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Foucault e o libertarismo

Autor: Edson Passetti e Salete Oliveira


publicado em 2007.

“Silêncio.

Estragon: Para fazer direito, seria preciso me matarem, como o outro.

Vladimir: Que outro? (Pausa) Que outro?

Estragon: Como bilhões de outros.”

Samuel Beckett, Esperando Godot

As pesquisas de Foucault atingiram as humanidades de maneira

contundente. Não pouparam a segurança que estas imaginaram ter como

ciências, e tampouco a aposta do iluminismo no sujeito livre e autônomo,

oscilando entre a governamentalidade e a utopia da sociedade igualitária.

Na perspectiva política de Foucault, que acompanha à sua maneira as

sugestões da genealogia do poder traçada por Nietzsche, não cabe espaço para

totalitarismos. Trata-se de um filósofo e historiador que se encontra no interior

de relações de poder e resistências; é um escritor que não se deixa capturar por

identidades ou especialização, nem que se acomoda no sábio patamar reservado

aos condutores de consciência; é também um libertário demolidor.


História de lutas

Foucault foi um historiador político lidando com o presente, atuando

propositalmente em reduções de relações de poder centralizadas e

aproximando o intelectual dos problemas imediatos. Ao revirar a noção

negativa de poder para mostrar os efeitos de suas positividades, propunha-se a

responder como acontecem e repercutem as lutas entre forças. Mas nesta escolha

não repousava o aperfeiçoamento de uma situação corrigindo sua anomia.

Procurava desassossegar a razão, as instituições, as leis, as soluções políticas

sustentadas confortavelmente por projetos e programas de reformas. O poder

para Foucault é uma situação estratégica configurada por forças em luta que

desencadeiam diversas e indissociáveis resistências.

A análise genealógica do poder não busca o grande começo nem a

grandiosidade do gesto inicial que teriam sido distorcidos mais tarde e que

aguardam restauração por meio do saber desinteressado em nome da

humanidade ou de uma classe social. Ao contrário, ela se ocupa dos baixos

começos, ali onde o que se pretende superior foi mesquinho. Como aconteceu

no direito. Antes das belas palavras, das declarações e das leis universais o

direito ocorre pelos desdobramentos de situações conflituosas.

A genealogia do poder capta a vitória de uma força ou da coalizão de

algumas sobre as demais no instante em que declaram sua superioridade

particular como universal, lançando mão de arbitrariedades e sagacidades. Ao

anunciar a procedência dos grandes valores ela também noticia a emergência

dos seus baixos instintos. Afasta-se dos proprietários da verdade, da inabalável

razão iluminista e de seu suposto controle sobre as paixões. Não há mais a Idéia

ou o Espírito, apenas forças em luta. Não há também uma teoria do poder, mas

estudo de relações de poder sob o regime da soberania, da disciplina, dos

controles, implicando em captar suas incômodas descontinuidades.


As relações de poder implicam resistências e estas também não ocupam

um lugar especial, nem estão reduzidas à expressão de valores superiores; as

resistências podem ser tanto ativas e contestadoras, como reativas e

conservadoras. Na modernidade e na contemporaneidade, as relações de poder

e resistências não cessam, combinando lei, religião, economia, organização,

linguagem, pessoas. Elas provocam a aparição de novos costumes capazes de

inventar novas tradições, experimentações inusitadas, liberações

surpreendentes e incontroláveis, liberdades infinitesimais. As relações de poder

e resistências acontecem em diversos âmbitos e encontram ressonâncias,

acomodações, contestações e perseguições dentro e fora do Estado. As relações

de poder são ascendentes e descendentes, desdenham da legitimidade e

encontram-se indissociavelmente vinculadas à produção de saber.

Desta maneira o que acontece no âmbito da microfísica do poder são

também produções de saber repercutindo desde resistências locais até efeitos de

poder de Estado. A interminável luta por liberdades contra autoridades

centralizadas e governos superiores de pais, adultos, hierarquias e Estado

escancaram os efeitos das lutas (de causar a vida até a eficácia de causar a

morte) e dos supostos refúgios seguros acolhidos nas doutrinas.

Não há um saber desinteressado a favor da humanidade ou de uma

classe; todo saber é interessado e procede de relações de poder. Foucault leva,

então, o estudante e o pesquisador a entrarem na luta, problematizando

instituições inquestionáveis, como por exemplo, Estado de direito ou Sociedade

sem Estado, enfrentando nas diversas sociedades a sociabilidade fundada na

punição e na recompensa, provocando inquietudes ao experimentar liberdades.


Anarquistas

De fato, os anarquistas contemporâneos começaram a se interessar por

Foucault a partir de suas análises genealógicas. Mas, rapidamente, também,

captaram os questionamentos éticos que derivam para a afirmação de uma

estética da existência na atualidade. Os anarquistas passaram, então, a

estabelecer relações entre as sugestões de Foucault desde Vigiar e punir até as

suas derradeiras pesquisas que compuseram os volumes 2 e 3 de História da

Sexualidade com alguns ditos-e-escritos e cursos que lentamente foram

publicados.

Como mostrara desde a aula inaugural no Collège de France, depois

publicada como A ordem do discurso, na modernidade, sexo e política foram as

principais interdições que acumularam desde saberes anátomo-psicocanalíticas

até os disciplinares esquadrinhados em espaços de vigilância e punição. Para os

anarquistas, a liberdade sexual arruinando a monogamia burguesa e as

experimentações de vida associativista, com base na reciprocidade e em

relações federativas, compõem a experimentação da Anarquia no presente em

confronto com a era Propriedade comunal, privada, estatal ou mista da

modernidade e defendida pelos liberais, conservadores e socialistas.

Para muitos anarquistas Foucault é um pensador inopinado. Chegou

junto com as invenções libertárias durante o acontecimento 1968, e, em pouco

tempo, passou a ser também companhia de transgressivos jovens estudantes e

professores libertários.

O mundo havia mudado mesmo. O intelectual não era mais o cérebro do

trabalho manual, nem o diretor de sua emancipadora consciência; as relações de

poder não se restringiam mais a redes como na milimétrica descrição de

Foucault sobre sociedade disciplinar com sua vigilância panóptica, acoplada


aos sutis e escandalosos dispositivos de punição; agora, tomava vulto os fluxos

de poder com suas virtualidades, pois a inteligência passava a ser o alvo da

produtividade e a democracia o articulador entre a economia e a grande

política.

O corpo e a biopolítica deixavam de ser os alvos principais das utilidades

e docilidades perseguidas pelas relações de poder e contestada por resistências.

A expansão do universo, a ocupação do espaço sideral, a comunicação

constante, o fluxo ininterrupto de produtos e serviços, o conhecimento

pormenorizado das entranhas do corpo e de sua constituição pelo DNA,

levaram, também, o próprio Foucault a se deslocar para uma sociedade que

começava a se modificar e que mais tarde Gilles Deleuze chamou de sociedade

de controle.

O 1968 desdobrou e deslocou Foucault para múltiplas resistências e para

a estética da existência. Os anarquistas, na mesma ocasião, também se

desviavam da crença na grande revolução procedente das reflexões e práticas

de Mihkail Bakunin para o associativismo de Proudhon, os efeitos do anarco-

individualismo, que veio de Max Stirner, problematizando a pertinência do

anarco-sindicalismo, que alcançara um contundente efeito na Revolução

Espanhola e que tivera grande influência no início do século 20, inclusive no

Brasil.

Para estes anarquistas desassossegados Foucault contribui de maneira

decisiva, incentivando a volta ao combate às relações microfísicas do poder,

rompimento com doutrinas, e aproximação com novas experimentações

libertárias. São vários os pesquisadores e ativistas libertários que combinaram

Foucault com demais saberes libertários e de outros filósofos anti-universalistas

como Salvo Vaccaro, Todd May, Wilhelm Schmitt, Saul Newman, Christian

Ferrer, Margareth Rago... Para os demais, como Noam Chomsky, David


Graeber e Eduardo Colombo, entre outros, Foucault é uma figura nociva, na

medida em que abalroa os anarquismos como condutores de consciência e os

identificam compondo com um novo cristianismo.

Foucault, pelo sim e pelo não, assim como o 1968 tornaram inevitável

que os anarquistas mostrassem tanto seu lado conservador, como as suas

capacidades inventivas. Mas principalmente, ele colaborou para problematizar

a expectativa da revolução redentora e o sentido consolador e narcotizante da

utopia igualitária. As singularidades anarquistas podem ser descritas em suas

atividades de resistências ativas (do Living Theatre às zonas autônomas

temporárias) ou reativas, circunscritas ao movimento anti-globalização em que

os comunistas e socialistas re-paginados pelo discurso por uma outra globalização

capturam os jovens-velhos libertários que, em pouco tempo, transformam-se de

associativistas em ongueiros. Alguns anarquistas conservadores, também não

admitem anarquismos nas universidades, seguindo as datadas reflexões de

Piotr Kropotkin. Contudo, e inevitavelmente, desde o início do século 21,

estudantes e professores defensores deste anarquismo se estabeleceram nas

universidades, compondo um inusitado anarquismo acadêmico, em que

defendem a continuidade da doutrina de Bakunin a Mahkno.

Nu-Sol

Foucault é um filósofo que atravessou a difícil e sólida fronteira

iluminista sinalizando para o esgotamento da revolução redentora, a

permanência dos pequenos fascismos diários − muito mais perigosos à

liberdade do que o grande fascismo de época − e a cruel eficácia das punições. O

associativismo libertário, por sua vez, ocupa-se das experimentações


liberadoras que funcionam como obstáculos aos efeitos de dominação e sujeição

e à violência no âmbito pessoal e social, repudiando a sociabilidade autoritária

atravessada pela cultura do medo, ainda que em nome da justiça. Para um

anarquista a representação não só é inaceitável como se constituiu em um dos

dispositivos mais eficazes do assujeitamento.

Um ponto muito pouco tratado pelos anarquismos contemporâneos,

apesar de muito trabalhado pelos velhos anarquistas é o do castigo. Abolir o

regime do castigo na associação libertária é uma atitude rumo à formação do

anarquista e expressa seu estilo de vida, pois é somente abalando a si próprio

que se avança para a constante supressão das desigualdades. Não se trata,

portanto, de uma ação inaugural decorrente da revolução, como imaginam os

demais socialistas e comunistas, nem o ato de justiça derradeiro na história para

o qual se lança mão de um similar regime da vingança.

A educação libertária está adiante dos direitos universais e da eventual

reparação de suas injustiças por meio da revolução. Ela ignora o universalismo

do direito para firmá-lo na relação bilateral, imediata e restrita a objetos. Com

isso, pretende romper com a rede das ilegalidades inerente e fortalecedora do

direito moderno, seja em sua versão burguesa ou na socialista autoritária.

Foucault notou com precisão, em Vigiar e punir, a estocada anarquista à ordem

pautada na razão universal, ao abordar as primeiras resistências ao direito

burguês expressas na imprensa socialista operária revertendo a identificação

imediata do criminoso com o pobre, o trabalhador, a criança abandonada e o

desempregado para associá-la ao proprietário burguês, e de onde emergiu, em

1840, a famosa constatação de Proudhon: a propriedade é um roubo!

Em torno do direito, seus desdobramentos e suas ilegalidades os

anarquistas e Foucault também estimulam conversações. Diante da educação

pelo castigo atuam como sinais de alerta. E na atualidade, quando se clama


cada vez mais por combate à impunidade, eles aparecem indissociáveis. Da

perspectiva de Foucault está em questão abordar a emergência das súplicas pela

multiplicação de punições por encarceramentos, sentença de morte ou penas

alternativas, acobertadas com o nome de tolerância e no limite explicitadas

como programa de tolerância zero. Do ponto de vista anarquista se espera

ultrapassar a solução medicalizadora ao crime elaborada por Kropotkin, ainda

no século 19, em que a prisão deveria ser substituída pelo atendimento

psicológico e médico, pois o crime passava a ser compreendido como doença

social.

A sociabilidade libertária com base na superação do regime do castigo

nas pessoas, não admite mais a esperança científica. Foi o cientificismo no

século 19, como mostrou Foucault, que não só reformou e humanizou a prisão,

mas foi além, apoiado nas humanidades construiu o conceito de anormal. A

ciência passou a ditar e governar o normal e o anormal, segundo suas

justificativas acopladas à política. Do ponto de vista da história efetiva; distante

das teorias liberal e marxista, bem como da hipótese repressiva do poder, a

análise do investimento do governo sobre a vida teve como efeito uma

sociedade de normalização cujas procedências longe de advirem da origem

grandiloqüente que fixa o normal como anterior ao anormal, expõe a construção

histórica do anormal como condição para a posterior emergência do normal. O

soberano saber mais uma vez se fortaleceu segundo o governo das forças

políticas vencedoras de época, explicitando a historicidade do discurso da

verdade. A prisão, então reformada, não deixou de ser cruel, apenas ampliou

seu raio de ação, aprisionando burocracia, parentes, comércio ilegal, corpos e

desejos. Funcionando como imagem invertida da sociedade passou a informar

uma nova e estranha sensação, a de que estamos todos presos! A vida na e da

prisão não se esgotou nela. O manicômio foi contornado pela psicanálise. Os

internatos cederam lugar aos regimes escolares. Os insurgentes foram


organizados em partidos e sindicatos. Investiu-se, enfim, com sucesso, em

disciplina, em normalização.

Dentre as diversas minorias identificadas como anormais e perigosas

estavam os anarquistas. Eram os iracundos mais perigosos e perniciosos à

sociedade como procurou provar Cesare Lombroso. Para ele Marx e os

nacionalistas traziam com suas propostas benfeitorias para a sociedade, mas os

anarquistas, ao contrário queriam somente a demolição. Era a maneira dos

cientistas e juristas de lidar com a radicalidade dos anarquistas, em defesa da

sociedade. Eles passaram a ser identificados com criminosos e anormais,

principalmente desde o final do século 19, quando os anarquistas italianos

passaram a ocupar áreas de opressão violenta, cujo desdobramento levou ao

terrorismo tiranicida na Europa. Enquanto os demais setores revolucionários

eram gradativamente disciplinados em partidos e vanguardas, os anarquistas

radicalizaram suas ações e foram classificados como ameaça à sociedade da

época, definição que atingiu até a atualidade. Espera-se que os anarquistas

metam medo não só por estarem relacionados ao terrorismo, mas por levarem

uma suposta vida libertina. Eles são tidos como a ameaça que atrai desejos. Eles

são apenas a recusa à normalidade.

Os anarquistas não são anormais. São perigosos ao provocarem riscos à

ordem hierárquica, desigual, violenta e tirânica da sociedade. Eles são um

perigo salutar às pessoas e à sociedade, pois é no risco que se inventa a vida. É

na coragem de combater o regime dos castigos em si próprio e nos

desdobramentos que ele sustenta na sociedade que a anarquia é também uma

prática de abolição do castigo.

O abolicionismo penal lida com situações-problemáticas, na maioria das

vezes envolvendo infrações cometidas por pessoas jovens e adultas pobres,

migrantes e habitando condições de miséria social e pessoal. Nestas condições


um anarquista abolicionista penal rompe com o direito universal e com os

modelos recomendados e se arrisca ao propor respostas-percursos. Procura,

desta maneira, cuidar de cada caso como um caso especial, como ele cuida de si.

Prescinde dos pastores (do juiz, do promotor, dos advogados, dos técnicos

humanistas, dos funcionários de gabinete e carcereiros orquestrados para

proferirem um castigo sentenciado) que zelam pela ordem no rebanho. O

abolicionista penal é um anarquista apresentando para a sociedade a

experimentação da maneira como ele lida com infrações no interior da sua

associação. Nela ele se ocupa com a infração de um jeito análogo ao que Claude

Lévi-Strauss encontrou entre populações tribais − consideradas selvagens pelos

normais −, evitando expulsar, confinar ou matar, afastando-se da idéia de criar

um arquipélago repressivo.

Os velhos libertários como Willian Godwin, no século 18, e o jovem

Etienne de la Boétie no século 16, queriam a luta contra com o Um, o soberano.

La Boétie perguntava como as pessoas preferem o governo de outrem a viver

livre de governos. Anunciava a incessante luta simultânea contra os

assujeitamentos e os pastores, fato crucial da cultura contemporânea como

registrou Foucault. Godwin invadia radicalmente a pretensão universal do

direito moderno e da prisão, também esmiuçados por Foucault. Mas ambos,

Godwin e La Boétie, anunciavam uma época que levaria os radicais a

acreditarem que no futuro viveria o sujeito livre e autônomo, o verdadeiro

Homem. Foucault, na esteira de Nietzsche, veio explicitar que esta pretensão

revelava a desertificação do Homem moderno e com isso se afastou da utopia

anarquista.

O anarquista evita o poder pastoral, estudado com afinco por Foucault, e

que atravessa culturas com eficácia e re-ordenamentos. Ele se recusa a

comandar, a se submeter a uma razão superior, como a da ciência, e escapa da


inevitabilidade revolucionária herdada de Bakunin ou do anarquismo científico

de Kropotkin. O anarquista sempre soube que preso comum e preso político é

somente uma distinção de quem defende a continuidade, o recrudescimento ou

a reforma do sistema punitivo e prisional. Enfim, o anarquista quando escapa

dos efeitos da revolução russa e da sua repercussão na revolução espanhola,

sem esquecer as respectivas experimentações, fortalece a sua associação e

inventa sua estética da existência.

Foucault e os anarquismos estabelecem tensas situações irreversíveis a

quem se dispõe a enfrentar o regime de governo e das grandes e quase

imperceptíveis punições. Alertam para o perigo dos fascismos, os

encantamentos com a democracia e com os consolos socialistas. Empurram o

pesquisador para conhecer outras experimentações e reflexões. Impeliram o

Nu-Sol (Núcleo de Sociabilidade Libertária da Pós-Graduação em Ciências

Sociais da PUC-SP, www.nu-sol.org ), desde 1997, ao encontro com Max Stirner

e a enfrentar o poder em ato. Viver sem camuflar o seu poder e as suas relações,

contornando os perigos do enamoramento de si − tirânico e fomentador da

acomodação na sujeição − e impulsionando para os riscos com os cuidados de si

− libertários e provocadores de liberações.

* Edson Passetti e Salete Oliveira são professores no Depto. de Política da PUC-


SP e coordenam o Nu-Sol (Núcleo de Sociabilidade Libertária) da PUC-SP.
http://www.unicamp.br/~aulas/pdf3/32.pdf

Campinas, Unicamp, Volume 03 (dezembro/2006 - março/2007), 14 fls.


Núcleo de Sociabilidade Libertária - Nu-Sol
Texto extraido de http://www.nu-sol.org. Acessado em: 20/02/2013.

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