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O condomínio onde se localizava o edifício era consituído por: um andar térreo ( comercial), 2
pavimentos de garagem e 1 pavimento de uso comum (PUC). Estes quatro pavimentos
ocupavam toda a área do terreno. No PUC "nasciam" três torres ( Portugal, Espanha e Itália )
com 16 pavimentos de apartamentos.
O edifício, que fazia parte de um complexo de três torres gêmeas, caiu no sentido contrário à
avenida Bady Bassit, na rua Luiz de Camões. Ficou empilhado na rua como uma torre de
dominó. As torres irmãs, Portugal e Espanha, permaneceram de pé.
O Itália desabou em cima de duas casas e atingiu dois prédios vizinhos, o Paraty e o Camões.
Por milagre, ninguém se feriu. Quinze anos depois, o terreno onde ficava os prédios está
penhorado para a prefeitura receber dívida de ex-moradores por causa do capítulo seguinte à
queda do Itália, que foi a implosão das torres Portugal e Espanha, em abril de 1998. A decisão
de implodir as torres foi do ex-prefeito Liberato Caboclo, com aval da Justiça. A avenida ficou
cerca de seis meses interditada e moradores da região tiveram de deixar as casas.
Estabelecimentos comerciais ficaram fechados por meses.
A Justiça de Rio Preto chegou a condenar engenheiros apontados como responsáveis pela
queda do Itália. A pena foi substituída por prestação de serviços, mas nem isso aconteceu. Em
2006, o STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília, considerou “prescrita” a punição aos
engenheiros Nicanor Batista Júnior e Rui Giorgi. Também haviam sido condenados os
engenheiros Valter José Frederico e Ney Maciel Garcia.
Sinais
“O prédio já dava sinais de algo errado com pelo menos um ano de antecedência. Minha
funcionária, na época, pegava o mesmo ônibus de uma funcionária de um dos apartamentos
do Edifício Itália. Em conversas mantidas durante o trajeto, sua amiga relatava que no Edifício
Itália “só morava gente enjoada”. Seu marido era marceneiro e já era a terceira vez que
ajustava portas de armários no edifício que sempre voltavam a entortar. Não só ele, como
também um outro amigo, que era encanador, não conseguia tirar vazamentos de banheiras e
ralos, pois o encanamento vivia rachando. Esses sinais nos levam a crer na frase de um
engenheiro italiano que veio ao Brasil apenas para ver de perto a tragédia: ”O melhor amigo
do homem é o concreto, pois antes de desabar envia os sinais”.”
Por volta de 2 horas, ouviu-se um forte estrondo. Às 3:30 horas, pessoas começaram a ouvir
barulhos de vidros se quebrando. Esses ruídos foram aumentando com esquadrias retorcendo-
se, a marquise junto à rua Luiz V. Camões deformando-se e vidros quebrando-se nos andares
abaixo do PUC. Por volta das 6 horas, o edifício entrou em colapso e desabou.
Os erros construtivos
Laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, da USP, apontou que o Itália caiu por causa de
sobrecarga em um dos pilares de fundação do prédio.
Nas investigações do IPT foram levantadas espessuras médias de reboco de paredes de 10 cm;
enchimentos de concreto nas lajes das garagens de 10 cm; argamassa de assentamento de
piso no andar tipo de 8 cm e espessura média de reboco nos tetos de 3,5 cm. Isto ocasionou
sobrecargas não previstas na estrutura e nas fundações.
Além das excentricidades, foram notadas diferenças de seções em pilares. As diferenças mais
importantes são: um pilar com seção de 65 X 76 cm quando deveria ter 80 X 80 cm; um pilar
com seção de 20 X 130 cm quando deveria ter 20 X 160 cm.
A fundação do conjunto de edifícios foi executada com estacas tipo Franki (diâmetro de 52
cm).
Durante a execução dos blocos de fundação do edifício Itália, notou-se um erro na locação das
estacas do pilar P61. Criou-se então uma viga-alavanca unindo o bloco do P61 ao do P62.