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FACULDADE EDUCACIONAL DE ARAUCÁRIA - FACEAR

Transformadores de Potencia (Trafo)


Transformadores de Corrente (TC)
Transformadores de Tensão (TP)

ARAUCÁRIA
2012
FACULDADE EDUCACIONAL DE ARAUCÁRIA - FACEAR

Elicarlos Fracaro
Leandro Ziemmer
Kletson Filip
Marcelo Tomás
William Farias

Transformadores de Potencia (Trafo)


Transformadores de Corrente (TC)
Transformadores de Tensão (TP)

Trabalho acadêmico apresentado à


disciplina de Sistemas de Controle
de Instrumentação, para obtenção
de nota parcial do 2º bimestre do
curso de Engenharia de Produção,
6º período, turma E da Faculdade
Educacional Araucária.

Professor: Guilherme Bastos

ARAUCÁRIA
2012

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SUMÁRIO
1. TRANSFORMADORES ELÉTRICOS ............................................................................. 5
1.1 NORMALIZAÇÕES ....................................................................................................... 6
1.2 COMPONENTES CONSTRUTIVOS ............................................................................ 7
1.2.1 Parte Ativa ................................................................................................................... 7
1.2.2 Acessórios Complementares........................................................................................ 8
1.3 TENSÃO DE CURTO-CIRCUITO .............................................................................. 10
1.4 POLARIDADE ............................................................................................................. 11
1.5 DESLOCAMENTO ANGULAR .................................................................................. 12
1.6 BANCO DE TRANSFORMADORES ......................................................................... 13
1.7 INSTRUÇÕES PARA INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO ....................................... 14
2. TRANSFORMADORES DE CORRENTE ..................................................................... 15
2.1 CONCEITO ................................................................................................................... 15
2.2 CARACTERÍSTICAS .................................................................................................. 15
2.2.1 Corrente e Relação Nominais, Segundo a ABNT ..................................................... 16
2.2.2 Classe de Tensão de Isolamento ................................................................................ 16
2.2.3 Frequência nominal ................................................................................................... 16
2.2.4 Carga nominal............................................................................................................ 16
2.2.5 Fator de Sobre Corrente Nominal (FS)...................................................................... 17
2.2.6 Classe de Exatidão ..................................................................................................... 17
2.2.6.1 TCs de Medição ..................................................................................................... 17
2.2.6.2 TCs de Proteção ..................................................................................................... 18
2.2.7 Fator Térmico Nominal (FT) ..................................................................................... 19
2.2.8 Limite de Corrente de Curta Duração Para Efeito Térmico ...................................... 19
2.2.9 Limite de Corrente de Curta-Duração Para Efeito Dinâmico.................................... 20
2.2.10 Fenômenos da saturação ............................................................................................ 20
2.2.10.1 Saturação por corrente alternada ............................................................................ 20
2.2.10.2 Saturação por corrente DC ..................................................................................... 20
2.2.11 Tipos Construtivos..................................................................................................... 20
3. TRANSFORMADORES DE POTÊNCIAL .................................................................... 21
3.1 CONCEITO ................................................................................................................... 21
3.2 CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS ............................................................................ 21
3.2.1 Erro de Relação de Transformação ........................................................................... 21
3.2.2 Erro Ângulo de Fase .................................................................................................. 22

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3.3 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS ................................................................... 22
3.4 CLASSE DE EXATIDÃO ............................................................................................ 23
4. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 24
5. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 25

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1. TRANSFORMADORES ELÉTRICOS

Um transformador é um dispositivo destinado a transmitir energia elétrica ou


potência elétrica de um circuito a outro, transformando tensões, correntes e ou de
modificar os valores de Impedância elétrica de um circuito. Trata-se de um dispositivo
de corrente alternada que opera baseado nos princípios eletromagnéticos da Lei de
Faraday e da Lei de Lenz.

Figura 1.0 – Conjunto de Transformadores usados para Medição de Temperatura.

O transformador, representado esquematicamente na Figura 1.1, é um aparelho


estático que transporta energia elétrica, por indução eletromagnética, do primário
(entrada) para o secundário (saída). Os valores da tensão e da corrente são alterados,
porém, a potência, no caso do transformador ideal, (Considera-se transformador ideal
àquele em que S1=S2, onde S1 representa à potência aparente do primário e S2 a
potência aparente do secundário) e a frequência se mantêm inalterados.

Figura 1.1 – Representação esquemática de um transformador.

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As principais variáveis que definem o dimensionamento de um transformador são
a bitola dos condutores (corrente) e o material isolante utilizado (tensão).
Os enrolamentos de alta tensão (AT) são constituídos por várias espiras de fio
fino, sendo que os enrolamentos de baixa tensão (BT) possuem um menor número de
espiras com bitola maior.
A razão entre as tensões do primário e do secundário, bem como entre os
respectivos números de espiras dos seus enrolamentos, definem a relação de
transformação (a) de um transformador. Assim:
U1 N1
= =𝑎
U2 N2
Se a > 1, o transformador é rebaixador; se a < 1, o mesmo será elevador.
Considerando-se que as potências aparentes na entrada e na saída são iguais
(S1=S2), as correntes obedecem à seguinte relação:

U1.ɪ1 = U2.ɪ2

Portanto:
U1 I1
=
U2 I2

Assim, fica definida a EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DE TRANSFORMAÇÃO:


U1 N1 I1
= =
U2 N2 I2

1.1 NORMALIZAÇÕES

Como o estudo dos transformadores envolve as principais grandezas elétricas, a


ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) estabeleceu normas nacionais de
operação, construção, manutenção e uso dos mesmos. Segundo a NBR 5440, as
potências padronizadas para transformadores de distribuição, em kVA, são:
a) Transformador monofásico instalado em poste: 3; 5; 10; 15; 25; 37,5; 50; 75; 100.
b) Transformador trifásico instalado em poste: 15; 30; 45; 75; 112,5; 150.
c) Transformador trifásico instalado em plataforma: 225; 300; 500; 750; 1000.

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Figura 1.2 – Vista externa.

1.2 COMPONENTES CONSTRUTIVOS

Os transformadores são constituídos, basicamente, de uma parte ativa e de


acessórios complementares.

1.2.1 Parte Ativa

Compreende as bobinas (enrolamentos do primário e do secundário) e o núcleo


ferromagnético. Para que haja um funcionamento eficaz, é necessário que seus
componentes sejam prensados e devidamente calçados, a fim de suportarem as mais
diferentes condições ambientais a que são submetidos.
Os enrolamentos são constituídos de fios de cobre, de seção retangular ou circular,
isolados com esmalte ou papel. Os enrolamentos de BT e AT (Figura 1.3) normalmente
são concêntricos, onde a BT ocupa a parte interna e a AT a parte externa, sendo estes
fracionados em bobinas de menor número de espiras, chamadas “panquecas”, por
motivo de isolação, facilidade de manutenção e retirada das derivações para conexão
ao comutador.

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Figura 1.3 – Enrolamento de um Transformador: (a) BT; (b) AT.

O núcleo é constituído de lâminas de material ferromagnético, contendo em sua


composição o silício, que possui excelentes características de magnetização
(temporário), baixas perdas por histerese e por mudança de temperatura. O
empilhamento das lâminas, isoladas entre si e do núcleo, é feito para minimizar a ação
das correntes parasitas provenientes da variação de fluxo ocorridos sobre o material,
que é condutor.

1.2.2 Acessórios Complementares

 Tanque
Mostrado na Figura 1.4, serve de invólucro da parte ativa e do líquido isolante. Nele
encontramos os suportes para fixação em postes, ganchos e olhais de suspensão,
tampa de inspeção, conector de aterramento, fios de passagem das buchas, placa de
identificação, radiadores, dispositivos de drenagem e amostragem do líquido isolante,
visor de nível do óleo, etc.
 Buchas
São dispositivos que permitem a passagem dos condutores constituintes dos
enrolamentos para o meio externo (redes elétricas), mostrados na Figura 1.5. São
constituídos de corpo isolante (porcelana), condutor passante (cobre ou latão), terminal
(bronze ou latão) e vedações (borracha e papelão).

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Figura 1.4 – Tanque de um Transformador. Figura 1.5 – Buchas: (a) Vista externa; (b) Corte.

 Radiadores
O calor gerado na parte ativa se propaga pelo óleo, sendo dissipado na tampa e
laterais do tanque (Figura 1.6). Em casos especiais (potência elevada e ventilação
insuficiente) os transformadores são munidos de radiadores, que aumentam a área de
dissipação, ou adaptados com ventilação forçada.
 Comutador
É um dispositivo mecânico que permite variar o número de espiras dos
enrolamentos de alta tensão, como mostra a Figura 1.7. Sua finalidade é corrigir o
desnível de tensão existente nas redes de distribuição, devido à queda de tensão
ocorrida ao longo das mesmas.

Figura 1.6 – Radiador. Figura 1.7 – Comutador.

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 Placa de identificação
Construída em alumínio ou aço inoxidável, onde constam todas as informações
construtivas resumidas e normatizadas do aparelho, conforme exemplo da Figura 1.8.
Entre as informações fornecidas pela placa encontram-se:
 Nome e dados do fabricante;
 Numeração da placa;
 Indicação das NBR’s;
 Potência (kVA);
 Impedância equivalente (%);
 Tensões nominais (AT e BT);
 Tipo de óleo isolante;
 Diagramas de ligações;
 Diagrama fasorial;
 Massa total (kg);
 Volume total do liquido (l).

Figura 1.8 – Exemplo de placa de identificação de Transformador.

1.3 TENSÃO DE CURTO-CIRCUITO

É o valor da tensão que se deve aplicar nos enrolamentos de AT para se obter nos
enrolamentos de BT, curto-circuitados, a corrente nominal (In) de funcionamento a
plena carga do transformador. O método prático utilizado pelos fabricantes para a
obtenção deste valor é mostrado na Figura 1.9
A razão porcentual entre a tensão de curto-circuito e a tensão nominal de operação
na AT, denomina-se “impedância equivalente (Ze)” deste transformador. Assim:
U𝑐𝑐
Z𝑒 = 𝑥 100
U1
onde UCC é a tensão de curto-circuito e U1 é a tensão nominal de operação em AT.

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O módulo desta impedância tem uma importância significativa na participação de
cada transformador num paralelismo (banco de transformadores).

Figura 1.9 – Método prático para obtenção da tensão de Curto-Circuito.

1.4 POLARIDADE

É a defasagem existente entre as tensões induzidas no primário e no secundário


de um transformador monofásico. Se os sentidos destas tensões forem iguais, diz-se
que o transformador possui polaridade subtrativa (Figura 1.10a); caso sejam contrárias,
a polaridade é aditiva (Figura 1.10b).

Figura 1.10 – Método prático para obtenção da tensão de Curto-Circuito.

A ABNT estabelece que os transformadores construídos no Brasil sejam de


polaridade subtrativa. A polaridade depende do sentido dos enrolamentos das bobinas
e das ligações internas das mesmas.

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1.5 DESLOCAMENTO ANGULAR

É o ângulo que existe entre a posição recíproca do triângulo das tensões


concatenadas do primário e o triângulo das tensões concatenadas do secundário de
um transformador trifásico. Este deslocamento angular depende da polaridade do
transformador e do esquema de agrupamento das fases. A Figura 1.11 mostra
representação sinusoidal do deslocamento angular dos transformadores com
polaridade subtrativa em duas situações: 0º e 30º.

Figura 1.11 – Deslocamento Angular.

Segundo a ABNT, o triângulo das tensões é construído tomando-se como


referencial o vetor de final dois (2) orientado para cima e o ângulo de deslocamento
pela comparação dos dois vetores traçados a partir do centro geométrico de cada
figura com a extremidade do vetor um (1). Considerando que no Brasil só operamos
com transformadores de polaridade subtrativa, os deslocamentos angulares possíveis
são de 0° e 30°.
Na Figura 1.12 mostra-se um exemplo de formatação gráfica do deslocamento
angular de um transformador trifásico agrupado em triângulo no primário e em estrela
no secundário.

Figura 1.12 – Exemplo de formatação gráfica do deslocamento angular.

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1.6 BANCO DE TRANSFORMADORES

É a ligação de dois ou mais transformadores em paralelo entre si, conectados a uma


única rede de alimentação, conforme o esquema mostrado na Figura 1.13.

Figura 1.13 – Transformadores em paralelo.

A utilização do paralelismo é recomendada nas seguintes situações:


 Quando houver a necessidade de aumentar a potência disponível, sem alterar
consideravelmente a distribuição interna de uma instalação;
 Nos casos de necessidade de manutenção de um transformador sem o corte do
fornecimento de energia elétrica;
 Alimentação de cargas sazonais.
Para a ligação de transformadores trifásicos em paralelo é necessário que:
 Tenham a mesma tensão de entrada;
 Tenham a mesma relação de transformação;
 Possuam a mesma polaridade;
 Pertençam a um mesmo grupo de deslocamento angular;

Considerando que todos os transformadores alimentarão a mesma rede de


distribuição, a participação de cada um, em relação à corrente total solicitada, será
diretamente proporcional à sua potência (S) e inversamente à sua impedância
equivalente (Ze), de acordo com as relações que se seguem:
S U
I= e I=
U Z𝑒

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1.7 INSTRUÇÕES PARA INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO

 Verificar se os dados da placa de características estão de acordo com a linha à


qual o transformador será ligado. (taps de ligação através da tampa de inspeção;
apertar as porcas);
 Verificar a ocorrência de vazamento de óleo. (limpar o local com benzina e colocar
talco ou pó de giz);
 Verificar o nível do óleo. (interna ou externamente);
 Verificar o estado e a limpeza das buchas. (se sujas, limpar com estopa embebida
em benzina; se estiverem trincadas, proceder à substituição);
 Verificar a existência de água condensada sob a tampa de inspeção. (se houver
secar a tampa e antes de fechar, secar também a parte ativa; se persistir, realizar a
desidratação do óleo);
 Medir o valor da rigidez dielétrica do óleo. (não deve ser inferior a 22 kV/polegada;
após o tratamento, não deve ser inferior a 38 kV/polegada, na temperatura de
20°C);
 Verificar a continuidade elétrica dos circuitos através de um meghômetro. (entre os
terminais da AT e depois entre os terminais da BT);
 Verificar a resistência de isolamento através de um meghômetro. (entre os
terminais de AT e BT; entre os terminais de AT e a carcaça; entre os terminais de
BT e a carcaça).

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2. TRANSFORMADORES DE CORRENTE

2.1 CONCEITO

Os transformadores de corrente são equipamentos que permitem aos instrumentos


de medição e proteção funcionarem adequadamente sem que seja necessário
possuírem correntes nominais de acordo com a corrente de carga do circuito ao qual
são ligados. Na sua forma mais simples, eles possuem um primário, geralmente
poucas espiras, e um secundário, no qual a corrente nominal transformada é, na
maioria dos casos, igual a 5 A. Dessa forma, os instrumentos de medição e proteção
são dimensionados em tamanhos reduzidos com as bobinas de corrente constituídas
com fios de pouca quantidade de cobre.
Os transformadores de corrente são utilizados para suprir aparelhos que
apresentam baixa resistência elétrica, tais como amperímetros, relés de indução,
bobinas de corrente de relés diferenciais, medidores de energia, de potência etc.
Os TCs transformam, através do fenômeno de conversão eletromagnética,
correntes elevadas, que circulam no seu primário, em pequenas correntes secundárias,
segundo uma relação de transformação.
A corrente primária a ser medida, circulando nos enrolamentos primários, cria um
fluxo magnético alternado que faz induzir as forças eletromotrizes Ep e Es ,
respectivamente, nos enrolamentos primário e secundário.
Dessa forma, se nos terminais primários de um TC, cuja relação de transformação
nominal é de 20, circular uma corrente de 100 A, obtém-se no secundário a corrente de
5A, ou seja: 100/20 = 5A.

2.2 CARACTERÍSTICAS

Os enrolamentos primários têm geralmente poucas espiras, às vezes, uma única.


Os enrolamentos secundários, ao contrário, têm muitas espiras. A eles são ligados
os circuitos de corrente de medidores e/ou relés.
Segundo a ABNT, os valores nominais que caracterizam os TCs, são:
 Corrente nominal e relação nominal;
 Classe de tensão de isolamento;
 Frequência nominal;
 Carga nominal;

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 Fator de sobre corrente;
 Classe de exatidão;
 Fator térmico;
 Limites de corrente de curta-duração para efeitos térmicos e dinâmicos.
 Limite de corrente de curta-duração para efeito dinâmico.
 Fenômenos da saturação

2.2.1 Corrente e Relação Nominais, Segundo a ABNT

Corrente nominal secundária: normalizada em 5 A , às vezes 1 A ;


Correntes nominais primárias: 5, 10, 15, 20, 25, 30, 40, 50, 60, 75, 100, 125, 150,
200, 250, 300, 400, 500, 600, 800, 1200, 1500, 2000, 3000, 4000, 5000, 6000 e 8000
A;
Relações nominais: é indicado, por exemplo, da seguinte forma: 120:1, se o TC é
600-5 A.
Se há vários enrolamentos primários (série, série-paralela e paralelo), indica-se
assim: 150 x 300x 600/5 A.

2.2.2 Classe de Tensão de Isolamento

É definida pela tensão do circuito ao qual o TC vai ser ligado (em geral, a tensão
máxima de serviço). Os TCs usados em circuitos de 13,8kV, por exemplo, têm classe
15 kV.

2.2.3 Frequência nominal

50 e/ou 60 Hz

2.2.4 Carga nominal

De acordo com a ABNT, as cargas padronizadas ensaio de classe de exatidão de


TCs, são:
C2,5 ; C5,0 ; C7,5 ; C12,5 ; C25 ; C50 ; C75 ; C100 e C200.
A letra “C” se refere a TC e o valor após, corresponde a potência aparente (VA) da
carga do TC. Por exemplo, 5VA, 7,5VA, 12,5VA, etc.
Todas as considerações sobre exatidão de TC estão condicionadas ao
conhecimento da carga secundária do mesmo.

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2.2.5 Fator de Sobre Corrente Nominal (FS)

Expressa a relação entre a máxima corrente com a qual o TC mantém a sua classe
de exatidão e a corrente nominal. Segundo a ABNT e normas internacionais, o valor
máximo desse fator é igual a 20 vezes a corrente primária nominal. O FS é muito
importante para dimensionar os TCs de proteção, tendo em vista que os mesmos
devem responder, de acordo com sua classe de exatidão (±10%), a valores de corrente
bastante severos nos seus primários (correntes de curtos-circuitos).

2.2.6 Classe de Exatidão

Os transformadores de corrente são classificados em dois tipos, sendo eles os:


 Utilizados para Medição de correntes em alta tensão, possuem características de
boa precisão (ex.: 0,3%-0,6% de erro de medição) e baixa corrente de saturação (4
vezes a corrente nominal).
 Utilizados para Proteção de circuitos de alta tensão, são caracterizados pela baixa
precisão (ex.: 10%-20% de erro de medição) e elevada corrente de saturação (da
ordem de 20 vezes a corrente nominal).

Figura 2.1– Classificação de Acordo com a Corrente Nominal.

2.2.6.1 TCs de Medição

Por norma (ABNT), têm as seguintes classes de exatidão: 0,3 0,6 e 1,2%. A classe
0,3% é obrigatória em medição de energia para faturamento. As outras são usadas nas
medições de corrente, potência, ângulo, etc.

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Em geral, a indicação da classe de exatidão precede o valor correspondente à
carga nominal padronizada, por exemplo: 0,6-C2,5. Isto é, índice de classe = 0,6%,
para uma carga padronizada de 2,5 VA.

2.2.6.2 TCs de Proteção

É importante que os TCs retratem com fidelidade as correntes de defeito, sofrendo,


o mínimo possível, os efeitos da saturação.
Na Fig. 2.2, está representado o circuito equivalente de um TC, com todas as
grandezas referidas ao secundário.

Figura 2.2– Representação de um circuito TC

Onde:
I1: Valor eficaz da corrente primária;
N: N2/N1, relação de espiras secundárias para primárias ou RTC;
I’1 =I1 /N: corrente primária referida ao secundário;
Z2: Impedância do enrolamento secundário;
Z1: Idem do enrolamento primário, referida ao secundário;
Im: Corrente de magnetização ou excitação;
Zm: Impedância de magnetização ou de excitação;
E2: Tensão de excitação secundária;
I2: Corrente secundária;
VT: Tensão nos terminais do secundário (tensão na carga);
ZC: Impedância da carga.

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Do circuito equivalente, constata-se que parte da corrente primária é consumida na
excitação do núcleo: I'1 = Im + I2. A f.e.m. secundária (E2) é função da corrente de
excitação (Im), da impedância secundária (Z2) e da carga (Zc).
Os erros dos TCs resultam da corrente de excitação.
As curvas de excitação secundária E2 x Im (Fig. 3), são fundamentais para
verificação da saturação de TC, elas permitem determinar a tensão secundária a partir
da qual o TC começa a saturar: Ponto-de-Joelho (PJ).

LEGENDA:
 Curva Superior:
Curva de excitação (E2 x Im) do TC, na relação 100/5 A
 Curva Inferior
Curva de excitação (E2 x Im) do TC, na relação 50/5 A

Figura 2.3– Representação das Curvas de Excitação.

2.2.7 Fator Térmico Nominal (FT)

É o valor numérico que se deve multiplicar a corrente primária nominal de um TC,


para obter a corrente primária máxima, que poderá suportar, em regime permanente,
operando em condições normais, sem exceder os limites de temperatura especificados
para a sua classe de isolamento.
Segundo a ABNT, esses fatores são: 1,0 ; 1,3 ; 1,5 ou 2,0.

2.2.8 Limite de Corrente de Curta Duração Para Efeito Térmico

É o valor eficaz da corrente primária simétrica que o TC pode suportar por um


tempo determinado (normalmente 1 s), com o enrolamento secundário em curto-
circuito, sem exceder os limites de temperatura especificados para sua classe de
isolamento. Em geral, é maior ou igual à corrente de interrupção máxima do disjuntor
associado.
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2.2.9 Limite de Corrente de Curta-Duração Para Efeito Dinâmico

É o maior valor eficaz de corrente primária s simétrica que o TC deve suportar


durante determinado tempo (normalmente 0,1 s), com o enrolamento secundário em
curto-circuito, sem se danificar mecanicamente, devido às forças eletromagnéticas
resultantes. Segundo a norma VDE, vale 2,5 vezes o limite para efeito térmico, nas
classes entre 10KV e 30 kV; e 3 vezes, nas classes entre 60kV e 220 kV.

2.2.10 Fenômenos da saturação

Quando um TC satura, surgem dois problemas:


 Erro elevado (superior a classe de exatidão);
 Distorção da forma de onda da corrente secundária;
Saturação em TCs pode ser de dois tipos:

2.2.10.1 Saturação por corrente alternada

Acontece quando a componente fundamental da corrente primária é de magnitude


superior ao fator de sobrecarga vezes a corrente primária nominal: I > FS x Ip, nom.

2.2.10.2 Saturação por corrente DC

Ocorre pela componente DC da corrente primária, (componente exponencial)


comumente presente nos primeiros ciclos das correntes de curtos-circuitos. Esta
componente estabelece um fluxo de polarização no núcleo do TC, sobre o qual as
variações de fluxo da componente simétrica se sobrepõem, resultando em um valor
muito elevado que provocará a saturação do TC.

2.2.11 Tipos Construtivos

Os TC’s podem possuir diferentes modos de construção dentre eles os mais comuns
são:

 Tipo enrolado;
 Tipo barra;
 Tipo bucha;
 Tipo janela;
 Núcleo dividido;
 Tipo toroidal.

20
3. TRANSFORMADORES DE POTÊNCIAL

3.1 CONCEITO

Os transformadores de potencial são equipamentos que permitem aos


instrumentos de medição e proteção funcionarem adequadamente sem que seja
necessário possuir tensão de isolamento de acordo com a da rede á qual estão ligados.
Na sua forma mais simples, os transformadores de potencial possuem um enrolamento
primário de muitas espiras e um enrolamento secundário através do qual a tensão
desejada, normalmente padronizada em 115v ou 115 / √3v. Dessa forma os
instrumentos de proteção e medição são dimensionados em tamanhos reduzidos com
bobinas e demais componentes de baixa isolação. Os transformadores de potencial
são equipamentos utilizados para suprir aparelhos que apresentam elevada
impedância, tais como voltímetros, reles de tensão, bobinas de tensão de medidores de
energia, etc.

3.2 CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS

Os transformadores de potencial são caracterizados por dois erros que cometem


ao reproduzir no secundário a tensão a que estão submetidos no primário.
Estes erros são: erro de relação de transformação e o erro do ângulo de fase.

3.2.1 Erro de Relação de Transformação

Esse tipo de erro é registrado na medição de tensão com TP, onde a tensão
primária não corresponde exatamente ao produto da tensão lida no secundário pela
relação de transformação de potencial nominal. Este erro pode ser corrigido pelo fator
de correção (FCR). O produto entre a relação de transformação de potencial nominal
(RTP) e o fator de correção de relação resulta na relação de transformação de
potencial real (RTP).

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3.2.2 Erro Ângulo de Fase

É o ângulo que mede a defasagem entre a tensão vetorial primária e a tensão


secundaria de um transformador de potencial.

3.3 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS

O enrolamento primário é constituído de uma bobina de varias camadas de fio,


submetida a uma esmaltação em geral dupla, enrolada em um núcleo de ferro
magnético sobre o qual também se envolve o enrolamento secundário. Já o
enrolamento secundário é de fio de cobre duplamente esmaltado e isolado do núcleo e
do enrolamento primário por meio de fitas de papel especial. Se o transformador é
constituído em e pox o núcleo com as respectivas bobinas é encapsulado através de
processos especiais de modo a evitar a formação de bolhas no seu interior, o que, para
tensões elevadas, se constitui num fator de defeito grave. Nestas condições, esse
transformador torna-se compacto, de peso relativamente pequeno, porem descartável
ao ser danificado. Se o transformador for de construção em óleo o núcleo comas
respectivas bobinas são secos sob vácuo e calor. O transformador, ao ser
completamente montado é tratado a vácuo para em seguida ser preenchido com óleo
isolante.

Figura 3.1 – Esquematização de um TP. Figura 3.2 – Transformador de Potencial.

22
Os transformadores de potencial indutivos são construídos segundo três grupos:
 Grupo 1 - são aqueles projetados para ligação entre fases. São basicamente os do
tipo utilizados nos sistemas de até 34,5 kV. Os transformadores enquadrados neste
grupo devem suportar continuamente 10% de sobrecarga;
 Grupo 2 - são aqueles projetados para ligação entre fase e neutro de sistema
diretamente aterrados, isto é: onde Rz é a resistência de sequência zero do sistema;
e Xp é a reatância de sequência positiva do sistema.
 Grupo 3 - são aqueles projetados para ligação entre fase e neutro de sistemas onde
não se garanta a eficácia do aterramento.

3.4 CLASSE DE EXATIDÃO

A classe de exatidão exprime normalmente o erro do transformador de potencial,


levando em conta o erro de relação de transformação e o erro de defazamento angular
entre as tensões primaria e secundaria. Este erro é medido pelo fator de correção de
transformação.

Figura 1.0 – Transformador de Potência usado para Medição de Tensão.

Considera-se que um TP está dentro de sua classe de exatidão quando os pontos


determinados pelos fatores de correção de relação (FCR) e pelos ângulos de fase
estiverem dentro do paralelogramo de exatidão. Para determinar essa exatidão são
realizados ensaios, cada ensaio corresponde à carga padronizada é efetuado para as
seguintes condições:
 Ensaio sobre tensão nominal;
 Ensaio a 90 % da tensão nominal;
 Ensaio a 110% da tensão nominal.

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4. CONCLUSÃO

Ao nível do transporte e distribuição são frequentemente utilizados


transformadores de potência com regulação em carga que compensam variações de
tensão que ocorrem ao longo da rede, alterando a relação de transformação por meio
de um comutador instalado num dos enrolamentos – geralmente o de tensão mais
elevada, ao qual corresponde a menor intensidade de corrente.
Os comutadores de tomadas são controlados pela função de “Regulação
Automática de Tensão” que emite ordens baseadas na leitura das grandezas elétricas
aos terminais do transformador, permitindo assim a colocação em serviço da tomada
mais adequada em cada instante.
É nessa fase que os transdutores de tensão e corrente são essenciais nesses
sistemas de geração, elevação, redução e distribuição de energia, sendo aplicados em
medições, controles e na proteção de equipamentos e circuitos elétricos tais como
transformadores que são equipamentos essenciais desde a geração de energia até o
consumidor final, sejam eles grandes consumidores indústrias ou residenciais.

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5. REFERÊNCIAS

Junqueira Rezek, Ângelo José. Fundamentos Básicos De Máquinas Elétricas - Teoria


e Ensaios: Synergia 1ª Ed. 1986.

Bin, Kosow, Fitzgerald. Máquinas Elétricas & Transformadores: IST Press, 2ª Ed.
2005.

Mamede F, Joao. Manual de Equipamentos Elétricos: Ltc, 3ª Ed. 2011.

http://www.fisica.ufs.br/Fisica/apostilas/fisicab/ApostilaLABFIS_B_Cap9_Histerese.pdf
Acessado em 16/11/12.

http://minerva.ufpel.edu.br/~egcneves/biblioteca/caderno_elet/cap_08.pdf Acessado
em 16/11/12.

http://eletrosim.blogspot.com.br/2012/05/transformadores-de-corrente.html Acessado
em 16/11/12.

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