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O PAPEL DA DIDÁTICA NA

FORMAÇÃO DO PROFESSOR
O EDUCADOR É TODO SER HUMANO ENVOLVIDO EM SUA PRÁTICA HISTÓRICA
TRANSFORMADORA. EM NOSSAS MÚLTIPLAS RELAÇÕES, ESTAMOS DIALETICAMENTE
SITUADOS NUM CONTEXTO EDUCACIONAL. TODOS SOMOS EDUCADORES E
EDUCANDOS, AO MESMO TEMPO. ENSINAMOS E SOMOS ENSINADOS, NUMA
INTERAÇÃO CONTÍNUA, EM TODOS OS INSTANTES DE NOSSA VIDA.
EDUCADOR É O PROFISSIONAL QUE SE DEDICA À ATIVIDADE DE,
INTENCIONALMENTE, CRIAR CONDIÇÕES DE DESENVOLVIMENTO
DE CONDUTAS DESEJÁVEIS.

EDUCADOR É O INDIVÍDUO QUE PASSA POR UM


PROCESSO FORMAL DE AQUISIÇÃO DE
CONHECIMENTOS E HABILIDADES PARA O EXERCÍCIO
DO MAGISTÉRIO E OUTROS EXERCÍCIOS AFINS.

O EDUCADOR COMO SUJEITO OU OBJETO DA HISTÓRIA

COMO SUJEITO DA HISTÓRIA, O AUTÊNTICO EDUCADOR, É UM SER


HUMANO QUE CONSTRÓI O PROJETO HISTÓRICO DE DESENVOLVIMENTO
DO POVO.
COMO OBJETO DA HISTÓRIA, SOFRE A AÇÃO DOS TEMPOS E DOS
MOVIMENTOS SOCIAIS SEM ASSUMIR A CONSCIÊNCIA E O PAPEL DE
INTERFERIDOR NESSE PROCESSO.
OPÇÕES TEÓRICAS

TODO EDUCADOR DEVERÁ EXERCER AS SUAS ATIVIDADES CONSOANTE AS


SUAS OPÇÕES TEÓRICAS, OU SEJA, UMA OPÇÃO FILOSÓFICA-POLÍTICA PELA
OPRESSÃO OU PELA LIBERTAÇÃO; UMA OPÇÃO POR UMA TEORIA DO
CONHECIMENTO NORTEADORA DA PRÁTICA EDUCACIONAL, PELA REPETIÇÃO
OU PELA CRIAÇÃO DE MODOS DE COMPREENDER O MUNDO.

Dessa forma, a prática educacional é vista


como uma ação comprometida ideológica e
efetiva, capaz de formar o educador, criando
condições para que ele se prepare
filosoficamente, cientificamente e
tecnicamente para que sirva de base efetiva
o tipo de ação que vai exercer, fazendo-o
reconhecer que um educador nunca
estará definitivamente pronto, ao contrário,
o fazer do dia-a-dia o tornará apto a meditar
a teoria sobre a sua prática, fazendo-o
compreender, globalmente, o seu objeto de
ação, pois aprende-se bem aquilo que é
praticado e teorizado.
NÃO É A EDUCAÇÃO, POR SI SÓ, QUE CRIA UM MODELO SOCIAL, MAS ELA ATUA
DENTRO DE UM MODELO SOCIAL EXISTENTE.

Na intimidade do sistema social, o Tal projeto histórico se traduz, para o


educador, ao mesmo tempo humilde e educador, num projeto pedagógico,
grandioso, tem papel fundamental no em um plano de ação, racional e
desenvolvimento e execução de um consciente, que, no seu espaço
projeto histórico que esteja voltado para geográfico e temporal, manifesta as
o homem. Assim sendo, não será ele o
aspirações e o processo de
executor de diretrizes decididas e
emanadas de centros de poder (mesmo crescimento e desenvolvimento do
educacionais!), mas será o forjador, povo. A ação pedagógica não poderá
juntamente com os outros, e, enquanto ser, então, um que fazer neutral, mas
autor e ator, de um projeto histórico de um que fazer ideologicamente
desenvolvimento do povo, do qual faz definido.
parte integralmente.
NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES A
DIDÁTICA OCUPA UM LUGAR DE DESTAQUE.

A DIDÁTICA LIMITA-SE AOS SEGUINTES COMPONENTES


BÁSICOS: O EDUCADOR, O MÉTODO A QUE SE
RECORRE, O EDUCANDO, A MATÉRIA QUE SE ENSINA E
OS OBJETIVOS A ATINGIR PARA QUE SE EDUQUE.

AFINAL, QUAL O PAPEL QUE A DIDÁTICA


EXERCE NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR?
AQUI, A DIDÁTICA É COLOCADA COMO UM
MECANISMO DE PREPARAÇÃO DO
EDUCADOR.

E A PERGUNTA PERMANECE: SERÁ QUE A


DIDÁTICA, CONFORME VEM SENDO
ENSINADA E EXECUTADA, AUXILIA O
EDUCANDO A SE HABILITAR PARA AS
ATIVIDADES QUE DEVERÁ DESENVOLVER
COMO PROFISSIONAL (EDUCADOR)?
Entre os nossos ancestrais históricos, a
DIDÁTICA foi utilizada, especialmente, na
transmissão de conteúdos morais
desejáveis; na modernidade, utilizamos a
DIDÁTICA para a transmissão de
conteúdos tanto morais como cognitivos,
com um aparente acentuamento
hipertrofiado para este último.

A educação institucionalizada que compõe a nossa


circunstância histórica está, aparentemente, destinada à
transmissão, quase que exclusiva, de conteúdos dos
diversos âmbitos do conhecimento científico. Todavia,
nas atividades do magistério e outras afins, existe uma
carga imensa de conteúdos moralizantes, ou, ao menos,
subjacentemente ideologizantes. Comprovando isso,
estão aí os livros didáticos que, sob uma capa de
"objetividade" científica, transmitem a pura ideologia
dominante.
A DIDÁTICA é ensinada, dentro dos currículos, separadamente das disciplinas
profissionalizantes, quer seja nas licenciaturas em geral, quer seja nos cursos de
pedagogia. Na prática do planejamento, execução e avaliação do ensino,
superior ou médio, ela é apresentada como se fosse um conjunto de
mecanismos assépticos e isolados de "como fazer" alguma coisa.

Essa separação entre teoria e prática, entre


"o que fazer' e o "como fazer", conduz a
distorções mais complexas na prática
educacional, quando se caminha para as
especializações do setor educacional, onde
estão presentes profissionais que planejam
e, contudo, não executam nem avaliam,
profissionais que executam, sem ter
planejado e que não vão avaliar;
profissionais que vão avaliar, sem ter
planejado ou executado. Processam-se, aí,
conjuntos estanques de atividades didático-
pedagógicas como se eles não
compusessem um todo orgânico e definido.
O educador, segundo a atual concepção, deve saber tratar tecnicamente os
mecanismos pelos quais um indivíduo (educando), possa adquirir determinados tipos
de conduta com maior facilidade. E, então, a didática passou a ser uma hipertrofia dos
modos de fazer, da discussão do como se chega a um determinado fim.

A DIDÁTICA, COMO ELA VEM SENDO MINISTRADA E PRATICADA, ACENTUA O


"SENSO COMUM IDEOLÓGICO DOMINANTE" QUE PERPASSA A PRÁTICA
EDUCACIONAL DIÁRIA, SEJA POR UM DESCUIDO DE UMA COMPREENSÃO
FILOSÓFICA DO MUNDO E DO EDUCANDO, SEJA PELA NÃO COMPREENSÃO DE
UMA TEORIA DO CONHECIMENTO NORTEADORA DA PRÁTICA EDUCATIVA, SEJA
PELO MAL ENTENDIMENTO DO PAPEL DE UM MATERIAL DIDÁTICO, QUE, DE
SUBSIDIÁRIO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM, PASSA A OCUPAR UM PAPEL
CENTRAL DE TRANSMISSOR DE CONTEÚDOS E, IMPLICITAMENTE, DE
IDEOLOGIAS OFICIAIS.
Este esfacelamento entre teoria e prática é interessante aos detentores do poder,
pois que sempre poderão tomar as decisões fundamentais deixando aos executores
tão-somente as decisões de "como fazer", sem nunca lhes permitir interferência no
"o que fazer“ o que acaba por facilitar a manipulação dos poderes hegemônicos.

A DIDÁTICA, para assumir um papel significativo na


formação do educador, deverá mudar os seus rumos.
Não poderá reduzir-se e dedicar-se tão-somente ao
ensino de meios e mecanismos pelos quais se possa
desenvolver um processo ensino-aprendizagem, mas
deverá ser um elo fundamental entre as opções
filosófico-políticas da educação, os conteúdos
profissionalizantes e o exercício diuturno da educação.
Deverá ser, sim, um modo crítico de desenvolver uma
prática educativa, forjadora de um projeto histórico, que
não se fará tão-somente pelo educador, mas pelo
educador, conjuntamente, com o educando e outros
membros dos diversos setores da sociedade.
CANDAU, Vera Maria (org.) A Didática em Questão Petrópolis: Vozes, 1983

LUCKESI, Cipriano Carlos. O papel da didática na formação do educador. In:


A Didática em Questão. Petrópolis: Vozes, 1987.

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