi )

y = f ( x)

0 xi-1 wi xi x
x=a x=b
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 3 / 23
Ora a soma das áreas dos retângulos construídos é:
" #
n n
b a
∑ f (wi ) (xi xi 1) = ∑ f ( wi ) n
.
i =1 i =1

Intuitivamente, aumentando o número n de subintervalos, diminui a


amplitude de cada um deles. Como consequência, o somatório das áreas
dos retângulos irá convergir para a área A da região limitada pela
representação grá…ca de f , pelo eixo OX e pelas retas x = a e x = b.
Portanto, a área desta região é dada por
" # Z
n b
A = lim
n !+∞
∑ f ( wi ) (xi xi 1) =
a
f (x ) dx.
i =1

Em suma:
Se f for uma função contínua e não negativa num intervalo [a, b ] o valor
Z b
de f (x ) dx representa a área A da região limitada pela representação
a
grá…ca de f , pelo eixo OX e pelas rectas x = a e x = b.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 4 / 23
3.2 Condições de existência e propriedades do integral de…nido
Apresentamos agora algumas condições de integrabilidade de uma função.
Teorema: Se f é uma função monótona num intervalo [a, b ] então f é
integrável em [a, b ] .
Teorema: Uma função f é integrável em [a, b ] se e só se for limitada em
[a, b ] e não possuir em [a, b ] mais do que um número …nito de pontos de
descontinuidades.
Propriedades: Sejam f , g duas funções integráveis em [a, b ]
1. Se f (x ) = g (x ), para quase todos os valores de x em [a, b ], ou seja,
exepto, quando muito, para um número …nito de pontos de [a, b ],
Z b Z b
então f (x ) dx = g (x ) dx.
a a Z b
2. Se f (x ) 0 para todo o x 2 [a, b ], então f (x ) dx 0.
Za b
3. Se f (x ) 0 para todo o x 2 [a, b ], então f (x ) dx 0.
a
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 5 / 23
Z b Z a Z a
4. f (x ) dx = f (x ) dx e f (x ) dx = 0.
Za b Zb b a

5. kf (x ) dx = k f (x ) dx, para qualquer constante real k.


a a
Z b
6. k dx = k (b a) , para qualquer constante real k.
Za b Z b Z b
7. [f (x ) + g (x )] dx = f (x ) dx + g (x ) dx.
a a a
8. Se f (x ) g (x ) para todo o x 2 [a, b ], então
Z b Z b
f (x ) dx g (x ) dx.
a a
9. f é integrável em qualquer intervalo [c, d ] [a, b ].
Z b Z c Z b
10. Se a < c < b, então f (x ) dx = f (x ) dx + f (x ) dx.
a a c
Z b Z b
11. jf (x )j é integrável em [a, b ] e f (x ) dx jf (x )j dx.
a a
12. Se para todo o x 2 [a, b ] , m f (x ) M, com m, M 2 IR, então
Z b
m (b a) f (x ) dx M (b a ).
a
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 6 / 23
3.3 Teorema fundamental do cálculo integral
Teorema Fundamental do cálculo integral: Seja f uma função
contínua de…nida em [a, b ] e F (x ) uma sua primitiva. Então,
Z b
f (x ) dx = [F (x )]ba = F (b ) F (a ) .
a
Exemplos:
Z 1 1
1 x4 1
1 x3 dx = P (x 3 ) 0 = = .
0 4 0 4
Z 2
1 2 2
2
x dx = P ( x1 ) 1
= [ln jx j]1 = ln(2) ln(1) = ln(2).
1
Notas:
1 O integral de…nido de uma função num intervalo é diferente de uma
primitiva dessa mesma função: o primeiro é um número real e a segunda é
uma função.
2 Na aplicação do teorema usamos F (x ) em vez de F (x ) + C uma vez que
o resultado é o mesmo.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 7 / 23
Integração por substituição:
Seja f uma função contínua em [a, b ] e suponha-se que se pretende
Z b
calcular f (x ) dx por substituição da variável x.
a
Seja t a nova variável tal que x = g (t ), com g uma função invertível,
diferenciável e com derivada contínua no intervalo J, tal que [a, b ] g (J ).
Então,
Z b Z g 1 (b )

f (x ) dx = f (g (t )) g 0 (t ) dt.
a g 1 (a )

Note-se que quando se faz a mudança de variável, é necessário calcular os


valores correspondentes de a e b em função da nova variável, ou seja,
g 1 (a) e g 1 (b ) respetivamente.
Utilizando estes novos limites de integração é desnecessário voltar à
variável original x após a integração.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 8 / 23


Z 1
e 2x
Exemplo: Calcule e x +e 2x
dx, fazendo a substituição e x = t.
0

Ora, e x = t , x = ln (t ). Assim, g 0 (t ) = 1t .
| {z }
g (t )

Por outro lado, se x = 0 então t = e 0 = 1 .


se x = 1 então t = e 1 = e
Então,
Z 1 Z e
e 2x t2 1
e x +e 2x
dx = t +t 2 t
dt
0 1
Z e
1
= 1 +t dt
1
= [ln j1 + t j]e1
= ln (1 + e ) ln (2).

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 9 / 23


3.4 Regra dos Trapézios
A Regra dos Trapézios, permite-nos obter um valor aproximado de um integral de
uma função positiva num certo intervalo [a, b ].
Consideremos uma partição de [a, b ] em n subintervalos com a mesma amplitude
∆ = b n a . A área da região sob a representação grá…ca de f é aproximadamente
igual à soma das áreas de n trapézios:

y y = f(x) Como a área do trapézio


base altura
= base
| {zaltura} + , então:
| 2
{z }
área do retângulo
área do triângulo
0 a=x0 xi-1 xi b=xn x

Z b
b a
f (x ) dx 2n [f (x0 ) + 2f (x1 ) + 2f (x2 ) + ... + 2f (xn 1) + f (xn )]
a

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 10 / 23


Z 2
1
Exemplo: Calcule um valor aproximado para o integral x dx,
1
considerando uma decomposição de [1, 2] em 5 subintervalos.

Resolução: Seja f (x ) = x1 , a = 1, b = 2 e n = 5.
A amplitude de cada um dos 5 subintervalos é b n a = 51 = 0.2. Portanto,
temos os pontos: x0 = 1, x1 = 1.2, x2 = 1.4, x3 = 1.6, x4 = 1.8, x5 = 2.
Usando agora a Regra dos Trapézios, tem-se:
Z 2
1 1
x dx [f (1) + 2f (1.2) + 2f (1.4) + 2f (1.6) + 2f (1.8) + f (2)]
2 5
1
1 1 1 1
= 0.1 1 + 2 1.2 + 2 1.4 + 2 1.6 + 2 1.8 + 12
0.1 6.9564 = 0.69564 .
Observação: O valor exato deste integral de…nido, tinha já sido calculado
usando o Teorema fundamental do cálculo integral:
Z 2
1
dx = [ln jx j]21 = ln (2) 0.6931 .
x 1
Se consideraramos o intervalo de integração decomposto num maior
número n de subintervalos, obtemos uma melhor aproximação.
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 11 / 23
3.5 Cálculo de áreas de regiões planas
Uma das aplicações do conceito de integral de…nido é, tal como concluimos
da interpretação geométrica, o cálculo de áreas de regiões planas.
1. Cálculo da área A de uma região plana R limitada:
(superiormente) por uma função f contínua num intervalo [a, b ],
(inferiormente) pelo eixo das abcissas,
(lateralmente à esquerda) pela reta vertical x = a,
(lateralmente à direita) pela reta vertical x = b.
Seja R = (x, y ) 2 IR2 : a x be0 y f (x ) .
y
y = f (x)

A área de R é
Z b
A= f (x ) dx.
0 x a

x=a x=b

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 12 / 23


2. Cálculo da área A de uma região plana R limitada:
(superiormente) por uma função g contínua num intervalo [a, b ],
(inferiormente) por uma função f contínua num intervalo [a, b ],
(lateralmente à esquerda) pela reta vertical x = a,
(lateralmente à direita) pela reta vertical x = b.

Seja R = (x, y ) 2 IR2 : a x b e f (x ) y g (x ) .

y
y = g (x)

A área de R é
y = f (x)
Z b
x
0 A= (g (x ) f (x )) dx.
a
x=a x=b

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 13 / 23


Observações:

1 Nem todo o integral de…nido corresponde à área de uma região plana.


Em particular, se um integral de…nido tiver sinal negativo ou for nulo,
não representa uma área.
2 Se a região cuja área queremos calcular é limitada superiormente, ou
inferiormente, por mais que uma função, decompomos essa região em
subregiões tais que, cada uma seja limitada tanto superiormente como
inferiormente por uma única função. Assim, a área da região
pretendida será dada pela soma das áreas de todas as subregiões.
A alínea (c) do exemplo seguinte ilustra esta situação.
3 Nalguns casos o cálculo da área de uma região torna-se mais fácil se
de…nirmos as curvas que limitam a região como funções de y , como
se mostra na alínea (d) do exemplo seguinte.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 14 / 23


Exemplo: Calcule a área da região R de…nida por:
(a) R = (x, y ) 2 IR2 : 2 x 2 e 0 y x2 + 4
(b) R = (x, y ) 2 IR2 :0 x 1 e x 1 y ex
(c) R = (x, y ) 2 IR2 : 3 x 2 e 0 y jx + 1j
(d) R = (x, y ) 2 IR2 :1 x 2 e 0 y ln(x )
Resolução:
(a) A área de R = (x, y ) 2 IR2 : 2 x 2 e 0 y x 2 + 4 é:
Z 2 h 3 i2
2 x
A= x + 4 dx = 3 + 4x
2 2
8 8 32
= 3 +8 3 8 = 3 .

(b) A área de R = (x, y ) 2 IR2 : 0 x 1 e x 1 y ex é:


Z 1 Z 1
A= (e x (x 1)) dx = (e x x + 1) dx
0 0
h i1
x2
= ex 2 +x
0
1 1
= e 2 +1 (1 0 + 0) = e 2.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 15 / 23


(c) Relativamente à região
R = (x, y ) 2 IR2 : 3 x 2 e 0 y jx + 1j ,
note-se que:
no intervalo [ 3, 1] a função que limita superiormente a região tem
expressão y = x 1
e
no intervalo [ 1, 2] a função que limita superiormente a região tem
expressão y = x + 1.

A região R pode então ser decomposta em duas subregiões R1 e R2 :


R1 = (x, y ) 2 IR2 : 3 x 1 e 0 y x 1
2
R2 = (x, y ) 2 IR : 1 x 2 e 0 y x +1 .
Assim, a área de R é dada pela soma das áreas de R1 e R2 , isto é:
Z 1 Z 2
A = ( x 1) dx + (x + 1) dx
h 3 i 1 h 2 1i
2
x2
= 2 x + x2 + x
3 1
1 9 1 9 13
= 2 +1 2 +3 + (2 + 2) 2 1 = 2+ 2 = 2 .
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 16 / 23
(d) Seja R = (x, y ) 2 IR2 : 1 x 2 e 0 y ln(x ) .

A área de R pode ser calculada da seguinte forma:


Z 2
A= ln(x ) dx = [x ln(x ) x ]21
1 Primitivação por partes
= (2 ln(2) 2) (1 ln(1) 1)
= 2 ln(2) 1.
Ou em alternativa:
Como y = log(x ) , x = e y , a região dada pode ser de…nida por:
R = (x, y ) 2 IR2 : e y x 2 e 0 y ln(2) .
Assim, Z ln (2 )
ln (2 )
A= (2 e y ) dy = [2y e y ]0
0
= 2 ln(2) e ln (2 ) 0 e0
= 2 ln(2) 1.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 17 / 23


3.6 Integrais impróprios

De…nição: Um integral diz-se impróprio se:


o intervalo de integração é ilimitado (1a espécie)
a função integranda é ilimitada no intervalo de integração (2a espécie).

Exemplos:
Z +∞ Z 1 Z +∞
1 x2
1 dx, e x dx e dx (1a espécie).
x e
1 x ∞ ∞
Z 1 Z 5
1
2 dx e ln(x ) dx (2a espécie).
1x +1 0

Iremos ocupar-nos apenas do estudo de integrais impróprios de 1a espécie.


Em particular, estudaremos a natureza - convergente ou divergente - deste
tipo de integrais. Vejamos a de…nição seguinte:

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De…nição:
1. Seja f é uma função de…nida em [a, +∞[ e integrável em todo o
intervalo [a, t ] para qualquer t > a.
Z +∞
Diz-se que o integral impróprio f (x ) dx é convergente se existe
a
Z t
lim f (x ) dx = L 2 IR.
t !+∞ a
Z +∞
Nesse caso f (x ) dx = L.
a
Caso contrário, diz-se que o integral impróprio é divergente.
Z +∞
1
Exemplo: dx é divergente, pois
1 x
Z t
1
lim dx = lim [ln jx j]t1 = lim (ln jt j ln j1j) = +∞.
t !+∞ 1 x t !+∞ t !+∞

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 19 / 23


2. Seja f é uma função de…nida em [ ∞, a[ e integrável em todo o
intervalo [t, a] para qualquer t < a.
Z a
Diz-se que o integral impróprio f (x ) dx é convergente se existe

Z a
lim f (x ) dx = L 2 IR.
t! ∞ t
Z a
Nesse caso f (x ) dx = L.

Caso contrário, diz-se que o integral impróprio é divergente.
Z 1
Exemplo: e x dx é convergente, pois

Z 1

lim e x dx = lim [e x ]1t = lim (e 1 et ) = e e = e.
t! ∞ t t! ∞ t! ∞

Z 1
Assim, e x dx = e.

Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 20 / 23
Relativamente aos exemplos anteriores, podemos a…rmar que:
Z +∞
1
1 como x dx é divergente, não é possível atribuir um valor à área
1
da região limitada superiormente pela representação grá…ca de
1
y = , inferiormente pelo eixo OX , à esquerda pela reta de equação
x
x = 1 Ze ilimitada à direita desta reta.
1
2 como e x dx é convergente e corresponde a um valor positivo (e ),

então representa a área da região limitada superiormente pela
representação grá…ca de y = e x , inferiormente pelo eixo OX , à direita
pela reta de equação x = 1 e ilimitada à esquerda desta reta.
y
y = ex

0 x =1 x

A área da região ilimitada representada a sombreado é igual a e.


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De…nição: Seja y = f (x ) uma função de…nida e integrável em IR e a um
qualquer número real, então
Z +∞ Z a Z +∞
f (x ) dx = f (x ) dx + f (x ) dx
∞ ∞ a
Z a Z +∞
é convergente se e só se f (x ) dx e f (x ) dx são convergentes.
∞ Z a a Z +∞
Observação: Se um dos integrais f (x ) dx ou f (x ) dx é
Z +∞ ∞ a

divergente, então f (x ) dx é divergente.



Exemplo:
Z +∞ Z 1 Z +∞
x
1. ex dx = e dx + e x dx.
∞ considerando | ∞ 1
{z }
por ex. a = 1 conv .

Z +∞
Como e x dx é divergente, pois
1
Matemática Aplicada I (Gestão de Empresas) II. Cálculo integral em IR ISCAC 22 / 23
Z t
lim e x dx = lim [e x ]t1 = lim (e t e ) = + ∞,
t !+∞ 1 t !+∞ t !+∞
Z +∞
conclui-se que e x dx é divergente.

Z +∞ Z 0 Z +∞
2. x e x2 dx = x e x 2 dx + x e x 2 dx.
∞ considerando ∞ 0

por ex. a = 0
Z 0
Como x e x 2 dx
é convergente, pois
Z ∞0 h i0
2 1 x2 1 1 1
lim x e x dx = lim 2 e = lim 2 + 2 = 2
t! ∞ t t! ∞ t t! ∞ 2e t
Z +∞
e x e x 2 dx
é também convergente, pois
0 Z t
2
h it
lim x e x dx = lim 1
e x2 = lim 1
+ 1
= 1
2 2 2 2
t !+∞ 0 t !+∞ 0 t !+∞ 2e t
Z +∞ Z +∞
então x e x2 dx é convergente e x e x2 dx = 1
+ 1
= 0.
2 2
∞ ∞
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