Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Nas próximas páginas apresentam-se alguns conceitos matemáticos e teoremas que serão úteis ao curso de
Micro I. Como o objetivo aqui é apresentar rapidamente alguns instrumentos que serão estudados mais
profundamente nos cursos de Análise, omitem-se as principais provas. Algumas boas referências sobre os
assuntos aqui abordados são:
1. MWG, Apêndice Matemático.
2. Lima, Elon. Análise Real, vols. 1 e 2.
3. Simon e Blume. Matemática para economistas.
4. http://mathworld.wolfram.com/
5. Sundaram, Rangarajan. A First Course in Optimization Theory.
6. Cysne e Moreira. Matemática para economistas.
Norma Euclidiana
Tipicamente estaremos trabalhando no espaço euclidiano Rn , munido da norma euclidiana usual
De…nição 1 Seja x = (x1 ; :::; xn ) Rn , a norma euclidiana é a função k:k : Rn ! R dada por
n
!1=2
X
2
kxk = xi
i=1
Que de…ne também a noção de distância (métrica) usual desse espaço, sendo a distância entre os pontos
x e y dada por d(x; y) = kx yk. Que atende a conhecida "desigualdade triangular" (essa desigualdade é,
na verdade, parte da própria de…nição de norma),
kx yk + ky zk kx zk :
1
Conjuntos limitados e conjuntos compactos
De…nição 5 Um conjunto S Rn é dito limitado se existe r>0 tal que S B(0; r):
De…nição 7 Um conjunto S Rn é dito convexo se qualquer combinação convexa de quaisquer dois pontos
de S também está em S. Ou seja, se qualquer linha reta que liga dois pontos de S estiver completamente
contida nele.
Continuidade
De…nição 8 Tome f : S ! T; em que S Rn e T Rl :Então, f é dita contínua em x2 Rn se para
todo " > 0; existe > 0 tal que ao tomar-se y 2 S com d(x; y) < , valerá d(f (x); f (y)) < ": Em termos
de seqüências, f : S ! T é contínua em x se para todas as seqüências fxk g com xk 2 S para todo k e
limk!1 xk = x tem-se limk!1 f (xk ) = f (x):
Intuitivamente, f é contínua em x se, ao nos aproximarmos deste ponto, obtivermos aproximações suces-
sivamente melhores para o valor de f(x).
Uma função é dita contínua se é contínua em todos os pontos de seu domínio.
Convexidade e Quase-Convexidade
De…nição 9 Seja X Rn um conjunto convexo. Uma função f : X ! R é convexa se para todo 2 [0; 1]
e x,y 2 X tivermos
f ( x + (1 )y) f (x) + (1 )f (y):
Analogamente, é dita estritemente convexa se o sinal da desigualdade for estrito (< ao invés de ).
O conjunto de contorno inferior de f em a, por sua vez, denotado por Ca ou Lf (a);é de…nido como
A função f é dita quase-côncava se Uf (a) é convexo para todo a. Analogamente, é dita quase-convexa se
Lf (a) é convexo para todo a.
2
Figure 1: Curvas de nível e conjuntos de contorno de uma função quase-côncava, porém não côncava.
Figure 2: Uma função côncava, uma apenas quase-côncava e uma que não apresenta globalmente nenhum
dos comportamentos citados.
Teorema 3 A função f:D! R é quase-côncava em D se, e somente se, para todo x,y2 D e para todo
2 (0; 1); vale
f [ x + (1 )y] minff (x); f (y)g:
A função f é quase-convexa em D se, e somente se, para todo x,y 2 D e para todo 2 (0; 1); vale
Homogeneidade e Homoteticidade
De…nição 12 Uma função é dita homogênea de grau k se: f (tx) = tk f (x) para todo t>0.
Teorema 4 Seja f:D! R uma função C1 de…nida em um cone aberto do Rn : Se f é homogênea de grau k,
suas derivadas parciais são homogêneas de grau k-1.
3
Proof. Por hipótese temos:
f (tx) = tk f (x):
Diferenciando em relação a x obtemos:
Teorema 5 (Fórmula de Euler) Suponha f(x) homogênea de grau k e diferenciável. Então, para qualquer x,
temos
X @f (x)
:xn = kf (x)
n
@xn
ou, em notação matricial,
rf (x):x = k:f (x)
Proof. De maneira semelhante à prova anterior, agora diferenciamos a de…nição, f (tx) = tk f (x) em relação
a t, obtendo
rf (tx) x = ktk 1 f (x)
Avaliando em t=1, tem-se:
rf (x) x = kf (x)
Se uma função f (:) homogênea é transformada por uma função crescente de uma única variável L(:), a
resultante L(f (x)) é dita homotética. Note que a família das curvas de nível de L(f (:)) é a mesma que a
família das curvas de nível de f (:).
max f (x)
x2Rn
sa gk (x; ) = bk k=1,...,K
1. O conjunto solução
x ( ) = arg max f (x; )
sa restrições
que dá a(s) solução(ões) para cada parâmetro 2 (se o problema tem múltiplas soluções, então x ( )
é um conjunto com diversos elementos).
2. A função valor
V( )= max f (x; )
sa restrições
que dá o valor da função para cada parâmetro 2 (V ( ) = f (y; ) para todo y2 x ( )):
4
Teorema 7 (Teorema de Lagrange) Sejam f : Rn ! R e gk : Rn ! R funções de classe C 1 ; k =
1; :::; K:Suponha que x seja um máximo ou mínimo local de f no conjunto
em que U Rn é aberto. Suponha também que (Dg(x )) = K: Então, existe um vetor =( 1 ; :::; K) 2
RK tal que
K
X
Df (x ) + k Dgk (x ) = 0:
k=1
Teorema 8 (Teorema do Envelope) Considere o problema de maximização proposto no início desta seção e
suponha que (i) f(),g1 (); :::; gK () são continuamente diferenciáveis em (x, ) e (ii)x é diferenciável em uma
vizinhança A de ^:Então,
1. V(.) é diferenciável em A.
^ f (x (^);^) PK g(x (^);^)
2. Para i=1,...,s @V@ (i ) = i k=1 k i
; em que é o multiplicador de Lagrange asso-
ciado a x (^):
Simpli…cando, este teorema nos diz que não é necessário observar os efeitos indiretos da variação dos
parâmetros sobre a variação da função valor, podendo-se derivá-la diretamente no ótimo.
Exercícios da Lista 1
Exercício 4 Seja f : Rn+ ! R uma função côncava. Seja g : R ! R estritamente crescente. Mostre que
h(x) = g(f (x)) é uma função quase-côncava.
Exercício 5 Mostre que a inclinação das curvas de nível de uma função homotética não muda ao longo de
um raio que parte da origem.
5
Exercício 6 Considere um problema de…nido por:
Exercício 7 Considere as relações de preferências racional sobre X. Mostre que as relações binárias ~
e são transitivas, mas não são necessariamente completas.
Exercício 8 Mostre que se uma relação de preferências satisfaz a propriedade de monotonicidade, então
também satisfaz a propriedade de não-saciedade local. Pode-se a…rmar que não saciedade local implica
monotonicidade estrita? Justi…que.
Exercício 10 Seja a relação de…nida a partir de % por ~ (x y) , y % x. Então prove que é as-
simétrica se, e somente se, % é completa.
Exercício 11 Prove que, se % é racional e estritamente convexa, para qualquer cojunto C X convexo, o
conjunto C 0 = fx 2 Cjx % y; 8y 2 Cg é vazio ou unitário.
6
Gabarito da Lista 1 de Microeconomia I
Solução 1 Verdadeiro. Com efeito, seja a 2 <: Sejam x,y tais que f(x) a e f(y) a: Seja t2 [0; 1] : Da
concavidade de f temos f(tx+(1-t)y) tf(x)+(1-t)f(y) ta + (1-t)a = a: Portanto o conjunto C+
a é convexo.
Solução 4 Falso. Tome A = [0; 1] e B = [4; 5], ambos convexos, porém 0; 5:0 + 0; 5:5 = 2; 5 2
= A [ B:
Solução 5 Verdadeiro. Sejam A e B dois conjuntos convexos. Sejam x,y 2 A\B. Seja t2 [0; 1] :Daí, x,y
2A) tx +(1-t)y2A. Do mesmo modo, x,y 2B) tx +(1-t)y2B. Portanto, tx +(1-t)y2A\B.
Solução 7 Verdadeiro. Sejam A e B 2 conjuntos abertos em <: Seja x 2 A[B. Sem perda de generalidade,
suponha que x2A. Como A é aberto, existe uma vizinhança (x-", x+") A. Daí,(x-", x+") A[B. Portanto,
A[B é aberto.
Solução 9 Falso. Tome z=(0,0)= 21 ( 1; 0) + 12 (1; 0): Apesar de tanto (-1,0) quanto (1,0) pertencerem ao
conjunto, z, uma combinação linear convexa com = 12 ; não pertence.
1
j)O conjunto A f(x; y) : x2 + y 2 1gé um conjunto convexo.
Solução 11 )Suponha que f é quase-côncava, i.e, que Uf (a) é convexo para todo a2 R:Tome x; y 2 Uf (a)
de maneira que o menor deles, s.p.g. y, seja tal que f(y)=a. Logo pela convexidade de Uf (a); x + (1 )y 2
Uf (a); o que signi…ca que f[ x + (1 )y] a = min[f (x); f (y)]:
(Agora, suponha que tenhamos f[ x + (1 )y] minff (x); f (y)g para todo x,y 2 D e todo 2 (0; 1):Tome
a 2 R:Se Uf (a) é vazio ou contém apenas um ponto é trivialmente convexo. Caso contrário, tomo x,y2 Uf (a):
Vale, então, f(x) a e f(y) a:Portanto, min[f(x),f(y)] a:Temos, por hipótese, que f[ x + (1 )y]
minff (x); f (y)g e conseqüentemente que x + (1 )y 2 Uf (a):Como a era arbitrário, temos a prova
completa da equivalência.
Solução 12 Tome n2 R e k1 =(x1 ; y1 ) e k2 =(x2 ; y2 ) tais que min{axi +byi g n; i = 1; 2:Seja k = (x; y) =
k1 + (1 )k2 : Logo, f(k)=min{a( x1 + (1 )x2 ); b( y1 + (1 )y2 )): Note que a( x1 + (1 )x2 )
minfax1 ; ax2 g e, analogamente, b( y1 +(1 )y2 ) minfby1 ; by2 g:Logo; f (k) minfax1 ; ax2 ; by1 ; by2 g n;
provando a quase-concavidade de f(x,y).
Exercício 4 Seja f : Rn+ ! R uma função côncava. Seja g : R ! R estritamente crescente. Mostre que
h(x) = g(f (x)) é uma função quase-côncava.
Exercício 5 Mostre que a inclinação das curvas de nível de uma função homotética não muda ao longo de
um raio que parte da origem.
Solução 14 Seja g:Rn+ ! R uma função homotética, com g(x)=L(f(x)) em que f(x) é homogênea de grau k e
@f @f
dx1 L0 ( ) @x @x2
L:R ! R crescente. A inclinação de uma curva de nível de nível de g(x) é dada por dx2 = - L0 ( @f
) @x
2
= @f :
1 @x1
dx1 @f (tx)=@x2
Pela homogeneidade de grau k-1 das derivadas parciais, pode-se perceber que dx2 (tx) = @f (tx)=@x1 =
k 1
t :@f (x)=@x2 dx1
tk 1 :@f (x)=@x
1
= dx2 (x):
Exercício 7 Considere as relações de preferências : Mostre que as relações binárias ~ e são transitivas,
mas não são necessariamente completas.
2
Solução 16 ~ é transitiva. Sejam x; y; z 2 X tais que x y e y z. Então, por de…nição, x y e
y x ; y z e z y. Logo, pela transitividade de , segue que x y z implica em x z. Analogamente,
z y x implica em z x.
Logo, temos que x z e z x. Portanto, x z.
é transitiva. Sejam x; y; z 2 X tais que x y e y z. Então, x y mas não y x ; y z mas não
z y. Logo, pela transitividade de , x z mas não z x. Segue que x z.
~ e não são completas necessariamente. Tome X = fA; Bg e % é de…nida por: A % A, B % B,
B % A. Então ~ não é completa pois ~(A~B) e ~(B~A) (desculpem o abuso de notação) e não é completa
pois ~(A~A). (Note que ~ pode ser completa, mas nunca o é).
Exercício 8 Mostre que se uma relação de preferências satisfaz a propriedade de monotonicidade, então
também satisfaz a propriedade de não-saciedade local. Pode-se a…rmar que não saciedade local implica
monotonicidade estrita? Justi…que.
"
Solução 17 Seja X = Rn e tome x 2 X qualquer e " > 0. Então de…na x0 = x + p
2 n
e (onde e =
"
(1; 1; :::; 1)), então como " > 0, x0 x e logo (monotonicidade) x0 x, mas kx0 xk = p
2 n
e =
"
p p
p
2 n
kek = 2p" n 12 + ::: + 12 = 2p" n n = 2" < " e assim x0 2 B(x; e).
Solução 18 a) Para mostrar que a relação é completa, suponha que x; y 2 <2+ e que x y. Segue que
\x1 y1 " e \x1 6= y1 ou y2 > x2 ". Então, temos que \x1 < y1 " ou \x1 y1 e y2 > x2 ". Logo, y x.
Portanto, x y =) y x:
Para mostrar que a relação é transitiva, tome x; y; z 2 <2+ tais que x y e y z. Então, aplicando
diretamente a de…nição, obtemos x z.
b) Sejam x; y 2 <2+ tais que x y; x 6= y. Então \x1 > y1 e x2 y2 " ou \x1 = y1 e x2 > y2 ". Em ambos
os casos, x y.
c) Tome xn = (1; 1) e yn = (1 + n1 ; 0), então yn % xn 8n, mas lim yn = (1; 0) lim xn = (1; 1):
d) Esta relação de preferências exclui a possibilidade de troca entre x1 e x2 (não há quantidade …nita de x2
que seja preferível a uma quantidade arbitrariamente pequena de x1 ).
Exercício 10 Seja a relação de…nida a partir de % por ~ (x y) , y % x. Então prove que é as-
simétrica se, e somente se, % é completa.
Solução 19 ()) é assimétrica, então tome x; y 2 X quaisquer. Temos que ~ (x y) ou ~ (y x), logo
temos que, pela de…nição de , y % x ou x % y, então % é completa.
(() Tome x; y 2 X quaisquer. Pela completeza de %, temos que y % x ou x % y, logo vale imediatamente
~ (x y) ou ~ (y x) :
Exercício 11 Prove que, se % é racional e estritamente convexa, para qualquer cojunto C X convexo, o
conjunto C 0 = fx 2 Cjx % y; 8y 2 Cg é vazio ou unitário.
Solução 20 Suponha que 9x; y 2 C 0 com x 6= y (ou seja, conjunto não vazio e não unitário): Então tome
2 x + 2 y = z 2 C (convexidade de C). Temos que x % x e y % x (pela de…nição de C ), logo z
1 1 0
x
(convexidade estrita de %). Uma contrdição pois temos x % z, já que z 2 C:
3
1. Uma relação binária R é reflexiva se (x, x) ∈ R para toda alternativa x ∈ X.
Demonstre que toda relação de preferências é reflexiva.
1
• Por fim, para mostrar que l não tem representação de utilidade, a prova é similar
ao caso em R2 .
Obs.: Note que u não é, necessariamente, fortemente monótona. O caso do bem
neutro é um exemplo.
2
Lembrando que (z) = {x ∈ X : x z}. Um conjunto é fechado se, e somente se, todas as
sequências convergentes nele contidas convergirem para um ponto neste conjunto.
3
Um conjunto A é aberto se para qualquer sequencia (zn )n∈N tal que zn → z ∈ A, existe no ∈ N tal
que se n ≥ n0 então zn ∈ A.
2
(i) Existe subsequência (yϕ(t) )t∈N de (ym )m∈N tal que yϕ(t) y, ∀t ∈ N.
Defina t0 = min{t ∈ N; ϕ(t) ≥ n0 }. Então para t ≥ t0 temos yϕ(t) xϕ(t) ,
contradição.
(ii) Existe subsequência (yϕ(t) )t∈N de (ym )m∈N tal que y yϕ(t) , ∀t ∈ N.
Defina t1 = min{t ∈ N; ϕ(t) ≥ m0 }. Então para t ≥ t1 temos y yϕ(t) x.
Temos que y ∈ (yϕ(t1 ) ) e x ∈≺ (yϕ(t1 ) ). Como estes dois conjuntos são abertos e
disjuntos temos que existem t2 , t3 ∈ N tais que se t ≥ t2 temos yϕ(t) ∈ (yϕ(t1 ) );
e se t ≥ t3 temos xϕ(t) ∈≺ (yϕ(t1 ) ). Portanto para t ≥ max{t2 , t3 } temos que
yϕ(t) yϕ(t1 ) xϕ(t) ⇒ yϕ(t) xϕ(t) por transitividade, contradição.
Como os dois casos possiveis levam a uma contradição, isso completa a prova.
( ⇐= ) Suponha que f é convexa e sejam (a, b), (c, d) ∈ K. Então temos que b ≥ f (a)
e d ≥ f (c) ⇐⇒ λb ≥ λf (a) e (1 − λ)d ≥ (1 − λ)f (c) com λ ∈ [0, 1]. Somando as
desigualdades temos λb + (1 − λ)d ≥ λf (a) + (1 − λ)f (c). Da convexidade de f temos
λf (a) + (1 − λ)f (c) ≥ f (λa + (1 − λ)c) obtendo λb + (1 − λ)d ≥ f (λa + (1 − λ)c) =⇒
(λa + (1 − λ)c, λb + (1 − λ)d) ∈ K ⇐⇒ λ(a, b) + (1 − λ)(c, d) ∈ K =⇒ K é convexo.
3
Lista 1
1. Demonstre que x ≻ y z implica x ≻ z.
9. MWG 1.C.2
1
11. Seja u : Rn+ → R quase-côncava. Então para todo x1 , x2 , . . . , xL ∈ Rn+ e para
todo λ ∈ RL+ , Ll=1 λl = 1 é verdade que
P
L
!
X
λl xl ≥ min u x1 , . . . , u xL .
u
l=1
P P
L
λl xl ≥ Ll=1 λl u xl .
Demonstre que se u for côncava então u l=1
(a) φ (x) = x2 ;
√
(b) φ (x) = x;
(c) φ (x) = λe−x sendo λ ∈ (−1, 1).
2
19. Seja B = Bp ; p ∈ R2+ \ {0} onde Bp = x ∈ R2+ ; p1 x1 + p2 x2 ≤ 1 . Mostre
que Bp é sempre infinito.
3
Professor: Paulo Klinger Monteiro Microeconomia I - 2009
Monitor: Pedro Miguel Olea de Souza e Silva EPGE
Exercı́cio 2. As relações binárias possı́veis são todos os subconjuntos de {(a, a); (b, b);
(a, b); (b, a)}, inclusive o conjunto vazio (note que não há hipótese sobre completeza).
São 16 relações binárias possı́veis. Note que com apenas dois elementos qualquer relação
binária é transitiva (não há um terceiro elemento para contradizer a transitividade).
∂u
((1 − t)y + tx) · (xj − yj ) ≥ 0 , ∀t ∈ (0, 1)
∂xj
1
Versão 3: Foi corrigido um erro no final da questão 3; uma inequação que estava com a desigualdade
trocada no final da questão 8; e, um typo na questão 20.
1
Exemplo. Seja u : R2 → R dada por u(x1 , x2 ) = (1 + x1 ) · x2 . Temos
∂u
(x) = (x2 , 1 + x1 ) 0, ∀x ∈ R2+
∂x
Mas u (1, 0) = u (2, 0) = 0, assim u não é fortemente monótona.
c. Para cada x ∈ X faça2 u(x) = # (x). Como (x) é não vazio e finito, u : X → R
é uma função bem definida. Queremos mostrar agora que u =.
Seja (a, b) ∈, do item anteior (b) ⊂ (a). Então u(a) ≥ u(b), assim (a, b) ∈u .
Portanto ⊂u .
Agora seja (a, b) ∈u , i.e., u(a) ≥ u(b). Suponha por contradição que (a, b) ∈.
/
Por completude b a, então do item anterior (a) ⊂ (b). Mas b ∈ (b) e pela
hipótese de contradição b ∈
/ (a). Assim # (a) < # (b), então u(a) < u(b),
contradição. Portanto u ⊂. Logo u =.
Exercı́cio 11. Provaremos por indução a afirmativa para a função quase-côncava, o caso
da função côncava é análogo.
Para L = 2 a afirmativa é válida pela definição de quase-concavidade. Suponha que a
afirmativa é válida para L = T ∈ N\{1}. Sejam x1 , x2 , . . . xT +1 ∈ Rn+ e λ ∈ Rn+ tal que
PT +1
l=1 λl = 1. Se λT +1 = 1, a afirmativa vale trivialmente. Se λT +1 6= 1 então:
T +1
! PT !
l
X λ l x
u λl xl = u (1 − λT +1 ) l=1 + λT +1 xT +1 ≥ min{u(y), u(xT +1 )}
l=1
1 − λ T +1
2
Dado um conjunto finito A, #A é definido como o número de elementos de A
2
PT l
l=1 λl x
pela quase-concavidade de u, onde y = 1−λT +1
. Mas então pela hipótese de indução:
T +1
!
X
u λ l xl ≥ min{min{u(x1 ), . . . , u(xT )}, xT +1 } ≥ min{u(x1 ), u(x2 ), . . . , u(xT +1 )}
l=1
Portanto
(⇐) Se φ é convexa, sejam (x0 , x1 ), (y0 , y1 ) ∈ Y e r ∈ (0, 1). Temos φ (rx0 + (1 − r)y0 ) ≤
rφ(x0 ) + (1 − r)φ(y0 ) ≤ rx1 + (1 − r)y1 . Logo r(x0 , x1 ) + (1 − r)(y0 , y1 ) ∈ Y .
(2) Se argmaxx∈R u(x) = ∅. Queremos demonstrar que neste caso u é monótona (i.e.
valem (a) e/ou (b)). Suponha por contradição que u não é monótona. Há duas
possibilidades:
(2.1) Existem a > b > c tais que u(a) > u(b) e u(b) < u(c). Mas isso não pode
ocorrer pois a quase-concavidade de u implica u(b) ≥ min{u(a), u(c)}.
(2.2) Existem a > b > c tais que u(a) < u(b) e u(b) > u(c). O intervalo [a, c] é
compacto3 , como u é continua em [a, c] temos pelo teorema de Weierstrass4
que existe x̂ ∈ [a, c] tal que u(x̂) = maxx∈[a,c] u(x) (note que u(x̂) > u(a) e
u(x̂) > u(c)). Como argmaxx∈R u(x) = ∅ então ∃z ∈ R\[a, c] tal que u(z) >
u(x̂). Se z > c temos c ∈ (b, z) logo u(c) ≥ min{u(z), u(b)}, contradição pois
u(z) > u(b) > u(c). Simetricamente não podemos ter z < a.
3
Em Rn um conjunto é dito compacto se é fechado e limitado.
4
Teorema (Weierstrass): Seja A um conjunto compacto e u : A → R uma função contı́nua. Então
u atinge seu máximo e seu mı́nimo em A. Isto é, existem a0 , b0 ∈ A tais que u(a0 ) = maxx∈A u(x) e
u(b0 ) = minx∈A u(x)
3
Exercı́cio 17. Sejam x, y ∈ Rn . Defina a função φ : [0, 1] → R por
Note que se φ(t) ≥ 0, ∀t ∈ [0, 1], como x, y ∈ Rn é arbitrário, u é côncava. Provemos que
este é o caso. Como [0,1] é compacto e φ é contı́nua temos que φ atinge seu mı́nimo em
[0, 1]. Por outro lado u é duas vezes diferenciável , assim φ é duas vezes diferenciável em
(0, 1). Temos:
(1) Existe subsequência (yϕ(t) )t∈N de (ym )m∈N tal que yϕ(t) y, ∀t ∈ N.
Defina t0 = min{t ∈ N; ϕ(t) ≥ n0 }. Então para t ≥ t0 temos yϕ(t) xϕ(t) ,
contradição.
(2) Existe subsequência (yϕ(t) )t∈N de (ym )m∈N tal que y yϕ(t) , ∀t ∈ N.
Defina t1 = min{t ∈ N; ϕ(t) ≥ m0 }. Então para t ≥ t0 temos y yϕ(t) x.
Então para t ≥ max{t0 , t1 } temos y xϕ(t) yϕ(t) y. Temos que y ∈ (yϕ(t1 ) )
e x ∈≺ (yϕ(t1 ) ). Como estes dois conjuntos são abertos e disjuntos temos que
existem t2 , t3 ∈ N tais que se t ≥ t2 temos yϕ(t) ∈ (yϕ(t1 ) ); e se t ≥ t3 temos
xϕ(t) ∈≺ (yϕ(t1 ) ). Portanto para t ≥ max{t2 , t3 } temos que yϕ(t) yϕ(t1 ) xϕ(t) ⇒
yϕ(t) xϕ(t) por transitividade, contradição.
5
Uma condição necessária para t? ∈ (0, 1) ser ponto de mı́nimo é φ00 (t? ) ≥ 0.
6
Notação do Exercı́cio 8.
7
Um conjunto A é fechado se, e somente se, todas as sequências convergentes nele contidas conver-
girem para um ponto em A.
8
Um conjunto A é aberto se para qualquer sequencia (zn )n∈N tal que zn → z ∈ A, existe no ∈ N tal
que se n ≥ n0 então zn ∈ A.
4
Lista 2
1. Demonstre que x y z implica x z.
2. Determine todas as possíveis relações binárias em X = fa; bg.
3. Determine todas as possíveis relações binárias completas e transitivas em
X = fa; b; cg.
4. Seja u : X ! R uma função utilidade. Veri…que que
PL l
PL
Demonstre que se u for côncava então u l=1 lx l=1 lu xl .
(a) (x) = x2 ;
p
(b) (x) = x;
x
(c) (x) = e sendo 2 ( 1; 1).
1
(b) for decrescente.
(c) existir x tal que f é crescente em ( 1; x ] e decrescente em [x ; 1).
16. Mostre que se u : Rn+ ! R duas vezes diferenciável for côncava então
@2u
@xi @xj
(x) i n
é negativa semide…nida para todo x 2 Rn++ . Mostre tambem
j n
que uma matriz simétrica
a b
A=
b d
é negativa semide…nida se e somente se:
(a) a 0; d 0;
(b) ad b2 0:
17. Aplique
p o critério do exercício anterior para v (x1 ; x2 ) = x1 x2 e v1 (x1 ; x2 ) =
(x1 + 1) (x2 + 1).
(a) é monótona;
2
(b) é monótona forte;
(c) é convexa (sug.: determine as curvas de indiferença de u).
3
Professor: Paulo Klinger Monteiro Microeconomia I - 2010
Monitor: Mateus Nunes Rabello EPGE
Gabarito - Lista 2
Exercı́cio 2. As relações binárias possı́veis são todos os subconjuntos de {(a, a); (b, b);
(a, b); (b, a)}, inclusive o conjunto vazio (note que não há hipótese sobre completeza). O
2
número de relações binárias em um conjunto X é dado por 2n , onde n é o numero de
elementos de X. Neste caso, como n = 2, temos 16 relações binárias possı́veis.
( =⇒ ) Suponha que vale o Axioma Fraco (Def. 1.C.1). Assuma que B, B 0 ∈ B,que x, y ∈ B
e x, y ∈ B 0 . Assuma ainda que x ∈ C(B) e y ∈ C(B 0 ). Aplicando o AFrPR temos
que x ∈ C(B 0 ) e y ∈ C(B). Logo [x, y] ⊂ C(B) e [x, y] ⊂ C(B 0 ).
1
afirmativa é válida para L = T ∈ N\{1}. Sejam x1 , x2 , . . . xT +1 ∈ Rn+ e λ ∈ RT++1 tal que
PT +1
l=1 λl = 1. Se λT +1 = 1, a afirmativa vale trivialmente. Se λT +1 6= 1 então:
T +1
! PT !
l
X λ l x
u λl xl = u (1 − λT +1 ) l=1 + λT +1 xT +1 ≥ min{u(y), u(xT +1 )}
l=1
1 − λ T +1
PT l
l=1 λl x
PT l λl
pela quase-concavidade de u, onde y = 1−λ T +1
= l=1 πl x e πl = 1−λT +1 (Note que
PT 1 n
l=1 πl = 1) . Mas então pela hipótese de indução, u(y) ≥ min{u(x ), . . . , u(x )} e
portanto temos:
n+1
!
X
u λl xl ≥ min{min{u(x1 ), . . . , u(xT )}, u(xT +1 )} = min{u(x1 ), u(x2 ), . . . , u(xT +1 )}
l=1
Logo a propriedade vale para L = T + 1. Portanto, por indução, a propriedade vale para
todo L ∈ N\{1}.
Exercı́cio 10. Sejam x, y ∈ (−∞, ∞), λ ∈ [0, 1] e suponha que x ≥ y , que implica em
x ≥ λx + (1 − λ)y ≥ y :
2
(−∞, x? ]. Analogamente se x > y ≥ x? então f (x) ≤ f (y). Portanto f é decres-
cente em [x? , ∞). Assim vale (c).
(2) Se argmaxx∈R f (x) = ∅. Queremos demonstrar que neste caso f é monótona (i.e.
valem (a) e/ou (b)). Suponha por contradição que f não é monótona. Há duas
possibilidades:
(2.1) Existem a > b > c tais que f (a) > f (b) e f (b) < f (c). Mas isso não pode
ocorrer pois a quase-concavidade de f implica f (b) ≥ min{f (a), f (c)}.
(2.2) Existem a > b > c tais que f (a) < f (b) e f (b) > f (c). O intervalo [c, a] é
compacto1 , como f é continua em [c, a] temos pelo teorema de Weierstrass2 que
existe x̂ ∈ [c, a] tal que f (x̂) = maxx∈[a,c] f (x) (note que f (x̂) ≥ f (b) e f (x̂) ≥
f (c)). Como argmaxx∈R f (x) = ∅ então ∃z ∈ R\[a, c] tal que f (z) > f (x̂). Se
z > a temos a ∈ (b, z) logo f (a) ≥ min{f (z), f (b)} = f (b), contradição pois
f (z) > f (b) > f (a). Simetricamente não podemos ter z < c.
para λ ∈ [0, 1]. Como u é duas vezes diferenciável, temos que φ é duas vezes diferenciável.
Temos que u é côncava se e somente se para todo x, y, φ (λ) ≥ 0 para todo λ ∈ (0, 1).
Pelo teorema do valor médio existe ξ ∈ (0, 1) tal que
A segunda derivada de φ,
3
racional: {(a1 , a1 ); . . . ; (a1 , an ); (a2 , a2 ); . . . ; (a2 , an ); . . . ; (an−1 , an−1 ), (an−1 , an ); (an , an )} .
Como podemos tomar os ai elementos de n! formas, temos então n! relações de preferências
racionais tal que ai ∼ aj ⇐⇒ i = j.
Portanto:
g(x + h) − 2g(x) + g(x − h) g 0 (x + h) − g 0 (x − h)
lim ≤ 0 ⇐⇒ lim ≤ 0 ⇐⇒
h→0 h2 h→0 2h
g 0 (x + h) − g 0 (x − h) g 0 (x + h) − g 0 (x) + g 0 (x) − g 0 (x − h)
⇐⇒ lim ≤ 0 ⇐⇒ lim ≤ 0 ⇐⇒
h→0 2h h→0 2h
1 g 0 (x + h) − g 0 (x) g 0 (x) − g 0 (x − h)
1
⇐⇒ lim + ≤ 0 ⇐⇒ 2g”(x) = g”(x) ≤ 0
h→0 2 h h 2
g (t) = u (y + tz)
g (θt + (1 − θ) s) = u (y + (θt + (1 − θ) s) z) =
u (θ (y + tz) + (1 − θ) (y + sz)) ≥
θu (y + tz) + (1 − θ) u (y + sz) =
θg (t) + (1 − θ) g (s) .
Temos 2 casos:
4
2. Se a 6= 0, temos A n.s.d. se, e só se,
b2 2 b2 2
2b
ax + 2bxy + dy = a x + xy + 2 y − 2 y + dy 2
2 2 2
a a a
2
b2
2b b
= a x2 + xy + 2 y 2 − y 2 + dy 2
a a a
2 2
b 2 b
=a x+ y +y d− ≤ 0, ∀(x, y) ∈ R2
a a
b2
Mas esta última inequação é válida se, e só se, a ≤ 0 e d − a
≤ 0 ⇔ a ≤ 0,
d ≤ 0 e ad − b2 ≥ 0.
Exercı́cio 17.
2
(i) v(x1 , x2 ) = x1 x2 =⇒ ∂v(x 1 ,x2 )
∂x2 ∂x1
= 1 e ∂ v(x 1 ,x2 )
∂x2i
= 0, i = 1, 2. Vemos que,
2
2 v(x ,x ) ∂ 2 v(x1 ,x2 )
det ∂ ∂x 1 2
i ∂xj
= −1 ≤ 0 e ∂x2
= 0 ≤ 0. Logo ∂ v(x1 ,x2 )
∂xi ∂xj
não é
i×j i i×j
2
negativa semidefinida ∀(x1 , x2 ) ∈ R e portanto não é côncava.
p
(ii) v(x1 , x2 ) = (x1 + 1)(x2 + 1) =⇒
(c) Usando a sugestão, vamos construir a curva de indiferença para o nı́vel de utilidade
5
ū :
q
ū = x − 1 + (1 − x)2 + 4x + 4y
q
⇐⇒ ū + 1 − x = x − 1 + (1 − x)2 + 4x + 4y ⇐⇒
⇐⇒ (ū + 1 − x)2 = (1 − x)2 + 4x + 4y
⇐⇒ ū2 + 2ū (1 − x) + (1 − x)2 = (1 − x)2 + 4x + 4y ⇐⇒
⇐⇒ ū2 + 2ū − 2ūx = +4x + 4y ⇐⇒ y = 14 ū2 + 21 ū − 21 ūx − x
y = f (x) = − 12 ū + 1 x + 41 ū2 + 12 ū
Note que as curvas são lineares, o que garante que a relação de preferências é
convexa.
Exercı́cio 19. Um resultado mostrado nesta lista (exercicios 13 e 16) é que u é concava
SSE sua hessiana é negativa semidefinida. A hessiana de u é:
4y 2x+2
−
3 3
2
(x +2x+4y+1) 2
2
(4x+4y+(x−1) ) 2
2x+2 4
− 3 − 3
(4x+4y+(x−1)2 ) 2 (4x+4y+(x−1)2 ) 2
6
Como v é côncava, diferênciável e monótona em RL++ , temos pelo teorema de aula
que uma condição necessária e suficiente para x̂ ∈ X(p, w) é que exista λ ≥ 0 tal
que αi x1i = λpi , ∀i ∈ L (já usando que xi > 0, ∀i ∈ L) o que implica em λ > 0.
Tome i, k ∈ L, temos
αi x̂k pi
= (1)
αk x̂i pk
Lembrando que λ > 0 implica que a R.O. vale com igualdade . Substituido (1) na
R.O. encontramos
αk w
x̂k = xk (p, w) = P
n
p
αj k
j=1
(b) Como u é contı́nua no conjunto compacto Bpw , então existe (x∗ , y ∗ ) ∈ X(p; w).
Queremos provar que x∗ = y ∗ .
x∗ −y ∗
S.p.c. que x∗ 6= y ∗ e s.p.g. assuma que x∗ > y ∗ . Defina λ = 2
e defina y o ≡ y ∗ +
λ ppxy e xo ≡ x∗ − λ. Note que:
x∗ + y ∗
xo ≡ x∗ − λ = > y∗
2
Logo
u (x∗ , y ∗ ) = min{x∗ , y ∗ } = y ∗ < min{xo , y o } = u (xo , y o )
Ainda, como x∗ px + y ∗ py ≤ w
Com isso u (xo , y o ) > u (x∗ , y ∗ ) e (xo , y o ) ∈ Bpw , uma contradição com (x∗ , y ∗ ) ∈
X(p; w). Logo x∗ = y ∗ .
Por fim, como u é monótona, vale a Lei de Walras. Com isso temos:
x∗ px + y ∗ py = x∗ px + x∗ py = w ⇐⇒
w
x∗ = y ∗ =
px + py
n o
w
Logo X(p; w) = , w
px +py px +py
(c) Como u é contı́nua no conjunto compacto Bpw , então existe (x? , y ? ) ∈ X(p; w).
Como u é monótona, vale a Lei de Walras. Analisemos os vários casos:
7
(i) Se px < py =⇒ (x? , y ? ) = ( pwx , 0)
Suponha por contradição que y ? > 0. Defina x̂ ≡ x? + ppxy y ? . Note que x̂ >
x? =⇒ x̂ + 1 > x? + 1 ≥ u(x? , y ? ). Logo, se u(x̂, 0) = x̂ + 1 =⇒ u(x̂, 0) >
u(x? , y ? ). Ainda, x̂ > x? + y ? pois ppxy > 1. Logo 2x̂ > 2 (x? + y ? ) ≥
u(x? , y ? ). Se u(x̂, 0) = 2x̂ =⇒ u(x̂, 0) > u(x? , y ? ). Portanto, em todos os
casos temos u(x̂, 0) > u(x? , y ? ) com (x̂, 0) ∈ Bpw , uma contradição.
(ii) Se px > py =⇒ x? + 1 = 2x? + 2y ? .
Suponha por contradição que x? + 1 > 2x? + 2y ? . Como px > py , temos
que existe r ∈ (0, x? ), (x̂, ŷ) = (x? − r, y ? + r ppxy ) tal que u(x̂, ŷ) > u(x? , y ? ),
contradição. Agora se x? + 1 < 2(x? + y ? ), então como x? < 1, temos
y ? > 0. Assim existe r ∈ (0, y ? ) tal que se (x̂, ŷ) = (x? + ppxy r, y ? − r), então
u(x̂, ŷ) > u(x? , y ? ), contradição.
Logo, poresta igualdade e usando a Lei
2w−py
? ?
de Walras, temos (x , y ) = 2p , px −w .
x −py 2px −py
Então
w w w w w
u(x, y) = min{t − 1 + + 1, 2t − 1 + 2 + 2t 1 − }
p p p p p
w w w w
= min{t − 1 + + 1, 2 } = 2
p p p p
(d) Note que as condições de primeira ordem (K-T) só são válidas para (x, y) >> 0.
Primeiro vamos supor que este seja o caso. Como a função é côncava, basta analisar
as CPO’s:
2 ?
√1
2 x?
= λpx e 2 y? = λpy ⇐⇒ ppxy = xy? . Usando a Lei de Walras (u é monótona)
√1
8
temos
px w py w
y? = , x? =
py (py + px ) px (py + px )
Para confirmar que este é ponto de máximo, basta comparar a função valor neste
ponto e no ponto de fronteira. Vamos supor que py > px . Em que caso u(x? , y ? ) >
u( pwx , 0)?
r
w px w py w
r r
< + ⇐⇒
px py (py + px ) px (py + px )
w px w w py w
⇐⇒ < +2 + ⇐⇒
px py (py + px ) (py + px ) px (py + px )
w px w w py w
⇐⇒ < +2 +
px py (py + px ) (py + px ) px (py + px )
(py + px )2
w w px py w
= < +2+ = ⇐⇒
px (py + px ) py px (py + px ) px py
w (py + px ) (py + px )
⇐⇒ <w ⇐⇒ 1 <
px px py py
Como (py , px ) >> 0, temos que u(x? , y ? ) > u( pwx , 0) vale sempre (mesmo que py ≤
n o
py w px w
px ). Logo, podemos concluir que X(p, w) = ,
px (py +px ) py (py +px )
.
Assim w é quase-côncava.
Logo w é côncava.
9
Lista 2 de Microeconomia I
Exercício 1 Seja f : R ! R uma função estritamente crescente. Mostre que se u : R ! R representa uma
relação de preferências então f u representa a mesma relação de preferências.
Exercício 2 Mostre que se existe uma função utilidade representando então é uma relação de prefer-
ências racional.
1. (a) Se as preferências são convexas (logo, u (x) é quase-côncava), então os conjuntos das soluções dos
problemas de maximização de utilidade e minimização de gastos são convexos.
(b) Se as preferências são estritamente convexas (logo, u (x) é estritamente quase-côncava), então as
soluções dos problemas de maximização de utilidade e minimização de gastos serão únicas (i.e.,
as demandas marshalliana e hicksiana são funções e não correspondências).
Exercício 6 Suponha que um indivíduo vive dois períodos, possui uma dotação unitária em cada período e
pode poupar no primeiro instante, sendo remunerado à taxa r > 0. Suponha que as preferências pelo ‡uxo
de consumo no tempo são dadas por: U(C1 ;C2 ) = lnC1 + lnC2 , em que é o fator de desconto e está no
intervalo (0,1). Assuma que o preço do bem de consumo é 1 nos dois períodos. Admita que o agente não
pode deixar dívida no segundo período:
1. (a) Monte o problema do consumidor e encontre a poupança e o consumo ótimo em cada período.
a) Qual o impacto de um aumento na taxa de juros sobre a poupança no primeiro período?
Interprete.
b) Agora, assuma que o agente possui dotação apenas no primeiro período. Qual o impacto de uma
variação na taxa de juros sobre a poupança? Qual fato econômico explica este comportamento? (dica: pense
em termos de efeitos provocados por variações de preços).
1= 2
Exercício 7 (Utilidade CES) Considere a função utilidade u(x) = ( 1 x1 + 2 x2 ) ; 1; 2 0 ; x 2 R++ :
1. (a) Mostre que a elasticidade de substituição da função CES é constante. - A elasticidade de substi-
tuição entre os bens x1 e x2 é de…nida por: 12 (p; w) = @x1 (p;w)=@x 2 (p;w)
@(p1 =p2 )
p1 =p2
x1 (p;w)=x2 (p;w)
1
(c) Mostre qua quando ! 0, a função CES representa as mesmas preferências que a função utilidade
Cobb-Douglas - u(x) = x1 1 x2 2 (Coloquei esta questão não para avaliar a matemática, mas sim
para que vcs vejam a generalidade da função CES).
Exercício 8 Suponha que existam dois bens, x1 e x2 , os quais são substitutos. Suponha que há dois vetores
de preços, p e q, tal que p1 > q1 e p2 < q2 :Seja V(.,.) a função utilidade indireta e x(.,.) a escolha ótima do
consumidor. Encontre o sinal da seguinte expressão: px(q; y) e(p; v(q; y)) em que y é a renda e e denota a
função despesa. Explique sua resposta.
2
Gabarito da Lista 2 de Microeconomia I
Exercício 1 Seja f : R ! R uma função estritamente crescente. Mostre que se u : R ! R representa uma
relação de preferências então f u representa a mesma relação de preferências.
Exercício 2 Mostre que se existe uma função utilidade representando então é uma relação de prefer-
ências racional.
R: Seja u : X ! < uma função utilidade representando . Como u (X) <, então, para todo x; y 2 X;
temos que u (x) u (y) ou u (x) u (y). Logo, x y ou y x.
Tome x; y; z 2 X tal que x y e y z. Então, como u representa , segue que u (x) u (y) e
u (y) u (z). Logo, u (X) < implica em u (x) u (z). Portanto, x z.
1. (a) Se as preferências são convexas (logo, u (x) é quase-côncava), então os conjuntos das soluções dos
problemas de maximização de utilidade e minimização de gastos são convexos.
(b) Se as preferências são estritamente convexas (logo, u (x) é estritamente quase-côncava), então as
soluções dos problemas de maximização de utilidade e minimização de gastos serão únicas (i.e.,
as demandas marshalliana e hicksiana são funções e não correspondências).
R: Não. Observe que não podemos garantir a convexidade do conjunto orçamentário. Assim, se duas
cestas quaisquer pertencerem ao conjunto orçamentário, não necessariamente sua combinação convexa o
fará. Logo, a prova convencional da unicidade da escolha sob preferências estritamente convexas não pode
ser aplicada.
1
(b) Homoteticidade é a propriedade das preferências nas quais a taxa marginal de substituição é
constante para todas as cestas ao longo de uma mesma reta partindo da origem. Mostre que a
função de utilidade Cobb-Douglas é homotética.
(c) Calcule a função utilidade indireta e veri…que as propriedades demonstradas no Teorema 1.6 (pág.
28 - JR)
w w
R: a) x (p; w) = p1 ( + ) ; p2 ( + ) . (Dica: aplique a transformação monotônica crescente f (x) =
ln (x).)
x1
b) T M S = x2 . Tome uma reta arbitrária partindo da origem x1 = x2 . Então, para todos
( x2 )
os pontos sobre esta reta, a taxa marginal de substituição é x2 = . Alternativamente
+ +
u(ax1 ; ax2 ) = (ax1 ) (ax2 ) = (a) x1 x2 = (a) u(x1 ; x2 ) então a função Cobb-douglas é
homogênea de grau + e logo é homotética (pela de…nição alternativa de uma função homotética
como uma transformação crescente de uma função homogênea).
h i h i
w
c)v(p; w) = p1 ( w+ ) p2 ( + )
i) Continuidade em <n++ <+ : Trivial.
h i h i h i h i
:t:w :t:w w w
ii) Homogeneidade de grau 0 em (p; w): v(tp; tw) = t:p1 ( + ) t:p2 ( + ) = p1 ( + ) p2 ( + )
= v(p; w)
h i h i
@v + 1
iii) Estritamente crescente em y: @w (p; w) = ( + )w p1 ( + ) p2 ( + ) >0
@v
iv) Decrescente em p: @pi (p; w)
0; i = 1; 2:
v) Quaseconvexo em (p,w):
Usar demonstração Mas-Colell. (Nesse caso a prova especí…ca …ca muito complicada. No entanto, em
questões de prova, caso a função especí…ca seja estabelecida, o objetivo é o cálculo explícito.)
h i h i h i h i
@v w w @v ( + ) w w
vi) Identidade de Roy: @p 1
(p; w) = p 1 p1 ( + ) p2 ( + ) , @y (p; w) = w p1 ( + ) p2 ( + ) ,.
w @v(p;y)=@p1
Logo, x1 (p; w) = p1 ( + ) = @v(p;y)=@w .(análogo para x2 )
Exercício 6 Suponha que um indivíduo vive dois períodos, possui uma dotação unitária em cada período e
pode poupar no primeiro instante, sendo remunerado à taxa r > 0. Suponha que as preferências pelo ‡uxo
de consumo no tempo são dadas por: U(C1 ;C2 ) = lnC1 + lnC2 , em que é o fator de desconto e está no
intervalo (0,1). Assuma que o preço do bem de consumo é 1nos dois períodos. Admita que o agente não
pode deixar dívida no segundo período:
2
um paradoxo: dado um aumento na taxa de juros, temos um encarecimento do consumo presente em relação
ao consumo futuro e, pelo efeito substituição, deveríamos observar um aumento da poupança. Contudo, a
elevação dos juros faz com que um mesmo nível de poupança hoje propicie um maior consumo futuro, ou seja,
há um efeito renda também. Como as preferências entre consumo intertemporal são convexas, o indivíduo
deseja uma suavização do consumo no tempo; parte desse efeito renda positivo será consumido no presente.
Logo, embora o efeito substituição faça com que o consumo corrente caia, o efeito renda faz com que ele
aumente. No caso particular da função utilidade separável no tempo e na forma logarítimica, os dois efeitos
se anulam completamente e, pois, não vemos variação na poupança nem no consumo corrente. Como o nível
de poupança se mantém inalterado e a taxa de juros é maior, o consumo no segundo período aumenta.
O caso em que a taxa de juros cai possui resultados análogos.
1= 2
Exercício 7 (Utilidade CES) Considere a função utilidade u(x) = ( 1 x1 + 2 x2 ) ; 1; 2 0 ; x 2 R++ :
1. (a) Mostre que a elasticidade de substituição da função CES é constante. - A elasticidade de substi-
tuição entre os bens x1 e x2 é de…nida por: 12 (p; w) = @x1 (p;w)=@x 2 (p;w)
@(p1 =p2 )
p1 =p2
x1 (p;w)=x2 (p;w) (note que
a de…nição do MWG é diferente da do Varian. Entretanto, ambas são equivalentes).
(b) Mostre que quando = 1, as curvas de indiferença são lineares.
(c) Mostre qua quando ! 0, a função CES representa as mesmas preferências que a função utilidade
Cobb-Douglas - u(x) = x1 1 x2 2 (Coloquei esta questão não para avaliar a matemática, mas sim
para que vcs vejam a generalidade da função CES).
1 1
1 1 1
R: a) Para a CES, temos que x1 (p;w)
x2 (p;w) = p1
p2 ) x1 (p;w)=x2 (p;w)
p1 =p2 = p1
p2 ) @[x1 (p;w)=x2 (p;w)]
@(p1 =p2 ) =
1
1 1
1 p1
1 p2 . Substituindo na de…nição, obtemos:
1 1
1 1 1 +1
@[x1 (p;w)=x2 (p;w)]
@(p1 =p2 )
p1 =p2
x1 (p;w)=x2 (p;w) = 1
1
p1
p2
p1
p2 ) 12 (p; w) = 1
1
Exercício 8 Suponha que existam dois bens, x1 e x2 , os quais são substitutos. Suponha que há dois vetores
de preços, p e q, tal que p1 > q1 e p2 < q2 :Seja V(.,.) a função utilidade indireta e x(.,.) a escolha ótima do
consumidor. Encontre o sinal da seguinte expressão: px(q; y) e(p; v(q; y)) em que y é a renda e e denota a
função despesa. Explique sua resposta.
3
Lista 2
1. Uma matrix3 simétrica n×n, M , é negativa semidefinida se para todo z ∈ Rn
n
for verdade que z ′ M z ≤ 0. Seja
u : R+ → R duas vezes diferenciável e tal que
∂2u
para todo x ∈ Rn+ a matriz ∂xi ∂xj
(x) i≤n
é negativa semidefinida. Então u
j≤n
é côncava.
(a) a ≤ 0, d ≤ 0;
(b) ad − b2 ≥ 0.
3. p
Aplique o critério do exercı́cio anterior para v (x1 , x2 ) = x1 x2 e v1 (x1 , x2 ) =
(x1 + 1) (x2 + 1).
(a) é monótona;
(b) é monótona forte;
(c) é convexa (sug.: determine as curvas de indiferença de u).
6. Seja f : R2 → R duas vezes diferenciável e tal que grad f (x, y) >> 0 para
todo (x, y). Demonstre que se f é quase-côncava então para todo (x, y),
2 2
∂2f ∂f ∂f ∂ 2 f ∂2f
∂f ∂f
− 2 + ≤ 0. (*)
∂x ∂y 2 ∂x ∂y ∂x∂y ∂y ∂x2
3
Este exercı́cio melhora o resultado do exercı́cio (17) acima.
4
(Sug. Para (x0 , y 0 ) use o teorema da função implı́cita para obter g (x) tal
que u (x, g (x)) = u (x0 , y 0 ) para x ∈ (x0 − δ, x0 + δ) para algum δ > 0 sufi-
cientemente pequeno. A quasi-côncavidade de f implica que g (·) é convexa.)
Recı́procamente se (*) vale sempre então f é quase-côncava.
5
Professor: Paulo Klinger Monteiro Microeconomia I - 2009
Monitor: Pedro Miguel Olea de Souza e Silva EPGE
Gabarito - Aula 15/01
f (x + h) − 2f (x) + f (x − h)
f 00 (x) = lim (1)
h→0 h2
Demonstração. Seja x ∈ A. Por L’Hospital, temos
f (x + h) − 2f (x) + f (x − h) f 0 (x + h) − f 0 (x − h)
lim = lim
h→0 h2 h→0 2h
f 0 (x + h) − f 0 (x) + f 0 (x) − f 0 (x − h))
= lim
h→0
µ 2h ¶
1 f 0 (x + h) − f 0 (x) f 0 (x) − f 0 (x − h)
= lim +
h→0 2 h h
1
= 2f 00 (x) = f 00 (x)
2
f (x + h) − 2f (x) + f (x − h)
f 00 (x) = lim ≤0
h→0 h2
(y − x) u(y) − u(x)
Dx u(x) · ≥
ky − xk k(y − x)k
Logo,
Dx u(x) · (y − x) ≥ u(y) − u(x)
1
φ(t)
0 ξ 1
para t ∈ [0, 1]. Como u é duas vezes diferenciável, temos que φ é duas vezes diferenciável.
Temos que u é côncava se e somente se para todo x, y, φ (t) ≥ 0 para todo t ∈ (0, 1). Pelo
teorema do valor médio existe ξ ∈ (0, 1) tal que
A segunda derivada de φ,
g (t) = u (y + tz)
g (θt + (1 − θ) s) = u (y + (θt + (1 − θ) s) z) =
u (θ (y + tz) + (1 − θ) (y + sz)) ≥
θu (y + tz) + (1 − θ) u (y + sz) =
θg (t) + (1 − θ) g (s) .
2
Portanto, pelo Lema 2, g 00 (t) ≤ 0 e em particular g 00 (0) = z 0 D2 u (y) z ≤ 0.
Temos 2 casos:
1. Se a = 0, temos A n.s.d. ⇔ 2bx1 x2 + dx22 ≤ 0, ∀(x1 , x2 ) ∈ R2 ⇔ b = 0. Logo Valem
(a) e (b).
2. Se a 6= 0, temos A n.s.d. se, e só se,
à µ ¶2 !
2b b b2
ax21 + 2bx1 x2 + dx22 = a x21 + x1 x2 + x22 + dx22 − x22
a a a
µ ¶2 µ ¶
b 2 b2
= a x1 + x2 + x2 d − ≤ 0, ∀(x1 , x2 ) ∈ R2
a a
b2
Mas esta última inequação é válida se, e só se, a ≤ 0 e d − a
≤ 0 ⇔ a ≤ 0, d ≤ 0
e ad − b2 ≥ 0.
Mas temos f (x1 , g(x1 )) = f (x2 , g(x2 )) = f (x0 , y0 ). Assim pela quase-concavidade de f
temos
f (rx1 + (1 − r)x2 , rg(x1 ) + (1 − r)g(x2 )) ≥ f (x0 , y0 )
Como f é estritamente crescente no segundo argumento, temos
Logo g é convexa.
Sejam x0 , y0 ∈ R2 . Como f é continuamente diferenciável e por hipótese grad f (x, y) À
0, pelo Teorema da Função Implı́cita existe uma função continuamente diferenciável
g : (x0 − δ, x0 + δ) → R tal que f (x, g(x)) = f (x0 , y0 ), ∀x ∈ (x0 − δ, x0 + δ). Derivando
temos
3
Portanto existe g 00 (x) pois f é duas vezes diferenciável e g é diferenciável.
∂f ∂f ∂g
(x, g(x)) + (x, g(x)) (x) = 0, ∀x ∈ (x0 − δ, x0 + δ) (2)
∂x ∂y ∂x
(⇒) Dos Lemas 4 e 2 e como g 00 existe, temos que g 00 (x) ≥ 0. Então grad f (x, y) À 0
e (3) implicam:
· 2 ¸
∂ 2f ∂ 2 f ∂g ∂ f ∂ 2 f ∂g ∂g
+ + + + ≤ 0, ∀x ∈ (x0 − δ, x0 + δ) (4)
∂x2 ∂y∂x ∂x ∂x∂y ∂y 2 ∂x ∂x
1
f estritamente crescente implica a unicidade.
2
Pode ser o caso que a ou b é ∞ ou −∞.
3
Caso necessário defina g em um intervalo aberto em a e/ou em b.
4
Note que f (x, y) ≥ c ⇔ y ≥ g(x), pois f é estritamente crescente.
5
Exercı́cio 12, aula de 13/01.
4
1. No exercício 20 da segunda lista qual relação de preferências tem bem
de Gi¤en?
2. 2.E.1(página 23), 3.C.6, 3.D.5, 3.D.6 (a,b), 3.E.5, 3.G.4 (c,d), 3.G.15,
3.G.16 (a,b)
1
Professor: Paulo Klinger Monteiro Microeconomia I - 2010
Monitor: Mateus Nunes Rabello EPGE
Gabarito - Lista 3
Exercı́cio 1. Na letra (c) do exercı́cio 20, no caso em que px > w e px > py , a demanda
pelo bem y é:
px − w
y(w, px , py ) =
2px − py
Note que
∂y(w, px , py ) px − w
= >0
∂py (2px − py )2
Logo y é um bem de Giffen. No caso em que px = py , ∃t ∈ [0, 1] t.q.
w ∂y(w, p) tw
y(w, p) = t 1 − =⇒ = 2
p ∂p p
Exercı́cio 4. Assuma w > 0 e p >> 0. Pelo Teorema dado em sala (K-T), se (x∗ , y ∗ ) ∈
X(p, w) então ∃ λ ≥ 0 tal que:
1 x∗
+ q ≤ λpx
2 ∗ 2 ∗
2 (x ) + 4y
e
1
q ≤ λpy
∗ 2 ∗
(x ) + 4y
com igualdade caso x∗ > 0 e y ∗ > 0, respectivamente. Analisemos por casos:
x∗
(i) Suponha que 1
2
+ √ < λpx =⇒ x∗ = 0 e y ∗ = w
py
(Lei de Walras). Ainda
2 (x∗ )2 +4y ∗
1 1
√ = λpy ⇐⇒ λ = √
4y ∗ 2 py w
∗
1 x px
=⇒ + q < √ ⇐⇒
2 ∗ 2 ∗ 2 py w
2 (x ) + 4y
1 px
⇐⇒ < √ ⇐⇒ py w < p2x
2 2 py w
1
q
Logo, se py w < p2x =⇒ (x∗ , y ∗ ) = (0, pwy ) e v(p, w) = w
py
.
1 x∗ 1 1 1
+ q = λpx ⇐⇒ + = λpx ⇐⇒ λ =
2 2 2 px
2 (x∗ )2 + 4y ∗
−1/2 py 1 py
=⇒ (x∗ )2 + 4y ∗ < ⇐⇒ ∗ <
px x px
px py
⇐⇒ < ⇐⇒ py w > p2x
w px
(iii) Por fim, se as duas CPO’s valem com igualdade. Então temos da CPO de y
1 1
q = λpy ⇐⇒ λ = q
(x∗ )2 + 4y ∗ py (x∗ )2 + 4y ∗
Isolando y ∗ e usando a Lei de Walras, obtemos py w = p2x . Note que se py w = p2x então
wpy − px py x∗ w − p x x∗ w px
y ∗ p2y = p2x −px py x∗ ⇐⇒ y ∗ = 2
= ⇐⇒ y ∗ = − x∗ , que
py py py py
é justamente a restrição orçamentária. Logo, se py w = p2x qualquer par na restrição
(reta) respeita as CPO’s. Ainda, qualquer par na restrição tem v(p, w) = pwx .
Portanto, temos: Se py w < p2x =⇒ (x∗ , y ∗ ) = (0, pwy ). Se py w > p2x =⇒ (x∗ , y ∗ ) =
( pwx , 0). Se py w = p2x =⇒ (x∗ , y ∗ ) ∈ F rBpw .
2
Lista 3 de Microeconomia I
Exercício 1 Um indivíduo escolhe lazer e consumo, e sua função utilidade é dada por u(c; l) = c l1 . Ele
possuiu ma dotação de 24 horas que podem ser alocadas entre trabalho e lazer (atenção: a utilidade está
de…nida para LAZER e consumo). O trabalho é remunerado em w unidades de consumo por hora trabalhada
(antes de impostos). O salário é tributado com uma tarifa ad-valorem t, incidente somente sobre as horas
de trabalho excedendo L 2 (0; 24).
a) Escreva a restrição orçamentária do agente.
b) Qual o nível ótimo de lazer e consumo.
Exercício 2 Suponha que as preferências determinada pessoa por viagens e aulas de piano possam ser
representadas pela função utilidade abaixo:
1. u(v; p) = 100v + p3
(a) Por que o método do Lagrangeano não pode ser utilizado para resolver o problema deste consum-
idor?
(b) Argumente que apenas um dos bens será consumido na solução do problema do consumidor (dica:
observe o formato da função utilidade).
(c) De…na um bem inferior.
(d) Suponha que cada viagem custe R$200 enquanto cada aula de piano custe R$50. A estes preços,
existe alguma renda para a qual um destes bens é inferior?
Exercício 4 Suponha que um trabalhador possui função de utilidade fracamente separável no consumo de
bens e no lazer, ou seja, U (v(l); h(x)); em que l 2 (0; 24) e x 2 <2+ :O bem x1 é um bem normal enquanto o
bem x2 é um bem inferior. Suponha que, inicialmente, a legislação trabalhista determina que, se um agente
deseja trabalhar, tem de trabalhar por doze horas diárias, sendo remunerado em 10 reais por hora. (Admita
que o trabalhador escolhe trabalhar). Suponha agora que o governo reduz a jornada de trabalho e reduz o
preço dos bens de consumo igualmente de tal sorte que mantém o poder de compra do trabalhador. O que
ocorre com o consumo relativo dos bens 1 e 2? Explique.
Exercício 5 (MWG 3.I.3) Considere uma mudança de um vetor de preços inicial p0 para um vetor
de preços …nal p1 p0 feita de tal maneira que apenas o preço do bem l é modi…cado. Mostre que
0 1 0 1
CV(p ; p ; w) >EV(p ; p ; w) se o bem l é inferior.
Exercício 6 (MWG 3.I.5) Mostre que se u(x) é quase-linear em relação ao bem 1, então CV(p0 ; p1 ; w) =EV(p0 ; p1 ; w):
[quase-linearidade em relação ao bem 1: U(x1 ; x2 ; :::; xn ) = x1 + f (x2 ; :::; xn )]
1
d) Você possui uma casa onde mora. Se o preço da casa aumenta você está melhor de vida (sua utilidade
aumenta).
e) Você possui uma casa onde mora. Se o preço da casa diminui você está pior de vida (sua utilidade
diminui).
2
Gabarito da Lista 3 de Microeconomia I
Professor: Carlos E.L. da Costa
Monitor: Vitor Farinha Luz
Exercício 1 Um indivíduo escolhe lazer e consumo, e sua função utilidade é dada por u(c; l) = c l1 . Ele
possuiu ma dotação de 24 horas que podem ser alocadas entre trabalho e lazer (atenção: a utilidade está
de…nida para LAZER e consumo). O trabalho é remunerado em w unidades de consumo por hora trabalhada
(antes de impostos). O salário é tributado com uma tarifa ad-valorem t, incidente somente sobre as horas
de trabalho excedendo L 2 (0; 24).
a) Escreva a restrição orçamentária do agente.
b) Qual o nível ótimo de lazer e consumo.
R: a)A
8 restrição orçamentária do agente é:
< c = w(24 l) , se 24 l 6 L
c = wL + (1 t)w(24 l L) , se 24 l > L ,
:
c > 0, l 2 (0; 24)
equivalente
8 a:
< c + wl = 24w , se l > 24 L
c + (1 t)wl = wL + (1 t)w(24 L) , se l < 24 L :
:
c > 0, l 2 (0; 24)
Restrição orçamentária.
b)A escolha de lazer ótimo ocorerá no interior de uma região de alíquota ((0; 24 L) ou (24 L; 24),
regiões A ou B no grá…co) se, e somente se, essa fosse a escolha ótima se a restrição orçamentária
1
fosse a extrapolação linear da restrição orçamentária no ponto (os trechos tracejados), devido à quase-
concavidade da utilidade.
Então
c + (1 t)wl = wL + (1 t)w(24 L)
l 2 (0; 24 L) é ótimo para o problema em questão () l é ótimo em (1),
c > 0, l 2 (0; 24)
e
c + wl = 24w
l 2 (24 L; 24) é ótimo para o problema em questão () l é ótimo em (2):
c > 0, l 2 (0; 24)
1 2
Vamos chamar de l (w; t) e l (w; t) as demandas das situações hipotéticas (1) e (2). Então
E a demanda
8 1por lazer é: 1
< l (w; t) ,se l (w; t) 2 (0; 24 L)
l(w; t) = l2 (w; t) ,se l2 (w; t) 2 (24 L; 24) :
:
24 L , caso contrário.
E o consumo
8 …ca de…nido:
< wL + (1 t)w(24 l1 (w; t) L) ,se l1 (w; t) 2 (0; 24 L)
c(w; t) = w(24 l2 (w; t)) ,se l2 (w; t) 2 (24 L; 24)
:
w(24 L) , caso contrário.
IMPORTANTE: As rendas virtuais para as situações A e B nesse caso seriam:
IA twL;
IB 0;
(Note que a renda virtual é o quanto deve ser dado ao indivíduo, caso a tarifa fosse linear, para que ele
escolhesse o mesmo nível de trabalho - e logo, lazer.) O que acontece com variações do nível de tarifa
(dentro das regiões A, B e na quebra)?
Exercício 2 Suponha que as preferências determinada pessoa por viagens e aulas de piano possam ser
representadas pela função utilidade abaixo:
1. u(v; p) = 100v + p3
(a) Por que o método do Lagrangeano não pode ser utilizado para resolver o problema deste consum-
idor?
(b) Argumente que apenas um dos bens será consumido na solução do problema do consumidor (dica:
observe o formato da função utilidade).
(c) De…na um bem inferior.
(d) Suponha que cada viagem custe R$200 enquanto cada aula de piano custe R$50. A estes preços,
existe alguma renda para a qual um destes bens é inferior?
R: a) Note que u(.,.) é convexa. Assim, a solução encontrada via C.P.O. do Lagrangeano é um ponto de
mínimo e não um ponto de máximo.
b) Como u é convexa, temos que cestas extremas serão preferidas a cestas intermediárias.
c) Um bem é dito inferior se seu consumo se reduz a medida que a renda aumenta mantendo-se os
preços constantes (ver JR - pág. 54).
2
w
d) Se o consumidor gasta toda a sua renda em viagens, então v = 200 . Se ele gasta toda a renda em
w w w
aulas de piano, então v = 50 . Então, ele gastará toda sua renda em viagens se u 200 ; 0 > u 0; 50
w w 3
() 2 > 50 () w < 250:
Analogamente, o consumidor gastará toda sua renda em aulas de piano se w > 250. Logo, para
w = 250, o consumo de viagens se reduz com um aumento na renda. Portanto, viagens é um bem
inferior para w = 250. (viagens é um bem inferior pois há uma variação de renda em que há redução
da demanda - na verdade, na renda 250 há indiferença - desse bem. No entanto para a de…nição com
derivadas - @x(p;y)
@y > 0 - não há o que falar, já que a função demanda é não derivável.)
Note que multiplicando os preços por > 0 a restrição não será alterada, portanto a solução do
problema também não será.
b Observe que basta mostrar que, sendo p1 ; p2 2 Rn ; 2 (0; 1) quaisquer e pt = p1 + (1 )p2 ,
V (pt ; x) maxf V (p1 ; x); V (p2 ; x)g.
Suponha que não, então a escolha aos preços pt (de…nida por xt ) não é factível em nenhum dos preços
iniciais. Devemos ter, portanto:
p1 :(xt x) > 0
p2 :(xt x) > 0
De onde temos : pt :(xt x) > 0 uma contradição.
Exercício 4 Suponha que um trabalhador possui função de utilidade fracamente separável no consumo de
bens e no lazer, ou seja, U (v(l); h(x)); em que l 2 (0; 24) e x 2 <2+ :O bem x1 é um bem normal enquanto o
bem x2 é um bem inferior. Suponha que, inicialmente, a legislação trabalhista determina que, se um agente
deseja trabalhar, tem de trabalhar por doze horas diárias, sendo remunerado em 10 reais por hora. (Admita
que o trabalhador escolhe trabalhar em ambas as situações). Suponha agora que o governo reduz a jornada
de trabalho e reduz o preço dos bens de consumo igualmente de tal sorte que mantém o poder de compra do
trabalhador. O que ocorre com o consumo relativo dos bens 1 e 2? Explique.
R: Note a natureza do problema. O fato de um bem ser normal e o outro ser inferior é irrelevante para a
resposta (queria ver se vcs dominaram o conceito de separabilidade fraca). Tome dois bens quaisquer
@h(x)=@xi
xi e xj . A taxa marginal de substituição entre estes bens é dada por . O resultado prático
@h(x)=@xj
disto é que, dado um montante de renda a ser gasto nos bens de consumo, a escolha sobre quanto
consumir de cada bem depende apenas dos preços relativos dos bens dentro deste grupo (grupo dos
bens de consumo). Como, por hipótese, não houve alteração nos preços relativos entre os bens (embora
a relação entre preço do lazer e preço dos bens de consumo tenha aumentado) e como a renda a ser gasta
com os bens não variou, não ocorre nenhuma alteração nem no consumo relativo, nem no consumo
absoluto dos bens. O consumo de lazer, por sua vez, aumenta compulsoriamente.
Exercício 5 (MWG 3.I.3) Considere uma mudança de um vetor de preços inicial p0 para um vetor
de preços …nal p1 p0 feita de tal maneira que apenas o preço do bem l é modi…cado. Mostre que
0 1 0 1
CV(p ; p ; w) >EV(p ; p ; w) se o bem l é inferior.
3
@xl
R: xl é inferior: @y <0
pR0l
1. EV = hl (pl ; p l ; u1 )dpl
p1l
pR0l
CV = hl (pl ; p l ; u0 )dpl
p1l
@xl @e(p;u)
Pela dualidade (também usando que @y <0e @u > 0)
hl (p; u0 ) = xl (p; e(p; u0 )) > xl (p; e(p; u1 )) = hl (p; u1 )
Logo, CV>EV
Nota: As de…nições utilizadas foram as de MWG, o resultado é revertido para a de…nição utilizada nas notas
de aula.
Exercício 6 (MWG 3.I.5) Mostre que se u(x) é quase-linear em relação ao bem 1, então CV(p0 ; p1 ; w) =EV(p0 ; p1 ; w):
[quase-linearidade em relação ao bem 1: U(x1 ; x2 ; :::; xn ) = x1 + f (x2 ; :::; xn )]
min x1 + p 1 x 1
sa u = x1 + f (x 1 )
= 1
pi = fi (x ); i 6= 1
Da primeira, usando a interpretação para dada pelo Teorema do Envelope, podemos perceber que
= @e(p;u)
@u = 1: Logo, e(p,u) é linear em u e pode ser decomposta como:
e(p; u) = (p) + u
a) Uma pessoa está indiferente entre morar em duas cidades A e B. Se o preço do bem i é maior na
cidade A e todos os demais preços são iguais, então a pessoa necessariamente consumirá menos desse bem
se estiver vivendo em A.
R: Verdadeiro. A indiferença é o elemento chave do enunciado. Ela indica que estamos analisando a
demanda ao manter-se a utilidade constante. Trata-se, portanto, da demanda hicksiana. Como a
demanda hicksiana é sempre negativamente inclinada, sabe-se que o consumo do bem i será menor em
A.
4
b) Ainda considerando a pessoa da pergunta anterior. Supondo que em ambas as cidades ela só possa
trabalhar turnos …xos (ou seja, oferta de trabalho é …xa) então, a diferença percentual do consumo do bem
i de uma cidade para outra será menor do que seria se pudesse ajustar as horas de trabalho se e somente se
lazer e o bem i são complementares.
R: Falso. De…na:
Então temos xi (p; w) = xci (p; w; l(p; w)) para todo bem i. Temos
@xi (p; w) @xci (p; w; l(p; w)) @xci (p; w; l(p; w)) @l(p; w)
= +
@pi @pi @l @pi
Então
@xci (p; w; l(p; w)) pi @xi (p; w) pi @xci (p; w; l(p; w))
=
@pi xci (p; w; l(p; w)) @pi xi (p; w) | @l
{z }
| {z } | {z }
elasticidade condicional elasticidade "norm al" SINAL INDEFINIDO (dep ende se o b em i é norm al ou inferior)
@l(p; w) pi
:
@p xi (p; w)
| {zi } | {z }
<0 (com plem entares) >0
c) Se um bem é bem de Gi¤en, sua elasticidade Frish da demanda (com relação ao próprio preço) é
positiva.
@xf
R: Falso. Sob a hipótese usual de que @ 2 v(p; y)=@y 2 < 0;temos que @pii < @@pii < 0: Mesmo que optássemos
por violá-la, teríamos que impor que @ 2 v(p; y)=@y 2 fosse su…cientemente maior que zero para garantir a
inclinação positiva da demanda Frisch. De modo geral, esta condição não estaria satisfeita e a a…rmação
seria, portanto, falsa.
d) Você possui uma casa onde mora. Se o preço da casa aumenta você está melhor de vida (sua utilidade
aumenta).
R: Como o seu consumo anterior continua factível, devido à propriedade da casa, então a utilidade não
decresce.
e) Você possui uma casa onde mora. Se o preço da casa diminui você está pior de vida (sua utilidade
diminui).
5
R: - @v=@p1
@v=@y = x1 ) y=p1 ( + ) = x1
- @v=@p2
@v=@y = x2 ) y=p2 ( + ) = x2
é equivalente a
u= + ( + ) log e(p; u) log p1 log p2 :
¯ ¯
Isolando e(p,u), chega-se a:
¯ u-
=( + ) =( + )
e(p; u) = e ( ¯ + ) :p1 p2
¯
c) Como a utilidade marginal da renda varia como função de mudanças nos preços? Ache a demanda
Frisch.
A utilidade marginal da renda é dada por @v(p;y)
@y = ( + )=y: Note que ela independe de preços, variando
apenas com a renda. Mantê-la constante, como faz-se para obter a demanda Frisch, é equivalente, portanto
a manter a renda constante, como faz-se para obter a demanda marshalliana. Logo,
y
xfi (p; ) = x(p; y( )) = =
pi ( + ) pi
6
Lista 3
1. Calcule a demanda para as seguintes utilidades:
5. 2.E.1, 3.C.6, 3.D.5, 3.D.6 (a,b), 3.E.5, 3.G.4 (c,d), 3.G.15, 3.G.16 (a,b)
9. Verifique que u (x1 , x2 , . . . , xn ) = k1 log (x1 )+. . .+kn log (xn ) é (estritamente)
côncava para x ∈ Rn++ se k = (k1 , . . . , kn ) >> 0.
5
Professor: Paulo Klinger Monteiro Microeconomia I - 2009
Monitor: Pedro Miguel Olea de Souza e Silva EPGE
Mas, pelo Lema 1 temos que xi > 0, ∀i ∈ L. Portanto de (ii), temos λ > 0.
Tome i, k ∈ L, como valem as igualdades em (ii) e λ > 0, dividindo as respectivas
equações temos
αi x̂k pi
= (1)
αk x̂i pk
Temos também, como vPé monótona em RL++ , que vale a restrição orçamentária
4
(R.O.) com igualdade ( pi x̂i = w). Substituido (1) na R.O. encontramos
i∈L
αk w
x̂k = xk (p, w) = P
n
p
αj k
j=1
1
b. Como u é contı́nua no conjunto compacto Bpw , então existe (x? , y ? ) ∈ X(p, w). Temos
x? = y ? . Suponha por absurdo que não, i.e., (s.p.g.) x? < y ? . Tome r = (y ? − x? ) 21 .
Temos u(x? + r ppxy , y ? − r) > u(x? , y ? ) e
? py
px x + r + py (y ? − r) = px x? + py y ? ≤ w
px
pois X(p, w) ⊂ Bpw . Assim x? + r ppxy , y ? − r ∈ Bpw , contradição pois (x? , y ? ) ∈
X(p, w). Logo x? = y ? .
Por outro lado, como u é monótona, temos que no ótimo a R.O. vale com igualdade,
então
w
p x x? + p y y ? = w ⇒ x? = y ? =
px + p y
n o
w
Logo X(p, w) = , w ) .
px +py px +py
c. Como Bpw é compacto então existe (x? , y ? ) ∈ X(p, w). Além disso como u é monótona,
vale a Lei de Walras. Façamos a análise em alguns casos5 :
5
Faça o gráfico das curvas de indiferença.
2
lado se (x, y) ∈ A então existe t ∈ [0, 1] tal que
2w − p p − w w
(x, y) = t , + (1 − t)( , 0) =
p p p
w w w
= t − 1 + ,t 1 −
p p p
Então
w w w w w
u(x, y) = min{t − 1 + + 1, 2t − 1 + 2 + 2t 1 − }
p p p p p
w w w w
= min{t − 1 + + 1, 2 } = 2
p p p p
Assim w é quase-côncava.
Concavidade: Sejam x, y ∈ RL+ e r ∈ (0, 1). Então
Logo w é côncava.
3
provar que se x ∈ X(p, w) então rx ∈ X(p, rw), pois neste caso v(p, rw) = u(rx) =
ru(x) = rv(p, w). Seja x? ∈ X(p, w), então u(x? ) ≥ u(y), ∀y ∈ Bp,w . Suponha por
absurdo que rx? ∈ z ∈ Bp,rw tal 1que u(z)
/ X(p, rw). Então existe > u(rx? ). Como u é
homogênea de grau 1, temos que u r z > u(x). Mas p r z ≤ r (rw), assim 1r z ∈ Bp,w ,
1 1
4
Microeconomia I - 2010
Lista de Exercícios 4
1
Professor: Paulo Klinger Monteiro Microeconomia I - 2010
Monitor: Mateus Nunes Rabello EPGE
Gabarito - Lista 4
Exercı́cio 2. Primeiro provarei que X1 e X2 são fechados. Seja (xn , 0) ∈ X1 para todo
n ∈ N t.q. (xn , 0) → (x, 0). Logo xn ≤ 0 e passando o limite temos que x ≤ 0. Logo,
(x, 0) ∈ X1 . Da mesma forma, seja (xn , yn ) ∈ X2 t.q. (xn , yn ) → (x, y). Como temos
xn yn ≥ 1, tomando o limite temos xy ≥ 1 e portanto (x, y) ∈ X2 .
Sejam as sequências (−n, 0) ∈ X1 e (n, n1 ) ∈ X2 . Temos então que (−n, 0) + (n, n1 ) =
(0, n ) ∈ X e, evidentemente (0, n1 ) → (0, 0). Suponha por contradição que (0, 0) ∈ X.
1
1
Lista 4 de Microeconomia I
Exercício 1 Antes de casar, a esposa possuia preferências que poderiam ser representadas por v1 (x1 ) e o
esposo por v2 (y2 ): Suponha que as preferências do casal possam ser representadas pela seguinte função de
utilidade:
v1 (x1 ) + v2 (y2 );
em que x1 = (x11 ; :::; x1n ) e y2 é um escalar. Isto é, o esposo consome 1 bem só, enquanto que a esposa
consome n. Suponha que v1 () e v2 () sejam estritamente crescentes. O casal está sujeito a seguinte restrição
orçamentária: p1 x1 + qy2 m: Mostre que um bem consumido pela esposa será substituto ao ( único) bem
consumido pelo esposo se e só se fosse um bem superior anteriormente ao casamento.
Exercício 2 (Prova 2005) Um indivíduo tem preferências sobre duas "commodities" (a,b) representadas por
log z a + (1 ) log z b
Exercício 3 (Prova 2005) Dizemos que as escolhas dos agentes satisfazem ao axioma fraco das preferências
reveladas sempre que para todo par distinto de cestas x0 (escolhida aos preços p0 ) e x1 (escolhida aos preços
p1 ) tivermos
p0 x1 p0 x0 ) p1 x0 > p1 x1
Traduzindo: se x0 foi escolhida quando x1 era viável, então se x1 for escolhida é porque x0 não é viável.
Mostre que se as escolhas satisfazem ao axioma fraco das preferências reveladas, então a demanda com-
pensada é negativamente inclinida.
(Dica: Basta mostrar que (p1 p0 )(x1 (p1 ; p1 x0 ) x0 ) 0 usando o fato de que vale o Axioma Fraco).
Exercício 4 (MWG 4.B.1) Prove que se as preferências admitem funções de utilidade indireta com a forma
polar de Gorman com o mesmo b(p) para todos agentes, ou seja,
então o conjunto de consumidores exibe caminhos de expansão da renda retos e paralelos. Mostre também
que estas preferências admitem funções despesa da forma ei (p; ui ) = c(p)ui + di (p):
Exercício 6 (Prova 2004) Uma pessoa tem utilidade de…nida sobre um vetor x de bens e lazer l, represen-
táveis por u (x,l) . Seja p o vetor de preços dos bens, w o salário e l a dotação total de horas do agente.
Suponha que o governo resolva tributar a renda do agente a uma alíquota …xa , de tal maneira que o salário
líquido do agente seja w(1 - ) .
a) Escreva a restrição orçamentária do agente.
b) Mostre que existe um sistema de tributação equivalente (no sentido de gerar as mesmas escolhas e
o mesmo bem-estar) onde a renda do trabalho não é tributada mas somente os bens são. Relacione esse
resultado com a homogeneidade das funções utilidade indireta e demanda.
1
c) A imposição do tributo aumenta ou diminui a oferta de trabalho supondo que o lazer é normal [dica:
use a equação de Slutsky]?
d) Suponha que o governo trans…ra de volta para as pessoas todo o recurso arrecadado como um pagamento
…xo B (não dependente da renda do trabalho individual). A oferta de trabalho é igual ao caso em que não há
intervenção do governo (B = 0, = 0)? [Não precisa formalizar, argumentação verbal é su…ciente.]
2
Gabarito Lista 4
(questões de agregação)
Prof.: Carlos Eugênio
Monitor: Vitor Farinha Luz
Rearrumando:
ai (p) 1
ei (p; ui ) = + ui :
b(p) b(p)
1 ai (p)
Agora basta renomear as expressões, de…nindo c(p) = b(p) e di (p) = b(p) para
chegarmos à forma desejada.
1
ui (xi )
Tome (w1 ; :::; wI ) 2 arg max (P 1) : Seja xi 2 arg maxxi .
s.a. p xi wi
Então,
X X fwi gIi=1 factível em (P 1)
pxi wi ) p xi wi w:
Logo, (x1 ; :::; xI ) é factível em (P 2) ) v^(p; w) W (u1 (x1 ); :::; uI (xI )) =
W (v1 (p; w1 ); :::; vI (p; wI )) = v(p; w): Ou seja, v^(p; w) v(p; w):
Por outro lado, tome (^ x1 ; :::; x
^I ) 2 arg max(P 2): Seja w ^i = p x ^i , para i =
PI PI
1; :::; I. Da de…nição de v(p; wi ); v(p; w ^i ) u(^x1 ) 8i e w^i = p x ^i =
i=1 i=1
P
I
p x
^i w: Logo, segue que
i=1
v(p; w) W (v(p; w
^1 ); :::; vI (p; w
^I )) W (u(^
x1 ); :::; u(^
xI )) = v^(p; w):
Conclui-se, então, que v(p; w) = v^(p; w). Como (x1 (p; w1 ); :::; xI (p; wI )) é a
distribuição que, de maneira implícita nas decisões individuais, resolve (P 1)
atingindo v(p; w) = v^(p; w), ela também resolverá (P 2). Ou seja, um planejador
central pode, tanto resolver o problema completo de distribuição de bens quanto
distribuir apenas renda e deixar a alocação para os indivíduos.
2
Lista 41
1. (Separabilidade Fraca) Seja u : RL+ → R função de utilidade. Suponha
que existem v : R2 → R, φ1 : RL+1 → R e φ2 : RL+2 → R diferenciáveis2
e tais que L1 ∪ L2 = L, L1 ∩ L2 = ∅ e3
min pi · x
L
xR+i
s.a. φi (x) ≥ ai
1
i. Mostre que este problema é equivalente ao problema usual do
consumidor6 .
ii. Qual a principal diferença (na apresentação) entre este pro-
blema e o problema de um consumidor escolhendo entre 2
bens ? Esta diferença guarda qual relação com µi (pi , ai ) ?
iii. Mostre que se φi , i ∈ {1, 2}, for homotética, então temos o
problema de um consumidor escolhendo entre dois bens. Dê
a intuição para que esse resultado ocorra.
iv. Dê o exemplo de uma situação na qual pode ser interessante
reduzir a dimensionalidade do espaço de bens.
(d) Considere agora o seguinte problema de escolha:
max φi (x)
L
xR+i
s.a. pi · xi ≤ yi
onde yi > 0. Sejam v̂i (pi , yi ) e x̂i (pi , yi ) as funções de utilidade in-
direta e de demanda, respectivamente. Nos ı́tens abaixo suponha
diferenciabilidade das funções envolvidas sempre que necessário.
i. Escreva o problema do consumidor como uma escolha de ren-
das alocadas para os bens dos grupos L1 e L2 . Suponha que
o argmax é definido pela função y(p, w).
ii. Mostre que x(p, w) = (x̂i (pi , yi (p, w)))2i=1 , onde x(p, w) é a
demanda marshalliana do problema associado a maximizar u
sujeito ao preço p e à renda w. Note que a demanda de um
bem j ∈ L1 só depende do preço de k ∈ L2 através da renda
alocada para o grupo de bens L1 .
iii. Sejam j, k ∈ L1 . Utilizando os resultados anteriores, mostre
que temos uma equação análoga a equação de Slutsky em
termos das funções x̂i (pi , yi ), yi (p, w) e ĥi (pi , ai ).
iv. Agora se j ∈ L1 e k ∈ L2 , qual é a equação análoga à equação
de Slutsky ?
v. Sejam j ∈ L1 e k ∈ L2 . Defina gi (p, u) = yi (p, e(p, u)). Mostre
que
∂ x̂1,j (p1 , g1 (p, u)) ∂g2 (p, u)
/
∂y1 ∂pj
não depende de j.
6
i.e., mostre que existe uma bijeção entre as soluções dos dois problemas.
2
vi. Mostre que se um bem j ∈ L1 , normal no grupo L1 7 , é
substituto (estrito) de um bem normal k ∈ L2 , então o bem
j é substituto de todos os bens normais no grupo L2 .
√
x+ ×2 +4y
2. Obtenha a demanda para a função utilidade u (x, y) = 2
e
determine se tem bem inferior ou de Giffen.
7
Considere a demanda intragrupo definida no item (d).
8
Isto quer dizer x >> y implica U (x) ≥ U (y) .
3
Professor: Paulo Klinger Monteiro Microeconomia I - 2009
Monitor: Pedro Miguel Olea de Souza e Silva EPGE
Gabarito - Lista 4
Exercı́cio 1.
(i) Temos:
b. Seja êi (pi , ai ) a função despesa associada ao problema. Então pelo Teorema do Enve-
lope, temos:
∂êi (pi , ai )
µi (pi , ai ) =
∂ai
Assim, em um problema de minimização de despesa, o multiplicador de Langrange
nos dá o gasto marginal necessário para aumentar o nı́vel de utilidade do consumi-
dor. Podemos interpreta-lo então como o preço sombra1 associado à utilidade.
Neste caso especı́fico, note que temos que o nı́vel de utilidade do consumidor é
v(a1 , a2 ), então µi (pi , ai ) pode ser intrerpretado como o preço sombra de ”utilida-
des”de bens do grupo i ∈ {1, 2}.
(i) Seja (a?1 , a?2 ) ∈ φ1 (RL+1 ) × φ2 (RL+2 ) solução deste problema. Seja (x? , y ? ) =
(ĥ1 (p1 , a?1 ), ĥ1 (p1 , a?1 )). Suponha por absurdo que (x? , y ? ) não é solução do pro-
blema do consumidor. Então existe (x, y) P ∈ Bp,w tal que u(x, y) > u(x? , y ? ).
Tome (a1 , a2 ) = (φ1 (x), φ2 (y)). Então i êi (pi , ai ) ≤ p1 x + p2 y ≤ w e
1
Shadow price.
2
Two stage budgeting.
1
v(ĥ1 (p1 , a1 ), ĥ2 (p2 , a2 )) = v(a1 , a2 ) > v(a?1 , a?2 )3 , contradição. Logo (x? , y ? )
é solução do problema do consumidor.
Por outro lado, se (x? , y ? ) ∈ RL+ é solução do problema do consumidor, de-
fina (a?1 , a?2 ) = (φ1 (x? ), φ2 (y ? )). Temos u((x? , y ? )) ≥ v(φ1 (x), φ2 (y)), ∀(x, y) ∈
Bp,w , então v(a?1 , a?2 ) ≥ v(a1 , a2 ) para qualquer (a1 , a2 ) ∈ φ1 (RL+1 ) × φ2 (RL+2 )
tal que (ĥ1 (p1 , a1 ), ĥ2 (p2 , a2 )) ∈ Bp,w . Mas, como v é estritamente crescente, se
L1 L2
) e v(b1 , b2 ) > v(a?1 , a?2 ) = u(x? , y ? ) então i êi (pi , bi ) >
P
(b1 , b2 ) ∈ φ1 (R+ )×φ2 (R+
w. Logo (a?1 , a?2 ) é solução do problema.
Portanto a função φ = (φ1 , φ2 ) : RL+ → φ1 (RL+1 ) × φ2 (RL+2 ) define uma bijeção
entre os conjuntos solução dos dois problemas.
(ii) Neste problema os preços dos ”bens”a1 e a2 podem depender das quantidades
consumidas. Isto ocorre pois µi (pi , ai ) pode depender de ai . Note que pelo 1o
Teorema fundamental do Calculo4 :
Z ai
êi (pi , ai ) = µi (pi , s)ds
L
inf{φi (R+i )}
Se µi (pi , s) não variar com s, isto é se for possı́vel escrever µi (pi , s) = µ̂i (pi ), ∀s;
então êi (pi , ai ) = µ̂i (pi )[ai − inf{φi (RL+i )}]. Terı́amos então o problema de um
consumidor escolhendo entre dois bens sujeito a uma restrição orçamentária
linear.
(iii) Note que no ótimo temos
3
Como φi é estritamente crecente, pela proposição 3.E.3, temos φi (ĥi (pi , ai )) = ai .
4
Usei êi (pi , inf{φi (RL
+ )}) = 0.
i
5 L
Note que se f : R+ → R é homogênea de grau 1 e diferenciável, então f (x) = ∂r [f (rx)] = Dx f (rx)·x
⇒ f (x) = Dx f (x) · x.
2
(iv) Em um modelo de escolha intertemporal, poderı́amos pensar os grupos de
bens como bens disponı́veis em diferentes perı́odos. Pode ser interessante
neste caso criar uma variável que possamos chamar de ”consumo”, como se
faz usualmente em macroeconomia.
Por outro lado, a propriedade de separabilidade pode ser importante para
que possamos tratar de forma relativamente independente algumas decisões
do consumidor. Por exemplo, em escolha sobre incerteza um investidor têm de
escolher um portfólio de ativos com retornos incertos e sua cesta de consumo.
Pode ser interessante considerar que o investidor decide em um estágio entre o
quanto consumir e o quanto investir ; e, no outro, decide quais ativos deseja.
s.a. y1 + y2 ≤ w
∂pk xl (p, w) = ∂pk ĥ1,l (p1 , v1 (p1 , y1 (p, w))) − ∂y1 x̂1,l (p1 , y1 (p, w))∂pk y1 (p, w) (4)
Por definição um bem é normal no grupo Li se ∂yi x̂l (pi , gi (p, u)) ≥ 0. Assim,
como ∂pk hj (p, u) < 0 concluimos que κ < 0. Logo ∂pl hj (p, u) < 0, ∀l ∈ L2 tal
que l é normal em L2 .
Exercı́cio 2. Não é difı́cil verificar que esta função não é côncava. Como u é contı́nua
e Bp,w compacto sabemos que o problema têm solução. Analisemos as condições de
6
Suponha ∂h contı́nua.
3
primeira ordem. Sabemos que se (x? , y ? ) ∈ Bp,w é solução do problema do consumidor,
existe λ ≥ 0 tal que:
É imediato que λ > 0. Apesar de não sabermos se tais condições são suficientes, sabemos
que se apenas um ponto as satisfizer, então é o máximo global. Temos três casos7 :
(i) p2x > wpy se, e somente se, X(p, w) = (0, pwy ).
Seja p2x > wpy , suponha por absurdo que x? > 0. Temos neste caso que (6) vale
com igualdade. Então
− 1
1 + x? (x? )2 + 4y ? 2
λ= (9)
2px
Assim
− 1
? 2
1
? −2 1 + x? (x? )2 + 4y ? 2 py
(x ) + 4y ≤ (10)
2 px
2px 1
≤ (x? )2 + 4y ? 2 + x?
(11)
py
Se y ? = 0, temos
px w
≤ x? ⇒ x? > (12)
py px
contradição com a restrição orçamentária.
Se y ? > 0, então temos que (11) vale com igualdade. Portanto:
2px 1
− x? = (x? )2 + 4y ? 2 (13)
py
px px
⇒ y? = −x ?
(14)
py py
w−py y ?
Mas, como λ > 0 então x? = px
. Substituindo esta última igualdade em (14),
p2x w
temos w = , contradição. Logo x = 0, então como λ > 0, temos y ? =
py
?
py
. É fácil
provar que também vale a volta.
(ii) p2x < wpy se, e somente se, X(p, w) = ( pwx , 0).
Análogo ao caso anterior.
(iii) Se p2x = wpy , dos casos (i) e (ii) temos que (x? , y ? ) 0. Então
1
λ = (15)
2px − py x?
7
Uma boa estratégia para descobrir quais são os casos é fazer ”engenharia reversa”, i.e., supor por
exemplo x? > 0 e y ? = 0, assim se pode encontrar as desigualdades em termos de preços.
4
Substituindo este resultado em (7) e elevando os dois lados da equação ao quadrado,
temos:
p2x − px py x? = p2y y ? (16)
Assim qualquer solução de (16) satisfaz as condições de primeira ordem8 . Calcule-
mos o máximo de u restrito a estes pontos. Defina g(x) = u(x, px −pp2x py x ), temos
y
r
x + x2 + 4 ppxy ppxy − x
q
x+ (x − 2 ppxy )2 x + x − 2 ppxy
g(x) = = =
2 2 2
px −px py x px px px
Mas note que y = p2y
= py py
−x ≥0⇒ py
≥ x, portanto
x − x + 2 ppxy px
g(x) = = (17)
2 py
2
px
Logo temos9 X(p, w) = {(r pwx , py
− r pwy ); r ∈ [0, 1]}.
Não temos bem de Giffen. Quando um preço de um bem aumenta, a quantidade deman-
dada diminui. Por outro lado, o bem y é inferior no ponto em que há uma mudança do
caso (i) para o caso (ii)10 .
Então min{u0 , u00 } ∈ Vrx0 +(1−r)x00 Como min{u0 , u00 } ≥ b, temos U (rx0 + (1 − r)x00 ) =
sup Vrx0 +(1−r)x00 ≥ b. Logo Ab é convexo. Como b é qualquer, U é quase-côncava.
5
2. estritamente crescente em w e decrescente em p;
vU (p, w) = v(p, w) Primeiro, provemos que v(p, w) ≥ vU (p, w). Seja Bp,w = {x; px ≤
w}. Para x ∈ Bp,w temos v(p, px) ≤ v(p, w). Então vU (p, w) = supx∈Bp,w Gx ≤
v(p, w). Suponha que v é a utilidade indireta relativa a alguma função de utilidade
Uv . Então v(p, w) = Uv (x) para algum x ∈ Bp,w . Agora tome p0 6= p tal que
p0 x ≤ w, então v(p0 , p0 x) ≥ v(p, px) = Uv (x). Portanto11 U (x) = v(p, w). Como
vU (p, w) ≥ U (x) = v(p, w), então vU (p, w) = v(p, w).
Exercı́cio 5. Suponha r 6= 0. É fácil verificar que as propriedades (1) e (2) são satisfeitas
(para (2) basta derivar a função). A propriedade (4) é satisfeita para p 6= 0.
(Quase-convexidade) Temos v(q, p, w) = w(q r + pr )(−1/r) . Quero provar que para
qualquer b ∈ R o conjunto Ab = {(q, p, w) ∈ R3++ ; v(p, q, w) ≤ 0} é convexo. Mas
1 1
Ab = {(p, q, w) ∈ R3++ ; w(pr + q r )− r ≤ b} = {(p, q, w) ∈ R3++ ; w ≤ b(pr + q r ) r }
1
Portanto Ab é convexo se e só se a função gb (p, q) := b(pr + q r ) r for côncava. Mas
2
2 r r r1 −2 r−2 r−2 q −qp
D gb (p, q) = b(r − 1)(p + q ) q p
−qp p2
11
Note que como v é homogênea de grau zero, para qualquer p 0 existe α > 0 tal que v(p, px) =
v(αp, αpx) com αpc ≤ w.
6
é uma função utilidade que gera v como utilidade indireta. Temos que v(p, q, px + py) é
contı́nua em (p, q) ≤ 0. Como v é limitada inferiormente (por zero) temos que
1
r−1 ! r !− r1
x x r−1
U (x, y) = x+y +1 (21)
y y
r
Simplificando, temos uma CES com parâmetro igual à r−1
,
r r
r−1
r
U (x, y) = x r−1 +y r−1 (22)
Se r = 1, então de (20) temos x = y, para quaisquer preços (p, q). Logo U (x, y) =
min{x, y} gera tal utilidade indireta.
12
v é homogênea de grau zero.
7
Lista 5 de Microeconomia I
Prof.: Carlos Eugênio
Monitor: Vitor Farinha Luz
(vluz@fgvmail.br)
1
Lista de Microeconomia I
Prof.: Carlos Eugênio
Monitor: Vitor Farinha Luz
1
Exercício 3 MWG, exercício 4.C.1.
Solução 3 (Primeira parte) Seja x(p; y) uma demanda satisfazendo ULD, en-
tão
(p0 p) (x(p0 ; w) x(p; w)) 0, 8p; p0 2 Rn++ ,
com desigualdade estrita se x(p0 ; w) 6= x(p; w). Então tome p 2 Rn++ e z 2 Rn
quaisquer, então
tz (x(p + tz; w) x(p; w)) 0, 8 t (tal que p + tz esteja no domínio) )
(x(p + tz; w) x(p; w))
) z 0, 8 t
( t2 ) t
(x(p + tz; w) x(p; w)) (x(p + tz; w) x(p; w))
) lim z = z lim 0
t!0 t t!0
| {z t }
D erivada n a direção z
) z Dp x(p; w)z 0:
n
Como a direção z 2 R é arbitrária, a matriz Dp x(p; w) é negativa semide…nida.
(Segunda parte) De…na P : [0; 1] ! Rn como P ( ) p0 +(1 )p e w : [0; 1] !
0
R por w( ) = (p p) [x(P ( ); w) x(p; w)]. Então
w0 ( ) = (p0 p) Dp x(P ( ); w)(p0 p):
Suponha, por absurdo, que x(p; w) não satisfaz ULD, então 9p; p0 ; w tais que
x(p0 ; w) 6= x(p; w) e
(p0 p) [x(p0 ; w) x(p; w)] 0:
Então temos que w(1) 0 e w(0) = 0. Pelo Teorema do Valor Médio, 9 2
(0; 1) tal que
w(1) w(0) = w0 ( )(1 0) = w0 ( )(1 0) 0 )
) w0 ( ) = (p0 p) Dp x(P ( ); w)(p0 p) 0.
Uma contradição, pois Dp x(P ( ); w) é negativa de…nida por hipótese (e p0 6= p
pois x(p0 ; w) 6= x(p; w)). Logo vale ULD.
(Para usar o teorema do valor médio precisamos que w(:) seja contínua em [0; 1]
e diferenciável em (0; 1), o que geralmente será atendido.)
Exercício 4 Seja U (x) a "função utilidade" do planejador, de…nida por:
8
>
< x1max W (u1 (x1 ); :::; uI (xI ))
;:::;xI
U (x) PI (1)
>
: s.a. xi x:
i=1
2
Solução 4 i) Tome x; y 2 X e 2 [0; 1] quaisquer, e sejam (x1 ; :::; xI ) e
(y1 ; :::; yI ) soluções para o problema (1) respectivamente com x e y. Então de…na
z = (z1 ; :::; zI ) ( x1 + (1 )y1 ; :::; xI + (1 )yI ), então
I
X I
X I
X I
X
xi xe yi y =) xi + (1 ) yi x + (1 )y:
i=1 i=1 i=1 i=1
U ( x + (1 )y) = max W (u1 (q1 ); :::; uI (qI )) W (u1 (z1 ); :::; uI (zI ))
q factível
W ( u1 (x1 ) + (1 )u1 (y1 ); :::; uI (xI ) + (1 )uI (yI ))
min fU (x); U (y)g :
W quase-côn cava
U (y) = max W (u1 (q1 ); :::; uI (qI )) W (u1 (z1 ); :::; uI (zI )) > W (u1 (y1 ); :::; uI (yI )) = U (y).
q factível
1
iii)Exemplo trivial: I = 1, u1 : R ! R dado por u1 (x) = x 2 e W : R ! R dada
por W (u) = u4 então U (x) = x2 .
i)Calcule
3
Solução 5 i) Temos que a condição de primeira ordem do problema de alocação
de bens será:
(1 )
= ;
xh xm
(1 )
= ;
yh ym
xh + xm = x;
yh + ym = y:
De onde temos:
= log x + log y + A( ):
w w
[x(p; w); y(p; w)] = [xc (p; w; (p; w)); y c (p; w; (p; w))] = ; :
2px 2py
Como a demanda agregada é igual a demanda condicional, já que independe
de , então ela tem todas as propriedades de uma demanda. Inclusive possui
uma matriz de Slutsky simétrica e negativa semi-de…nida. Mas o intuito era
saber, pelo resultado do artigo, que a matriz teria que ser a soma de uma ma-
triz simétrica e uma martiz de posto 1. No caso, a própria matriz de Slutsky
tem posto 1 (porque?).
A B A B A C
Obs.: Seja uma matriz qualquer, então = +
C D C D C D
| {z }
sim étrica
0 B C
: Então para o caso 2x2 a propriedade inferida pelo artigo é triv-
0 0
| {z }
posto 1
ial.
4
Lista 5
1. Seja uma relação de preferências em RL+ . Dizemos que é localmente
′
não
qPsaciada se para todo x ≥ 0 e para todo ǫ > 0 existe x x tal que
L ′ 2
i=1 (xi − xi ) < ǫ. A relação é fracamente monótona se x ≥ y ≥ 0 im-
plicar x y. Mostre que uma relação de preferências fracamente monótona
e localmente não saciada é monótona.
9
Professor: Paulo Klinger Monteiro Microeconomia I - 2009
Monitor: Pedro Miguel Olea de Souza e Silva EPGE
Gabarito - Lista 5
Exercı́cio 3. Fixe x e defina f (r) = u(rx). Supondo u duas vezes diferenciável, temos
f 0 (r) = Dx u(rx) · x e f 00 (r) = x0 · Dxx
2
u(rx) · x. Mas, como u é homogênea de grau 1,
temos f (r) = ru(x), então u(x) = Dx u(x) · x e x0 · Dxx 2
u(x) · x = 0. Logo σ(x) = 0.
1
1. Suponha que um consumidor tem uma relação de preferência no
espaço de loterias L. Para dado (m, v) ∈ X := {(m, v) ; m ∈ R, v ≥ 0}
seja (m, v) = {L ∈ L; E[L] = m, Var (L) = v}. Suponha que sa-
tisfaça a seguinte propriedade: para 0 < p < 1, x ∈ R,
y > z =⇒ y ◦ (1 − p) ⊕ x ◦ p z ◦ (1 − p) ⊕ x ◦ p.
1
Professor: Paulo Klinger Monteiro Microeconomia I - 2010
Monitor: Mateus Nunes Rabello EPGE
Gabarito - Lista 61
(v 0 − v 00 )2
p= (1)
(v 0 − v 00 )2 + (m0 − m00 )2
1
Lista 6 de Microeconomia I
Exercício 1 Seja Y um conjunto de possibilidades de produção. Dizemos que uma tecnologia é aditiva
quando y; y 0 2 Y ) y + y 0 2 Y . Uma tecnologia é dita divisível se y 2 Y ) ty 2 Y; 8t 2 [0; 1]. Mostre que
se uma tecnologia é aditiva e divisível, então Y é convexo e apresenta retornos constantes de escala.
Exercício 2 Uma função de produção dita homotética se f (x) = f (x0 ) implica em f (tx) = f (tx0 ), para todo
t 0.
1. (a) Mostre que se f é uma transformação monotônica de uma função homogênea de grau 1 (ie.,
f = g h, onde h é homogênea de grau 1 e g é uma função monotônica), então f é homotética.
(b) Mostre que se f é homotética, então a taxa marginal de substituição técnica em x é igual à taxa
marginal de substituição técnica em tx.
Exercício 3 Mostre que se uma tecnologia apresenta retornos crescentes de escala e existe algum ponto onde
o lucro é estritamente positivo, então o problema de maximização do lucro não possui solução.
Exercício 4 Calcule as funções oferta e lucro para as funções de produção abaixo (x 0):
1. (a) f (x) = x
(b) f (x) = 20x x2
(c) f (x) = x1 x12
(d) f (x) = minf x1 ; x2 g
Exercício 5 Encontre as funções demanda condicional por fator e custo para as funções de produção abaixo:
Exercício 6 (Prova 2-2005) Considere uma …rma produtora de ’utilidade’ com ’função de produção’ u (x)
crescente, duas vezes continuamente diferenciável e estritamente quase-côncava em x 2Rn . De…na sua função
custo como
e (p, u) = minx px
s.t. U (x) u
a)Moste que e (p, u) é côncava em p. Denote xh a demanda compensada da …rma.
b) Dada a função custo acima, suponha que a …rma do item anterior possa vender seu produto a um
1
’preço’constante , Resolva o problema de maximização de lucro encontrando o vetor de demandas (não-
f
condicional) x da …rma. Mostre que
@xf @xh
<
@pi @pi
Use = @v(p; y)=@y para argumentar que a demanda frisch é mais negativamente inclinada que a demanda
hicksiana.
Exercício 7 Seja x(p,y) a demanda condicional por fatores de alguma função de produção quase-côncava.
Mostre que Dp x(p; y) é simétrica e negativa semi-de…nida.
Exercício 8 Mostre que se a função de produção f (:) é quase-côncava, estritamente crescente e homogênea
de grau 1, então ela é côncava. (também f (0) = 0)
1
Gabarito da Lista 6 de Microeconomia I
Exercício 1 Seja Y um conjunto de possibilidades de produção. Dizemos que uma tecnologia é aditiva
quando y; y 0 2 Y ) y + y 0 2 Y . Uma tecnologia é dita divisível se y 2 Y ) ty 2 Y; 8t 2 [0; 1]. Mostre que
se uma tecnologia é aditiva e divisível, então Y é convexo e apresenta retornos constantes de escala.
Exercício 2 Uma função de produção dita homotética se f (x) = f (x0 ) implica em f (tx) = f (tx0 ), para todo
t 0.
1. (a) Mostre que se f é uma transformação monotônica de uma função homogênea de grau 1 (ie.,
f = g h, onde h é homogênea de grau 1 e g é uma função monotônicacrescente), então f é
homotética.
(b) Mostre que se f pode ser representada como g h, onde h é homogênea de grau 1 e g é uma
função monotônica crescente (de…nição alternativa de homoteticidade), então a taxa marginal de
substituição técnica em x é igual à taxa marginal de substituição técnica em tx.
R: a) Seja f = g h e tome x; x0 tais que g (h (x)) = g (h (x0 )). Como g é crescente (logo injetiva),
temos que h (x) = h (x0 ) : Mas como h é homogênea de grau 1, segue que h(tx) = th(x) = th(x0 ) =
h(tx0 ), para todo t 2 <+ . Portanto, h (tx) = h (tx0 ) e, logo g (h (tx)) = g (h (tx0 )).
b) É possível mostrar que se f é homotética, então f = g h onde h é homogênea de grau 1
e g é monotônica (De fato, Varian (p.482) de…ne homoteticidade desta forma). Como h(:) é
homogênea de grau 1, h0 (:) é homogênea de grau 0. Logo, h0 (x) = h0 (tx) 8t 2 <+ . Segue que
@f (x) 0 @h
@xi = g (h (x)) @xi (x).
@h @h @h
@f =@xi g 0 (h (x)) @xi
(x) @xi (x) @xi (tx)
T M ST (x) = = @h
= @h
= @h
@f =@xj g0 (h (x)) @xj (x) @xj (x) @xj (tx)
@h
@xi (tx) g 0 (h (tx))
T M ST (x) = @h
= T M ST (tx) :
@xj (tx) g 0 (h (tx))
Exercício 3 Mostre que se uma tecnologia apresenta retornos crescentes de escala e existe algum ponto onde
o lucro é estritamente positivo, então o problema de maximização do lucro não possui solução.
R: Sabemos (por hipótese) que 9z 2 Y tal que p z > 0. Suponha, por contradição, que x é solução so
problema de maximização da …rma. Então
p x p x, 8x 2 Y ) p x p z > 0:
Mas, como a tecnologia tem retornos crescentes de escala, temos que 2x 2 Y , e p (2x ) = 2(p x ) >
p x , uma contradição pois x seria o ótimo.
Exercício 4 Calcule as funções oferta e lucro para as funções de produção abaixo (x 0):
1. (a) f (x) = x
(b) f (x) = 20x x2
1
(c) f (x) = x1 x12
(d) f (x) = minf x1 ; x2 g
R: (a) O problema de maximização de lucro é dado por:
max px wx
x 0
p 1
y (p; w) =
w
1 1
p 1 p 1 1 p 1
(p; w) = p w =w
w w w
Caso (2): = 1
Temos que, nesse caso, o lucro da …rma é:
px wx = x (p w) :
2
w
Supondo 2p 10, a condição acima é necessária e su…cente (pois a CSO é 2p 0). Portanto, temos:
w
x (p; w) = 10 ;
2p
w w w2
y (p; w) = 10 10 + = 100 ;
2p 2p 4p2
w2 w w w
(p; w) = p 100 w 10 = 10 p 10 + w =
4p2 2p 2p 2p
2
w w w
= 10 10p = p 10 :
2p 2 2p
c. Note que esta tecnologia apresenta retornos constantes de escala (ver questão 5). Portanto, a
resolução deste ítem é análoga à do ítem abaixo.
d. O problema de maximização de lucro é dado por:
max [minf x1 ; x2 g w1 x1 w2 x2 ]
x 0
Se x1 6= x2 então é possível aumentar o lucro reduzindo algum dos insumos. Segue que x1 = x2 .
Substituindo na função objetivo, obtemos:
x2
max x2 w1 w2 x2
x 0
Se w1 w2 > 0 (ie., > w2w1 ), então é possível obter lucro tão grande quanto se queira tomando
x2 arbitrariamente grande. Segue que o problema não tem solução neste caso.
w2
Se w1 w2 < 0 (ie., < w1 ), então x (p; w) = 0. Neste caso, y (p; w) = (p; w) = 0
w2
Caso w1 w2 = 0 (ie., = w1 ),
então existem in…nitas soluções pois todo x positivo fornece
lucro zero. Segue que x (p; w) 2 <+ . Logo, y (p; w) 2 <2+ e (p; w) = 0:
2
Exercício 5 Encontre as funções demanda condicional por fator e custo para as funções de produção abaixo:
3
Exercício 6 (Prova 2-2005) Considere uma …rma produtora de ’utilidade’ com ’função de produção’ u (x)
crescente, duas vezes continuamente diferenciável e estritamente quase-côncava em x 2Rn . De…na sua função
custo como
e (p, u) = minx px
s.t. U (x) u
a)Moste que e (p, u) é côncava em p. Denote xh a demanda compensada da …rma.
b) Dada a função custo acima, suponha que a …rma do item anterior possa vender seu produto a um
1
’preço’constante , Resolva o problema de maximização de lucro encontrando o vetor de demandas (não-
f
condicional) x da …rma. Mostre que
@xf @xh
<
@pi @pi
Use = @v(p; y)=@y para argumentar que a demanda frisch é mais negativamente inclinada que a demanda
hicksiana.
R: a)Sejam x1 = xh (p1 ; u); x2 = xh (p2 ; u); pt = tp1 + (1 t)p2 e xt = xh (pt ; u): Temos que, por ser xh
argmin do problema acima, p1 x1 p1 xt e p2 x2 p2 xt :Daí, tp1 x1 + (1 t)p2 x2 [tp1 + (1 t)p2 ]xt :
Ou seja, te(p1 ; u) + (1 t)e(p2 ; u) e(pt ; u); sendo côncava a função e(p; u).
Exercício 7 Seja x(p,y) a demanda condicional por fatores de alguma função de produção quase-côncava.
Mostre que Dp x(p; y) é simétrica e negativa semi-de…nida.
Exercício 8 Mostre que se a função de produção f (:) é quase-côncava, estritamente crescente e homogênea
de grau 1, então ela é côncava. (também f (0) = 0)
4
R: Tome 2 [0; 1] e x; y 0. Então temos que, como f (:) é crescente, f (x); f (y) > 0. Além disso, temos a
partir da homegeneidade de grau 1 de f (:) que
x 1 1 y
f = f (x) = 1 = f (y) = f :
f (x) f (x) f (y) f (y)
x y
f + (1 ) minf1; 1g = 1:
f (x) f (y)
f (x) (1 )f (y)
Em especial, isso vale para = f (x)+(1 )f (y) e (1 )= f (x)+(1 )f (y) . Então
f (x) x (1 )f (y) y x + (1 )y
f + =f 1:
f (x) + (1 )f (y) f (x) f (x) + (1 )f (y) f (y) f (x) + (1 )f (y)
Então provamos que f (:) é côncava em Rn++ , a extensão para Rn+ segue pela continuidade de f (:).
5
Lista 7 de Microeconomia 1
1. Considere três payo¤s monetários, $0, $100 e $200. Considere três loterias
sob esses payo¤s:
n
X
max pi u(W + ri )
i=1
1
3. Considere o problema de seguros estudado no exemplo 6.C.1 do MWG.
2
Gabarito da Lista 7 de Microeconomia I
Professor: Carlos Eugênio
Monitor: Vitor Farinha
1. Considere três payo¤s monetários, $0, $100 e $200. Considere três loterias
sob esses payo¤s:
1
L3 = 1=2(0; 1=2; 1=2) + 1=2(0; 1; 0)
Mais uma vez, caso seja válido o axioma da independência:
L1 L3 () (1=6; 2=3; 1=6) (0; 1; 0)
Entretanto, note que, a partir de (5) e do axioma da independência,
temos:
(1=6; 2=3; 1=6) = 1=3(1=2; 0; 1=2) + 2=3(0; 1; 0) (0; 1; 0)
Ora, mas isto é uma contradição, pois:
(0; 1; 0) (1=6; 2=3; 1=6) (0; 1; 0):
2. (Problema de escolha do portfólio) Considere o problema de um investidor
que deve decidir quanto de sua renda inicial W investir em um ativo de
risco. O ativo arriscado pode ter taxas de retorno ri (as quais podem
ser tanto positivas quanto negativas) com probabilidade de ocorrência pi
= 1; 2; :::; n: Seja o montante de sua renda inicial a ser investida no ativo
com risco, então o problema do investidor é:
n
X
max pi u(W + ri )
0
i=1
n
X Xn
pi ri u(w) = u(w) pi r i 0 , E(ri ) 0; pois u(w) > 0 é constante:
i=1 i=1
| {z }
E(ri )
2
n
X
Agora, assuma que pi r i 0: Nesse caso, temos que,8 > 0;
i=1
n
X Xn n
X
u(w) u(w + pi ri ) = u( pi (w + ri )) pi u(w + ri )
i=1 i=1 i=1
n
X n
X
pi ri u(w + ri ) pi ri u(w + ri )
d i=1 i=1 E [ri u00 (w + ri )]
= n = = ;
dw X Xn n
X
pi ri2 u(w + ri ) pi ri2 u(w + ri ) pi ri2 u(w + ri )
i=1 i=1 i=1
3
3. Considere o problema de seguros estudado no exemplo 6.C.1 do MWG.
4
(d) (x; "; u) = 0 8 x; "
u (x) = u((c(:; :)) = (1=2 )u(x ") + (1=2 + )u(x + ") = u((1=2 )(x ") + (1=2 + )(x +
= u(x + ") () " = 0 ) = 0:
5
u(w + x rA )rA + (1 )u(w + x rB )rB = 0
Se t 6= 0; temos:
u(w+ x
~ (1 t) rA ) (1 t) rA +(1 )u(w+ x
~ (1 t) rB )(1 t)rB = 0
u(w + x
~ (1 t) rA )rA + (1 )u(w + x
~ (1 t) rB )rB = 0
(b) Se x resolve o problema quando t = 0, então, se estabelecermos x
~=
x
(1 t) , claramente resolvemos o problema para t 6= 0:
(w + x
~ (1 t) rA )+(1 ) (w + x
~ (1 t) rB ) = w+(1 t)~
x( rA + (1 )rB ):
| {z }
E(r)
6
Lista 8 de Microeconomia I
Professor: Carlos Eugênio
Monitor: Vitor Farinha
Problema 4 (Prova 2006) Uma variável aleatória têm distribuição U [a; b] (uni-
forme) se tem densidade
1
f (x) = b a, se x 2 [a:b];
0, caso contrário.
1
Problema 5 (Prova 2007) Derive e mostre que a aproxmação de Arrow-Pratt
para o prêmio de risco, quando o risco é multiplicativo, é uma função linear do
coe…ciente de aversão ao risco relativo. Mostre que a aproximação é crescente
na resnda se o coe…ciente de aversão ao risco também o for.
u(w0 ) = E [u (w0 + x
~ + p)] :
2
Gabarito da lista 8 de Microeconomia I
Professor: Carlos Eugênio
Monitor: Vitor Farinha
1
Então substituindo temos
U3 U2 : (desigualdade estrita se u(:) é estritamente côncava)
Problema 2 (Prova 2005) Considere duas loterias L1 e L2 que tenham a
mesma média, porém a variância de L1 é superior à variância de L2 . Isso
signi…ca que todo agente com utilidade bernoulli u(:) côncava prefere L2 a L1 ?
Sempre é possível conseguir um agente com utilidade bernouli côncava u(:) que
pre…ra L2 a L1 ? Mostre tal utilidade.
Solução 2 Não podemos a…rmar, a preferência do agente depende do nível de
concavidade e de toda a dispersão da loteria, principalmente no caso de loterias
assimétricas …ca mais difícil concluir.
2
No entanto, sempre é possível de…nir a utilidade bernoulli u(x)h = [x i] ,
2
onde é a média das duas loterias L1 e L2 . Então E [u(x)] = E (x ) =
V ar(x) e esse indivíduo prefere a loteria L2 a L1 . Sendo que u00 (x) = 2 < 0,
então o indivíduo é avesso (a utilidade é côncava).
Problema 3 (Prova 2005) Considere 2 agentes iguais em tudo, exceto sua
riqueza inicial (que é sua única fonte de renda). Ambos possuem utilidade
bernouli
c1
u(c) = :
1
Os indivíduos investem em K ativos de risco que pagam retorno bruto Rk (var-
iável aleatória). O problema do indivíduo i então pode ser escrito como
" K K
!#
X X
max E u Wi ak pk + ak Rk :
a1 ;:::;aK 2RK
+ k=1 k=1
2
Como Wi > 0 (e logo desigualdade acima independe ddo valor Wi ), então temos
ak
que essa condição de primeira ordem de…ne a razão W i
, e logo também de…ne
ak
k = p
Wi k . Logo se dobramos a rende de um indivíduo, ele consederará ótimo
comprar o dobro em todos os ativos. O nome dessa função é CRRA (Constant
relative risk aversion), ou seja, a avaliação de risco desse indivíduo, em relação
a sua riqueza, é sempre a mesma. (Note que a CPO pode resumir a decisão
pois a gunção objetivo é côncava - > 0)
Problema 4 (Prova 2006) Uma variável aleatória têm distribuição U [a; b] (uni-
forme) se tem densidade
1
f (x) = b a, se x 2 [a:b];
0, caso contrário.
a) A ditribuição U [0; 2] domina distribuição U [0; 1]? Em que ordem?
b) A distribuição U [ 1; 1] domina a distribuição U [ 2; 2]? Em que ordem?
(desenhar os grá…cos pode ser útil.)
Solução 4 a) Temos que a distribuição U [0; 2] domina estocasticamente em
primeira ordem a distribuição U [0; 1]. Para veri…car considere qualquer função
utilidade crescente u(:) e vamos avaliar a comparação entre a utilidade esperada
nas duas loterias:
Z 2 Z 1 Z 1 Z 2 Z 1
u(x) u(x) u(x)
E[0;2] (u) E[0;1] (u) = dx u(x)dx = dx + dx u(x)dx
0 2 0 0 2 1 2 0
Z 2 Z 1 Z 2
u(x) u(x) u(x) u(x 1)
= dx dx = dx > 0:
1 2 0 2 1 2
b)Agora temos que a distribuição U [ 1; 1] domina estocasticamente de segudna
ordem U [ 2; 2]. Para veri…car considere u(:) côncava. Então
Z 1 Z 2 Z 1 Z 1 Z 1 Z 2
u(x) u(x) u(x) u(x) u(x) u(x)
dx dx = dx dx + dx + dx
1 2 2 4 1 2 2 4 1 4 1 4
Z 1 Z 1 Z 2
u(x) u(x) u(x)
= dx dx + dx
1 4 2 4 1 4
Z 1 Z 1 Z 1
u(x) + u(x 1) u(x 2) u(x + 1)
= dx dx + dx
0 4 0 4 0 4
Z
1 1
= f[u(x 1) u(x 2)] [u(x + 1) u(x)]g dx 0:
4 0
A última desigualdade vale pela concavidade de u(:), uma vez que isso implica
que uma unidade a mais de consumo gera ganhos decrescentes com o nível de
renda. (Para provar, usa-se apenas o Teorema do Valro Médio).
Problema 5 (Prova 2007) Derive e mostre que a aproxmação de Arrow-Pratt
para o prêmio de risco, quando o risco é multiplicativo, é uma função linear do
coe…ciente de aversão ao risco relativo. Mostre que a aproximação é crescente
na renda se o coe…ciente de aversão ao risco também o for.
3
Solução 5 Ver apostila.
u(w0 ) = E [u (w0 + x
~ + p)] :
u(w0 ) = E [u (w0 + 1x
~ + g( 1 ))] ; (1)
u(w0 ) = E [u (w0 + 2x
~ + g( 2 ))] e (2)
u(w0 ) = E [u (w0 + tx
~ + g( t ))] : (3)
Então combinando (1) e (2) temos:
g( t ) > g( 1) + (1 )g( 2 ).
4
1. Suponha que um consumidor tem uma relação de preferência no
espaço de loterias L. Para dado (m, v) ∈ X := {(m, v) ; m ∈ R, v ≥ 0}
seja (m, v) = {L ∈ L; E[L] = m, Var (L) = v}. Suponha que sa-
tisfaça a seguinte propriedade: para 0 < p < 1, x ∈ R,
y > z =⇒ y ◦ (1 − p) ⊕ x ◦ p z ◦ (1 − p) ⊕ x ◦ p.
1
Professor: Paulo Klinger Monteiro Microeconomia I - 2009
Monitor: Pedro Miguel Olea de Souza e Silva EPGE
Gabarito - Lista 8
Portanto, pela Proposição 48, a produção ótima sob P̃ é maior do que a produção sob
P.
Exercı́cio 4. Tome
√ 0 e d = 1. Temos a − c = 0.35 < 0.4 = d − b e
a = 0.35, b = 0.6, c = √
b < d. Mas EF x ' 0.687187 > 2/3 = EG x.
1
Gabarito Prova 1 2008 - Microeconomia I
Prof. Carlos Eugênio
Monitor: Vitor Farinha
Questão 1 (2 pontos)
@V (p;y)=@p1 y
a) (0,5 ponto) Pela identidade de Roy: x1 (p; y) = @V (p;y)=@y = + p1 e
@V (p;y)=@p2 y
analogamente x2 (p; y) = @V (p;y)=@y = + p2 :
Temos então
( + ) ( + ) u1=3 k
e(p; u) = p1 p2 ; onde exp :
( + )
@e(p;u) ( + ) ( + ) p2
( + )
c) (0,5 ponto) 1 (p; u) = @p1 = + p1 p2 = + p1 ,
p1
( + )
e analogamente 2 (p; u) = + p2 :
d) (0,5 ponto) Para provar que a matriz de slutsky é simétrica basta ver que
@ 1 (p;u)
@p2 = @ @p
2 (p;u)
1
:
De fato, temos que:
@ 1 (p; u) 1 @ 2 (p; u)
= = :
@p2 ( + )2 ( + ) ( + ) @p1
p1 p2
Questão 2 (2 pontos)
1
c) (0,7 ponto) Seja
c arg minx j p j x j
j (p j ; u; xj ) =
s.a. u(x j ; xj ) u
(Hicksiana condicional); e
arg minx p x
j (p; u); j (p; u) =
s.a. u(x j ; xj ) u
(Hicksiana tradiconal).
c
@ i (p ;u;p ; (p;u))
Como @ @pi (p;u)
i
e j j
@pi
j
são negativos (a demanda condicional
também vem de um problema de minimização de custos, e logo o jacobiano
da demanda em relação a preços é negativo semide…nido também) temos
que o efeito de uma variação no preço i sobre a demanda compensada do
bem i é maior no longo prazo (com ajuste de todas as quantidades) do
que no curto prazo (com nível de xj …xado).
Questão 3 (1 ponto)
RTi = t xi (p + t; yi )
= (p + t) xi (p + t; yi ) p xi (p + t; yi )
= yi p xi (p + t; yi ):
2
Ao mesmo tempo temos que a variação equivalente desse indivíduo é
EVi = ei (p; ui0 ) e(p; ui1 )
= ei (p; vi (p; yi )) ei (p; vi (p + t; yi ))
= yi ei (p; vi (p + t; yi )):
Mas temos que ei (p; vi (p+t; yi )) p x(p+t; y) (geralmente menor estrito, já que
o indivíduo pode achar uma forma mais barata de atingir utilidade vi (p + t; yi )
- visto em monitoria). Logo EVi RTi :
Esse resultado sugere que o governo deveria arrecadar diretamente da renda dos
indivíduos ao invés de taxação sobre os preços dos bens. Ele pode arrecadar
mais gerando a mesma perda de bem-estar, ou então poderia arrecadar o mesmo
montante com perda de bem-estar menor. O problema é que a variação equiv-
alente do indivíduo i é de…nida por EVi = yi ei (p; vi (p + t; yi )), então para o
governo arrecadar a variação equivalente de cada indivíduo ele teria que poder
identi…car cada um (saber a renda e a preferência de todos).
3
E temos que a (pré) ordenação de preferências sobre S2 independe da escolha
de x10 2 S1 .
t0 Y , se Y < Y
Tarifa ) T (Y ) = (t0 < t1 e Y = wl:)
t0 Y + t1 (Y Y) , se Y Y:
E a utilidade é
u(c; l) = log c + log(1 l):
I1
l1 (w; t0 ; t1 ; I1 ) = 1 1+ , e da mesma forma,
1+ w(1 t1 )
I2
l2 (w; t0 ; t1 ; I2 ) = 1 1+ :
1+ w(1 t1 )
i, ii e iii)
4
Questão 6 (2 pontos)
onde:
maxxi ui (xi )
vi (pi ; yi ) = (3)
s:a: pi xi yi
para i = 1; :::; I. O problema (2) determina a alocação da renda en-
tre os grupos, enquanto o problema (3) se refere a otimizção dentro de
cada grupo, e gera um vetor de demandas marshalianas, para cada renda
alocada para o grupo:
arg maxxi ui (xi )
(xi1 (pi ; yi ); :::; xini (pi ; yi )) =
s:a: pi xi yi :
mas que
lim xn lim yn :
5
Porém,
Então
U (lim xn ) U (lim yn ) ) lim xn % lim yn ;
uma contradição.
e) (0,4 ponto) Falso. Como sua demanda excedente era zero, o indivíduo pode
continuar comprando a mesma cesta aos novos preços, então estará pelo
menos tão bem quanto antes (de fato, ele pode estar melhor!).
6
Gabarito da Prova 2 de Microeconomia I - 2008
Professor: Carlos E. E. da Costa
Monitor: Vitor Farinha Luz
v(p; y) = y (p):
Pois como u(:) é homogênea de grau 1 e sabemos que as demandas serão ho-
mogêneas de grau 11 , temos
I
Com condição de primeira ordem (o problema é côncavo em fyi gi=1 )
i
= ;
yi
I
X
yi = y:
i=1
1 Suponha, por contradição, que temos x(p; y) 6= x(p; y). Então, como x(p; y) era factível
com a renda y, ou seja, p x(p; y) y, então x(p; y) é factível com a renda y (p x(p; y) =
(p x(p; y)) y). Então temos que x(p; y) x(p; y) ) 1 x(p; y) x(p; y) (homoteti-
cidade de %). Mas então, como 1 x(p; y) é factível à renda y, então x(p; y) não poderia ser
a demanda, uma contradição.
1
x
^ (w; y) = arg min x w:
(y;x)2Y
x (w; p) = x
^ [w; y (w; p)] ) @i xi (w; p) = @i x
^ [w; y (w; p)]+@y x
^ [w; y (w; p)] @i y (w; p) :
(0,6 ponto) b)Temos que vale (p1 p2 ) [y (p1 ) y (p2 )] = p1 [y (p1 ) y (p2 )]+
p2 [y (p2 ) y (p1 )]. Mas, por de…nição de função lucro:
p1 y(p1 ) p1 y; 8y 2 Y e
p2 y(p2 ) p2 y; 8y 2 Y:
(0,8 ponto) c)O problema do indivíduo i então pode ser escrito como
" K K
!#
X X
max E u Wi ak pk + ak Rk :
a1 ;:::;aK 2RK
+ k=1 k=1
Como Wi > 0 (e logo desigualdade acima independe ddo valor Wi ), então temos
ak
que essa condição de primeira ordem de…ne a razão W i
, e logo também de…ne
2
ak
k = W i
pk . Logo se dobramos a rende de um indivíduo, ele consederará ótimo
comprar o dobro em todos os ativos. O nome dessa função é CRRA (Constant
relative risk aversion), ou seja, a avaliação de risco desse indivíduo, em relação
a sua riqueza, é sempre a mesma. (Note que a CPO pode resumir a decisão
pois a gunção objetivo é côncava - > 0).
Solução 3 (0,5 ponto) a) O valor mínimo que um indivíduo pelo qual ele se
dispõe a vender a loteria é pv de…nido por:
u (W + G) + (1 )u (W + B) = u(W + pv ): (1)
Esse é o valor que deixaria o indivíduo entre …car indiferente entre a loteria e
a venda (nesse caso não há incerteza). A compensação ocorre quando o agente
tem certeza. Para qualquer valor acima desse o indivíduo aceita vender a loteria
(sendo u(:) crescente). (Caso essa loteria tivesse valor esperado nulo, esse seria
o prêmio de risco.)
(0,5 ponto) b)O valor máximo que o indivíduo está disposto a pagar é pc
de…nido implicitamente por:
u (W + G pc ) + (1 )u (W + B pc ) = u(W ): (2)
Nesse caso o indivíduo paga pc quando a incerteza ocorre (ele comprou a loteria,
então terá incerteza e pagará o preço). Para qualquer valor abaixo desse o indi-
víduo aceita comprar a loteria (sendo u(:) crescente). (Caso o valor esperado da
loteria fosse nulo, esse seria o prêmio de risco compensado discutido na última
lista.)
) pc = p v .
Então temos que se o indivíduo possue aversão absoluta ao risco constante,
então pv = pc .
3
O caso em que o indivíduo é neutro ao risco é um caso especí…co de aversão
absoluta ao risco constante, já que u00 (:) = 0, mas é o único caso em que a
função não pode ser expressa na forma descrita acima. Se o indivíduo é neutro
ao risco (u(c) = c), então (1) …ca
(W + G) + (1 ) (W + B) = W + pv
) pv = G + (1 )B:
(W + G pc ) + (1 ) (W + B pc ) = W
) pc = G + (1 )B:
Assim pc = pv .
p
(0,5 ponto) d)Nesse caso temos G = 44, B = 21, W = 100 e u(x) = x.
Então a expressão (1) …ca
p p p
100 + 44 + (1 ) 100 + 21 = 100 + pv
p
12 + 11(1 ) = 100 + pv
2
pv = (11 + ) 100:
(não tem uma forma fechada, mas a função já está de…nida implicitamente - a
equação só tem uma solução.)
4
Dessa equação podemos ver que o que importa para o indivíduo ao comprar um
ativo correlacionado com algum choque é como esse choque afeta a utilidade
marginal da renda (a função (:) não é importante).
E 0
[y "] (" p) = Cov 0
(y ") ; " p :R0, R 0:
^i (w; y)
dependendo de ser o insumo ‘normal’— @y x ^i (w; y) <
0 — ou inferior— @y x
0: Como dy=dp > 0, o resto segue daí.
P
(0,5 ponto) b) Falso. Geralmente teremos d (p; u) = dp h S h p; uh +
5
dpH onde H é uma matriz negativa semi-de…nida e simétrica. Ela é nec-
essariamente simétrica para que exista um consumidor representativo positivo
(condição necessária mas não su…ciente) e tem que ser negativa semi-de…nida
para que o consumidor representativo seja normativo.
(0,5 ponto) d) Verdadeiro. Seja U (:) a função utilidade que de…ne preferências
sobre sequências de consumo fct gt2N . Então temos que se U (:) é recursiva,
então
t=T
X
t T +1
U (c) = u(c0 )+ U (c1 ) = u(c0 )+ u(c1 ) + U (c2 ) = ::: = u(ct )+ U (cT +1 ):
t=0
6
Prova de Reposição de Micro I
18/04/2008
y = minf x1 ; x2 g; ; > 0:
a) Mostre que a demanda condicional de fatores independe dos preços. Explique a razão
econômica para isso.
b) Ache as funções lucro, demanda de cada insumo e oferta do produto.
c) Suponha que o insumo 1 seja usado somente nessa indústria (ou seja somente por
…rmas que produzem este bem.) É razoável, neste caso, supor que a oferta da indústria
é in…nitamente elástica? Que hipótese adicional sobre a oferta do insumo garante este
resultado?
1
2) Mostre que ao passar de N = 2 para N = 3; o risco carregado por cada agente é
reduzido no sentido de dominância estocástica de segunda ordem. [dica: desenhe a CDF]
Questão 4 (2 pontos):
a) Suponha que um agente tem preferências homotéticas. Mostre que existe uma
representação para suas preferências que induz uma função utilidade indireta
i
mostre que a regra ótima de repartição de renda é (p; y) = i y, onde y é a renda
agregada da economia.
2
Gabarito da Prova Substitutiva de Microeconomia I - 2008
Prof.: Carlos E.E. da Costa
Monitor: Vitor F. Luz
w1 x1 + w2 x2
[xc1 (w; y); xc2 (w; y)] = arg min
x1 ;x2 0 s.a. min f x1 ; x2 g y:
Podemos ver facilmente que xc1 6= xc2 nunca é solução (com preços posi-
tivos), pois imagino uma "solução" com xc1 > xc2 , então pela restrição temos
xc1 > xc2 y, assim a …rma poderia diminuir na margem a demanda de x1 ,
diminuindo seu custo e ainda satisfazendo a restrição. Sabemos também que a
restrição vale na igualdade, senão teríamos xc1 > y e xc2 > y e a …rma pode
diminuir na margem qualquer um de seus insumos. Então temos
y y
xc1 (w; y) = xc2 (w; y) = y ) [xc1 ; xc2 ] (w; y) = ; :
Pode ser visto que a demanda condicional não depende do preço dos fatores. Isso
se dá pois essa é uma tecnologia de proporções …xas, então não há nenhum grau
de substitutabilidade entre os fatores e logo os preços relativos não importam.
b) (0,5 ponto) temos que (vide Gabarito da questão 4 da Lista 6 - item (d))
8 w1 w2
< [+1; +1; +1; +1] , se p > + ;
w1 w2
[y; x1 ; x2 ; ] (p; w) = [0; 0; 0; 0] , se p < + ;
: w1 w2
[N D; N D; N D; 0] , se p = + :
c) (0,5 ponto) Dados os preços dos insumos, a oferta da …rma é de fato in…ni-
tamente elástica ao preço w1 + w2 . No entanto também precisaríamos (e no
problema estamos implicitamente assumindo) que a oferta dos insumos fosse in-
…nitamente elástica aos preços w1 e w2 , pois observe que a …rma precisa poder
comprar qualquer quantidade dos fatores a esse preço. Então não parece
razoável esperar que na economia uma …rma possa produzir uma quantidade
inde…nidamente grande de algum produto (vivemos em um mundo de recursos
escassos).
1
Questão 3) (1 ponto) Vide gabarito da questão 1 da Lista 8 (itens (a) e
(b) valem 0,5 ponto cada).
b) (0,75 ponto) Seja (p) e y(p) as funções lucro e oferta de uma …rma, re-
spectivamente, então temos que y(p) = Dp (p) ) Dp y(p) = Dp2 (p), e pela
convexidade de (p)1 temos que Dp y(p) é positiva semi-de…nida, o que implica
que @y@p
i (p)
i
0, 8i. Então segue que a oferta de cada produto é crescente em
seu preço e a demanda de cada insumo é decrescente em seu preço (lembre que
se yj é um insumo então yj < 0).
Questão 6) (2 pontos)
a) (0,5 ponto) Verdadeiro. Considere o problema de minimização de custos do
consumidor
p x
e(p; u) = minn
x2R+ s.a. u(x) u:
c) (0,5 ponto) Falso. Os custos …xos nao importam no longo prazo (na verdade,
a própria de…niçaõ de longo prazo é o prazo no qual os insumos …xos podem ser
variados). Então as curvas de longo prazo são iguais se a …rma difere em custos
…xos não afundados. Enquanto isso, a segunda parte da a…rmativa está correta.
Custos afundados não afetam decisão alguam da …rma.
d) (0,5 ponto) Falso. como o lucro é uma função convexa, o lucro esperado cresce
com a variabilidade dos preços (variabilidade no sentido de mean preserving
spread ). Veja que, pela desiguldade de Jensen, E [ (p)] [E(p)].
1 Considere p ; p 2 Rn
1 2 ++ e 2 [0; 1] quaisquer e de…na p = p1 + (1 )p2 e y1 ; y2 ; y
como as ofertas aos respectivos preços. Então temos que p1 y1 p1 y e p2 y2 p2 y , logo
(p1 y1 ) + (1 )(p2 y2 ) [ p1 + (1 )p2 ] y , ou seja, (p1 ) + (1 ) (p2 ) (p ).
2
Microeconomia I - 2008
Prof.: Carlos E. E. L. da Costa
Monitor: Vitor Farinha Luz
Questão 4 (1a prova 2006) Considere uma sociedade onde todas as pessoas
têm as mesmas preferências sobre lazer e consumo representáveis pela função
( 1
i
u (c; l) = c1 + l1 1
para > 0; 6= 1 8i
log c + log l para = 1
1
h 1 i i
h 1 i 1 1
@l(wi )
wi + 1 @l(w )
@wi = 0 ) @wi = wi +1 1
wi l(wi ):
Logo,
@l(wi )
R 0 , R 1 , ei S 1:
@wi
(Note que no problema é sempre não negativo.)