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DECISÃO
Na origem, versam os autos sobre ação indenizatória proposta por NELCI NICOLI
DOS SANTOS, ora recorrida, contra o hospital recorrente. O fato que teria ocasionado a ação
consistiria em erro de diagnóstico procedido pelos prepostos do HOSPITAL DE CLÍNICAS DE
PORTO ALEGRE.
A vítima alegou na inicial que foi atendida por vários anos pelos médicos da
instituição recorrente e obteve o diagnóstico de epilepsia, sendo que, anos depois,, descobriu que
possuía tumor no cérebro. Sustentou que o erro de diagnóstico decorreu de negligência dos
médicos que não realizaram exame de tomografia, apesar de seus insistentes pedidos.
Aduz o hospital recorrente que antes do inicio da fase instrutória do processo, em
primeira instância, requereu que o magistrado se pronunciasse sobre eventual aplicação das
normas do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e conseqüente inversão do ônus da prova. O
magistrado singular entendeu que existia entre as partes efetiva relação de consumo, aplicando o
CDC e invertendo o ônus da prova.
O recorrente insurge-se contra essa decisão, sustentando que não a hipótese não
Documento: 25136376 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 16/10/2012 Página 1 de 3
Superior Tribunal de Justiça
caracteriza relação de consumo, pois ausente o elemento remuneração previsto no artigo 3º, § 2º,
do CDC.
Foi negado provimento ao agravo de instrumento interposto (e-STJ fl. 33) e os
embargos declaratórios opostos foram rejeitados.
No especial, sustentou violação do artigo 3º, § 2º, do CDC.
É o relatório.
DECIDO.
Não procede a irresignação.
O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que prestadores de serviços, ainda
que remunerados indiretamente (como é o caso de hospitais públicos, remunerados
indiretamente via tributação, ou mesmo os hospitais cuja natureza jurídica caracteriza-se como
sem finalidade lucrativa) subsumem-se às normas do CDC. Veja-se: