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Índice
1 A quem se destina
2 Por quem é realizado
3 Objectivos
4 Protocolos do APH
5 Ligações externas
A quem se destina
O Atendimento pré hospitalar é destinado às vítimas de trauma
(acidentes de trânsito, acidentes industriais, acidentes aéreos etc), violência
urbana (baleado, esfaquado etc), mal súbito (emergências cardiológicas,
neurológicas etc) e distúrbios psiquiátricos visando a sua estabilização clínica
e remoção para uma unidade hospitalar adequada.
Objectivos
As manobras de salvamento são realizadas visando retirar a(s)
vítima(s) de uma situação hostil (incêndio, preso em ferragens, ambiente
confinado, altura, aquático etc) realizando a remoção da mesma para uma
área adequada possibilitando o atendimento de SBV, isto é, sem manobras
médicas invasivas e/ou SAV (com manobras médicas invasivas). No Brasil as
Manobras de SAV somente podem ser realizadas por médicos.
Protocolos do APH
No Mundo existem diversos protocolos e modelos de atendimento pré
hospitalar, destacando o Protocolo Norte-Americano e o Protocolo Francês, no
primeiro aplica-se o conceito de chegar à vítima no menor tempo possível,
realizar manobras essenciais para estabilizá-la e removê-la o mais rápido
possível a um hospital adequado (princípio conhecido como hora de ouro).
Bombeiros x SAMU
A integração entre o SAMU e Bombeiros não é expressiva. Os pioneiros
não abrem mão do seu sistema de atendimento e sua hierarquia, enquanto o
SAMU, regulamentado de acordo com todas as portarias vigentes, se propaga
como modelo nacional. “Mais que um choque de competências, é um embate
de diálogo e treinamento.” (Mir/2004). O prazo cedido pela Portaria nº
814/GM de 2001 foi de três anos para que todos os serviços de APH se
adequassem as suas normas, entretanto, a padronização nacional ainda não é
uma realidade.
Na maioria das cidades os dois serviços não são integrados e sequer
possuem comunicação entre si, isso implica, muitas vezes, no acionamento
dos dois órgãos para a mesma ocorrência, aumentando o gasto público, atrito
entre os profissionais e, principalmente, deslocando desnecessariamente uma
ambulância. Vale ressaltar que em algumas cidades, como por exemplo,
Araras/SP e Rio de Janeiro/RJ, o Bombeiro e o SAMU são integrados, no Rio
de Janeiro, especialmente, o Corpo de Bombeiros é quem coordena o SAMU,
despachando algumas vezes viaturas do 192 para ocorrências acionadas pelo
193, inclusive. Isso ocorre porque algumas ambulâncias ficam alocadas em
quartéis dos bombeiros.
O conflito entre as duas entidades esta longe de ser simples. O diálogo
deve ser intensificado e direcionado para um ponto comum: Melhor resposta
e atendimento. No ponto de vista da maioria dos especialistas, mais
importante do que discutir a padronização dos sistemas é criarem uma
regulação médica única e articulada. Talvez esse seja o primeiro passo para
melhorar o sistema.
Modelos
Existem dois modelos predominantes de serviço de emergência médica
no globo: O Anglo-americano e o Franco-alemão. O segundo iniciado nos anos
60 e legalizado em 1986, baseia-se na ampliação do raio de ação do hospital,
levando à vítima quase todo tratamento disponível em um hospital. O que
permite tal abrangência e especificidade é a utilização da tele-coordenação
médica (regulação), a qual possibilita a triagem dos atendimentos e reserva
de vagas nos hospitais de referência para vítimas graves. Além disso, o
regulador médico tem controle sobre recursos públicos e privados para o
atendimento de pacientes.
O modelo Anglo-americano surge nos EUA em 1966, mediante
iniciativas da National Highway Traffic Safety Administration e do
Departament of Health and Human Services. Dois anos depois foi criado um
telefone único para emergência, o famoso 911. O modelo baseia-se em um
principio chamado load and go, que preconiza estabilização e transporte
rápido dá vítima para o hospital qualificado mais próximo, onde será realizado
o tratamento definitivo. Os provedores de saúde neste sistema são os
paramédicos, que recebem formação técnica, e atuam sem supervisão
médica.
A disputa
Os dois modelos são adotados em diversos países, sendo o sistema
Anglo-americano o que possui uma lista maior. Entretanto, não existe
nenhum estudo comparativo entre os dois. O modelo anglo-americano tem
um custo financeiro maior, mas é facilmente implantado. No sistema franco-
alemão o atendimento pré-hospitalar ao paciente é mais amplo e completo,
com forte carga de atendimento social. Em contrapartida, sua implementação
é complexa e depende da integração de diversas esferas governamentais. Um
ponto de tangência entre os dois modelos é que nenhum pretende oferecer o
tratamento definitivo ao paciente.
O sistema ideal
Antes de tentar definir qual o melhor modelo de atendimento pré-
hospitalar, devemos estabelecer as características locais, através da
observação e análise de dados estatísticos e indicadores sociais. O sistema de
emergência médica deve visar, acima de tudo, um atendimento de qualidade
e eqüidade, proporcionando o bem-estar do paciente.
O que é trauma?
A palavra trauma é oriunda do grego (tráuma), a qual significa ferida.
Atualmente, utilizamos quase todas suas derivações, por exemplo,
traumatismo e traumatizante. Entretanto, segundo Luís Mir, hoje há uma
consolidação do uso da palavra “trauma” para aspectos psíquicos e
“traumatismo” para os físicos.
O trauma psíquico pode ser percebido quando um indivíduo, após algum
choque emocional violento, passa a modificar sua personalidade,
sensibilizando-a em relação a emoções da mesma natureza e podendo
desencadear problemas psíquicos. Já o traumatismo (trauma físico) são
lesões orgânicas produzidas por transferência de energia proveniente de
agentes externos, esses se compreendem em: físicos, mecânicos e químicos.
Em última análise, segundo o Colégio Americano de Cirurgiões,
podemos definir trauma físico como um evento nocivo que advém da
liberação de energias específicas ou de barreiras físicas ao fluxo normal de
energia.
Trauma como doença
Para que uma doença ocorra, alguns itens devem interagir: (1) Um
agente que cause a doença - energia; (2) Um hospedeiro na qual o agente
possa residir – ser humano; (3) Um ambiente apropriado em que os dois
possam interagir – local do evento. O trauma se comporta de maneira
semelhante a uma doença qualquer, por exemplo, o hospedeiro pode ser um
adulto jovem que ingeriu bebida alcoólica e conduz um veículo automotor; o
agente pode ser a alta velocidade em que o veículo é conduzido; e o
ambiente pode ser uma via pública com o asfalto molhado pela chuva. A
interação desses fatores produz a doença chamada de trauma.