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A HUMANIZAÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA: O ACOLHIMENTO E A CLINICA

AMPLIADA.

Segundo o PNAB (Brasil, 2012)1, a atenção básica caracteriza-se

por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que

abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o

diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. As

atividades englobadas pela atenção básica, portanto, representam o primeiro

contato do usuário com o sistema nacional de saúde. É o serviço que está mais

próximo da casa e do local de trabalho da população.

As ações da atenção primaria à saúde , ainda conforme o PNAB

(Brasil, 2012)1, constituem o contato preferencial dos usuários com o sistema

de saúde, devendo orienta-se pelos princípios da universalidade, da

acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da

integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da

participação social.

Assim, o principio da humanização está institucionalmente

estabelecido, sobretudo na atenção básica, remontando nas palavras de

Navarro e Pena (2013)3 ao sentido de humanizar que se distancia do ideal de

Homem, benevolente e superior, cabendo humanização como um valor à

gestão e atenção do SUS, como a inclusão e a aceitação da alteridade capaz

de provocar mudanças que podem, enfim, construir um sistema único de saúde

que tenha seus princípios realizados em sua plenitude.

O governo tem investido – ainda que não na proporção adequada

- na ampliação da atenção básica através da ampliação da rede de


atendimento, construção de novas unidades de saúde. Porém, é preciso que

não apenas aumente a infraestrutura, como se transformem as práticas e

tecnologias de atendimento na atenção básica.

Dentre as diretrizes apontadas pela PNH para produzir práticas

humanizadas no atendimento da atenção básica, temos: o acolhimento, a

clínica ampliada, a cogestão, a produção de redes, a valorização do trabalho e

do trabalhador da saúde. Dentre eles, se destacam o acolhimento e a clinica

ampliada.

O acolhimento é umas das diretrizes mais fundamentais para o

processo de humanização no atendimento em saúde, sobretudo na atenção

básica. Para Abbês, 20104:

“... é importante ressaltar que “o acolhimento


não é triagem e sim implica prestar um
atendimento com resolutividade e
responsabilização, orientando, quando for o
caso, o paciente e a família em relação a
outros serviços de saúde para continuidade
da assistência estabelecendo articulações
com estes serviços para garantir a eficácia
desses encaminhamentos; é uma postura de
escuta e compromisso em dar respostas às
necessidades de saúde trazidas pelo usuário
que inclua sua cultura, saberes e capacidade
de avaliar riscos; é a construção coletiva de
propostas com a equipe local e com a rede
de serviços e gerências centrais e distritais,
ou seja, é o rompimento com a lógica da
exclusão”, finalizou. ”(ABBÊS, 2010)

O acolhimento, portanto,não é apenas uma nova estratégia, mas

uma mudança de mentalidade, uma modificação no processo de trabalho,

visando o encontro entre o profissional de saúde e o usuário, e um atendimento

multidisciplinar que seja efetivo na resolutividade da necessidade do

cliente.
Dentre os fatores que podem interferir na prática do acolhimento

está a perfil da equipe que acolhe, prejudicado dentre outras medidas, pela

rotatividade profissional, uma vez que mudanças constantes na equipe

podem contribui para a interrupção do processo de trabalho que estava sendo

realizado. Nesse sentido nos ensina Silva, 2009 5:

“A rotatividade profissional é um problema


para se avançar na melhoria da capacitação
de recursos humanos.Conclui-se que para
avançar na formação de recursos humanos
para a Equipe de saúde da Família precisa
de haver uma articulação entre o trabalho
das unidades de saúde, equipes e gestor”.
(SILVA, 2009).

.Assim, a efetividade do acolhimento deve passar por uma

redução na rotatividade profissional, e pelo constante aperfeiçoamento dos

profissionais. A educação continuada de médicos, enfermeiros e agentes

contribui significativamente para o sucesso do acolhimento.

A Clínica Ampliada constitui outra importante diretriz voltada para

um atendimento mais humanizado no sistema único de saúde. Ampliar a clinica

consiste em aumentar a abrangência e qualidade do cuidado, ao mesmo tempo

em que se oportuniza ao usuário do serviço de saúde que tenha mais

autonomia na promoção de sua saúde. Significa um atendimento

multiprofissional integrado, visando cuidados e tratamentos específicos, onde o

as condições de risco, vulnerabilidade e a própria historia do usuário, são

plenamente consideradas no diagnostico e na terapêutica. Dentre as muitas

correntes teóricas que contribuem para o trabalho em saúde, podemos

distinguir três grandes enfoques: o biomédico, o social e o psicológico. Por


isso, a clinica ampliada não pode restringir o atendimento ao usuário a seu

aspecto biomédico. Conforme Brasil (2006)6 :

A proposta da Clínica Ampliada e Compartilhada


surge na contramão das práticas tradicionalmente
desenvolvidas de redução dos sujeitos, com
recortes diagnósticos ou burocráticos. Vem com o
propósito de ser um instrumento para que os
trabalhadores e gestores de saúde possam
enxergar e atuar na clínica para além dos
pedaços fragmentados, ao mesmo tempo
reconhecendo e utilizando seu potencial de
saberes, para relacionarem-se com os sujeitos
enquanto protagonistas do seu próprio projeto
terapêutico. Ela é um compromisso ético e radical
com o sujeito doente, visto de modo singular em
suas diferenças. A proposta então é a do trabalho
em equipe para lidar com a complexidade dos
Sujeitos e a multiplicidade de fatores envolvidos
no processo do adoecer.

A clinica ampliada, portanto, enfoca além do aspecto biomédico,

todo o contexto organizacional, cultural, político e sócio-econômico onde estão

inseridos os usuários - e que, portanto, condicionam seus comportamentos- e

utiliza tais informações para cuidar de seus clientes. Em contraoposicao a este

modelo, temos a chamada “clinica degradada”, que segundo Campos (2003) 7 é

aquela submetida a interesses econômicos corporativos ou desequilíbrios

muito pronunciados de poder. A Clínica Ampliada, por outro lado, visa a

superação do mecanicismo no atendimento em saúde, considera a

singularidade de cada situação e propõe variadas possibilidades de

intervenção em saúde coletiva.


REFERENCIAS.

ABBES, Claúdia. Política de Humanização. Disponível

em:

(Http://Www.Saude.Mg.Gov.Br/Noticias_E_Eventos/Politica-De- Humanizacao-

E-Debatida- durante-seminario-ocorrido-em-Juiz de-Fora 03/05/2010)

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico

da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS : documento base para

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Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. –

3. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento

de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da

Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. –

Brasília : Ministério da Saúde, 2012. 110 p. : il. – (Série E. Legislação em

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Dissertação de mestrado. São Paulo, 2009. 156 p. escola de enfermagem da

Universidade de São Paulo. 2009. Disponível em:

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-11012010- 154514/

Acesso em 12 de Mai de 2010.

TRINDADE, Cristiano Santos.a importância do acolhimento no processo de

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