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15/12/2017 Aços com efeito TRIP – Engenheiro de Materiais

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21 de outubro de 2015

Aços com efeito TRIP


Hoje falaremos sobre um grupo de aços muito utilizado na indústria automobilística: os
aços com efeito TRIP (plasticidade induzida por transformação de fases). Estes materiais
estão inseridos na família de aços AHSS (aços avançados de alta resistência), os quais
oferecem uma elevada resistência mecânica, necessária para diminuir o peso dos
veículos na indústria automobilística, enquanto mantém elevada a conformabilidade do
material, fator tão importante para a produção dos componentes estruturais. Além dos
aços TRIP, são parte desta família os aços dual phase, martensíticos, complex phase e
ferrítico-bainíticos.
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Os aços TRIP apresentam matriz ferrítica com dispersão das fases bainita e austenita
retida, sendo esta última a responsável pela modificação das propriedades do aço na
medida em que este sofre deformação plástica. Em outras palavras, a plasticidade
induzida por transformação de fases presente nestes aços é consequência da
transformação de austenita retida em martensita, que é proporcional à deformação
plástica sofrida pelo material. Assim, consegue-se um aço otimizado, que apresenta
diferentes microconstituintes de acordo com o que é exigido do mesmo. Desta forma, o
material é conformado quando apresenta um microconstituinte cúbico de faces
centradas (CFC), a austenita, que é bastante dúctil por apresentar muitos planos de
escorregamento para as discordâncias, facilitando a conformação. Em seguida,
introduzindo deformação plástica, a resistência do material em serviço é aumentada
consideravelmente através da transformação desta austenita metaestável em
martensita, tornando o aço capaz de suportar um maior esforço.

O funcionamento deste mecanismo pode ser melhor explicado a partir da figura


abaixo, de um corpo de prova submetido a ensaio de tração.

Corpo de prova apresentando estricção em ensaio de tração.

Verifica-se que após a estricção no ensaio de tração, esta nova região formada, de
menor seção transversal resistente, será a região mais solicitada e local da futura
ruptura do material. No entanto, se você for pensar no aço TRIP submetido a essas
condições de ensaio, verificará que esta região da estricção, por apresentar maior grau
de deformação, será também aquela em que haverá uma maior concentração de
martensita. Assim, esta região apresentará resistência comparável às demais e a
deformação voltará a ser mais bem distribuída ao longo do corpo de prova, que
consequentemente irá apresentar uma maior taxa de encruamento e maior
alongamento no ensaio de tração. Na indústria automobilística, portanto, este material
também terá a vantagem de no caso de eventual colisão do veículo, absorver uma

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quantidade elevada de energia. Além, é claro, da vantagem associada à fácil


conformabilidade.

Quanto à produção dos aços TRIP, é necessário um tratamento térmico que apresenta
duas etapas. Primeiramente, o metal é aquecido e permanece um tempo no intervalo
de temperatura de 780 a 880 °C, ou seja, sofre um recozimento intercrítico. Uma vez
obtida a microestrutura austenítica, inicia-se o resfriamento controlado do aço para a
formação de ferrita e bainita. A ferrita é formada primeiro, por meio de um
resfriamento contínuo, e em seguida é formada a bainita ao manter-se o material em
condição isotérmica, a 400°C. A quantidade de bainita formada é controlada e o
tratamento é interrompido antes que a transformação bainítica possa ser concluída.
Assim, assegura-se que ao resfriar o material ao ar, parte da austenita inicial seja
mantida na microestrutura. Esta austenita será denominada de austenita retida e estará
em condição metaestável, transformando-se em martensita à medida que o material
for sendo deformado plasticamente.

O tratamento pode ser resumido pelo esquema abaixo:

Tratamento térmico de aço TRIP após ser submetido a laminação à frio.


Fonte: NIGRI,2008.

Você pode estar se perguntando por que razão o aço precisa apresentar estes 3
microconstituintes. Isto se deve ao fato de que o aço TRIP não garante suas
propriedades mecânicas apenas com a transformação martensítica induzida por
deformação, mas também por endurecimento por solução sólida, refino de grão,
endurecimento por precipitação e presença simultânea de fases duras e macias em sua
microestrutura. Para isso, utilizam-se elementos de liga, tais como Mn e P
(endurecimento por solução sólida), Si e Cu (endurecimento por solução sólida e
precipitação) e Nb (refino de grão) unidos às fases ferrita, bainita e austenita retida, de
diferentes durezas. Na realidade, ainda não se conhece quais as contribuições exatas

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de cada fase no comportamento mecânico do aço, provavelmente devido à quantidade


de fatores envolvidos na melhoria deste tipo de propriedade.

Referências:

EMADODDIN, E.; AKBARZADEH, A.; DANESHI, G. H. Effect of intercritical annealing on


retained austenite characterization in textured TRIP-assisted steel sheet. Materials
characterization, v. 57, n. 4, p. 408-413, 2006.

UTHAISANGSUK, V.; PRAHL, U.; BLECK, W. Micromechanical modelling of damage


behaviour of multiphase steels. Computational Materials Science, v. 43, n. 1, p. 27-35,
2008.

GIRAULT, Etienne et al. Study of the temperature dependence of the bainitic


transformation rate in a multiphase TRIP-assisted steel. Materials Science and
Engineering: A, v. 273, p. 471-474, 1999.

NIGRI, E. Estudo Exploratório da Soldagem por Fricção e Mistura Mecânica de um Aço


TRIP 800. 2008. 130 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Metalúrgica) – PPG em
Engenharia Metalúrgica, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2008.

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 carolinemartendal  Metais  aço TRIP, austenita retida, bainita, transformação de fases,


Tratamento térmico

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