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Textos de Allan Kardec

“Para se designarem coisas novas são precisos termos novos.


Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente
à variedade de sentidos das mesmas palavras. [...]”

Allan Kardec – Introdução de “O Livro dos Espíritos”, abril de 1857

“[...] Quanto aos Espíritos sérios, podem igualmente manter uma


linguagem diferente, segundo as pessoas, mas com outro objetivo.
Quando julgam útil e para melhor convencer, evitam chocar muito
bruscamente as crenças enraizadas, e se exprimem segundo os
tempos, os lugares e as pessoas. [...]”

Allan Kardec – Contradições na linguagem dos Espíritos, Revista


Espírita, agosto de 1858

“[...] Querendo dizer a mesma coisa em dois lugares diferentes,


o mesmo Espírito não se servirá literalmente das mesmas palavras:
para ele o pensamento é tudo; mas o homem, infelizmente, é levado
mais a se prender à forma do que ao fundo, e é essa forma que muitas
vezes interpreta ao sabor de suas idéias e paixões. Dessa interpretação
podem originar-se contradições aparentes, que igualmente têm sua
fonte na insuficiência da linguagem humana para exprimir as coisas
extra-humanas. [...]”

Allan Kardec – Contradições na linguagem dos Espíritos, Revista


Espírita, agosto de 1858

As causas das contradições na linguagem dos Espíritos podem,


pois, ser assim resumidas:
1º O grau de ignorância ou de saber dos Espíritos aos quais nos
dirigimos;

2º O embuste dos Espíritos inferiores que, tomando nomes sob


empréstimo podem dizer, por malícia, ignorância e maldade, o
contrário do que disse alhures o Espírito cujo nome usurparam;

3º Os defeitos pessoais do médium, que podem influir sobre a


pureza das comunicações e alterar ou modificar o pensamento do
Espírito;

4º A insistência para obter uma resposta que um Espírito recusa


dar, e que é transmitida por um Espírito inferior;

5º A própria vontade do Espírito, que fala segundo os tempos, os


lugares e as pessoas, e que pode julgar conveniente não dizer tudo a
toda gente;

6º A insuficiência da linguagem humana para exprimir as coisas


do mundo incorpóreo;

7º A interpretação que cada um pode dar a uma palavra ou


explicação, conforme suas idéias e preconceitos, ou o ponto de vista
sob o qual encaram as coisas.

Allan Kardec – Contradições na linguagem dos Espíritos, Revista


Espírita, agosto de 1858

1. Que é Deus?

“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as


coisas.”

2. Que se deve entender por infinito?

“O que não tem começo nem fim: o desconhecido; tudo o que é


desconhecido é infinito.”
3. Poder-se-ia dizer que Deus é o infinito?

“Definição incompleta. Pobreza da linguagem humana,


insuficiente para definir o que está acima da linguagem dos homens.”

13. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável,


imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom,
temos idéia completa de seus atributos?

“Do vosso ponto de vista, sim, porque credes abranger tudo.


Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência do homem
mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita às vossas idéias
e sensações, não tem meios de exprimir. [...]”

14. Deus é um ser distinto, ou será, como opinam alguns,


a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do
Universo reunidas?

“Se fosse assim, Deus não existiria, porquanto seria efeito e não
causa. Ele não pode ser ao mesmo tempo uma e outra coisa.

“Deus existe; disso não podeis duvidar e é o essencial. Crede-


me, não vades além. Não vos percais num labirinto donde não
lograríeis sair. Isso não vos tornaria melhores, antes um pouco mais
orgulhosos, pois que acreditaríeis saber, quando na realidade nada
saberíeis. Deixai, conseguintemente, de lado todos esses sistemas;
tendes bastantes coisas que vos tocam mais de perto, a começar por
vós mesmos. Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos
libertardes delas, o que será mais útil do que pretenderdes penetrar
no que é impenetrável.”

18. Penetrará o homem um dia o mistério das coisas que


lhe estão ocultas?

“O véu se levanta a seus olhos, à medida que ele se depura; mas,


para compreender certas coisas, são-lhe precisas faculdades que ainda
não possui.”
22. Define-se geralmente a matéria como sendo — o que
tem extensão, o que é capaz de nos impressionar os sentidos,
o que é impenetrável. São exatas estas definições?

“Do vosso ponto de vista, elas o são, porque não falais senão do
que conheceis. Mas a matéria existe em estados que ignorais. Pode
ser, por exemplo, tão etérea e sutil, que nenhuma impressão vos cause
aos sentidos. Contudo, é sempre matéria. Para vós, porém, não o
seria.”

23. Que é o espírito?

“O princípio inteligente do Universo.”

a) — Qual a natureza íntima do espírito?

“Não é fácil analisar o espírito com a vossa linguagem. Para vós,


ele nada é, por não ser palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa.
Ficai sabendo: coisa nenhuma é o nada e o nada não existe.”

26. Poder-se-á conceber o espírito sem a matéria e a


matéria sem o espírito?

“Pode-se, é fora de dúvida, pelo pensamento.”

28. Pois que o espírito é, em si, alguma coisa, não seria


mais exato e menos sujeito a confusão dar aos dois elementos
gerais as designações de — matéria inerte e matéria
inteligente?

“As palavras pouco nos importam. Compete-vos a vós formular


a vossa linguagem de maneira a vos entenderdes. As vossas
controvérsias provêm, quase sempre, de não vos entenderdes acerca
dos termos que empregais, por ser incompleta a vossa linguagem para
exprimir o que não vos fere os sentidos.”

“ [...] Um dos resultados do Espiritismo bem compreendido –


chamamos a atenção para a expressão: bem compreendido – é
desenvolver o sentimento de caridade. Mas, como se sabe, a própria
caridade tem uma acepção muito ampla, desde a simples esmola até
o amor aos inimigos, que é o supra-sumo da caridade. [...]”

Allan Kardec – Reconciliação pelo espiritismo, Revista Espírita,


setembro de 1862

“[...] A caridade é a alma do Espiritismo; ela resume todos os


deveres do homem para consigo mesmo e para com os seus
semelhantes, razão por que se pode dizer que não há verdadeiro
espírita sem caridade.

Mas a caridade é ainda uma dessas palavras de sentido múltiplo,


cujo inteiro alcance deve ser bem compreendido; e se os Espíritos não
cessam de pregá-la e defini-la, é que, provavelmente, reconhecem que
isto ainda é necessário.

O campo da caridade é muito vasto; compreende duas grandes


divisões que, em falta de termos especiais, podem designar-se pelas
expressões Caridade beneficente e caridade benevolente.
Compreende-se facilmente a primeira, que é naturalmente
proporcional aos recursos materiais de que se dispõe; mas a segunda
está ao alcance de todos, do mais pobre como do mais rico. Se a
beneficência é forçosamente limitada, nada além da vontade poderia
estabelecer limites à benevolência. [...]”

Allan Kardec – O Espiritismo é uma religião?, Revista Espírita,


dezembro de 1868

“[...] O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu
objetivo, é, pois, essencialmente moral, que liga os corações, que
identifica os pensamentos, as aspirações, e não somente o fato de
compromissos materiais, que se rompem à vontade, ou da realização
de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito. O efeito desse
laço moral é o de estabelecer entre os que ele une, como conseqüência
da comunhão de vistas e de sentimentos, a fraternidade e a
solidariedade, a indulgência e a benevolência mútuas. É nesse sentido
que também se diz: a religião da amizade, a religião da família.

Se é assim, perguntarão, então o Espiritismo é uma religião? Ora,


sim, sem dúvida, senhores! No sentido filosófico, o Espiritismo é uma
religião, e nós nos vangloriamos por isto, porque é a Doutrina que
funda os vínculos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não
sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as
próprias leis da Natureza.

Por que, então, temos declarado que o Espiritismo não é uma


religião? Em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas
idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é
inseparável da de culto; porque desperta exclusivamente uma idéia de
forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma
religião, o público não veria aí mais que uma nova edição, uma
variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma
casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de
privilégios; não o separaria das idéias de misticismo e dos abusos
contra os quais tantas vezes a opinião se levantou.

Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião,


na acepção usual da palavra, não podia nem devia enfeitar-se com um
título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis por que
simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral.

As reuniões espíritas podem, pois, ser feitas religiosamente, isto


é, com o recolhimento e o respeito que comporta a natureza grave dos
assuntos de que se ocupa; pode-se mesmo, na ocasião, aí fazer preces
que, em vez de serem ditas em particular, são ditas em comum, sem
que, por isto, sejam tomadas por assembléias religiosas. Não se pense
que isto seja um jogo de palavras; a nuança é perfeitamente clara, e
a aparente confusão não provém senão da falta de uma palavra para
cada idéia. [...]”

Allan Kardec – O Espiritismo é uma religião?, Revista Espírita,


dezembro de 1868

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