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Na segunda série de ideias-chave, aplica-se ao controlo de gestdio numa entidade, a metodologia de andlise cléssica do marketing em termos de Produtos/Mercados: como responde a oferta de "produtos de controlo de {gestiio" & procura dos diversos tipos de clientes internos segmentados por ‘cada nivel de responsabitidade? Verificar-se-d, na terceira série de ideias-chave, o facto de que a construgo de um sistema de controlo de gestao no se realizar num s6 dia. Nesse sentido, hi etapas de implementagio progressiva das ferramentas de controlo de gestio. No entanto, mesmo que as condigées tecnolégicas permitam uma progressio muito répida, a velocidade de evolugao seré, muito dificilmente superior & assimilagdo e & utilizagao efectiva do controlo de gestao pelos responsdveis operacionais: a cultura da empresa determina 0 desenvolvimento ou a estagnagdo do sistema de controlo de gesta. Finalmente, apresentaremos 0 plano desenvolvido nos diferentes capitulos do livro, As articulagdes desse plano seguem, de facto, as linhas de acco da equipa de trabalho “operacionais e controladores” para eluborar, utilizar e conceber o seu sistema de controlo de gestio, Capitulo I AS IDEIAS-CHAVE DO CONTROLO DE GESTAO. ESTIMULAR, RESPONSABILIZAR, GERIR COM RIGOR EEXITO Aparentemente este titulo sugestivo é pacifico, No entanto, acontece que, certas formas de controlo de gestdo bloqueiam, desresponsabilizam, ¢ incentivam uma gestio laxista. E preciso, entdo, definir com maior precisio © que € 0 controlo de gestio, quais os seus instrumentos e a quem se destinam, LLL. As definigdes do controlo de gestdo e a visio dos gestores ‘Uma primeira definigdo insiste sobre a estimulagao © a motivagdo dos gestores: 0 controlo de gestao é 0 esforco permanente realizado pelos principais responséveis da empresa para atingir os objectivos fixados. Esta referindo-se, pelo contrério, & expressao inglesa "to keep under control” no sentido de "nao perder 0 controlo do veiculo”, por exemplo. is como as actividades relacionadas com as vendas, com a produgdo, com a investigagdo e desenvolvimento, com os aprovisionamentos, uma divisio de produtos, um sector geogrifico, quer a0 nivel global da empresa, quer ao nivel local. ‘Tal responsavel deve dispor, pessoalmente, dos meios necessérios para obter resultados com que se comprometeu, sem ter de estar permanentemente subordinado a pedidos de autofizagao para utilizar esses meios. Port uma gestio participativa, niveis de resultados quantificados no tempo, decididos e acordados com a hierarquia, a Uouninuie ue BEDI ‘© que representa a pritica mais desejavel, ou eventualmente, impostos pela hierarquia, caso o estilo de gestio seja mais directive. Esta definigdo estabelece, sem divida, a importincia do envolvimento dos responsiveis operacionais, nfo unicamente na gesttio, mas também no controlo de gestio. Pode dizer-se, com toda a justiga, que se os quadros operacionais de uma empresa no praticam 0 controlo de gestio, entio nlio hai controlo de gestdo nessa empresa. Mas, se 0 esforgo permanente dos principais responséveis para atingir os objectivos fixados” se resume apenas a uma solida boa vontade, as hipdteses para os atingir sto bastante aleatérias. Claramente, hé que dispor de instrumentos de previsao, planeamento, determinacio, avaliagio e acompanhamento dos resultados. Por isso, podemos passar & segunda definigdo que privilegia o aspecto instrumental: 0 controlo de gestdo deve proporcionar a todos os responséveis, os instrumentos para pilotar e tomar as decisdes adequadas (que assegurem o futuro da empresa. Esta definigao também é diferente da primeira, no sentido que, em vez dos miltiplos objectivos fixados a cada responsdvel, se consideram os objectivos gerais e o futuro da empresa como um todo. As duas nogdes nao sdo independentes e iremos ver que um dos principais objectivos do controlo de gestao €, precisamente, 0 de conseguir realizar a convergéncia qualitativa e quantitativa ‘entre os objectivos da empresa ¢ 08 objectivos individualizados por responsivel. Chamar a atengao sobre os instrumentos de controlo de gestio nio significa que uma mera justaposi¢Zo de planos a longo prazo, ou um bom sistema de contabilidade analitica, ou um conjunto de "tableaux de bord" constituam, s6 por si, um sistema de controlo de gestio. Infelizmente, tal justaposigio constitui a "pandplia" de certos controladores de gestio que a utlizam sem a adaptar ds caracteristicas ou & estrutura das suas empresas, impondo-se em muitos casos, uma superioridade do especialista sobre as verdadeiras necessidades de informagio dos responsaveis operacionais. E possivel que certos controladores de gestio nfo reconhecam o seu comportamento pessoal nesta ‘0, No entanto, é assim que muitas vezes so apercebidos pelos operacionais das suas empresas, levando os iltimos a demonstrar reacgdes bastante negativas em face do sistema de controlo de gestio instituido, ow ‘mesmo fortes resisténcias nas suas futuras adaptagdes. De um estudo realizado pelos autores em 1987 sobre o controlo de gestio nas empresas portuguesas salientam-se as seguintes reacgdes negativas dos operacionais «em relagao ao sistema de controlo de gestio da sta empresa: * Os operacionais consideram 0 controlo de gestio como um instrumento da direcgio geral para fiscalizar estritamente "o que acontecs diversos sectores da empresa; nos. + Manifestam uma certa hostilidade contra as intervengdes do controlador de gestio: +E, sobretudo, os operacionais consideram os instrumentos de controlo de gestéo como a “érea reservada” do controlador endo como uma ferramenta de gestio pessoal que thes permita analisar melhor os seus resultados, avaliar melhor as suas possibilidades de acco, e orientar methor as suas decisdes futuras. Para responder aos aj terceira definigtio tos acima referidos, talvez, possamos tentar uma ‘Como qualquer definigdo de qualidade, esta € razoavelmente extensa, 0 que nos permitiré apoiar nos seus sucessivos segmentos para construirmos 0s princfpios do controlo de ges 1.1.2. 0s oito prinefpios do controlo de gestio Apresontamos de seguida 0s “oito prinefpios” para de imediato explicitar as suas ligagdes com a definigao do controlo de gestio. Os objectivos da empresa stio de natureza diversa, pelo que, os instrumentos de controlo de gestio nao se referem apenas & dimensio financeira, A descentralizagdo das decisdes e a delegagio da autoridade e a responsabilizagio sfio condigSes de exereicio do controlo de gestao. © controlo de gestio organiza a convergéncia de interesses entre cada iso ou sector e a empresa no scu todo (alinhamento com a estratégia), Os instrumentos de controlo de gestio sio concebidos com vista & acco endo apenas & documentagdo ou burocracia. © horizonte do controlo de gestdo é, fundamentalmente, o futuro € nfo apenas 0 passado. O controlo de gestao actua muito mais sobre os homens do que sobre os Gmeros (tem natureza fundamentalmente comportamental). di O sistema de sangdes ¢ recompensas faz parte integrante do controlo de gestdio (controlo de gesto conduz a um sistema de incentivos) Os actores de primeira linha no controlo de gestdo so muito mais os responsiiveis operacionais do que os controladores de gestio. Ao considerar que 0 Ambito do controlo de gestio é "a realizagiio dos objectives estratégicos da empresa" compreende-se 0 1° prinefpio. De facto, se considerarmos os objectivos da empresa tal como definidos no seu plano estratégico, nao hé diividas que os objectivos frequentemente estabelecidos sio de natureza diversa, E muito provivel que se fixe um objectivo em termos de rendibilidade, mas também serdio fixados objectivos de qualidade, produtividade, inovagdo, imagem, quota de mercado, etc. Para gue tais objectivos sejam fixados, como uma resposta séria & andlise de mercado, do comportamento dos concorrentes, da evolugio da tecnologia, etc,, 0 modo de expresso dos instrumentos de controlo de gestio deverd ser tao diversificado quanto as diferente na forma quase exclusiva de contas de exploragdo previsionais ¢ de medida de resultados (expressos em termos monetérios) reais através do sistema contabilistico (contabilidade geral ¢ analitica). Por isso, adiante se analisaré a concepeao de planos de acgao previsionais e de “tableaux de bord!” que permitam expressar ¢ acompanhar essa diversidade de objectivos. Também Kaplan e Norton (1996) vieram defender o interesse de sistemas de informagao diversificados (scorecard) para a implementagao da estratégia da empresa. A definigio de controlo de gestdo continua com "(objectivos realizados) pelos responsdveis descentralizados’, relativamente ao 2° e 3° prineipios. A hipotese de trabalho é que os resultados globais da empresa so obtidos no conjunto de resultados individuais por drea de responsabilidade. Cada resultado individual é a consequéncia de decis6es dispersas que. por motivos de dimenstio da empresa ou de especializagio, difieilmente se poderiam cconcentrar na mesma pessoa. Descentralizacio das decisées e delegagio de autoridade sio, entao, condigdes essenciais de exercicio do controlo de J que ndo ha gestio aos iveis operacionais mas, simplesmente actividades de execucao (muitas vyezes, cumprimento de ordens). Naturalmente a delegagio de autoridade sugerida tem de ser formalizada mediante a fixacdo de objectives quantificados, a discussdo dos meios previstos, 0 acompanhamento dos resultados intermédios, a responsabilizacio pelas realizagées alcangadas, ete. ada area descentralizada pode privilegiar interesses proprio eventualmente contra os interesses e a realizagao dos objectivos globais da empresa. Isso justifica 0 terceiro prinefpio: 0 controlo de gestio organiza a convergéncia de interesses entre cada sector e «i empresa, Como veremos na segunda parte deste capitulo, a organizagao da "eonvergéncia dos interesses" passa pola definigio de critérios de desempenho para cada srea que tenkam em atengo tanto os resultados da propria sea, como a sua contribuigao para os resultados globais da empresa, Também faz parte dessa organizagio 4 utilizago de adequados pregos de trunsferéncia intema ¢ de um sistema de incentivos para os gestores tendo por base os resultados sectoriais e globais da empresa. De modo menos "mecanicista”, uma mera informacio reefproca entre a Direcgdio Geral ¢ os gestores descentralizados favorece essa convergéncia: conhecimento dos objectivos da empresa por cada gestor, partivipagio dos gestores na elaboragao do plano estratégico e ampla divulgacio do mesmo, Os 4° € 5° principios ilustram o segmento da definigio: "privilegiando a acco e a tomada de decisiio em tempo titil”. Significa o quarto principio que, num sistema de controlo de gestio, deve ser dada a prioridade a aco. Um conjunto de instrumentos bem concebidos, permite: * Analisar com objectividade ¢ selectividade as causas e as consequéncias dos acontecimentos; + Estudar as possibilidades de a i para atingir os objectivos; + Situar essas acgGes em termos de prazo de realizacao; Quer dizer que os "tableaux de bord", os orgamentos, ¢ os planos diversos devem: + Apresentar-se numa forma simples, coneteta e orientados para a acgii + Ser regulates ¢ frequentemente publi ou seja, se possfvel, em tempo real idos com curto prazo de entrega, destino dos documentos de controlo de gestio niio é o de proporcionar documentagio ¢ enriquey ntrdrio, de servirem para acgao. "concentrado sobre 0 essencial, em digamos 10 factores erfticos. \ssim, suibordina-se o tratamento dos niimeros & elaboraglo de planos de acgo © & tomada de decisiio, em vez de ser virado & construgao de uma base estatistica. Por outro lado, diz-nos © quinto principio que 0 horizonte do controlo de gestdo €, principalmente, o futuro. De facto, num determinado momento, podem surgir dois tipos de questies: + Qual € « nossa situagao e quais os resultados no trimestre anterior? E suposto que o sistema de controlo de gestio responda as duas Perguntas. A resposta & primeira questio pode ser interessante no campo da documepiacs lerpretacio dos resultados mas QRS >OS SELON ara que 0S gestores possamn tomar decisdes: manternds 4 decididos, ov alteramo-los? Nesse caso, quais seriam os resultados anuais proviveis? Serio estes compativeis com os objectivos iniciais? Assim, um trabalho de acompanhamento dos resultados, apesar de ser aparentemente virado para 0 passado, analisando os resultados mensais ou trimestrais e os desvios em comparacio com os respectivos objectivos necessita, de facto, de instrumentos previsionais: +Se 0 desvio for desfavorivel, hii que analisar se se vai manter ou se é excepcional! Que acgdes correctivas podemos decidir? Com que efeitos quantificados? Quando? * Se o desvio for favordvel, também hé que analisar se podemos contar, (ou nao, com resultados anuais superiores is metas previamente fixadas! Isso di-nos a possibitidade de iniciar novos projectos mais cedo do que © previsto? Quando e com que efeitos? Em resumo, os instrumentos de controlo de gestio apresentam um grau. de simplicidade condicionado pelas exigéncias da aegio e da tomada de decisio ¢ a sua perspectiva deve ser, fundamentalmente, 2 quantificagdo dos resultados futuros, Para terminar esta série de comentarios, vejamos 0 tltimo segmento da definigio "favorecendo a responsabilizagao”, relacionado com os 6°, 7° ¢ 8° principios. O controlo de gestio actua muito mais sobre os homens do que sobre os nimeros porque, claramente, os resultados - bons ou maus - so obtidos pelos gestores descentralizados. Por isso, 0 controlo de gestdo tem de estimular os gestores, enriquecer as suas decisdes, dar-Ihes apoio na andlise dos resultados e na preparagao dos planos. Um controlo de gestao de natureza administrativa, fechado sobre si mesmo, actua fundamentalmente sobre os nimeros, produz relatérios para serem arquivados ¢ ndo tem influéncia sobre a gesta relacionado com a qualidade das decisoes e a realizagao dos objectivos. Os gestores da empresa nto podem satisfazer-se com julgamentos neutros, Maus resultados intermédios que prejudiquem a realizagao dos objectivos, ou resultados anuais muito inferiores aos objectives fixados nfio podem ser analisados, simplesmente, por uma desaprovagao silenciosa, nem por intengGes de se fazer melhor da préxima vez. Da mesma maneira, resultados brilhantes para além dos objectivos fixados e gerados pela qualidade excepcional da gesto merecem mais do que boas palavras ou elogios verbais. Em ambos os casos, a realizagio dos objectivos deve ser colocada em paralelo com um sistema de sangio- recompensa. Se tal sistema faltar, 0 controlo de gestio consistiré num ritual administrative vazio de sentido e sem efeito sobre os resultados da empresa. Por tiltimo, os gestores constituem a categoria com maior envolvimento no controlo de gestio. So eles os "actores de primeira linha" mais do que os controladores. Este dltimo principio introduz a necessidade de deserever 0 processo de controlo de gestio e o papel desempenhado tanto pelos gestores ‘como pelos controladores. O processo de controlo ¢ os respei gestores/controladores Os gestores de todos os niveis tomam decisies euja efi em realizagdes em termos de resultados, de quota de mercado, de inovagio, etc., muitos dos quais correspondentes aos objectives da empresa. me rr ew Serer UE BESTA 7 Tempo g J Fas we] | ais lanos de acjdese prevsces [etavoragdo co P| cGrtoncce | | | | > irgimasios PASSOS INICINS PASSOS INTERMEDIOS PASSO FINAL Fig.l. I Processo de Comrolo de Gestio E razodvel e desejavel que as suas acgbes e decisbes estejam enquadradas num proceso rigoroso ¢ sistemético que leve os gestores a avalizar os resultados, a comparé-los com as previsdes e a identifi desvios para actuar com justeza. Esse processo de controlo de gestao situa-se ao longo do eixo do tempo, com dois passos iniciais, dois passos intermédios e um passo final. Nos passos iniciais os gestores fixam os objectives quantificados a realizar até ao fim do periodo, Com vista a facilitar o acompanhamento posterior, tais abjectivos deverdio ser fraccionados em valores intermédios, ‘mensais ou trimestrais. Para atingir esses objectivos, os gestores elaboram . escolhendo os meios materiais, humanos, financeitos, comerciais, etc., que consideram mais adequados ¢ compativeis com os constrangimentos de recursos, A quantificagdo e a programagéo no tempo dos planos de acgio ¢ dos resultados provaveis levam as previsies mensais ou trimestrais, que as varias fases do processo de controlo de gestio sio cumpridas através de ciclos (idas e voltas) ou negociagGes entre a DirecgJo Geral (Consetho de. Administragdo, Geréncia, Direcgdo, etc.) ¢ os diversos niveis hierarquicos de _gestores descentralizados Nos passos intermédios, mensais ou trimestrais, 0 processo de controlo de gestdo continua com base no acompanhamento dos resultados e tomada de decisGes correctivas. Analisar os resultados parciais, comparar com as previsdes e apreciar o cardcter durdvel ou recuperivel dos desvios, permite Preparar as alteragSes necessérias aos planos de acco iniciais com a finalidade de corrigir a tendéncia observada, para se atingirem os objectivos inicialmente especificados. H4 negécios onde se realizam poucos passos intermédios no proceso de controlo de gestio porque o “ciclo” produtivo ou comercial impede tomada de decisGes correctivas mensais. Mas, Na fase final, a avaliag@o dos desempenhos do perfodo em eada sector, bascada nas realizacdes comparadas com 0s objectivos, permite aos gestores, cchegar a duas conclusoes: * Utilizar o sistema de sango-recompensa para valorizar o desempenho dos gestores a eles subordinados: + Aproveitar da experiéncia acumulada ¢ analisada nesse perfodo como apoio para a preparagao dos objectivos e planos de accio do periodo seguinte, Em todas as fases do processo de controlo de gestio surge a questio de saber quais so os papeis que gestores e controladores de gestores € controladores de gestio devem desempenliar. ‘Com base nos passos que foram descritos anteriormente, parece-nos mais eficiente atribuir a preocupago de "controlar a gest2o" de cada sector 20 nifvel do respectivo gestor, do que localizé-la na rea reservada de um s6 homem - 0 controlador de gestio - ou de um servigo central de controlo de gestio. ee UH RIL Ee OETA 2 Controlar a gestdo das suas actividades € uma atribuigdo de cada ‘gestor descentralizado. Ninguém pode fazer isso por ele, O gestor descentralizado € 0 responsiivel pelos resultados obtidos ¢ no o seu assessor ou 0 seu controlador, Se os resultados obtidos forem insuficientes, € o gestor quem Suporta as consequéncias, analisa a situagdo e toma as medidas préprias para 0 melhorar. E da responsabilidade do gestor fazer um “esforgo permanente para atingir os seus objectivos" Ninguém pode fazé-lo methor do que ele: € suposto que o gestor tenha um excelente conhecimento do sew sector. Por isso sem competéncia particular sobre a esséncia dos problemas tratados, Cada gestor descentralizado tem, em sintese, trés tipos de atribuigdes Profissionais: a direegio, a gestio, eo controlo de gestao. Talvez este assunto merega uma breve descri¢ao para se evitar qualquer confustio. Se considerarmos, como exemplo, 0 chefe de um departamento comercial, poder-se-do ilustrar as suas atribuigbes da seguinte forma: *Direcedo: lixar um objectivo de margem beuta de 150.000 euros, decidir 0 langumento comercial de uma nova série de artigos recentemente desenvolvidos, fixar um objectivo de 27% de quota de ‘mercado na sua drea regional, etc; *Gesido: tomar periodicamente decisdes tais como contratar um vendedor, langar uma campanha de produgo dum produto, fechar um ponto de venda, mudar de fornecedor do seu material publicitétio, alugar um veiculo suplementas, etc.: + Controto de gestdo: assegurur-se de que as decisdes de gestio que tomou no desenvolvimento corrente dos negécios, permitem efectivamente atingit os objectivos fixados nas condigdes previstas, nto a propéisito da margem bruta, como da quota de mercado, etc. conttolo", praticado ao nivel local, a partir das informagoes fornecidas pelo servigo do controlador de gestio, No entanto, esse "auto-controlo" ndo pode ser efectuado isoladamente & independentemente por todos os gestores descentralizados da empresa, Isso conduziria, muito rapidamente, a uma evidente falta de coordenaga e, por outro lado, se cada gestor descentralizado fosse "de fact responsével apenas perante si mesmo, seriam grandes os riscos de ver 0 auto-controlo transformar-se em auto-satisfagao permanente © os sa. num fracasso financeito. Por is sso deve ser a preocupacao de qualquer gestor, do topo para a base, na hierarquia das responsabilidades. Trata-se de uma comunicagao yertical entre superiores € subordinados € ndo de uma comunicagio horizontal entre superiores e controladores de gestio, actuando os tltimos como fornecedores de informacao. Neste dominio também se evidencia que esse "controlo-supervis da responsabilidade exclusiva dos gestores ou "responsdveis operacionais”. Nao € 0 papel do controlador de gestio efectuar essa supervisdo e "pedir contas” a este ou aquele gestor. Teria entio controlador a imagem do homem que verifica, do inspector, do "espiao" ¢ borador de gestio que informa, dia ‘lita a lo pelo controlador ao gestor pode ser comparado is indicagdes do mapa e do painel de comando para 0 automobilista. © mapa _eloeiade mia jf reaizaa, e peer a hom de chegada, Ds nes ere career rete pacer ete ree ee as suas previsdes, mas no decide os objectivos; apresenta anélises econsmicas dos projectos de aquisigao de equipamentos, mas nao escolhe um projecto; entrega os resultados intermédios € os valores dos desvios, mas nfo decide as acgdes correctivas. Trata-se de um co-piloto e néio de um piloto. Cuidado: no é, por isso, 0 controlador um homem de perfil administrativo, longe das preocupagdes concretas do terreno. Para ter credibilidade tem de entender e analisar 0 problema econ6mico de cada sector, tem de estar inserido nas actividades do sector. O controlador de gestio é um homem de negécios, caso contririo, 0 controlo de gestio seri entendido como um travdo a gestdo © uma fonte de rigidez, burocratica e de papelada in ‘Tradicionalmente, o controlo de gest ¢ diffcil de "vender" intermamente aos gestores, porque pressupde rigor e disciplina. Por isso, merece um esforgo de "marketing" interno especi 1.2, CONDUZIR UMA ANALISE MARKETING DO CONTROLO DE GESTAO. Chegando até este ponto das apresentagdes preliminares do controlo de gestiio, o Ieitor "gestor operacional” pode considerar esta area como de interesse potencial, mas precisa de saber com maior desenvolvimento 4quais sto os instrumentos especificos oferecidos pelo servigo "controlo de gestiio". Por outro lado, © controlador gostaria de apresentar um conjunto de instrumentos de controlo de gestao seguindo uma légica que conseguisse responder a procura e as preocupacées dos gestores operacionais, Vamos diterenciar as categorias de gestores operacionais em "cliente iemnos do controlo de gestao, e repartir os instrumentos de controlo de gestdio em "linhas de produtos” para, finalmente, estabelecermos a "matriz, mercados/produtos" do controlo de gest 1.2.1. Os clientes do controlo de gesti Ao considerarmos a pirimide oryanizacional da empresa, verifica-se que (8 "gestores operacionais" sio numerosos, Nem todos tém, provavelmente, necessidades idénticas em (ermos de controlo de gestio, Seré pritico, por isso, segmenti-los em trés categorias, tendo em atengio 0 nivel hierirquico que ocupam na organizagiio. DIRECCAO GERAL. HIERARQUIA INTERMEDIA RESPONSAVEIS OPERACIONAIS Fig.1. 2 Pirdmide da estrusura organi ‘ional A Direcetio Geral representa a entidade "empresa" e € responsdvel pelos objectivos ¢ resultados globais. Em regra & representada pelo rgio méximo de gestio da empresa, dependente da natureza dos seus 6rgiios sociais, (Conselho de Administragao, Conselho de Direesao, Direcgio, Geréncia, eic,). "Em baixo", os responsdveis operacionais constituem a categoria mais, rnumerosa, No contexto de um grupo econémico, encontramos a esse ntvel 0s directores de cada subsididria os diversos responséveis funcionais na sua dependéncia directa. Numa empresa independente, encontramos nesta categoria os responsaveis de sectores de produgio, de secgdes comerciai as compras, etc. Cada responsavel operacional de base tem competéncia & responsabilidade para uma determinada entidade ou sector, bem como a realizagdo dos respectivos objectivos e resultados, que num grupo econdmico, séo responsdveis por um conjunto de subsididrias ou de actividades que pertengam 2 mesma drea econémica ou estratégica. Numa empresa independente de dimenso pequena ou média, é provével que ninguém pertenga "hierarquia intermédia". Numa grande empresa € provivel & existéncia de varios niveis de hierarquia pertencentes a esta categoria. , mas cada “cliente” ou segmento de "cli 5 especificas. A Direegio Geral quer realizar os objectivos da empresa e tem de decidir politicas globais de pessoal, de producao, de marketing, etc., adequadas a esses objectivos ¢ compativeis com recursos disponiveis e com os factores do ‘meio externo. A hierarquia intermédia tem de coordenar uma variedade de "unidades de base” correndo o risco de perder 0 controlo de alguma unidade, J que - por definigdo - nao a gere directamente. Os responsaveis operacionais de base tém objectivos € resultados bem definidos ¢ delimitados, mas podem perder de vista os interesses da empresa em favor dos interesses da sua propria unidade. Para satisfazer a procura destes t1és segmentos de mercado interno, a fungao controlo de gestio pode sugerir numerosos instrumentos, apresentados ‘aqui como a “gama de produtos” ou "product-mix" do controlo de gestio. 1.2.2. Os instrumentos de pilotagem (RAPALA? corresponde a instrumentos de cariz ‘écnico necessarios para que os gestores possam seguir os passos jé descritos do proceso de controlo de gestio: fixar objectives, planear e acompanhar os resultados, Os instrumentos de pilotagem sio constituidos, nomeadamente, pelo plano operacional, pelo oreamento, pelo controlo orcamental e pelos “tableaux de bord”. Notar-se-d também no esquema seguinte a presenga de dois outros instrumentos: a andlise estratégica eo plano estratégico, que si0 instrumentos de direcedo a montante do controlo de gestio. PLANO OPERACIONAL 4 ORCAMENTO a TABLEAUX DE BORD OU [BALANCED SCORECARD, ANALISE ESTRATEGICA, PLANO ESTRATEGICO ACCOES CORRECTIVAS jae CCONTROLO ORGAMENTAL Fig.t.3 Ferramentas do controlo de gestiio A anilise estratégica compreende 0 diagndstico do ambiente, da industria, da concorréncia, dos clientes, dos fomecedores, ameagas a novas entradas, produtos substitutos, dos elementos da cadeia do valor, enfim dos factores-chave de sucesso, das forgas ¢ fraquezas da empresa, permitindo & Dircccao Geral escolher objectivos e estratégias, que serio formalizados num plano estratégico. Na érea de direcgao geral da empresa, os instrumentos de controle de gestdo nao intervém até este ponto. Mas constitui o ponto de partida do processo de controlo de gestiio, iniciando-se peli elaboragdio do plano operacional a médio prazo. a definigdo operacional da esraégin. CEESEME) politicas de comercializagio, de investimento ¢ de gestao da produgio, de organizagio e gestio dos recursos humanos ¢ de gestio financeira. Para distinguir claramente os dois tipos de plano, operacional e estratégico, nota-se uma diferenca de prazo, aspecto, no plano operacional vém identificadas {Oda as actividades da empresa, (anto as tradicionais como as novas, enquanto que o plano estratégico se preocupa com as grandes mudangas, ou novas orientagdes, decididas a longo prazo, tais como, diversificagio, modernizagio do potencial industrial, isto :, alteragOes relevantes nas dreas de, por exemplo, flog eats ge fs. Por dliimo, o estilo do plano D> ore O seu Ambito é também verificar detalhadamente se a estratégia pode vir a ser realizavel; enquanto que o plano estratégico niio visa a elaboragio de balangos ¢ contas de resultados previsionais para 0s 5 anos. O langamento do plano operacional pode envolver os gestores de todos os niveis até aos responsaveis operacionais, Evidentemente, as conclusdes que podem advir do plano operacional é que © plano estratégico, apesar de ser interessante, nao é realizdvel. Mas, em principio, a vocacdo do plano operacional é A fase de orcamentacio tem de estar articulada com 0 plano operacional quando este exista. A partir das politieas « médio prazo Gags "Jordan, H., Oconto de gestions epesas portuguesa, Lisboa, CIFAG, 1986 AS IUEIAS-UHAVe UO CONTROLO DE. 05 planos de acgio ja decididos para o ano seguinte essencial desta fase & de facto, a definigdo, a coordenagdo, ¢ a aprovacdo dos planos de acco em todas as éreas da empresa. Para evitarmos confusdes de vocabuldrio, devemos esclarecer que o instrumento “orgamemto” se refere principalmente & fixagio dos objectivos de resultados de todas as naturezas a curto prazo € a elaboragdo dos planos de accao coneretos de todos os sectores da empresa para o préximo ano. O subproduto deste trabalho € a valorizagdo financeira desse conjunto previsional que, dessa forma, servird de referencia para 0 control orgamental. Semana Monee dois: 0 controle orgamental ¢ os “tableaux de bord” ou 0 balanced score Se voltarmos ao esquemta dos instrumentos de pilotagem., observa-se que esti lovalizado de modo particular, praticamente a0 lado da “linha” dos outros instrumentos de pilotagem. Logicamente. 0 controle orgamental dever-se 1a apre: orgamento, no entanto, diversas *doengas" (fraquezas) do controle orcamental impedem de o utilizar como um instrumento de acompanhamento efictente. O controlo orgamental trata de comparar as realizagdes, por exemplo, mensais com as previsées inicialmente elaboradas, para evidenciar desvios e analisi-los, com a finalidade de definir a natureza € a imensidade das ac entar imediatamente a seguir a0 jes correctivas necessarias. O principio € erfeitamente vilido, mas a aplicagdo pratica tem pelo menos duas ps p lraquezas aa por exemplo, os valores dos custos, das vendas. das ‘margens, dos stocks, ete., 0 que significa que © controle orgamental apenas avalia a dimensdo financeira dos "resultados", Este instrumento € incapaz de medir « quota de mercado realizada. os graus de inovago, de qualidade de notoriedade stingidos. os indices de satisfagio dos Clientes, ete., quando tais dados fazem parte dos objectivos estratégicos ccuja realizagio tem de ser controlada. a ndo € forcosamente um testemunho de boa gestio, significando apenas que a direcgdio gastou o montante exacto de euros previstos nas despesas de marketing, mas Dessa forma 0 conttolo orgamental parece ser um instrumento bastante limitado para o acompanhamento dos resultados. € uma consequéncia da primeira, O controlo ‘orgamental € um instrumento particularmente lento, pois os dados nele contidos sio de origem contabilistica, sendo necessério dlterminar previamente as reslizagbes finan: além dos erros que Ihe possam estar associados e ainda da sua falta de adequagio as necessidades do controlo de gestdio, na maioria das veres. Esquematicamente, 0 calendério do controlo orgamental pode resumir-se, nha generalidade dos casos, ao seguinte (em que m € 0 més cuja informagao vai ser analisada): sm + 25: realizagdes detalhadas do més passado; m + 30: comparagdes com as previsdes e medida dos desvios; m + 35: difustio aos responsiveis operacionais para anilise: m + 40: reunides de explorago dos desvios e de tomada de decisto. £ claro que este instrumento chama a atengio dos responsaveis operacionais para resultados que aconteceram, em média, dois meses atris Esse prazo & proibitivo num ambiente de competitividade e de melhoria continua. Comentar hoje a dltima guerra nio faz. ganhar essa guerra, Temos que relembrar um principio de controlo de gestio: os instrumentos (de CG) sdo concebidos com vista a acgdo. E us acgbes correctivas para reajustar 40s desvios niio podem demorar dois meses, mas tém de ser quase imediatas, Esta segunda fraqueza pode ser ulirapassada tal como veremos no capitulo que trata do controlo orcamental. Mas em numerosas empresas. neste momento, a5 duas fraquezas descritas constituem sérios obstéculos & credibilidade ¢ & eficdcia do controlo orgamental. O instrumento de substitigdo para que se possa acompanhar os resultados com eficiéneia ¢ eficdcia s2o 05 “tableaux de bord”. Sem entrar numa descricio detalhada que teri lugar no capitulo correspondente, hii que apresentar as caracteristicas principais dos "tableaux de bord" ¢ do "balanced scorecard” (BSC): rapidez, diversidade dos indicadores, concentragao sobre o essencial (sintese) e adaptagao ao utilizador Listra-se a rpides por urna (SBS Bea EBSCO eS: Esse prazo ¢ correntemente observado nas empresas que utilizam este tpo de instrumento de controlo de esto, Sobretudo, A diversidade dos indicadores é indispensavel para medir tanto os resultados financeiros como os resultados comerciais, de qualidade, de produtividade do pessoal. etc. Neste sentido. poder-sc-ia afirmar que os "tableaux de bord” BSC sio poliglotas. A diversidade dos "tableaux de bord” BSC nao implica que sejam compostos de uma infinidade de indicadores, Pelo contrario. para privilegiar a accdo, a selecgao de indicadores dos "tableaux de bord” BSC deve ser concentrada sobre ¢ dos objectives, sine iaide vel avaliam os niveis de utilizacio dos recursos a di cao do num determinado "tableau de bord" BSC Finaineate, GUnMUISaUNde DONBSCNUVEROMENAUapOdCON quer dizer, especificos para cada sector e gestor. Num sistema de “tableaux de bord” BSC. no se trata de avaliar de modo uniforme com indicadores estandardizados os desempenhios de todos os yestores. Cada um apresenta objectivos e dispie de meios de acgdo também especificos. O "tableau de bord” BSC é um instrumento concebido de acordo com as responsabilidades para cada gestor. Dadas estas caracteristicas. os “tableaux de bord" ¢ os BSC assumem-se também como instrumentos de didlogo e de orientagao do comportamento. Esse titimo comentério é vilido para todos os instrumentos de pilotagem desta "linha de produtos", Sem davida que nao hé exclusivamente um plano operacional global, um orgamento global e, do mesmo modo, um documento de controlo orgamental ¢ um "tableau de bord” BSC tinico para a empresa Gisie dere gestores descentralizudos que geram os resultados Sio eles os motores da actividade da empresa. Por decorréncia, a sua organizagio, motivagdo ¢ informagao, devem constituir a prioridade da empresa. Todos os instrumentos referidos sio desmultiplicados na "xede* dos gestores descentralizados. Isso gera, evidentemente, problemas de coordenagao do conjunto dos gestores € de convergéncia das suas acgBes a {avor da realizagio dos objectivos da empresa. 1.2.3. Os instrumentos de orientagiio do comportamento responde precisamente as necessidades geradas pela existéncia de numerosos gestores descentralizados: enquadrar canalizar as suas acgées ¢ decisées na "boa" direcgio, isto &, com vista & satisfag2o dos objectivos da empresa e nio somente da satisfagZo de objectivos locais e parciais, eventualmente contrarios aos interesses globais da empresa. “Orientar" 0 comportamento significa garantir o alinhamento da gestdo, ou seja, dar condigdes a cada gestor para que ele tenha um comportamento ‘empresarial por forma a pri estiio do seu sector os interesses da A cxgeiesto

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