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O que significa auto-estima?

Basicamente, auto-estima significa, quem você é pra você. Portanto, seguindo esta linha de
raciocínio, se você se tiver em “alta conta”, se valorizar, e se considerar como alguém de
“valor”, você terá uma auto-estima alta. Do contrário, o que é mais comum, a sua auto-
estima será baixa.

Todos têm problemas de auto-estima.

A grande tendência é nos valorizarmos para os “outros” e não para nos mesmos. Alem
disso, existe um grande preconceito com relação ao ato de se “valorizar”. Muitas vezes
vemos este comportamento como egoísmo, e por isso, nos “proibimos” de gostar de nós
mesmos. Porem, se colocar em primeiro lugar, e não os “outros”; não significa “fazer”
somente para si. Apenas significa que seus sentimentos, suas necessidades e vontades são
importantes.

A conseqüência da nossa baixa auto-estima é a desvalorização. Você não é importante para


você.

Muitas situações “ruins” que aconteceram, ou que estão acontecendo na sua vida agora,
estão diretamente relacionadas à sua baixa auto-estima. O constante sentimento de
rejeição, de menos, que sempre “andam” junto com você, levam a uma serie de sentimentos
negativos que acabam, por digamos atrair, ou melhor, causar, uma serie de situações
negativas e frustrantes. A baixa auto-estima leva até a sentimentos de violência, desde a
verbal até a física. Seja violência contra o outro, quanto à violência praticada contra nós
mesmos. A pessoa dita “violenta” esta ferida de alguma forma, se frustra por não acreditar
que vá obter o que quer, e por isso se vira contra os outros e/ou contra si mesma. Por isso a
auto violência é muito comum.

Sem estima esperamos que o “outro” faça, aquilo que não fazemos por nós mesmos.

Você espera que os outros tenham consideração por você. Mas essa consideração você dá
para si mesmo?

Você é um “amor” com os outros, e, uma “peste” com você?

Demonstra que tem “jeito”, e condições de considerar e dar amor para os “outros”, mas não
faz o mesmo para si ?

Muitas vezes, para “compensar” o mau trato que você faz com si mesmo. Você começa a
fazer “tudo” para os outros. Tudo que eles "querem”. E a conseqüência disso, é que você se
anula. Você acredita que vai “consertar” a sua falta de amor próprio, “consertando” por fora
(fazendo para os “outros”), e não mudando a si mesmo. Nestas situações aparecem os
medos. O medo de “romper” com o “outro”. Porque você não quer “ficar só”. E este medo é
mais intenso, na medida em que você não é seu “amigo”. Você é seu próprio “inimigo”.Você
não é seu “amigo”, porque nas horas de dificuldade, quando, por exemplo, você comete
algum “erro”, você simplesmente “morre de vergonha de si mesmo”, e é o primeiro a se
colocar” para baixo”. Você tende a se tratar com uma exigência absurda. Podendo desta
forma, estar repetindo o “modelo” como foi tratado pelos pais, ou por outras pessoas na sua
vida.

Em nome do amor, existe muito desamor. Mas, não adianta questionar aqueles que te
ensinaram a se tratar desta forma, porque, sendo você um adulto, não esta mais “na mão
deles”, mas nas suas próprias mãos. Alem disso, o que você faz por si mesmo, hoje em dia,
melhor que estas pessoas, fizeram no passado ?

Provavelmente nada, ou sendo otimista, muito pouco.

As outras pessoas fazem muita coisa por nós, isto é inegável. Mas não são só eles que tem
que fazer tudo.

O que você “faz” ai dentro de si?

Por que você não faz tudo que quer? Eu acredito que seja porque você já “pegou tanto no
seu pé”, que até tirou a vontade das coisas. Isto acontece, porque quando você esta “ruim”
com você; nada tem “gosto”.

Não existe nada mais importante neste mundo do que você estar bem com você mesmo.
Porque se acontecer o “ruim” fora, você está bem por dentro. Por isso você não pode se
ignorar, e não se aceitar.

A sua felicidade esta na sua mão.

Você deixou as “outras” pessoa colocarem “regras” na sua vida. Mas você é o responsável
por deixar o que vai ou não “pegar” para si. Os “outros” determinam até o que você tem que
sentir diante da sua vida. Mas, você esta “aí”, e pode dizer, e fazer o que quiser.

Se você se anula e se transforma em uma pessoa “insossa”. Não é “culpa” dos outros, te
evitarem.

Por que você se põe para “baixo”?

Todos temos algo em nós que já foi discriminado.

Porque você não assume quem realmente é, ao invés de querer seguir um “modelo”.
Assuma, e diga para si mesmo: “Eu gosto de ser assim”. “Eu sou mesmo”. “É eu gosto
mesmo”.

Você fica seguindo um “ideal”, um “modelo”, de como você “deveria” ser. E, por causa disso,
fica se “malhando” para ser aquela pessoa. Você fica contra você, quando assume este tipo
de atitude. E depois quer que as “pessoas” venham resolver estas suas “questões”. Mas,
nesta hora, você esquece que quem fez um “mal” para você. Foi você mesmo. E não os
outros.

A sua vida é para você.

Gostar-se é aceitar-se.

Quando você começa a querer se aceitar, se amar, começam os sentimentos de “aflição” e


tristeza. Fica triste porque não é “aquele”, do “modelo idealizado”. Sempre se “enxergando”
como “errado”, e sempre com falta de confiança em si. Por isso, “vive” arrumando “tarefas”
para compensar. É claro. Você tem que compensar o “erro” que é. Vive implicando com você
mesmo, se perseguindo. Vai acumulando sentimentos e emoções que “envenenam”. E fica
insensível, desanimado, e acaba perdendo o “gosto” das coisas. O “gosto” da vida e do
viver.
Envenena-se de auto perseguição, e fica aflito por não saber quando vai “desabar’
novamente.

Constantemente fica cedendo aquela “voz” dentro de você, que diz que, você não pode ser
assim, que deve ser de “tal jeito”. E cada vez que “pegar” mais modelos, “achando” que são
certos; virão outros “tem que”.

A primeira coisa que funciona é mudar a sua atitude com você mesmo. Mudar para o
melhor. E para isso, você precisa de toda paciência que puder com si mesmo.

Comece nunca mais tendo vergonha de si mesmo. Se assuma: “É, fiz”. “É sou”.

Em segundo lugar, não deixe as “regras” dos outros te dominarem, te colocarem para baixo.

Isto esta em suas mãos.

Comece a ver, a “enxergar” a si mesmo, como uma pessoa “ótima”. Se deixe ser assim.

Existem uma serie de criticas que você faz a si mesmo, que só servem para que você fique
contra si mesmo.

Seja “corrupto”. “Corrompa” todas estas críticas em você, e se liberte.

Daí a pouco, a sua vida acaba. E aí, o que você “deu” para você? Alem de críticas.

O que você fez de “bom” para si? Alem de se condenar e perseguir.

Você vive de você, vinte quatro horas por dia, e não dos outros.

Vá para a pratica. Quando você “melhorar” com você. A vida “melhora” com você.

O “exterior” é reflexo do “interior”. Você recebe uma serie de “maus tratos” da vida e das
pessoas. Reclama disso. Mas, não é capaz de enxergar que faz o mesmo consigo.

Você esta criando o “ruim” para você.

Quem não “cultiva”, não tem. Como você quer ter uma paz, se não se deixa em paz. Como
quer ter amor, se não se ama. Como quer ter consideração, se não se considera.

Toda vez que você vai em busca de um “modelo ideal”, em detrimento de si mesmo, usando
isso para se desvalorizar e invalidar, você irá “arrumar” uma serie de aflições. Fica aflito,
porque “tem que conseguir”, “tem que chegar lá”, “tem que alcançar aquele modelo”. E, com
tudo isso, vai ficando cada vez mais ansioso, cheio de expectativas, de medos. E isto tudo
se chama, aflição. Com aflição, a sua vida fica desgastada. E, a fase mais aguda deste
processo de aflição, é o chamado stress.

Queira, a partir de agora, acima de tudo. Estar bem. Para que estas coisas na sua vida?
Deixe de se afligir.Você tem que querer a sua paz. E não existe paz, na vida de uma pessoa
aflita.
Se “volte contra” as suas exigências absurdas. Acredite que você não tem que ser essa
criatura excepcional”, que você criou na sua imaginação, para começar a se gostar, e se
aprovar.

Pare de “bater” em si mesmo.

Não faça mais “força” para alcançar os seus modelos.Isso é se forçar.

Ao invés disso. Comece a se “dar força”. Se “dar força” é se permitir ser quem você é, se
aceitar. E, se acontecer alguma coisa, você deve ser o primeiro a se defender, se apoiar, ao
invés de ficar aflito e se culpar.

Não se deixe invadir.

Tome posse de si mesmo.

Não se permita culpar os outros. Toda vez que você acreditar que a causa dos seus
problemas esta fora de si, e/ou são os “outros”. Você não terá saída.

A “saída” é procurar dentro de si as mudanças.

E agora quando você novamente se perguntar: “O que eu sou para mim”?

A sua resposta deve ser: “Eu sou tudo para mim”.

E como você pode cultivar e adorar isso......

Isso é integridade e maturidade. È auto reconhecimento. Se conhecer. Porque é sua


responsabilidade se “levar” para frente. E “levar” de uma maneira construtiva.

Essa é sua responsabilidade e não do “outro”.


O "ficar" pode ser uma indicação de
dificuldade em lidar com rejeição
Muitos jovens são adeptos do “ficar” e, claro, jamais
assumem relações sérias. Mas a busca desmedida dos
prazeres imediatos, é preciso destacar, pode camuflar
tanto insegurança quanto medos e conflitos internos
mal resolvidos. O preço que pagam por esse
comportamento impetuoso é que fazem escolhas
afetivas erradas e vivem relacionamentos superficiais
e insatisfatórios.

Foi-se o tempo em que os namorados dançavam música lenta. Nos dias atuais, o ritmo foi
substituído pela acelerada batida tecno. Dessa forma, o toque suave na cintura foi trocado
pelas "bundadas" do funk. Igual ao compasso da música, os jovens estão apressados e
envolvidos em relações sem compromisso. Por trás desse comportamento, pode estar a
recusa em aceitar a própria incapacidade de lidar com a solidão, além do medo da rejeição e
insegurança. A pior conseqüência de viver dessa maneira é fazer escolhas afetivas erradas e
se acostumar com uma vida de misérias emocionais.

Os solteiros em geral parecem estar alérgicos às frustrações e tristezas e não percebem a


importância dessas emoções para refinar a personalidade. Assim, insistem em fugir desse
desafio e se habituam a viver relações superficiais. O resultado é uma busca desenfreada da
satisfação imediata a qualquer preço.

Resta perguntar: o que sobra em termos de afeto do que eles chamam "ficar"? Nada. São
dois corpos e nenhuma intimidade. Relação afetiva saudável pressupõe enxergar, sentir,
ouvir e processar o mundo interior do outro. Viver relações superficiais é uma armadilha e
uma pseudofelicidade. Passado o efeito do uísque com energético e dos beijos
descompromissados, os "ficantes" alugam os ouvidos de um amigo e reclamam de solidão,
do descaso e da rejeição. Outros até têm uma pessoa fixa com quem se relacionam, mas
parecem viciados em enxergar só o lado negativo do namoro estável.

Para esses, a relação afetiva é igual a um bolo. Só querem comer o recheio, ou seja, a parte
boa, mas se esquecem dos outros ingredientes essenciais. Antes de assar havia farinha seca,
ovo cru e gordura pura. Somente após passar pelo árduo calor do fogo, o bolo está pronto
para ser consumido. O difícil é aceitar que nem a vida nem os bolos têm só os ingredientes
preferidos. E isso não torna o caminho menos divertido, e sim mais desafiador.
Enquanto a pessoa viver a vida como se tudo fosse descartável, irá desconhecer o prazer de
dormir abraçadinho e roçar os pés sob as cobertas. Em outras palavras, a troca de
cumplicidade, o cafuné e o carinho. E assim perde a chance de descobrir o significado do
amor.

Ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se
permitir viver os sentimentos. Implica arriscar-se, pagar para ver e correr atrás da
felicidade. Doar e receber. É compartilhar momentos de alegria e tirar proveito até das
coisas ruins.

É claro que isso tudo demanda esforço. Para amar e ser amado é necessário o
reconhecimento das diferenças, pois aquele que lidar melhor com as imperfeições do outro
é o que sabe administrar as próprias limitações.

Não vale a pena procurar o amor em qualquer lugar ou pessoa. Isso não é compensador.
Não adianta esconder-se atrás dos medos, pois nem sempre amar significa sofrer. Envolver-
se com alguém implica a capacidade e a disposição de correr o risco de se lançar ao
encontro do outro e desvendar a mais bela singularidade, como diz Roberto Carlos (69) na
canção Emoções: "Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi!"
* Karine Rizzardi, psicóloga em Cascavel (PR) especialista em casais, família e em
aconselhamento familiar, fez pós-graduação em Psicologia na Chicago University, em
Chicago, nos Estados Unidos, e é membro da Associação Brasileira de Terapia Familiar
(Abratef). E-mail: drakarinerizzardi@gmail.com

Admitir que o outro pode pensar diferente


é atalho para harmonia
Parece óbvio dizer que as pessoas não são todas iguais e
não pensam da mesma maneira. Porém, a simples
consciência desse fato pode evitar muitos conflitos
nos relacionamentos. Com criatividade e bom humor,
é possível conviver com as diferenças e até mesmo
tirar proveito delas. O que não dá certo é querer
forçar o parceiro a raciocinar como a gente.
Rosa Avello *

Talvez as razões mais frequente de brigas entre casais sejam a falta de respeito ao modo de
percepção do outro e a tentativa de convencê-lo a ver o mundo de acordo com determinada
óptica. Só que as pessoas são diferentes e não adianta lutar contra essa realidade.

Já em 1923 o psiquiatra suíço Carl G. Jung (1875-1961) presenteou a humanidade com sua
Teoria dos Tipos Psicológicos. Com base em 20 anos de observação do ser humano, ele
concluiu o que agora os exames de imagem e os avanços da neurociência confirmam: o
cérebro possui formas preferidas de perceber o mundo. Isso mesmo: cada um "lê" as coisas
do seu jeito. Alguns captam melhor o que é concreto, tangível e mensurável, outros
registram preferencialmente o abstrato, o que "pode vir a ser", o que está no terreno das
possibilidades. Como decorrência dessa diferença cerebral, os primeiros têm foco no
presente, os segundos, no futuro.

Recentemente, em uma reunião social, presenciei acalorada discussão entre um casal que
descrevia um acidente de carro. Ela, mais focada no concreto, relatava os detalhes, a
sequência de eventos que resultaram no acidente. Ele, mais conceitual, apresentava suas
impressões gerais. Ambos desejavam manter os ouvintes focados no que consideravam
mais "real" e acabaram se irritando mutuamente. Ele, impaciente com as minúcias dela, ela,
intolerante com a superficialidade dele. A situação constrangeu a todos.

Conflitos assim, causados por tipos de percepção diferentes, podem ir muito além de
discussões como a descrita acima. Administrar o orçamento familiar vira um transtorno
quando um entende que o dinheiro é um bem que deve ser gasto com prudência e o outro,
mais confiante no futuro, gerencia os gastos sem cuidado. Numa viagem, o tempo pode
fechar quando o que manuseia o mapa é o mais voltado para o abstrato. Ele pode irritar uma
pessoa com a percepção no concreto, que consegue focar grande quantidade de informações
e, portanto, lê mapas com facilidade. Na educação dos filhos, a confusão é certa se, por
exemplo, um quer brecar as saídas da filha adolescente, porque visualiza perigos futuros, e
o outro, mais ligado no presente, prefere liberá-la, pois acredita que "tudo está sob
controle".

Qual está certo? Nenhum. Ou todos. Não há um tipo melhor do que o outro. Cada um têm
seus alcances e limitações. Quando uma relação é significativa, chega inevitavelmente num
ponto em que essas diferenças aparecem e devemos nos posicionar. Podemos transformar
esse momento numa oportunidade para criar soluções originais ou, por falta de
entendimento, postergamos a solução e mantermos o problema - a última, infelizmente, é a
escolha mais comum.

Quando se sabe que o processo cerebral direciona nossa percepção, a atitude é mais
confiante na busca de saídas que satisfaçam os envolvidos. Diferenças entre tipos podem
ser comparadas às diferenças na linguagem. Quanto mais soubermos a linguagem do outro,
mais fácil será entendê-lo e valorizá-lo.

Nem todos os problemas dos casais, claro, vêm das diferenças de funcionamento cerebral.
Mas, sabendo que elas existem, podemos nos tornar mais tolerantes e criativos para
desenvolver relações harmônicas e prazerosas.
* Rosa Avello, psicoterapeuta na capital paulista, é especialista em sexualidade humana
pelo Instituto Sedes Sapientiae, em psicodinâmica aplicada aos negócios pelo Grupo
Dirigido (GD) e na aplicação do MBTI (instrumento de identificação dos perfis
psicológicos) pelo Instituto Felipelli. E-mail: rosavello@uol.com.br Site:
www.rosavello.com

Parceiros que mantêm sua criança interna


podem ser bem mais felizes
Os companheiros muitas vezes sacrificam a dimensão
criança de sua personalidade em favor de
comportamentos e escolhas exclusivamente adultas.
Com isso, tornam o casamento uma chatice. Mas, se
preservassem a criança interna de cada um e de
ambos, com certeza teriam mais alegria de viver e
tornariam o relacionamento muito mais divertido e
duradouro

por Alberto Lima*

Após o "... e foram felizes para sempre", os casais correm o risco de achar que a cerimônia
e a festa do casamento foram os únicos momentos felizes de sua vida, a menos que tomem
providências para desconstruir a idéia de felicidade em nome da qual se uniram para
colocar no lugar dela padrões reais e possíveis de felicidade. Uma das mais importantes
medidas que os parceiros podem tomar é preservar espaço para a criança interna de cada
um e de ambos.
Desatentos ao fato de que, quando se tornam adultos, as crianças que um dia foram não
deixam de existir ou inadvertidamente adeptos da ingênua crença de que quando alguém se
casa deve se tornar "sério", os parceiros muitas vezes sacrificam a dimensão criança de sua
personalidade em favor de comportamentos e escolhas exclusivamente adultas. É o que
basta para tornar o casamento uma chatice, com um amontoado de afazeres e obrigações.

Lembram-se daquelas bonequinhas russas, as "babushkas"? São de madeira com uma


abertura na cintura. Dentro de uma boneca há outra menorzinha. E outra ainda menor
dentro da segunda, numa sequência que poderia não terminar. Lembram-se? Pois é, a
"babushkona" traz dentro dela a "babushkinha", que não deixa de existir só pelo fato de ter
sido suplantada pela maior. Na vida adulta, as tarefas, a consciência e as responsabilidades
maduras não podem ser negligenciadas, mas também as crianças internas não devem ser
esquecidas, sob pena de o casamento não se sustentar, ou de as pessoas odiarem esse
negócio de "virar gente grande".

O que aqui se recomenda não é a regressão ao estágio infantil do desenvolvimento. Isso


equivaleria a aniquilar as aquisições feitas ao longo da vida. Preservar a criança não
antagoniza com a condição adulta. Ao contrário, dá a ela bom tempero e alimenta a alegria
de viver, a leveza, o prazer, o espírito lúdico e criativo. Não apenas como dimensões
individuais de cada pessoa, mas também como atributos do próprio vínculo amoroso. E
como é bom brincar juntos! Há brincadeiras apropriadas aos adultos, para o deleite de suas
crianças internas. A sexualidade é um dos palcos em que essa ludicidade pode ser exercida,
mas não o único. Cozinhar juntos pode ser uma folia! Passear num parque há de ser uma
festa para quem inventa de descobrir o que há lá, divertir-se com isso, dar vazão à atividade
fantasiosa, inventar uma brincadeira, sussurrar bobagens de amor ao pé do ouvido,
desenhando no espaço público do parque um secreto e sigiloso conluio privativo. Isso dá
bom gosto ao passeio e costuma suscitar "apetites" para o retorno à casa. Nada mal!

Se os adultos não souberem e não puderem ouvir e, se possível, gratificar os desejos de sua
criança interna, poderão perigosamente "terceirizar" essa função, ou seja, ter filhos e
delegar a eles o preenchimento de suas próprias necessidades. Não se pode fazer isso com
uma criança. Ela vai sentir que vive uma vida que não é sua. Ou correm o risco de
promover nos filhos um "adultecimento precoce", aniquilando também nas crianças a
chance de usufruírem sua condição infantil.

A criança interna é a portadora do mais íntimo e legítimo de nossos desejos, além de dar
voz ao movimento espontâneo de nossas mais preciosas verdades. Saibamos ouvi-las. Após
o "... e foram felizes para sempre", podemos ser ainda mais felizes.
* Alberto Lima, psicoterapeuta de orientação junguiana, é professor-doutor em Psicologia
Clínica e autor de O Pai e a Psique (Editora Paulus) e de Alma: Gênero e Grau (Editora
Devir).

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