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NGuyen Quoc Dinh, Patrick Daillier e Alain Pellet, Droit Internacional Public, 4ª
Edição, 1999, p. 79
O fundamento do DI
Portanto essas normas jurídicas são obrigatórias - porque razão essas normas
são obrigatórias? Qual o fundamento da obrigatoriedade do DI
Doutrinas voluntaristas
Em qualquer das suas vertentes, negam o DI e fá-lo de uma forma muito sub-
reptícia: afirma o Estado como entidade soberana e omnipotente e logicamente
a obrigatoriedade internacional dependerá da vontade do Estado. O direito
obriga porque foi querido.
Tese normativista
A superação do voluntarismo foi tentada com a Escola de Viena de Direito
Público, sob a influência da Escola Italiana de DI.
Hans Kelsen numa 1ª fase fugiu do problema, com a alegação de que nenhuma
razão jurídica impunha que se desse preferência a qualquer das duas hipóteses
e portanto, a escolha far-se-ia no âmbito político. Mais tarde muda de ideia e diz
que razões jurídicas impunha que se considerasse o DI superior ao direito
interno.
Kelsen propôs a regra do pacta sunt servanda- esta regra impunha pois aos
Estados o respeito pela palavra dada e ela fundamenta a obrigatoriedade do DI.
Esta regra é muito frágil, pois não fundamenta a obrigatoriedade para a mais
importante fonte do DI que é o costume. Por isso Kelsen substituiu esta regra
por uma outra cosuetudo est servanda. Esta passaria a ser norma fundamental que
fundamenta a obrigatoriedade do DI. Mas donde resulta a força obrigatória
desta norma fundamental?
Esta norma fundamental é apenas uma mera hipótese, uma ficção e a força
obrigatória do DI não pode derivar de uma simples hipótese lógica.
Tese jusnaturalista
Mas foi no sec. XIX que surgiria a nova doutrina do direito natural. Para esta
doutrina, a juridicidade da norma jurídica e, portanto do DIP, resulta da sua
conformidade com os princípios suprapositivos (valores inerentes à condição
humanista e sentido pelos povos e pela sociedade internacional, como sejam os
princípios gerais do direito) que decorrem de uma ordem normativa superior,
cuja existência se admite.