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RACIONALISMO x EMPIRISMO: A parte da filosofia que se dedica à investigação do

conhecimento é conhecida como Gnosiologia. Esta área investiga o conhecimento e


suas relações, seus tipos, sua possibilidade, origem e essência, além das possíveis
relações teológicas que envolvam o conhecimento. Um de seus fundamentos é a relação
“sujeito objeto”, na qual o sujeito pode conseguir total ou parcialmente o conhecimento,
sendo que este pode ser real ou ilusório.

O conhecimento é material de estudo filosófico desde a Grécia Antiga, embora nesta


época o termo não existisse. O assunto, no referido período histórico, foi alvo de
estudos de Sócrates e Platão. No referente à origem do conhecimento duas teorias são
básicas, ou seja, aquelas que servem de base e suporte para todas as teorias posteriores,
encontram-se o racionalismo e o empirismo, tema deste texto.

O racionalismo atribui o conhecimento à razão, aos pensamentos, e para esta linha


teórica, toda a realidade é construída através do pensamento lógico. Nossa mente,
através do uso da razão, alinha logicamente fatos levando-nos a uma conclusão, e nos
fazem chegar assim, à validação do conhecimento. Se nossa razão julga um
conhecimento como verdadeiro, é porque deve ser exclusivamente assim e não pode ser
de nenhuma outra maneira, sendo esse conhecimento autêntico e cuja validade é
justamente universal.

Para o racionalismo, mesmo que um pensamento não possa ser provado empiricamente
(através de experiências e o uso dos sentidos), ainda assim ele existe, pois tudo tem uma
causa inteligível e, assim sendo, somente a razão pode proporcionar uma verdade
absoluta, enquanto que os sentidos são tidos como ilusórios. O racionalismo se divide
em várias vertentes: transcendente, epistemológico, metafísico, etc. Essas formas de
racionalismo surgiram em diferentes épocas e contextos, divergem sobre a questão do
conhecimento ser ou não inato, sobre o processo de “iluminação” dos conhecimentos
em nossa mente e sobre a validade e a participação dos sentidos na construção do
conhecimento através da razão. Seu método de validação é a dedução, sempre através
da lógica. Os principais autores racionalistas são Descartes, Leibniz e Espinosa.

A teoria contrária ao racionalismo é o empirismo. Este, atribui o conhecimento à


experiência, e neste caso, considera-se que a realidade é construída através dos sentidos,
não havendo conhecimentos inatos, não havendo verdades a priori, e mesmo os
conceitos abstratos e universais partem de fatos concretos. Alguns teóricos empiristas
existiram antes desta teoria ser postula e nomeada lá filosofia. Os estoicos, por exemplo,
já refletiam sobre o conhecimento comparando o ser humano à uma tábua em branco, na
qual não há nada escrito, ideia esta que foi base para teoria empirista de Locke, já na
Idade Moderna.

Para explicar os conhecimentos abstratos, alguns empiristas dividiam as sensações em


internas e externas, as externas obtidas através dos sentidos conferem uma sensação,
enquanto que as internas conferem uma reflexão. As reflexões podem ser memórias,
cópias ou fantasias e jamais são idênticas às sensações, sendo que para a maioria dos
teóricos empiristas somente as sensações são válidas.

Enquanto o racionalismo se baseia na matemática, o empirismo se baseia nas ciências


naturais e na observação direta de experiências repetidas, além do fato de que nesta
vertente, a indução substitui o raciocínio e a dedução. Os principais autores do
empirismo são Francis Bacon, Locke, Berkeley e Hume.

Além dessas teorias e a partir das mesmas, existem outras a respeito da origem do
conhecimento, mas para a compressão de todas as ramificações é necessário partir do
racionalismo e do empirismo, ambas com vertentes aceitas e praticadas até hoje.

O que é Racionalismo e Empirismo?


Esta é uma questão complexa. Existem diferentes formas e variantes nas
duas correntes filosóficas. O racionalismo de Descartes penso eu, que
se mostra muito diferente de Leibniz, o empirismo de Hume do de Locke.
Enquanto o racionalismo afirma que a razão pura, sem a extensão dos é
a única fonte do conhecimento, enquanto o empirismo, pelo contrário,
afirma que todo nosso conhecimento é adquirido pelos sentidos visão,
audição, tato, pelo mundo sensível de Socrates.

Racionalismo

Define-se, numa primeira aproximação, pela absoluta confiança na razão


humana. Para os racionalistas o conhecimento tem a sua origem na razão
pura . A razão é a única fonte de conhecimento verdadeiro. As
informações dos sentidos são enganadoras e não podem ser considerados
conhecimentos.. O ideal do conhecimento para Descartes e Espinosa é um
sistema análogo aos modelos de raciocínio geometrico. O poder da razão
consiste na capacidade de "extrair" de si mesma verdades primeiras ou
fundamentais - chamadas ideias inatas - a partir das quais é possível
obter todas as outras e construir assim a realidade. A confiança na
razão é tal que se aceita como evidente, sem prévia crítica, o valor
da razão. É uma razão dogmática - dirá Kant. As ideias inatas não são
princípios que estejam em nós em acto logo que nascemos: um recém-
nascido não tem a ideia de triângulo, por exemplo. Ideia inata
significa que quando nessa criança, já crescida, surgiu a ideia de
triângulo, surgirá independentemente da experiência e que a sua
validade não assenta na observação. Para os racionalistas as
capacidades da razão só darão frutos se for encontrado um método
adequado de raciocínio: o modelo desse método encontra-se no método
matemático. Para os racionalistas a metafísica continua a ser a
ciência primeira, aquela que responde demonstrativamente às questões
essenciais da razão.

Empirismo

O empirismo é a contraposição do racionalismo. Teses fundamentais do


empirismo: 1) A origem do conhecimento está na experiência. Negam as
ideias inatas. A mente humana antes de toda e qualquer experiência é
como uma tábua rasa. As ideias não estão na mente humana de forma
inata, a mente humana é como um papel em branco no qual nada está
escrito antes da experiência começar a escrever nele. Mas o que é que
é a experiência? Locke entende por experiência o conhecimento por
observação directa, seja de experiências externas (objectos
sensíveis), seja de operações internas (reflexão). 2) O conhecimento
humano não é ilimitado: a experiência é o seu limite. David Hume diz:
"Não podemos ir além da experiência", assim, o campo da filosofia
reduz-se consideravelmente - há objectos incognósciveis. Reduz-se
também a certeza do conhecimento - sobre muitas questões só é possível
um conhecimento provável (D. Hume - causa/efeito). Quanto à metafísica
mantém uma postura céptica - consideram-na impossível. 3) Propõe um
novo conceito de razão: dependente e limitada aos dados empíricos.
Temos uma razão crítica, que examina os seus próprios limites e
possibilidades. Kant irá censurar ao empirismo o ter desvalorizado a
razão em detrimento da experiência. Diz Kant: se o racionalismo é
dogmático, o empirismo é céptico.

O que é Empirismo:
Empirismo é um movimento filosófico que acredita nas experiências humanas como
únicas responsáveis pela formação das ideias e conceitos existentes no mundo.

O empirismo é caracterizado pelo conhecimento científico, quando a sabedoria é


adquirida por percepções; pela origem das ideias, por onde se percebem as coisas,
independente de seus objetivos ou significados.

O empirismo consiste em uma teoria epistemológica que indica que todo o


conhecimento é um fruto da experiência, e por isso, uma consequência dos sentidos. A
experiência estabelece o valor, a origem e os limites do conhecimento.

O principal teórico do empirismo foi o filósofo inglês John Locke (1632 – 1704), que
defendeu a ideia de que a mente humana é uma "folha em branco" ou uma "tabula rasa",
onde são gravadas impressões externas. Por isso, não reconhece a existência de ideias
natas, nem do conhecimento universal.

Sendo uma teoria que se opõe ao Racionalismo, o empirismo critica a metafísica e


conceitos como os de causa e substância. Ou seja, todo o processo do conhecer, do saber
e do agir é aprendido pela experiência, pela tentativa e erro.

Etimologicamente, este termo possui uma dupla origem. A palavra pode ter surgido a
partir do latim e também de uma expressão grega, derivando de um uso mais específico,
utilizado para nomear médicos que possuem habilidades e conhecimentos de
experiências práticas e não da instrução da teoria.

Além de John Locke, existiram outros diversos autores de destaque na formação do


conceito do empirismo, como Francis Bacon, David Hume e John Stuart Mill.

Atualmente, o empirismo lógico é conhecido como neopositivismo, criado pelo círculo


de Viena. Dentro do empirismo, existem três linhas empíricas: a integral, a moderada e
a científica.

Na ciência, o empirismo é utilizado quando falamos no método científico tradicional,


que é originário do empirismo filosófico, que defende que as teorias científicas devem
ser baseadas na observação do mundo, em vez da intuição ou da fé, como lhe foi
passado.

Empirismo e Racionalismo
O Empirismo e o Racionalismo são duas correntes filosóficas opostas.

O Racionalismo aborda o tema do conhecimento a partir das ciências exatas,


enquanto o Empirismo dá mais importância às ciências experimentais.
Segundo o Racionalismo, o conhecimento é alcançado fazendo um bom uso da razão, e
não dos sentidos, porque a informação obtida através dos sentidos pode estar errada,
porque é possível haver engano naquilo que se ouve ou vê.

Saiba mais sobre o significado do Racionalismo.

Empirismo e Inatismo
O Inatismo é uma corrente de pensamento filosófico totalmente oposta ao do
Empirismo.

O Inatismo acredita que o conhecimento é inato ao ser humano, ou seja, os


indivíduos já nascem com determinados conhecimentos.

Ao longo da vida, no entanto, os inatistas acreditam que os indivíduos devem receber


estímulos para que todos os conhecimentos existentes possam se desenvolver.

Os conhecimentos seriam transmitidos de geração em geração através da


hereditariedade.

Saiba mais sobre o significado do Inatismo.

Empirismo e Iluminismo
O Iluminismo, também conhecido como "Época das Luzes", foi um período de
transformações na estrutura social, principalmente na Europa, onde os temas giravam
em torno da Liberdade, do Progresso e do Homem.

Ao contrário do empirismo, o iluminismo dava grande importância à razão, procurando


sempre mobilizar o seu poder.

Descubra mais sobre o significado do Iluminismo.

Empirismo e Criticismo
O Criticismo é uma corrente filosófica que indica a razão como imprescindível para se
alcançar o conhecimento, não havendo a necessidade do recurso aos sentidos.

Immanuel Kant, criador do Criticismo, usou essa filosofia para trazer um ponto comum
entre o empirismo e racionalismo.

Kant afirma que a sensibilidade e o entendimento são duas faculdades importantes na


obtenção do conhecimento, sendo que a informação captada pelos sentidos vai ser
modelada pela razão.
As tendências pedagógicas são divididas em liberais e progressistas. A pedagogia
liberal acredita que a escola tem a função de preparar os indivíduos para desempenhar
papéis sociais, baseadas nas aptidões individuais. Dessa forma, o indivíduo deve
adaptar-se aos valores e normas da sociedade de classe, desenvolvendo sua cultura
individual. Com isso as diferenças entre as classes sociais não são consideradas, já que,
a escola não leva em consideração as desigualdades sociais. Existem quatro tendências
pedagógicas liberais:

Tradicional: tem como objetivo a transmissão dos padrões, normas e modelos


dominantes. Os conteúdos escolares são separados da realidade social e da capacidade
cognitiva dos alunos, sendo impostos como verdade absoluta em que apenas o professor
tem razão. Sua metodologia é baseada na memorização, o que contribui para uma
aprendizagem mecânica, passiva e repetitiva.

Renovada: a educação escolar assume o propósito de levar o aluno a aprender e


construir conhecimento, considerando as fases do seu desenvolvimento. Os conteúdos
escolares passam a adequar-se aos interesses, ritmos e fases de raciocínio do aluno. Sua
proposta metodológica tem como característica os experimentos e as pesquisas. O
professor deixa de ser um mero expositor e assume o papel de elaborar situações
desafiadoras da aprendizagem. A aprendizagem é construinda através de planejamentos
e testes. O professor passa a respeitar e a atender as necessidades individuais dos alunos.

Renovada não-diretiva: há uma maior preocupação com o desenvolvimento da


personalidade do aluno, com o autoconhecimento e com a realização pessoal. Os
conteúdos escolares passam a ter significação pessoal, indo ao encontro dos interesses e
motivação do aluno. São incluídas atividades de sensibilidade, expressão e comunicação
interpessoal, acentuando-se a importância dos trabalhos em grupos. Aprender torna-se
um ato interno e intransferível. A relação professor-aluno passa a ser marcada pela
afetividade.

Tecnicista: enfatiza a profissionalização e modela o individuo para integrá-lo ao


modelo social vigente, tecnicista. Os conteúdos que ganham destaque são os objetivos e
neutros. O professor administra os procedimentos didáticos, enquanto o aluno recebe as
informações. O educador tem uma relação profissional e interpessoal com o aluno.

Já as tendências pedagógicas progressistas analisam de forma critica as realidades


sociais, cuja educação possibilita a compreensão da realidade histórico-social,
explicando o papel do sujeito como um ser que constrói sua realidade. Ela assume um
caráter pedagógico e político ao mesmo tempo. É divida em três tendências:

Libertadora: o papel da educação é conscientizar para transformar a realidade e os


conteúdos são extraídos da pratica social e cotidiana dos alunos. Os conteúdos pré-
selecionados são vistos como uma invasão cultural. A metodologia é caracterizada pela
problematizarão da experiência social em grupos de discussão. A relação do professor
com o aluno é tida como horizontal em que ambos passam a fazer parte do ato de
educar.

Libertaria: a escola propicia praticas democráticas, pois acredita que a consciência


política resulta em conquistas sócias. Os conteúdos dão ênfase nas lutas sociais, cuja
metodologia é está relacionada com a vivência grupal. O professor torna-se um
orientador do grupo sem impor suas idéias e convicções.

Crítico-social dos conteúdos: a escola tem a tarefa de garantir a apropriação critica do


conhecimento cientifico e universal, tornando-se uma arma de luta importante. A classe
trabalhadora deve apropriar-se do saber. Adota o método dialético, esse que é visto
como o responsável pelo confronto entre as experiências pessoais e o conteúdo
transmitido na escola. O educando participa com suas experiências e o professor com
sua visão da realidade.

AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA


ESCOLAR BRASILEIRA E SEUS PRESSUPOSTOS DE
APRENDIZAGEM

Delcio Barros da Silva

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste artigo é verificar os pressupostos de aprendizagem


empregados pelas diferentes tendências pedagógicas na prática escolar
brasileira, numa tentativa de contribuir, teoricamente, para a formação
continuada de professores.

Sabe-se que a prática escolar está sujeita a condicionantes de ordem


sociopolítica que implicam diferentes concepções de homem e de sociedade e,
conseqüentemente, diferentes pressupostos sobre o papel da escola e da
aprendizagem, inter alia. Assim, justifica-se o presente estudo, tendo em vista
que o modo como os professores realizam o seu trabalho na escola tem a ver
com esses pressupostos teóricos, explícita ou implicitamente.

Embora se reconheçam as dificuldades do estabelecimento de uma síntese


dessas diferentes tendências pedagógicas, cujas influências se refletem no
ecletismo do ensino atual, emprega-se, neste estudo, a teoria de José Carlos
Libâneo, que as classifica em dois grupos: “liberais” e “progressistas”. No
primeiro grupo, estão incluídas a tendência “tradicional”, a “renovada
progressivista”, a “renovada não-diretiva” e a “tecnicista”. No segundo, a
tendência “libertadora”, a “libertária” e a “crítico-social dos conteúdos”.
Justifica-se, também, este trabalho pelo fato de que novos avanços no campo
da Psicologia da Aprendizagem, bem como a revalorização das idéias de
psicólogos interacionistas, como Piaget, Vygotsky e Wallon, e a autonomia da
escola na construção de sua Proposta Pedagógica, a partir da LDB 9.394/96,
exigem uma atualização constante do professor. Através do conhecimento
dessas tendências pedagógicas e dos seus pressupostos de aprendizagem, o
professor terá condições de avaliar os fundamentos teóricos empregados na
sua prática em sala de aula.

No aspecto teórico-prático, ou seja, nas manifestações na prática escolar das


diversas tendências educacionais, será dado ênfase ao ensino da Língua
Portuguesa, considerando-se as diferentes concepções de linguagem que
perpassam esses períodos do pensamento pedagógico brasileiro.

2. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS

Segundo LIBÂNEO (1990), a pedagogia liberal sustenta a idéia de que a escola


tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais,
de acordo com as aptidões individuais. Isso pressupõe que o indivíduo precisa
adaptar-se aos valores e normas vigentes na sociedade de classe, através do
desenvolvimento da cultura individual. Devido a essa ênfase no aspecto
cultural, as diferenças entre as classes sociais não são consideradas, pois,
embora a escola passe a difundir a idéia de igualdade de oportunidades, não
leva em conta a desigualdade de condições.

2.1. TENDÊNCIA LIBERAL TRADICIONAL

Segundo esse quadro teórico, a tendência liberal tradicional se caracteriza por


acentuar o ensino humanístico, de cultura geral. De acordo com essa escola
tradicional, o aluno é educado para atingir sua plena realização através de seu
próprio esforço. Sendo assim, as diferenças de classe social não são
consideradas e toda a prática escolar não tem nenhuma relação com o
cotidiano do aluno.

Quanto aos pressupostos de aprendizagem, a idéia de que o ensino consiste


em repassar os conhecimentos para o espírito da criança é acompanhada de
outra: a de que a capacidade de assimilação da criança é idêntica à do adulto,
sem levar em conta as características próprias de cada idade. A criança é vista,
assim, como um adulto em miniatura, apenas menos desenvolvida.

No ensino da língua portuguesa, parte-se da concepção que considera a


linguagem como expressão do pensamento. Os seguidores dessa corrente
lingüística, em razão disso, preocupam-se com a organização lógica do
pensamento, o que presume a necessidade de regras do bem falar e do bem
escrever. Segundo essa concepção de linguagem, a Gramática Tradicional ou
Normativa se constitui no núcleo dessa visão do ensino da língua, pois vê
nessa gramática uma perspectiva de normatização lingüística, tomando como
modelo de norma culta as obras dos nossos grandes escritores clássicos.
Portanto, saber gramática, teoria gramatical, é a garantia de se chegar ao
domínio da língua oral ou escrita.

Assim, predomina, nessa tendência tradicional, o ensino da gramática pela


gramática, com ênfase nos exercícios repetitivos e de recapitulação da matéria,
exigindo uma atitude receptiva e mecânica do aluno. Os conteúdos são
organizados pelo professor, numa seqüência lógica, e a avaliação é realizada
através de provas escritas e exercícios de casa.

2.2. TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSIVISTA

Segundo essa perspectiva teórica de Libâneo, a tendência liberal renovada (ou


pragmatista) acentua o sentido da cultura como desenvolvimento das aptidões
individuais.

A escola continua, dessa forma, a preparar o aluno para assumir seu papel na
sociedade, adaptando as necessidades do educando ao meio social, por isso
ela deve imitar a vida. Se, na tendência liberal tradicional, a atividade
pedagógica estava centrada no professor, na escola renovada progressivista,
defende-se a idéia de “aprender fazendo”, portanto centrada no aluno,
valorizando as tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta, o estudo do
meio natural e social, etc, levando em conta os interesses do aluno.

Como pressupostos de aprendizagem, aprender se torna uma atividade de


descoberta, é uma auto-aprendizagem, sendo o ambiente apenas um meio
estimulador. Só é retido aquilo que se incorpora à atividade do aluno, através
da descoberta pessoal; o que é incorporado passa a compor a estrutura
cognitiva para ser empregado em novas situações. É a tomada de consciência,
segundo Piaget.

No ensino da língua, essas idéias escolanovistas não trouxeram maiores


conseqüências, pois esbarraram na prática da tendência liberal tradicional.

2.3. TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA NÃO-DIRETIVA

Acentua-se, nessa tendência, o papel da escola na formação de atitudes, razão


pela qual deve estar mais preocupada com os problemas psicológicos do que
com os pedagógicos ou sociais. Todo o esforço deve visar a uma mudança
dentro do indivíduo, ou seja, a uma adequação pessoal às solicitações do
ambiente.

Aprender é modificar suas próprias percepções. Apenas se aprende o que


estiver significativamente relacionado com essas percepções. A retenção se dá
pela relevância do aprendido em relação ao “eu”, o que torna a avaliação
escolar sem sentido, privilegiando-se a auto-avaliação. Trata-se de um ensino
centrado no aluno, sendo o professor apenas um facilitador. No ensino da
língua, tal como ocorreu com a corrente pragmatista, as idéias da escola
renovada não-diretiva, embora muito difundidas, encontraram, também, uma
barreira na prática da tendência liberal tradicional.

2.4. TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA

A escola liberal tecnicista atua no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o


sistema capitalista), articulando-se diretamente com o sistema produtivo; para
tanto, emprega a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia
comportamental. Seu interesse principal é, portanto, produzir indivíduos
“competentes” para o mercado de trabalho, não se preocupando com as
mudanças sociais.

Conforme MATUI (1988), a escola tecnicista, baseada na teoria de


aprendizagem S-R, vê o aluno como depositário passivo dos conhecimentos,
que devem ser acumulados na mente através de associações. Skinner foi o
expoente principal dessa corrente psicológica, também conhecida como
behaviorista. Segundo RICHTER (2000), a visão behaviorista acredita que
adquirimos uma língua por meio de imitação e formação de hábitos, por isso a
ênfase na repetição, nos drills, na instrução programada, para que o aluno for
me “hábitos” do uso correto da linguagem.

A partir da Reforma do Ensino, com a Lei 5.692/71, que implantou a escola


tecnicista no Brasil, preponderaram as influências do estruturalismo lingüístico
e a concepção de linguagem como instrumento de comunicação. A língua –
como diz TRAVAGLIA (1998) – é vista como um código, ou seja, um conjunto
de signos que se combinam segundo regras e que é capaz de transmitir uma
mensagem, informações de um emissor a um receptor. Portanto, para os
estruturalistas, saber a língua é, sobretudo, dominar o código.

No ensino da Língua Portuguesa, segundo essa concepção de linguagem, o


trabalho com as estruturas lingüísticas, separadas do homem no seu contexto
social, é visto como possibilidade de desenvolver a expressão oral e escrita. A
tendência tecnicista é, de certa forma, uma modernização da escola tradicional
e, apesar das contribuições teóricas do estruturalismo, não conseguiu superar
os equívocos apresentados pelo ensino da língua centrado na gramática
normativa. Em parte, esses problemas ocorreram devido às dificuldades de o
professor assimilar as novas teorias sobre o ensino da língua materna.

3. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS

Segundo Libâneo, a pedagogia progressista designa as tendências que,


partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam
implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação.

3.1. TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA

As tendências progressistas libertadora e libertária têm, em comum, a defesa


da autogestão pedagógica e o antiautoritarismo. A escola libertadora, também
conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, vincula a educação à luta e
organização de classe do oprimido. Segundo GADOTTI (1988), Paulo Freire
não considera o papel informativo, o ato de conhecimento na relação
educativa, mas insiste que o conhecimento não é suficiente se, ao lado e junto
deste, não se elabora uma nova teoria do conhecimento e se os oprimidos não
podem adquirir uma nova estrutura do conhecimento que lhes permita
reelaborar e reordenar seus próprios conhecimentos e apropriar-se de outros.

Assim, para Paulo Freire, no contexto da luta de classes, o saber mais


importante para o oprimido é a descoberta da sua situação de oprimido, a
condição para se libertar da exploração política e econômica, através da
elaboração da consciência crítica passo a passo com sua organização de
classe. Por isso, a pedagogia libertadora ultrapassa os limites da pedagogia,
situando-se também no campo da economia, da política e das ciências sociais,
conforme Gadotti.

Como pressuposto de aprendizagem, a força motivadora deve decorrer da


codificação de uma situação-problema que será analisada criticamente,
envolvendo o exercício da abstração, pelo qual se procura alcançar, por meio
de representações da realidade concreta, a razão de ser dos fatos. Assim,
como afirma Libâneo, aprender é um ato de conhecimento da realidade
concreta, isto é, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se
resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. Portanto o conhecimento
que o educando transfere representa uma resposta à situação de opressão a
que se chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica.

No ensino da Leitura, Paulo Freire, numa entrevista, sintetiza sua idéia de


dialogismo: “Eu vou ao texto carinhosamente. De modo geral, simbolicamente,
eu puxo uma cadeira e convido o autor, não importa qual, a travar um diálogo
comigo”.

3.2. TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA

A escola progressista libertária parte do pressuposto de que somente o vivido


pelo educando é incorporado e utilizado em situações novas, por isso o saber
sistematizado só terá relevância se for possível seu uso prático. A ênfase na
aprendizagem informal, via grupo, e a negação de toda forma de repressão,
visam a favorecer o desenvolvimento de pessoas mais livres. No ensino da
língua, procura valorizar o texto produzido pelo aluno, além da negociação de
sentidos na leitura.

3.3. TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS


Conforme Libâneo, a tendência progressista crítico-social dos conteúdos,
diferentemente da libertadora e libertária, acentua a primazia dos conteúdos no
seu confronto com as realidades sociais. A atuação da escola consiste na
preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe
um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para
uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade.

Na visão da pedagogia dos conteúdos, admite-se o princípio da aprendizagem


significativa, partindo do que o aluno já sabe. A transferência da aprendizagem
só se realiza no momento da síntese, isto é, quando o aluno supera sua visão
parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora.

4. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PÓS-LDB 9.394/96

Após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de n.º 9.394/96,


revalorizam-se as idéias de Piaget, Vygotsky e Wallon. Um dos pontos em
comum entre esses psicólogos é o fato de serem interacionistas, porque
concebem o conhecimento como resultado da ação que se passa entre o
sujeito e um objeto. De acordo com ARANHA (1998), o conhecimento não está,
então, no sujeito, como queriam os inatistas, nem no objeto, como diziam os
empiristas, mas resulta da interação entre ambos.

Para citar um exemplo no ensino da língua, segundo essa perspectiva


interacionista, a leitura como processo permite a possibilidade de negociação
de sentidos em sala de aula. O processo de leitura, portanto, não é centrado no
texto, ascendente, bottom-up, como queriam os empiristas, nem no receptor,
descendente, top-down, segundo os inatistas, mas ascendente/descendente,
ou seja, a partir de uma negociação de sentido entre enunciador e receptor.
Assim, nessa abordagem interacionista, o receptor é retirado da sua condição
de mero objeto do sentido do texto, de alguém que estava ali para decifrá-lo,
decodificá-lo, como ocorria, tradicionalmente, no ensino da leitura.

As idéias desses psicólogos interacionistas vêm ao encontro da concepção que


considera a linguagem como forma de atuação sobre o homem e o mundo e
das modernas teorias sobre os estudos do texto, como a Lingüística Textual, a
Análise do Discurso, a Semântica Argumentativa e a Pragmática, entre outros.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com esse quadro teórico de José Carlos Libâneo, deduz-se que as
tendências pedagógicas liberais, ou seja, a tradicional, a renovada e a
tecnicista, por se declararem neutras, nunca assumiram compromisso com as
transformações da sociedade, embora, na prática, procurassem legitimar a
ordem econômica e social do sistema capitalista. No ensino da língua,
predominaram os métodos de base ora empirista, ora inatista, com ensino da
gramática tradicional, ou sob algumas as influências teóricas do estruturalismo
e do gerativismo, a partir da Lei 5.692/71, da Reforma do Ensino.

Já as tendências pedagógicas progressistas, em oposição às liberais, têm em


comum a análise crítica do sistema capitalista. De base empirista (Paulo Freire
se proclamava um deles) e marxista (com as idéias de Gramsci), essas
tendências, no ensino da língua, valorizam o texto produzido pelo aluno, a
partir do seu conhecimento de mundo, assim como a possibilidade de
negociação de sentido na leitura.

A partir da LDB 9.394/96, principalmente com as difusão das idéias de Piaget,


Vygotsky e Wallon, numa perspectiva sócio-histórica, essas teorias buscam
uma aproximação com modernas correntes do ensino da língua que
consideram a linguagem como forma de atuação sobre o homem e o mundo,
ou seja, como processo de interação verbal, que constitui a sua realidade
fundamental.
AS CONCEPÇÕES DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR – José
Carlos Libâneo (FICHAMENTO)
A ideia norteadora deste post trata das concepções de organização e gestão escolar
descritas por Libâneo (2013) e encontradas no capítulo 6 (o sistema de organização e
gestão da escola) do Livro Organização e Gestão da Escola, de autoria de autoria do
próprio Libâneo.

AS CONCEPÇÕES DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR

Data da década de 30 os primeiros estudos da escola como organização de trabalho. Há


toda uma pesquisa sobre administração escolar que remonta aos pioneiros da educação
nova. Basicamente, estes estudos foram marcados por uma concepção burocrática,
funcionalista, aproximando as características da organização escolar à organização
empresarial (pg 101). Durante a década de 80 os estudos referentes a essa área se
constituíram em uma disciplina, comumente denominada Organização do Trabalho
Escolar. Nestas circunstâncias, adotou-se uma abordagem crítica sobre o tema,
frequentemente restringindo a análise da escola dentro da organização do trabalho no
capitalismo.
Essencialmente, existem duas concepções diferenciadas em relação às finalidades
sociais e políticas da educação: a concepção científico-racional e a concepção sócio-
crítica

Na concepção cientifico-racional prevalece uma visão mais burocrática e tecnicista de


escola. A instituição escolar é tomada como uma realidade objetiva e neutra, devendo
funcionar racionalmente e, por isso, deve ser planejada, organizada e controlada, de
modo a alcançar melhores índices de eficácia. Este é o modelo mais encontrado na
realidade brasileira (caso o leitor queira se aprofundar na corrente tecnicista ou entender
melhor outras vias de pensamento, recomendo o post tendências pedagógicas na prática
escolar do mesmo autor).

Na concepção sócio-critica, a organização escolar é concebida como um sistema que


agrega pessoas, destacando-se o caráter intencional de suas ações, a importância das
interações sociais no seio do grupo e as relações da escola com o contexto sociocultural
e político.

Para além desta dualidade epistemológica, alguns estudos abordam uma divisão mais
abrangente do fenômeno organização e gestão escolar. Esquematicamente, podemos
considerar quatro concepções: a técnico-científica (tradicional), a autogestionária, a
interpretativa e a democrático-participativa.

A concepção TÉCNICO-CIENTÍFICA hierarquiza cargos e funções, visa a


racionalidade do trabalho. A versão mais conservadora desta concepção é denominada
de administração clássica ou burocrática. A versão mais recente é conhecida como
modelo de gestão da qualidade total, com utilização mais acentuada de métodos e
práticas de gestão da administração empresarial (pg 103).

Algumas características deste modelo são: a prescrição detalhada de funções e tarefas,


acentuando-se a divisão técnica do trabalho escolar; o poder centralizado no diretor;
formas de comunicação verticalizadas; maior ênfase nas tarefas do que nas interações
pessoais.

A concepção AUTOGESTIONÁRIA baseia-se na responsabilidade coletiva,


ausência da direção centralizada e acentuação da participação direta e por igual de
todos os membros da instituição. Tende a recusar o exercício da autoridade e formas
mais estruturadas de organização e gestão.

Entre outras características, podemos acrescentar: promoção do poder coletivo na escola


para preparar formas de autogestão no plano político; decisões coletivas por meio de
assembleias e reuniões; alternância no exercício de funções e a ênfase nas relações
pessoais, mais do que nas tarefas.

A tendência INTERPRETATIVA trabalha com base nas experiências subjetivas e as


interações sociais das pessoas. A escola é uma realidade social subjetivamente e
socialmente construída, não uma estrutura dada e objetiva. Esta concepção privilegia
menos o ato de organizar e mais a “ação organizadora” como valores e práticas
compartilhadas.
A concepção DEMOCRÁTICA-PARTICIPATIVA defende uma forma coletiva de
tomada de decisões, sem, todavia, desobrigar as pessoas da responsabilidade
individual. Uma vez tomada as decisões coletivamente, cada membro deve assumir sua
parte no trabalho. Advoga formas de gestão participativa, mas não exclui a
necessidade da coordenação.

Além disso, busca de objetividade no trato de questões da organização e gestão,


mediante coleta de informações reais, sem prejuízo da consideração dos significados
subjetivos e culturais. Também se utiliza de acompanhamento dos trabalhos,
reorientação de rumos e ações, tomada de decisões.

As concepções de gestão escolar refletem diferentes posições politicas e concepções


do papel da escola e da formação humana na sociedade. Portanto, o modo como
uma escola se organiza e se estrutura tem um caráter pedagógico, ou seja, depende
de objetivos mais amplos sobre a relação da escola com a conservação ou
transformação social. A concepção técnico-científica, por exemplo, valoriza o
poder e a autoridade, exercidos unilateralmente. Ressalta relações de subordinação
e rígidas determinações de funções e, ao supervalorizar a racionalização do
trabalho e nome da eficiência e da produtividade, tende a retirar ou, ao menos,
diminuir nas pessoas a faculdade de pensar e decidir sobre seu trabalho. (…) Por
sua vez, as outras três concepções tem, em comum, uma visão de gestão que se
opõe a forma de dominação e subordinação das pessoas e consideram essencial
levar em conta os aspectos sociais, políticos e ideológicos, a construção de relações
sociais mais humanas e justas, a valorização do trabalho coletivo e participativo.

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