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Desabamento do edifício Itália

6 horas da manhã do dia 16 de outubro de 1997. Assustados, os últimos moradores do edifício


Itália deixam o luxuoso prédio de 17 andares na avenida Bady Bassitt, em Rio Preto. Cinco
minutos depois , foram testemunhas do incidente que mudou suas vidas e marca a história de
Rio Preto: a queda do Itália. O prédio desabou na frente de moradores, vizinhos, e bombeiros.
A queda completa 15 anos sem indenizações a ex-moradores ou punição a ninguém.

O condomínio onde se localizava o edifício era consituído por: um andar térreo ( comercial), 2
pavimentos de garagem e 1 pavimento de uso comum (PUC). Estes quatro pavimentos
ocupavam toda a área do terreno. No PUC "nasciam" três torres ( Portugal, Espanha e Itália )
com 16 pavimentos de apartamentos.

O edifício, que fazia parte de um complexo de três torres gêmeas, caiu no sentido contrário à
avenida Bady Bassit, na rua Luiz de Camões. Ficou empilhado na rua como uma torre de
dominó. As torres irmãs, Portugal e Espanha, permaneceram de pé.

O Itália desabou em cima de duas casas e atingiu dois prédios vizinhos, o Paraty e o Camões.
Por milagre, ninguém se feriu. Quinze anos depois, o terreno onde ficava os prédios está
penhorado para a prefeitura receber dívida de ex-moradores por causa do capítulo seguinte à
queda do Itália, que foi a implosão das torres Portugal e Espanha, em abril de 1998. A decisão
de implodir as torres foi do ex-prefeito Liberato Caboclo, com aval da Justiça. A avenida ficou
cerca de seis meses interditada e moradores da região tiveram de deixar as casas.
Estabelecimentos comerciais ficaram fechados por meses.

A Justiça de Rio Preto chegou a condenar engenheiros apontados como responsáveis pela
queda do Itália. A pena foi substituída por prestação de serviços, mas nem isso aconteceu. Em
2006, o STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília, considerou “prescrita” a punição aos
engenheiros Nicanor Batista Júnior e Rui Giorgi. Também haviam sido condenados os
engenheiros Valter José Frederico e Ney Maciel Garcia.

Sinais

“O prédio já dava sinais de algo errado com pelo menos um ano de antecedência. Minha
funcionária, na época, pegava o mesmo ônibus de uma funcionária de um dos apartamentos
do Edifício Itália. Em conversas mantidas durante o trajeto, sua amiga relatava que no Edifício
Itália “só morava gente enjoada”. Seu marido era marceneiro e já era a terceira vez que
ajustava portas de armários no edifício que sempre voltavam a entortar. Não só ele, como
também um outro amigo, que era encanador, não conseguia tirar vazamentos de banheiras e
ralos, pois o encanamento vivia rachando. Esses sinais nos levam a crer na frase de um
engenheiro italiano que veio ao Brasil apenas para ver de perto a tragédia: ”O melhor amigo
do homem é o concreto, pois antes de desabar envia os sinais”.”

Por volta de 2 horas, ouviu-se um forte estrondo. Às 3:30 horas, pessoas começaram a ouvir
barulhos de vidros se quebrando. Esses ruídos foram aumentando com esquadrias retorcendo-
se, a marquise junto à rua Luiz V. Camões deformando-se e vidros quebrando-se nos andares
abaixo do PUC. Por volta das 6 horas, o edifício entrou em colapso e desabou.
Os erros construtivos

Em virtude da falência da construtora que executava as obras, o condomínio assumiu o


término dos edifícios. Durante a investigação dos escombros o IPT descobriu revestimentos de
piso e de paredes com espessuras em desacordo com o projeto original.

Laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, da USP, apontou que o Itália caiu por causa de
sobrecarga em um dos pilares de fundação do prédio.

Nas investigações do IPT foram levantadas espessuras médias de reboco de paredes de 10 cm;
enchimentos de concreto nas lajes das garagens de 10 cm; argamassa de assentamento de
piso no andar tipo de 8 cm e espessura média de reboco nos tetos de 3,5 cm. Isto ocasionou
sobrecargas não previstas na estrutura e nas fundações.

No mês de março de l998, descobriram-se excentricidades importantes em pilares de uma


mesma prumada dos edifícios Portugal e Espanha, através de fotografias. Foi então pedido um
levantamento topográfico rigoroso, que foi executado pelo perito oficial.

Além das excentricidades, foram notadas diferenças de seções em pilares. As diferenças mais
importantes são: um pilar com seção de 65 X 76 cm quando deveria ter 80 X 80 cm; um pilar
com seção de 20 X 130 cm quando deveria ter 20 X 160 cm.

A fundação do conjunto de edifícios foi executada com estacas tipo Franki (diâmetro de 52
cm).

O solo do local é constituído de camadas de solo mole e, posteriormente, de uma camada de


arenito, que se torna impenetrável à percussão entre 11 e 13 m. O nível de água está entre 1,5
e 3 m abaixo da superfície. As estacas "penetraram" aproximadamente 1,5m nessa camada de
arenito.

Durante a execução dos blocos de fundação do edifício Itália, notou-se um erro na locação das
estacas do pilar P61. Criou-se então uma viga-alavanca unindo o bloco do P61 ao do P62.

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