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Da autotutela á jurisdição
Olho por olho, a autotutela é a justiça com as próprias
mãos.
Características: Ausência de juiz distinto das partes
imposição de decisão de uma parte as outras
Autocomposição
Sistemas primitivos: uma das partes em conflito ou
ambas abrem mão do interesse ou de parte dele.
Formas: Desistência: renuncia a pretensão
Submissão: renunciar a resistência oferecida á
pretensão
Transação: concessões recíprocas
Aula 1
Sociedade e Direito
função que o direito exerce na sociedade: ordenadora,
de coordenação dos interesses, e de composição de
conflitos. O direito é apresentado como uma das
formas do controle socialInsatisfação - é sempre um
fator anti-social dos conflitos que lhe são próprios
Da Autotutela à Jurisdição
Características da autotutela:
• a) Ausência de juiz distinto das partes;
• b) Imposição da decisão por uma das partes à outra.
Formas de autocomposição:
• a) Desistência (renúncia à pretensão);
• b) Submissão (renúncia à resistência oferecida à
pretensão);
• c) Transação (concessões recíprocas).
Juízo Arbitral
Juízo Arbitral - é delineado no direito brasileiro da
seguinte forma:
• a) Convenção de Arbitragem (compromisso entre as
partes ou cláusula compromissória inserida em
contrato: lei cit., art. 3º);
• b) Limitação aos litígios relativos a direitos
patrimoniais disponíveis (art. 1º);
• c) Restrições à eficácia da cláusula compromissória
inserida em contratos de adesão (art. 4º, § 2º);
• d) Capacidade das Partes (art. 1º);
• e) Possibilidade de escolherem as partes as regras de
direito material a serem aplicadas na arbitragem,
sendo ainda admitido convencionar que esta "se
realize com base nos princípios gerais de direito, nos
usos e costumes e nas regras internacionais de
comércio" (art. 2º, §§ 2º e 3º);
• f) Desnecessidade de homologação judicial da
sentença arbitral (art. 31);
• g) Atribuição a esta dos mesmos efeitos, entre partes,
dos julgados proferidos pelo Poder Judiciário (valendo
inclusive como título executivo, se for condenatória:
art. 31);
• h) Possibilidade de controle jurisdicional ulterior, a ser
provocado pela parte interessada (art. 33, caput e §§);
• i) Possibilidade de reconhecimento e execução de
sentenças arbitrais produzidas no exterior (arts. 34
ss.). Mas os árbitros, não sendo investidos do poder
jurisdicional estatal, não podem realizar a execução de
suas próprias sentenças nem impor medidas
coercitivas (art. 22, § 4º).
• Lei dos Juizados Especiais - o arbitramento recebe
tratamento especial, com simplificação. O juiz só deve
passar à fase de instrução e julgamento, se não tiver
obtido das partes nem a conciliação, nem o
compromisso (art. 27). Este independe de termo (art.
24, § 1º) e o árbitro considera-se sempre autorizado a
julgar por equidade, independentemente da
autorização das partes (art. 25). Os árbitros nos
juizados especiais serão escolhidos dentre os juízes
leigos, instituídos na nova lei (art. 24, § 2º).
•
Controle Jurisdicional Indispensável: a regra nulla
poena sine judicio.Matéria criminal e algumas
situações regidas pelo direito privado (anulação de
casamento, suspensão e perda de pátrio poder etc.),
o processo é o único meiode obter a efetivação das
situações ditadas pelo direito material (imposição da
pena, dissolução do vínculo etc.). A lei não admite a
autotutela, a autocomposição, o juízo arbitral e nem
mesmo a satisfação voluntária de pretensões dessa
ordem.
• São direitos e interesses regidos por normas
de extrema indisponibilidade, como as penais e
aquelas não-penais trazidas como exemplo (esp.,
direito de família).
• É absoluta a proibição da aplicação de qualquer
pena sem prévia realização de um processo (nulla
poena sine judicio). Princípio encarado sob dois
aspectos:
• a) Proibição de autotutela do Estado;
• b) Proibição de autocomposição (transação entre
Estado e acusado, ou submissão voluntária deste).
• A CF/88, que assegura aos acusados de crime a
mais ampla defesa (art. 5º, LV), assegura também
o contraditório, ou seja, que ambas as partes terão
conhecimento de todas as alegações e provas
produzidas pela parte adversária, com a oportunidade
de discuti-las e contrariá-las.
•
Brasil - transação em matéria penal, com base na
previsão constitucional (art. 98, I), podendo o autor do
fato submeter-se voluntariamente à pena não privativa
da liberdade, antes mesmo da instauração do
processo, por proposta do Ministério Público.
• Lei 9.099/95 – introduziu um novo modelo
consensual para a Justiça criminal, por intermédio de
quatro medidas despenalizadoras (medidas penais ou
processuais alternativas que procuram evitar a pena
de prisão):
• a) Nas infrações de menor potencial ofensivo de
iniciativa privada ou pública condicionada, havendo
composição civil, resulta extinta a punibilidade (art. 74,
par. ún.);
• b) Não havendo composição civil ou tratando-se de
ação penal pública incondicionada, a lei prevê a
aplicação imediata de pena alternativa (restritiva de
direitos ou multa), mediante transação penal (art. 76);
• c) As lesões corporais culposas e leves passam a
requerer representação (art. 88);
• d) Os crimes cuja pena mínima não seja superior a um
ano permitem a suspensão condicional do processo
(art. 89).
•
Acesso à Justiça
O processo deve ser manipulado de modo a propiciar
às partes o acesso à justiça, o qual se resolve, na
expressão muito feliz da doutrina brasileira recente,
em acesso à ordem jurídica justa.
• O acesso não é a mera admissão ao processo, ou
possibilidade de ingresso em juízo. É indispensável que
o maior número possível de pessoas seja admitido a
demandar e a defender-se adequadamente.
• Acesso à justiça - idéia central a que converge toda a
oferta constitucional e legal de princípios e garantias.
Assim:
•
• a) Oferece-se ampla admissão de pessoas e causas ao
processo (universalidade da jurisdição), depois
• b) Garante-se a todas elas (no cível e no criminal) a
observância das regras que consubstanciam o devido
processo legal, para que
• c) Possam participar intensamente da formação do
convencimento do juiz que irá julgar a causa (princípio
do contraditório), podendo exigir dele a
• d) Efetividade de uma participação em diálogo.
• Eis a dinâmica dos princípios e garantias do processo,
na sua interação teleológica apontada para a
pacificação com justiça.
• Para a efetividade do processo é preciso a) Tomar
consciência dos escopos motivadores de todo o
sistema (sociais, políticos, jurídicos) e, b) Superar os
óbices que a experiência mostra estarem a ameaçar a
boa qualidade de seu produto final.
Esses óbices situam-se em quatro "pontos sensíveis“:
• a) A admissão ao processo (ingresso em juízo).
• Eliminar as dificuldades econômicas que impeçam o
litígio ou dificultem uma defesa adequada.
• A oferta constitucional de assistência jurídica integral
e gratuita (art. 5º, LXXIV) há de ser cumprida, seja
quanto ao juízo civil como ao criminal.
• Eliminar o óbice jurídico do impedimento de litigar
para a defesa de interesses supra-individuais (difusos
e coletivos); a regra individualista segundo a qual cada
qual só pode litigar para a defesa de seus próprios
direitos (CPC, art. 6°) está sendo abalada pela Lei da
Ação Civil Pública (lei 7.347/85), que permite ao
Ministério Público e às associações pleitear
judicialmente em prol de interesses coletivos ou
difusos.
• b) O modo-de-ser do processo. Deve-se observar o
devido processo legal, o contraditório.
•
c) A justiça das decisões. O juiz deve pautar-se pelo
critério de justiça, seja
• 1) Ao apreciar a prova,
• 2) Ao enquadrar os fatos em normas e categorias
jurídicas ou
• 3) Ao interpretar os textos de direito positivo.
• Não deve exigir uma prova tão precisa e exaustiva dos
fatos, que torne impossível a demonstração destes e
impeça o exercício do direito material pela parte. Entre
duas interpretações aceitáveis, deve pender por
aquela que conduza a um resultado mais justo, ainda
que aparentemente a vontade do legislador seja em
sentido contrário (a mens legis nem sempre
corresponde à mens legislatoris);
• d) Efetividade das decisões. Todo processo deve dar a
quem tem um direito tudo aquilo e precisamente aquilo
que ele tem o direito de obter.
• O uso adequado de medidas cautelares constitui
poderoso instrumental capaz de assegurar os bons
resultados das decisões e medidas definitivas que
virão. Aprisão do devedor de alimentos, a aplicação
de multas diárias para o descumprimento de
obrigações de fazer ou não-fazer (Const., art. 5º, LXVII)
devem concorrer para que o processo cumpra com
rapidez e integralmente as suas funções. Os arts. 461
e 461-A do CPC investem o juiz, já em continuação à
fase cognitiva do processo, de amplos poderes
destinados a pressionar o obrigado a cumprir
obrigações de fazer, de não-fazer ou de entregar coisa
certa, reconhecidas em sentença, sem necessidade de
instaurar o processo executivo segundo os modelos
tradicionais.
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13/04/2012