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Noções Básicas:
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Sujeito ativo do delito: é aquele que realiza a infração subsumível ao tipo
penal incriminador. Quanto à pessoa jurídica, em que pesem as discussões
doutrinárias societas delinquere non potest, a CF/88 e a Lei 9.605/98
(Proteção ao meio ambiente), permitem a incriminação da pessoa jurídica por
crimes contra o meio ambiente. Prevê, portanto, a responsabilidade penal.
Crime comum: é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa,
independentemente de qualidade ou condição pessoal do autor.
Exemplo: furto, roubo, homicídio.
Crime próprio: é aquele que só pode ser cometido por uma determinada
categoria de pessoas. Ou seja, para a configuração deste tipo de delito exige-
se uma qualidade ou condição especial do agente.
Exemplo: peculato (somente funcionário público), infanticídio (mãe).
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a) funcional próprio: tem como elementar a qualidade de funcionário público,
sendo que sem ela o fato torna-se atípico. Exemplo: concussão,
prevaricação, corrupção.
b) funcional impróprio: tem como sujeito ativo o funcionário público, sendo
que sem essa qualidade o crime seria outro. Exemplo: o peculato nada mais
é do que uma apropriação indébita praticada pelo funcionário público em
decorrência de sua função.
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Crime progressivo: ocorre quando o sujeito, para praticar um crime mais
grave, deve necessariamente praticar um menos grave como normal fase de
execução. O crime menos grave é absorvido pelo mais grave (princípio da
consunção).
Exemplo: deve-se praticar lesões corporais para chegar-se ao homicídio.
Distinção:
Crime progressivo X Progressão Criminosa
• Há apenas um fato • Pluralidade de fatos delituosos
cometidos de forma sucessiva
QUANTO AO RESULTADO:
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Exemplo: violação de correspondência (art. 151 do CP), que tem como vítimas
o remetente e o destinatário.
Crime subsidiário: é aquele que somente será aplicado se não constituir crime
mais grave.
Exemplo: art. 132 do CP.
QUANTO À CONDUTA:
Crime de ação única: é aquele em que o tipo penal descreve apenas uma
modalidade de conduta.
Exemplo: homicídio.
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Exemplo: apologia ao crime.
Crime de forma vinculada: o tipo penal descreve como ele pode ser
praticado.
Exemplo: curandeirismo.
Crimes hediondos: eles foram catalogados pela Constituição Federal (art. 5º,
XLIII) como de especial gravidade. A lei 8.072/90 definiu quais são esses
crimes e impõe uma série de restrições às pessoas que os cometerem. Quem
os praticar deverá cumprir a pena em regime integral fechado e não terá direito
à anistia, graça, indulto e liberdade provisória . Mesmo para a concessão do
livramento condicional o sentenciado deverá cumprir mais de dois terços da
pena e não ser reincidente específico em crime da mesma natureza. Se o
acusado encontrar-se solto, o juiz deverá decidir fundamentadamente se
poderá recorrer em liberdade. A prisão temporária para esses delitos será de
até trinta dias prorrogável por mais trinta em caso de comprovada e extrema
necessidade. A mesma lei equipara aos crimes hediondos a prática de tortura,
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo. A prática de
tortura está regulamentada pela Lei nº 9.455/97, que alterou o regime de
cumprimento de pena desse delito.
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Crime multitudinário: é o cometido por multidão em tumulto.
Crime principal: não depende de uma infração anterior. Existe por si mesmo.
Exemplo: roubo, furto, estelionato.
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Exemplo: receptação em que é exigida que a coisa seja produto de crime.
TEORIA DO CRIME
FATO TÍPICO: O estudo do fato típico impõe o estudo dos seus elementos
constitutivos:
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A- CONDUTA
B- RESULTADO
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- Teorias: naturalística: resultado é a modificação provocada no mundo exterior
pela conduta // Jurídica ou normativa: resultado é toda lesão ou ameaça de
lesão a um interesse penalmente relevante.
- Classificação: - crime material: é aquele que somente se consuma com a
produção de um resultado naturalístico (ex. morte no homicídio) // - formal: : é
aquele que se consuma independentemente da produção de um resultado
naturalístico (ex. extorsão mediante sequestro, que se consuma
independentemente do recebimento do resgate – basta a exigência do preço –
mas o recebimento é um resultado possível); // - crime de mera conduta: não
admite a ocorrência de um resultado naturalístico, eis que não produz nenhuma
alteração no mundo dos fenômenos (ex. desobediência).
C – NEXO CAUSAL
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independente: não estão na linha natural de desdobramento causal da conduta.
Entretanto, têm sua origem na conduta e, portanto, ao contrário da causa
absolutamente independente mantém íntegra a relação causal entre a conduta
e o resultado (ex. complicação cirúrgica e infecção hospitalar // Vítima, durante
assalto, morre de ataque cardíaco: no caso o resultado teve origem na conduta
do assaltante. Assim, o nexo de causalidade não fica excluído. Todavia, o nexo
é apenas físico, naturalístico, sendo necessário, para responsabilização penal,
ainda, o dolo ou a culpa do assaltante (nexo psicológico ou normativo) Poderá,
portanto, responder por roubo, em concurso formal com homicídio (culposo ou
doloso, conforme o elemento subjetivo).
D – TIPICIDADE
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CRIMES QUALIFICADOS PELO RESULTADO
“ITER C RIMINIS”
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- cogitação
- preparação
- execução
- consumação
Formas de tentativa:
- imperfeita: ou inacabada, o agente não pratica todos os atos de
execução por circunstâncias alheias à sua vontade.
-perfeita: ou acabada, o agente pratica todos os atos de execução mas
não o consuma por circunstâncias alheias à sua vontade.
- branca: é aquela em que a vítima não é atingida
- cruenta: é aquela em que a vítima é atingida e sofre ferimento.
- crimes culposos (exceto culpa imprópria, para que admite tal modalidade)
- crimes preterdolosos
- crimes omissivos próprios
- crimes habituais
- crimes em que a lei pune a tentativa como crime consumado
* contravenções penais.
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O arrependimento INEFICAZ não gera conseqüência jurídica, devendo o
agente responder pelo crime.
IMPORTANTE:
A reparação tem que ser integral (somente assim será aceita). O critério é a
maior ou menor celeridade ou presteza.
Lembrar, ainda, que por se tratar de causa OBJETIVA de diminuição de penal,
o arrependimento posterior comunica-se aos co-autores e partícipes.
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