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Noção de comerciante e a sua importância

O legislador não deu uma definição legal de comerciante, mas sim, indica quais sãos as categorias legais de
comerciantes (art. 13º CCom).
Tem-se segundo o entendimento tradicional do art. 13º CCom, por um lado os comerciantes que são
pessoas singulares – geralmente designados por comerciantes em nome individual – e os comerciantes
que são pessoas colectivas – as sociedades comerciais.
No domínio do Direito Comercial, deve prevalecer, em geral, a noção de comerciante que resulta do art.
13º CCom: comerciante é quem, enquadrando-se numa das duas categorias do art. 13º CCom, seja titular
de uma empresa que exerça uma das actividades comerciais, tais como as qualificam o art. 230º CCom, e
as demais disposições no avulsas que caracterizam e englobam no Direito Comercial certas actividades
económicas.
A aquisição da qualidade de comerciante é sempre originária, não podendo transmitir-se nem inter vivos,
nem mortis causa.
Portanto, quem organizar ou adquirir uma empresa comercial terá de preencher, em si mesmo, os
requisitos necessários para obter de si a qualidade de comerciante.
O art. 13º/1 CCom, refere-se a pessoas. Em geral, entende-se que aquele n.º 1, só abrange pessoas
singulares: os chamados comerciantes em nome individual. Mas pode questionar-se se ali se abrangerão
também pessoas colectivas.
Há, três casos especiais quanto ao problema do art. 13º/1 CCom:
a) As sociedades civis em forma comercial: a solução tradicional, que sustenta que não são
comerciantes, foi posta em dúvida face ao art. 42º/1 DL 42645, de 14 de Novembro de 1959, tal
como pode sê-lo hoje perante o art. 3º CRC, que sujeita tais sociedades à matrícula. Ora, a matricula
no registo comercial é um acto apenas aplicável aos comerciantes e às demais entidades
expressamente mencionadas no CRC. As sociedades civis em forma comercial não são, pois
comerciantes, já que apenas estão sujeitas, por equiparação, ao regime das sociedades comerciais,
mas não lhes és genericamente aplicável o regime dos comerciantes.
b) Empresas públicas: serão comerciantes, face ao art. 13º/1 CCom? E se o não forem, deverão
ser qualificadas como comerciantes, mercê do respectivo regime estatutário geral (DL 260/76, de
8 de Março)? Em face destas duas normas, entre si conjugadas, afigura-se que, se as empresas
públicas não são rigorosamente qualificáveis como comerciantes, no entanto estão pela lei a eles
equiparadas, no que toca à capacidade jurídica e às normas aplicáveis às suas actividades; e uma
dessas normas será precisamente, a 2ª parte do art. 2º CCom.
c) Agrupamentos Complementares de Empresas (ACE): pessoas colectivas cujo regime jurídico
consta da Lei 4/73, e do DL 430/73, de 25 de Agosto. O objectivo geral destes agrupamentos
consiste em melhorar as condições de exercício ou os resultados das actividades económicas das
pessoas (singulares ou colectivas) nelas agrupadas. Devem pois, os ACE ter um escopo concreto,
relacionado com as actividades agrupadas. E podem ter um fim principal e fim ou fins acessórios.
Mas os ACE não podem ter por fim principal a realização e partilha de lucros, muito embora possam
ter esse fim como acessório, se o contrato constitutivo expressamente o autorizar. As ACE por
princípio, não são necessariamente comerciantes.
Art. 29º a 44º, C.Com. - todo o comerciante é obrigado a ter um livro ou + que dêem a conhecer as
suas operações comerciais e fortuna.
Art. 31º, C.Com. - São indispensáveis a qq comerciante os seguintes livros:
- inventário e balanço, diário, razão, copiador
Os comerciantes em nome individual. A matrícula
O art. 13º/1 CCom, só abrange pessoas físicas: os usualmente denominados comerciantes em nome
individual.
Quando é que uma pessoas física se diz comerciante?
Em face do CRC, constata-se que a matrícula não é uma condição nem necessária, nem suficiente, para a
aquisição da qualidade de comerciante.
Não basta estar matriculado como comerciante mesmo sem matrícula. Esta não é, portanto, condição nem
suficiente nem necessária da aquisição da qualidade de comerciante em nome individual.
Requisitos de acesso à qualidade de comerciante
a) Personalidade jurídica
Quanto a este requisito, não há aqui a considerar quaisquer especialidades face ao regime geral do Direito
Civil.
Assim, além de assumir a personalidade jurídica das pessoas singulares (art. 66º CC), a lei comercial atribui-
a às sociedades comerciais (art. 5º CSC) e às sociedades civis em forma comercial (art. 1º/4 CSC).
b) Capacidade comercial
A capacidade jurídica constitui a medida dos direitos e obrigações de que uma pessoa é susceptível de ser
sujeito (art. 67º CC) e que a doutrina distingue entre a capacidade de gozo e a capacidade de exercício. Dos
arts. 14º/1 e 17º CCom, resultam restrições à capacidade comercial sem fim lucrativo e de Direito Público.
Quanto à capacidade de exercício, deverá ter-se em conta o art. 7º CCom, que enuncia dois princípios
fundamentais: o da liberdade de comércio e o da coincidência entre a capacidade civil e a capacidade
comercial.
A plena capacidade comercial depende de uma pessoa – singular ou colectiva – ter capacidade civil e não
estar abrangida por alguma norma que estabeleça uma restrição ao exercício do comércio.
Podem os menores e os demais incapazes ser comerciantes?
O art. 13º/1 CCom, ao exigir capacidade para a prática de actos de comércio, pretende referir-se à
capacidade jurídica de exercício, tanto mais que alude ao carácter profissional do comércio, o que
pressupõe uma prática habitual de actos geradores, mediadores ou extintivos de direitos e obrigações.
Assim, parece que não pode conceber-se o exercício de uma profissão deste jaez por um incapaz: o próprio
conceito de profissão e, no caso, a circunstância de ela se traduzir numa contínua e habitual prática de
actos e negócios jurídicos, sendo, portanto, absorvente e responsabilizante, afigura-se incompatível com a
situação jurídica de incapacidade.
A inclusão dos menores e interditos no art. 13º/1 CCom, deve entender-se cumgrano salis quanto ao
exercício profissional do comércio: considera-se que tal exercício será a prática habitual de actos
comerciais, não directa e pessoalmente pelos incapazes, mas pelos seus representantes em nome e por
conta daqueles. Isto, evidentemente, desde que os representantes obtenham a autorização judicial
eventualmente necessária, face aos arts. 1889º e 1938º CC.
c) Exercício profissional do comércio
Pressupõe e concretiza-se através da prática de actos de comércio. Mas não qualquer prática: só a prática
em termos de profissão.
a) Não basta a prática de actos de comércio isolados ou ocasionais: para se adquirir a qualidade
de comerciante é indispensável a prática regular, habitual, sistemática, de actos de comércio;
b) Não basta a prática, mesmo que habitual de quaisquer actos de comércio: nem todos estes
actos têm a mesma potencialidade de atribuir a quem os pratique a qualidade de comerciante;
c) É indispensável para que haja profissionalidade que o indivíduo pratique os actos de comércio
de forma a exercer como modo de vida uma das actividades económicas que a lei enquadra no
âmbito do direito mercantil;
d) Deve entender-se como indispensável que a profissão de comerciante seja exercida de modo
pessoal, independente e autónomo, isto é, em nome próprio, sem subordinação a outrem;
e) É indispensável que o comerciante organize factores de produção com vista à produção das
utilidades económicas resultantes de uma daquelas utilidades económicas que a lei considera como
comerciais.
Portanto, é comerciante quem possui e exerce uma empresa comercial: quem é titular de uma organização
daquelas que a lei qualifica como empresas comerciais para através dela exercer uma actividade comercial.
EIRL
Não envolve a criação de uma nova pessoa jurídica, pelo que o mecanismo jurídico utilizado é o da
constituição de um património autónomo dentro do património geral do sujeito (exemplo típico da
herança)
Assim, o sujeito tem de afectar bens (coisas ou direitos susceptíveis de avaliação monetária e apreensão
judicial) para utilização exclusiva na actividade do EIRL
Se não respeitar a regra da afectação e utilização exclusiva é como se o património autónomo não existisse.
Responsabilidade do EIRL
TIPOS de RESPONSABILIDADE:
I - responsabilidade do património por dívidas do exercício da actividade (artº10º, nº1; 11º, nº1 e 2)
II - responsabilidade do património por dívidas anteriores à constituição do EIRL (artº10, nº2)
III- responsabilidade por dívidas do titular quando o seu restante património é insuficiente (artº22º)
I - responsabilidade do património por dívidas do exercício da actividade (artº10º, nº1; 11º, nº1 e 2)
Artigo 10
Nº1 – “Sem prejuízo do disposto no artigo 22.º, o património do estabelecimento individual de
responsabilidade limitada responde unicamente pelas dívidas contraídas no desenvolvimento das
actividades compreendidas no âmbito da respectiva empresa” (REGRA)
Artigo 11
Nº1 – “Pelas dívidas resultantes de actividades compreendidas no objecto do estabelecimento individual
de responsabilidade limitada respondem apenas os bens a este afectados” (REGRA)
Nº2 – “No entanto, em caso de falência do titular por causa relacionada com a actividade exercida naquele
estabelecimento, o falido responde com todo o seu património pelas dívidas contraídas nesse exercício,
contanto que se prove que o princípio da separação patrimonial não foi devidamente observado na gestão
do estabelecimento” (EXCEPÇÂO)
II - responsabilidade do património por dívidas anteriores à constituição do EIRL (artº10, nº2)
Artigo 10
Nº2 – “Se os restantes bens do titular forem insuficientes e sem prejuízo da parte final do artigo 6.º, aquele
património responde unicamente pelas dívidas que este tenha contraído antes de efectuada a publicação
a que se refere o n.º 2 do artigo 5.º”
- requisito de insuficiência do restante património
- dívidas contraídas antes do EIRL estar registado e com publicações
III- responsabilidade por dívidas (posteriores) do titular quando o seu restante património é insuficiente
(artº22º)
Artigo 22. Penhora do estabelecimento individual de responsabilidade limitada.
Na execução movida contra o titular do estabelecimento individual de responsabilidade limitada por dívidas
alheias à respectiva exploração, os credores só poderão penhorar o estabelecimento provando a
insuficiência dos restantes bens do devedor.
- requisito de insuficiência do restante património do sujeito
- dívidas posteriores à constituição, que nada tenham a ver com o negócio do EIRL
O objectivo da criação deste instituto é o de permitir ao comerciante um nome individual limitando a sua
responsabilidade; até então verificou-se que se o comerciante em nome individual tivesse dívidas
resultantes do seu comércio, todos os seus bens iriam responder por eles, podendo o comerciante ficar na
maior miséria (sem bens). Para evitar essa situação, pensou-se num esquema de acordo com o qual o
comerciante pudesse afectar apenas a parte do seu património, ao exercício do comércio. Foi assim criada
em 1986 a figura do EIRL.
De acordo com o art. 1º, só uma pessoa singular pode constituir um EIRL e apenas pode ter um único EIRL.
Essa pessoa singular tem que ser comerciante ou pretender vir a sê-lo. O interessado afectará ao EIRL uma
parte do seu património, cujo valor representará o capital inicial do estabelecimento.
Constituição - quanto à forma de se constituir um EIRL, desde que houve a alteração, introduzida pelo DL
nº 36/2000, de 14 Março, passou a admitir-se que esta figura pudesse constituir-se através de documento
particular, a não ser quando o capital do EIRL seja constituído por bens para cuja transmissão se exija
escritura pública (bens imóveis) (art. 2º).
Capital - quanto ao capital do EIRL, determina o art. 3º, nº2 que não pode ser inferior a 5000€.
O EIRL está sujeito a registo na Conservatória do Registo Comercial e a publicação no Diário da República.
Administração – quanto à adm., determina o art. 8º que a mesma cabe sempre ao respectivo titular ainda
que ele seja casado e que por força do regime de bens, o EIRL seja um bem comum do casal.
Admite-se que o EIRL possa ser transmitido por acto gratuito ou oneroso ou pode mesmo ser locado,
admitindo-se ainda que seja objecto de usufruto ou penhor (art. 21º, deste DL). Também se admite que o
EIRL seja objecto de penhora nos casos previstos no art. 22º.
Natureza jurídica do EIRL: a este propósito, o EIRL não tem personalidade jurídica, ao contrário do que
acontece com a soc. unipessoal por quotas. Há é uma separação do património afecto ao EIRL, para ser
destinado pelo comerciante à sua actividade mercantil, e que, simultaneamente, asseguram a protecção
dos interesses dos 3ºs.
A sua natureza jurídica é a de um património autónomo, ie, um património com uma especial
responsabilidade jurídica.
O património da EIRL responde unicamente pelas dívidas contraídas no desenvolvimento das
actividades compreendidas no âmbito da respectiva empresa (art. 10º).
Se resultarem dívidas de actividades compreendidas no objecto do EIRL, respondem apenas os
bens a estes afectos (art. 11º).
Remuneração do titular do EIRL: segundo o art. 13º, o salário que pode atribuir-se ao administrador não
pode exceder o triplo do salário mínimo.
Redução do capital: segundo o art. 19º, pode efectuar-se por escritura pública, se o titular obtiver
autorização judicial.
Art. 20º - dispensa de autorização judicial se a redução for destinada unicamente à compensação de perdas.
Art. 22º - os credores só poderão penhorar o estabelecimento provando a insuficiência dos restantes bens
do devedor.
Art. 23º - morte do titular não implica a entrada da liquidação.
Estabelecimento comercial
Organização do empresário mercantil, conjunto de elementos do comerciante que estão organizados pelo
comerciante para exercer a sua actividade comercial, de produção ou circulação de bens ou prestação de
serviços. Pressupõe
Um titular: ele é um conjunto de meios predestinados por um empresário, titular de um determinado
direito sobre ele, para exercer a sua actividade;
Um acervo patrimonial: engloba um conjunto de bens e direitos, das mais variadas categorias e naturezas,
que têm em comum a afectação à finalidade coerente a que o comerciante os destina;
Um conjunto de pessoas: pode reduzir-se à pessoa do empresário o seu suporte humano, nas formas mais
embrionárias da estrutura empresarial;
É uma organização: os seus elementos não são meramente reunidos, mas sim entre si conjugados,
interrelacionados, hierarquizados, segundo as suas específicas naturezas e funções específicas, para que
do seu conjunto possa emergir um resultado global: a actividade mercantil visada;
Organização funcional: a sua estrutura e configuração e a sua identidade advêm-lhe de um determinado
objecto, que é uma actividade de um determinado ramo da economia.
28. Elementos do estabelecimento comercial
a) Elementos corpóreos
Nesta categoria devem considerar-se as mercadorias que são bens móveis destinados a ser vendidos,
compreendendo as matérias-primas, os produtos semi-acabados e os produtos acabados.
Faz também parte do imóvel onde se situem as instalações, quando o seu dono seja o comerciante, pois se
o não for, apenas integrará o estabelecimento o direito ao respectivo uso.
b) Elementos incorpóreos
Aqui deve-se considerar os direitos, resultantes de contrato ou outras fontes, que dizem respeito à vida do
estabelecimento: o direito ao arrendamento; direitos reais de gozo, etc.
c) Clientela
O nosso ordenamento consagra o direito à clientela, direito do estabelecimento, abrangendo a clientela
certa e clientela potencial, pode ser deferido por acções de concorrência desleal que tutelam elementos
gerais da empresa.
d) O aviamento
A capacidade lucrativa da empresa, a aptidão para gerar lucros resultantes do conjunto de factores nela
reunidos. Exprime pois, uma capacidade lucrativa e esta confere ao estabelecimento uma mais-valia em
relação aos elementos patrimoniais que o integram, a qual é tida em conta na determinação do montante
do respectivo valor global.
Conceito de Empresa
Empresa civil e empresa comercial (artº230º do Ccom)
• Em sentido lato, a empresa é a organização autónoma e intencional de meios (humanos e
materiais) apta à realização de uma finalidade útil.
• mas não há um conceito jurídico uniforme de empresa, mas alguns ramos do Direito (por ex.
Direito do Trabalho, da Insolvência, Fiscal)ocupam-se da ideia de empresa, destacando os factores na sua
perspectiva melhor a caracterizam
• Olhando para o artigo 5º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE), vemos
que este procura conceptualizar a empresa com base num critério de unidade institucional: «(…) considera-
se empresa toda a organização de capital e de trabalho destinada ao exercício de qualquer actividade
económica»
• Na Lei da Concorrência (Lei 18/2003, de 11 de Junho) encontramos também, no art. 2º, um
conceito de empresa:
«Considera-se empresa, para efeitos da presente lei, qualquer entidade que exerça uma
actividade económica que consista na oferta de bens ou serviços num determinado mercado,
independentemente do seu estatuto jurídico e do modo de funcionamento» (nº 1)
E no seu nº2, há um alargamento do conceito:
«Considera-se como uma única empresa o conjunto de empresas que, embora juridicamente distintas,
constituem uma unidade económica ou que mantêm entre si laços de interdependência ou subordinação
decorrentes dos direitos ou poderes enumerados no n.º 1 do artigo 10º»
Diversas acepções de empresa
Assim, uma primeira ideia que podemos acentuar traduz-se no facto de juridicamente a noção de empresa
não ser unívoca, mas polifacetada, pelo que se pode falar de empresa em 4 acepções:
1. concepção subjectiva - a empresa confunde-se com o empresário
2. concepção objectiva - a empresa reporta-se à actividade económica exercida pelo empresário (A
empresa é uma actividade económica organizada, exercida profissionalmente, isto é, de forma
sistematizada e com carácter de estabilidade, com a finalidade de produção de bens e serviços para o
mercado, distinguindo-se das actividades puramente artísticas e intelectuais)
3. concepção material ou patrimonial - a empresa reconduz-se a um conjunto de bens ou direitos:
ao estabelecimento, criado pelo empresário, abrangendo os diversos elementos materiais que concorrem
para a produção.
4. concepção institucional - a empresa é uma organização de pessoas, que em diversas posições
hierárquicas prosseguem uma actividade económica: uma comunidade de trabalho.
Sentido da empresa
• Todas as perspectivas apresentadas sugerem aspectos parciais da empresa, não sendo completas
• O verdadeiro sentido de empresa reporta-se a uma organização produtiva ou mediadora de
riqueza que exerce, de forma estável, a sua actividade económica em função do mercado a que se dirige,
e que conjuga dois factores
a) Um, pessoal, no qual, para além do trabalho de uma comunidade de pessoas que, na direcção e na
produção asseguram o seu funcionamento, releva a concepção própria do empresário na sua estruturação,
ou seja, na organização dos diferentes factores produtivos de modo a integrá-los numa mesma finalidade
funcional; e
b) outro, patrimonial, constituído por todos os bens e elementos com valor económico (bens imóveis e
móveis, direitos, situações jurídicas e elementos imateriais) unificados (conjugados) pela função unitária a
que estão adstritos.
Segundo esta ideia a empresa é algo mais que a simples soma dos seus componentes, e por isso tem um
valor superior à soma daqueles quando avaliados separadamente. Ou seja, devido à organização a empresa
tem um aviamento (possibilidade de sucesso)
A empresa é regulada especificamente pelo artº230º do C. Com, do qual resultam algumas ideias a reter:
1ª A empresa tem como pressuposto um empresário (pessoa física ou jurídica)
2ª A empresa pode ser civil ou comercial
3ª a empresa comercial é mais relevante, em termos jurídico-económicos e sociais, do que a empresa civil
4ª As empresas civis são apenas as que a lei qualifica como tais:
- a empresa agrícola;
- a empresa acessória da agrícola
- a pequena empresa
5ª As demais empresas são comerciais.
6ª Há actividades não empresariais, como as profissões liberais e intelectuais
Empresa comercial
No centro do DEE está o conceito de empresa comercial, como organização produtiva de riqueza, voltada
para o mercado, dotada de profissionalidade e assente no risco de capital (próprio e alheio, como risco
predominante)
E esta noção é importante porque as empresas comerciais que tenham à cabeça um empresário que não
é uma pessoa física têm, em regra, de se organizar criando uma sociedade comercial:
3. Elemento pessoal
Nele compreendem-se, quer o empresário e outros investidores de capitais, quer os trabalhadores.
Qualquer destas entidades tem, de uma forma ou de outra, interesse no desenvolvimento e êxito da
empresa, seja para rentabilização dos capitais investidos, seja para promoção pessoal, estabilidade e
retribuição do trabalho.
Em princípio, e porque a lei o define como um contrato, o acto gerador da sociedade deve ser celebrado
por pelo menos duas partes, dois sujeitos de direito. É o que expressamente refere o art. 7º/2, 1ª parte
CSC. Todavia esta norma, in fine, abre uma brecha em tal princípio, ao admitir que a lei “permita que a
sociedade seja constituída por uma só pessoa”.
A regra da pluripessoalidade vale tanto para a sociedade – contrato como para a sociedade – instituição.
E, do mesmo modo, deverá pôr-se a questão da admissibilidade de excepções àquela regra, ou seja, de
sociedade com um só sócio (sociedades unipessoais), tanto no que toca ao momento da constituição da
sociedade, como no que toca à subsistência com um só sócio de uma sociedade já existente.
4. Elemento patrimonial
O art. 980º CC, consagra um segundo elemento do conceito de sociedade, consiste na chamada obrigação
de entrada, através da qual os sócios efectuam contribuições que irão formar o património inicial da
sociedade.
Esta norma limita-se a exigir, para que surja a sociedade, que os sócios se obriguem a contribuir com bens
ou serviços, mas não exige a efectivação dessas contribuições logo no momento inicial, podendo ser
deixada para mais tarde, ao menos em parte.
As contribuições dos sócios podem revestir, a natureza de bens ou serviços.
As contribuições ou entradas dos sócios desempenham três funções da máxima importância para a
sociedade.
a) Formam no seu conjunto, o fundo comum ou património com o qual a sociedade vai iniciar a sua
actividade;
b) Definem a proporção da participação de cada sócio na sociedade;
c) Fixam o capital social.
5. Elemento finalístico (fim imediato ou objectivo): a actividade social
No que diz respeito às sociedades em geral, a referência do art. 980º CC, ao exercício de uma actividade
económica visa abranger todas as actividades destinadas à produção de bens ou utilidades de qualquer
natureza, materiais ou imateriais, enquadráveis em qualquer dos sectores da economia.
No que respeita às sociedades comerciais, é evidente que as actividades económicas a que se dediquem
terão se ser aquelas que se enquadrem no âmbito do comércio em sentido jurídico-formal.
Por outro lado, o art. 980º CC, exige que a actividade económica seja certa, o que significa, obviamente,
que ela deverá ser definida, determinada de forma concreta e específica, de modo a não se adquirirem
indicações tão vagas do escopo social que acabem por se traduzir numa incerteza da actividade ou
actividades a que a sociedade se destine.
6. Elemento teleológico: o fim lucrativo
O fim último da reunião dos sócios, com os respectivos contributos para o exercício da actividade comum,
terá de consistir na obtenção de um enriquecimento patrimonial, de um lucro, e não de outras vantagens
ideais ou mesmo materiais.
A fórmula do art. 980º CC, parece incutir uma noção muito estrita de lucro: tratar-se-ia de um aumento de
património gerado na própria sociedade, para ser depois repartido entre os sócios, seja periodicamente,
seja no final da existência da sociedade.
O elemento teleológico não consiste apenas no intuito de que a sociedade reduza lucros: é necessário que
ela vise também a repartição destes pelos sócios (art. 980º CC).
· Direito (abstracto) aos lucros, que é inerente ao conceito de sociedade;
· Direito (concreto) aos dividendos, isto é, à distribuição periódica de lucros, o qual resulta da
deliberação que os sócios tomem de os distribuir.
Este direito dos sócios aos dividendos goza de protecção, que se cifra em três aspectos:
1) O crédito dos dividendos vence-se, em regra, decorridos 30 dias após a deliberação de atribuição de
lucros (arts. 217º/3 e 294º CSC);
2) É proibido o pagamento aos titulares dos órgãos sociais de participação nos lucros que o estatuto
social preveja, antes de estarem postos a pagamento os dividendos aos accionistas (art. 217º/4 e 294º3
CSC);
3) É anulável a deliberação que porventura negar a distribuição do dividendo mínimo obrigatório, ou
mandar distribuir montante inferior ao legal, fora dos casos ressalvados nos arts. 217º/1, 294º/3 CSC.
7. Objecto comercial
Para que uma sociedade seja comercial, ela deverá ter “por objecto a prática de actos de comércio” (art.
1º/2 CSC). Assim, o primeiro elemento conceitual específico das sociedades comerciais consiste no objecto
comercial. No que toca às sociedades comerciais, portanto, o elemento finalístico, também designado, por
fim imediato ou objectivo da sociedade, tem uma conotação própria: ele deve ter carácter comercial.
O objecto da sociedade consiste nos actos ou actividades que, segundo a vontade dos sócios, ela deverá
praticar e prosseguir. Por conseguinte, é o carácter comercial desses actos e actividades que atribui às
sociedades o carácter de comerciantes (art. 13º/2 CCom).
Deverá tratar-se, pois, de actos de comércio objectivos (art. 2º, 1ª parte CCom) e de actividades
qualificadas de comerciais pelo art. 230º CCom, ou por outras normas qualificadoras.
8. Forma comercial
Para que uma sociedade seja comercial é ainda necessário que revista forma comercial, comporta dois
sentidos:
1) Primeiro, ela significa que a sociedade deverá revestir um dos tipos caracterizados e regulados na lei
comercial;
2) Num outro sentido, ela exprime a obrigatoriedade de a sociedade respeitar, na sua constituição, os
requisitos formais estabelecidos na lei comercial.
A primeira das acepções reporta-se ao princípio da tipicidade ou numerus clausus, que o legislador adoptou
quanto às sociedades comerciais.
Ainda por motivos de ordem pública, o legislador admite um número muito restrito de tipos sociais. Estes
distinguem-se, através de três características:
1) Responsabilidade dos sócios pela obrigação de entrada: trata-se de característica fundamental, pois
identifica a responsabilidade dos sócios para com a sociedade no que toca à formação do património inicial
desta;
2) Responsabilidade dos sócios pelas dívidas da sociedade: é outro aspecto de suma importância, pois
por ele se fica a saber se os sócios são ou não responsáveis, perante os credores da sociedade pelas dívidas
desta;
3) Modalidades de composição e titulação das participações na sociedade: trata-se de um aspecto que,
embora secundário, reveste muitas vezes importância assinalável, pois permite caracterizar a natureza e a
forma de cada parte do sócio na sociedade.
9. Princípio da tipicidade
As sociedades que tenham por objecto a prática de actos de comércio devem adoptar um dos tipos
previstos no Código das Sociedades Comerciais (art. 1º/3). A esta obrigatoriedade de adopção de um dos
tipos previstos na lei, a doutrina chama princípio da tipicidade das sociedades comerciais.
Este princípio constitui uma restrição ao princípio da autonomia privada, em especial na sua vertente de
liberdade contratual. Ao invés do estatuído no art. 405º/1 CC, as partes não têm a faculdade de celebrar
contratos de sociedade comercial diferentes dos previstos na lei.
O princípio da tipicidade só restringe, contudo uma das facetas da autonomia privada. As partes no
contrato não podendo embora adoptar um tipo diferente dos previstos no Código das Sociedades
Comerciais – o que traduz uma restrição à liberdade de fixação do conteúdo do contrato – já podem decidir
livremente se contratam – liberdade de contratar em sentido estrito – assim como podem escolher
também livremente com quem contratam – liberdade de escolha dos outros contraentes. O art. 1º/3 CSC
deixa pois intacta a liberdade de contratar em sentido estrito e a liberdade de escolha da contraparte no
contrato.
O princípio da tipicidade só abrange as sociedades que tenham por fonte um negócio jurídico – as
sociedades criadas ope legis podem desviar-se dos tipos previstos no Código das Sociedades Comerciais,
uma vez que tais sociedades provêm de instrumentos normativos de valor hierárquico idêntico ao do
próprio Código das Sociedades Comerciais onde o princípio da tipicidade se estabelece.
A sociedade civil, comercial e civil sob forma comercial
Contrato de sociedade é o modelo de organização para as pessoas que pretendem exercer em comum uma
actividade económica para o mercado. Existem três tipos de sociedade; sendo que esta repartição existe
devido ao objecto: a) Sociedade civil: quando o seu objecto é uma actividade económica de natureza civil.
São exemplos: a actividade agrícola, pecuário artesanal, profissões liberais. Estas podem-se organizar
livremente. b) Sociedades civis sob forma comercial: os sócios de uma sociedade civil podem ter
exclusivamente por objecto a prática de actos não comercias, mas no entanto adoptam uma organização
sob a forma de sociedade em nome colectivo c) Sociedades comercias: sociedade que tenham por objecto
a prática de actos e comercio e que adoptem o tipo de sociedade em nome colectivo. Isto significa que as
sociedades comerciais caracterizam-se por terem um objecto e forma comercial. Estas adquirem
personalidade jurídica desde a sua inscrição no registo comercial e são comerciantes.
Sociedade Unipessoal por Quotas (DL nº 257/96 de 31/12)
Art. 270º-A a 270º-E,C.Soc.Com.
Característica fundamental: existência de um único sócio.
Pode ser sócio de uma sociedade anónima – art. 270º, nº2; art. 246º, nº2
Singular ou colectiva – art. 270º -A
 A pessoa singular só pode ser sócia de uma única sociedade unipessoal por quotas – art.
270º- E
 A soc. por quotas não pode ser sócia de uma soc. unipessoal por quotas – art. 270º - E
Qq violação destas disposições (nº3)  qq interessado pode levar à dissolução/ liquidação.
 A firma deve ser constituída além de “limitada” a expressão sociedade unipessoal (art.
270º-B)
 Assembleia Geral – cabe ao único sócio as competências da A.Geral (art. 270º-E)
 Protecção de 3ºs – pode ser sócio de uma S.A. (art.270º C, nº2)
Sociedade Unipessoal Anónima (Art. 488º, C.S.C.)
A criação de uma soc. pessoal anónima só é possível se o sócio único for uma outra sociedade.
Art. 980º : os sócios são obrigados a contribuir com bens ou serviços (não é necessário que seja logo à
partida)
Art. 408º: as contribuições dos sócios podem revestir a natureza de bens ou serviços.
(Bens – dinheiro, bens materiais. Ex.: crédito, arrendamento)
(Serviços – prestação de serviços; actividades exercidas pelos próprios sócios (sócios de
indústria…)).
Os sócios de indústria apenas são admitidos em soc. em nome colectivo (art. 17º) e nas soc. em comandita
(art. 468º).
As contribuições ou entradas dos sócios, têm 3 funções:
1. formam o fundo com o qual a soc. vai iniciar a sua actividade
2. definem a participação de cada sócio na soc., ie, em que medida os sócios participam nos
lucros e nas perdas da soc., já que de acordo com o art. 22º, C.S.C., se nada for estabelecido em
contrário, essa participação será feita tendo em conta a participação no capital social.
3. fixam o cap.social, que podemos definir precisamente como a soma das entradas dos
sócios.  obrigatoriedade de entrada (art. 97º)
Ficam excluídas do objecto das sociedades, aquelas de carácter cultural, político, religioso e outras.
Sociedade Comercial
Para que uma sociedade seja comercial, ela deverá conjugar 2 requisitos: (art. 1º)
A - tenha por objecto a prática de actos de comércio – objecto comercial;
B - tenha uma forma comercial que não é livre. A forma é adoptar um dos 4 tipos de sociedades
(em comandita, por quotas, anónima ou em nome colectivo).
A - O objecto da sociedade consiste nos actos ou actividades que a soc. deverá praticar e prossegui. Deverão
tratar-se de actos de comércio objectivos (art. 2º) e de actividades qualificadas de comerciais (art. 230º).
Basta que o objecto seja comercial para que a soc. também o seja.
 O contrato de sociedade: deve indicar quais são as actividades que os sócios se propõem
exercer na soc., devendo também o sócio deliberar quais das actividades compreendidas no
objecto social, ela vai exercer efectivamente (art.11º).
 Sociedades comerciais  Sociedades civis
 constituem-se para a prática de actos ou actividades civis.
Uma sociedade comercial pode, no entanto, praticar actos civis, desde que se tratem de actos inerentes à
prossecução dos seus fins – PRINCIPIO DA ESPECIALIDADE (art. 160º)
A prática de actos comerciais, por uma soc. civil, só não lhe modifica a natureza se se tratar de uma prática
ocasional. No entanto, pode suceder que uma soc. se constitua com um objecto misto (soc. civis e
comerciais) – soc. comercial.
B - Para que uma sociedade seja comercial, é ainda necessário que revista forma comercial.
As soc. comerciais deverão ser:
- em nome colectivo;- por quotas;- anónima;- em comandita simple ;ou acções.
Nos termos do art. 1º CSC, as sociedades que tenham por objecto o exercício de uma actividade comercial
têm de adoptar um dos tipos previstos no Código das Sociedades Comerciais. Este prevê quatro tipos de
sociedades comerciais:
Sociedades em nome colectivo: são as chamadas sociedades de responsabilidade ilimitada, por os sócios
poderem responderem pessoalmente com todo o seu património pelas dívidas da sociedade, depois de
esgotado o património desta
(Art. 175º e 176º, C.S.C.)
O que as caracteriza é o facto de cada sócio ter uma responsabilidade solidária, subsidiária e ilimitada pelas
dívidas da sociedade, inclusivamente pelas dívidas que já existiam antes da sua entrada na sociedade.
Cada sócio é responsável para com a sociedade pela prestação da sua entrada. Cada sócio responde
solidariamente com os restantes sócios e sem limite (ilimitadamente) perante os credores da sociedade e
pelas dívidas desta (art. 175º - 2, C.S.C.)
Responsabilidade solidária – a soc. A tem uma dívida de 40.000 € para com a soc. T. A soc. T tem o direito
de pedir o pagamento da dívida por inteiro a apenas um dos sócios. Após o pagamento da parte do sócio,
este tem direito de regresso em relação aos restantes sócios, ie, pode pedir aos sócios, nas suas proporções
de participação no capital, o retorno da divida que pagou.
Responsabilidade subsidiária – significa que o credor só pode procurar o património pessoal dos sócios
apenas após esgotar todo o património da sociedade. Primeiro respondem os bens da soc., se continuar a
haver dívida, terão de responder os bens pessoais dos sócios. (art. 175º, nº1 (a meio))
Responsabilidade ilimitada – o sócio é responsável por tudo, respondem por qq dívida da soc.
Tudo isto tem uma excepção, que está relacionada com os sócios de indústria. O art. 178º, nº2 diz
que a não ser que o contrato da sociedade diga outra coisa, os sócios de indústria não respondem nas
relações internas pelas dívidas da soc. Perante dívidas externas para com 3ºs, se lhe pedirem o pagamento
da dívida da soc., o sócio de indústria é obrigado a pagar, mas tem o direito à restrição total da parte dos
sócios. Paga ao credor mas recebe na totalidade o que pagou, a não ser que o contrato de soc. estabeleça
que os sócios de indústria também são responsáveis pelas dividas; neste caso o art. 178º, nº3 determina
que ele passa a ter direito a uma parte do capital social correspondente àquilo que pagou. Para isso vai ter
que existir uma redução proporcional das partes sociais dos outros sócio, o que irá levar a uma alteração
do contrato de soc.
A participação dos sócios de soc. em nome colectivo, segundo o art. 176º, recebe a designação de
parte social e não podem ser emitidos títulos representativos da parte social. O art. 176º, nº1 b) obriga a
que num contrato de soc. figure o valor atribuído à indústria para o efeito de repartição de lucros e
eventualmente perdas.
 Contrato: admite a entrada de sócios de indústria (art. 176º)
 Firma: é uma firma-nome que tem o nome de pelo menos um dos sócios + & C.ª
(companhia) (art. 177º)
 Concorrência: PROIBIDA – nenhum sócio pode exercer actividade concorrente com o da
soc., nem ser sócio noutra soc. (art. 180º)
 Direito dos sócios:
- À informação: direito a inf. verdadeira, completa, elucidativa sobre a gestão da soc., bem como o direito
à consulta da escrituração, livros e documentos (art. 181º)  + à frente estão as obrigações e direitos dos
sócios
 Transmissão da parte social: a transmissão da parte de um sócio efectua-se por escritura
pública e entre vivos (art. 182º) e com o consentimento dos outros sócios.
 Voto: a cada sócio pertence um voto (art. 182º) e cada sócio tem direito a um voto (art.
190º)
Gerência: são gerentes todos os sócios (podem ser estranhos à soc., se os sócios assim o deliberarem)
(art. 191º a 193º)
 Alterações no contrato: só por unanimidade podem ser introduzidas alterações no
contrato. Também só por unanimidade pode ser deliberada a admissão de um novo sócio.
 Capital: não obriga a existência de um capital mínimo.
 A morte de um sócio pode originar a dissolução da sociedade, caso os restantes assim o
entendam (art. 184º)
Sociedades por quotas: são de longe, o tipo societário mais utilizado na prática por corresponder à
estrutura típica da pequena e média empresa. A sua característica principal é a elasticidade do regime
jurídico constituído por grande número de disposições supletivas, que podem ser afastadas pelos estatutos,
ajustando a sociedade às necessidades concretas de cada empresa, nomeadamente aproximando-a das
sociedades de pessoa dificultando ou mesmo impedindo a transmissão das quotas ou optando por um
modelo mais próximo das sociedades de capitais com livre transmissibilidade das quotas.
 Nº min. de sócios: 2.
O que caracteriza as soc. por quotas é o facto dos sócios não responderem pelas dívidas da soc. Resulta do
art. 197º, nº3 (só o património da sociedade é que irá responder às dívidas desta).
Há, no entanto, uma possibilidade dos sócios responderem pelas dívidas da sociedade, situação prevista
no art. 198º. Admite-se neste artigo que o contrato de soc. estipula que um ou + sócios respondam pelas
dívidas da soc. até um determinado montante. Daqui resulta que esta responsabilidade nunca poderá ser
ilimitada. Mesmo neste caso, determina o nº3 do art. 198º que, salvo disposição em contrário, o sócio que
pagar dívidas da soc. goza de direito de regresso perante a soc., mas já não contra os demais sócios.
Assim, os sócios não respondem com os seus próprios bens pelas dívidas da soc., a menos que o pacto
social estabeleça que um ou + sócios serão responsáveis pelas dívidas daquela. (art. 197º e 198º)
A outra característica deste tipo de soc., no que respeita à responsabilidade, é o facto de os sócios
responderem solidariamente pelas entradas dos outros sócios. Cada sócio responde perante a sociedade
e perante os credores sociais pela sua entrada e os sócios são solidariamente responsáveis por todas as
entradas previstas no contrato de sociedade (art. 197º, nº1).
Ex.: se um sócio vai pagar à soc. a sua entrada, pode ser excluído, sendo então os demais solidariamente
responsáveis perante a sociedade pelo pagamento da parte da entrada do excluído que estiver em dívida.
(art. 197º)
 Firma: pode ser uma firma-nome, firma-denominaçao ou uma firma-mista. O aditamento
é “Lda” ou “Limitada” (art. 200º)
 Capital: o capital está dividido em quotas; a sociedade não pode ser constituída com um
capital inferior a 5000€, não podendo ser reduzido a importância inferior (art. 201º). Não é
representado por títulos (art. 219º). É possível prever prestações complementares (art. 210º). A
participação de cada sócio recebe a denominação de quota, e não pode ser em princípio inferior
a 100€, de acordo com o (art. 219º, nº3).
 Entradas: não são admitidas contribuições de indústria (art. 202º).
 Lucros: não pode deixar de ser distribuído aos sócios metade do lucro do exercício (a não
ser que o contrato de soc. estabeleça o contrário ou por deliberação por maioria de ¾ dos votos
(art. 217º).
 Se o sócio não efectuar a prestação a que está obrigado (no prazo fixado na
interpretação) deve a soc. avisá-lo por carta registada de que a partir do 30º dia à recepção da
carta, fica sujeito a exclusão e perda total ou parcial da quota (art. 204º).
A sociedade deve comunicar ao sócio por carta registada a sua exclusão e a consequente perda a favor da
soc. da respectiva quota (art. 204º - 2).
A sociedade pode fazer vender em hasta pública a quota perdida a seu favor. Ela pode ainda ser dividida
proporcionalmente às dos restantes sócios (art. 205º).
Excluído um sócio, são os outros sócios obrigados solidariamente a pagar a parte da entrada que estiver
em divida, quer a quota tenha sido ou não vendida (art. 207º). Cada sócio responde pela realização de todo
o capital social.
As quantias provenientes da venda da quota do sócio excluído pertencem à sociedade. Se houver
excedentes, deverá a soc. restituir aos sócios as quantias por eles desembolsadas; o restante será entregue
ao sócio excluído até ao limite da parte da entrada por ele prestado (art. 208º).
 Reserva: é obrigatória a constituição de uma reserva legal (art. 218º). – ver + à frente
direitos e obrigações dos sócios.
 Direitos dos sócios: - à informação (art. 214º a 216º).
- aos lucros (art. 217º a 218º). – ver + à frente direitos e obrigações dos sócios.
O sócio que usar indevidamente as informações obtidas é responsável pelos prejuízos que causar
e fica sujeito a exclusão (art. 215º).
 Quotas: a cada sócio pertence apenas 1 quota; não podem ser inferiores a 100 € (excepto
quando a lei o permitir) (art. 219º).
 Assembleia: a convocação de Assembleias Gerais compete a qq dos gerentes e deve ser
feita por meio de carta registada, expedida com antecedência mínima de 15 dias, a não ser que a
lei ou o contrato da sociedade exijam outras formalidades ou estabeleçam prazo + longo (art.
248º). – ver + à frente assembleia geral
 Votos: um voto por cada cêntimo do valor nominal da quota (art. 250º). Maioria dos votos
emitidos
Os sócios podem tomar deliberações por voto escrito e em Assembleia Geral (art. 246º e 247º).
Nenhum sócio pode ser privado de participar na Assembleia, ainda que esteja impedido de exercer direito
de voto (art. 248º - 5).
as actas das A.G. devem ser assinadas por todos os sócios que nela participem
O sócio não pode votar nem por si, nem por representante, nem em representação de outrem, quando,
relativamente à matéria de deliberação, se encontre em situação de conflito de interesses (art. 251º).
 Administração: a soc. é administrada e representada por um ou + gerentes, que podem
ser escolhidos de entre estranhos à sociedade, e devem ser pessoas singulares com capacidade
jurídica plena  não pode fazer representar-se no exercício do seu cargo (art. 252º).
 Concorrência: PROIBIDA. Os gerentes não podem, sem consentimento dos sócios,
exercer actividade concorrente com a da sociedade (art. 254º).
 Gerência: um ou + gerentes (podem ser estranhos à soc.). Os sócios podem deliberar a
todo o tempo a destituição (demissão) dos gerentes (art. 252º e 257º). Os gerentes são designados
no contrato ou eleitos posteriormente por deliberação dos sócios. Salvo disposição do contrato
da soc. em contrário, o gerente tem direito a remuneração a fixar pelos sócios (art. 255º, nº1).
Os gerentes devem praticar os actos que forem necessários ou convenientes para a realização do objecto
social, com respeito pelas deliberações dos sócios (art. 259º)  competência dos gerentes.
Os actos praticados pelos gerentes vinculam-na para com 3ºs, não obstante as limitações constantes do
contrato social ou resultantes de deliberações dos sócios (art. 260º).

vinculam a soc., opondo a sua assinatura com indicações dessa qualidade
No caso de haver vários gerentes, os respectivos poderes são exercidos conjuntamente
considerando-se válidas as deliberações que reúnam os votos da maioria e a sociedade vinculada pelos
negócios jurídicos concluídos pela maioria dos gerentes (art. 261º)  (art. 252º) assinatura do gerente.
Os gerentes são designados no contrato de soc. ou eleitos posteriormente por deliberação dos
sócios se no contrato social se previr outra forma de designação (art. 252º).
 Fiscalização: o contrato de soc. pode determinar que a soc. tenha um conselho fiscal. As
soc. que não tiverem conselho fiscal devem designar um ROC (art. 262º). Não é obrigatório ter
órgão de fiscalização (art. 252º - 262º).
Os actos de gerência não têm de ter autorização do C.F., excepto se for estabelecido no contrato estrutura
orgânica:
Impõe um órgão deliberativo (A.G. – art. 248º), um órgão executivo e de gestão (gerência – art. 252º) e
facultativamente, em fiscal único ou conselho fiscal, sendo obrigatória a nomeação de um ROC ou SROC
nos casos previstos no art. 262, nº2.
 A cessão (abdicação) de quotas a não sócios depende do consentimento unânime dos
sócios (art. 246º) *; ou, é proibida a cessão de quotas a não sócios logo que lhe for comunicado
por escrito.
*segundo o artº 228, só se torna eficaz a cessão para com a soc.
 A soc. pode amortizar quotas ou adquirir quotas próprias. Contudo, é necessário que as
reservas e lucros não sejam inferiores à soma do capital e da situação líquida.
 Alteração no contrato: a alteração tem que ser aprovada para maioria de ¾ dos votos
correspondentes ao capital social (art. 265º).
A simples vontade dos sócios, quando não manifestada na deliberação, não pode constituir causa
contratual de dissolução.
 Dissolução da sociedade: deve ser tomada por maioria de ¾ dos votos correspondentes
ao capital social (art. 270º).
 Exclusão de um sócio com actividade concorrente: a sociedade pode amortizar a(s)
quota(s) nos seguintes casos:
- falecimento do sócio, penhora, arresto ou apreensão judicial de quota e se se verificar adjudicação judicial
de quota a não-sócio;
- exercício pelo sócio de actividade concorrente com a sociedade.
 Qq membro da administração tem o dever de outorgar (concordar/aprovar) a escritura
referente ao aumento do capital social.
 Vendas de imóveis: (art. 246º e 406º)
 Fixação dos próprios salários: (art. 255º e 399º)
 Pagamento de salários a trabalhadores: (art. 259º e 405º)
 Art. 229º - proíbe a cessão de quotas, determinando-se apenas o direito dos sócios à
exoneração (demissão) uma vez decorridos 10 anos sem o seu ingresso na soc. (são válidas as
clausulas que proíbam a cessão de quotas)
Sociedades anónimas: são o tipo característico da empresa de maior dimensão. O seu capital mínimo é de
50 000€, e deverão ser pelo menos, cinco accionistas. Os accionistas respondem apenas pela realização
das acções de que são titulares.
Sociedades Anónimas
Resulta do art. 271º que cada sócio só é responsável pela respectiva entrada na soc., ou seja,
apenas a soc. responde pelas suas dívidas.
As participações dos sócios recebem a designação de acções que devem ter todas o mesmo valor
nominal, sendo que nestas soc. o cap. social mínimo é de 50.000€ (art. 271º e 276º).
As acções são representadas por títulos e podem ser transmitidas de acordo com o regime previsto no art.
328º do C.S.C.
Caracteriza ainda estas sociedades o facto dos seus sócios se designarem accionistas e não poder o seu nº
ser, em principio, inferior a 5 como dispõe o art. 273º, nº1.
 Responsabilidade: a responsabilidade de cada sócio é limitada ao valor das acções que
subscrevem. Só a sociedade com o seu património é responsável, perante os seus credores, pelas
suas dívidas (art. 271º).
 Sócios: a sociedade anónima não pode ser constituída por um nº inferior a 5 (como já
tinha sido referido), excepto quando a lei o dispense (art. 273º). No caso do estado deter a maioria
do capital, a soc. pode constituir-se com 2 sócios (art. 273º).
 Firma: firma-nome, firma-denominação ou firma-mista. O aditamento é “soc. anónima”
ou “S.A.” (art. 275º).
 Acções: todas têm o mm valor nominal e são indivisíveis (art. 276º).
 Entradas: não são admitidas contribuições de indústria (art. 277º). Para além da
obrigação de entrada, obrigação de prestações acessórias (art. 287º).
 Administração e fiscalização: está a cargo do:
- conselho de administração e concelho fiscal; ou
- direcção, conselho geral, ROC (art. 278º).
Conselho de administração: competência conselho administração (art. 405º).
É composto por um nº impar de membros, fixado no contrato de soc. (art. 390º).
Os administradores podem não ser accionistas, mas devem ser pessoas singulares com capacidade jurídica
plena (art. 390º).
Pode o conselho encarregar especialmente algum ou alguns dos administradores de se ocuparem de certas
matérias de administração.
A soc. fica vinculada pelos negócios jurídicos concluídos pela maioria dos administradores ou por um nº
menor fixado no contrato de soc. (art. 408º - 409º).
os administradores obrigam a soc., opondo a sua assinatura, com a indicação dessa qualidade.
Compete ao conselho de administração deliberar sobre a alienação de bens imóveis (entre outras coisas)
(art. 406º ).
O conselho de adm. reúne sempre que for convocado pelo presidente ou por outros 2 administradores
(art. 410º).
o conselho não pode deliberar sem que esteja presente ou representada a maioria dos seus membros (art.
410º).
 Invalidade de deliberações: (art. 411º).
Segundo o art. 72º, os administradores são responsáveis pelos prejuízos da soc. salvo se provarem que
procederam sem culpa.
QUESTÃO:
O que é necessário para destituir (demitir) os administradores?
Resp.: segundo o art. 403º, é necessário que seja em A.G.:
- se existir causa justa – requer ao tribunal a suspensão dos administradores e a sua destituição
(nº3);
- sem causa justa - nº2, remete ao art. 392º, nº6.
 Remuneração: a remuneração de cada e dos administradores, tendo em conta as suas
funções e a situação económica da soc., compete à A.G. dos accionistas ou comissões de
accionistas por aquela nomeada (art. 399º, nº1).
 Conselho fiscal: composição (art. 413º) – é composto por 3 membros efectivos (podem
vir a ser 5)
as deliberações do C.F. são tomadas por maioria, devendo os membros que com elas não concordarem,
fazer inserir na acta os motivos da sua discordância (art. 423º).
 Fiscalização da soc.: compete a um fiscal único (art. 420º) que deve ser o ROC (art. 420º
- A).
Não se pode atribuir ao sócio a tarefa de designar a maioria dos membros do conselho geral, esta é feita
no contrato de soc., ou por eleição nos termos do nº1, art.º 435.
As sociedades cotadas em bolsa de valores devem designar um secretário da soc. e um suplente (art. 446º
- B).
 Destituição: (art. 419º).
 Direitos dos sócios: – ver + à frente direitos e obrigações dos sócios
- à informação: qq accionista desde que possua pelo menos 1% do capital social, pode consultar, desde que
alegue motivos justificados, dados referentes à soc. (art. 288º); + de 10%, direito à informação escrita (art.
291º).
 Assembleia Geral: na A.G., o accionista pode requerer que lhe sejam prestadas
informações verdadeiras, completas e elucidativas que lhe permitam formar opinião sem os
assuntos sujeitos a deliberação (art. 290º).
As A.G. são convocadas pelo presidente da mesa, nos casos especiais previstos na lei; pelo conselho geral,
fiscal ou tribunal (art. 377º). Convocação: por carta registada (21 dias); publicações (1 mês).
Os administradores /gerentes não têm poder para convocar assembleias, somente para deliberar sem a
convocação (art. 406º, c) ).
A mesa da A.G. é constituída, pelo menos, por 1 presidente e 1 secretário (art. 374º).
As A.G. de accionistas devem ser convocadas sempre que a lei o determine ou o conselho de administração,
a direcção, o conselho fiscal ou o conselho geral o entenda (art. 375º).
a A.G. deve ser convocada quando o requererem 1 ou + accionistas que possuem acções que correspondam
a 5% do capital social.
O presidente da mesa da A.G. quando não defira (conceda) o requerimento dos accionistas ou não
convoque a assembleia, deve justificar por escrito a sua decisão dentro de 15 dias.
O presidente da mesa da A.G. deve mandar organizar a lista dos accionistas que estiveram presentes e
representados no início da reunião (art. 382º).
os accionistas presentes e os representantes devem rubricar a lista (que fica arquivada)
Os accionistas têm o direito de estar presentes na A.G. e aí votar (têm direito a pelo menos 1 voto)
os accionistas sem direito de voto e os obrigacionistas podem assistir às A.G. e participar
na discussão (art. 379º).
Segundo o art. 380º, o contrato de soc. não pode proibir que 1 accionista se faça representar na A.G., desde
que o representante seja membro do conselho de administração ou direcção da soc.
A A.G. delibera por maioria dos votos emitidos, seja qual for a % do capital nela representado (art. 384º e
386º).
 Votos: a cada acção corresponde 1 voto (a não ser que o contrato da soc. diga algo em
contrário) (art. 384º).
um accionista não pode votar, nem por si, nem por representante, nem em representação de outrem,
quando a lei o expressa/ proíbe e ainda quando a deliberação incida sobre: … (art. 384º - 6).
Um accionista que disponha de + de 1 voto, não pode votar em sentidos diversos sem a mesma proposta
(art. 385º).
 Lucros: não pode deixar de ser distribuído aos accionistas metade do lucro do exercício
(excepto se o contrato disser o contrário ou por deliberação tomada por maioria de ¾ dos votos
correspondente ao cap. social) (art. 294º).
 Reserva legal: uma % não inferior à vigésima parte dos lucros da soc. é destinada à
constituição de reserva legal (art. 295º e 296º).
 Acções: as acções não podem ser emitidas por valor inferior ao seu valor nominal. Podem
ser nominativas ou ao portador (art. 298º).
As acções ao portador podem ser sempre convertidas em acções nominativas; as acções nominativas
podem ser convertidas em acções ao portador (isto se a lei não proibir a conversão e o contrato de soc.
permitir acções ao portador).
Não é possível estipular a intransmissibilidade absoluta das acções: o art. 328º proíbe as chamadas
cláusulas de proibição.
A transmissão de acções nominativas a não sócios depende do consentimento da soc. a prestar com os
votos correspondentes a 95% do cap. social. O consentimento será prestado em A.G. no prazo de 60 dias
a contar do seu pedido, tornando-se livre a transmissão se a soc. não cumprir o disposto nesta cláusula.
No caso da soc. recusar prestar consentimento, deverá fazer adquirir as acções por outra pessoa nos
termos do disposto no art. 329º, nº2 c); art. 299º, nº2 b); art. 328º, nº2 b) e art. 329º.
 Entrada e saída de sócios: depende de pura e simplesmente da alienação das suas
participações.
 Concorrência: a soc. pode amortizar acções do sócio que exercer actividade concorrente,
nos termos do art. 347º.
 Aquisição de bens a accionistas: art. 29º
Não é possível atribuir direitos especiais a sócios, mas apenas a categorias de acções (art. 24º e 302º), o
que constitui índice de despersonalização.
 Estrutura orgânica: A.G., conselho de administração/ administrador único e fiscal único –
ROC ou SROC; conselho fiscal ou A.G., conselho geral, direcção/director único, ROC ou SROC (art.
278º, art. 373º a 389º, art. 390º a 412º, art. 403º a 423º - A, art. 424º a 445º e art. 446º).
 Subscrição de uma letra: - representação (art. 408º).
- vinculação da soc. (art. 409º).
 Alterações no contrato social: tem que ser deliberado em A.G., em 1ª convocação com a
presença ou representação de accionistas que detenham pelo menos 1/3 das acções
correspondentes ao capital social (art. 383º, nº2), ou em 2ª convocação, seja qual for o nº ou o
capital representado pelos accionistas presentes (art. 383º, nº3) e a deliberação terá de ser por
maioria de 2/3 dos votos presentes (art. 386º, nº2).
 Aumento e redução do capital: (art. 456º) tanto nas soc. por quotas como na anónimas,
qq membro da administração tem o dever de outorgar a escritura referente ao aumento de
capitais sociais, com a maior brevidade, sem dependência de especial designação pelos sócios (art.
85º, nº4) ver + à frente aumento e redução do cap.social.
 Gerência: os sócios não fazem parte necessariamente da gerência.
 Dissolução da soc.: (art. 464º).
Sociedades em comandita: são um tipo misto em que existem sócios de responsabilidade ilimitada – os
comanditados e os sócios de responsabilidade limitada – os comanditários.
O que caracteriza estas soc. é a existência de 2 tipos de sócios: comanditários e comanditados.
Responsabilidade: os sócios comanditários têm uma responsabilidade em tudo idêntica à dos
sócios accionistas (só são responsáveis pela respectiva entrada) – não respondem por qq dívida da soc.
Já os sócios comanditados têm uma responsabilidade igual à dos sócios das soc. em nome colectivo, logo,
uma responsabilidade solidária, subsidiária e ilimitada, o que resulta do (art. 465º, nº1), ie, respondem
pelas dívidas da soc.
 Firma: as sociedades podem ser em comandita simples ou por acções. É uma firma-nome.
Art. 467º - no caso de ser simples, o aditamento é “em Comandita” ou “& Comandita”; no caso de
ser por acções, o aditamento é “em Comandita por acções” ou “& Comandita por acções”.
 Entradas: não são admitidas contribuições de indústria; só os sócios comanditados
podem ser sócios de indústria, como resulta do art. 468º, “a contrario”.
 Gerência: só os sócios comanditados podem ser gerentes (excepto se o contrato da soc.
disser algo em contrário) (art. 470º).
 Sócios: as deliberações são tomadas unanimemente (art. 472º).
 Sociedades em Comandita simples:
Aplica-se o disposto nos art. 474º a 477º, o que significa que o seu regime é semelhante ao das soc. em
nome colectivo. Nestas soc. as contribuições dos sócios são partes sociais não representadas por quaisquer
títulos /acções.
 Sociedades em Comandita por acções:
Aplicam-se subsidiariamente as disposições relativas às soc. anónimas, como nos diz o art. 478º exigindo-
se um nº mínimo de 5 sócios comanditários. Nestas soc. as participações dos sócios comanditários são
representadas por acções, como nos diz o art. 465º, nº3. - (art. 478º a 480º).
TRANSMISSÃO DO ESTABELECIMENTO.
Aferida a existência de um verdadeiro estabelecimento comercial, o mesmo pode ser transmitido no seu
todo nos termos seguintes:
• Transmissão definitiva: trespasse, regime excepcional
• Transmissão temporária: cessão de exploração, regime geral
A regra geral é, contrariamente a estas que aqui observamos, a regra da especialidade: cada uma das
situações jurídicas distintas a transmitir exigiria, em princípio, um negócio autónomo.
TRESPASSE.
Transmissão do estabelecimento
O estabelecimento comercial é uma realidade jurídica complexa, unitária, o que releva em matéria de
transmissão…
O titular do estabelecimento pode transmiti-lo, na sua globalidade (unidade funcional), obtendo assim um
valor superior à simples soma das partes – realizando, consequentemente, o trespasse –, ou separar os
elementos que o compõem, fragmentando-o e transmiti-los isoladamente, na sua unidade (funcional)
O trespasse é o termo que designa a transmissão do estabelecimento comercial ou industrial na sua
unidade (tendencial)
O trespasse pode resultar de diversos negócios (como a compra e venda, a troca, a doação) e também, em
caso de morte, da herança ou até da partilha de sócios.
O trespasse é um acto de transmissão global e a título definitivo
O trespasse consiste na transmissão definitiva da titularidade do estabelecimento comercial, no seu todo,
sem perda de aptidão funcional [do aviamento, enfim]: trata-se de um único negócio jurídico, mediante
uma única escritura. Segundo MENEZES CORDEIRO e OLIVEIRA ASCENSÃO, a transmissão de um
“estabelecimento” com perda do aviamento, consiste na transmissão de um “estabelecimento
incompleto”.
Pode ser celebrado mediante qualquer contrato com eficácia translativa da titularidade do direito [vg
compra e venda, doação, troca ou dação em cumprimento]. O principal efeito resulta da transmissão da
propriedade relativamente a esse estabelecimento, ou do direito pessoal de gozo do arrendatário, mais
frequentemente. Eis os traços gerais do regime do trespasse, de natureza excepcional face ao regime geral
da cessão de exploração:
• Está regulado no CC [art. 1112º CC] mas é considerado legislação comercial, maxime acto
comercial em sentido objectivo, por razões históricas e pela sua natureza: protecção do interesse e do
desenvolvimento comercial.
• Não há qualquer necessidade de consentimento do senhorio [art. 1112º-1a CC], bastando a mera
comunicação [art. 1112º-3 CC] pelo locatário originário, no prazo de quinze dias [art. 1038º g) CC]: facto
que sustenta a sua natureza de protecção do interesse comercial.
• Forma: escrita [art. 1112º-3 CC]. Problema da simplificação formal do trespasse: essa norma
aplica-se também ao proprietário do prédio? COUTINHO DE ABREU considera que se afasta o art. 875º CC
e o art. 80º do Código do Notariado, relativamente à necessidade da escritura pública na transmissão do
direito de propriedade sobre imóveis em caso de trespasse.
• A violação do dever de comunicação constitui fundamento do direito de resolução do contrato
[art. 1083º-2 e) CC] e de indemnização por responsabilidade obrigacional [art. 798º CC].
• O senhorio tem direito de preferência no trespasse por venda ou dação em cumprimento [art.
1112º-4 CC], permitindo-lhe uma vantagem potencial. Se preferir, extingue-se o contrato por confusão de
esferas jurídicas: o senhorio não pode ser simultaneamente senhorio e locatário.
• Dever de não concorrência do trespassante com o trespassário: dever que decorre da boa fé,
maxime, do dever de lealdade. Quando violado, gera responsabilidade pós-contratual nos termos dos
princípios da culpa post pactum finitum, segundo MENEZES CORDEIRO. Se as partes afastarem o dever de
não concorrência, convencionam, geralmente, uma remuneração proporcional. Evidencia a importância da
clientela enquanto elemento activo do estabelecimento. Preconiza a observância de limites:
o Materiais: a nova actividade do trespassante não pode ser semelhante
o Espaciais: com respeito com a circunscrição geográfica da actividade
o Temporais: observância do prazo de consolidação do novo estabelecimento, geralmente de três
ou dois anos [jurisprudência]
• Havendo perda do aviamento do estabelecimento, com o trespasse, aplicar-se-á o regime geral
da cessão de exploração infra: o contrato celebrado transmite meramente o direito pessoal de gozo sobre
o prédio, e não o estabelecimento no seu todo, por desmantelamento, vg. Nestes termos, há que
interpretar restritivamente o disposto no art. 1112º-2 a) CC, considerando que o limite que traça a distinção
entre trespasse e mera cessão de exploração reside na perda de aviamento, e não na mera transmissão de
utensílios e de mercadorias. Cabe ao senhorio fundamento de resolução do contrato pelo exercício, no
prédio, de outro ramo de comércio sem o seu consentimento [art. 1112º-2 b) CC], norma que pretende
obstar à simulação de trespasse, nos casos de transmissão do espaço e não do estabelecimento.
• Se existe verdadeiro trespasse, mas outro destino foi dado ao prédio, há fundamento do direito
de resolução do contrato nos termos dos arts. 1038º c), 1083º-1c) e 1112º-5 CC e consequente
indemnização por responsabilidade obrigacional [art. 798º CC].
§5: ELEMENTOS TRANSMITIDOS. Caracterizado o trespasse nos seus traços gerais, cumpre determinar
quais os elementos do estabelecimento que devem considerar-se transmitidos com o trespasse do mesmo.
OLIVEIRA ASCENSÃO, neste âmbito, estabelece a distinção entre:
• Situações jurídicas exploracionais: não fazem sentido sem o estabelecimento a que respeitam,
pelo que se transmitem com este.
• Situações jurídicas comuns
Assim, transmitem-se, num plano interno [entre o trespassante e o trespassário]:
Elementos activos:
• Direito de propriedade sobre móveis e imóveis, em princípio [mesmo sem acordo expresso, por
estar implícito na vontade hipotética das partes que celebram o trespasse].
• Direito pessoal de gozo relativo ao arrendamento.
• Direito à firma, com consentimento escrito do titular [art. 44º RNPC].
• O nome do estabelecimento, logótipo e insígnias [art. 31º-4 Código de Propriedade Industrial].
• Posições contratuais:
o Contrato de trabalho: por mero efeito da lei, com vista à protecção do trabalhador, a parte mais
fraca – as dívidas transmitem-se à segurança social.
o Contrato de fornecimento: as situações jurídicas exploracionais transmitem-se tacitamente,
segundo OLIVEIRA ASCENSÃO.
• Direitos de crédito, sem consentimento do devedor [art. 577º CC].
• Aviamento e clientela: factores que influenciam decisivamente o valor do estabelecimento e que,
sendo este transmitido, vão com ele.
Elementos passivos:
• Dívidas, com consentimento do credor [art. 595º CC], excepto quando se trate de dívidas
exploracionais, indissociáveis do estabelecimento [segundo OLIVEIRA ASCENSÃO transmitem-se
tacitamente]. A solução adoptada deve ser intermédia: nem pela transmissão em bloco das mesmas, pela
difícil especificação de todas, nem pela transmissão das dívidas uma a uma, pela exigência que importaria.
Transmitem-se, num plano externo [entre o trespassário e terceiros]:
Elementos activos:
• Cessão da posição contratual [art. 424º CC]: com consentimento
• Cessão de créditos [art. 577º CC]: sem consentimento
Elementos passivos:
• Dívidas [art. 595º CC]:
o Com consentimento do credor: exonera o trespassante, o devedor originário.
o Sem consentimento do credor: não exonera o trespassante, o devedor originário, que, pagando a
dívida em causa, pode exercer direito de regresso sobre o trespassário, o novo devedor.
CESSÃO DE EXPLORAÇÃO.
• Designa-se cessão de exploração o negócio que consiste na transferência temporária e onerosa
do estabelecimento, em que o cedente conserva a titularidade do estabelecimento, limitando-se a permitir
que o cessionário o explore (correspondendo à cedência do gozo do estabelecimento como um todo e
pressupõe que o mesmo já se encontre constituído e apto a funcionar
A cessão de exploração do estabelecimento consiste na transmissão temporária do gozo do
estabelecimento como um todo, a título oneroso [locação de estabelecimento] ou gratuito [“comodato”
de estabelecimento]. Trata-se do regime geral previsto no art. 424º CC, a aplicar quando se considere
afastada a possibilidade de trespasse, a título excepcional, ou quando este, a existir, resulte em perda do
aviamento do estabelecimento: a cessão de exploração afasta o regime restritivo do arrendamento.
Estudaremos a cessão de exploração a título oneroso, dita locação do estabelecimento, com maior
pormenor. Eis os traços gerais do regime da locação do estabelecimento:
Necessidade de consentimento [art. 424º CC e art. 1059º]. Não existindo qualquer consentimento, há
fundamento de resolução do contrato e indemnização por responsabilidade obrigacional [arts 1047º e
1083º e 798º CC].
• Existência de um estabelecimento comercial [ou tratar-se-á de puro arrendamento]: a falta de um
dos elementos estruturais do estabelecimento, aquando da cessão, determina a sua conversão legal em
arrendamento.
• Forma: escrita [art. 1112º-3, por remissão do art. 1109º CC].
• Observância das obrigações do locatário [art. 1038º CC].
• O não consentimento do senhorio e a inobservância das obrigações do locatário constituem
fundamento do direito de resolução do contrato pelo senhorio: vg pelo exercício, no prédio, de outro ramo
do comércio sem o seu consentimento [art. 1112º-2 b)]: norma que pretende obstar à simulação de
trespasse.
• O direito à resolução do contrato e consequente indemnização por responsabilidade obrigacional
encontra-se consagrado nos arts 1047º, 1083º e 798º CC.
• Quando o estabelecimento se encontre instalado em local arrendado a locação não carece de
autorização do senhorio, mas deve ser-lhe comunicada no prazo de um mês [art. 1109º-2 CC].
Quando o locatário não transmita a titularidade do direito pessoal de gozo sobre o estabelecimento, mas
tão-só faculte o seu gozo a um terceiro, deparamo-nos com a denominada sublocação do estabelecimento,
nos termos seguintes [art. 1060º CC]:
• Não há cessão da posição contratual do locatário original, a favor do sublocatário [o locatário
mantém o seu direito pessoal de gozo, neste caso, embora faculte o gozo da coisa ao sublocatário].
O regime da sublocação [art. 1060º] caracteriza-se por:
• Dever de comunicação [art. 1038º g) e 1061º CC]
• Violação do dever de comunicação constitui causa de resolução do contrato e de indemnização
por responsabilidade obrigacional [arts 1083º e 798º CC].
Quando a sublocação verse sobre imóveis, dispõe o regime do subarrendamento [art. 1088º CC]:
• Necessidade de autorização do senhorio, por escrito [art. 1038º f) e 1088º CC]
b) Usufruto
Tem o estabelecimento por objecto, um direito real limitado de gozo constituído sobre coisa alheia e
também tem de ser realizado por escritura pública (arts. 1439 segs. CC).
O usufrutuário adquire o direito à exploração do estabelecimento, além dos poderes que lhe são atribuídos
de uso directo (exploração) do estabelecimento. Adquire também poderes de utilização indirecta,
contrariamente de alguém que tenha o mero direito de uso, quem tenha usufruto pode locar também.
REGISTO COMERCIAL. Os princípios orientadores do registo comercial são os seguintes:
 Legalidade [arts 47º e 48º CR Comercial]
 Instância [art. 28º CR Comercial]
 Obrigatoriedade [art. 15º-1 CR Comercial]
 Competência
O principal efeito do registo comercial é o efeito presuntivo [art. 11º CR Comercial], ainda que ilidível nos
termos gerais do art. 350º-2 CC. Não tem qualquer efeito constitutivo, nem no caso das sociedades
comerciais, para MENEZES CORDEIRO [vs art. 5º CSC], excepto no registo do penhor, na medida em que há
já personalidade colectiva antes do registo.
Segundo o art. 18º-3, os comerciantes são obrigados a fazer inscrever no registo comercial os actos a ele
sujeitos. Os factos relativos a comerciantes individuais que estejam sujeitos a registo são elencados no art.
2º CR Comercial, numa tipicidade fechada. O início da actividade do comerciante individual está previsto
no art. 2º a) CR Comercial. Será, todavia, esse registo obrigatório? Não, na medida em que essa alínea não
se encontra prevista na tipicidade fechada que consta do art. 15º CR Comercial. Conclui-se: o registo
comercial não tem efeito constitutivo, mas sim meramente presuntivo, dada a função de conferir fé pública
aos actos registados [art. 11º CR Comercial]. Há, todavia, mecanismos de obrigatoriedade indirecta, como
aqueles enunciados no art. 14º CR Comercial.
FIRMA.
Firma: é apenas o nome comercial do comerciante; nome sobre o qual o comerciante exerce o comércio;
nome pelo qual o comerciante individual ou colectivo exerce a sua actividade.
A firma permite individualizar a personalidade comercial do comerciante e é obrigatória, ou seja, todos os
comerciantes são obrigados a adoptar uma firma.
Firma nome: é formada pelo nome de 1 ou + sócios. EX: Reis & Pinto, Lda.
Firma denominação: é formada por uma expressão relativa ao ramo de actividade comercial. EX:
Electrodomésticos, Lda.
Firma mista: é formada por ambos os elementos (nomes e actividades). EX: Abel Soares – material de vídeo.
A firma é o nome do comerciante no comércio. Apesar da crescente simplificação do seu regime [cfr.
“empresa na hora”], a constituição da firma deve ser conforme com os princípios seguintes:
 Unidade [art. 38º RNPC]
 Autonomia privada
 Obrigatoriedade e normalização [art. 18º]
 Verdade [art. 32º RNPC]
 Estabilidade
 Novidade e exclusividade [art. 33º RNPC]
A firma, ou o nome do comerciante no comércio, é sempre obrigatória [art. 18º-1º e 38º-1 RNPC]. Se não
for adoptada uma firma fica impossibilitada a inscrição de actos com registo obrigatório.
A transmissão da firma é possível mediante autorização escrita do titular da mesma [art. 44º e 38º-2 RNPC].
O comércio é executado sob uma designação nominativa, que constitui a firma. Há, porém, no direito
comparado duas concepções diversas de firma:
Para o conceito objectivo, a firma é um sinal distintivo do estabelecimento comercial. Daí decorrem, como
corolários, a possibilidade de tal designação ser composta livremente e ser transmitida com o
estabelecimento, independentemente de acordo expresso.
Para o conceito subjectivo, a firma é um sinal distintivo do comerciante – o nome que ele usa no exercício
da sua empresa: é o nome comercial do comerciante. Daí que, em relação ao comerciante individual, nesta
concepção, a firma deva ser formada, a partir do seu nome civil e, em princípio intransmissível.
O art. 18º CCom], está relacionado com o estatuto de comerciante. Considera-se a firma o nome comercial
do comerciante, sinal que os identifica ou individualiza também o faz para alguns não comerciantes –
sociedades civis não comerciais.
24. Constituição da firma
A firma consoante os casos, pode ser formada com o nome de uma ou mais pessoas (firma-nome), com
uma expressão relativa ao ramo de actividade, aditada ou não de elementos de fantasia (firma-
denominação ou simplesmente denominação), ou englobar uns e outros desses elementos (firma mista).
Em todo o caso, ele será um sinal nominativo e nunca emblemático: sempre uma expressão verbal, com
exclusão de qualquer elemento figurativo.
Sinais distintivos das diversas pessoas colectivas:
d) Firmas dos comerciantes individuais (art. 38º/1 e 3 RNPC):
Tem de ser composta pelo seu nome completo ou abreviado para identificação, não podendo colocar em
regra a abreviação de um só vocábulo; pode ter expressões ou siglas; pode aditar uma alcunha ou
expressão alusiva à actividade comercial. O art. 40º RNPC, estabelece o estabelecimento individual de
responsabilidade limitada.
e) Sociedades comerciais
Poderão ter a alusão à actividade comercial (art. 177º/1 CSC). O art. 200º CSC, a firma que as sociedades
por cotas devem ser formadas com ou sem sigla, nome completo ou abreviado de todos ou alguns dos
sócios, tem de quer sempre o aditamento Lda.
Tem de dar a conhecer quanto possível o objecto da sociedade (art. 10º/3 CSC). Deve aludir ao objecto
social. Vale integralmente para as Sociedades Anónimas (art. 275º CSA) e para as sociedades em comandita,
a firma tem de ser composta pelo nome completo ou abreviado por todos os sócios comanditados (art.
467º CSC).
25. Princípios gerais (informadores) da constituição de firmas
a) Princípio da verdade (art. 32º RNPC)
A firma deve corresponder à situação real do comerciante a quem pertence, não podendo conter
elementos susceptíveis de a falsear ou de provocar confusão, quer quanto à identidade do comerciante
em nome individual e ao objecto do seu comércio, quer, no tocante às sociedades, quanto à identificação
dos sócios, ao tipo e natureza da sociedade, à (s) actividade (s) objecto do seu comércio e outros aspectos
a ele relativos.
b) Princípio da distintividade ou capacidade distintiva
A firma deve possuir distintividade, esta não se limita a ser uma designação genérica.
O art. 32º/3 RNPC, exclui os vocábulos de uso corrente. Quanto às firmas dos comerciantes individuais e às
firmas nome, mistas das sociedades e dos ACE’s, são compostos por nomes de pessoas ou pelos sócios dos
associados, têm a capacidade distintiva.
As firmas de denominação por quotas das Sociedades Anónimas, dos ACE’s, das Empresas Públicas, das
Cooperativas e dos AEIE, as denominações devem dar a conhecer o respectivo objecto, sob pena de
incapacidade distintiva, a referência ao objecto não se basta com designações genéricas (como sociedade
de seguros) nem com vocábulos de uso corrente ou de proveniência.
c) Princípio da novidade (art. 33º RNPC)
Marca a prioridade da firma já registada ou licenciada procurando evitar surgir outra firma com a mesma
denominação da existente.
É aferida no âmbito da exclusividade, podendo haver firmas semelhantes se tiver âmbito de exclusividade
diferente, a racio legis, é não haver firmas iguais.
O juízo de confundabilidade (fundamentação de recurso) tem que ser de fundamentação global, tem que
atender aos elementos fundamentais da firma. É o nome da firma que o juízo de valor tem-se de
fundamentar.
d) Princípio da exclusividade (art. 35º RNPC)
A firma goza dum âmbito territorial de protecção, não é necessariamente o âmbito nacional.
No comerciante individual, se ele usar o seu nome, o âmbito de protecção é correspondente territorial da
conservatória onde está registado (art. 38º/4 RNPC).
Se ele aditar ao nome uma expressão distintiva já pode ser reconhecida extensão em todo o território
nacional.
A firma das Sociedades Comerciais goza de um âmbito nacional de protecção (art. 37º/2 RNPC). Os arts.
39º e 40º RNPC, estendem a outros empresários individuais a responsabilidade limitada as regras
fundamentais relativas ao comerciante individual.
As associações e fundações, o âmbito de protecção se não for local tem protecção nacional, se nos
estatutos referir que é local, então só têm protecção local.
e) Princípio da unidade
O comerciante deve gerir a sua actividade sob uma única firma. O empresário individual não pode usar
mais do que uma firma (art. 38º/1 RNPC).
Este princípio tem de ser confrontado com o fenómeno da transmissão da firma, se houver transmissão de
firma, afecta os princípios que a lei refere?
Poria-se em causa o princípio da novidade se o alienante continuar a usar a firma alienada. Pressupõe-se
que o alienante perde a firma anterior, para continuar, tem que formar uma nova firma – princípio da
novidade.
O princípio da unidade é atingido se o alienante puder continuar a utilizar a firma anterior? Resposta
negativa, se alguém quiser adquirir a firma do alienante, deve criar nova firma. Pode continuar a firma que
tem, tendo que exercer simultaneamente a exploração da firma adquirida. Só pode utilizar a firma do
alienante se continuar a explorar a firma do alienante (art. 38º/2 RNPC), não se permitindo a subsistência
de firmas independentes. A lei permite a transmissão da firma (art. 44º RNPC), mas para isso à que
preencher determinados requisitos:
· Transmissão tem que ocorrer em conexão com a transmissão do estabelecimento (art. 44º/4
RNPC);
· Acordo das partes nesse sentido (negócio entre vivos);
· A indicação tem que ser dada ao novo titular de que sucedeu ao antigo titular;
· A subsistência do estabelecimento adquirido, exigindo-se a indicação da transmissão (art.
38º/2 RNPC).
Por transmissão “mortis causa” (art. 38º/2 RNPC), os sucessores também devem continuar gerir o
estabelecimento. A lei exige que haja/impõe uma conexão da firma ao estabelecimento para que a
continuidade na identificação não se torne enganosa.
Preocupação de defesa de terceiros, porque eles recebem a garantia de que se trata do exercício do mesmo
estabelecimento.

26. Formalização da firma


Depende do requisito, e só há direitos exclusivos, após o registo definitivo (art. 35º/1 RNPC).
O Estado em relação às firmas passou a ter uma tutela administrativa (essencialmente), por isso é
necessário que as pessoas tenham um certificado de admissibilidade de firma ou de denominação. Em todo
o processo administrativo necessário para a firma, este certificado é o elemento estratégico essencial, em
termos de direito para se poder iniciar os trâmites necessários para a constituição de firma ou sociedade.
O certificado serve para atestar que os requisitos estão preenchidos, é deste certificado que depende tudo,
escritura pública, elementos destinados à constituição de pessoas colectivas de responsabilidade limitada
(art. 54º/1 RNPC).
A consequência da não existência do certificado é a nulidade (art. 55º RNPC), também a modificação do
objecto da sociedade obriga a um novo certificado (art. 54º/2 RNPC).
A firma está sempre ligada ao estabelecimento (tendência real); a firma liga-se ao comerciante (tendência
pessoal).
A firma surge à partida com o nome comercial, designação usada pelo comerciante no exercício do seu
comércio.
Responsabilidade dos bens dos cônjuges por dívidas comerciais
No actual regime dos efeitos do casamento sobre os direitos patrimoniais dos cônjuges, prevalece o
princípio da igualdade de direitos e deveres, a ambos pertencendo a orientação da vida em comum e a
direcção da família (art. 1671º CC). No tocante às dívidas contraídas pelos cônjuges, aquele primeiro
princípio tem como corolário, o disposto no art. 1690º/1 CC: qualquer dos cônjuges tem legitimidade para
contrair dívidas sem o consentimento do outro.
No caso das dívidas contraídas no exercício do comércio pelo cônjuge comerciante, o legislador inverteu o
ónus da prova: de forma implícita, presume que elas foram contraídas pelo comerciante em proveito
comum do casal. E, portanto, estabelece que só não será assim se for provado – em regra pelo cônjuge do
comerciante ou eventualmente por este – que as dívidas não foram contraídas em proveito comum do
casal.
A lei não se basta com o já apontado regime do art. 1691º/1-d CC, para a protecção dos interesses dos
credores dos comerciantes, a bem do próprio comércio. Vai mais além, pois o art. 15º CCom, determina
que: “as dívidas comerciais do cônjuge comerciante presumem-se contraídas no exercício do seu
comércio”.
O art. 15º CCom, apenas se aplica aos casos de dívidas comerciais – isto é, resultante de actos de comércio
de um comerciante casado.
Se um credor de um comerciante fizer prova de que a dívida é comercial e o devedor é comerciante,
presume-se que a dívida foi contraída por este no exercício do comércio e, portanto, a dívida é da
responsabilidade de ambos os cônjuges (arts. 1691º/1-a e 1695º CC; art. 15º CCom).
Para afastar este regime é preciso que o cônjuge do comerciante ou mesmo este:
- Ilida a presunção do art. 15º CCom, provando que a dívida do comerciante, apesar de ser comercial,
não foi contraída no exercício da actividade comercial daquele;
- Ou, em todo o caso, ilida a presunção implícita no art. 1691º/1-d CC, provando que a dívida não foi
contraída em proveito comum do casal.
Órgãos de cada Tipo de Sociedade
 SOCIEDADE EM NOME COLECTIVO:
- Assembleia Geral, art. 189º e 190º;
- Gerência, art. 191º e seguintes.
 SOCIEDADE POR QUOTAS
- Assembleia Geral, art. 248º e seguintes;
- Gerência, art. 252º e seguintes;
- se o contrato assim o previr, um Conselho Fiscal, art. 262º.
 SOCIEDADE ANÓNIMA
- Assembleia Geral, art. 373º e seguintes;
- Duas modalidades: Conselho de Administração e Conselho Fiscal, ou Direcção, Conselho Geral e ROC,
possibilidade que vem regulada no art. 278º
 SOCIEDADE EM COMANDITA
- Assembleia Geral, art. 472º;
- Gerência, art. 470º.
Processo de Constituição das Sociedades Comerciais
As formalidades a seguir são:
1. Certificado de Admissibilidade da firma emitido pelo Registo Nacional de Pessoas
Colectivas (R.N.P.C.) DL nº129/ 98, 13 Maio.
2. Escritura pública – art. 7º, nº1 do C.S.C. que nos diz que o contrato de soc. deve ser
celebrado através de escritura pública. Em certas soc., nomeadamente nas soc. por quotas e nas
S.A., a lei prevê que a soma das entradas em dinheiro deve ser depositada antes da celebração da
escritura pública, numa conta aberta em nome da futura soc., devendo ser exibido perante o
notário o comprovativo de tal depósito (para a soc. por quotas – art. 202º, nº3; para as soc.
anónimas – art. 277º, nº3)
3. Registo (art. 5º, C.S.C). Esta situação está também prevista nas Conservatórias do Cód. de
Registo Comercial (art. 3º, nº1, a) ).
4. Publicação (art. 70º e 71º, C.R.C) que devem ser feitas na 3ª série do Diário da República
e no que diz respeito às sociedades por quotas e anónimas devem também ser publicadas num
jornal da localidade da sede da soc. Estas publicações são promovidas oficiosamente
(amistosamente) pelo conservador do Registo Com., à custa do interessado.
A Sociedade antes da Escritura Pública
Começa a haver soc. mesmo antes da escritura.
O art. 36, nº2, C.S.C. determina que, se a soc. iniciar a sua actividade antes da celebração da escritura
pública, aplicam-se às relações entre os sócios e 3ºs as regras previstas para a soc. civil.
Neste momento a soc. não poderá considerar-se praticante mas poderá ser demandada em juízo, o que
significa que os seus credores podem demandar acções contra ela.
No que diz respeito à responsabilidade dos sócios, irá aplicar-se o art. 997º, C.Civil, de onde resulta que
pelas dívidas contraídas responde a soc. e subsidiariamente respondem os sócios de forma solidária.
O art. 19º, nº1, c), C.S.C prevê, contudo, que uma vez registado o contrato de soc., a soc. assuma os direitos
e obrigações resultantes de negócios jurídicos, celebrados antes da escritura, e que nesta sejam
expressamente ratificadas (comprovadas).
Também os art. 172º e 173º, C.S.C. prevêem a situação de um Ministério Público requerer a liquidação
judicial da soc., caso o contrato não tenha sido celebrado por escritura pública, dando-se, no entanto, aos
sócios um prazo razoável para regularizarem a situação.
Consequências da Falta de Registo
É com o registo que nasce uma soc. jurídica.
Diz o art. 37º que, nesse caso, se aplicam as regras estabelecidas no próprio contrato, no que diz respeito
às relações entre sócios.
Já quanto às relações com 3ºs, a responsabilidade vai depender do tipo de soc. que foi escolhido; para as
soc. em nome colectivo, aplica-se o art. 38º; para as soc. em comandita simples, o art. 39º; e para as
restantes, o art. 40º.
Destes 3 artigos retira-se que ficam obrigados perante 3ºs, pessoal e solidariamente os sócios que agirem
em representação da soc., bem como aqueles que autorizaram tais negócios presumindo a lei que os sócios
de responsabilidade ilimitada deram o seu consentimento.
Consequências da Falta de Publicação
Resultam do art. 168º, C.S.C. e está em causa, acima de tudo, a protecção de 3ºs.
Nesta medida, enquanto não for publicado o contrato, as suas disposições não são oponíveis a 3ºs, a não
ser que se prove que esses 3ºs tinham conhecimento do respectivo conteúdo.
Já que os 3ºs poderão sempre prevalecer-se do contrato de soc. mesmo que este não tenha sido publicado.
A sociedade embora seja criada por um contrato, é uma pessoa colectiva que se destina a durar, em
princípio, por termo indeterminado. É este carácter duradouro que faz com que as mesmas adaptem as
suas estruturas e o seu modo de funcionamento à medida que as condições em que ela se insere se
alterem.
De uma maneira geral, há modificações nas sociedades sempre que se alterem algum dos seus elementos
bem como as normas legais que lhe são aplicáveis.
Em sentido restrito, a modificação da sociedade existe apenas quando se altera alguma cláusula do
contrato, havendo uma alteração ou supressão de alguma cláusula ou introdução de novos elementos (artg
85/1). Contudo dentro desta modificação devemos distinguir as alterações do contrato, e a fusão, cisão e
transformação por outro.
Existe alteração do contrato sempre que se modifica um dos seus elementos (essenciais, naturais ou
acidentais). Ora, a fusão, cisão e a transformação são fenómenos que modificam a própria pessoa colectivas
que em sentido económico-social enquanto empresa, passa a ser outra, embora o Direito a considere a
mesma em termos patrimoniais. É por este motivo que o código trata destes em capitulos diferentes, e as
regras sobre a alteração do contrato apenas se aplicam à fusão, cisão e transformação quando houver
remissão destes institutos para aquelas normas.
Alteração do contrato
 Principio da alterabilidade dos contratos de sociedade: Durante muito tempo defendeu-se a ideia de
que a sociedade era um contrato, e apenas isso, e como tal a sua modificação só poderia ocorrer por mútuo
consentimento de todos os contraentes (C. Civil atrg 406º). Só a aceitação da dupla natureza da sociedade
comercial – contrato e pessoa colectiva- permitiu impor a necessidade da alteração, o ponto de hoj se
considerar nula a cláusula do contrato que afaste o principio da alterabilidade. Assim, o contrato pode ser
alterado por deliberação dos sócios segundo a maioria exigida por lei e pelo contrato (artg 85º).
 Limites à alteração do contrato: Sendo aceite o principio da alterabilidade é necessário impor limites a
essa alterações, tendo em conta especialmente a protecção das minorias. O ponto de equilibrio entre a
vontade da maioria e a proteecção da minoria foi estabelicida pelo Código em torno das seguinte regras:
1. só deliberação dos sócios (artg. 85/1)
2. Maioria qualificada (atrg. 265º; 386º/3 e 194º/1)
3. Novas obrigações (artg 86º/1)
4. Direitos especiais (artg. 24º/5)
5. Direito de preferência (266º- 267º e 458º-460º)
6. Direito de exoneração (artg 3º/6 e 240º/1-a))
 Processo de alteração do contrato de sociedade: A competência para alterar o contrato é exclusica do
órgão social constituido pelos sócios, havendo uma excepção nas SA onde o contrato da sociedade pode
autorizar o órgão de administração a aumentar o capital uma ou mais vezes por entradas em dinheiro (artg.
465º/1). Assim, a competência dos sócios é acumulativa com a da administração. O processo inicia-se com
a convocação de uma assembleia dos sócios, segundo o que dispõe o artigo 377º. Esta deve incluir as
cláusulas a modificar, suprimir ou aditar e o texto integral das clásulas propostas ou a indicação de tal texto
fica à disposição dos sócios na sede social, a partir da data da publicação (artg 377º/8). Depois da
deliberação dos sócios por maioria qualificada (artg. 265º e 386º), segue-se a ecritura pública, excepto nos
casos previstos nas alineas a) e b) do artg. nº 85º/3. Esta deve ser outorgada por qualquer mebro da
administração (artg. 85º/4). A alteração do conrato está sujeita a registo comercial (artg. 3º C. Reg. Com.),
o qual é feito com base no depósito do texto completo do contrato, na sua redacção actualizada (artg.
59º/3). A publicação subquente poderá conter apenas as cláusulas alteradas, sendo neste caso obrigatóio
mencionar o depósito do texto completo na sua nova redacção (C. Reg. Com. Artg 72º/4).
 Alterações Expressamente Reguladas (aumento do capital): o código regula expressamente duas
espécies de alterações do contrato: aumento e redução do capital. O aumento do capital é regulado nos
artigos: 87º a 93º, na parte geral, 266º a 269º, SQ, e 456º a 462º, SA. Pode assumir duas modalidades:
1- Novas entradas: estas podem ser em dinheiro ou em bens de outra natureza. Neste caso
é necessário salvaguardar a posição relativa aos sócios. O meio utilizado foi a atribuição do direito
de preferência, nas entradas em dinheiro, com a possibildade da sua alienação por aqueles que
não subscreverem o aumento (artg. 267º e 458º/3).
2- Incorporação de reservas (artg. 91º a 93º): esta modalidade dá lugar a aumento da
participação de cada sócio, proporcionalmente ao valor nominal dela, salvo se, estando
convencionado um diverso critério de atribuição de lucros, o contrato a mandar aplicar à
incorporação de reservas ou para estipular um critério especial (artg. 92º/2). Esta modalidade só
pode ser feita depois de aprovadas as contas do exercicio anterior à deliberação, excepto se já
tiverem decorrido mais de seis meses sobre essa aprovação, caso em que é necessário novo
balanço (artigo 92º/2/c) e 93º).
Em qualquer das modalidades o aumento de capital não pode ter lugar enquanto não estiverem vencidas
as prestações de capital inicial ou proveniente de anterior aumento (artigo 87º/3 e 91º/3)
 Alterações Expressamente Reguladas (redução do capital): neste caso para além de salvaguardar os
interesses dos sócios têm que se salvaguardar os credores. Assim, o código impôs a autorização judicial,
excepto para a hipótese em que a redução for apenas destianda à cobertura de prejuízos (artg. 95º/3). Em
qualquer caso, a redução não pode fazer cair o montante de capital para valor inferior ao mínimo imposto
por lei para o tipo social de que se trate (artg. 96º). A redução do capital pode ter várias finalidades (artigo
94º/1-a)) sendo necessário indicá-las na convocatória da assembleia.
Fusão de Sociedades
 A fusão de sociedades caracteriza-se pela reunião numa só de duas ou mais sociedades, ainda que de
tipo diverso (artigo 97º). Pode revistir duas modalidades:
1- por absorção: uma sociedade absorve outra ou outras que se extinguem, e distribui aos sócios das
absorvidas participações no seu capital social para o efeito aumnetado (artg. 97º/4-a)).
2- por criação de uma nova sociedade: as primitivas socieades são substituidas por uma nova para a qual
se tranferem globalmente os patrimónios das socieades fundidas, distribuindo-se o capital da nova
sociedade entre os sócios das sociedades incorporados (artg. 97º/4-b)).
O processo de fusão é muito complexo, sendo as fases a sua síntese:
- aprovação do projecto pelos órgão de administração das sociedades (artg. 98º);
- Fiscalização do projecto (artg. 99º);
- Registo do projecto de fusão e convocação da assembleia (artg. 100º e C. Reg. Com 3º/1-p);
- Escritura da fusão (artg. 106º):
- Eventual oposição dos credores (artg. 101º/A – 101º/D);
- Deliberação dos sócios (artg. 102º a 103º);
- Forma legal (artg. 106º);
- Registo Comercial (artg. 111º);
A fusão consuma-se pelo registo definitivo. Em consequência, extinguem-se as sociedades
absorvidas, ou incorporadas, transmitindo-se os seus direitos e obrigações para a sociedade absorvente ou
para a nova sociedade; em relação aos sócios das sociedades extintas tornam-se sócios da sociedade
absorvente ou da nova socieade. Do mesmo modo que qualquer deliberação social, a deliberação de fusão
pode ser inválida, nula ou anulável. Este último caso rege-se pelos principios gerais, porém, a nulidade
obdece às regras especiais prescritas no artigo 117º.
Cisão de Sociedades
 Caracteriza-se pela separação, em diversas aprtes, do património de uma sociedade para criar novas
sociedades ou fundir com partes do património de outras sociedades, igualmente cindidas. Pode assumir
três modalidades:
a) Cisão simples: quando uma sociedade destaca parte do seu património para com ela
cosntituir outra sociedade;
b) Cisão dissolução: quando a sociedade se dissolve e divide o seu património sendo cada
uma das aprtes resultantes destinada a cosntituir uma nova sociedade;
c) Cisão fusão: quando a sociedade em questão destaca aprtes do seu património ou se
dissolve, dividindo o seu património em duas ou mais partes, para as fundir com sociedades já
existentes;
O processo de cisão é muito semelhante ao da fusão, cujas regras se aplicam com as necessárias
adaptações (artg. 120º). A natureza da cisão exigiu algumas cautelas especiais destinadas a proteger os
credores e a preservar a garantia patrimonial destes. Assim, excluiu-se a inovação, o que significa que a
atribuição de dividas da sociedade cindida à sociedade incorporante ou à nova sociedade não significa a
extinção da dívida anterior e a criação de uma nova, havendo antes uma transmissão da posição contratual,
sem necessidade de acordo do credor (C. Civil, artg. 424º e 595º). Para além disso, definiram-se regras para
a divisão do património (artg. 124º, 126º e 129º). Para terminar, estabeleceu-se um regime de
responsabilidade por dívidas entre a antiga e as novas sociedades (artg. 122º): responsabilidade solidária
entre a sociedade cindida e as novas sociedades pelas dividas atribuídas a estas; responsabilidade solidária
das novas sociedades com a sociedade cindida pelas dividas desta, anteriores à cisão, com um limite: o
valor dos bens transmitidos; (síntese do regime).
Transformação de Sociedades
As sociedades comerciais regularmente cosntituidas podem mudar de tipo social: nisso consiste o instituto
da transformação. A transformação das sociedades comerciais está regulada pelos artigos 130º a 140º. O
regime aí prescrito é aplicável também à hipótese de adopção por uma sociedade civil de um tipo de
sociedade comercial. No que diz respeito à personalidade jurídica o código optou pela doutrina da
continuação, ficando a sociedade que resulta da transformação com a personalidade jurídica da anterior.
A transformação da sociedade não importa a dissolução dela (artg. 130º/3) e mesmo no caso de os sócios
deliberarem a dissolução, a sociedade dissolvida não entra em liquidação, pois a nova sociedade sucede
automática e globalmente em todos os direitos e obrigações da sociedade anterior (artg. 130º/5), o que de
resto, acontece também em caso de transformação da sociedade civil em civil sob forma comercial (artg.
130º/6). O processo de transformação também é complexo, podendo autonomizar-se dez fases:
- Elaboração do relatório justificativo da transformação e do contrato pelo qual a sociedade passará a reger-
se (artg. 132º);
- Fiscalização do projecto de tranformação pelo Conselho fiscal ou por um revisor oficial de contas (artg.
99º, por força do artigo 132º/3);
- Publicidade do projacto e convovação da assembleia (artg. 100º, por força do artigo 132º/3);
- Consulta dos documentos (artg. 101º, por força do artigo 132º/3);
- Deliberação dos sócios (pela maioria definida no artg. 133º e com o conteúdo imposto pelo artg. 134º)
- Publicação da deliberação de transformação (artg. 137º/1 e 4);
- Prazo de 30 dias para oposição dos sócios titulares de direitos especiais (artg. 131º/2) e para exercício do
direito á exoneração dos sócios discordantes (artg. 137º);
- Escritura pública da transformação (artg. 135º);
- Registo da transformação (C. Reg. Comer. Artg 3º/q);
- Publicação da transformação (C. Reg. Comer. Artg 70º/1-a);
Existem alguns impedimentos à transformação, vindo indicados no nº1 do artigo 131º. Os casos previsto
nas alíneas a) b) e d) dizem respeito ao capital social e por isso podem ser invodados em qualquer altura
com a consequente nulidade da transformação; já alínea c): os sócios titulares de direitos especiais, que
não possam ser mantidos depois da transformação, não se opuserem no prazo acima referido, a
transformação produz os seus efeitos, e não mais, com esse fundamento, pode ser impugnada.
Em relação aos sócios, este ficam numa situação idêntica à que detinham na antiga sociedade. É
o que resulta, por um lado do artg. 136º/1 (salvo acordo de todos os sócios interessados, o montante
nominal da participação de cada sócio no capital social e a proporção de cada participação relativamente
ao capital não podem ser alterados na transformação); por outro lado, a transformação não afecta a
responsabilidade pessoal e ilimitada dos sócios pelas dívidas sociais anteriormente contraídas (obviamente
nos tipos sociais em que essa responsabilidade exista, artg. 139º/1). O código dá ainda ao sócio, que tenha
votado contra, o direito de exonerar-se, que deve ser exercido no prazo de 30 dias a contar da publicação
da deliberação; o sócio receberá ainda o valor correspondente à sua participação (artg 137º/2).
Em relação aos credores, estes não se podem opor à transformação a não ser invocando algum
impedimento dos indicados no nº1 do artg. 131º. Isto por que se entendeu que os seus interesses ficariam
assegurados mediante a salvaguarda do capital social e a sucessão da nova sociedade nos direitos e
obrigações da anterior.
A extinção da sociedade
O processo e extinção: A extinção da sociedade é um processo que se inicia com a dissolução e termina
com o registo de encerramento da liquidação (160º/2). Em primeiro lugar é necessário que ocorra um caso
de dissolução (141º e 142º) dissolvida, a soc entre imediatamente em liquidação. Nesta fase proceder-se-
á À cobrança dos créditos e ao pagamento dos devitos da sociedade (153ºe154º) e será afectada a partilha
entre os sócios do salto que restar (147ºe156º). Depois serão aprovadas as contas finais dos liquidatários
(157º/4), finalmente os liquidários receberão o registo de encerramento da soc.(160º)
Dissolução da sociedade:
I_A sociedade comercial dissolve-se nos casos previstos na lei e no contrato. A dissolução pode ser imediata
ou não imediata ou facultativa (quando precisa de deliberação dos sócios ou sentença judicial) (142º/2)
II_A sociedade dissolve-se imediatamente pelo decurso do prazo fixado no contrato, por deliberação dos
sócios, pela realização completado objecto contratual ou pela ilicitude proveniente deste, pela perda de
metade do capital social.(35º/4) Nestes casos, a produção do efeito dissolutivo é uma consequência directa
do facto previsto na lei.
III_A sociedade não se dissolve imediatamente quando por período superior a um ano a sociedade tem
menos sócios do que os exigidos por lei, quando por 5 anos consecutivos não exercer qualquer actividade,
mas os sócios podem deliberar a sua dissolução (142º/3/4) ou por ser intentada acção judicial com esse
fim (144º).
IV_A sociedade dissolvida entra imediatamente em liquidação e os membros da administração passam a
ser liquidatários e têm obrigações de requerer a inscrição de dissolução no registo comercial (151º,145º),
para posterior publicação.
A liquidação da sociedade:
I_A sociedade em liquidação é uma sociedade com personalidade jurídica
II_Existem modificações a assinalar: a fase em que a sociedade se encontra deve ser facilmente
reconhecida por aqueles com quem contacta. Para esse fim, à firma inicial deverá ser aditada a menção “a
sociedade em liquidação” (146º/3)
III_Os liquidarios devem ultimar os negócios pendentes, cobrar os créditos e pagar as dividas; vender os
bens sociais e, finalmente, propor a partilha. Mas só com autorização dos sócios podem continuar a
actividade anterior da sociedade, contrair empréstimos, ainda que necessários à efectivação da liquidação,
proceder À alienação em globo do património da sociedade ou proceder ao trespasse do estabelecimento.
IV_A liquidação dos artigos 146º inclui a liquidação propriamente dita e a partilha que aparece como um
aspecto daquela. A liquidação propriamente dita consiste em exigir os créditos da sociedade e pagar os
débitos; a partilha é a entrega aos sócios do activo restante após o pagamento das dívidas.
Partilha os bens sociais: O código prevê 2modalidades de partilha. A partilha imediata pode ser feita À data
de dissolução (247º), nos restantes casos a partilha é diferida no fim depois de pagos os credores (146º).
Mas, em qualquer caso, as regras da partilha são fixadas no 156º. No entanto pode ser que o activo não
chegue para reembolsar o capital, há então que partilhar as perdas, desta forma a diferença recai sobre os
sócios na proporção da parte que lhes competir nas perdas (227º/1). Reembolsado o capital, o que resta é
o lucro final que o nº4 art 156º manda repartir na proporção aplicável À distribuição dos lucros.
Extinção da sociedade: A sociedade extingue-se com o registo do encerramento da liquidação (160º/2)
Natureza jurídica da participação social
28. Noção
O sócio entra para a sociedade com uma contribuição patrimonial em dinheiro ou em espécie assumindo,
em contrapartida o “status” de sócio.
A posição jurídica de sócio respeita, pois directamente à sociedade e não se estabelece entre os sócios; é
uma consequência da personalidade jurídica daquela.
A participação social ou socialidade é o conjunto de direitos e obrigações actuais e potenciais do sócio. O
sócio tem desde logo direito a quinhoar nos lucros, a participar nas deliberações de sócios, a obter
informações sobre a vida da sociedade e a ser designado para os órgãos de administração e de fiscalização
a sociedade (art. 21º CSC). Por outro lado, os sócios são obrigados a realizar as suas entradas e a quinhoar
nas perdas (art. 20º CSC).
O sócio adquire, face à sociedade uma situação jurídica complexa, composta por posições activas e
passivas, direitos e obrigações. A fonte desses direitos e obrigações é o micro-ordenamento resultante da
personalidade jurídica da sociedade a que o sócio aderiu mediante a subscrição ou aquisição da sua
participação.
A situação jurídica do sócio tem de se moldar às finalidades da sociedade como estrutura jurídica da
empresa e fica sujeita a três princípios:
1) Princípio do interesse social: corresponde ao interesse da empresa como entidade colectiva que
constitui o substrato da sociedade comercial;
2) Princípio da finalidade lucrativa: a sociedade tem por definição, uma finalidade lucrativa – art. 980º
CC – e os sócios, ao entrarem para a sociedade fazem-no interessadamente; ao transmitirem a sua entrada
de bens para a sociedade, esperam obter uma vantagem patrimonial que pode consistir na distribuição de
indivíduos, na valorização da sua participação ou no direito ao “bónus” da liquidação.
3) Princípio da igualdade de tratamento: encontra-se expressamente consignado no art. 13º CRP. Mas
em direito privado, o princípio da igualdade de tratamento colide com o princípio da liberdade contratual
– art. 405º/1 CC.
No direito societário, o princípio da igualdade de tratamento não está expressamente consagrado, como
tal, mas resulta indirectamente de vários artigos do Código das Sociedades Comerciais – arts. 22º/1 e 2;
24º/1; 58º/1-b; 203º/2; 210º/4; 250º/1; 21º; 384º/1; etc. – e da vontade negocial tácita dos sócios, na
ausência de qualquer estipulação no pacto social em sentido contrário.
Uma vez constituída a sociedade, o princípio da igualdade de tratamento poderá intervir em várias
situações, normalmente para protecção de minorias, nomeadamente:
1) Na exigência do pagamento das entradas de capital;
2) No chamamento de prestações suplementares;
3) Na participação dos lucros e nas perdas;
4) Na atribuição do direito do voto;
5) Nas deliberações dos sócios;
6) Nos aumentos de capital social.
29. Capital social
É o elemento do pacto social que se consubstancia numa cifra tendencialmente estável, “representativa da
soma dos valores nominais das participações sociais fundadas em entradas em dinheiro e/ou em espécie.
No plano interno, nas relações que se estabelecem ad intra – dentro da sociedade – o capital pretende
desempenhar:
- Uma função de determinação da posição jurídica do sócio (de determinação dos seus direitos e
obrigações);
- Uma função de “arrumação” do poder entre sócios;
- Uma função de produção.
No plano externo, no âmbito das relações ad extra – para fora da sociedade – onde o capital social realiza
igualmente funções de maior relevância, nomeadamente:
- A função de avaliação económica da sociedade; e
- A função de garantia.
Princípio da intangibilidade: o capital social diz-se intangível, querendo com isso significar, que os sócios
“não podem tocar” no capital social, aos sócios não poderão ser atribuídos bens nem valores que sejam
necessários à cobertura do capital social.
As obrigações dos sócios
30. Obrigações de entrada
No contrato de sociedade os sócios subscrevem uma participação social – constituída por partes sociais,
quotas ou acções – e obrigam-se a realizar ou liberar o respectivo valor (art. 980º CC).
Com a subscrição da participação social constitui-se a obrigação de entrada; a realização ou liberação do
capital social é o acto de cumprimento dessa obrigação. As entradas dos sócios podem ser:
1) Entradas em dinheiro
A entrada inicial tem de ser depositada numa instituição de crédito antes da constituição da sociedade,
como forma de controle, mas pode ser levantada após o registo da sociedade e, mesmo, antes, quando os
sócios autorizem o seu levantamento pelos administradores para fins determinados, nomeadamente os
encargos com a constituição, instalação e funcionamento da sociedade (arts. 202º/3 e 4; 277º/3 e 4 CSC).
Se o sócio não efectuar a entrada no prazo estipulado entra em mora depois de interpelado para efectuar
o pagamento e fica sujeito às sanções legais e estatutárias (arts. 27º/3; 203º/3; 285º/2 CSC)
2) Entradas em espécie
Têm de ser claramente descritas no acto constitutivo da sociedade e podem consistir na transmissão de
propriedade de coisas móveis ou imóveis, inclusive de um estabelecimento comercial, na transmissão de
direitos da propriedade industrial, ou na transmissão de créditos, incluindo os próprios suprimentos à
sociedade.
3) Entradas em trabalho
Correspondem aos chamados sócios de indústria, que só são admitidos nas sociedades em nome colectivo
(art. 178º CSC) e nas sociedades em comandita quanto aos sócios comanditários (art. 468º CSC).
31. Obrigações de prestações acessórias e suplementares
O Código das Sociedades Comerciais prevê a possibilidade de os estatutos estipularem, para além das
obrigações de entrada, obrigações de prestações acessórias (arts. 209º e 287º CSC).
Estas prestações acessórias podem consistir, para além da obrigação de prestação de um serviço ou
trabalho, na obrigação de ceder o gozo à sociedade de determinada coisa, móvel e/ou imóvel, ou de mutuar
certa importância a título gratuito ou oneroso (art. 244/1 CSC).
32. Dever de lealdade
O sócio está adstrito a um dever de lealdade e colaboração, que constitui um dever acessório de conduta
em matéria contratual e um dever geral de respeito e de agir de boa fé.
Este dever é tanto mais alargado quanto maior for a “affectio societatis” do tipo societário e abrange
mesmo a proibição do sócio exercer actividades concorrentes com a actividade social nas sociedades civis
(art. 900º CC) e nas sociedades em nome colectivo (art. 180º CSC).
Direitos dos sócios
33. Direito à qualidade de sócio
É o direito de o sócio não ser arbitrariamente excluído pela maioria.
- Limites
Princípio da conservação da empresa, que é uma aplicação do princípio do interesse social, o sócio, que
pelo seu comportamento lesivo dos interesses sociais possa fazer perigar a subsistência da empresa,
poderá ser afastado da sociedade, para salvaguarda da própria empresa.
Na verdade, nesse caso, o sócio não estaria ao exercer o direito à qualidade de sócio de acordo com a sua
função social, mas sim numa situação de abuso de direito.
De igual modo, o aproveitamento da qualidade de sócio para praticar actos lesivos do interesse social é
uma manifesta violação do princípio da boa fé.
- Casos legais de exclusão de sócios
A lei prevê os seguintes casos legais de exclusão de sócios:
· Falta de realização das entradas;
· Falta de realização das prestações suplementares nas sociedades por quotas;
· Exclusão por justos motivos;
· Aquisições tendentes ao domínio total.
Todavia, nenhum destes casos funciona automaticamente, isto é, verificado o facto cabe aos sócios a
faculdade de deliberarem, ou não, a exclusão do sócio faltoso (arts. 246º/1-c; 373º/2 CSC).
Para além da exclusão judicial por justos motivos, o Código das Sociedades Comerciais prevê ainda a
possibilidade de exclusão do sócio através da amortização forçada das quotas ou acções, verificados os
casos expressamente previstos nos estatutos da sociedade mediante simples deliberações (arts. 232º e
segs.; 241º/1 e 2; 374º CSC).
34. Direito à informação
- Direito geral à informação
Tem contornos distintos em função do tipo de sociedade.
Nas sociedades em nome colectivo, o direito à informação é pleno e ilimitado, embora tenha de ser exercido
pessoalmente pelo sócio, que, contudo, se pode fazer acompanhar de um perito (art. 181º CSC).
Nas sociedades por quotas o direito à informação é, em princípio, pleno, embora os estatutos possam
estabelecer limites e regulamentá-lo, contanto que não seja impedido o seu exercício efectivo ou
injustificadamente limitado.
Nas sociedades anónimas o direito geral à informação varia consoante a percentagem de capital detido
pelo accionista ou grupo de accionistas que queira exercer o direito em conjunto.
- Direito à informação preparatória das assembleias-gerais:
Consiste no direito de os sócios consultarem, na sede social, desde a data da convocação da assembleia-
geral (arts. 289º/1 – arts. 248º/1; 263º/1 CSC).
A falta de fornecimento das informações podem determinar a anulabilidade da deliberação (art. 51º/1-c/4
CSC).
- Direito à informação nas assembleias-gerais
Consiste no direito do sócio a que lhe sejam prestadas na assembleia-geral informações verdadeiras,
completas e elucidativas sobre a sociedade e sociedades coligadas, que lhe permitam formar opinião
fundamentada sobre os assuntos sujeitos a deliberação (art. 290º/1 – 248º/1 CSC).
35. Direitos aos lucros
O direito aos lucros é um direito fundamental dos sócios, pois ele é a causa da sua participação na
sociedade.
É inderrogável e irrenunciável, embora possa ser renunciável em concreto, após a aquisição pelo sócio do
direito a determinado dividendo.
É nula a cláusula que exclui um sócio da comunhão nos lucros, ou que o isente de participar nas perdas da
sociedade, salvo o disposto quanto a sócios de indústria, que não são admissíveis nas sociedades de
responsabilidade limitada.
Art. 22º/1 CSC estabelece um princípio supletivo: os sócios participam nos lucros e nas perdas da sociedade
segundo a proporção dos valores nominais das respectivas participações no capital. Preceito especial é o
art. 178º/2 CSC, que isenta o sócio de indústria de participar nas perdas.
1) Conceito de lucro distribuível
Os lucros são apurados relativamente ao conjunto dos exercícios e não para cada exercício isoladamente.
Vigora aqui o princípio da solidariedade dos exercícios sociais: no cálculo dos lucros não é possível
considerar os lucros de um só exercício, fazendo abstracção dos que o precederam e dos resultados
relativos.
Só haverá lucro distribuível quando o activo da sociedade for superior à cifra do capital social e da reserva
legal, antes disso não poderá haver distribuição de quaisquer dividendos ou entrega de quaisquer bens aos
sócios. A tal se opõe o princípio da intangibilidade do capital social.
2) Necessidade de deliberação social
A regra é a de que nenhuma distribuição de lucros ou de bens sociais pode ser afectada sem ter sido objecto
de prévia deliberação dos sócios (art. 31º/1 CSC) e a deliberação da distribuição de lucros tem de ser
precedida da prévia aprovação das contas.
3) Direito a uma distribuição periódica de lucros.
36. Direito de voto
É um direito fundamental do accionista, também inderrogável e irrenunciável.
Todavia, nas sociedades anónimas, há um caso que os accionistas não têm direito de voto: são os titulares
das chamadas acções preferenciais sem voto, que em contrapartida, conferem direito a um dividendo
prioritário (art. 341º CSC). Mas mesmo nestas acções, se o dividendo prioritário não for pago aos
accionistas durante dois exercícios, eles passam a poder exercer o direito de voto (art. 342º/3 CSC).
O princípio do interesse social reflecte-se no impedimento do direito de voto em caso de conflito de
interesses entre o sócio e a sociedade.
Assim, o sócio está impedido de votar nomeadamente nas deliberações que recaíam sobre (arts. 251º e
384º/6 CSC):
a) Liberações de obrigações dos sócios;
b) Litígios entre o sócio e a sociedade;
c) Relações entre o sócio e a sociedade estranhas ao contrato social;
d) Exclusão do sócio;
e) Consentimento para o administrador exercer actividades concorrentes com a sociedade;
f) Destituição com justa causa dos administradores ou membros do conselho fiscal.
Os órgãos das sociedades comerciais
37. Noção e classificação
As sociedades comerciais, como pessoas colectivas (art. 5º CSC), formam e manifestam a sua vontade
através dos órgãos sociais.
Mas, vigora aqui o princípio da tipicidade: os órgãos com poderes deliberativos e força vinculativa são
apenas aqueles que a lei prevê e no âmbito das respectivas competências.
São, órgãos de uma sociedade as entidades ou núcleos de atribuição de poderes que integram a
organização interna da sociedade e através dos quais ela forma, manifesta e exerce a sua vontade de
pessoa jurídica.
Classificação dos órgãos:
Há vários tipos de órgãos classificáveis, segundo dois critérios:
a) Critério de número de titulares:
- Órgãos singulares: composto por um só titular;
- Órgãos plurais ou colectivos: composto por dois ou mais titulares (assembleias, conselhos etc.).
b) Critério das funções dos órgãos:
- Deliberativos: são órgãos que formam a vontade da sociedade, aprovando directrizes fundamentais
que deverão ser acatadas pelos outros órgãos;
- De administração (também chamados executivos ou directivos): são os que praticam os actos
materiais ou jurídicos de execução da vontade da sociedade.
- De fiscalização ou de controlo: são os que verificam a conformidade da actividade dos outros órgãos
com a lei e os estatutos, denunciando as irregularidades que descubram.
Os órgãos sociais reconduzem-se a pessoas ou grupos de pessoas que são os titulares dos órgãos (art. 162º
e 164º CSC).
Nos órgãos plurais, podem ainda distinguir-se quanto ao modo de funcionamento:
a) Sistema disjuntivo: quando cada um dos vários titulares pode exercer isolada e independentemente,
por si só, as funções dos órgãos.
b) Sistema colegial ou conjuntivo: quando os diversos titulares devem agir colectivamente, segundo a
regra da maioria ou até por unanimidade.
As sociedades são compostas pelos seguintes órgãos:
a) A Assembleia-geral;
b) A Administração;
c) O conselho Fiscal ou Fiscal único;
d) O secretário da Sociedade.
A Assembleia-geral
38. Noção
A Assembleia-geral é o órgão supremo das sociedades, que tem poderes inclusive para modificar os
estatutos, verificados certos pressupostos. Todavia, é um órgão deliberativo, competindo as funções
executivas e de representação externa ao órgão da administração.
A Assembleia-geral deve reunir ordinariamente, todos os anos, para deliberar (art. 376º/1 CSC).
Pode ainda reunir extraordinariamente sempre que seja convocada por quem de direito para deliberar
sobre matérias da sua competência e que constem da respectiva convocatória.
39. Processo deliberativo
1) Convocação e funcionamento
A convocatória deve conter obrigatoriamente as menções referidas no art. 377º/5 CSC.
A ordem do dia deve mencionar claramente o assunto sobre o qual se vai deliberar.
A Assembleia-geral poderá no entanto deliberar sobre questões incidentais, que decorrem directamente
da ordem de trabalhos, como é o caso da destituição e da acção de responsabilidade contra os
administradores, que podem ser deliberadas na Assembleia-geral convocada para apreciar as contas do
exercício (art. 75º/2 e 3 CSC).
A Assembleia-geral de reunir-se na sede social, salvo se quem convocou a Assembleia-geral escolher outro
local, dentro da comarca da sede, por falta de condições adequadas das instalações da sociedade (art.
377º/7 CSC).
2) Formas de deliberação
Os sócios deliberam normalmente em Assembleia-geral reunida mediante convocatória efectuada de
acordo com os preceitos legais.
Mas o Código das Sociedades Comerciais admite também as deliberações unânimes por escrito,
independentemente de convocatória e de reunião dos sócios, desde que todos os sócios estejam de acordo
quanto a essas deliberações (art. 54º/1 CSC).
Destas distinguem-se as assembleias universais, porquanto aqui tem de haver reunião efectiva de todos os
sócios da sociedade, mas basta que todos estejam de acordo em que se delibere sobre certas matérias,
independentemente da existência ou regularidade da convocatória, podendo depois a deliberação ser
tomada pela maioria legal (art. 54º/1 e 2 CSC).
Os sócios não podem votar quando relativamente à matéria de deliberação se encontrem numa situação
de conflito de interesses com a sociedade. Os arts. 251º/1 e 384º/6 CSC, contêm uma indicação
exemplificativa destas situações.
As deliberações sociais seja qual for o modo como foram tomadas, têm de ser vertidas para um documento
escrito sob pena de não poderem ser provadas (art. 63º/1 CSC) – a acta.
40. Noção e formas de deliberação dos sócios
O conjunto dos sócios – órgãos comuns a todos os tipos de sociedade comercial – decide mediante
“deliberação” (art. 53º segs. CSC).
O Código das Sociedades Comerciais também apelida de deliberação aquelas decisões tomadas sem
reunião de sócios, como é o caso das “deliberações unânimes por escrito” (art. 54º/1, 1ª parte CSC) e das
“deliberações por voto escrito” (art. 274º/1 CSC).
O art. 53º CSC firma o chamado princípio da taxatividade das formas de deliberação dos sócios,
preceituando que “as deliberações dos sócios podem ser tomadas por alguma das formas admitidas por lei
para cada tipo de sociedade”. Assim, em qualquer tipo de sociedade, os sócios podem tomar deliberações
em Assembleia-geral convocadas (arts. 189º/1; 274º/1 in fine; 373º/1; 472º/1 CSC), deliberações em
assembleia universal (art. 54º/1, 2ª parte CSC) e deliberações unânimes por escrito (art. 54º/1, 1ª parte
CSC).
a) Deliberações tomadas em Assembleia-geral convocada e deliberações tomadas em assembleia
universal
As deliberações tomadas em Assembleia-geral convocada têm um ponto em comum com aquelas tomadas
em assembleia universal: ambas resultam de uma reunião de sócios. Mas distinguem-se umas das outras
quanto a um aspecto do seu procedimento: ao invés das primeiras, as segundas são adoptadas numa
assembleia que não foi procedida de um acto de convocação dirigido a todos os sócios, mas que todos
estiveram presentes e, além disso, em que todos manifestaram vontade de que a assembleia se
constituísse e deliberasse sobre determinado assento (art. 54º/1, 2ª parte CSC).
Só ocorre uma assembleia universal mediante a verificação cumulativa de três pressupostos:
1) Presença de todos os sócios;
2) Assentimento de todos os sócios em que a assembleia se constitua;
3) Vontade também unânime de que a assembleia a constituir delibere sobre determinado assunto.
Uma vez constituída validamente a assembleia universal, esta se rege pelos mesmos preceitos legais e
contratuais relativos ao funcionamento das Assembleias-gerais convocadas (art. 54º/2 CSC).
b) Deliberações unânimes por escrito
Estas, não são adoptadas em assembleia dos sócios. A derrogação ao chamado “método de assembleia”
justifica-se aqui com a desnecessidade ou inutilidade de tal método quando os sócios tenham uma opinião
unânime.
c) Deliberações por voto escrito
Só são admitidas nas sociedades por quotas e em nome colectivo. De semelhante entre as deliberações
por voto escrito e as deliberações unânimes por escrito existe a ausência de uma reunião de sócios. Porém,
ao passo que as ultimas resultam do voto unânime de todos os sócios – todos os sócios votam no mesmo
sentido; as deliberações por escrito, seguindo o processo fixado no art. 274º CSC, não têm de ser aprovadas
por unanimidade para que sejam válidas, antes podem resultar da mesma maioria exigida para a aprovação
de idêntica deliberação em assembleia de sócios.
41. A invalidade das deliberações
As deliberações dos sócios regem-se pela lei geral, e em particular pelo Código das Sociedades Comerciais
e legislação conexa, assim como pelo micro-ordenamento constituído pelos estatutos.
Assim, em caso de violação da lei ou dos estatutos, as deliberações são inválidas.
Nas deliberações sociais contrárias à lei ou aos estatutos a regra é a invalidade: só nos casos mais graves
taxativamente enumerados no art. 56º CSC é que as deliberações são nulas.
Vigora aqui o princípio da estabilidade das deliberações sociais, uma vez que a anulabilidade de uma
deliberação pode afectar em cadeia outras deliberações conexas e actos de administração.
a) Deliberações ineficazes (art. 55º CSC)
A figura da ineficácia das deliberações justifica-se nos casos em que a imperfeição da deliberação não se
traduz nem numa anulabilidade nem se traduz numa nulidade.
O enunciado do art. 55º CSC, sugere que só serão ineficazes aquelas deliberações que requeiram o
consentimento de “determinado sócio”, isto é, só serão ineficazes as deliberações que afectem direitos
especiais dos sócios (art. 24º CSC).
A ineficácia só ocorre quando a exigência do consentimento de determinado sócio decorra da lei. Se, ao
invés, for o contrato de sociedade a impor, por exemplo, o consentimento de todos os sócios para aprovar
uma deliberação sobre determinado assunto, não se cumprindo esse requisito, a deliberação será anulável.
b) Deliberações nulas
Estão sujeitas ao princípio da tipicidade, isto é, a nulidade só é aplicável nos casos taxativamente
enumerados no art. 56º CSC prevêem-se duas espécies de nulidades:
- Nulidades resultantes de vícios de formação encontram-se previstas nas duas primeiras alíneas do
art. 56º CSC:
· Deliberações tomadas em Assembleia-geral não convocada, salvo se todos os sócios tiverem estado
presentes ou representados;
· Deliberações tomadas mediante voto escrito, sem que todos os sócios com direito de voto tenham
sido convidados a exercerem esse direito, a não ser que todos eles tenham dado por escrito o seu voto.
- Nulidade resultante de vícios de conteúdo, são as indicadas no art. 56º c), d) CSC:
· Deliberações cujo conteúdo não esteja, por natureza sujeito a deliberação dos sócios;
· Deliberações cujo conteúdo, directamente ou por actos de outros órgãos que determine ou permita,
seja ofensivo dos bons costumes ou de preceitos legais que não possam ser derrogados, nem sequer por
vontade unânime dos sócios.
c) Deliberações anuláveis
São aquelas que violando preceitos imperativos na lei ou dos estatutos não estão abrangidos pelos casos
de nulidade taxativamente enunciados no art. 56º CSC. Deliberações essas que se podem reconduzir a três
categorias distintas previstas no art. 58º/1 CSC:
- Violação da lei não enquadrável no art. 56º CSC, ou dos estatutos;
- Deliberações abusivas;
- Omissão de elementos mínimos de informação.
A deliberação é considerada abusiva, quando se verificar uma das seguintes situações (art. 58º/1-b CSC):
a) Exercício do direito de voto pela maioria para obtenção de vantagens especiais para si ou para
terceiros em prejuízo da sociedade;
b) Exercício do direito de voto pela maioria para a obtenção de vantagens especiais para si ou para
terceiros em prejuízo dos outros sócios;
c) Exercício do direito de voto pela maioria para causar prejuízo à sociedade ou aos outros sócios.
13. Regras gerais de constituição
Cada tipo de sociedade tem os seus requisitos especiais de constituição. Mas também têm regras gerais
aplicáveis a todas as sociedades.
Uma vez decidida a constituição da sociedade, o primeiro passo a dar é a obtenção de um certificado
de admissibilidade da firma ou denominação social a requerer ao Registo Nacional de Pessoas Colectivas
(RNPC), sem o qual o notário não poderá lavrar a competente escritura de constituição.
A composição da firma ou denominação social obedece a várias regras que vêm enunciadas no Código
das Sociedades Comerciais e nos arts. 32º a 35º e 37º do DL 129/98, nomeadamente o princípio da
novidade, a menção do objecto social e da forma da sociedade (art. 10º CSC).
O contrato de sociedade é um negócio formal e tem de ser celebrado por escritura pública (art. 7º/1
CSC). Os fundadores que intervirem na escritura de constituição ficam solidariamente responsáveis para
com a sociedade pela inexactidão ou falsidade das declarações quanto à realização das entradas (arts.
71º/1 e 73º CSC).
Segue-se, o registo na Conservatório do Registo Comercial da área da sede social (art. 3º-a CRCom) e
as publicações no Diário da República e num jornal da localidade da sede da sociedade quando se trate de
sociedades por quotas ou anónimas (art. 70º/1-a/2/4 CRCom).
A sociedade adquirirá personalidade jurídica com o registo definitivo da constituição (art. 5º CSC) e a
sua firma ou denominação gozará de protecção da exclusividade em todo o território nacional.
14. O contrato de sociedade
O contrato de sociedade está sujeito à disciplina geral dos contratos, com as particularidades
decorrentes da sua natureza de contrato de fim comum e institucional.
Esta sua natureza jurídica implica uma execução prolongada no tempo, uma sequência de
comportamentos das partes através dos quais se dá concretização ao vínculo contratual: é, pois um
contrato de execução continuada. Mas diferencia-se dos demais contratos desta espécie, na medida em
que a sua execução não se traduz em simples fluxos de prestações e contraprestações, comissivas ou
omissivas, mas sim na criação e funcionamento de uma organização – a sociedade-instituição –, a qual
funciona segundo um conjunto de regras traçadas no contrato, como ente dinâmico e mutável e se norteia
por um escopo a que é destinada (o objecto social: é, pois um contrato de organização).
15. Capacidade
Como qualquer contrato, também o de sociedade resulta de um conjunto de declarações de vontade,
cuja validade depende de quem as emita, possua capacidade de gozo (art. 67º CC) e de exercício de direitos
(art. 123º CC).
Em regra, tais capacidades existem, e as incapacidades são excepções. Daí que o que interessa seja
saber quem está incapacitado de ser parte no contrato de sociedade, com a cominação de este ser inválido,
se nele participar o incapaz.
Em matéria de incapacidades, não há no Direito Comercial senão as previstas na lei civil (art. 7º CCom).
16. Legitimidade negocial
A legitimidade substantiva ou negocial consiste na exigência de uma certa posição de contraente
quanto a outras pessoas ou aos bens objecto do contrato, ou pelo menos, que o possa celebrar
isoladamente ou sem uma habilitação do interessado ou de outros interessados.
Assim, quanto às pessoas físicas em geral, embora em regra possa um mesmo indivíduo ser sócio de
múltiplas sociedades, existem excepções. Por um lado, pode essa liberdade ser restringida por via
convencional. E, por outro lado as pessoas que forem sócios de responsabilidade ilimitada de uma
sociedade comercial estão sujeitas à proibição de concorrência não autorizada à sociedade (art. 180º e
474º CSC), daí resultando restrições à sua legitimidade para se associarem em outras sociedades.
Quanto às pessoas casadas, cada cônjuge pode, sem autorização do outro cônjuge, participar
isoladamente em sociedades de responsabilidade limitada, desde que as entradas se façam com bens
móveis dos quais tenha a administração e que não sejam utilizados na vida do lar ou como instrumentos
comuns de trabalho (arts. 1690º, 1682º/2 e 3 CC).
Quanto às sociedades entre cônjuges, o art. 1714º/2 CC estabelece a proibição de contratos de
sociedade entre os cônjuges.
Este regime deve considerar-se aplicável exclusivamente às sociedades civis que não revistam forma
comercial, já que o art. 8º/1 CSC derrogando aquela norma do Código Civil veio permitir a constituição de
sociedades comerciais entre os cônjuges, bem como a participação destes em sociedades, desde que só
um deles assuma a responsabilidade ilimitada. O art. 1714º/3 CC, está, assim, tacitamente revogado, pois
as sociedades civis em forma civil são sempre sociedades de pessoas.
17. Consentimento
Este elemento reconduz-se ao acordo de vontades, o qual tem de ser manifestado por todos os sócios
de forma expressa, e visando a constituição da sociedade através de escritura pública (art. 7º/1 CSC e art.
80º CNot). Não são admissíveis sociedades comerciais por manifestações de vontade tácitas.
18. Objecto
Objecto jurídico do contrato de sociedade é o complexo dos efeitos jurídicos que o contrato visa
produzir, o seu conteúdo.
Tais efeitos são os queridos pelos sócios ou determinados pela lei em conformidade com a vontade
daqueles, e variam de caso para caso, manifestando-se através de regras pelas quais eles conformam o
ente social: os seus estatutos ou pacto social, que formam a lei interna da sociedade, na qual são
disciplinados e caracterizados, na medida entendida como necessária, os assuntos dos sócios, aos seus
órgãos e respectivo funcionamento, ao início, duração e termo da instituição social.
O Código das Sociedades Comerciais define aspectos que devem ser focados no contrato de sociedade
(art. 9º CSC):
a) Os nomes ou firmas de todos os sócios fundadores e outros dados de identificação destes;
b) O tipo da sociedade (art. 1º/2 CSC);
c) A firma da sociedade (devendo observar-se os requisitos dos arts. 10º, 177º, 200º, 275º, 467º
CSC);
d) O objecto da sociedade, entendido no sentido do escopo social, isto é, das “actividades que os
sócios propõem que a sociedade venha a exercer” (art. 11º CSC);
e) A sede da sociedade (art. 12º CSC);
f) O capital social, salvo nas sociedades em nome colectivo em que todos os sócios contribuem
apenas com indústria (art. 14º CSC);
g) A quota de capital e a natureza da entrada de cada sócio, bem como os pagamentos efectuados
por conta da quota;
h) Consistindo a entrada em bens diferentes de dinheiro, a descrição destes e especificação dos
respectivos valores.
A par do objecto jurídico, cabe destacar o objecto material do contrato, isto é, o bem ou bens sobre os
quais incidem as prestações das partes.
No caso do contrato de sociedade, tal objecto consiste nos bens com que os sócios entram para a
sociedade, isto é, com os quais eles dão cumprimento à obrigação de entrada.
19. Causas
Pode-se distinguir entre fim imediato ou causa-função, que define a função económico-social do
contrato e modela as suas estipulações; e o fim mediato ou causa-motivo, a finalidade ou motivação última
que move os contraentes.
Quanto à causa-função ela consiste, no contrato de sociedade, na constituição em si por disposição
legal, a causa-função do contrato constitutivo das sociedades comerciais apenas poderá diversificar-se
entre os vários tipos de sociedade consagrados na lei; a constituição de uma sociedade não enquadrável
num desses tipos vicia a sociedade quanto à forma.
No que respeita à causa-motivo, não se trata propriamente do fim particular de cada sócio, mas sim
da finalidade derradeira comum a todos os sócios: a consecução de lucros.
20. Forma
As sociedades civis não dependem de forma especial quanto à sua constituição (art. 981º CC). Mas as
sociedades comerciais estão sujeitas a apertadas regras formais que se reconduzem no Código das
Sociedades Comerciais a três:
1) A celebração do contrato por escritura pública (art. 7º/1 CSC; art. 89º-e CNot);
2) O registo do contrato (arts. 5º e 18º CSC; arts. 3º-a; 35º CRCom);
3) E a publicação do contrato de sociedade (art. 167º CSC; arts. 3º-a; 70º/1-a/2 e 72 CRCom).
21. O processo complexo de constituição
Em regra as sociedades comerciais constituem-se por mera vontade dos associados, sem necessidade
de qualquer autorização administrativa, podendo-se, por isso, afirmar que se consagrou um sistema livre
de constituição. Contudo, o processo de constituição de uma sociedade comercial encontra-se, em parte
subtraído à liberdade contratual porque o legislador predeterminou as etapas que devem ser cumpridas.
22. O acto constitutivo inicial
Ergue o “esqueleto” da entidade/sociedade comercial. Em regra, o propósito de constituir uma
sociedade comercial assenta num acordo em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com bens
ou serviços para o exercício em comum de certa actividade económica, que não seja de mera fruição, a fim
de repartirem os lucros resultantes dessa actividade (art. 980º CC). Tendo as partes decidido exercer em
comum uma actividade comercial, devem adoptar um dos tipos previstos no Código das Sociedades
Comerciais (art. 1º/3).
a) Natureza contratual, em regra, do acto inicial de constituição:
A sociedade comercial nasce por força da iniciativa privada e o acto constitutivo inicial é um contrato
de sociedade que reúne duas ou mais pessoas.
O art. 7º/1 CSC, prescreve que o contrato de sociedade deve ser celebrado através de escritura pública
– o que patenteia o carácter formal e não consensual deste negócio – existência que se estende, por força
da remissão operada pelo art. 270º-G CSC, ao negócio jurídico unilateral de constituição de uma sociedade
unipessoal por quotas.
O art. 9º/1 CSC, refere as menções obrigatórias exigidas para qualquer contrato de sociedade
comercial. Um contrato de sociedade comercial a que falte a menção da firma, da sede, do objecto e do
capital social, bem como do valor da entrada de algum sócio ou de prestações realizadas por conta desta,
é inválido e nos termos dos arts. 42º e 43º CSC, essa nulidade pode ser invocada depois do registo definitivo
do contrato de sociedade.
A lei impõe que o contrato de sociedade contenha além das menções referidas no art. 9º CSC, uma
série de menções específicas de cada um dos tipos sociais.
b) Regime das relações com terceiros antes da celebração da escritura pública
Pese embora o facto de o contrato de sociedade não reduzido a escritura pública ser nulo (arts. 7º;
41º; 42º CSC e 220º CC), a realidade jurídica mostra que, por vezes, os sócios não esperam pela
formalização do contrato para iniciarem a actividade que, segundo o seu acordo, constitui o objecto da
“sociedade em formação”.
Os negócios celebrados com terceiros em nome da sociedade em formação são válidos (art. 36º/2
CSC). Em sede das relações com terceiros entende-se que as normas do Código Civil conferem protecção
razoável aos interesses dos credores, nos termos do art. 997º/1 [4] CC, seja qual for o tipo societário
escolhido pelos sócios.
c) Regime das relações da sociedade com terceiros no período compreendido entre a celebração da
escritura pública e o registo definitivo do contrato de sociedade
Celebrada a escritura pública, cumpriu-se mais um passo na constituição da sociedade comercial, pois
há agora um contrato social válido, gerador de direitos e obrigações para os seus subscritores (art. 7º/1
CSC). Contudo, a entidade criada ainda não goza de personalidade jurídica (art. 5º CSC). Este facto também
não impede que os sócios comecem ou continuem a exercer o objecto social, o que coloca novamente
entre outros, o problema da determinação das pessoas/patrimónios responsáveis pelo cumprimento das
obrigações contraídas em nome da sociedade, no período compreendido entre a escritura pública e registo
definitivo do contrato de sociedade.
Pelos negócios realizados em nome de uma sociedade em nome colectivo, com acordo expresso ou
tácito de todos os sócios, respondem ilimitada e solidariamente todos os sócios, presumindo-se o referido
consentimento. Se, eventualmente, os negócios realizados não tiverem sido autorizados por todos os
sócios, respondem pessoal e solidariamente aqueles que os realizaram e autorizaram (art. 38º/1 e 2 CSC).
d) Regime das relações entre sócios antes do registo
Nos termos do art. 37º/1 CSC, no período compreendido entre a celebração da escritura pública e o
registo definitivo do contrato de sociedade são aplicáveis às relações entre os sócios, com as necessárias
adaptações, as regras estabelecidas no contrato de sociedade e no Código das Sociedades Comerciais. O
art. 37º/1 in fine CSC, determina que são inaplicáveis às relações entre os sócios “as disposições legais e
contratuais que pressuponham o contrato definitivamente registado”. Por outro lado, seja qual for o tipo
de sociedade visado pelos contraentes, a transmissão por acto entre vivos das participações sociais e as
modificações do contrato social requerem sempre o consentimento unânime dos sócios (art. 37º/2 CSC).
23. O registo do contrato de sociedade
O registo comercial publicita certos factos respeitantes a determinados sujeitos, tendo em conta a
segurança do tráfico ou comércio jurídico. Ora, os terceiros têm todo o interesse em conhecer os termos
do contrato de sociedade e as suas alterações. O art. 18º/5 CSC, estatui que o contrato de sociedade, depois
de celebrado na forma legal, deve ser inscrito no registo comercial (art. 3º-a CRCom)
O principal efeito associado ao registo definitivo do contrato de sociedade reside na aquisição de
personalidade jurídica da sociedade comercial (art. 5º CSC).
Nos termos do art. 19º/1 CSC, o registo definitivo do contrato de sociedade determina a assunção
automática dos negócios jurídicos aí referidos. Já os negócios referenciados no art. 19º/2 CSC só serão
assumidos pela sociedade se houver uma decisão da administração, que deve ser comunicada à contra
parte no prazo de 90 dias posteriores ao registo.
O contrato de sociedade é um facto sujeito a registo e nos termos do art. 15º/1 CRCom é um facto
sujeito a registo obrigatório. O pedido de registo definitivo do contrato de sociedade deve ser apresentado
no prazo de três meses a contar da data em que o contrato tiver sido titulado. Se titulado o contrato de
sociedade, não for solicitado o registo definitivo do mesmo, incorre a sociedade nas sanções previstas no
art. 17º/1 e 2 CRCom, sendo o conservador da área da sede da sociedade competente para conhecer as
contra-ordenações e para aplicar as coimas respectivas.
O pedido de registo de contrato de sociedade deve ser efectuado pelos representantes ou pelas
pessoas que nele tenham interesse, (art. 29º/1 CRCom) sendo territorialmente competente a conservatória
em cuja área estiver situada a sede estatutária da sociedade (art. 25º CRCom).
24. Publicação do contrato de sociedade
Nos termos do art. 166º CSC, os actos relativos à sociedade estão sujeitos a registo e publicação nos
termos da lei respectiva. Esta exigência legal visa reforçar a possibilidade de conhecimento do contrato de
sociedade por parte de todos os que entram em relação com a sociedade.
De acordo com o art. 70º/1-a CRCom, é obrigatória a publicação dos actos “previstos no art. 3º CRCom,
quando respeitem a sociedades por quotas, anónimas ou em comandita por acções, desde que sujeitos a
registo obrigatório”.
O art. 71º CRCom, estabelece a oficiosidade da publicação, querendo-se com isto significar que a
promoção das publicações cabe ao conservador do registo comercial e não aos interessados. Realizada a
publicidade exigida por lei, considera-se concluído o processo constitutivo das sociedades comerciais.
A falta de publicação determina a inoponibilidade da sociedade perante terceiros. Na verdade e de
acordo com o art. 168º/3 CSC, a sociedade não pode por a terceiros actos cuja publicação seja obrigatória
sem que esta esteja efectuada, salvo se a sociedade provar que o acto está registado e que terceiro tem
conhecimento dele.
25. Invalidades do contrato de sociedade
a) Vícios do contrato de sociedade: invalidades antes do registo
De acordo com o art. 41º CSC, no período anterior ao registo definitivo, a invalidade do contrato de
sociedade, seja qual for o tipo de sociedade em causa, a invalidade do contrato rege-se pelas disposições
aplicáveis aos negócios jurídicos nulos ou anuláveis. Os interesses em presença ficam cabalmente
satisfeitos com a remissão para as disposições do Direito Civil que prevêem os vícios invocáveis e os
pressupostos da sua relevância.
O art. 41º CSC, atento aos interesses em causa, ressalvou duas excepções:
1) Em matéria de consequências jurídicas da declaração de nulidade e da anulação remete para o art.
52º CSC (art. 41º/1 CSC);
2) A invalidade resultante de vício da vontade ou de usura só é oponível aos demais sócios (art. 41º/2
CSC)
b) Vícios das declarações singulares dos contraentes e invalidade do contrato
Pode acontecer que o vício existente afecte tão-só a participação de um ou mais sócios. Em princípio,
as consequências desse vício serão limitadas à participação desse ou desses sócios.
i) Antes do registo
Determina o art. 41º CSC, que enquanto o contrato de sociedade não estiver definitivamente registado
a invalidade de uma das declarações negociais rege-se pelas disposições aplicáveis aos negócios jurídicos
nulos ou anuláveis.
Havendo a declaração de nulidade ou a anulação de uma das declarações negociais, operar-se-á uma
redução do negócio jurídico se se cumprirem os pressupostos definidos pelo art. 292º CC.
ii) Depois do registo
O sócio que obtiver a anulação da sua declaração negocial, nos casos dos arts. 45º/2 e 46º CSC, tem
direito a reaver o que prestou e não pode ser obrigado a completar a sua entrada, mas se a anulação se
fundar em vício da vontade ou usura, não ficará liberto, em face de terceiro, da responsabilidade que por
lei lhe competir quanto às obrigações da sociedade anteriores ao registo da acção ou da sentença (art. 47º
CSC).
c) Consequências da invalidade total do contrato
Em sede de consequências da declaração de invalidade do contrato de sociedade, o legislador afastou-
se significativamente do regime do Direito Civil. Segundo o art. 289º CC, tanto a declaração de nulidade
como a anulação de um negócio tem eficácia retroactiva, devendo ser restituído tudo o que tiver sido
prestado. Diferente é a solução do art. 52º/1 CSC, porquanto “a declaração de nulidade e a anulação do
contrato de sociedade determinam a entrada da sociedade em liquidação” (art. 165º CSC). Portanto, a
declaração de nulidade ou a anulação do contrato social leva à liquidação da sociedade, praticamente como
se se tratasse de uma sociedade efectivamente constituída. Assim, a eficácia dos negócios jurídicos
concluídos anteriormente em nome da sociedade não é afectada pela declaração de nulidade ou anulação
do contrato social (art. 52º/2 CSC), nem a “invalidade do contrato de sociedade exime os sócios do dever
de realizar ou completar as suas entradas nem tão-pouco os exonera da responsabilidade pessoal e solidária
perante terceiros quem, segundo a lei, eventualmente lhe incumba” (art. 52º/4 CSC).
26. Incapacidade
No caso de um dos participantes num contrato de sociedade padecer de incapacidade – menores,
interditos, inabilitados – a consequência em face do Direito Civil, será a anulabilidade da respectiva
participação na sociedade (arts. 125º/1; 126º; 148º a 150º; 156º e 257º CC).
Esta anulabilidade pode ser arguida nas condições temporais dispostas no art. 287º/1 e 2 CC e pelas
pessoas que o art. 287º/1 CC se refere.
Antes de registado o contrato, aplicam-se as regras gerais do Código Civil, sendo a invalidade oponível
pelo próprio incapaz ou pelo seu representante legal, tanto aos outros sócios como a terceiros (art. 41º/1
e 2 CSC).
Quanto aos contratos já registados, há que distinguir consoante o tipo de sociedade que se trate.
Ilegitimidade
Os casos de ilegitimidade não determinam sanção tipificada, pelo que cada situação terá solução
própria.
A constituição por dois cônjuges de uma sociedade em nome colectivo terá como consequência a
nulidade do contrato, por violação do imperativo do art. 8º/1 in fine CSC.
27. Vícios relativos à causa
No que toca à causa-função do contrato de sociedade, o vício que parece concebível será, no caso de
uma sociedade comercial, a não constituição da sociedade segundo um tipo legal, que gerará nulidade, por
ofensa do art. 1º/2 e 3 CSC (art. 281º CC). Mas a não obediência à tipicidade obstará, desde logo, à
celebração da escritura, o que dará origem a outro tipo de vícios (de forma)
Quanto à causa-função se forem os desígnios dos contraentes que forem lesivos da lei, da ordem
pública ou dos bons costumes, o contrato será nulo, nos termos do art. 281º CC, cujo comando é aplicável
no domínio das sociedades comerciais mercê do disposto nos arts. 41º/1; 42º/1-c; 43º/1 CSC.
Noção de comerciante e a sua importância 1
Os comerciantes em nome individual. A matrícula ................................................................................................... 1
EIRL............................................................................................................................................................................ 3
Estabelecimento comercial ....................................................................................................................................... 4
Conceito de Empresa ................................................................................................................................................ 5
3. Elemento pessoal .............................................................................................................................................. 6
4. Elemento patrimonial ....................................................................................................................................... 6
5. Elemento finalístico (fim imediato ou objectivo): a actividade social ............................................................... 7
6. Elemento teleológico: o fim lucrativo ............................................................................................................... 7
7. Objecto comercial ............................................................................................................................................. 7
8. Forma comercial ............................................................................................................................................... 7
9. Princípio da tipicidade ...................................................................................................................................... 8
A sociedade civil, comercial e civil sob forma comercial ........................................................................................... 8
Sociedade Unipessoal por Quotas ............................................................................................................................. 8
Sociedade Unipessoal Anónima ................................................................................................................................ 9
Sociedade Comercial ................................................................................................................................................. 9
Sociedades em nome colectivo ............................................................................................................................... 10
Sociedades por quotas ............................................................................................................................................ 11
Sociedades anónimas .............................................................................................................................................. 13
Sociedades em comandita ...................................................................................................................................... 16
TRANSMISSÃO DO ESTABELECIMENTO. .................................................................................................................. 16
TRESPASSE. .............................................................................................................................................................. 16
CESSÃO DE EXPLORAÇÃO. ....................................................................................................................................... 18
REGISTO COMERCIAL .............................................................................................................................................. 19
FIRMA ...................................................................................................................................................................... 20
Responsabilidade dos bens dos cônjuges por dívidas comerciais ........................................................................... 22
Órgãos de cada Tipo de Sociedade ......................................................................................................................... 23
Processo de Constituição das Sociedades Comerciais ............................................................................................ 23
A Sociedade antes da Escritura Pública ................................................................................................................... 23
Consequências da Falta de Registo ......................................................................................................................... 24
Consequências da Falta de Publicação .................................................................................................................... 24
Alteração do contrato ............................................................................................................................................. 24
Fusão de Sociedades ............................................................................................................................................... 25
Cisão de Sociedades ................................................................................................................................................ 26
Transformação de Sociedades ................................................................................................................................ 26
A extinção da sociedade.......................................................................................................................................... 27
Dissolução da sociedade: ........................................................................................................................................ 27
A liquidação da sociedade: ...................................................................................................................................... 27
Natureza jurídica da participação social.................................................................................................................. 28
28. Noção ................................................................................................................................................................ 28
29. Capital social ..................................................................................................................................................... 29
As obrigações dos sócios ......................................................................................................................................... 29
30. Obrigações de entrada ...................................................................................................................................... 29
31. Obrigações de prestações acessórias e suplementares .................................................................................... 29
32. Dever de lealdade ............................................................................................................................................. 29
Direitos dos sócios .................................................................................................................................................. 30
33. Direito à qualidade de sócio .............................................................................................................................. 30
34. Direito à informação ......................................................................................................................................... 30
36. Direito de voto .................................................................................................................................................. 31
Os órgãos das sociedades comerciais ..................................................................................................................... 31
37. Noção e classificação......................................................................................................................................... 31
A Assembleia-geral .................................................................................................................................................. 32
38. Noção ................................................................................................................................................................ 32
39. Processo deliberativo ........................................................................................................................................ 32
41. A invalidade das deliberações ........................................................................................................................... 33
13. Regras gerais de constituição ............................................................................................................................ 34
14. O contrato de sociedade ................................................................................................................................... 35
15. Capacidade ........................................................................................................................................................ 35
16. Legitimidade negocial........................................................................................................................................ 35
17. Consentimento .................................................................................................................................................. 35
18. Objecto .............................................................................................................................................................. 35
19. Causas ............................................................................................................................................................... 36
20. Forma ................................................................................................................................................................ 36
21. O processo complexo de constituição ............................................................................................................... 36
22. O acto constitutivo inicial .................................................................................................................................. 36
23. O registo do contrato de sociedade .................................................................................................................. 37
24. Publicação do contrato de sociedade ............................................................................................................... 38
25. Invalidades do contrato de sociedade ............................................................................................................... 38
26. Incapacidade ..................................................................................................................................................... 39
27. Vícios relativos à causa ...................................................................................................................................... 39

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