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Teoria Geral dos Recursos

1) Sentido étimo da palavra Recurso: novo curso voltado para trás (ré + curso), literalmente,
regresso ao ponto de partida.

É o meio de impugnação de uma sentença que causou prejuízo à parte, que postula pela reforma da
sentença no mesmo órgão jurisdicional ou em outro superior.

É o meio de impugnação que a lei concede às partes que tenham sofrido um gravame, por motivo de
uma decisão judicial desfavorável que contém, em seu entender, um erro de juízo ou um erro formal,
sendo, pois, injusta ou irregular, com a finalidade de obter, mediante novo estudo das questões
resolvidas, sua revogação, modificação ou nulidade, de modo mais favorável a seus interesses, pelo
mesmo tribunal ou tribunal superior.

Ex.: indivíduo é condenado a 15 anos de reclusão pelo crime de roubo, entra com apelação,
impugnando essa decisão e postulando pela reforma do julgado;

 Quando se fala em recurso com pedido de reexame, serve tanto para o MP (autor da ação)
quanto para o réu;

2) Duplo grau de jurisdição: é constituído por dois órgãos:


a) Órgão superior: Juízo ad quem, 2ª ou 3ª instância;
b) Órgão inferior: Juízo a quo ou 1ª instância.
 Já foi ministrada a matéria de competência funcional vertical, essa matéria tem haver com
recursos;
 Sempre haverá essa graduação de inferior e superior;

Ex.: supõe que o juiz da primeira vara criminal condena o indivíduo a 5 anos e 6 meses de reclusão por crime de
roubo. O réu vai interpor recurso de apelação para o Tribunal de Justiça que figura como órgão superior, ou seja,
aquele que irá reexaminar a matéria do recurso de apelação.

Ex.: se você entra com recurso de apelação, contra uma decisão de juiz de primeira instância; havendo
julgamento do Tribunal de Justiça pode haver a interposição de recurso especial ou extraordinário, nesse caso, o
órgão superior será o STJ ou STF e o inferior será o Tribunal de Justiça;

3) Razões do duplo grau de jurisdição: há 2 motivos que justificam o chamado duplo grau de
jurisdição, são eles:
a) Maior certeza do julgado: havendo reexame por juízes mais experientes, ter-se-á uma certeza
em torno daquilo que foi decidido e do direito que deve ser aplicado na situação litigiosa concreta.
 Se o juiz de primeiro grau julga um determinado litígio, e, há recurso, esse litígio que foi julgado
em primeiro grau será reexaminado por um Tribunal. Logicamente, quem está no Tribunal é juiz com
maior expertise do que os juízes de primeiro grau;
 É próprio do ser humano buscar uma segunda opinião;
b) Melhor adequação na decisão: significa que sabendo o juiz que sua sentença poderá passar
pelo crivo do reexame, ele procura adequar melhor sua decisão em termos de direito.
4) Exceção ao duplo grau de jurisdição: quando o próprio juiz que proferiu a decisão a reexamina, a
exemplo, do que acontece com os embargos declaratórios, infringentes ou de nulidade.

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Fontes dos recursos
São eles:
1) Constituição Federal: contém normas recursais de órgãos afetos à União.
Tipos de recursos: são duas espécies de recursos em nível constitucional:
a) Recursos excepcionais: Especial e o Extraordinário:
b) Recursos ordinários: tem duas espécies de recurso ordinário:
a. Recurso ordinário de decisão denegatória de habeas corpus e de mandado de segurança;
b. Recurso ordinário de decisão proferida por Tribunal Regional Federal envolvendo crimes
contra a segurança nacional.
2) CPP: é uma das grandes fontes de recursos ordinários, a exemplo da apelação, recurso em sentido
estrito, embargos de declaração, embargos infringentes ou de nulidade.
3) Leis ordinárias: estabelece algumas modalidades recursais:
a) Lei 8.038: essa lei tem os recursos: agravo de instrumento; inominado e embargos de
divergência;
b) Lei 7.210 (LEP): prevê o agravo de execução;
4) Regimento Interno de Tribunal (RI): normalmente o regimento interno prevê recurso contra
decisão unipessoal (exemplo relator) ou por vários juízes (decisão colegiada). São exemplos de
recursos regimentais: agravo regimental; embargos declaratórios.
 Nos tribunais, normalmente a decisão é coletiva, por isso colegiado;
 Em São Paulo, a câmera criminal é composta por 3 desembargadores;
 O STJ é composto por 5 ministros;

Sucumbência

1) Sucumbência: é prejuízo, gravame decorrente de uma decisão.


2) Classificação da sucumbência: pode ser:
a) Única e múltipla: será única quando atingir um único sujeito processual e será múltipla quando
atingir mais de um sujeito processual (Ex. condenação de dois réus).
b) Direta e reflexa: será direta quando atingir qualquer parte da relação processual e será reflexa
quando atingir pessoa fora da relação processual (Ex. ofendido ou seu representante legal);
c) Total e parcial:
 Sucumbência total é quando o prejuízo é integral.

Ex.: réu é condenado pelo crime de furto, que é objeto da denúncia. Isto é, o indivíduo foi denunciado pelo crime
de furto e condenado pelo crime de furto, portanto seu prejuízo foi total;

 Sucumbência parcial: quando o prejuízo não for total.

Ex.: indivíduo é denunciado pelo crime de estelionato e falsidade documental, somente é condenado pelo
estelionato, sendo, portanto, absolvido pelo crime de falsidade documental;

3) Influência da sucumbência: o interesse recursal pressupõe a sucumbência. Quem não sofreu


prejuízo em decorrência da decisão não pode recorrer.
 Sem prejuízo não pode haver recurso;
 Para que o indivíduo tenha legitimidade recursal, tem que a haver a sucumbência;
 Se o réu for absolvido, o réu não pode recorrer;
 Dependendo do motivo pelo qual foi absolvido estará sujeito a reparação de dano, por isso
poderá recorrer nesse sentido;
 Se o réu for absolvido quem terá interesse recursal será o MP, pois foi ele que perdeu;
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 Se o réu é condenado, ele sofreu prejuízo e terá interesse recursal;
 Se houver condenação, em princípio o MP, não tem interesse recursal, mas poderá recorrer
para agravar a pena (aumentar a pena);
 De qualquer forma terá que verificar o interesse recursal em termos de prejuízo;

19/02/2014

Pressupostos recursais
São condições prévias para que o recurso seja conhecido.

Pressupostos Objetivos:
a) Tempestividade: o legislador previu para as várias formas recursais prazos determinados.

Ex.: Apelação, 5 dias; embargos de infringentes, 10 dias; Recurso especial, 15 dias, etc.

 É importante fixar que, caso o recurso seja interposto fora do prazo determinado, ele não será
conhecido;
Regra de contagem:
 Exclui o dia do começo (artigo 798);
 Se a publicação ou intimação ocorrer em uma sexta-feira, sábado, domingo ou feriado o prazo
começará a fluir no próximo dia útil;
 Se o prazo terminar no final de semana ou feriado, seu término passará para o próximo dia útil;

Os recursos que, por erro, falta ou omissão dos funcionários, não tiverem seguimento ou não forem
apresentados dentro do prazo, não serão prejudicados.

b) Adequação:
a) Para cada tipo de decisão o legislador estabeleceu uma modalidade recursal;

Ex.: a apelação é um recurso destinado a julgar uma impugnação contra sentença de mérito de primeiro grau que
absolveu ou condenou o réu;

Ex.: Recurso especial é adequado para julgar matéria decidida em segundo grau de jurisdição (tribunal);

Ex.: Embargos declaratórios servem para combater obscuridade e ambiguidade, ou seja, quando há erro material
na sentença;

 Erro de interposição: desde que o recorrente não tenha agido de má-fé, o recurso
erroneamente interposto pode ser recebido como sendo o adequado, desde que, a interposição tenha
sido realizada no prazo do recurso adequado. Obs. É o que se denomina princípio da fungibilidade;

Ex.: interposição de recurso em sentido estrito por apelação, ou seja, entra com o recurso em sentido estrito
quando na verdade deveria entrar com apelação;

 Princípio da unirrecorribilidade: esse princípio decorre do princípio da adequação. Isso


significa que para cada decisão tem cabimento um único recurso.
 Essa é a regra, não é possível ter dois meios impugnativos para uma mesma decisão;

Exceção ao princípio da unirrecorribilidade: a decisão que pode ser impugnada, de maneira


cumulativa pelo recurso especial e extraordinário, em petições distintas (será estudado no final do
semestre).
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c) Motivação: motivar é expor as razões de reforma da decisão impugnada. A rigor, aquele que
recorre, deve dizer o motivo pelo qual pleiteia que a decisão seja modificada. De regra, a falta de
motivação é causa determinante do não conhecimento do recurso.
 Motivar nada mais é do que expor as razões de reforma;

Obs. Os recursos especiais e extraordinários não são recebidos se não tiverem motivação;

Pressupostos subjetivos: interesse e legitimidade.


Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo
querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor.
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não
tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.

1) Subjetivo: diz respeito às pessoas.


2) Legitimidade recursal: quem pode recorrer.
a) Querelante: se o autor da ação pena privada sofreu prejuízo em decorrência da decisão, pode
dela recorrer.
 Devemos lembrar que pressuposto para o recurso é a sucumbência;
 Sem sucumbência não há interesse recursal;
b) MP: quando se fala do MP é necessário verificar a legitimidade recursal em três ângulos:
a. Na ação penal pública: o MP, desde que tenha sofrido sucumbência pode recorrer da
decisão.
b. Na ação penal privada subsidiária da pública: o MP somente pode recorrer se o autor da
ação penal deixar de impugnar a decisão.
 É a hipótese do artigo 29 do CPP, já estudado;
c. Na ação penal originariamente privada: em hipótese alguma o MP poderá recorrer da
sentença, isso porque, quem sofre a sucumbência é exclusivamente o particular.
3) Réu: pode, pessoalmente, recorrer da decisão que lhe causou gravame. Pode recorrer por escrito
ou por termos nos autos.
 Na sistemática do CPP o réu pode recorrer pessoalmente, por isso que tem que ser intimado
pessoalmente;
4) Advogado ou defensor: pode recorrer em nome do réu.
5) Ofendido: pode recorrer, quer tenha se habilitado ou não como assistente de acusação.

Recurso Voluntário e necessário:


Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos,
em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz:
I - da sentença que conceder habeas corpus;
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de
circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art.
411. (Art.411 foi revogado)

1) Voluntário: parte sucumbente interpõe caso o queira, é a regra.

Essa liberdade tanto se aplica ao acusado ou querelado como ao MP ou querelante, ao assistente de


acusação, procurador ou defensor de réu ou mesmo ao curador nomeado para o acusado.

2) Necessário (obrigatório ou ex officio): é aquele em que o órgão jurisdicional prolator da sentença


ou decisão é obrigado, por imposição da norma processual penal, a recorrer ex officio. São
exceções. São interpostos no final da própria sentença e embora tais sentenças sejam intimadas as
partes, não transitam em julgado, ficando tão somente o fato criminoso sujeito a prescrição.

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Ex.: no final da decisão o juiz coloca “recorro de ofício da seguinte decisão”; esse recurso também ocorre no civil
quando a decisão é contra a fazenda pública;

Súmula 423 STF:


Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso "ex-oficio", que se considera interposto "ex-lege".

Não é necessário haver motivação, basta que o magistrado, no final de sua decisão, mencione: “desta
decisão recorro de ofício”. Se não há motivação, não há contrarrazões, motivo pelo qual a esse respeito
as partes não devem ser intimadas.

Não há prazo para interposição, podendo o Tribunal conhecê-lo a qualquer tempo.

Hipóteses que o juiz deve recorrer:


a) Concessão de habeas corpus em primeira instância (artigo 574 do CPP);
b) Deferimento de reabilitação (artigo 730 do CPP);
c) Sentenças absolutórias referentes aos crimes contra economia popular ou saúde pública, assim
como nos despachos que determinam o arquivamento da informatio delicti no tangente a esses
crimes.

Obs. O recurso de ofício não impede que haja a interposição de recurso voluntário;

Extinção anormal das vias impugnativas


1) A extinção normal: ocorre quando o recurso é conhecido e julgado no mérito, podendo ser ou não
provido.
2) Extinção anormal: embora conhecido o recurso ele não é julgado no mérito. As hipóteses que
ocorrem a extinção anormal são:
a) Desistência: pela regra geral, os recursos são voluntários. Em decorrência dessa
voluntariedade, a desistência do recurso independe da anuência da outra parte, é unilateral.

Independente da natureza da ação a regra é valida, seja ela pública ou privada. Assim sendo, a
desistência poderá ser operada pelo querelante ou querelado na ação genuinamente privada ou na
subsidiária da pública, ou por seu representante postulatório; pelo réu ou seu defensor, pelo ofendido ou
seu representante legal ou seus assistente, na ação penal pública. Lembrando que, havendo
desistência de recurso pelo querelante na ação penal privada supletiva da pública, pode o MP interpor
recurso substitutivo (art. 29 CPP).

O MP não pode desistir do recurso que haja interposto (artigo 576); Princípio da proibição da
desistência da ação penal (art. 42 CPP). Tem liberdade para interpor, mas uma vez interposto o recurso
pelo MP, passa a vigorar o princípio da indisponibilidade.

b) Falta de preparo ou deserção: preparo são custas pagas para que o recurso seja
procedimentalizado. Ele somente é exigido tratando-se de recurso interposto em ação penal privada,
com exceção desse tipo de ação junto ao JECRIM.

24/02/2014

Efeitos Recursais
1) Efeito Suspensivo: suspende a eficácia do julgado. A sentença uma vez proferida, sendo
condenatória, não gera de imediato sua eficácia. Exemplo: apelação;
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2) Efeito Não Suspensivo: nesse caso a decisão uma vez proferida gera de imediato sua eficácia;
3) Efeito Regressivo: o próprio juiz que proferiu a sentença julga o recurso interposto em relação a
ela. Exemplo: embargos infringentes ou de nulidade, embargos declaratórios;
4) Efeito Devolutivo: nesse caso a matéria impugnada é devolvida para reexame, podendo ser
total ou parcial;
5) Efeito Extensivo: em determinado processo envolvendo dois réus, um é condenado e o outro
também; um réu apela da decisão e o outro não; se for dado provimento a ele, a decisão pode
beneficiar o réu que deixou de recorrer, desde que não se trate de situação de ordem personalíssima.
Havendo recurso por parte de um réu, as circunstancias pessoais em hipótese alguma se comunicam.

Exemplos:
 Sendo Orlando condenado por crime de lesões corporais, o Tribunal o absolve sob o fundamento da
legítima defesa. A absolvição alcança o outro réu que, embora também condenado, deixou de recorrer.
 Tendo o réu recorrido é diminuída a pena por ser ele primário. Essa diminuição da pena não alcança o
outro réu que deixou de recorrer, por ser ele reincidente.

① Apelação (art. 593 e ss do CPP)


Conceito: é um recurso ordinário que tem por finalidade impugnar decisões de mérito de primeira
instância, ou seja, provocar o duplo grau de jurisdição.

Decisões apeláveis:
a) Absolvição ou condenação: se o juiz acolher a pretensão condenatória da decisão cabe
apelação. O mesmo recurso terá adequação, se a sentença desacolher a pretensão punitiva;
b) Sentença que não condena e nem absolve, porém coloca fim à relação processual (decisão de
mérito em sentido estrito): diz respeito à decisão que envolve medida cautelar real (busca e
apreensão, arresto, sequestro, hipoteca legal);
c) Das decisões do Tribunal do Júri (abaixo) quando:
i. Ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
ii. For a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
iii. Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;
iv. For a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
d) Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação (art. 416) – no
Tribunal do Júri.

Impõem-se a delimitação do inconformismo para devolver ao Tribunal a matéria que deve ser de seu
conhecimento para reexame. Se eventualmente o apelante não deixar expresso em sua petição de
interposição recursal a alínea que assenta sua impugnação, desde que em suas razões recursais o
faça, a falta de evidência ficará sanada. Ainda, como a apelação pode ser proposta pelo próprio réu,
não se pode exigir técnica, apesar de ser necessário delimitar a matéria.

Se não ficar evidente, o recurso será inepto.

Sentença ou Decisões Apeláveis do Juiz Singular:


a) Das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular: toda
sentença final proferida por juiz singular cabe apelação, salvo se o Código, por conveniência
processual, faculta expressamente o RESE, como no caso de absolvição sumária ou decretação da
extinção de punibilidade.

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Obs: não estão sujeitas à apelação as sentenças definitivas de condenação ou de absolvição proferidas
por tribunal nos processos de sua competência originária. Em relação a elas tem cabimento o
Recurso Especial e/ou o Extraordinário.

b) Das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos
que não tiver cabimento o RESE:

A diferença entre decisão de mérito em sentido amplo e decisão de mérito em sentido estrito é que
nestas, a relação processual é encerrada, havendo o julgamento do mérito, mas não há condenação
nem absolvição. São as chamadas sentenças terminativas, que além de por fim à relação, impedem
novo julgamento. Portanto, as sentenças definitivas em sentido estrito, ao lado das decisões
interlocutórias mistas, são terminativas de mérito. Quando não cabível o RESE para as decisões
definitivas em sentido estrito ou terminativas, caberá a apelação.

Ex:
 Decisão que julgar o pedido de restituição de coisas apreendidas;
 Que acolher ou não o pedido de especialização e inscrição de hipoteca legal ou arresto;
 Que homologar o laudo pericial de pedido de busca e apreensão em crimes contra propriedade material;
 Que indeferir o pedido de justificação;
 Que julgar pedido de sequestro decretando-o ou determinando seu levantamento, etc.

As sentenças com força de definitivas, chamadas interlocutórias mistas, embora não decidam matéria
de mérito, põem fim a relação processual ou põem termo a uma etapa do procedimento quando, então,
assumem o caráter de não terminativas. Se não houver previsão de RESE, caberá apelação.

Ex: sentença que remetem as partes ao juízo cível no pedido de restituição de coisas apreendidas.

Das Decisões Apeláveis no Procedimento do Júri:


O procedimento do júri tem dois momentos:
 Sumário de culpa:
 Julgamento pelo plenário do júri:

1. Quando houver nulidade posterior à pronúncia:


a) Nulidade no Sumário de Culpa: a partir do art. 422 do CPP, é que poderá surgir nulidade, até antes
do julgamento pelo tribunal do júri;

b) Nulidade no Plenário do Júri: no Plenário do Júri é muito mais fácil o surgimento da nulidade quando
dos atos de instrução, quanto dos demais e quanto do julgamento. Se eventualmente houver alguma
nulidade absoluta, não se terá de argui-la no Plenário, entretanto, se houver ocorrência de nulidade
relativa, a parte que se sentiu prejudicada deverá argui-la e requerer ao juiz que ela conste da ata de
julgamento (sessão), sob pena de preclusão.

Situações previstas no art. 564 do CPP:

Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:


III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri,
quando a lei não permitir o julgamento à revelia;
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos
termos estabelecidos pela lei;
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua
incomunicabilidade;
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k) os quesitos e as respectivas respostas;
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou
das suas respostas, e contradição entre estas.

2. Sentença do Juiz contrária à lei expressa e injustiça na aplicação da pena: nesse caso havendo
condenação por decisão dos jurados, cumpre ao juiz aplicar com a adequação de justiça as normas de
direito penal.
Exemplos:
 Fixação da pena deve ser feita em conformidade com o sistema trifásico (art. 68 do cp).
 Houver a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos (art. 44 do CP), o juiz
deverá fazê-la;
 Acusado for condenado por homicídio privilegiado, o juiz deve diminuir a pena (art. 121, §1º do CP).

3. Sentença do juiz contrária à decisão dos jurados: a sentença do juiz ao aplicar o direito tem que
ser compatível com a decisão dos jurados, por ocasião da votação do questionário. Assim, por exemplo,
se os jurados condenam o réu por homicídio qualificado, o juiz não pode impor a pena do homicídio simples; se o
jurado condena o réu por homicídio privilegiado, o juiz não pode impor a pena do homicídio simples; se a
condenação é por homicídio qualificado, a pena não pode ser imposta por homicídio simples.

4. Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança: sempre


que houver desconformidade entre o preceituado pela lei para a imposição de penas.
Por exemplo:
 Quando o juiz, embora tendo em contas as resposta dos jurados, comete algum equivoco na aplicação da
pena, como em causa de diminuição ou aumento de pena, na fixação da pena base acima do máximo
permitido ou abaixo do mínimo fixado;

Obs: o juízo de apelação não pode cancelar a qualificadora reconhecida pelo Tribunal do Júri

5. Decisão dos jurados manifestamente contrária às provas dos autos: se a decisão dos jurados
não encontrar apoio em nenhuma das provas, ou seja, se ela for oposta de forma manifesta às provas
dos autos, caberá recurso de apelação. Por exemplo:

 Quando a prova carreada nos autos é unânime em caracterizar legítima defesa real, e os jurados, ao
votarem “o jurado absolve o acusado?” responderem negativamente, tal decisão será manifestamente
contrária as provas dos autos ensejando recurso de apelação.

Princípio da Garantia constitucional do Júri.


Se o Tribunal ad quem der provimento ao recurso, manifesta a contradição, ele deverá mandar o réu a
novo júri, não podendo modifica-la.

É vedada nova apelação com fundamento na decisão do colegiado manifestamente contrária a prova
dos autos, ou seja, com suporte no mesmo dispositivo legal. Portanto, senda anulada a decisão e o
acusado submetido a novo julgamento pelo tribunal do júri, não mais poderá ser renovado o apelo para
pleitear nova nulidade. Pressuposto recursal de caráter negativo. Isso vale tanto para a defesa ou a
apelação, ou para o caso da primeira apelação ser da defesa e a segunda na acusação.

Entretanto, se a segunda decisão dos jurados contrária à evidência dos faots for de natureza
condenatória, poderá o acusado, após o trânsito em julgado formal, ingressar com o pedido de revisão
criminal.

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Consequências do Provimento da Apelação
No caso de nulidade posterior a pronúncia, sendo o recurso punido, o réu será submetido a novo
julgamento, desde que não tenha ocorrido a extinção da punibilidade pela prescrição ou outra causa. Se
sobrevier nova condenação a nova não pode ser superior aquela aplicada.

Também haverá novo julgamento pelo júri quando a decisão dos jurados for reconhecida como contrária
as provas dos autos. As demais situações envolvendo decisões do juiz presidente, se o tribunal acolher
o recurso, fará a devida adequação da pena.

Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação


(art. 416) – no Tribunal do Júri.
Hipóteses:

a) Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de


autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. (Art. 414).

Obs: enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa
se houver prova nova.

b) O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado (Art. 415), quando:


I. Provada a inexistência do fato;

II. Provado não ser ele autor ou partícipe do fato;


III. O fato não constituir infração penal;
IV. Demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.

Absorção do recurso em sentido estrito pela apelação: ocorre nos casos em que a decisão pode
dar lugar a apelação por um motivo ou por parte da conclusão, e o recurso em sentido estrito, por outro
motivo ou parte da conclusão. Em tal situação, deverá ser usado a apelação pela maior amplitude.
(Princípio da consunção recursal e unirrecorribilidade). Deverá ser tratada como preliminar, não como
matéria de mérito, pois ela é decorre de um desdobramento da decisão

§ 4o Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido


estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra.

26/02/2014

Tipos de Apelação (art. 599):


 Total: como o próprio nome está indicando, é devolvida para exame toda matéria que foi decidida
em primeiro grau. Trata-se de sucumbência total.
 Parcial: é devolvido para reexame, parte da matéria que foi julgada, tantum devolution, quantum
apelatum (art. 599, CPP). Assim, o tribunal ad quem deve limitar seu reexame à matéria de mérito
estritamente a ele devolvida. O apelo parcial de ambos os vencidos, é devolvido como se pleno fosse.

Ex. Joaquim foi condenado por crime de furto. Seu defensor recorre visando a diminuição da pena.

Emendatio no Tribunal (art. 617):

Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao


disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo,
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porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da
sentença.

Reformatio in pejus e in melliun

Emendatio libelli (art. 383): o juiz quando da sentença classifica definitivamente o crime, podendo
melhorar ou agravar a situação de réu. Ou seja, dá ao fato narrado adequação definitiva em substituição
á provisória ali contida. Se ao juiz de primeiro grau é conferido o poder, mesmo de ofício, de dar ao fato
qualificação jurídica diversa da que constar na denúncia ou queixa, o juízo ad quem, tendo em vista a
devolução da matéria discutida também ostentará o mesmo poder. Assim é possível a emendatio libeli
no tribunal, independente de recurso específico. Entretanto, cumpre advertir que o poder do juízo ad
quem não é tão lato como o do juiz a quo. Ele sofre restrição de ordem legal, não podendo agravar a
situação do réu, quando somente ele interpõe o recurso.

Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou


queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em
consequência, tenha de aplicar pena mais grave.

Não esquecer da reformatio in pejus indireta: sendo a sentença anulada por recurso exclusivo da
defesa, a nova decisão não poderá impor pena mais grave, do que seria gerada pelo transito em
julgado da decisão recorrida.

Reformatio in melliun: não há restrição de reforma visando a melhora do réu, mesmo havendo recurso
exclusivo da acusação, o Tribunal pode melhorar a situação, evitando erro judiciário.

Se houver recurso exclusivo do réu, o tribunal não poderá mudar sua situação para pior.

Razões: a proibição está em que não foi dado ao réu a oportunidade de ampla defesa e o juiz não pode
julga ultra petita. A piora da situação só ocorrerá quando houver recurso provido da acusação.

O Tribunal a exemplo do magistrado de primeiro grau deve observar os comandos normativos inseridos
nos artigos abaixo quando proferir acórdão condenatório ou absolutório.

Art. 386. O juiz absolverá o réu, Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:
mencionando a causa na parte dispositiva, I – mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes
desde que reconheça: definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer;
I – estar provada a inexistência do fato; II – mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais
II – não haver prova da existência do fato; que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo
III – não constituir o fato infração penal; com o disposto nos arts. 59 e 60 Código Penal;
IV – estar provado que o réu não concorreu III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões;
para a infração penal; IV – fixará valor mínimo para reparação dos danos causados
V – não existir prova de ter o réu concorrido pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;
para a infração penal V – atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de
VI – existirem circunstâncias que excluam o direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste
crime ou isentem o réu de pena, ou mesmo Livro;
se houver fundada dúvida sobre sua VI – determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra
existência; ou em resumo e designará o jornal em que será feita a
VII – não existir prova suficiente para a publicação
condenação § 1º O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra
juiz: medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação
I – mandará, se for o caso, por o réu em que vier a ser interposta.
liberdade; § 2º O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou
II – ordenará a cessação das medidas de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para
cautelares provisoriamente aplicadas; fins de determinação do regime inicial de pena privativa de
III – aplicará medida de segurança, se liberdade.
cabível.

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Prazo para interposição o recurso de apelação: 5 dias, contados da data de intimação, excluindo o
dia do começo (art. 798, §1º).

 Tratando-se de Defensoria Pública o prazo é em dobro.


 Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for
interposta apelação pelo MP no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas
no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que
não terá, porém, efeito suspensivo (art. 598). O prazo para interposição será de 15 dias e
correrá do dia em que terminar o do MP.

Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por


decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

 O prazo recursal do assistente habilitado no processo é de 5 dias, a contar de sua intimação e


após o transcurso do prazo do MP, matéria pacificada no STF. Mas, entretanto, é preciso
verificar se o assistente foi intimado antes ou depois do MP, porque se foi antes, o prazo para
recurso começa a correr a partir do dia que transitou em julgado a decisão para a acusação, se
intimado depois o prazo deve ser contado do dia da sua intimação (não se exclui o dia do
começo por se tratar de regra especial, diferente da regra do art. 798, § 1º).
 O prazo para interposição da apelação no JECRIM é de 10 dias contados da ciência da
sentença pelo MP, réu e seu defensor, devendo a petição de interposição estar acompanhada
das razões.

Prazo para razões e contrarrazões: é de 8 dias, contados a partir da intimação. Prazo sucessivo,
apelante e depois apelado. Nada impede que o recorrente juntamente com a petição de interposição
apresente as razões de reforma.

A tempestividade como pressuposto recursal objetivo, diz respeito somente ao quinquídio legal para sua
interposição e não também ao cumprimento do espaço temporal para a confecção das razões recursais
respectivas. Trata-se de matéria ligada à ampla defesa, o que não permite o não conhecimento do
apelo para terem sido as razões feitas fora do prazo legal.

Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de 3 dias após o MP.

Se for ação privada abrirá prazo para o MP arrazoar após o querelante, como custos legis, de 3 dias.

Se forem 2 ou mais apelados ou apelantes, o prazo será comum e os autos ficam no cartório. Há
legislação mais recente, falando que o prazo é sucessivo.

Deve ser intimados o apelante e o apelado, caso contrário haverá nulidade processual.

Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior
instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às partes, observados os
prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial. Mantendo-se silente, não poderá apresentar
sua motivação recursal junto ao juízo ad quem. Em São Paulo o promotor de Justiça só pode recorrer
no juiz a quo, de acordo com LOMP.

Competência para conhecer e julgar a apelação


TJ: julga recurso de decisão de juiz estadual de primeira instância.

TRF: julga recurso de decisão de juiz federal.


11
Colégio Recursal: julga apelação do JECRIM

Efeitos Recursais:
Não tem efeito suspensivo a apelação contra sentença absolutória: a apelação da sentença
absolutória não impedirá que o réu seja posto em liberdade imediatamente; o mesmo ocorre se o réu
ficou preso por tempo superior ao da pena imposta.

Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto
imediatamente em liberdade.
Parágrafo único. A apelação não suspenderá a execução da medida de segurança
aplicada provisoriamente. (Revogado tacitamente)

Tem efeito suspensivo a apelação contra sentença condenatória: a apelação da sentença


condenatória terá efeito suspensivo. Assim não se pode iniciar a execução da pena imposta ao
condenado.

Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, salvo o


disposto no art. 393 (revogado), a aplicação provisória de interdições de direitos e
de medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condicional de
pena. (parte final revogada)

Exceção:

Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:


§ 1º O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a
imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do
conhecimento de apelação que vier a ser interposta. (não se pode falar que está
havendo cumprimento antecipado da pena)

A motivação é pressuposto recursal objetivo. Constitui formalidade legal. Em sua ausência, o pedido de
reforma será considerado inepto, inadmissível. Entretanto, dis o CPP que findos os prazos para razões,
os autos serão remetidos à instância superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 dias, salvo
no caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de 30 dias. Há julgados que permitem o
conhecimento da apelação sem as razões, a luz do regramento processual.

Se houver mais de um réu e não houverem todos sido julgados, ou não tiverem todos apelados, caberá
ao apelante promover extração do traslado dos autos, o qual deverá ser remetido à instância superior
no prazo de 30 dias, contado da data da entrega das últimas razões de apelação, ou do vencimento do
prazo para a apresentação do apelado.

As despesas do traslado correrão por conta de quem o solicitar, salvo se o pedido for de réu pobre ou
do Ministério Público.

Os autos serão, apresentados ao tribunal ad quem ou entregues ao Correio, sob registro.

Do processo e do julgamento dos RESE** e das Apelações, nos tribunais de


apelação:
Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos.
§ 1º Havendo empate de votos no julgamento de recursos, se o presidente do
tribunal, câmara ou turma, não tiver tomado parte na votação, proferirá o voto de
desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao réu.
§ 2º O acórdão será apresentado à conferência na primeira sessão seguinte à do
julgamento, ou no prazo de duas sessões, pelo juiz incumbido de lavrá-lo.
Prova, testemunhas
12
e outras diligências
no tribunal, câmara
ou turma
Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou turma
proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar
outras diligências.

Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas


complementares para o processo e julgamento dos recursos e apelações.

10/03/2014

② Embargos Infringentes ou de Nulidade


(art. 609)
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de
Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida
nas leis de organização judiciária.
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância,
desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que
poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão,
na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à
matéria objeto de divergência.

Conceito:
a) Infringentes: colimam a reforma do acórdão, incidindo sobre a matéria de mérito.
b) Nulidade: objetivam a anulação da decisão colegiada de grau superior. Buscam invalidar ou tornar
sem efeito o processo ou o acórdão (tem função processual).

Julgamento e juízo da retratação: Nos embargos infringentes ou de nulidade, há pedido de reexame a


juízes que tomaram parte no julgamento de que se recorre. Conjuga-se nesse recurso (peculiar) um
caráter de retratação e devolução. Eles são interpostos para o que o mesmo tribunal reconsidere sua
decisão, desfazendo-a.

Pressupostos:
1) Somente pode incidir sobre decisão colegiada togada de segundo grau, ou seja, aquelas
proferidas pelo TJ e TRF em grau de apelação ou de recurso em sentido estrito.

Obs: Não confundir com os Embargos de Divergência oponíveis no STJ contra decisão da turma que, em
recurso especial, divergir do julgamento de outra turma, seção ou órgão especial (Lei 8.038/90)

Situações:
 Julgamento de pretensão punitiva em ação penal de competência originária do tribunal e
decisão emergente de recurso. Apenas para a segunda opção é viável embargos, com
exceção do STF, em que os embargos são também admissíveis quando for julgada procedente
a ação penal de sua competência originária e para Revisão Criminal quando improcedente
(sucumbência do réu).
 Não cabem embargos infringentes em: Revisão Criminal, exceção STF, Habeas Corpus.
 Cabem embargos infringentes em agravo na execução (pela origem do recurso – RESE e por
princípios gerais, interpretação extensiva e aplicação analógica)

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2) Deve haver decisão não unânime desfavorável ao réu: é um recurso exclusivo do réu, em outros
termos não pode ser oposto pela acusação. Titularidade exclusiva do acusado. Trata-se de favor rei.

Ex: 1 juiz volta pela absolvição e 2 pela condenação. Essa decisão divergente é contraria ao réu. Se fosse uma
votação unânime, não teria cabimento os embargos infringentes.

Modalidades: não há necessidade de que a desfavorabilidade do julgado seja absoluta, podendo


ser relativa ou parcial, assim:
 Infringentes totais: existe sucumbência total. Toda matéria é devolvida para efeito de reexame.
Exemplo acima.
 Infringentes parciais: neste caso, o prejuízo é parcial. Somente parte da decisão é embargada,
somente serão opostos embargos quanto à matéria objeto de divergência.

Ex: todos juízes votam pela condenação (votação unânime). 2 juízes votam pela não substituição da PPL pela
PRD, sendo que um deles vota a favor da substituição.

Ex: todos juízes votam pela condenação, entretanto 2 votam pela condenação do crime na forma qualificada e 1
vota pela condenação na forma simples.

Concurso de Crimes: se houver vários pedidos cumulados (ex. um pedido de condenação por
apropriação indébita e outro por estelionato), a cada um corresponde uma decisão, embora todas
estejam contidas na mesmo acórdão. Para efeitos de embargos, cada decisão deve ser considerada
separadamente.

Petição: deve ser endereçada ao relator do Acórdão que deu surgimento aos embargos, devendo
conter as razões do inconformismo, que deve se basear no voto divergente.

Prazo Recursal: 10 dias, contados da data em que houve a intimação, publicação do acórdão.

Prazo para contrarrazões: 10 dias.

Juizados Especiais Criminais: não se admite por total falta de previsão e em observâncias aos
princípios da celeridade e simplicidade a interposição de embargos infringentes contra decisão não
unânime das turmas recursais dos Juizados Especiais Criminais

③ Embargos Declaratórios (382 e 619 e ss)


Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 dias, pedir ao juiz que
declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade,
contradição ou omissão.

Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação Tribunais de


Justiça ou Tribunais Regionais, câmaras ou turmas, poderão ser opostos
embargos de declaração, no prazo de 2 dias contados da sua publicação, quando
houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.

Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que


constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou
omisso.
§ 1º O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente
de revisão, na primeira sessão.
§ 2º Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator
indeferirá desde logo o requerimento.

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Outras legislações:
 STF: RI arts. 337 a 339;
 STJ: RI arts. 263 a 265;

Natureza jurídica: tem natureza recursal, uma vez que sua oposição pressupõe a ocorrência de
prejuízo, decorrente da omissão, contradição, obscuridade e ambiguidade.

Pressupostos: deverá haver na decisão:


 Omissão: quando a decisão deixou de apreciar algum pedido feito pela acusação ou defesa.
 Contradição: quando há a contrariedade de partes do julgamento, divergência, conflito. Ex:
contradição entre a motivação e o dispositivo.
 Obscuridade: é a falta de clareza da decisão.
 Ambiguidade: duplo sentido, anfibologia – é o mesmo que falta de clareza, levando a várias
interpretações com diferente significados.

Obscuridade, contradição e ambiguidade interpretação;

Omissão integração, complementação

Finalidade: é a correção de erro material. Os embargos não podem modificar a decisão de mérito, não
podem ter caráter infringente.

Limites: é proibido inovar no processo, modificando, na essência, sua decisão. Não se prestam a nova
valoração, não é possível, alterar, mudar ou aumentar o julgamento. Entretanto se admite a
possibilidade de alteração do julgado, como, por exemplo, na hipótese em que, suprida a omissão, se
verifica que impossível se torna, em manifesta incoerência, deixar subsistir o que se decidira no
julgamento (embargos modificativos ou infringentes)

STF Súmula nº 356 - 13/12/1963 - Súmula da Jurisprudência Predominante do Supremo Tribunal


Federal - Anexo ao Regimento Interno. Ponto Omisso da Decisão - Embargos Declaratórios -
Objeto de Recurso Extraordinário - Requisito do Prequestionamento - O ponto omisso da decisão,
sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário,
por faltar o requisito do prequestionamento.

Decisões embargáveis: desde decisão de 1ª instância até decisões do STF.

Prazo:
 5 dias no STF e TRF.
 2 dias nos juízos de 1ª instância, TJ e STJ.

Petição: endereçado ao relator do Acórdão embargado (Tribunal) e na primeira instância ao juiz que
proferiu decisão. Juntamente com a petição, o recorrente deverá apontar onde está o erro material
(sem motivação recursos são considerados ineptos).

Retratação e julgamento: serão julgados pelo mesmo órgão que preferiu a decisão embargada.

Interrupção do prazo para outro recurso: uma vez interpostos os embargos, o prazo para qualquer
tipo de recurso se interrompe. A interposição significa que o prazo é contado novamente por inteiro.

Embargos Declaratórios no JECRIM:


Finalidade: é a mesma nos embargos frente ao juízo ordinário, ou seja, a correção de erro material.

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Prazo: 5 dias, cuja petição contendo as razões do inconformismo deverá ser dirigida ao JECRIM, com
endereçamento dirigido ao Colégio Recursal.

Suspensão do prazo para outro recurso: havendo a interposição de embargos o prazo recursal para
fluir, continuando a ser contado após o julgamento dos embargos.

12/03/2014

⑤ Carta Testemunhável (art. 639 e ss)


Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
I - da decisão que denegar o recurso;
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento
para o juízo ad quem.

Natureza: recurso colocado à disposição do sujeito que sofreu sucumbência, quer para provocar o
reexame pelo juízo ad quem da decisão de primeiro grau, no sentido de mudá-la, quer para determinar
que o recurso denegado seja recebido, ou para que esse seja expedido e tenha seguimento para o
colegiado competente para conhecê-lo e julgá-lo quanto ao mérito.

Cabimento:
 Quando o juiz deixar de receber o RESE, porque regra genérica, só poderá ser interposto
quando da decisão não couber outro recurso específico – meio impugnativo subsidiário,
restando apenas o RESE;
 Quando o juiz obstar a subida do RESE.

Prazo: 48 hs (2 dias) a partir da intimação (jurisprudência)

Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do


tribunal, conforme o caso, nas 48 horas seguintes ao despacho que denegar o
recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser
trasladadas.

Petição:
a) Petição deve ser endereçada ao diretor do cartório;
b) O protestante deverá indicar as peças a serem trasladadas para compor o instrumento.
c) O diretor deverá passar recibo quanto ao recebimento da petição.

Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à parte e,


no prazo máximo de 5 dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de 60 dias,
no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta, devidamente conferida e
concertada. (aqui cabe agravo de instrumento – Lei nº 8.038/90)

Prazo para o traslado: o diretor deve providenciar para que o traslado seja realizado em 5 dias ou 60
se recurso extraordinário.

Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto nos arts.


588 a 592, no caso de recurso em sentido estrito, ou o processo estabelecido para
o recurso extraordinário, se deste se tratar.

Procedimento: é o mesmo do RESE (abaixo).


1º. Feito o traslado o protestante é intimado para arrazoar o recurso no prazo de 2 dias.
2º. Posteriormente o recorrido será intimado para contrarrazoar o recurso no mesmo prazo;

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3º. Feita as razões e contrarrazoes os autos irão conclusos ao juiz, que poderá manter ou
reformar sua decisão.
o Se for mantida, ele determina que os autos subam para a instância superior.
o Se ele se retratar, recebe o RESE ou seu seguimento para o Tribunal.

Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da carta, se


desta tomar conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se estiver
suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis.

4º. Uma vez conhecido a carta testemunhável pelo tribunal, poderá ele, se estiver devida instruída,
decidir o mérito da causa, ao invés de mandar subir os autos do juízo a quo. Em consonância
com o princípio da economia processual.

Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o


processo do recurso denegado.

5º. Recebidos os autos no juízo ad quem, abrirá vista para o procurador geral no prazo de 5 dias
para parecer, sendo posteriormente remetidos ao relator, devendo fazer o relatório no prazo de 5
dias e abrindo pauta para julgamento, devendo intimar os interessados.
6º. Serão apregoadas as partes e abrirá tempo para debates.
7º. Decisão será feito por maioria simples.

Sanções (art. 642): O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o recibo, ou deixar de
entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso por 30 dias. O juiz, ou o presidente do
Tribunal Regional ou Tribunal de Justiça, em face de representação do testemunhante, imporá a pena e
mandará que seja extraído o instrumento, sob a mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou do
secretário do tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá reclamar ao presidente do tribunal
ad quem, que avocará os autos, para o efeito do julgamento do recurso e imposição da pena.

Efeitos (art. 646): não terá efeito suspensivo. Deverá o interessado utilizar o mandado de segurança
para que transmude o efeito do recurso para suspensivo, desde que demonstrada ofensa a direito
liquido e certo ou prejuízo irreparável ao recorrente.

⑥ Agravo na Execução (art. 197 LEP)


Hipóteses de decisões que o juiz pode proferir em sede de execução penal (art. 66):
 Extinção da punibilidade;
 Remição da pena;
 Unificação da pena;
 Progressão e regressão do regime;
 Anistia.

O agravo pode ser interposto em relação a qualquer decisão proferida pelo juiz, pela parte que sofreu
prejuízo, podendo ser o MP ou o condenado.

Prazo: 5 dias a partir da intimação.

Procedimento: mesmo do RESE.

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⑦ Correição Parcial (art. 93 – Código
Judiciário do Estado de São Paulo e art. 208 e
ss do RITJSP)
Natureza jurídica:
 Tem finalidade disciplinar, relativamente ao juiz que provocou ato do qual provém a correição
parcial;
 Tem finalidade de caráter processual, enfim tem caráter administrativo e processual.

Qualidade Recursal: pressupõe a existência de prejuízo, igual ao que acontece com os recursos de
forma geral.

Pressupostos Recursais: quando o juiz causar inversão, tumultuar os atos do procedimento, quando
não houver recurso específico.

Ex: não permitir que os autos do inquérito retornem a delegacia para efeito de diligências; inversão na ordem da
tomada de depoimentos, ouvindo testemunha de acusação antes da de defesa, dispensar testemunha sem a
concordância da parte.

Petição: aplica-se os artigos 522 e ss do CPC.

Deve ser endereçada ao Presidente do Tribunal de Justiça, contendo as razões recursais.

Prazo de razões e contrarrazões : 10 dias.

O relator determina ao juiz de 1ª instância para que ele mantenha ou não a decisão.

Havendo a manifestação do juiz o processo retorna ao Tribunal, sendo certo que se o juiz manter o ato
praticado o Tribunal julgará a correição.

Pena disciplinar: se o Tribunal entender que o magistrado cometeu transgressão disciplinar, comunica
ao Conselho Superior de Magistratura para adoção da medida sensorial que julgar mais adequada.

17/03/2014

⑧ Recurso em Sentido Estrito (arts. 581 à


592)
Conceito: é o recurso que cabe em determinadas decisões, despachos ou sentenças de primeira
instância, quando não encerram o julgamento final da causa principal, isto é, não contém absolvição ou
condenação, sendo decisões interlocutórias.

Taxatividade: o RESE somente pode ser utilizado nas hipóteses estabelecidas pelo legislador no art.
581 do CPP.

Hipóteses de Cabimento: de acordo com o CPP as hipóteses de cabimento estão listadas no art. 581.
Entretanto, com o advento da Lei 7.210/84, que disciplinou a Execução Penal, as situações abaixo não
mais comportam RESE e sim agravo na execução:

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1º. Que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
2º. Que decidir sobre a unificação de penas;
3º. Que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
4º. Que revogar a medida de segurança;
5º. Que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação;
6º. Que converter a multa em detenção ou em prisão simples.

O inciso XXI não se adéqua mais a LEP, está revogado: “que mantiver ou substituir a medida de
segurança, nos casos do art. 774”.

Assim, são as hipóteses de cabimento vigentes:


I.Que não receber a denúncia ou a queixa;
II.Que concluir pela incompetência do juízo;
III.Que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV.Que pronunciar o réu;
V.Que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão
preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
VI.Revogado.
VII.Que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII.Que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
IX.Que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da
punibilidade;
X.Que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI.Que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
XII.LEP
XIII.Que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV.Que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV.Que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI.Que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
XVII.LEP
XVIII.Que decidir o incidente de falsidade;
XIX.LEP
XX.Que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI.LEP
XXII.LEP
XXIII.LEP
XXIV.LEP

Outros casos:
1) Lei de Introdução ao Código de Processo Penal (art. 13):

“A aplicação da lei nova a fato julgado por sentença condenatória irrecorrível (abolitio criminis – extinção
da punibilidade em decorrência de nova lei que não mais considera como criminoso fato julgado por
sentença condenatória irrecorrível) se fará mediante despacho do juiz, de ofício, ou a requerimento do
condenado ou do Ministério Público. Do despacho caberá recurso, em sentido estrito.”

Formas:
1º. Voluntário: é aquele que o indivíduo que sofreu o prejuízo interpõe o recurso se lhe aprouver.
2º. Ofício: o juiz uma vez proferida a decisão está obrigado dela recorrer, como acontece no caso
da concessão de habeas corpus.

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Legitimidade:
 Querelante ou querelado na ação penal privada;
 MP, assistente de acusação, quer tenha se habilitado ou não como assistente, o réu
pessoalmente ou por intermédio do advogado.
 Jurado: quando incluído ou excluído da lista geral;
 Prestador de fiança em nome do autor do crime: terá legitimidade de recorrer quando for julgada
ou quebrada a fiança.

Subida dos autos: nos próprios autos ou por instrumento:

Subirá no próprio auto quando:


 Os recursos forem interpostos de ofício (quando conceder ou negar habeas corpus);
 Que não receber a denúncia ou a queixa;
 Que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
 Que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
 Que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
 Que pronunciar o réu;
 Que não prejudicar o andamento do processo: ex: que denegar a suspensão do processo em virtude
de questão prejudicial, que denegar a apelação ou a julgar deserta, etc.

Subirá por instrumento o restante, contendo cópias reprográficas de documentos, extraídos e


autenticados no prazo de 5 dias, contados da data em que o serventuário da Justiça receber os autos
com determinação para essa finalidade, se houver impossibilidade, o prazo será dobrado pelo juiz. São
obrigatórias além da petição, a decisão recorrida e a certidão de intimação.

Os documentos formadores do instrumento devem ser indicados pelo recorrente no termo de


interposição ou na petição.

O recurso de pronúncia subirá em traslado (cópias), quando, havendo dois ou mais réus, quaisquer
deles, se conformarem com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da pronúncia. Ex:
todos são pronunciados e recorrem para subida no próprio auto, ou todos são pronunciados, mas não
foram todos intimados, um é pronunciado e outro é impronunciado.

Efeitos recursal:
 Regressivo: significa que o juiz que proferiu a decisão pode modificá-la ou mantê-la.
 Suspensivo: em regra tem apenas o efeito devolutivo, exceto nos casos abaixo que também terão
efeito suspensivo:
 O recurso da pronúncia suspenderá tão somente o julgamento pelo Tribunal do Júri,
permanecendo os demais efeitos, como a prisão provisória, etc.
 Perda da fiança: será suspenso unicamente o efeito de perda da metade do seu valor.
 Concessão do livramento da condicional;
 Que denegar a apelação ou a julgar deserta;
 Unificação das penas (XVII) – LEP (agravo na execução);
 Converter a multa em detenção ou prisão simples (XXIV) - LEP (agravo na execução);
 Nos recursos de oficio sobre decisão que conceder o habeas corpus
 O recurso interposto pelo Ministério Público, no caso de condenação por crime a que a lei
anterior comine, no máximo, pena privativa de liberdade, por tempo igual ou superior a 8 anos
(art. 13 LICPP), quando a nova lei de alguma forma favorecer o condenado.

20
Caso a parte queira alterar o efeito do recurso, e desde que tenha direito líquido e certo, poderá interpor
o mandado de segurança.

O art. 585 é considerado inconstitucional, possuindo até súmula no STJ que por analogia, pode
ser aplicada ao RESE:

“Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depois de preso, salvo se prestar fiança, nos casos em
que a lei admitir”.

STJ Súmula nº 347 (2008) - Conhecimento de Recurso de Apelação do Réu - Dependência –


Prisão - O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão.

Procedimento do RESE:
Interposição: deve ser interposto perante o juiz que proferiu a decisão recorrida estritamente, porém
deve ser ele endereçado ao tribunal competente para conhecê-lo e julga-lo.

Competência:
 Se decisão provier de juiz de primeira instância da Justiça Federal deverá ser ele endereçado
para o Tribunal Regional Federal.
 No Estado de São Paulo, deverá ser conhecido e apreciado no Tribunal de Justiça, assim como
nos outros Estados.
 No DF o órgão competente é o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
 Quando o RESE tratar da inclusão ou exclusão de jurados da lista geral deverá ser endereçado
para o Presidente do Tribunal Regional Federal ou do Tribunal de Justiça, dependendo da
competência de uma ou de outra Justiça para julgar o crime afeto ao tribunal do júri.

A interposição de recurso ex oficio não impede a interposição do recurso voluntário.

Prazo para interposição:


1º. Tratando de recurso interposto ex officio, em regra, deve ser interposto pelo juiz, o final da
própria decisão recorrida, não estando ele sujeito a tempestividade e uma vez não interposto ele
não transitará em julgado.
2º. Tratando de recurso voluntário o prazo é de 5 dias;
3º. Exceções:
a. Recurso interposto em oposição a inclusão ou exclusão de jurado da lista geral, cujo
prazo é de 20 dias, contado da data útil posterior a da publicação definitiva.
b. Recurso interposto supletivamente ao MP pelo ofendido, contra sentença que decretar a
prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade, cujo prazo é de 15 dias,
começa a correr do dia útil posterior em que terminar o prazo para recorrer do MP.

Prazo para razões e contrarrazões: recebido o RESE, o recorrente será intimado para oferecer as
razões no prazo de 2 dias. Após, o recorrido será intimado para contrarrazoar o recurso também no
prazo de 2 dias.

Conclusão ao juiz: feitas as razões e contrarrazões, os autos irão conclusos ao juiz que poderá
reformar ou manter sua decisão:
a) Manutenção da decisão: o juiz deve encaminhar os autos para que o recurso seja julgado para o
Tribunal competente.
b) Reformar a decisão recorrida: se o juiz reformar a decisão, se dessa decisão couber RESE, a
parte prejudicada poderá recorrer. Neste caso, são dispensadas as razões e contrarrazões, bem
como o juiz não poderá novamente se retratar. Isso é possível com decisão negativa ou positiva.

21
Ex: o juiz negou a outorga de fiança, a parte recorreu e o juiz reformando sua decisão concedeu a fiança,
o MP pode recorrer, porque a decisão concessiva de fiança também comporta RESE.

⑨ Recurso Ordinário Constitucional em Matéria de


Habeas Corpus (ROCHC) e Mandado de Segurança
(ROCMS)
As classificações dos recursos são feitas com base em diversos critérios. Por ora, a classificação que
nos interessa é aquela que divide os recursos em ordinários e extraordinários.

São ordinários aqueles recursos que tenham por objeto próximo a proteção do direito subjetivo do
recorrente, que permitam a discussão das matérias de direito e de fato e que tenham admissibilidade
geral não se sujeitando a requisitos especialíssimos. Nesse sentido o Recurso Ordinário Constitucional
é verdadeiramente um recurso ordinário muito embora sua previsão seja constitucional. Trata-se de
recurso, dirigido ao STF e ao STJ, exclusivamente nas hipóteses disciplinadas nos art. 102, II e 105 II
da CF.

Normalmente os Tribunais Superiores ficam vinculados à ideia de que sua competência recursal é
extraordinária (o que implica nas já conhecidas limitações desses recursos em relação à matéria de
fato, ao prequestionamento). Mas isso nem sempre é assim.

No que se refere ao Recurso Ordinário Constitucional, o STF e o STJ, exercerão competência recursal
sem qualquer limitação em relação à matéria fática, funcionando como 2º grau de jurisdição. A
impugnação por via de recurso ordinário devolve o reexame de todas as matérias decididas pelo
tribunal recorrido, de fato ou de direito, ostentando efeito, portanto, equivalente ao da apelação.

Há, assim, situações em que o processamento de recurso para estes Tribunais dá-se automaticamente,
sem o juízo específico de admissibilidade e conveniência, como ocorre nos casos de RE e Resp. O
Recurso Ordinário Constitucional não se submete aos requisitos específicos de admissibilidade mas
somente aos genéricos (cabimento, tempestividade, legitimidade, interesse), portanto, as razões dizem
respeito, unicamente à decisão contra a qual se insurge o recorrente. Pelo ROC admite-se, por
exemplo, o reexame de prova e dispensa-se o prequestionamento.

Então já sabemos que:


- o ROC está previsto na CF
- é ordinário porque faz, às vezes, de uma apelação, funcionando o STF e o STJ como 2º de jurisdição.

ROC Mandado de Segurança no STF


 Cabimento: quando houver decisão de única instância por Tribunal Superior (pedido originário - STJ
e TSE)

E em que situações o STF e o STJ terão competência recursal originária? Como visto, as hipóteses de
cabimento do Recurso Ordinário Constitucional estão previstas na CF (art. 102 e 105). Mas não são
todas as situações lá previstas que interessam ao processo penal.

Dispões o art. 102 CF:

Art. 102 - Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:

22
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória
a decisão;
b) o crime político;

Hipóteses de cabimento do ROC:


a) Decisão tenha sido proferida por Tribunal Superior (STJ, STM, TST, TSE)
b) Tribunal tenha no caso competência originária, ou seja, que tenha havido decisão em única
instância
c) Decisão tenha sido denegatória. Caso tenha sido concedida a ordem, poderá ser interposto o
Recurso Extraordinário, desde que tenha cabimento.

Percebam que este recurso tem cabimento secundum eventum litis. Ou seja, ele só pode ser utilizado
se a decisão for denegatória. O que implica dizer que se trata de recurso criado para beneficiar o
cidadão. Em outras palavras, é recurso privativo do impetrante. (Assim, aquele que não é o impetrante,
vale dizer, é o réu nestas demandas, a autoridade coatora no HC/MS, se derrotado, somente tem à sua
disposição o Recurso Extraordinário para o Supremo, se acaso houver prequestionamento de matéria
constitucional).

Mas, o que se entende por decisão denegatória? Os Tribunais já se manifestaram no sentido da


amplitude deste termo. Decisão denegatória compreende não só as decisões que julgam improcedente
o pedido como também aquelas que não conheceram do pedido, extinguindo o processo sem
apreciação do mérito. Denegar aqui significa não acolher o pedido.

Além de ser denegatória, é preciso que se trate de decisão final. Somente os acórdãos que ponham
termo a HC ou a MS, denegando-os, é que dão ensejo a Recurso Ordinário. Acórdãos que
simplesmente negam a liminar, confirmando a decisão monocrática denegatória do relator, somente
podem ser impugnados por Recurso Extraordinário ou Recurso Especial, conforme o caso.

Com relação à exigência de decisão proferida em única instância por Tribunal Superior, a jurisprudência
tem considerado incabível Recurso Ordinário dirigido ao Plenário do STF das decisões emanadas de
qualquer das Turmas do STF.

Observem que estes requisitos valem tanto para o recurso em HC como para o recurso em MS.

Prazo: não há previsão no CPP e a CF se limita a tratar das hipóteses de cabimento do recurso. Temos
que nos socorrer no Regimento Interno dos Tribunais.

STF – RISTF para HC:


Art. 310. O recurso ordinário para o Tribunal (STF), das decisões denegatórias de
habeas corpus, será interposto no prazo de cinco dias, nos próprios autos em que
se houver proferido a decisão recorrida, com as razões do pedido de reforma.

 O prazo de interposição é de 5 dias


 O roc é interposto com as razões do pedido de reforma
 O recurso é interpostos nos próprios autos

Contagem do prazo: 5 dias contados a partir da publicação do acórdão recorrido no Diário Oficial.

23
E a quem é dirigido o Recurso Ordinário? É dirigido ao Presidente ou Vice Presidente do Tribunal que
denegou a ordem, a depender do que prevê cada Regimento Interno.

O mesmo procedimento acima é válido para o HC no STJ e o Mandado de Segurança no STF, com
uma única exceção, para interposição do ROC em Mandando de Segurança no STJ é de 15 dias.
Diferentemente do que ocorre quanto ao HC que tem previsão expressa no RISTF, este prazo é
extraído do art. 508 do CPC.

É importante lembrar que no procedimento do Recurso Ordinário Constitucional tanto no STF como no
STJ não há a figura do revisor.

O art. 102, II alínea B dispõe que: cabe ao Supremo Tribunal Federal julgar, em recurso ordinário, o
crime político.

Vale relembrar que crime político é aquele que ofende ou põe em risco as normas que protegem o
regime político social do Estado.

 Cabe aos juízes federais processar e julgar os crimes políticos (art. 109, inciso IV, da CF).
 Ao Supremo Tribunal Federal cabe julgar a decisão condenatória ou absolutória proferida por
juiz federal de 1ª instância.

A doutrina tem chamado este recurso de recurso criminal ordinário constitucional. O seu processamento
é igual ao da Apelação já que verdadeiramente o STF estará julgando uma sentença proferida por juiz
singular.

Art. 105 - Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


II - julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando denegatória a decisão;

Quanto ao Recurso em HC para o STJ temos:


- HC;
- Decididos em única ou última instância;
- Pelos TRF ou STJ;
- Se denegatória a decisão.

Também se trata de recurso com cabimento secundum eventum litis, porém enquanto ao STF é
cometido apenas um 2º exame da decisão denegatória do pedido de HC, no STJ pode ocorrer até
mesmo uma 3ª apreciação, nos casos em que tiver sido negada a ordem por um Tribunal de 2º grau em
sede de reexame necessário ou julgamento de RESE.

Trata-se, como se vê, de recurso para reapreciação da matéria veiculada em HC, julgado nas instâncias
inferiores, seja em processos de competência originaria, seja em processo de competência recursal
daqueles tribunais.

A Lei n. 8038/90 estabelece regras distintas para o processamento do Recurso Ordinário de acordo com
a natureza da ação.

24
Prazo e procedimento: em se tratando de decisão denegatória de HC, o recurso deve ser interposto no
prazo de 5 dias com as razões do pedido de reforma. (Nada difere, portanto, do processamento no
STF).

Como já citado, em se tratando de Recurso em MS, ou seja, quando houver uma decisão denegatória
de MS da qual seja cabível ROC, o prazo de interposição do recurso será de 15 dias, também
acompanhado das razoes do pedido de reforma.

Substituição do recurso pelo pedido originário: é facultado ao interessado, em vez de interpor o


recurso ordinário, impetrar novo HC perante o STF ou STJ. Na prática é o que fazem os advogados. A
jurisprudência é pacífica em permitir a utilização de HC substitutivo de ROC.

 Entrentanto, atualmente, o STF e STJ, entendem que se há recurso ordinário constitucional ele não
pode ser substituído o por pedido originário de HC.

A CF admite que o interessado possa substituir o recurso ordinário constitucional contra a decisão
denegatória do HC, dada em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
Tribunais de Justiça dos Estados, pelo HC originário perante o Superior Tribunal de Justiça, ficando,
porém, a análise de eventual recurso apresentado prejudicada.

Por fim, será cabível, em tese, pedido de HC contra acordão do Superior Tribunal de Justiça,
denegatório de outro HC, competindo, originariamente, ao Supremo Tribunal Federal processá-lo e
julgá-lo, não sendo obstáculo para tanto a possibilidade constitucional de interposição de recurso
ordinário para o próprio Supremo, contra a denegação da ordem, pois sua simples interposição não
propicia, de imediato, a tutela ao direito de locomoção.

19/03/2014

⑩ Recurso Especial e Extraordinário


Base legal: Art. 102, III e 105, III do CF, Lei nº 8.038/90 e Art. 637 (final) e 638 CPP.

Art. 637. O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo*, e uma vez
arrazoados pelo recorrido os autos do traslado, os originais baixarão à primeira
instância, para a execução da sentença.

*Hoje o STJ e STF passaram a lavrar inteligência no sentido de que os


Recursos Especiais e Extraordinários devem ostentar efeito suspensivo, em
homenagem ao principio da não culpabilidade ou da presunção de
inocência.

Art. 638. O recurso extraordinário será processado e julgado no Supremo


Tribunal Federal na forma estabelecida pelo respectivo regimento interno.

Juízo de admissibilidade: (conhecer ou não conhecer o recurso) é feito pelo órgão jurisdicional inferior
em que o recurso foi interposto. Pressupostos:
 Teve estar baseado em alguma hipótese constitucional, indicando o artigo que violou;
 Tempestividade (15 dias)
 Devem ser esgotados todos os recursos ordinários e de todas as instâncias ordinárias. Se
restar algum recurso ordinário, o especial ou extraordinário não pode ser utilizado.

25
o Embargos Declaratórios: são opostos para efeito de correção ou omissão, quando
embora tendo sido a matéria impugnada, o Tribunal deixou de apreciar. Sem o uso dos
embargos declaratórios não pode haver recurso especial ou extraordinário.
 Prequestionamento: a matéria a ser impugnada por meio dos recursos especial ou
extraordinário deve ter sido objeto de apreciação pelo tribunal de a quo. Tem que ter colocado e
discutido uma matéria de 2º grau, porque se a matéria não tiver sido discutida, não se pode
impugnar a via recursal:
o Se uma matéria não foi decidida não há como impugnar. Assim, é vedada a supressão
de instância.
o Se a matéria foi prequestionada, mas o Tribunal não a citou no acórdão, deve ser
interposto embargos declaratório prequestionadores.

Dispensa do prequestionamento: caso ocorra o surgimento de matéria nova em termos de decisão do


tribunal, essa matéria pode ser objeto de recurso especial ou extraordinário, uma vez, que nessa
situação não haverá supressão de instância.

Permissivos Constitucionais do Especial (art. 105, III da CF)


Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
II - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última
instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro
tribunal.

1. Decisão que contrariar tratado ou lei federal: essa decisão que contrariar (significa se opor), é
julgar contrariamente. A interpretação errônea é o mesmo que julgar contrariamente.

Tratado é pacto ou ajuste entre o Brasil e outro país e Lei federal é qualquer forma de expressão
legislativa federal, a exemplo de lei; decreto-lei; decreto; etc.

2. Decisão que teve interpretação divergente entre tribunais diferentes sobre a mesma matéria:

Divergente: ocorre quando a decisão entre os tribunais forem conflitantes.

Tribunais diferentes: se a decisão conflitante for do mesmo tribunal, não tem pertinência o recurso
especial.

Local da divergência: é no corpo do acórdão e não na ementa que é meramente explicativa.

Comprovação da divergência: por intermédio de jurisprudência autorizada pelo STJ; por intermédio de
revista especial (RTJ????); por intermédio de certidão ou cópia autenticada do acórdão que serve de
modelo ou por meio de declaração do advogado no sentido de que a copia juntada é autentica.

Citação: os fragmentos da divergência entre os dois acórdãos devem ser citados de forma expressa
“permissivos constitucionais do extraordinário”. A função do especial é a uniformização a jurisprudência.

Permissivos Constitucionais do Recurso Extraordinário:


Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:

26
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou
última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

1. Decisão que contrariar a CF: decisão de 2º grau que julgar em oposição a CF. A interpretação
errônea também é tida com decisão contrária. É função do STF zelar para que as normas
constitucionais sejam efetivamente cumpridas.
2. Decisão que declarar inconstitucionalidade de lei ou tratado: é função do STF a declaração
indireta de inconstitucionalidade de lei federal ou tratado que tem eficácia de lei federal. É permitido a
tribunal inferior declarar indiretamente a inconstitucionalidade de qualquer preceito.

Procedimento do Especial e do extraordinário (Lei n. 8.038/90)


Art. 26 - Os recursos extraordinário e especial, nos casos previstos na
Constituição Federal, serão interpostos no prazo comum de 15 dias, perante o
Presidente do Tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
I - exposição do fato e do direito;
II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III - as razões do pedido de reforma da decisão recorrida.
Parágrafo único - Quando o recurso se fundar em dissídio entre a interpretação da
lei federal adotada pelo julgado recorrido e a que lhe haja dado outro Tribunal, o
recorrente fará a prova da divergência mediante certidão, ou indicação do número
e da página do jornal oficial, ou do repertório autorizado de jurisprudência, que o
houver publicado.

Art. 27 - Recebida a petição pela Secretaria do Tribunal e aí protocolada, o


recorrido será intimado, abrindo-lhe vista pelo prazo de 15 dias para apresentar
contrarrazões.
§ 1º - Findo esse prazo, serão os autos conclusos para admissão ou não do
recurso, no prazo de 5 dias.
§ 2º - Os recursos extraordinário e especial serão recebidos no efeito devolutivo.
§ 3º - Admitidos os recursos, os autos serão imediatamente remetidos ao Superior
Tribunal de Justiça.
§ 4º - Concluído o julgamento do recurso especial, serão os autos remetidos ao
Supremo Tribunal Federal para apreciação do recurso extraordinário, se este não
estiver prejudicado.
§ 5º - Na hipótese de o relator do recurso especial considerar que o recurso
extraordinário é prejudicial daquele em decisão irrecorrível, sobrestará o seu
julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal, para julgar o
extraordinário.
§ 6º - No caso de parágrafo anterior, se o relator do recurso extraordinário, em
despacho irrecorrível, não o considerar prejudicial, devolverá os autos ao Superior
Tribunal de Justiça, para o julgamento do recurso especial.

Prazos: tanto o recurso especial e o extraordinário tem o mesmo prazo para interposição que é de 15
dias, contados da data da publicação da decisão objeto de recurso especial ou extraordinário.

Petição: a petição de interposição deve ser endereçada ao presidente do tribunal recorrido. Pode ser o
TJ ou TRF.

Conteúdo da petição:
 Deverá conter a narração dos fatos;
 Exposição do direito;
 Justificativa do cabimento do recurso;

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 No caso do recurso extraordinário deve ser apontado a repercussão geral, que diz respeito a
interesse político, coletivo ou econômico.
 Não pode haver interesse de ordem pessoal, e deve estar contida como preliminar da matéria de
mérito.

Prazo contrarrazões: 15 dias. Ao recurso especial e extraordinário é permitida a interposição


concomitante dos dois recursos, porém cada um deve ser apresentado em petição distinta.

Feitas as razoes e contrarrazoes os autos irão conclusos ao presidente do tribunal que poderá admitir
ou não o especial e o extraordinário.

Juizados Especiais Federais: não tem adequação o Recurso Especial, por não haver previsão.

STJ Súmula nº 203 – Recurso Especial - Decisão por Órgão de Segundo Grau dos Juizados Especiais - Não
cabe recurso especial contra decisão proferida, nos limites de sua competência, por órgão de segundo grau dos
Juizados Especiais.

Outros Recursos na Lei n. 8.038 (Lei que institui normas procedimentais para os processos que especifica,
perante o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal).

⑪ Agravo de instrumento:
Art. 28 - Denegado o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá
agravo de instrumento, no prazo de 5 dias, para o Supremo Tribunal Federal ou
para o Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso.
§ 1º - Cada agravo de instrumento será instruído com as peças que forem
indicadas pelo agravante e pelo agravado, dele constando, obrigatoriamente,
além das mencionadas no parágrafo único do art. 523 do Código de Processo
Civil, o acórdão recorrido, a petição de interposição do recurso e as contra-
razões, se houver.
§ 2º - Distribuído o agravo de instrumento, o relator proferirá decisão.
§ 3º - Na hipótese de provimento, se o instrumento contiver os elementos
necessários ao julgamento do mérito do recurso especial, o relator determinará,
desde logo, sua inclusão em pauta, observando-se, daí por diante, o
procedimento relativo àqueles recursos, admitida a sustentação oral.
§ 4º - O disposto no parágrafo anterior aplica-se também ao agravo de
instrumento contra denegação de recurso extraordinário, salvo quando, na
mesma causa, houver recurso especial admitido e que deva ser julgado em
primeiro lugar.

Cabimento: quando não for admitido o recurso especial ou extraordinário.

Prazo: 5 dias.

Petição: a petição deverá com as devidas razões serem encaminhadas ao presidente do tribunal.

Contrarrazões: a parte contrária será intimada para contrarrazoar o recurso, também no prazo de 5
dias.

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⑫ Agravo inominado:
Art. 28 § 5º - Da decisão do relator que negar seguimento ou provimento ao
agravo de instrumento, caberá agravo para o órgão julgador no prazo de 5 dias.

Cabimento: quando a decisão do relator no STJ causar prejuízo a parte. Exemplo: chegando agravo
de instrumento no STJ o relator deixa de acolhê-lo.

Prazo: 5 dias.

Petição: deve ser endereçada ao órgão julgador com as razões de reforma.

⑬ Embargos de divergência no STJ:


Art. 266. Das decisões da Turma, em recurso especial, poderão, em 15 dias, ser
interpostos embargos de divergência, que serão julgados pela Seção competente,
quando as Turmas divergirem entre si ou de decisão da mesma Seção. Se a
divergência for entre Turmas de Seções diversas, ou entre Turma e outra Seção
ou com a Corte Especial, competirá a esta o julgamento dos embargos.
§ 1º. A divergência indicada deverá ser comprovada na forma do disposto no art.
255, §§ 1º e 2º, deste Regimento.
§ 2º. Os embargos serão juntados aos autos independentemente de despacho
e não terão efeito suspensivo.
§ 3º. Sorteado o relator, este poderá indeferi-los, liminarmente, quando
intempestivos, ou quando contrariarem Súmula do Tribunal, ou não se comprovar
ou não se configurar a divergência jurisprudencial.
§ 4º. Se for caso de ouvir o Ministério Público, este terá vista dos autos por 20
dias.

Art. 267. Admitidos os embargos em despacho fundamentado, promover-se-á a


publicação, no “Diário da Justiça”, do termo de “vista” ao embargado para
apresentar impugnação nos 15 dias subsequentes.
Parágrafo único - Impugnados ou não os embargos, serão os autos conclusos ao
relator, que pedirá a inclusão do feito na pauta de julgamento.

Cabimento: quando houver divergência de julgamento sobre a mesma matéria entre turmas ou seções
do STJ. A finalidade dos embargos é a unificação da jurisprudência no STJ.

Prazo: 15 dias.

Encaminhamento: a petição deve ser dirigida ao relator do acórdão com as razões de reforma, quando
então deverá ser expressamente indicada a divergência, devendo ser comprovada por certidão do
tribunal, por revista autorizada pelo STJ, por cópia autenticada ou contendo declaração do advogado
que ela é autêntica.

Prazo contrarrazões: 15 dias.

STJ Súmula nº 315 - Embargos de Divergência em Agravo de Instrumento que não Admite Recurso
Especial – Não cabem embargos de divergência no âmbito do agravo de instrumento que não admite recurso
especial (agravo regimental também).

29
Nos termo da Súmula 315 do STJ que rege a matéria, somente contra decisão que decide recurso
especial. Ela dispõe que não tendo sido o recurso especial admitido na origem, e havendo impugnação
da decisão através de agravo de instrumentou ou agravo regimental, tais decisões não serão recorríveis
através dos embargos de divergência, como se infere de sua redação. A lógica do entendimento diz
respeito ao fato de como o recurso não foi destrancado, e via de consequência, a análise do seu mérito
não foi realizada, não haveria tema para ser pacificado entre as diversas turmas.

⑭ Recursos Regimentais
São os meio impugnativos contidos no regimento interno do tribunal. Cada tribunal tem seu RI.

Cabimento: normalmente serve para atacar decisão de relator, presidente, vice-presidente e do próprio
tribunal.

Procedimento: esse procedimento é previsto no RI, variando de tribunal para tribunal, onde também
consta o prazo de interposição.

Ex.: embargos declaratórios, agravo regimental entre outros.

07/04/2014

⑮ Habeas Corpus
Base Legal: art. 5º, CF e art. 647 e ss do CPP

Art. 5º LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou
coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.(revogação tácita da parte final).

Art. 5º LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

Objetivos: é a proteção do direito de ir, vir e ficar. Tutela a liberdade física do indivíduo quando for ???
por coação ilegal ou por usa ameaça.

Etimologia: habeas + corpus significa livrar + corpo, tem o sentido de colocação em liberdade.

Abrangência do HC: tanto o ato coativo ilegal ou sua ameaça praticada pela autoridade pública (juíz,
Tribunal, autoridade policial), bem como pelo particular. Ex.: internação indevida de pessoa em clínica
para tratamento de saúde; não permitir que o trabalhador ingresse na empresa cujo funcionários estão
em greve). A CF não distingue quem pratica o ato de ilegalidade para efeito de proteção.

Natureza Jurídica do HC:


1. Recurso ou ação? Ação.

2. Fundamentos: o recurso somente pode ser interposto enquanto não houver transito em julgado. O
HC pode ser utilizado mesmo que tinha havido sentença formalidade transitada em julgado.

Ex.: processo manifestamente nulo (art. 648, III, CPP).

30
O recurso somente pode ser interposto para combater decisão judicial, enquanto que o HC serve para
combater decisão judicial e também ato administrativo.

Ex.: prisão ilegal determinada por autoridade policial

3. Classificação de ação de HC:

 Ação cautelar: fazer cessar a coação ilegal ou não permitir a prorrogação da prisão ilegal.
Acabar com a prisão injusta ou impedir a prorrogação da prisão legal ou sua ameaça (art. 648, II,
V, CPP.
 Ação declaratória: tem por finalidade declarar a existência ou inexistência de uma relação
jurídica disciplinada pelo direito penal.
 Ação constitutiva: tem por finalidade extinguir uma situação de direito disciplinada pelo direito
penal ou processual penal

09/04/2014

Ação de Habeas Corpus (Art. 647)


O que chama a atenção são as expressões:
 Violência: tem natureza física (vis corporalis). Exemplo: prisão ilegal.
 Ameaça: vis compulsiva ou moral. Exemplo: ameaça de prisão ilegal.

Seria incongruente dizer que o habeas corpus não é utilizado para violência e ameaça.

Art. 648 do CPP serve como regulamentador da norma constitucional que instituiu o HC:

A coação considerar-se-á ilegal, na violência física ou moral, quando:


1) Não houver justa causa (o inciso I constitui regra geral: porque essa justa causa tem sentido amplo,
abrange todas as situações elencadas nos outros incisos, e, portanto é uma norma genérica. Os incisos
II a VII são situações exemplificativas da falta de justa causa):

Justa causa significa que a coação está conforme o direito. Exemplo: prisão legal, em decorrência de
sentença condenatória. Assim não cabe pedido de habeas corpus;

Falta de Justa causa (contra ius): se não tiver justa causa para a coação, ela será ilegal. Exemplo:
prisão ilegal.

A falta de Justa causa tem um sentido abrangente: contem norma constitucional ou norma do CPP.

a) CF: como regra, toda prisão deve ser determinada, por ordem escrita e fundamentada, pela
autoridade competente. Se houver prisão por ordem de outra autoridade que não seja judiciária, haverá
coação por falta de justa causa.

Ex: prisão determinada pela autoridade policial. Na realidade quando o legislador previu que a prisão deveria ser
de autoridade competente, para se evitar que continuasse a ocorrer prisão de natureza investigativa
(averiguação).

b) CPP:
 Prisão Preventiva:

I. Somente haverá justa causa se forem observados os requisitos previstos nos artigos 312 e 313
do CPP: Para decretar prisão preventiva tem que ter indícios de autoria e participação, ou seja, deve
haver no mínimo uma probabilidade de aquela pessoa seja autor ou participe do crime; tem que ter a
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comprovação da pratica do crime; somente pode ser decretada como garantia da ordem publica ou
econômica; pode ser decretada para assegurar a instrução criminal; pode ser decretada como forma de
garantia de cumprimento da própria pena. Hoje aplica a prisão preventiva quando houver
descumprimento da medida protetiva de urgência. Se isso não for observado, haverá constrangimento
ilegal, o que autoriza o habeas corpus;

II. Fundamentação: o juiz ao decretar a prisão preventiva deverá fundamentar sua decisão, baseado
em fato concreto. Trata-se de observância ao artigo 93, inciso IX, da CF. A falta de fundamentação gera
constrangimento ilegal;

III. Não cabimento da Prisão Preventiva:


 Crime culposo
 Contravenção penal.
 Crime doloso quando a pena máxima abstratamente cominada for inferior a 4 anos (se houver a
reincidência, não importa a quantidade de pena no crime doloso, respeitado o inciso I, do art. 64,
do CP);
 Quando ocorrer causa excludente de antijuricidade.

Assim, se em alguma dessas situações for decretada a prisão preventiva, essas será tida como ilegal
por ausência de justa causa.

IV. Critério para a decretação: por força do art. 282 do CPP, o legislador estabeleceu regras para a
imposição de prisão preventiva e liberdade provisória. No caso de prisão preventiva somente pode ser
imposta quando não for possível empregar prisão domiciliar autônoma (art. 317) e medida cautelar
diversa da prisão (art. 319).

O legislador, hoje, deixa a prisão preventiva para último plano, devido ao principio da presunção de
inocência.

V. Revogação da prisão preventiva: cessando o motivo que autorizou a prisão preventiva, o juiz
deverá revogá-la. Se não o fizer haverá constrangimento ilegal.

O legislador entende que o juiz ao invés de revogar a prisão preventiva, poderá impor medida cautelar
diversa da prisão ou prisão domiciliar autônoma. Se não houver fundamento nessa substituição ocorrerá
constrangimento ilegal por ausência de justa causa.

VI. Descumprimento de obrigação em medida cautelar diversa da prisão ou da prisão domiciliar


autônoma: nesse caso, poderá ser decretada a prisão preventiva, mas em último caso, ou seja, quando
não puder se aplicado medida cautelar diversa da prisão de forma cumulativa.

16/04/2014

 Prisão Domiciliar Autônoma (art.317 do CPP)

I. Somente pode ser decretada em crime punido com pena corporal privativa de liberdade assim,
se o crime for punido unicamente com multa e for decretada domiciliar, haverá coação ilegal.

II. Também haverá coação ilegal se o juiz deixar de fundamentar a prisão.

 Medida cautelar diversa da prisão (art. 319 do CPP)

I. Somente pode ser imposta em se cuidando em crime que comine pena privativa de liberdade.

II. Hipótese de cabimento da medida:

32
Medida cautelar diversa da prisão a ser imposta somente pode ser a prevista no artigo 319 do CPP. Se
for imposta outra medida, essa será tida como ilegal (caráter da taxatividade).

II. A decisão que impor a medida deverá ser fundamentada sob pena de coação ilegal.

 Substituição da Prisão Preventiva pela Domiciliar (318 do CPP)

I. Concorrendo os requisitos do artigo 318, o juiz deve substituir a PP pela prisão domiciliar. Se isso não
ocorrer haverá constrangimento ilegal.

 Prisão Temporária (Leis n. 7.960 e n. 8.072)

Coação Ilegal: o juiz somente poderá decretar a prisão temporária quando presentes os requisitos que
a autoriza:
a) Quando for imprescindível para as investigações;
b) Quando o individuo não tiver residência fixa ou não conseguir se identificar;
c) Indícios da autoria ou participação;
d) Somente pode ser imposta nos crimes arrolados nas leis 7.960 e 8072.

Fundamentação: se não houver fundamentação haverá coação ilegal.

Decretação de oficio: não é permitido, depende de representação da autoridade policial ou


requerimento do MP. Se isso não ocorrer haverá coação ilegal ou constrangimento ilegal.

 Mandado de Prisão (art. 285 do CPP)

Requisitos:
a) Motivo da prisão;
b) Indicação da pessoa que deverá ser objeto da prisão;
c) Identificação do juiz que expediu a ordem de prisão.

Ausência de Requisitos: o MP deve ser subordinado a determinadas formalidades, e na sua falta,


apenas de um requisitos, a prisão será tida como ilegal, gerando constrangimento ilegal.

 Quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei:

Tipo de Prisão:
 Prisão em virtude de cumprimento de pena;
 Prisão em flagrante;
 Prisão preventiva;
 Prisão temporária e,
 Prisão domiciliar.

Cumprimento da pena: cumprida efetivamente a pena o preso deve ser colocado em liberdade, sob
pena de coação ilegal.

Prazos nos procedimentos: no procedimento ordinário o processo tem que ser encerrado em 60 dias,
no sumário em 30 dias e no júri em 90 dias na primeira instância.

Não encerramento do procedimento no prazo legal: a medida cautelar pessoal como o flagrante, a
preventiva, a prisão domiciliar deverá ser desfeita, colocando-se o preso em liberdade. Se isso não
ocorrer haverá constrangimento ilegal.

33
Princípio da Razoabilidade: muitas vezes o excesso de prazo se justifica, é razoável a demora. O
encerramento do procedimento deve obedecer ao critério da razoabilidade, assim, em certas
circunstâncias o excesso de prazo não é causa que gera coação ilegal, por exemplo:
 Excesso de acusados, principalmente quando houver necessidade de expedição de precatória;
 Quando houver pedido de diligencia por parte da defesa;
 Quando, de qualquer forma, a defesa concorrer para que haja o excesso de prazo.
 Greve de Servidores: o tribunal tem entendido que havendo greve de servidores, justifica-se o excesso de
prazo. Isso não pode ser acolhido, uma vez que a manutenção do serviço público é obrigação do estado.

 Quando quem ordenar a coação não tiver competência:

Coação: ser refere a prisão preventiva, domiciliar ou cautelar.

Competência:
a) Competência em 1º grau de jurisdição: é a competência de foro (art. 70 do CPP) e em razão da
matéria (art. 74 do CPP, como por exemplo).
b) Competência em 2º grau de jurisdição: compreende a competência em razão dos recursos e
competência em ação penal originária.

A Constituição Federal determina que a prisão deve ser decretada pela autoridade judiciária
competente.

Coação ilegal: se o juiz ou tribunal decretar a prisão e não tiver competência, terá coação ilegal.

23/04/2015

 Quando tiver cessado o motivo que autorizou a coação:

Coação: o motivo anterior que autorizou a medida coativa é legal. A ilegalidade vai ocorrer após cessar
o motivo que a autorizou.

Havendo o relaxamento em flagrante, o indivíduo deve ser colocado em liberdade e imediato, se isso
não correr haverá coação ilegal (nesse caso a prisão em flagrante foi ilegal).

 Prisão Preventiva, Temporária, Domiciliar, Medida Cautelar Diversa de Prisão

Havendo revogação de qualquer uma dessas prisões o indivíduo deve ser colocado em liberdade. Se
isso não ocorrer haverá coação ilegal.

 Cumprimento da pena

Havendo o cumprimento da pena, deverá ser colocado imediatamente em liberdade sob pena de
coação.

 Situações não permitem fiança:


 Crimes: hediondos e aqueles equiparados (terrorismo, tortura e tráfico ilícito de entorpecentes),
crime organizado e racismo.
 Quando houver o quebramento de fiança.

Obs: é regra atual é que todo o crime á afiançável.

 Arbitramento da fiança:
 Autoridade policial: até 4 anos

34
 Juiz de direito: quando a pena for abstratamente cominada acima de 4 anos.

Coação ilegal: se tiver cabimento a fiança, não sendo ela arbitrada pela autoridade policial ou pelo juiz,
haverá coação ilegal.

 Quando o processo for manifestamente nulo:

Manifestamente: significa nulidade absoluta assim entendida aquela que não pode ser sanada.

a. Falta de pressuposto processual: órgão investido de jurisdição, pedido, demanda, partes,


processo contra menor de idades.
b. Falta de condições da ação (genéricas e específicas);
c. Falta de Justa Causa;
d. Falta de Requisitos da Denúncia ou Queixa (art. 41 CPP);

HC: pode ser utilizado no decorrer do processo de conhecimento ou após o trânsito em julgado da
sentença condenatória.

 Quando tiver ocorrido a extinção da punibilidade (VII)

Extinção da punibilidade:
 Parte geral: compreende a prescrição ao outro causa arrolada no art. 107 do CP.
 Parte especial: recuperação do dano no curso do peculato culposo; morte do agente no caso do
crime de induzimento ou ocultação de impedimentos para casamento (art. 236 do CP) – Trata-se de
ação penal personalíssima.

Momentos para a verificação da punibilidade (extinção):


 Autor do recebimento da denúncia ou queixa: se não obstante tiver ocorrido a extinção da
punibilidade e mesmo após o juiz tiver recebido a denúncia ou queixa havendo coação ilegal,
decadência, prescrição.
 No fluir do procedimento criminal (no curso da ação penal). Deixando o juiz de declarar de ofício ou
por provocação da parte, haverá constrangimento ilegal, uma vez que não exceto motivo para que não
existe o motivo para que procedimento prossiga.
 Após o trânsito em julgado da sentença condenatória. Ocorrendo a prescrição e sendo ela declarada
haverá constrangimento ilegal. Ex: prescrição da pretensão executória, indulto, anistia.

28/04/2014

Processo de Habeas Corpus


Natureza Jurídica do processo de Habeas Corpus: o processo tem a mesma natureza jurídica da
ação de habeas corpus. Isso resulta que o processo poderá ser cautelar, constitutivo ou declaratório.

Procedimento: Sumaríssimo. Significa que o HC deve ser instruído com os documentos que
comprovam a ameaça. No Habeas Corpus a prova deve ser pré-constituída. O procedimento de HC não
admite a produção de prova. Ou seja, o processo deve vir instruído com as provas que demonstram a
coação ilegal ou sua ameaça. Logo o direito liquido e certo deve ficar demonstrado de plano

Término do Processo: três situações:


a) Normalmente o processo termina quando é julgado o mérito, concedendo ou denegando a ordem
35
b) Quando o HC não for conhecido por falta de condição da ação.
c) Quando a ação perder seu objeto, como por exemplo, quando o indivíduo foi colocado em liberdade
em virtude do relaxamento da prisão preventiva, da prisão domiciliar, da medida cautelar diversa da
prisão, do relaxamento da prisão em flagrante.

Condições de procedibilidade ou da ação de HC:


1. Possibilidade jurídica do pedido: Tipicidade. O Habeas corpus somente pode ser utilizando
quando se cuidar de coação ou sua ameaça a liberdade física do indivíduo nas hipóteses sublinhadas
no artigo 648 do CPP.
2. Interesse processual ou de agir: só acontece quando houver constrangimento ilegal ou sua
ameaça. Somente quando tiver havido constrangimento ilegal. Ex: prisão ilegal. Ou ameaça de coação.
Pressupõe, portanto, a ocorrência de direito líquido e certo.

Legitimidade
Ativa: ação de HC pode ser ajuizada por qualquer pessoa em seu favor ou de terceiro, não necessita
de procuração. Inclusive o indivíduo pode ser analfabeto. Neste caso, alguém deverá assinar a petição
a seu rogo. O advogado também sem procuração poderá impetrar HC em favor de qualquer pessoa.

O MP pode impetrar o HC em favor de qualquer pessoa.

O juiz é vedado, de regra, impetrar HC em favor de terceiro, uma vez que sua função é de julgar e não
de postular. Poderá, entretanto, ajuizar HC em seu favor.

Passiva: diz respeito a autoridade coatora. Quando for mencionar a autoridade coatora, devo
mencionar o nome. No HC deve ser mencionado o nome da autoridade coatora bem como o cargo que
ocupa.

Concessão de ofício: significa que o HC é concedido sem qualquer tipo de provocação (sem
impetração). Somente é possível pelo juiz ou Tribunal em processo de sua competência

Formas de Habeas Corpus:


1. Liberatório: acontece quando há coação ilegal consumada. Ex: prisão ilegal. Uma vez concedido o
HC, deverá ser expedido o alvará de soltura

2. Preventivo: tem por finalidade não permitir que a ameaça de coação se efetive. Concedido o Habeas
Corpus, é expedido o salvo conduto. O seu portador não poderá ser preso ou submetido a qualquer tipo
de constrangimento pelo motivo nele constante

Extensão a corréus: uma vez concedido o HC, ele pode ser estendido para outro réu ou partícipe que
não o impetrou, salvo se houver motivo de ordem pessoal.

Ex: relaxada a prisão em flagrante por ser ilegal, o HC deve ser estendido para outro indivíduo que também foi
preso em flagrante.

Reiteração do pedido de HC: em termo de HC se admite a reiteração do pedido nas situações:


a) Com base no mesmo dispositivo, desde que surjam novas provas.
b) Com base em dispositivo diverso

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Requisições de informações da autoridade coatora: fica a critério do juiz ou do relator a requisição
de informações. Assim, elas podem ser dispensadas.

Concessão de liminar:
 Fumus boni iuris: quando ficar demonstrado de plano e de forma evidente a coação ilegal ou
sua ameaça.
 Periculum in mora: a demora de decisão do pedido de HC gerará como resultado grave dano
de difícil ou impossível reparação a liberdade física do indivíduo

Procedimento: com as informações ou não, vindo os autos conclusos, o juiz de primeira instância
deverá julgar o pedido em 24 horas. Em se tratando de Tribunal, ofertado o parecer da procuradoria de
justiça, o processo será julgado na próxima sessão, independentemente de pauta.

Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o relator, serão julgados na


primeira sessão.

05/05/2014

⑯ Mandado de segurança
Base legal: Art. 5º, CF e Lei nº 12016

Definição: é um remédio de natureza constitucional que tem por objeto proteger direito líquido e certo,
desde que, não se refira a liberdade física, cuja o amparo deverá ficar a critério do Habeas Corpus;

Natureza jurídica: o mandado de segurança é ação constitucional podendo ser declaratória,


constitutiva ou condenatória.

Pressupostos constitucionais:
1º. Direito liquido e certo:
1) Direito liquido: aquele que é translucido, transparente.
2) Direito certo: certo é aquele que é determinado; que não pode ser contestado;
2º. Ilegalidade: é todo ato que é praticado contrariando a lei. Se opõe aquilo ditado pela norma
jurídica.
3º. Abuso de poder: a autoridade age em principio conforme a lei, porém em virtude do excesso
sua conduta passa a ser contrária ao direito;

Autoridade publica e seus agentes: a autoridade publica, no campo penal, diz respeito a juiz, tribunal,
membro do MP e autoridade policial;

Condições da ação de mandado de segurança


1) Possibilidade jurídica do pedido: não basta, em princípio a existência da ilegalidade, mas é
imprescindível que haja vulneração de direito líquido e certo do indivíduo.
2) Interesse processual ou de agir: somente existirá quando o MS for utilizado para a defesa de
direito líquido e certo, que não seja amparado por outro remédio constitucional, a exemplo do
Habeas Corpus ou do Habeas Data (HD: tem por finalidade a obtenção de dados pessoais

37
arquivados em repartição pública ou qualquer outro tipo de repartição autorizada pelo poder
público)
3) Sujeito ativo: é qualquer pessoa cuja o direito líquido e certo foi violado.
4) Sujeito passivo: é a autoridade coatora, ou seja, aquele que praticou a ilegalidade ou abuso de
poder.
5) Lei em tese: o MS não pode ser instrumento constitucional de combate a lei em tese, mas
unicamente ato contrário a lei ou sua aplicação de forma abusiva.

Mandado de segurança e coisa julgada


Proibição: a Lei nº 1.216 proíbe o emprego do MS em oposição à coisa julgada.

Limitação da proibição:
a) A proibição se cinge unicamente no ataque ao mérito da decisão. A intenção do legislador,
concretamente, é não permitir que o recurso seja substituído pelo MS.
b) Nada se impede que se utilize o MS para atacar formalidades da sentença, principalmente
quando houver nulidade absoluta e incompetência entre outros atos que conduzam a
nulidade. Nesse caso, o que se ataca não é o mérito da decisão, mas sua parte extrínseca.

Analogia com o artigo 648 inciso VI CPP: se o habeas corpus pode ser utilizado quando houver
processo manifestamente nulo, o MS também poderá ser empregado. Ambos os institutos têm mesma
filiação jurídico filosófica.

Mandado de segurança na justiça criminal:


1) Substituição de recurso ordinário ou de correção parcial pelo MS: tem os seguintes parâmetros:
a. Quando da vigência da lei 1533 (legislação anterior sobre MS) vedava a substituição do
recurso ordinário ou da correção parcial pelo MS;
b. A atual lei que disciplina o MS não faz nenhuma proibição.
c. É de se entender que mesmo diante da lei atual o MS não pode substituir o recurso ordinário
ou a correção parcial. É a regra. A Exceção: O MS pode substituir o recurso ordinário ou
correção parcial na chamada teratológica, quando houver necessidade de adoção de uma
medida de urgência objetivando não permitir que haja dano irreparável ou de difícil
reparação.

Ex. se o juiz nega a devolução de mercadoria perecível que se encontra apreendida, tem cabimento o recurso de
apelação.

Visando a celeridade do instrumento capaz de evitar o perecimento do bem apreendido substitui-se o


recurso de apelação pelo MS cuja procedimento além de ser célere, pode propiciar a concessão de
liminar, sendo plausível que se evite o perecimento do bem.

2) Alteração de efeito recursal: o MS pode ser utilizado par alterar efeito recursal. O recurso especial
para atacar decisão de pronuncia não tem efeito suspensivo. Entretanto, pode ser utilizado o MS
para alterar o efeito para suspensivo evitando-se que o indivíduo seja submetido a julgamento pelo
júri, antes do transito em julgado da sentença de pronuncia ou do acórdão que a condenou.
3) Hipóteses do emprego do MS em matéria criminal: diz respeito a matéria cautelar real: busca e
apreensão; sequestro; arresto e hipoteca legal.

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Mandado de segurança no IP: no seu conteúdo é realizado ato administrativo; havendo ilegalidade ou
abuso de poder em relação a ele, tem cabimento o MS

Ex. decisão de autoridade policial no sentido de não instaurar o IP, não permitro que o advogado consulte autos
do IP; indeferir a realização de exame de corpo de delito;

12/05/14

⑰ Revisão Criminal (art. 621 e ss)


Etimologia: revisio: significa ver novamente ou rever.

Definição: é a ação penal de natureza constitutiva que tem por objetivo rescindir sentença condenatória
transitada formalmente em julgado, quando viciada de erro in procedendo ou erro em iudicando.

Natureza jurídica da revisão: a revisão criminal não é recurso, mas ação de natureza constitutiva.

Pressuposto da revisão:
 Pressupõe o trânsito em julgado da sentença penal condenatória;
 Pressupõe erro judiciário: “erro in indicando ou in procedendo”:

Formas de revisão:
a) Pro societati (em favor da sociedade): tem incidência quando ocorrer o trânsito em julgado de
sentença absolutória. Ela não tem emprego no Brasil. Predomina na Europa e países asiáticos entre
outros.
b) Pro reo (em favor do réu): a revisão pressupõe sentença condenatória formalmente. Predomina na
legislação nacional.

Revisão criminal e processo do júri:


a) Soberania: conforme dispõe a CF a decisão proferida pelo tribunal do júri está cercada pela
soberania. Isso significa, que ela não pode ser modificada por qualquer juízo ou tribunal.
b) Revisão: a sentença ou julgamento proferido pelo tribunal do júri é soberano atá antes da sentença
condenatória transitar formalmente em julgado. Após isso, nada impede que seja utilizada a revisão.
Isso porque, não se justifica em homenagem a soberania do júri, que seja mantido o erro judiciário.

Hipóteses de cabimento da revisão (art. 621): a revisão criminal somente pode ser
utilizada nas situações arroladas pelo legislador (numerus clausus), em respeito a autoridade da coisa
julgada e sua respectiva eficácia, como garantia da própria estabilidade da justiça.

A revisão não pode ser substituída por habeas corpus, pois este se restringe ao exame exclusivamente
de direito enquanto aquele se detém ao exame do acervo fático probatório. Entretanto, nada impede
que no processo de revisão criminal, o relator do feito ou tribunal competente conceda de oficio ordem
de habeas corpus, quando configurada situação de constrangimento ilegal ou abuso de poder.

A revisão também não suspende os efeitos da condenação, no sentido de que o revisionando fique em
liberdade até a decisão da postulação pertinente.

Processos findos: primeira condição para a revisio, ou seja, decisão condenatória transitada
formalmente em julgado, não cabe revisão quando a sentença criminal é absolutória.
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Podem ser objeto de revisão tanto as sentenças proferidas no juízo comum, como também as
proferidas pelo Tribunal do Júri.

Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:


I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou
à evidência dos autos;
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou
documentos comprovadamente falsos;
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do
condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da
pena.

14/05/14

1) Decisão condenatória contrária ao texto expresso na lei penal: contrária significa que a
decisão condenatória se opõe a aquilo que está contido no regramento penal. Texto penal: parte geral e
parte especial

Ex: quando o juiz condena o indivíduo por fato atípico; quando não substitui a pena privativa de liberdade por
restritiva de direito; quando contrariando o sistema trifásico;

Obs: Não cabe revisão criminal sob o fundamento de mudança de jurisprudência em questão controvertida.

2) Decisão condenatória contrária a evidência dos autos: evidência significa prova. Assim, a
decisão condenatória se opõe integralmente àquilo que foi apurado em termos de instrução criminal.

Ex: o juiz condena com base naquilo que a testemunha não disse; contrariando expressamente o que contem um
documento ou o resultado de uma perícia.

Não se torna suficiente para conferir a possibilidade jurídica do pedido que a prova que gerou a condenação do
revisionando seja simplesmente contrária à prova dos autos, mas que esta não ofereça dúvida, seja irretorquível.

Contrariedade à evidência dos autos consiste no antagonismo entre a fundamentação ou parte dispositiva da
sentença e o conjunto de provas existentes nos autos. Trata-se na inobservância ou do desprezo da prova, que
enseja condenação equivocada. Pode referir-se a autoria, fato-crime circunstâncias que determinam a exclusão do
crime, etc. diante disso, se o juiz tivesse observado a priva adequadamente, não teria havia erro judiciário, pois ele
teria absolvido ou seria imposta penalidade inferior.

Em sede de revisão criminal não pode ser elagado o princípio do in dúbio pro reo. A dúvida não autoriza a revisão
criminal nem a insuficiência de provas.

3) Sentença condenatória baseado em documento ou perícia comprovadamente falsa:

Depoimento falso é aquele capaz de alterar a verdade dos fatos. É mentiroso, mendaz.

Documento falso:
 Contrafação: o documento é feito contendo uma inverdade, é ele originalmente falso;
 Adulteração: o documento é feito contendo a verdade, porém, ulteriormente ele é modificado,
passando a conter uma inverdade.

Perícia falsa: deve atender por perícia aquela capaz de estabelecer os elementos materiais ou
sensíveis a prática delitiva. Deve ser observado sob dois aspectos:
 Pessoa que realizou o exame: não tem habilitação técnica para fazê-lo. Ex: exame necroscópico
realizado por pessoa que não tem formação em medicina;

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 Conteúdo do laudo é falso: embora tenha aptidão técnica quem realizou, fez constar no laudo
um resultado diverso daquele inspecionado e concluído.

Comprovadamente: quando a falsidade é clara e notória. Enfim indiscutível.

Pressuposto da Revisão: o juiz deve na sentença condenatória, ter levado a prova em consideração.
Se isso não tiver ocorrido, a prova não modificou seu entendimento em relação ao caso, não terá
cabimento a revisão.

A prova de falsificação deve ser colhida com justificação, em sentença declaratória, em processo
criminal por falsificação, falso testemunho, pois não se pode produzi-la durante a revisão, ela Dave
estar pré-constituída.

4) Descoberta após sentença condenatória de novas provas de inocência do acusado:


as provas de inocência podem já estar nos autos, sem que o juiz da condenação as tenha observado.

Inocência do réu: compreende todas as hipóteses encontradas no art. 386 do CPP.

As novas provas devem levar a convicção, não se aceita o in dúbio pro reo.

Pode ser levantadas provas que não foram analisadas pelo magistrado ou pelo tribunal já inseridas no
auto, ou então que sejam elas produzidas por meios regulares e que venham a instruir o pedido
revisional.

5) Descoberta após sentença condenatória de circunstâncias que autorizam a


diminuição da pena: o legislador se contenta com qualquer circunstância que venha a reduzir a
pena, a exemplo de homicídio privilegiado, furto privilegiado, semi-imputabilidade, entre outras.

O procedimento revisional é sumaríssimo. Isso implica afirmar que ele não comporta dilação
probatória ou, em outros termos, não existe instrução para nova prova, muito embora o relator ou
tribunal possa determinar a realização para elucidação de fato. Assim o pedido de inocência ou
diminuição de pena deve vir instruído, pois nesse caso, quem alega deverá provar.

A prova documental, pericial ou testemunhal deve ser submetida ao crivo do contraditório devendo
intimar o MP ou querelante, a depender do tipo de ação, por isso o revisionando deve fazer uso de
instrumento de justificação que corre no juízo de primeiro grau.

Prazo: não existe prazo para que o revisionando ingresse em juízo. Como já citado, a revisão criminal,
pressupõe decisão transitada em julgado formalmente, durante ou após o cumprimento da pena.

Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da
pena ou após.
Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em
novas provas.

Reiteração do pedido de revisão: será permitida, desde que fundando em provas novas (novo
elemento de prova não é só fato que sobrevém após a condenação, mas ainda o fato que poderia ter
sido utilizado como prova no juízo e não foi porque o ignorava, por exemplo: um documento
preexistente ao juiz mais ignorado pelo juiz).

Legitimados ativos: próprio réu ou procurador legalmente habilitado ou não, se falecido, cônjuge,
ascendente, descendente e irmão. Não há hierarquia, podendo o pedido de uma ser renovado por

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outro, desde que contenha novas provas. Por analogia ao art. 33, poderá ser nomeado representante
quando incapaz.

Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador
legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.

Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa, cuja condenação tiver de
ser revista, o presidente do tribunal nomeará curador para a defesa.

Processamento e julgamento (art. 624 e 625): não é possível postular a revisão criminal em juízo
singular ou no Tribunal do Júri, em hipótese alguma.

Competência:
 Tribunal que proferiu o acórdão em ação penal originária ou em razão de recurso.
 No caso de não ter havido processo originário de primeiro graus, a competência é do Tribunal
que seria competente para conhecer da apelação interposta contra sentença.
 Se houver recurso extraordinário e o STF (STJ ou TRF) deixar de conhecê-lo, ou conhecendo-o,
não examinar o mérito, a competência para tomar o conhecimento e proferir decisão revisional é
do Tribunal a quo, por ter sido aquele que examinou matéria de fundo.

1º. O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, devendo funcionar como relator
um desembargador que não tenha pronunciado decisão em qualquer fase do processo.
a. Deverá ser instruído com a certidão de trânsito em julgado da sentença condenatória e com as
peças necessárias à comprovação dos fatos arguidos.
b. O relator poderá determinar que se apensem os autos originais, se daí não advier dificuldade à
execução normal da sentença.
2º. Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedido e inconveniente ao interesse da
justiça que se apensem os autos originais, indeferi-lo-á liminarmente, dando recurso para as
câmaras reunidas ou para o tribunal, conforme o caso.

3º. Interposto o recurso por petição e independentemente de termo, o relator apresentará o


processo em mesa para o julgamento e o relatará, sem tomar parte na discussão.

4º. Se o requerimento não for indeferido liminarmente:


a. Dará vista dos autos ao procurador-geral, que emitirá parecer no prazo de 10 dias.
b. Em seguida, autos serão conclusos, sucessivamente, em igual prazo, pelo relator e revisor;
c. Julgar-se-á o pedido na sessão que o presidente designar.
d. Se procedente o pedido, à vista da certidão do acórdão que cassar a sentença condenatória, o
juiz mandará juntá-la imediatamente aos autos, para inteiro cumprimento da decisão, podendo
inclusive mandar expedir alvará de soltura, pois delongas na liberação do preso configurará
cerceamento de liberdade, já outras decisões deverão ser cumpridas pelo juiz da execução (art.
629)

Consequências do provimento da revisão (art. 626 e 627):


O Tribunal poderá quando do acolhimento da revisão criminal:
1. Alterar a classificação;
2. Absolver o réu: causas arroladas no art. 386 e 621.

42
a. A absolvição implicará o restabelecimento de todos os direitos perdidos em virtude de
condenação;
b. Poderá o magistrado aplicar a medida de segurança ou inimputável, pois não é pena
c. O fato de o Tribunal absolver o revisionando em instância revisional, em se cuidando de
condenação provinda de magistratura popular, não afeta, sem dúvida, o princípio da
soberania do júri, uma vez que esta somente tem emprego até o trânsito em julgado
formal da decisão.
3. Modificar a pena:
4. Anular o processo: causas do 564 do CPP – nulidades. Faculdade.

Não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista, proibição da reformatio in peius indireta.

Extensão da decisão ao corréu ou partícipe: desde que a decisão que cassou a sentença eivada de
erro judiciário não se dê por motivos de ordem pessoal do revisionando, os demais cooperadores ou
participantes do evento típico também devem ser beneficiados por ela.

19/05/14

Indenização: a orientação jurisprudencial dominante é que de que a indenização não é cabível por atos
dos juízes, salvo quando o dever de indenizar é previsto expressamente em lei e restar cumprida a
inocência do réu.

Art. 5º LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o
que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

1) Indenização e erro judiciário: por expressa disposição constitucional havendo erro judiciário, a
Fazenda Pública fica obrigado em promover a devida indenização.

Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a


uma justa indenização pelos prejuízos sofridos.
§ 1º Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União,
se a condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de
Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça.
§ 2º A indenização não será devida:
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao
próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;
b) se a acusação houver sido meramente privada.

2) Cumulação de pedido indenizatório e da revisão criminal: juntamente com o pedido revisional


pode ser cumulado pedido indenizatório. Concedida a revisão o tribunal pode determinar que a fazenda
pública promova a devida indenização.

3) Titulo judicial ilíquido: dando provimento ao pedido indenizatório, o tribunal não estabelece o
respectivo valor, diante disso, o título deve ser liquidado do juízo civil para se estabelecer o valor da
indenização. Após isso, é que o título poderá ser devidamente executado.

4) Abrangência da indenização: pode compreender:


a. Dano moral;
b. Dano material.

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5) Ajuizamento da ação indenizatória:
a. Pressuposto: tendo sido dado provimento ao pedido revisional reconhecendo o erro
judiciário, pode ser ajuizado ação indenizatória.
b. Desvantagem: a fazenda pública será citada para contestar a ação, o que não acontece
quando a acumulação de pedido indenizatória com a revisão criminal.

6) Situações que isentam a fazenda pública de indenizar:


a. Quando o próprio condenado deu causa ao erro judiciário, promovendo confissão
espontânea ou deixando de colocar no processo prova documental capaz de comprovar sua
inocência.
b. Quando o erro judiciário provier de ação penal originariamente privada. Tratando-se de erro
judiciário em ação penal privada supletiva da pública, o Estado não fica isento do dever de
indenizar.

7) Titulares da ação indenizatória:


a. O próprio ofendido:
b. Estando ele morto, o pedido indenizatório pode ser feito por seu sucessor legal.

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