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social de conhecimento de alguns elementos da realidade do cotidia- 8.A1\lA'I'UREZA` _
no pode se tornar extremamente complexa e até mesmo confusa
para um estranho. Além de não possuir o conhecimento provavel- DO IÍNTEEACIONÍISMO
imã Jx1%

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| mente necessário para me curar de um mal físico, também posso
não saber qual de uma estonteante infinidade de especialistas mé-
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dicos tem competência para tratar de minha doença. Em tais casos, Herbert Blumer
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aiii-‹&&i não necessito apenas do conselho de experts, mas de uma opinião l _ ' ' 'nr' ' ' r Junin Tmiruununnnnl Iullrfwf _ __;r TW T4 ' ' 7 1_l _u|__ ____u|||__1nn1"r'7 ;í

Ls! *¡~¬¿_ i"\i'f_'i_'i”-.iÍ`i_ prévia de experts em experts. Desta maneira, a distribuição social
de conhecimento principia a partir do simples fato de não se conhe-
“ati .-¢É'1Â..£ cer tudo o que os outros sabem, e vice-versa, culminando em sis-
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temas extremamente complexos e esotéricos de proficiências. O O interacionismo simbólicol baseia-se, em última análise, em
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conhecimento da maneira pela qual o repositório de conhecimento três premissas. A__prim_eira_es_tabelece que osseres hu_mano_s_ agiu
socialmente acessivel se distribui, pelo menos em linhas gerais, em” relação _ao _ -s mLmte
constitui importante elemento desse mesmo repositório de conhe- lhes oferece. Tais elementos abrangem tudo o que é possível ao
homem observar em seu universo -- objetos físicos, como árvores
cimento. No cotidiano, eu sei, pelo menos grosso modo, o que posso
esconder de quem, com quem posso contar para obter informações .ou cadeiras; outras pessoas, como mães ou balconistas de loja; cate-
gorias de seres humanos, como amigos ou inimigos; instituições,
sobre o que não sei e, de modo geral, de que tipo de indivíduo seria
de se esperar que tipo de conhecimento. como escolas ou 0 governo; ideais norteadores, como independência
individual ou honestidade; atividades alheias, como ordens ou soli-
citações de outrem ---, além das situações com que o indivíduo se
depara em seu dia-a-dia. A segunda premissa gonsiste no___fato__c_l_e
os-sig_n_if_icados_ de _t_ais_e_le'r_nentos_ serem ip_royeni_ent_e_s_da ou provocados
pela interação__s_oc_ia1 quase _ essoas. A ter-
ceira premissa reza que tais significados sã0 manipu]ad_o_s__po;um pro;
cesso interpretativo_ (e poi? este modificados) _utili§ad_9_peE_p_‹f.§so_a_
ao se irelacíioniar _ com _os__e1emen1os_comzqu1-Len_tra_ _em_g_or_}ta_t_o. Dese-
jarnos analisar brevemente cada uma dessas três premissas funda-
mentais. t
Seria de se esperar que poucos pesquisadores fizessem qualquer
objeção à primeira premissa -- a saber, que os seres humanos rela-
cionam-se com o mundo de acordo com os significados que este lhes
traz. Contudo, por mais estranho que possa parecer, esta simples
constatação é ignorada, ou relegada a um segundo plano, em prati-
camente todo o pensamento e pesquisas das ciências sociais e psi-
cológicas contemporâneas. O significado ou é aceito tacitamente
como ponto pacífico, e, desta forma, negligenciado como algo sem
importância, ou considerado como mero elo neutro entre os fatores
responsáveis pelo comportamento humano, sendo este o produto de
tais fatores. Podemos observar o fato nitidamente na atitude crítica
atual predominantemente adotada pelas ciências sociais e psicológi-

Reproduzido por permissão de Symbolic Interactíonism: Perspective apd


Method, de Herbert Blumer (Englewood Cliffs, NJ.: Preririce-Hail, Inc.
©1969), pp. 2-2I.

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cas. A tendência de considerar o comportamento humano como 0 parte natural da estrutura objetiva deste. Assim, uma cadeira é niti-
produto de inúmeros fatores que agem sobre o homem é comum a damente uma cadeira em si, uma vaca, uma vaca, uma nuvem, uma
esses dois campos do conhecimento, reduzindo seu âmbito de' análise nuvem, uma rebelião, uma rebelião, etc. Sendo inerente ao elemento
ao comportamento e aos fatores que presumivelmente o influen- que o retém, o significado necessita ser simplesmente' desprendido
ciam. Assim, os psicólogos voltam sua atenção para estímulos, ati- por meio da observação 'do elemento objetivo que o possui. O signi-
tudes, motivos conscientes ou inconscientes, diversos tipos de inputs ficado emana, por assim dizer, do elemento, e, como tal, não _se
psicológicos, percepção e cognição e inúmeros aspectos da organi- verifica nenhum processo em sua formação; tudo o 'que se necessita
zação pessoal, a fim de explicar determinadas formas ou situações ."
1
é identificar o significado contido no elemento. Não resta dúvida
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da conduta humana. De maneira semelhante, os sociólogos baseiam-_ que esta perlspectiva reflete a posição tradicional do “real_i_s_mo” na
se na posição social, necessidades de status, papéis sociais, prescri- filosofia, postura esta largamente adotada' e profundamente arrai- _
ções culturais, normas e valores, pressões sociais e associaçao em
I-I Í
gada nas ciências sociais e psicológicas. A outra atitude tradicional
grupos para fornecer explicações. Tanto nos esclarecimentos típicos considera o “significado” um acréscimo psíquico concedido ao ele-
-.__da psicologia como nos da sociologia os significados dos elementos mento pela pessoa para quem estepossut significado. Tal_ justapost-_
'para os seres humanos em ação encontram-se ou contornados ou ção psíquica é julgada como uma expressao de fatores integrantes
I
/absorvidos pelos fatores utilizados para justificarem seu comporta- |` da psique, da mente ou da organização psicológica-_do individuo,
zmento. Se se declara que determinados tipos de comportamento sao ---.___*
compreendendo sensações, sentimentos, ideais, memorias, motivos e
resultantes dos fatores especificos que presumivelmente os causam, atitudes. O significadonada mais é que uma expressao dos fatores
não é necessário se preocupar com o significado dos elementos em psicológicos específicos trazidos abaila, relat_1vo_s__a percepção do
relação aos quais o homem age: apenas se identificam os fatores elemento; desta forma, procura-se explicar o significado de um ele-
desencadeadores e o comportamento decorrente. Também é' possível, mento isolando os fatores pstcológicos especificos que produzem o
se se for instado a tal, procurar localizar o elemento de significado significado. Verifica-se essa postura crítica nocostume psicologico
encaixando-_o entre os fatores desencadeadores ou considerando-o clássico e algo antigo em-que se analisa o significado de um objeto
um elo neutro interposto entre os fatores desencadeadores e o com-
f
identificando as sensações envolvidas na percepçao deste ou no ha-
portamento que supostamente causam. Na primeira dessas possi- bito contemporâneo de associar o significado de um elemento --
bilidades, o significado desaparece ao se mesclar com os fatores prostituição, por exemplo --_à atitude do individuo que_o observa.
desencadeadores ou causadores; na segunda, torna-se um mero elo Esta reclusão do significado em fatores psicológicos confina os pro-
de transmissão, passível de ser ignorado em favor dos fatores desen- cessos de formação de significado aos processos empenhados em
cadeadores. ` suscitar e reunir os fatores psicológicos espec_:1f1cps_ produtores de
A posição do interacionismo simbólico ao contrário é a de I 3
significado. Tais processos são denatureza psicológica e abrangem
que os significados proporcionados pelos elementos ao homem são a percepção, a cognição, a repressão, a transferência de sentimentos
intrinsecamente fundamentais. Segundo essa perspectiva, ignorar o __._~. . .-
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e a associação de idéias. .
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significado dos elementos com que os seres humanos se relacionam O lnteracionismo simbólico considera que o significado possui
é falsificar o comportamento que se analisa. Co_n_t_01ín_ar_o significado uma origem diferente das defendidas pelas duas correntes mais em
em favor de fatores supostamente causadoresdo comportamento .voga analisadas acima. Não julga que o signifitzado emana da estru-
constitui uma grave desconsideração para com o papel dosignifica- i tura intrínseca do elemento' detentor de significado, nem pressupoe
dona fofmação do comportamento. _ que o significado origina-se atravésde uma coalescência de fatores
A simples premissa de que o homem se relaciona com o mundo psicológicos no indivíduo. Antes, considera que O SÍBHÍÍÍCHÚO É PTO'
de acordo com o significado deste é por si simples demais para duzido a partir do processo de interação humana. Para um 1nd1v1-'
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'caracterizar o interacionismo simbólico -- existem diversas outras 1


I duo, o significado de um elemento nasce da maneira como outras
atitudes críticas que também a utilizam. A principal diferença entre pessoas agem em relação a si no tocante ao elemento. Todas as suas
estas. e o interacionismo simbólico é determinada pela segunda pre- ações preocupam-se em defini-lo para o indivíduo. Desta forma,_0
missa, referente à fonte de significado. Há duas maneiras tradi- interacionismo simbólico considera os significados produtos sociais,
cionais e conhecidas de explicar a origem do šignificado. Uma delas criações elaboradas .em e através das atividades humanas determi-
consiste' em considera-lo intrínseco ao elemento que-o H-contém e nantes em seu processo interativo. Este ponto de vista empresta ao
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teração simbólica vê'-íse obrigada a desenvolver uma sistematização


interacionismo simbólico uma posiçü bastante característica com
analítica da sociedade e do comportamento humano bastante carac-
profundas implicações, a serem analisadas adiante. `
terística. E essa sistematização que nos propomos delinear a partir
A terceira premissa, já especificada anteriormente, distingue,
deste momento. _
de forma ainda mais incisiva, o interacionismo simbólico. Ao passo
-que o significado dos elementos é constituído no contexto de intera- O interacionismo simbólico fundamenta-se em uma série de
ção social e é originado pelo indivíduo a partir dessa mesma inte- conceitos básicos, ou “imagens-raiz", como preferimos denomíná-los.
ração, representa um erro pensar que o uso do significado por uma Tais imagens-raiz referem-se à e descrevem a natureza dos seguintes
pessoa nada mais é que uma aplicação do significado de tal sorte F problemas: grupos ou sociedades humanas, interação social, o ho-
originado. Esse equívoco prejudicada sobremaneira o trabalho de mem como agente, atividade humana e conjugação das linhas de
muitos estudiosos, embora sejam adeptos da corrente do interacio- ção. Tomadas em conjunto, tais imagens-raiz representam a ma-
nismo simbólico. Tais pesquisadores não se dão conta de que o uso de neira pela qual o interacionismo simbólico considera a sociedade e
significados por alguém em plena ação envolve um processo inter- o comportamento humano, constituindo' nossa estrutura de estudo
pretativo. Nesse aspecto, assemelham-se aos seguidores das duas cor- e análise. Passemos então à descrição' sucinta de cada uma dessas
rentes dominantes analisadas acima -- os que encerram o signifi- imagens»-raiz. _. .
cado na estrutura objetiva do elemento que 0 contém e os quecon- ¡
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sideram-no expressão de elementos psicológicos. Todos os três pe- t

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cam ao julgar o uso de significado pelo homem em suas atividades l
NATUREZA DA SOCIEDADE HUMANA .
__/1 nada mais que suscitação e aplicação de significados já existentes. OU COEXISTÊNCIA GRUPAL HUMANA
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Como tal, nenhum dos três assimila o fato de a utilização de signi- Os grupos humanos são constituídos por seres humanos em
J-
ficadosnpelo agente ocorrer através de um processo de interpretação. ação. O agir compreende a infinidade de atividades que os indivi- 1
Este possui duas fases distintas. Na primeira, o agente determina duos desempenham no decurso de toda a sua existência ao entrarem
i a si mesmo os elementos com que se relaciona-; necessita especi-
'i em contato uns com os outros e ao lidarem com as sucessivas situa-
1
ficar para si próprio os elementos possuidores de significado. A ções que enfrentam. Os indivíduos podem agir isolada ou coletiva-_ 1
l
execução de tais designações constitui um processo social interiori- mente, além de poderem tomar atitudes em nome -- ou como re-
zado, no qual o agente interage consigo mesmo. Esta operação equi- ._- ._. «_-.¬_--v_

presentantes -- de alguma organização ou grupo de outras pessoas.


vale a algo bem diferente de uma combinação de fatores psicológi- As atividades pertencem aos indivíduos agentes e são por estes
cos; trata-se de uma situação em que o indivíduo empenha-se em um realizadas sempre no tocante às situações em que devem agir. A
processo comunicativo consigo» próprio. Na segunda, ,em j virtude importância dessa definição simples e intrinsecamente redundante
desse processo de autocomunicação, interpretar torna-se uma ques- consiste, fundamentalmente, no fato de os grupos ou sociedades
tão de manobra de significados. O agente seleciona, modera, susta, humanas existirem em ação e deverem ser considerados relativa-
reagrupa e transforma os significados sob o ponto de vista da si- mente à ação. Esta imagem da sociedade humana deve representar
T
tuação em que se encontra e da direção de seus atos. Por conse- l
l o ponto de partida (assim como o ponto de chegada). de qualquer
guinte, a interpretação não deveria ser considerada como uma mera sistematização que se propõe considerar e analisar a sociedade hu-
aplicação automática de significados existentes, mas sim como`um mana empiricamente. As sistematizações conceituais que retratam
processo formativo em que os significados são utilizados e traba- I.
; esta sociedade de alguma outra maneira serão apenas derivações da
lhados para orientar e formar as ações. Deve-se levar sempre em complexa e contínua atividade que constitui a vida em grupo. Isto
consideração que os significados desempenham seu papel na ação se verifica nas duas concepções mais importantes da sociedade na
por intermédio de um processo de auto-interação. s sociologia contemporânea - a de cultura e a de estrutura social.
Não fé objetivo do presente ensaio discutir os méritos das três Como concepção, a cultura, seja definida como costume, tradição,
perspectivas que encerram o significado no elemento, na psique e norma, valor, regras ou conceitos afins, equivale nitidamente a uma
na ação social, respectivamente, nem elaborar a premissa de que derivação dos atos humanos. Da mesma forma, a estrutura social,
os significados são flexivelmente manobrados pelo agente no decur- sob qualquer um de seus aspectos, representada por fatorescomo
so da'formação de seus atos. Antes, nossa meta consiste apenas em
posição social, status, papel, autoridade e prestígio refere-se às rela-
demonstrar que, estando fundamentada nessas três premissas, a in- T
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pessoas). A interaçãoçsocial equivale a um processo interativo entre


ções derivadas da maneira pela qual os homens agem uns em re-
agentes, e nãoentre fatores a eles atribuídos.
lação aos outros. A vida de qualquer sociedade humana consiste,
A interação simbólica não apenas recebe de braços abertos o
necessariamente, em um processo continuo de ajuste das atividades
processo interativo social como também o considera de vital .impor-
de seus membros. E este complexo de atividades ininterruptas que
tância per se. Seu valor reside no fato de constituir um processo
determina e representa uma estrutura ou organização. O fato de
que forma o comportamento, ao invés de equivaler simplesmente a
qualquer sistematização da sociedade humana confeccionada. empi-
um meio ou contexto para a expressão ou liberação da conduta
ricamente, embora derivada, dever levar em consideração que a
humana. Em outras palavras, os homens, ao interagirem uns com os `:.

sociedade humanaá constituída, basicamente, 'de pessoas empenha- Í


outros, devem considerar o que cada um faz ou está para fazer; são
das em agir representa um princípio fundamental do interacionismo
obrigados a dirigir seu próprio comportamento ou manipular assi-
simbólico. Para se tornar empiricamente válida, a sistematização
tuações em função de tais observações. Assim, as atividades de
deve estar de acordo com a natureza da ação social do homem. i

outrem constituem fatores positivos na formação de sua própria


conduta; face às ações de outras pessoas, pode-se abandonar inten-
ções ou objetivos, ou então examiná-los, moderá-los ou sustá-los,
A NATUREZA DA INTERAÇÃO SOCIAL
l intensifica-los ou substitui-los. Às ações de outrem cabe determinar
4-1

A vida em grupo pressupoe, necessariamente, uma interação .I o que se planeja fazer, além de poder se opor ou impedir tais pro- li

entre seus membros; ou, em outras palavras, uma sociedade é cons-


jetos, requerer sua revisão ou exigir outra série diferente de proje-
tituída deindivíduos que interagem uns com os outros. Suas ativi-
_tos. De uma forma ou de outra, deve-se adaptar a própria linha de
dades ocorrem predominantemente umas em reação às outras, ou
atividade aos atos do outro. Estes não devem ser esquecidos e con-
umas em relação às outras. Muito embora este fato seja reconhecido
siderados como mera arena para a expressão do que se está disposto
quase universalrnente nas definições de sociedade humana, a inte- . ._-._

ou propenso a realizar. _ Í
ração social é normalmente aceita como ponto pacífico e encarada
Devemos a George Herbert Mead a mais penetrante análise da l

como se não possuisse qualquer importância em sí. sistemati-


interação . social -- análise esta que enquadra o assunto com a ati-
zações sociológicas__e_psicológicas, essa atitude é patente -- conside-
tude realista acima especificada. Mead identifica duas formas ou l
rãkm a interação social _si_rnples_meríe as
determinantes do comportamentopassam “przoduziro__coinp*ortã- il níveis de interação social na sociedade humana. Refere-se aos mes-
mos como “a conversação dos gestos” e “o uso de simbolos signifi-
/tn e nto _ Destã maneira, a sistematização sociológica típica atribui o
cantes”, que neste ensaio serão denominados “interação não-simbó-
comportamento 'a fatores como posição social, prescrições culturais, - A-f~

lica” e “interação simbólica”, respectivamente. A interação simbólica


normas, valores, sanções, necessidades de papel e exigências do sis-
ocorre quando se reage diretamente à ação de outra pessoa sem
tema social; as explicações relativas a tais fatores bastam-se a si
interpretá-la; a interação simbólica refere-se à interpretação do ato.`
mesmas, sem levar em conta a interação social que seu desempenho
A interação não-simbólica pode_ ser observada mais facilmente em
necessariamente pressupõe._ De modo análogo, na sistematização
reações sob a forma de reflexos, como no caso de um boxeador que
psicológica típica, fatores como motivo, atitudes, complexos ocultos,
ft levanta automaticamente o braço para se esquivar de um golpe. 4- Í-nz

elementos de organização psicológica e processos psicológicos são l

l Todavia, se o boxeador identificasse refletidamente o golpe prestes


utilizados para descrever o comportamento sem a mínima necessi- l

a ser desferido por seu oponente como uma finta visando a confun-
.-

dade de se importar com a interaçao social. Dos fatores causativos


É di-lo, estaria empenhado em uma interação simbólica. Neste caso,
passa-se para o comportamento que supostamente propiciam, com a
esforçar-se-ia no sentido de certificar-se do significado do golpe,
binteração social tornando-se mero forum que as determinantes so"-
isto é, o que quer dizer, de acordo com os desígnios de seu opo-
ciológicas atravessam rumo a produçao de manifestações específicas
nente. Em seu processo associativo, os seres humanos dedicam-se I
¡

de comportamento. Acrescente-se que o desprezo pela interação i


i
.|
plenamente à interação não-simbólica, à medida que reagem ime- 1

social não é reparado pela especificação de interações de elementos z

diata e irrefletidamente aos .movimentos corporais, expressões e tons


sociais (como a descoberta sociológica de uma interação de papéis I

de voz uns dos outros, embora seu modo de interação tipico esteja 1

sociais ou da interação entre os componentes de um sistema social)


no nível simbólico, à medida que procuram compreender mutua-
ou de elementos psicológicos (como a observação das ciências psi-
mente o significado de suas ações. .
cológicas sobre a interação entre atitudes tomadas por diferentes
125
124

_-_.-_»_._-ú .-_-. _
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l
A análise feita por Mead da interação simbólica é de extrema
importância, considerando-a um processo de apresentação de gestos I com os outros, desta maneira empenhados na interação social. Esse
e de reação ao significado dos mesmos. O gesto consiste em qual- processo interanvo da sociedade humana encontra-se característica
quer parte ou aspecto de uma ação contínua que traz consigo o ato e predominantemente no nível simbólico; à medida que os homens
global de que faz parte. Por exemplo, um brandir de punhos repre- que agem individual ou coletivamente, ou ainda como agentes-de
senta indício de umpossível ataque, declaração de guerra por algum alguma organização, entram em contato uns com os outros, são
país ou- marca da posição e linha de ação desta nação. Elementos l
obrigados a pesar mutuamente suas ações ao formarem as suas pró-
como solicitações, pedidos, ordens, pistas e declarações equivalem ti prias. Procedem, desta maneira, através de um processo bilateral em
a gestos que transmitem aos que os reconhecem uma idéia da inten-
ção e desígnio do ato a ser realizado pelo indivíduo que os expõe. .P que indicam a outrem como agir e em que interpretam as indica-
ções por estes realizadas. A coexistência grupal humana representa
A pessoa que reage organiza sua resposta conforme o significado que um complexo processo de definição recíproca sobre como proceder
os gestos lhe transmitem; o expositor dos gestos apresenta-os como e de interpertação das mesmas; através desse sistema os seres huma-
indicações ou signos daquilo que tenciona fazer, assim como do que nos vêm a adaptar suas atividades uns aos outros e a formar sua
I
desejaque o reagente faça ou compreenda. Assim, o gesto possui própria conduta pessoal; Tanto a atividade conjunta como o com- J

significado tanto para quem o faz como para quem é endereçado. portamento individual compõem-se em e através de esse processo
Quando possui o mesmo significado para ambos, as duas partes en-
tendem-se mutuamente. Com base nesses dados, pode-se verificar
que o significado do gesto percorre três caminhos (a natureza triá-

t contínuo; não equivalem a meras expressões ou produtos dos ele-
mentos levados à interação ou das condições anteriores ao processo.
A não-consideração desse ponto vital constitui a deficiência funda-
*_
dica do significado de Mead): significa o que a pessoa para quem é mental das sistematizações que procuram explicar a sociedade hu-
destinado deve fazer o que a pessoa que o, apresenta tenciona reali- mana em conformidade com a organização social ou com fatores
zar, é a ação conjunta originada da articulação dos atos de ambos. .-.-vwf psicológicos, ou alguma mescla de ambos. Face à interação simbó-
Desta forma, à guisa de exemplo, a ordem de um ladrão 'à sua víti- . - ». lica, a coexistência grupal humana representa necessariamente um
ma para erguer as mãos constitui (a) indicação doque a vítima processo formativo e não mero campo para a expressão de fatores
tem de fazer, (b) indicação do que o ladrão planeja executar, isto
é, tirar o dinheiro da vítima e (c) .indicação do ato conjunto em
2
1
preexístentes. t

formação, no presente caso um assalto. Se porventura houver con-


fusão ou mal-entendidos no decurso de qualquer uma destas três A NATUREZA DOS OBJETOS -
linhas de significado, a comunicação não se efetiva, impede-se a O interacionismo simbólico defende a hipótese de que os “uni-
interação e bloqueia-se a feitura do ato conjunto. _ '
Para encerrarmos nossas considerações sobre a análise da inte- l
i,_
versos” acessíveis aos seres humanos e seus grupos compõem-se de
“objetos”, 'e que estes são o produto da interação simbólica. Enten-
ração simbólica segundo Mead, discutamos mais um aspecto de sua de-se por objeto tudo que for passível de ser indicado, evidenciado
teoria, a saber, que as partes envolvidas na ,interação devem, obri- ou referido -- uma nuvem, um livro, uma legislatura, um banquei-
_._»-v. n.f

gatoriamente, estar uma no papel da outra. Para indicar o que a I ro, uma doutrina religiosa, um fantasma, etc. Para nossa maior
outra pessoa fará, deve-se elaborar tal indício a partir do ponto de O

conveniência, podemos classificar os objetos em três categorias: (a)


vista da mesma; para ordenar que a vítima erga suas mãos o ladrão objetos físicos, como cadeiras, árvores ou bicicletas; (b) objetos so-
necessita considerar essa reação sob a perspectiva da vítima. De 2
¡
ciais, como estudantes, padres, o presidente, a mãe ou um amigo
i
modoanálogo, a vítima deve considerar a ordem sob o ponto de 1 e (c) objetos abstratos, como princípios morais, doutrinas filosóficas
vista do ladrão que a emite, tendo de compreeder a intenção e o ato \ ou conceitos, tais como justiça, exploração -ou compaixão. Repeti-
a ser cometido por parte do ladrão. Tal apreensão de papéis cons-
i
mos mais uma vez: o objeto é qualquer coisa passível de ser indicada
titui o sine qua non da comunicação e da interação simbólica eficaz. S

l
ou referida. A natureza de todo e qualquer objeto compreende o_
A posição e a importância central da interação simbólica na significado que possui para a pessoa para quem constitui objeto. Tal
vida e no comportamento grupal humano é patente. Uma sociedade significado determina a maneira pela qual vê o objeto, pela qual se
ou grupo consiste de pessoas relacionando-se entre si. Tal relação encontra prepaiado para agir em relação ao mesmo e pela qual
existe necessariamente sob a forma de indivíduos agindo uns para apronta-se para comentá-lo. O objeto pode possuir diferentes signi-
ficados para diferentes pessoas: uma árvore, por exemplo, constituirá
126 l
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-: 0°-m-I_'.-»f›". diferente objeto para um botânico para um madeireiro " de todas as categorias* serem passíveis de sofrer mudanças quanto ao
.
poeta ou para um jardineiro;. . i i
o presidente dos Estados Unidäsara¡- um significado. Um astrofísico moderno vê uma estrela no céu de ma»
senfíffá 0bleÍ0 dÍ5ÍÍflÍ0 Para um leal correligionário de seu paíiildeo neira bem distinta de como o fazia um pastor dos tempos bíblicos;
politico e para um membro da oposição; os elementos de um r para os últimos romanos, o casamento constituía um objeto diferente
etnico poderão ser considerados como um tipo diferente d gbiipo
_ o O et do considerado pelos primitivos habitantes de Roma; o presidente
5 para os membros de outros grupos. O significado dos ob-aos J o
que fracassa em épocas conturbadas de seu país pode se tornar um
âa;_;l_a_i_;m é, basicamente, gerado a partir -tda maneira pela igual lãéré objeto totalmente diferente para os cidadãos que governa. Em suma,
e_ ini o_ P_or outras
_ P ess 025 Com quem interage.
' Dessa forma, atriz- do ponto de vista do interacionismo simbólico, a coexistência grupal
veâ de indicaçoes de outrem, aprendemos que uma cadeira é uma
i

humana traduz-se em um processo no qual os objetos são criados,


-ca eira ue os médicos s" ' ~ s - -
I
confirmados, transformados e desprezados. A vida e os .atos do
liberal lqãe a Constitui ão aizloj “En dcitermmíado “po de profissional
, I o I .
homem são necessariamente alterados conforme as mudanças ocor-
de documento etc Osçob. tos Sta os Umdoi 8 um “P0 e5P°°1f“-7°
ridas em seu universo 'de objetos.
indicações recí, roc. s 5- Je os Surgem a part" de um PTOCÊSSO de
P É ' ° 1°t°5 estes que P055'-lfim o mesmo significado
para um dado conjunto de pessoas e por elas são considerados da
IIIÊSITI3 II13.IlClI`3.
0 SER HUMANO COMO UM ORGANISMO AGENTE l
P _ i Podemos
._ _ tirar vária s conclusoes " -
dos pontos analisados acima. O interacionismo simbólico admite que o homem deve possuir
rimeiramente, oferecem-nosum novo quadro do ambie t '
s _ _ « n e ou -meio uma estrutura que se adapte à natureza da interação social. O ser
em que os seres humanos convivem. Deste ponto de vista o am
.humano é um organismo que não apenas reage a outrem no nível
biente
conhececonstitui-s `
A __a____:Z:P;_:_:Ê:__e_ °
0l2Je_;o_S . *
que 3 homem identifica e` não-simbólico como também lhes fornece indícios e interpreta suas
_ - eio e e ermina a elo si n`f' indicações. Isto acontece, como Mead procurou enfatizar comtanta
Os objetos que °_ compõem Pf°Porcionam aos 'iliidivídg uos.1 Klâdo
stcs que
o veemência, somente devido ao fato de o homem possuir um “eu”.
os grupos de que fazem parte podem, ainda que ocu ando h by
Não se pretende nada de esotérico com tal afirmação. Esta procura
“K täido o mesi_i_io espaço geográfico, estar em ambienlfes beiiiudisaiiii: ;;:A441
estabelecer que ohomem pode ser o objeto de sua própria ação.
' os seres umanos or assi ' _. . _
__ ' d _ = P _ t m dllefi podem coexistir lado a lado Assim, pode identificar-se, por exemplo, como um indivíduo do sexo
= CUUÍU 0, habitarern diferentes universos Sem dúvida P masculino, jovem, estudante, endividado, tentando tornar-se médico,
designar o contexto as ' ^ ' ' ' ara se
_______._ se de __ › afllaffeflfilflí e a textura dos elementos com proveniente de uma familia obscura e assim por diante. Em todos
_ __ P T3, 0 termo universo e mais adequado do que “am- esses aspectos ele é um objeto para si mesmo, agindo para consigo
biente . O homem necessita relacionar-se com o universo de seus
'próprio e orientando-se em suas ações para corn outras pessoas de
objetos e desenvolver suas ações visando aos mesmos Conseqüenie
acordo com o tipo de objeto que constitui para si mesmo. Este con-
mente
________ S›e__a _____v____s0
fim de 'sedecom reende
__bp_____S v
or osatos humanos, efu preciso- identi-
- --
ceito do indivíduo como objeto não foge à nossa análise anterior.
__ _ _ i _ 1 _› que Constitui importante aspecto do Assim como-outros objetos, o eu-objeto origina-se do processo de
p ocesso, a ser analisado adiante.
interação social em que outras pessoas definem um indivíduo para
Em_ Segundo lugari 05 0bleÍ05 (quanto a seu significado) devem ele mesmo. Ao tratar da apreensão de papéis, Mead estabeleceu a
ser considerados como criações sociais como elem i f
_ _ -- en o dinâmica desse' processo. Segundo ele, uma pessoa, a fim de se
e originados do processo de definição e interpreta ão ` S âldmados
tornar um objeto para si mesmo, necessita visualizar-se à distância.
este ocorre na interação humana O significadoçdé a mic 1 3 que Para tanto, basta colocar-se no lugar dos outros e considerar-se do
mento deve ser formado, assiinilado e transmitido tquafluãr ele'
é . ._ ,. o qual, necessariamente é também aravess `eum ponto de vista dessa posição. Os papéis assumidos variam desde os
processo de indiciaçao, 1 A
relativos a indivíduos discretos (“fase de desempenho”), a grupos
cmxístêncía SYUPHÍ hllmfma ao nível da interalção s'1 ból` Ucla. - organizados discretos (“fase de jogo”) até os referentes a comuni-
senta um complexo sistema no qual o indivíduo forg ma ífšpre dades abstratas.(o “outro generalizado”). Ao assumir tais papéis,
transforma os ob'etos de se ' * ° a' man em C
si __.f. d 1. __ U umv°r5°› a medldfl que lhes concede o indivíduo encontra-se preparado para se dirigir ou se aproximar de
g 1 ma 0° O5- Oblems
.. não Poâsuem qualquer' status fixo
t mantêm-se por meio de indicações a não 5 er si mesrnop-~ como, por exemplo, a menina que ao “brincar de
quando seus significados e def'
mamãe” fala sozinha da maneira como sua mãe o faria, ou o jovem
niçoes feitas pelo homem. É bastante evidente o fato de os objetiis
sacerdote que se enxerga através dos olhos do clero. Formamos os
128 129
-

'›
9
Q

objetos de nós mesmos por intermédio da forma como os outros nos


vêem ou nos definem, ou, mais precisamente, como nos vemos por orgânicos, distribuição de necessidades, motivos conscientes e in-
meio da apreensão de um dos três tipos de papéis de outrem men- conscientes, emoções, atitudes, idéias, prescrições culturais, normas,
cionados acima, O fato de que este faz de si mesmo um objeto valores, exigências de status, papéis sociais, associações grupais de
através do processo pelo qual os outros o definem a si próprio tem referência e pressões institucionais. As escolas de pensamento tam-
sido estudado com bastante competência' pelos trabalhos científicos bém divergem quanto ao prisma sob o qual consideram a organiza-
contemporâneos; portanto, apesar de sua grande importância, não ção humana, seja como uma espécie de organização biológica, psico-
¡.
teceremos maiores comentários a respeito. lógica ou social adquirida, incorporada à estrutura social do grupo
' Há outro importante aspecto do processo sendo analisado e que a que se pertence. No entanto, tais correntes teóricas não criam
decorre do fato de o ser humano possuir um eu, ou seja, que essa polêmicas quanto ao fato de o homem constituir um organismo
circunstância o capacita a interagir consigo próprio. Essa interação respondente, cujo comportamento representa um produto dos fato-
nao se apresenta sob a forma do processo interativo entre duas ou res envolvidos em sua organização ou uma expressão dos efeitos
mais partes de um sistema psicológico, como entre necessidades, reciprocos verificados entre as 'partes desta. De acordo com esta i

entre emoções, entre idéias ou entre o id o ego na sistematização perspectiva, universalmente aceita, o ser humano é “social” apenas Í
Y
1'
v.
teórica freudiana. Antes, esta interação é social -- uma forma de no tocante ao fato de ser um membro de categorias sociais, de
i
comunicação, com o indivíduo dirigindo-se a si mesmo como a um reagir a outras pessoas (estímulos sociais) ou de encontrar-se incor-
indivíduo e a isto reagindo. Podemos identificar nitididamente tal porado à organização de seu grupo.
operação em nossas vidas quando de, por exemplo, situações em que ` A visão do_homem defendida pelo interacionismo simbólico é
lí'
”-8_\-gbfibuh-. i

percebemos estar zangados conosco mesmos, em que necessitamos intrinsecamente diversa. O homem é considerado social em um sen-
i

l
nos apressar em nossas tarefas, em que lembramos a nós próprios a tido mais profundo -- como um organismo que se empenha na inte-
necessidade de se fazer isto ou aquilo, ou em que estamos falando ração social consigo mesmo por meio da autoconfecção de indícios
sozinhos, ao arquitetar algum plano de' ação. Como tais *casos indi- e da resposta aos mesmos. Devido a este empenho na auto-interação,
cam, a auto-interação existe, basicamente, como um processo de
E feitura de auto-indicações. Tal operação desenvolve-se continuamen-
o homem relaç_i,ona¡¡se com seu ambiente de maneira acentuadamente
diversa da pressuposfa' pela difundida perspectiva convencional des-
É te durante toda a nossa existência, sempre que observamos e pegamos crita acima. Ao invés de equivaler simplesmente a um organismo
Í uma ou outra questão, ou sempre que tomamos consciência deste que responde à ação dos fatores sobre ou através do mesmo, o
ou daquele fato. Não resta dúvida que, para o -ser humano, a cons- homens passa a ser visto como um organismo que necessita lidar com
I ciência ou a atenção relativa a qualquer elemento equivale a indicar aquilo que observa. Entra em contato com o que verifica, empe-
esse mesmo elemento para si próprio; o individuo identifica-o como nhando-se em um processo de auto-indicação no qual compõe um
ti um tipo especifico de objeto e considera sua relevância ou impor- objeto a partir do que observa, atribuindo-lhe um significado e uti-
tância para sua linha de ação. A existência de cada um consiste de lizando-o como o fundamento que norteará suas ações. Seu com-
uma série de tais indícios feitos pela pessoa para si própria, dos portamento, no referente ao que observa, não é uma resposta susci-
quais se utiliza para determinar seu comportamento. tada pela apresentação do elemento observado, mas, antes, uma ação
Já póssuímos, portanto, um quadro geral do ser humano como originada da interpretação realizada através do processo de auto-
um organismo que interage consigo mesmo por intermédio de um indicação. Nesse sentido, o indivíduo empenhado na auto-interação
processo social de feitura de auto-indicações. Esta constitui uma não constitui mero organismo respondente, mas sim um organismo
perspectiva do homem radicalmente diferente da defendida pelas agente, que necessita elaborar uma linha de ação de acordo comos
ciências sociais e psicológicas contemporâneas. A teoria mais em elementos que verifica, ao invés de simplesmente emitir uma resposta
voga considera o ser humano um organismo complexo, cujo com- à ação de algum fator sobre sua organização. ç
portamento representa uma resposta a fatores envolvidos na orga-
nização do organismo. As escolas de pensamento das ciências sociais

e da psicologia diferem bastante quanto aos fatores que consideram A NATUREZA na AÇÃO HUMANA
significativos; isto pode ser verificado pela diversíficada gama de A capacidade do homem de proceder a indicações a si mesmo
fatores estudados, entre os quais encontram-se estímulos, impulsos
l empresta um caráter distintivo à ação humana. Isto significa que o
homem defronta-se com um mundo que deve interpretar a fim de
130 P
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131

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poder agir, ao invés de estar em contato com um ambiente ao qual expectativas sociais ou regras sociais) que se acredita desencadeareni Q _

reage-devido à sua organização. Deve enfrentar as situações em que l' lir a suaumconclusão;
ãoaâqešnäläpfonstitui tal fator,
aspecto para o qualou algumahumano
o agente representação
atenta 1

é chamado a agir, especificando o significado das ações de outrem , _ - -4


-i
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.e planejar sua própria linha de ação à luz de tal interpretação.


Deve, igualmente, elaborar e orientar seus atos, ao invés de simples- a°ei_t_plä::e
i1flb°f“ W' °Í°“`°¿ .ÍlzÃÍ*§š..°ÊÊ.ÍÍÊ2'§.2ʧ .Í`§”ÉÉÊÍ..3É
csq_meo___ÊÍ_se____‹;ucglsnšiítíãento. Deve-se penetrar no processo
..._. .-_. -_.-s-_

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mente produzi-los em resposta aos fatores que os influenciam ou e
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que através deles produzem seus efeitos. É necessário arquitetar sua 'E

linha de ação, não importa quão infeliz seja ao elaborá-la. I.

Este posicionamento, segundo o qual o homem dirige seus Tal*persyectwëuiñacgfizlhígápeâ qlue estão envolvidos vários 1
E

atos elaborando auto-indicações, diverge acentuadamente da pers- iiídtifiiíliiâs aëascfacgólíistitui o principal foco de atençã0 da PSÍ°°Í°_8ÍÊ› I

pectiva da ação humana dominante nas ciências e na psicologia con- como se verifica, por exemplo, no co_mportamenr_o grupal_,___i__p:_t_i_t_ii_i0 -vqif

temporâneas. Tal ponto de vista, como já tivemos oportunidade de ções, organizações e classes sociais. Tais aspect‹?S 0 ¢0mP ocumm i
mencionar, atribui a ação humana a um fator causativo ou, ainda, a social, quaisquer que sejam, envolvem .individuos gueufão uam- ~i
uma combinação de tais fatores. A ação remonta a aspectos como adaptar suas linhas de aÇã0 “Was as Outras' É tamota eq Seuqlado .‹_
1

motivos, atitudes, distribuição de necessidades, complexos incons- to possivel considerar e analisar tal_comp01'lflmBfl 0 PQI' 0n__m_a F
cientes, .configurações de estímulos e exigências de status, de papel Coletivo, ao invés de sob o prisma individual. Essad açao croàesso
i

e situacionais. Considera-se que associar a ação a um ou mais de não perde a caracteristica_de ser elaborada atravesdedlmt Exortada
tais agentes causadores basta para explicar o processo de auto-inte- interpretativo quando de_sit_i.:É<;‹__:_'¿_¢_=_»___Ê:1___<_I1_;1_<_-: Ênpo_l_‹;_t_i_\_ric:_:PÉnha_ uma
ração através do qual o individuo manipula seu universo e elabora a agir. Esta, seja um ¢X°1'°1_ __ .
i seus atos. Fecha-se então a porta para o fundamental processo de empresa procurando expandir suas operaçoes ou Hum pais tãpttínõdg fi

interpretação no qual o indivíduo observa e avalia o que lhe é apre- Il


controlar um saldo desfavoraveli °_m1`° 1fl1P0fÍ_aÇ°¢5 e efp ___ Ç
sentado e por intermédio do que elabora linhas de comportamento ` laborar seus atos por meio de uma interP1`eÍêÇaf3 0 que I

nítidas anteriormente ã sua execução. 'netãesäztârfendo


es a em sua área de operação. Esse, . processo
. . - interativo-
Basicamente, os atos por parte de um ser humano consistem verifica-se pelas indicações recíprocas -~ e nao individuais -_: êëig 1

na atenção despedida aos vários elementos que observa e na con- zadas pelos participantes. A açao e_ole_tiva ou conjunta surg í

fecção de uma linha de conduta fundamentada na maneira pela resultado de tal processo de interaçao interpretatlvfl.
qual os interpreta. Tais elementos abrangem' aspectos como desejos í

e necessidades, seus objetivos, os meios disponíveis para a consecu- É

ção destes, os atos e os atos antecipados de outrem, a imagem que * DE A ÕES A ~ ,4. ¬»

faz de si mesmo e o provável resultado de uma determinada linha 1 ENCÊ?1?:1j`áEt1i`;'§itos iopogunidade de constatar anteriormente, a
V'

de ação. Seu comportamento é formado e orientado através do refe- . .. . ada ta ão recíproca das
coexistencia grupal humana compreende a_ pj Ç _ve_ devido ___
rido processo de indicação e interpretação. Nesse processo, certas
linhas de ação podem ser iniciadas ou encerradas, abandonadas ou l -
esse processo. Tal articulação " de in as e _ _ _ _ d
adiadas, confinadas à mera intenção ou a realidades íntimas de com o re resenta uma “ação conjunta” -- uma organização . . socia - e
fantasia; ou, se porventura forem iniciadas, podem se transformar. comportlámento de diferentes atos de diferenteS Pamclpflmes- A açao tl ›

Nossa finalidade não é analisar o processo, mas sim chamar a aten- . - ` " de diversos atos consti-
i
ção para sua presença e efeito sobre a formação dos atos humanos. l _tuintes que participam de sua formu aÇfl0¿ difere
comuma' na medlda em que se almgoe _ _de _ cada_ um , destes
Devemos igualmente reconhecer que a atividade dos seres humanos e de sua mera agregação - Possui um carater distintivo - intrinseco,
' o
consiste em enfrentar todo um fluxo de situações nas quais têm
1 1 ide em uma articulação ou encadeamento quê 1ndePend° dos

i
de agir e que suas ações são construídas de acordo com os elementos qua res ' -' l dos ou encadeados. Assim, p0d€-S0
observados, a forma como são observados e os tipos de linhas de elementos posslvelmeme amcu a' ` ' io da mesma forma ja

identificar a ação conjunta 3 Pamf ficsse pnnclp ' _ _ ¡'Í


.__

ação planejados que elaboram. Esse processo não pode ser assimi- como é possível descrevê-la ou aiialisá-la sem a necessidade de aSSO
'1
É
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lado conferindo-se ação a alguma espécie de fatores (como, por


o _

C iá - la aos atos isolados que H COHIPÕBW- É desta _ manfilffl que Pro' _ 3


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exemplo, motivos. distribuições de necessidades, exigências de papel, cedemog ao referir-nos - a elementos como casamentos › transaçoes . ._

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-n gw.auvi cvrf-\‹.~n›-z . comerciais, guerras, discussões parlamentares ou missas. Podemos, constantemente nová's situações problemáticas dentro do âmbito da
i
igualmente, nos referir à coletividade. empenhada na ação conjunta vida grupal, para as quais as regras existentes são inadequadas. De
sem termos de identificar seus membros isolados, como em relação nossa parte, jamais tivemos notícia de qualquer sociedade isenta de
à família, à empresa, à igreja, à universidade ou ao país. É evidente problemas, ou cujos membros não tivessem que discutir para ela-
que a esfera de ação do cientista social compreende justamente o
I
borar formas de ação. Tais tipos de comportamentos não prescritos
estudo da ação conjunta e das coletividades nela empenhadas. são tão naturais, congênitos ie recorrentes na coexistência grupal
No estudo das coletividades e da ação conjunta, pode-se facil-
humana como os regidos por prescrições preestabelecidas e fielmente
mente incorrer. em erro, caso não se tenha em mente que a ação
obedecidas de ação conjunta. Em segundo lugar, todos hão de con-
conjunta da coletividade constitui um* encadeamento dos atos isola-
cordar que mesmo no _caso de ações conjuntas preestabelecidas e
dos dos participantes. Esse engano faz com que se negligencie o fato
repetitivas cada uma de suas manifestações deve ser reelaborada. Os
de uma ação conjunta sempre dever passar por um processo de
participantes também necessitam preparar suas linhas de açaoflc
formação; muito embora possa representar uma forma repetitiva e
adaptá-las umas às outras através do processodual de designaçao
constante de ação social, cada uma de suas manifestações deve ser
e interpretação. No caso da ação conjunta repetitiva, evidcntemfiflífi,
reelaborada. Ademais, esse processo de formação que propicia sua
assim procedem utilizando-se dos mesmos significados recorrentes e
existência ocorre, obrigatoriamente, através do processo dual 'de
constantes. Por conseguinte, somos levados a perceber que o que
designação e interpretação analisado acima. Aos participantes ainda
realmente importa é o livre movimento e destino dos significados, ao
cabe orientar seus respectivos atos através da formação e da utili-
invés da ação conjunta em sua forma preestabelecida. O coàmporta-
zação de significados.
E
mento coletivo repetitivo e estável representa tanto consequencia de
Tomando essas observações como base, desejamos fazer três
um processo interativo como uma nova forina de açao conjunta
«S comentários acerca das implicações do encadeamento constituidor
sendo desenvolvida pela primeira vez. Esta não é uma afirmaçao
da ação conjunta. Em primeiro lugar, analisemos as manifestações
1 infundada ou pedante: os significados subjacentes à ação conjunta
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de comportamento conjunto repetitivas e estáveis. A maior parte da
fixa e recorrente encontram-se tanto sujeitos a pressões quanto a
ação social em uma sociedade humana, principalmente quando esta
l reforços, tanto a insatisfações quanto à indiferença; podem ser
é sedentária, existe sob a forma de padrões recorrentes de ação con-
tanto desafiados quanto aprovados, tanto tratados com desinteresse
junta. Na maioria das situações em que os individuos agem uns em
quanto revitalizados com o sopro de novos alentos. Por tras da
relação aos outros, estes possuem de antemão uma sólida consciência
fachada da ação conjunta objetivamente observada existe todo um
de como agir e de como outros agirão. Possuem conjuntamente
conjunto de significados que a sustém e que os cientistas sociais nao
significados comuns e preestabelecidos do que esperar dos atos dos
I
podem se permitir ignorar. A aceitação gratuita dos conceitos. de
participantes; por conseguinte, cada interagente é capaz de orientar
norma, valor, regra social e outros afins não deveria desviar o cien-
seu próprio comportamento através de tais significados. Os casos de
tista social do fato de qualquer um dos referidos conceitos ser
formas interativas e preestabelecidas de ação conjunta são tão fre-
subentendido por um processo de interação social -- processo este
qüentes e comuns que é fácil compreender a razão de os estudiosos
necessário não apenas para sua mudança» °_°m° Íambfm Para sua
terem-na considerado a essência ou a forma natural da vida humana
retenção em umaforma fixa. Na coexistência grupal, e o processo
em grupo. Tal ponto de vista evidencia-se mais nitidamente nos
social que cria e mantém as regras, e nao as regras que criam e
conceitos de “cultura” e “ordem social”, tão constantes na biblio-
mantêm a coexistência grupal. _ ` _
grafia das ciências sociais. A maior parte das sistematizações socio- Nossa segunda observação sobre o encadeamento relativo a açao
lógicas baseiam-se no pressuposto de que a sociedade humana existe
conjunta refere-se à extensa corrente de atos responsáveis .por grande
sob a forma de uma ordem de vida fixa e redutível a relações com
parte da vida humana em grupo. Estamos bem familiarizados com
séries de regras, normas, valores e sanções que determinam ao homem
essas complexas e intermináveis redes de ação, nas quais se verifica
como proceder em diferentes situações. . '
o encadeamento e a interdependência de diferentes atos de diferen-
A seguir, teceremos algumas considerações referentes a esta tes pessoas, como, por exemplo, na divisão de trabalho: que se pro-
concisa sistematização. Primeiramente, é falso que todo o decurso
longa desde o tratamento da semente pelo lavrador ate, finalmente,
de existência em qualquer sociedade humana nada mais é que uma 3 venda do pão em uma panificadora, ou, ainda, na elaborada su:
expressão de formas preestabelecidas de ação conjunta. Criam-se
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cessão de elos que se desenvolve desde a prisão de um supeito ate
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derar tal encadeamento juntamente com manifestações precedentes


«azr-I\ ‹Wl'^‹»n-~‹- sua soltura da penitenciária. Tais redes e a participação iiniformizada de comportamento conjunto. Percorrem-se caminhos movediços e
de diferentes pessoas em diferentes atos e em, diferentes pontos empiricamente destituidos de validade caso se conclua que qualquer
produzem um quadro de instituições que, muito adequadamente, tem forma específica de ação conjunta pode ser desvinculada de seu
sido um dos principais focos de interesse dos sociólogos. Além disso, encadeamento histórico, como se sua constituição e seu caráter
dão corpo à idéia de que a vida humana em grupo possui o caráter tivessem surgido do nada, através de uma criação espontânea, ao
de um sistema. Observando-se todo esse vasto complexo de ativi- invés de terem nascido dos elementos passados. Face a situações
dades diversificadas, todas unidas em uma operação uniforinizada, radicalmente diferentes e tensas, o homem pede ser levado a desen-
e a organização complementar dos participantes' em relações inter- volver novas formas de ação conjunta acentuadamente diferentes da-
dependentes bem urdidas, é fácil compreender a razão de tantos quelas em que se empenharam anteriormente; contudo, mesmo em
pesquisadores terem considerado tais redes ou instituições como tais casos há sempre alguma ligação ou continuidade com os fatos
entidades que se comportam autonomamente, segundo sua própria passados. Não é possivel compreender a nova forma sem incorporar
dinâmica e dispensando o estudo de seus participantes. A maior parte o conhecimento dessa continuidade ã análise do novo comportamen-
das análises sociológicas de instituições e de organização social são to. A ação conjunta não apenas representa um encadeamento hori-
partidárias dessa perspectiva, o que, segundo nosso parecer, consti- zontal, poriassim dizer, das atividades dos participantes, mas tam-
tui-se em grave erro. Dever-se-ia dar mais atenção aos verdadeiros bém uma concatenação vertical com o comportamento conjunto
fatos de que ã diversificada gama de participantes, que ocupam pon- anterior. A A A ___
tos distintos da rede, que se empenha em seus atos de acordo com
a utilização de conjuntos de significados específicos. Uma rede ou
uma instituição não funciona automaticamente devido a alguma OBSERVAÇÕES FINAIS '
dinâmica interna ou a exigências do sistema, mas sim porque os A partir desse nosso sucinto esboço de suas imagens-raiz, espe-
indivíduos, em diferentes pontos da urdidura, realizam atos, e estes ramos ter feito uma exposição clara da perspectiva geral do intera-
constituem resultado damaneira pela qual definem a situação em cionismo simbólico. Essateoria estabelece que a sociedade humana
que são chainados a agir. Atualmente encontram-se avaliações limi- compõe-se de indivíduos empenhados em viver. Essa existência cons;
tadas do assunto em algumas pesquisas sobre tomadas de decisão, titui uni processo _de_ atividade___conti_nua no_ñqyal_ o_s_rp_ar_tíQiP§l1L¢.S
mas no cômputo geral pouco foi dito a respeito. Deve-se -compreen- desenvolvem linhas de com quez_se_
der que os conjuntos de significados que levam os participantes a deparam. Surpreendem-se em um complexo processo de interação
agir como agem em seus respectivos pontos na rede possuem seu no qual adaptam suas ações em curso umas às outras. '_1;z_iLprocesso
próprio contexto em um processo localizado de interação social, e ifiterativo consiste na_confecç__ã_o _de indíciosdestinadosaooutro,sol3re
que tais significados são formados, sustentados, enfraquecidos, for- co_mo;p_i'oçed_er _g__ na interpretação das_i_ndicaçõe_s__ feitas por gste.
talecidos ou transformados, conforme o caso, através de um processo Vivem em universos de objetos e são orientados em seu caminho e
socialmente definidor. Tanto o funcionamento como a sorte das ação pelo significado desses mesmos objetos. Estes, inclusive os
instituições são determinados por esse processo de interpretação,*à objetos de si mesmos, são formados, sustados, enfraquecidos e trans-
medida que se manifestam nos diferentes conjuntos de participantes. formados no processo interativo mútuo. Evidentemente, esse proces-
Há uma terceira e importante observação a ser feita, ou seja, so global deveria ser analisado do ponto de vista do caráter diferen-
que qualquer manifestação de comportamento conjunto, seja recém- ciado que necessariamente possui, devido ao fato de os homens se
formada ou já há muito existente, surge necessariamente de um reunirem em diferentes grupos, pertencerem a diferentes sociedades
alicerce proporcionado pelas ações anteriores dos participantes. Um e ocuparem diferentes posições. Por conseguinte, aproximam-se uns
novo tipo de ação jamais se origina separadamente de experiências dos outros de formas diferentes, vivem em universos diferentes e
passadas. Os participantes envolvidos na formação do novo com- orientam-se por diferentes conjuntos de significados. Não obstante,
portamento conjunto trazem ao mesmo o universo de objetos, os quer se esteja relacionando com a familia, com uma turma de rua,
conjuntos de significados e as sistematizações de interpretação que com uma empresa industrial ou com um partido político, deve-se
já possuem. Assim, a nova forma de ação conjunta sempre surge de considerar que as atividades da coletividade são formadas através
um contexto de comportamentos coletivos anteriores, e a ele se de um processo de designação e interpretação.
associa. Não pode ser analisada fora desse contexto; deve-se consi- 137
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