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Centro Cultural do Cartaxo BOLERO

Folha de Sala
“Bolero”, de José Carretas e Manuel Cintra
20 anos depois da sua estreia absoluta no Centro
Cultural de Belém, “Bolero” volta a ser levado à
cena, desta vez no Cartaxo!
O grande texto de José Carretas e Manuel Cintra
sobre Lisboa nos anos 50 e as personagens que a
habitavam nos encontros de uma cidade povoada
de sombras é a 20ª produção da Área de Serviço,
com encenação de Frederico Corado.
Quando em 1997, Frederico Corado acompanhou os
ensaios de “Bolero” no Centro Cultural de Belém
com a intenção de realizar um documentário sobre
o processo de ensaios estava longe de imaginar que
20 anos depois iria ser ele próprio a levar a sua
versão a palco no Cartaxo.

“Bolero” transporta-nos a uma Lisboa cinzenta,


carregada pelo medo pré 25 de Abril e faz-nos seguir o precurso de Cesário na véspera da sua
partida, ainda indeciso entre o serviço militar obrigatório e o exílio forçado, nesse caminho,
entre o café da manhã e o último copo da noite com os amigos, Cesário cruza-se com as
personagens que lhe são mais ou menos familiares: o projeccionista corcunda , a viúva da
tabacaria, o empregado de mesa simpático, a apanhadeira de malhas de meias de nylon, o
homem que escrevia poesia como quem fala e que falava como falam os poetas (muito amigo
dos marinheiros), o policia a evitar, os inevitáveis pides, o visconde de bigode perverso,
rapidíssimo no engate e audaz na brilhantina, senhores de uma linguagem por publicar, o
alcoólico dogmático que morre em serviço, o pintor que num gesto artístico se deixa cair de
um quinto andar, a velha solitária e distante, o anónimo famoso que matou Hitler com cinco
tiros de pistola, o fiscal de licenças de isqueiro, o pianista cego e o violinista tisico, o baterista
coxo em part time em solidariedade estética com os outros músicos, a prostituta com uma
prótese que levava mais caro por misteriosas razões de mercado, e por fim, o personagem
principal, o medo que paira por cima, talvez a personagem mais concreta de todos.
No dia em que não pode adiar mais a decisão, Cesário, vai-se cruzando com as personagens
que, de um modo ou de outro, fazem parte da sua vida e da sua Lisboa. A cada encontro,
Cesário vai ficando mais indeciso: o medo de uma guerra que mata a razão ou o medo de um
exílio que mata o coração? Entre dois medos, qual escolher? E será que Cesário ainda vai a
tempo de escolher, ou o medo já escolheu por ele?

Este espectáculo encenado por Frederico Corado, que encenou também as anteriores
produções da Área de Serviço no C.C.C., é, sem dúvida, um dos mais marcantes projectos da
Área de Serviço.

Com Gabriel Silva, Vânia Calado, André Diogo, Carlos Ramos, Carolina Seia Viana, Ana Rita Oliveira,
João Nunes, João Vitor, Sara Xavier, Frederico Corado, Mauro Cebolo, Tomás Formiga, Sara Margarida,
Norberto Sousa, Luis Silva, João Paulo, Mário Júlio, Cátia Nogueira, Sara Inês, Inês Custódio, António
Calado, Beatriz Devesa, Daniela Ramos

Encenação: Frederico Corado | Texto: José Carretas e Manuel Cintra | Música Original: Fernando Mota e
Gonçalo Pratas | Concepção Cenográfica: Frederico Corado | Execução Cenográfica : Mário Júlio |
Desenho ao vivo : Carlos Ouro | Produção da Área de Serviço : Frederico Corado, Vânia Calado e Mário
Júlio com a assistência de Florbela Silva e Carolina Viana | Assistente de Encenação: Vânia Calado |
Direcção de Cena: Mário Júlio | Técnica: Miguel Sena | Desenho de Luz: Bruno Santos | Montagem:
Mário Júlio | Uma Produção da Área de Serviço com o Centro Cultural do Cartaxo e Câmara Municipal
do Cartaxo
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Centro Cultural do Cartaxo BOLERO
Folha de Sala
MANUEL CINTRA (1956)
Nasceu em Lisboa, em Março de 1956. Viveu em França de 1971 a 1976,
tendo sido animador cultural na Maison des Jeunes et de la Culture de
Sainte Geneviève des Bois, nos arredores de Paris.
Publicou o seu primeiro livro de poesia, “Do lado de dentro”, em 1981,
seguindo-se: (Dito em voz baixa dentro de um envelope) ed. &etc, 82;
Talhado na Carne, 82; Empare(dar), 83; Dentada de Pássaro, 84; Para o
Mário Botas, colectivo, c. Raul de Carvalho, Mário Cesariny, Luís Manuel
Gaspar e um desenho de Mário Botas, 84; Bicho de Sede, 86; Tangerina,
90; O Livro de Constança, 92; Escombros, 93; Cartas do Soldado, 94; Infinito o Silêncio, 98; Não
sei nunca por onde, 2004; Borboleta, 2006; Marie, 2009; Alçapão, 2009; Sol Lá, 2011, etc.
Frequentou a ESBAL até ao final do 2º ano. Possui o baccalauréat francês, tendo frequentado o
curso de Teatro em Paris-III, Censier. Organizou, em conjunto com Constança Capdeville, em
1989, um curso de sensibilização à poesia e à dança, com base em versos seus, no Acarte.
Estreou-se no teatro em 1984, como encenador, actor e cenógrafo, com o espectáculo O
DIÁRIO DE UM LOUCO de Gogol. Dirigiu e interpretou textos de Gogol, Lu Sun, Paer Lagerkvist,
Artur Rimbaud, Blaise Cendrars, Erik Satie, Paul Eluard, Samuel Beckett, Jean Cocteau, Valère
Novarina, José Sanchis Sinisterra, Arnold Wesker e da sua própria autoria. Como actor
convidado, foi dirigido por Luís Miguel Cintra, Rogério Vieira, Amadeu Neves e Frederico
Corado. Apresentou no ACARTE, o conjunto de espectáculos infantis, dos quais assinou o
texto, encenação e interpretação de um dos papéis. Em 99, produziu e encenou a peça infantil
de sua autoria O HOMEM DA LUA. Foi co-autor, em 97, da peça BOLERO, de José Carretas. Em
1998 assinou a encenação e cenografia da peça de sua autoria CONVERSA SURDA.
Entre 87 e 92 fez vários trabalhos executados em conjunto com Constança Capdeville.
Participou como actor em vários filmes e séries de televisão, de realizadores como Manoel de
Oliveira, Juan Miñon, etc. Colaborou como jornalista no Diário de Lisboa, Expresso, Diário de
Notícias, Semanário, Casa Cláudia, Sete, Jornal de Educação. Tradutor de diversas obras.
JOSÉ CARRETAS (1953)
José Carretas (encenador e autor) nasceu em 1953. Trabalhou com “A
Barraca”, “O Bando”, etc. Fundou a Panmixia Associação Cultural.
Escreveu e/ou encenou os seguintes espectáculos: A Contradança, de
José Carretas /1979; A Estrela por Detrás da Montanha, de José Carretas
/1980; Welcome Mr. Reagan, de José Carretas /1986; Comunidade, de
Luiz Pacheco /1989; Longa Marcha para o Esquecimento, de Jaime
Gralheiro /1990; Iuzecze, de José Carretas /1990; Contos do Sagrado
Humano, de Miguel Torga /1991; Joana que…, de José Carretas /1991; O
Café, de Mário Lisboa /1992; Na Minha Rua Ninguém Passa, de José Carretas /1993;
Malaquias, a História de Um Homem Barbaramente Agredido, de Manuel de Lima /1994;
Poesia nos Telhados, de José Carretas /1995; Um Casal Muito Avançado, de Franca Rame e
Dario Fo /1995; Coelho Coelho, de Coline Serreau /1995; A Ilusão Cómica, de Corneille /1996;
A Arte da Comédia, de Eduardo de Fillipo /1996; Caixa Preta, co-autoria J. Carretas-Teresa
Faria /1996; À Sombra das Rainhas, de Evelyne Pyeiller /1997; Bolero, co-autoria J.Carretas-
Manuel Cintra /1997; Longas Férias de Oliveira Salazar, de Manolo Mediero /1997; A
Mandrágora, de Maquiavel, /1998; A Queima de Judas, Criação Colectiva /1998; O Segredo
Maior, de José Carretas /1998; Do Ar, de José Carretas-Teatro Bruto /1999; O Erro Humano,
co-autoria J.Carretas-Teresa Faria /1999 e ainda Longa Marcha para o Esquecimento, Erro
Humano, Iluminados, Ilhas, O Rio, Jogas?, Os Canhões de Nabarone, Arouca – Uma Recriação
Histórica, A Um Dia do Paraíso, Carnaval na Invicta, Ai Que Medo!, Solidões, Desafinado,
Pedro e Inês, Viva a República!, Memórias do LIMiA, A Porta da Traição, O Olhar Português, A
Tatuagem, A Tenaz do Caraguejo, Cordel, etc.
No cinema participou em “Crónica dos Bons Malandros”
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FREDERICO CORADO
Realizador e encenador. Fundou a Magazin Produções e a Entrar Em
Palco. Autor de programas de rádio sobre cinema na RFM e Rádio
Renascença, actualmente dirige o Guia dos Teatros. Colaborou com
diversos festivais de cinema e é criador e director do FICAP – Festival
Internacional de Cinema e Video de Artes Performativas e da Área de
Contenção – Encontros Int. de Cinema Fantástico e de Horror do
Cartaxo. Como designer de cenografia virtual, realizou, entre outros, cenários/vídeos para
“Amália”, “My Fair Lady”, “Rainha do Ferro Velho”, Jesus Cristo Superstar” etc. Produtor,
durante alguns anos, no Teatro Politeama em diversas produções, sendo assistente de
encenação de Filipe La Féria em “Alice no País das Maravilhas”, “Música no Coração”,
“Feiticeiro de Oz” e “Sítio do Picapau Amarelo” e de Francisco Nicholson em “Isto é Que Me
Dói!” no Teatro Villaret. Encenou “Táxi”, “Alguns Sonetos de Amor e uma Paixão
Desesperada”, “Afixação Proibida”, “O Prisioneiro da Segunda Avenida”, “Um Marido Ideal”,
“O Crime de Aldeia Velha”, “Casa de Campo” (com José Raposo no Teatro Villaret), “As Alegres
Comadres de Windsor”, “Nápoles Milionária”, “Pânico”, “Inspector Geral”, “8 Mulheres”, “O
Dinheiro Não é Tudo na vida”, “Trisavó de Pistola à Cinta”, “Escândalo nas Notícias da Noite”,
“Pouco Barulho!”, “A Princesa de Galochas” (que correu todo o concelho do Cartaxo em
sessões para escolas), “Autópsia de Um Crime”, “Mar”, “A Fuga dos Instrumentos”, “Morto
Mas Pouco” e agora “Bolero”.
Realizou, para além de diversos filmes publicitários, spots para mais de quatro dezenas de
peças de teatro (Politeama, A Barraca, São Luiz, etc) e videoclips, vários vídeos como “A
Estrela”, “Graça Lobo Dois Pontos”, "Pessoalmente Maria do Céu Guerra" e em cinema a curta-
metragem “Telefona-me!”. Prepara actualmente um filme que comemora os 200 anos da
elevação do Cartaxo a concelho, “Cartaxo x 200”.

Agradecimentos: Lauro António | Maria Eduarda Colares | Camacho Costa| Filipe La Féria | Isabel
Soares |Maria Barroso Clara Águas | Vânia Calado | José Raposo | Mário Júlio | Florbela Silva | Maria
Ramalho | Ana Parente | António Calado | Pedro Ribeiro | Carlos Cláudio | Marco Guerra | Carlos
Ouro| Helena Montez | Alicina Milhomens| Bruno Santos | Salomé Monteiro | Laura Rocha | Fernando
Dias | Beatriz Mendes | Manuel Cintra | Fernando Mota | João Cartaxo | Rogério Coelho | Mónica
Saldanha | Barbearia Funchal | Tv Cartaxo | Tipografia Pimenta | Pastelaria Favorita | Pastelaria O
Miguelito | Cantinho das Anas
Parceiros Institucionais: Câmara Municipal do Cartaxo | Centro Cultural do Cartaxo | Apoios: Crédito
Agrícola | Casa das Peles | Sotinco | J.M.Fernandes - Vidreira e Alumínio | Central de Cervejas | Água de
Luso | Negócio de Família | E.Nove | Tejo Rádio Jornal | Revista Dada | Jornal de Cá | Valor Local |
Teatralmente Falando | Guia dos Teatros

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O MEU BOLERO

Em 1997, o Camacho Costa, ligou-me um dia a dizer que estava envolvido num novo projecto e
que era tão interessante que não podia deixar de ficar registado. Tratava-se de “Bolero”, a
peça que José Carretas encenava no Centro Cultural de Belém e o Camacho estava a convidar-
me para me juntar ao grupo para acompanhar os ensaios de forma a que no fim conseguisse,
talvez, fazer um pequeno documentário que mostrasse o processo de ensaios.
No dia em que cheguei ao Centro Cultural de Belém, munido da minha câmara de filmar, foi o
dia em que o elenco se preparava para tirar a fotografia para o cartaz, a azáfama era muita,
aliás assim começa o meu documentário. Já conhecia o Camacho (muito bem), a Maria João
Abreu e o José Raposo, mas foi nesse dia que conheci o restante elenco: o Rui Paulo, a Helena
Faria, a Isabel Ribas, o José Maria Pinto, a Madalena Leal (com quem viria a trabalhar mais
tarde em projectos meus), a Alberta Santos (agora professora de actores deste nosso Bolero),
o José Rufino, o Mário Timóteo, o Miguel Telmo, o Gonçalo Pratas, o Gonçalo Lopes, o
Fernando Mota (que viria a fazer a música de uns anúncios que fiz depois) e, claro, o grandioso
José Carretas e a Margarida Wallenkamp.
Durante algum tempo, andei a filmar os ensaios na sala do CCB, primeiro timidamente, depois
mais à vontade, o meu corpo, a minha câmara, o meu olhar tornaram-se apenas mais um
membro daquele grupo. Foi uma experiência notável. Não só pelo grupo, mas pela peça que se
ensaiava e pelo modo como era ensaiada, como era criada.
Todos os dias nasciam novos pedaços de texto, novas músicas. Falava-se de um tal Manuel
Cintra, que eu nunca tinha visto porque não aparecia nos ensaios a que eu assistia, até que
certo dia, no bar dos artistas do CCB, atrás de um copo, vejo o Manuel Cintra agarrado a umas
folhas, a dar forma a mais uma cena da peça, com o José Carretas. Foi desse copo, dessas
folhas, que nasceu a cena ensaiada no dia seguinte. Notável.
Esta peça é, toda ela, notável. O calor abrasador que se fez sentir naquele Verão de 1997
ajudou à criação de um espectáculo humano, quente, um espectáculo com gente dentro, com
pulsar.
Se nós vos conseguirmos dar um terço do “Bolero” de 97, sou um homem realizado. São
outros olhos e outras vivências que agora põem em palco este “Bolero”, mas uma grande
paixão pelo teatro, por Lisboa, pela escrita e pela poesia, pelas pessoas e por tudo o que está
lá dentro.
Frederico Corado | Cartaxo 2017

Camacho Costa, José Raposo e Rui Paulo


Postal do “Bolero” 1997 (encenação José Carretas)

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