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06/10/2017 Religião

>>Religião

Daiana Linhares, Pedro Augusto Papini e Vinícius Franceschi

Abordar o tema religião não é algo simples, pois - ao falar e refletir sobre ela - vêm à tona
questões que dizem respeito à nossa própria existência. Hellern et al. as denominam
questões existenciais. Ei-las abaixo:

“Quem sou eu?


Como foi que o mundo passou a existir?
Que forças governam a história?
Existe algo superior a nós?
O que acontece conosco quando morremos?”

(Hellern, Notaker, Gaarder, 2000, 9)

Tendo como base tais questões e com o objetivo de expandir a concepção que temos de
religião e de crenças, elaboramos uma apresentação - em power point - intitulada “Curso de
Extensão: ACONSELHAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA Você acredita em quê?”;
vale a pena conferir!

Ainda segundo Hellern et al., as questões existenciais surgem em todas as culturas e formam
a base de todas as religiões (Hellern, Notaker, Gaarder, 2000, 9). Segundo ele, Não existe
nenhuma raça ou tribo de que haja registro que não tenha tido algum tipo de religião (Hellern
et al., 2000, 9). Podemos perceber, portanto, o quanto essas questões são universais e
intrínsecas ao homem. A fim de verificar a consistência de tal afirmação, buscamos dados
sobre os primórdios da religião.

Religião – ETIMOLOGIA (pesquisa realizada no dia 28.10.07 no site


http://www.etymonline.com/index.php?search=religion&searchmode=none)
Para Cícero, a palavra “religião” origina-se do latim relegare (re + legare) que, em língua
portuguesa, significa “reler”.
Um estudo etimológico do final da Antigüidade e de muitos estudiosos modernos, associam
“religião” ao latim religare (português “religar”), no sentido de 1.estabelecer uma obrigação
entre; 2. uma relação entre humanos e deuses.
Uma outra origem possível provém do grego religiens, no sentido de cuidadoso (o contrário
de negligente). Nesse caso, cuidadoso significa um sistema particular de fé.

O presente trabalho é baseado em dois autores que têm diferentes concepções de religião.
Seguem as definições dadas por eles abaixo.
Nas modernas ciências da religião predomina a idéia de que a religião é um elemento
independente, ligado ao elemento social e ao elemento psicológico, mas que tem sua própria
estrutura (Hellern, Notaker, Gaarder, 2000, 16).

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Por religião entendemos o conjunto de crentes unidos por uma instituição mais ou menos
organizada. Esses fiéis ligam-se por uma tradição, por crenças e por ritos comuns,
participando de uma doutrina mais ou menos codificada (Zilles, U. 2002, 10).

Com o objetivo de (...) facilitar uma visão de conjunto de fenômeno religioso, como se
articula concretamente no tempo e no espaço (Zilles, U. 2002, 21), Urbano Zilles utiliza a
seguinte classificação: Religiões primitivas; Religiões sapienciais; Religiões proféticas;
Religiões espiritualistas; Místicas filosóficas e Superstições.

Procuraremos destacar no presente trabalho, as principais características das grandes


religiões presentes na atualidade: o Induísmo; o Budismo; o Judaísmo; o Islamismo; o
Cristianismo (Catolicismo Romano, Protestantismo, Igrejas Pentecostais e Neo-pentecostais,
Igreja Universal do Reino de Deus).

O Hinduísmo e o Budismo (Religiões Sapienciais)

O HINDUÍSMO

Por Hinduísmo, entendemos um conjunto ou mosaico de religiões e filosofias; de


mitologias e regras diferentes e até, por vezes, contraditórias. Dentro do Hinduísmo,
permitem-se núcleos contrários de crenças e sistemas opostos de filosofias, desde que
não rejeitem abertamente a autoridade das escrituras védicas. Para ser hindu é
necessário aceitar as escrituras védicas e participar, por nascimento, da estrutura
social.
Essa é a principal religião da Índia, onde conta com mais de 500 milhões de adeptos. O
sistema social hindu está baseado em regras e costumes que regem as relações entre
os grupos sociais. O sistema de castas é um sistema hierárquico no qual os grupos
sociais diferenciados carecem de igualdade e não têm os mesmos deveres, nem os
mesmos direitos e privilégios. O Hinduísmo apresenta algumas características, embora
não estejam presentes em toda parte:
respeito da antigüidade e da tradição;
fé na autoridade dos livros sagrados;
permanência do sistema de castas;
confiança nos guias espirituais, os chamados gurus;
crença em sucessivas reencarnações.

O BUDISMO

No Budismo, há uma busca pelo equilíbrio entre a arte de viver e a renúncia. Esse
caminho leva à serena tranqüilidade e à paz aqui e agora mesmo. A doutrina budista
começa com as “quatro verdades sagradas”:
1. A própria vida é sofrimento porque tudo é instável.
2. A origem é a sede ou desejo, que provém da ignorância.
3. O fim da dor - conseqüência do bom êxito, da santidade ou do ser digno – é,
negativamente, nirvana e positivamente, felicidade.
4. A via sagrada para chegar ao ponto culminante que é o nirvana, são: conhecimento
da verdade; intenção de resistir ao mal; não ofender aos outros; respeitar a vida;
exercer um trabalho que não fira aos outros; lutar para libertar a mente do mal;

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controlar os sentimentos e os pensamentos; praticar as formas adequadas de


concentração.
A ética budista pode ser resumida numa moral negativa e positiva:
a) Negativa: não matar (nem mesmo animal); não furtar; não tomar a mulher do
próximo; não mentir; não tomar bebidas alcoólicas.
b) Positiva: meditação sobre o sofrimento dos vivos; participar de suas dores e
alegrias; a benevolência; a piedade; o perdão das ofensas e o sacrifício por outrem.

O Judaísmo, o Islamismo e o Cristianismo (Religiões proféticas)

O JUDAÍSMO

O judaísmo é a mais antiga das religiões Abraâmicas. Tem Abraão como seu profeta, e
Sarah como símbolo da mulher ideal. Tem na base de sua crença a vinda do Messias.
Hoje em dia, alguns adeptos do Judaísmo acreditam no Messias como um ser divino,
mas a maioria o vê como uma “era divina”, um tempo de paz e fraternidade. Outros
vêem a criação do estado de Israel como o cumprimento da profecia: o neto de Abraão
– Jacó - teria tido doze filhos, que deram origem às doze tribos de Israel.
A maioria dos judeus está nos EUA e em Israel, nação criada para eles pela ONU em
1948. Além de formarem uma religião, formam também um grupo étnico
historicamente muito unido entre si. Os judeus sofreram grandes períodos de
perseguições. Na Idade Média, eram mal vistos por toda a parte e acusados de terem
matado Jesus. No Renascimento, foi proibido que possuíssem terras; daí a conhecida
tradição deles no comércio, única alternativa que lhes restou. A última grande
perseguição foi a da Alemanha nazista, acabando com quase metade da população judia
no mundo.
Um grande movimento judeu é o sionismo: a volta dos judeus para Israel. Por não
serem bem aceitos em outros países, essa idéia foi muito defendida. Com a criação do
estado de Israel, houve uma imigração em massa, principalmente de judeus russos.
O principal livro sagrado judeu é a Tora; o Antigo Testamento para os Cristãos, mas
organizada de uma forma diferente e sem os livros de Salmos e Provérbios. Na Torá,
constam as leis transmitidas por Deus ao suposto povo escolhido. No judaísmo, é
permitido o álcool - desde que com moderação - e o tabaco é tolerado. O vinho deve vir
de produtores judeus. Jogos de azar são desaconselhados. Além disso, há uma extensa
lista de comidas proibidas.
A circuncisão é tradição, devendo ser feita oito dias após o nascimento. O homem - aos
13 anos - passa pelo Bar Mitsvá, cerimônia de passagem para a vida adulta. A mulher
tem o Bat Mitsvá, aos 12 anos e é função dela conhecer muito bem as regras
alimentares. Devido à circuncisão, a taxa de câncer de útero nas mulheres judias é bem
menor do que em outras etnias.
A família e o casamento são de suma importância para os judeus. O casamento é
considerado o modo de vida ideal, próximo da Vontade de Deus. Judeus ortodoxos
costumam se casar entre si apenas.

O ISLAMISMO

Islam significa “submissão”, representando a posição das pessoas perante Allah.


Monoteísta, representa 15% da população mundial; sendo a segunda maior religião do
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mundo. É a religião que mais cresce, devido à alta taxa de fertilidade das mulheres
muçulmanas (cerca de 4,1 filhos por mulher, oscilando bastante entre os países).
Têm em Allah seu Deus e em Abu al-Qasim Muhammad ibn 'Abd Allah ibn 'Abd al-
Muttalib ibn Hashim (ou simplesmente Maomé) seu profeta. Esse não é um ser divino -
como Jesus é para os Cristãos - mas sim um mensageiro de Allah. Conta-se que Maomé
recebeu a ordem para que profetizasse a mensagem de Allah do Anjo Gabriel, quando
meditava numa caverna em 613. Embora tenha enfrentado a resistência de muita gente
devota do paganismo, arrebanhou muitos seguidores na sua viajem a Meca em 615,
onde pregou até 622. Nesse ano, houve a Hégira (fuga) para Medina. Em 627, Maomé
volta com seus seguidores para Meca, conquistando a cidade.
“Não há Deus senão Allah, e Maomé é seu profeta” é a frase que resume a máxima
muçulmana. Os cinco pilares da religião são, nessa ordem: o credo; a oração; a
caridade; o jejum e a peregrinação a Meca, que deve ser feita pelo menos uma vez na
vida por todo muçulmano que tiver condições financeiras e saúde para isso.
Álcool, tabaco, drogas em geral e jogos de azar são totalmente proibidos.
Mulheres devem vestir o “Chador” (véu), a partir da menarca até o fim da vida. O
tamanho, forma, e locais obrigatórios de uso dependem dos costumes de cada região.
O divórcio é permitido, ainda que Maomé tenha dito que “é a atividade legal menos
preferida por Deus”. Apesar dessa diretriz, o índice de divórcio nos países de maioria
muçulmana são os mais altos do mundo.
Para os mais ortodoxos, só o Corão escrito em árabe tem valor; porém, hoje, é muito
comum se aceitar em outros idiomas.

O ISLAM E O CRISTIANISMO

No Corão, Maomé trata com muito respeito os Cristãos, considerando-os um povo muito
bom e caridoso. Fala de Jesus como um homem iluminado, que veio para trazer o bem
e a paz à Terra, negando – porém - sua divindade. O respeito e a tolerância são
ensinados e obedecidos pelos muçulmanos em geral. Durante o domínio árabe em
Jerusalém, os Cristãos não foram expulsos e - mesmo em tempos de conflitos - era
proibido tocar em qualquer Igreja ou mesmo entrar sem permissão nelas. Saladino -
líder militar árabe - costumava se ajoelhar e fazer uma reverência sempre que passava
por uma, pois entendia que aquela era um símbolo importante para alguém.
Os ensinamentos se mantêm até hoje; porém, o imperialismo ocidental acaba por criar
o ódio entre grupos extremistas. Esses grupos - normalmente repudiados pela maioria
dos muçulmanos - promovem atentados terroristas, caos, desordem pública e
psicológica nas pessoas.
Outro grande choque de civilizações ocorre na Europa, onde a imigração massiva de
turcos e africanos muçulmanos tem gerado atritos. De um lado, os imigrantes - que não
querem abandonar suas tradições, mas justificam ter deixado sua terra em busca de
oportunidades - de outro, os europeus - que vêem concorrência, desemprego e
segurança pública comprometidos devido a essas imigrações. Em meio a esse contexto,
nascem grupos extremistas dos dois lados, inclusive de inspiração neonazista.

O CRISTIANISMO

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O Cristianismo é a maior religião do mundo em número de fiéis, contando com cerca de


2,1 bilhões deles. Acredita em um só Deus - aquele que criou tudo e todos - embora a
base da sua crença seja a figura de Jesus de Nazaré, o Salvador. Nasceu como uma
seita do Judaísmo, que acreditava na vinda de um messias. Para muitos, então, o
messias é Jesus.
Acredita que - após a morte - esperamos pelo dia do julgamento final, onde será
decidida a vida eterna de cada um. Aquele que crer em Cristo e na sua divindade
(Mateus 16; 21-28) terá a vida eterna, segundo a Bíblia.
Como uma das mais importantes figuras da história da humanidade, pode-se ver Jesus
das mais diferentes formas e dar múltiplos sentidos ao que ele diz e ensina. Jesus pode
ser visto como um revolucionário de cunho socialista; um hippie; um conservador; um
ditador; um charlatão; ou como o filho de Deus que veio para nos salvar, segundo as
mais importantes correntes.
Ao longo do tempo, o Cristianismo se desenvolveu em múltiplas correntes.
Abordaremos, nesse trabalho, algumas: o Catolicismo Romano; o Protestantismo e
as Igrejas Pentecostais e Neo-pentecostais.

O Catolicismo Romano

O Catolicismo Romano é a maior vertente do Cristianismo, abrangendo cerca de um


bilhão de pessoas, quase metade dos Cristãos do mundo.
Você é Pedro, e sobre está pedra construirei minha Igreja, e nem a morte poderá
vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino dos Céus; o que você proibir na terra será
proibido no céu, e o que permitir na terra será permitido no céu (Mateus 16;18-19).
Segundo os católicos, essas palavras - profetizadas pelo próprio Cristo em vida - teriam
dado a Pedro o poder de fundar a verdadeira Igreja de Jesus. Pedro teria então ido
pregar em Roma onde fundou a Igreja; ele foi considerado o primeiro Papa, embora
fatos históricos digam que Pedro nunca pisou em Roma. Os cristãos católicos têm na
figura do Papa o descendente de Pedro; tendo ele, portanto, o poder de decidir as leis
da Igreja e sendo considerado infalível. O Papa é considerado descendente de Pedro
porque Jesus disse que “nem a morte poderá vencê-la.” Há uma hierarquia rígida, que
visa: organizar a Igreja pelo mundo e - por meio de missões - arrebanhar seguidores.
É dada uma importância extrema à Igreja em si.
Além de venerar Cristo e o próprio Deus, têm o costume de venerar e pedir graças a
pessoas ditas “santas”; além de reverenciar suas imagens, ambas as práticas de origem
pagãs e condenadas por Jesus.
Embora tenha se modernizado com o tempo, ainda mantém práticas medievais: como a
importância extrema dada à castidade e condenação de métodos contraceptivos; a
importância dada à Eucaristia - que vê na hóstia e no vinho Jesus materializado - o
celibato aos sacerdotes; entre outras coisas.

O Protestantismo

Martinho Lutero, monge alemão, foi o responsável pela primeira dissidência no


Cristianismo. Revoltado com a venda de indulgências realizada pela Igreja Católica,
lançou as suas 95 teses em 1517. Encontrando resistência dentro da Igreja Católica,
fundou uma nova Igreja, amplamente aceita pela burguesia - já cansada de pagar

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impostos à Igreja - que queria lucrar sem a culpa e as ameaças ao inferno que o Papa
colocava em suas cabeças. Apesar de reverenciado como um libertário, Lutero apoiou o
massacre de camponeses.
As Igrejas Protestantes negam os santos, o Papa, as indulgências e reduz os
Sacramentos a apenas dois: o Batismo (luteranos batizam crianças; outras Igrejas
Protestantes apenas adultos) e a Eucaristia.
Diferentemente da Igreja Católica, que proíbe o casamento dos sacerdotes, os
Protestantes aceitam e até recomendam.
A Igreja em si geralmente é vista como um caminho até Cristo, mas é Ele quem salva;
é Ele quem se deve reverenciar.
A Igreja Protestante desmembrou-se em Calvinistas, Batistas, Anglicanos, Mórmons,
Testemunhas de Jeová, entre outros.

Igrejas Pentecostais e Neo-pentecostais

William Seymour (1870 – 1922) - em 1906 - recebeu, supostamente, um chamado de


Deus para que fundasse um novo segmento Cristão. Essa nova doutrina chamava a
atenção pela exaltação de Cristo; na salvação por meio d’Ele; e por correr atrás de
novos fiéis de todas as maneiras. Rapidamente se espalharam mundo afora, criando o
segmento Cristão que mais cresce no mundo.
Pregam que o homem pode e deve buscar a felicidade na terra, mas sempre
respeitando as leis e a Vontade de Deus. Vêem outras religiões e pessoas que não
crêem como gente que necessita de iluminação. Por isso, têm por missão levar a
Palavra de Deus a todos; tornando-se, muitas vezes, preconceituosos e gerando
conflitos com outras idéias.
No Brasil, começou a se desenvolver nos anos 80, tendo seu ápice na segunda metade
dos anos 90. Seus líderes são muito conhecidos, e - muitas vezes - acusados de
charlatanismo; desonestidade, ao enganar pessoas fracas psicologicamente; ou mesmo
crimes, como lavagem de dinheiro.
Mesmo com todo tipo de acusação, Igrejas como a Universal do Reino de Deus, Deus é
Amor, Internacional da Graça de Deus - entre outras - crescem a cada dia,
principalmente entre as pessoas de classes sociais mais desfavorecidas. Essas Igrejas –
muitas vezes - prometem riquezas materiais e a solução dos mais variados problemas,
tidos como “possessões demoníacas” por eles.

Em geral, sobre o Cristianismo:

Embora tenham grandes diferenças, há semelhanças visíveis entre todas essas Igrejas:
São todas monoteístas, crendo em Jesus como Salvador; têm uma noção moral
bem parecida quanto a assuntos como castidade, casamento, divórcio, adultério,
homossexualismo, aborto;
Permitem o álcool, embora seja da conduta do bom cristão não abusar;
São tolerantes com o tabagismo, embora desaconselhem isso para os fiéis;
Proíbem totalmente drogas além dessas, pois dizem que os afasta de Deus;
Proíbem o jogo, embora promoções, sorteios, rifas e loterias governamentais
sejam toleradas;

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Crêem na Bíblia como caminho da verdade - embora a Bíblia Católica seja um


pouco diferente da Protestante - o que mais difere uma corrente das outras é a
interpretação dada.

Apesar das inúmeras Igrejas e religiões existentes (cada uma com seus ritos, crenças e
mitos) existe algo em comum entre elas. É a chamada Regra de Ouro que está presente em
todas as religiões e diz:
“Faça aos outros aquilo que gostarias que fosse feito a ti
e não faça aos outros aquilo que não gostarias que fosse feito a ti.”

DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO

Apesar de muito desconhecido, o diálogo inter-religioso é uma realidade bastante presente na


atualidade. Como uma forma de demonstrar a existência desse diálogo, ressaltamos o
Encontro Internacional promovido pela comunidade romana de Santo Egídio, com o tema “Por
um mundo de paz, religiões e culturas em diálogo”.
Esse encontro aconteceu nos dias 04 e 05 de setembro de 2006 em Assis – na região italiana
da Úmbria – e buscou recordar o primeiro e histórico “Dia mundial de oração pela paz”,
convocado vinte anos atrás pelo Papa João Paulo II, realizado em 27 de outubro de 1986
também em Assis.
Representantes das várias confissões cristãs juntamente com judeus, muçulmanos e
expoentes de outras religiões participaram do encontro, para dizer juntos, que o diálogo e a
amizade são mais fortes do que o ódio e as divisões.
O Cardeal Paul Poupard (presidente dos Pontifícios Conselhos para a Cultura e para o Diálogo
Inter-religioso) participou do Encontro e, em entrevista à Rádio Vaticano comentou: Nesses
20 anos (...) muitas coisas mudaram, verdadeiramente. Eu diria que, de um lado, a difusão
da violência sob todas as suas formas – guerra e terrorismo – e também a sua onipresença
através dos meios de comunicação social; de outro lado, uma tomada de consciência
crescente em nosso mundo globalizado sobre a responsabilidade de todos – homens e
religiões – pela paz. (www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=93632).

UM FENÔMENO ATUAL

A Igreja Universal do Reino de Deus

A IURD é uma Igreja Protestante de tendência Neo-pentecostal fundada em 1977 no Brasil


onde possui sua maior atuação. Essa Igreja é a maior responsável pelo crescimento
evangélico no mundo e vem expandindo suas fronteiras através de países da América, Ásia,
África e Europa. Ela é uma das Igrejas que mais tem crescido no Brasil. Em apenas 30 anos,
a IURD arrecadou mais de oito milhões de fiéis só no Brasil; possui cerca de 9600 pastores
em mais de 4700 templos.
A Igreja Universal do Reino de Deus é muito conhecida devido à polêmica que causa. Sua
estreita relação com o capitalismo e com a política tem se destacado nos meios de
comunicação.
Essa Igreja possui um site em que oferece ampla ajuda e acolhimento a quem sinta
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necessidade. No site http://www.arcauniversal.com.br/index.jsp , é possível encontrar vídeos


e testemunhos de pessoas que a Igreja afirma ter salvado; as salvações vão desde problemas
de saúde até familiares. Em um segundo site, a Igreja oferece também um fórum onde as
pessoas podem encontrar respostas para dúvidas em relação à vida e aos problemas que nela
se enfrenta.

RELIGIÃO versus PSICOLOGIA

O que os psicólogos pensam com relação à religião?

Escolhemos alguns criadores de teorias psicológicas que têm visões distintas sobre a religião.
São eles: Freud, Jung e Viktor Frankl.

A Religião segundo Freud

Freud diz que todo indivíduo é virtualmente inimigo da civilização. Ela nos impõe regras que
nos oprimem e nos frustram. Não podemos tomar a mulher que queremos como objeto
sexual; não é possível matar sem hesitação o rival ao amor dela ou qualquer outra pessoa
que se colocasse no caminho. Não se pode pegar os pertences de uma pessoa sem pedir
licença. Os homens sentem como um pesado fardo os sacrifícios que a civilização deles
espera, a fim de tornar possível a vida comunitária (Freud, S., ).
O homem, segundo Freud é oprimido pela sua cultura. Para isso, ele desenvolveu meios a fim
de lidar com essa opressão; um desses meios, é a via da religião.
O ser humano teme aquilo que não pode controlar: como as forças da natureza; tem dúvidas
existenciais (Qual é o sentido da vida?, Como o mundo começou?, etc); sente-se
desamparado perante um mundo caótico e opressor .Tudo isso - segundo Freud - gera uma
pesada carga psíquica no homem, o qual consegue aliviá-la nas crenças religiosas.
Freud diz que muito da força da religião têm sua origem na infância do ser humano. Ele diz
que o homem - ao personificar as forças da natureza, por exemplo - está seguindo um
modelo infantil. O sujeito, durante a infância, aprendeu das pessoas de seu primeiro
ambiente que a maneira de influenciá-las é estabelecer um relacionamento com elas; assim,
mais tarde, tendo o mesmo fim em vista, trata tudo o mais com que se depara da mesma
maneira que tratou aquelas pessoas.
Além disso - na infância - experienciamos uma impressão terrificante de desamparo que
desperta a necessidade de proteção, a qual é completamente proporcionada pelo pai. Esse
desamparo perdura através da vida, o que torna necessário afinar-se à existência de um pai;
porém, um pai mais poderoso.
Assim, a crença divina ameniza nosso temor dos perigos da vida; o estabelecimento de uma
ordem moral mundial assegura a realização das exigências de justiça. As respostas aos
enigmas que tentam a curiosidade do homem (como, por exemplo: como o universo
começou?) são saciadas, o que constitui alivio enorme para a psique individual.
As idéias religiosas são ilusões; realizações dos mais antigos, fortes e prementes desejos da
humanidade. O segredo da força das doutrinas religiosas reside na força desses desejos.

A Religião para Jung

Segundo uma avaliação de Viktor Frankl, Jung deslocou a religiosidade inconsciente para o id.
No sentido que Jung lhe deu, o eu não era responsável pelo elemento religioso, este não era

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da competência do eu; o religioso não pertencia à responsabilidade e decisão do eu (Frankl,


V. 1992, 49).
E ainda, De acordo com Jung, há “algo” em mim, um “id” que é religioso, mas não é que “eu”
seja religioso; o “id” me impulsiona em direção a Deus, neste caso, porém, não sou eu quem
se decide por Deus (Frankl, V. 1992, 49).
Fica claro que Jung não considera o homem autônomo em relação à religião:

De acordo com Jung, com efeito, a religiosidade inconsciente está ligada a arquétipos
religiosos, a elementos do inconsciente arcaico ou coletivo. Na realidade, a religiosidade
inconsciente em Jung muito pouco tem a ver com uma decisão pessoal do homem;
representa muito mais um evento coletivo, “típico”, justamente arquetípico, “no” homem
(Frankl, V. 1992, 50).

Viktor Frankl destaca que para Jung e sua escola (...) a religiosidade é algo essencialmente
instintivo. H. Bänzinger chega a declarar sem rodeios: “Podemos falar de um “impulso
religioso” como falamos de um impulso sexual ou agressivo (Frankl, V. 1992, 50).

A Religião para Viktor Frankl

Das três “escolas vienenses de psicoterapia” – Psicanálise, Psicologia Individual e Logoterapia


- Viktor Frankl foi o fundador da terceira. Ele traz uma visão totalmente diferente da de
Freud. Através das quatro seguintes citações – retiradas de seu livro “A presença ignorada de
Deus” - torna-se possível compreender essa distinção.

Da mesma forma que a logoterapia, como aplicação clínica da análise existencial, acrescentou
o espiritual ao psicológico (que era até então praticamente o único objeto da psicoterapia),
ela passou a aprender e ensinar a ver o espiritual também dentro do inconsciente, algo como
um “logos” inconsciente; ao id, como inconsciente instintivo, foi acrescentado, como nova
descoberta, o inconsciente espiritual. Com esta espiritualidade inconsciente do homem, que
qualificamos como inteiramente pertencente ao eu, descobrimos aquela profundeza
inconsciente, onde são tomadas as grandes decisões existencialmente autênticas (...) (Frankl,
V. 1992, 47).

(...) a análise existencial descobriu, dentro da espiritualidade inconsciente do homem, algo


como uma religiosidade inconsciente no sentido de um relacionamento inconsciente com
Deus, de uma relação com o transcendente que, pelo visto, é imanente no homem, embora
muitas vezes permaneça latente (Frankl, V. 1992, 47).

Esta fé inconsciente do homem, que aqui se nos revela e está englobada e incluída no
conceito de seu “inconsciente transcendente”, significaria então que sempre houve em nós
uma tendência inconsciente em direção a Deus, que sempre tivemos uma ligação intencional,
embora inconsciente, com Deus. E é justamente este Deus que denominamos de Deus
inconsciente (Frankl, V. 1992, 48).

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Da mesma forma que para Freud, para Jung o inconsciente, e assim também o inconsciente
“religioso”, continua sendo algo que determina a pessoa. Para nós, no entanto, a religiosidade
inconsciente e, de modo geral, todo inconsciente espiritual, constituem um ser inconsciente
que decide, e não um ser impelido a partir do inconsciente. Para nós, o inconsciente espiritual
e, sobretudo, a religiosidade inconsciente, ou seja, o “inconsciente transcendente”, não são
um inconsciente determinante, mas existente (Frankl, V, 1992, 50).

REFERÊNCIAS

Beaver, R. P. et al. (1984) Le religioni del mondo. Roma: Edizioni Paoline.

Frankl, V. (1992) A presença ignorada de Deus. São Leopoldo: Editora Sinodal; Petrópolis:
Editora Vozes.

Freud, S. (1927) O futuro de uma ilusão. Em Freud, S. (1987) Edição Standard brasileira das
obras psicológicas completas de Sigmund Freud. 2 ed. Rio de Janeiro: Imago.

Gaarder, J., Hellen, V., Notaker, H. (2000) O Livro das Religiões. São Paulo: Editora
Schwarcz.

Zilles, U. (2002) Religiões crenças e crendices. Porto Alegre: EDIPUCRS.


Retirado em 28/10/2007, do World Wide Web: www.etymonline.com/index.php?
search=religion&searchmode=none
Retirado em 30/10/2007, do World Wide Web:
www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=93632

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