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1. INTRODUÇÃO
De acordo com Delgado (2004), a transferência de massa é a base de muitos processos
(químicos) e dos vários subjacentes processos de separação, onde um ou mais componentes
migram dentro de uma fase ou de uma fase para outra, através da interface. O mecanismo de
transferência depende da dinâmica dos sistemas envolvidos e em sentido lato, poderá ser
entendida como o movimento espacial da matéria. No entanto, “transferência de massa” é
geralmente entendida no seu sentido mais estrito, referindo-se ao movimento de um componente
específico (A, B…) num sistema de vários componentes.
A transferência de massa exige a presença de duas regiões com diferentes composições
químicas e refere-se ao movimento da espécie química a partir da região de concentração mais
elevada em direção à região de menor concentração (Çengel; Ghajar, 2011). Esse processo pode
ser visualizado na Figura 1.
Figura 1 – Transporte de massa de uma região de alta concentração para uma de baixa
concentração. (Fonte: Tannous, 2011).
y A .N A, z N B, z
dy A
N A, z CD AB . (3)
dz
Integrando a equação 3, tem-se:
C.D AB 1 y A
N A, z . ln (4)
1 y A0
onde δ é o caminho de difusão; e y A0 0 para todos os componentes, pois considerou-se que,
inicialmente, não havia nenhum dos líquidos estudados no ar. O termo yAδ é escrito como
P
y A A , onde PA é a pressão de vapor da espécie A.
P
Regime pseudo-estacionário – Essa hipótese permite relacionar o fluxo molar com o
abaixamento do nível de líquido em relação ao tempo. Considerou-se que, como o líquido A se
difundiu no ar, o caminho de difusão (δ) aumentou e a altura do líquido diminuiu.
A taxa de difusão WA é igual ao produto da multiplicação do fluxo NA,z e da área A.
W A N A, z. A (5)
A. A d
A taxa de difusão pode ser escrita como W A
. , onde ρA é a massa específica do
M A dt
componente A; e MA é a massa molar do componente A.
Integrando a equação 5, tem-se a equação 6, que é a equação da difusão pseudo-
estacionária através de um gás estagnado.
CD AB M A 1 y A zt 2 zt 0 2
. ln .t (6)
A 1 y A0 2
onde zt é a altura do líquido após um certo tempo t; e zt0 é a altura inicial do líquido.
Para encontrar a pressão de vapor dos líquidos estudados, utilizou-se a equação de Antoine
(Perry; Green; Maloney, 1997).
B
log P A A
C T
onde A, B e C são constantes tabeladas para cada líquido (Perry; Green; Maloney, 1997); e T é a
temperatura.
zt 2zt 0 2
Sabe-se que a equação 6 descreve uma reta, sendo que o termo , se em um gráfico,
2
é representado pela ordenada. O termo Δt representa o tempo decorrido durante o experimento e,
se em um gráfico, é representado pela abscissa. Através disso, é possível encontrar a equação da
reta e seu respectivo coeficiente angular, e assim, isolando o DAB, tem-se a equação 8, que foi
utilizada para os cálculos deste trabalho.
coef .angular. A 1 y A
D AB . ln (8)
M A.C 1 y A0
O desvio dos dados experimentais dos dados da literatura foi calculado através da equação
9.
D AB exp D AB lit
Desvio (%) .100 (9)
D AB lit
Importante salientar que o experimento ficou exposto a uma temperatura de 23ºC e a uma
pressão atmosférica 97936 Pascal (Pa), sendo que esta última foi encontrada de acordo com a
equação 10 (Asharae Handbook, 2009).
P 101,325(1 2,25577 .10 5 .Z )5, 2559 (10)
onde Z é a altitude da cidade de Santo Ângelo (286 metros).
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante cinco dias consecutivos foram feitas medições de variações de altura dos líquidos
estudados, nos três horários determinados. No primeiro e no último dia, foram feitas apenas duas
medições. A altura inicial do etanol e da água foi a mesma, 10 cm. Ao final do quinto dia, a altura
do etanol foi de 8,85 cm e a da água foi de 9,65 cm.
Através da literatura (Atkins, 2001), encontrou-se os valores das massas molares e das
massas específicas de cada líquido. A concentração dos líquidos foi a mesma para todos os
componentes e esta foi de 0,040 kmol/m3.
3.1. Etanol
A Figura 3 relaciona a variação da altura do líquido (m) em função do tempo (s) e mostra a
equação da reta do etanol.
4. CONCLUSÕES
Através deste trabalho foi possível aplicar conceitos da transferência de massa vistos em
sala de aula na determinação da difusividade mássica de líquidos em gases. Os alunos mostraram-
se entusiasmados e acharam o aprendizado da disciplina mais efetivo quando realizada esta
atividade prática. A célula de Arnold mostrou-se um dispositivo de simples montagem e
eficiente, onde os valores encontrados para o coeficiente de difusão foram próximos aos valores
teóricos. O etanol apresentou um DAB de 0,959.10-5 m2/s, o qual possuiu um desvio de 22% do
valor teórico e a água, um DAB de 2,435.10-5 m2/s e o desvio do valor teórico foi de 5%.
5. REFERÊNCIAS
ASHARAE - AMERICAN SOCIETY OF HEATING, REFRIGERATING AND AIR-
CONDITIONING ENGINEERS. ASHARAE Handbook. Inch-Pound Edition. Atlanta: Tullie
Circle, 2009.
ATKINS, P. W. Físico-Química. 6. ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2001.
ÇENGEL, Y.; GHAJAR, A. Transferência de calor e massa: uma abordagem prática. 4ª ed.
Porto Alegre: AMGH Editora, 2011.
DELGADO, H. Transferência de oxigênio em dispersões aquoso-orgânico, Instituto Politécnico
de Tomar – Escola Superior de Tecnologia Tomar, 2004. Disponível em:
<http://comum.rcaap.pt/bitstream/123456789/5843/1/Transfer%C3%AAncia%20de%20oxig%C
3%A9nio%20em%20dispers%C3%B5es.pdf >. Acesso em: 30/08/2015.
INCROPERA, F.P.; WITT, D.P. Fundamentos de Transferência de Calor e Massa, 5. ed. New
York: J. Wiley & Sons, 2002.
LUPORINI, S. Transferência de massa. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 2005.
Disponível:<http://user.das.ufsc.br/~francisco/Material%20de%20Apoio/Transfer%C3%AAncia
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PERRY, R.; GREEN, D.; MALONEY, J. Perry’s Chemical Engeneering’s Handbook. New
York: McGraw – Hill, 1997.
TANNOUS, K. Fundamentos de transferência de massa, Faculdade de Engenharia Química –
Departamento de Termofluidodinâmica, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 2011.
Disponível:<http://www.ocw.unicamp.br/fileadmin/user_upload/cursos/EQ741/cap1_parteI.pdf>.
Acesso em: 26/08/2015.
VALE, F. et al. Determinação do coeficiente de difusão binária em gases, Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC - RIO), 2015. Disponível em:
<http://www.academia.edu/16581626/Pr%C3%A1tica_1_Coeficiente_de_difus%C3%A3o_lab_e
q1>. Acesso em: 13/01/2016.