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Facultad de Derecho INTENSIVOS DE

Universidad de Buenos Aires DOCTORADO


LATINOAMERICANOS

Tema: A INFLUÊNCIA DAS UNIVERSIDADES NA POLÍTICA BRASILEIRA

MÓDULO 4.2 – 2017


Disciplina: Las facultates de derecho y lãs diligencias politicas
Professor: Dr. Martin Unzué
Discente: Thiago Alexandre de Oliveira Leite
e-mail: thiagospe@yahoo.com
INTRODUÇÃO

O contexto político brasileiro atual tem passado por momentos delicados, diante
de tantos escândalos é necessária uma análise crítica acerca dos fatos. O presente
artigo busca salientar a importância das universidades dentro do contexto político
atual, como agente formador de opiniões, tanto contrarias quanto prós dos mais
diversos assuntos, isto por se tratar de ambiente neutro e que fomenta discussões e
analises profundas, sem polarização de ideias. Da mesma forma, este estudo busca
analisar a ótica contraria à citada anteriormente, fazendo uma breve verificação do
histórico de ações que dizem respeito ao Ensino Superior do Brasil, de acordo com os
principais governantes do Brasil, desde a Monarquia até os dias atuais.

A INFLUÊNCIA DAS UNIVERSIDADES NA POLÍTICA BRASILEIRA

De acordo com Moacyr (1937, p. 580 - 581) a história da criação de


universidade no Brasil revela consideráveis resistências, tanto por Portugal, devido ao
fato de sua política de colonização, quanto por parte de brasileiros, que não viam
justificável a criação desta instituição na Colônia, pois consideravam mais adequado
que as elites da época procurassem a Europa para realizar seus estudos superiores.
Desta maneira o Brasil segundo Teixeira (1999, p. 29) retrata uma exceção na
América Latina, pois, a Espanha espalhou cerca de 26 a 27 universidades pelas suas
colônias no tempo da independência, e Portugal, fora dos colégios reais dos jesuítas,
nos deixou limitados às universidades da Metrópole: Coimbra e Évora.
Na Colônia não havia estudos superiores universitários, a não ser para o clero,
e para os que não se destinavam ao sacerdócio, abria-se, o único, longo e penoso
caminho que levava às universidades ultramarinas, à de Coimbra e à de Montpellier
(Azevedo, 1971, p. 532).
Com a vinda da corte portuguesa, em 1880, marcando o início da constituição
do núcleo de ensino superior no Brasil, o qual tinha como padrão de desenvolvimento
algumas características principais sua orientação para a formação profissional e o
controle do Estado sobre o sistema. Logo seguido destes fatos, em 1888, houve queda
da monarquia, o Marechal Deodoro da Fonseca assume com o cargo de primeiro
presidente da república para 2 anos depois renunciar, passando então a ser o
Presidente o militar Floriano Peixoto, dando início ao que os historiadores chamam de
República Velha.
Quanto a esse modelo de formação profissional combinou duas influencias: o
pragmatismo, o qual no final do século XVIII, havia projetado a modernização em
Portugal, sendo ela também responsável pela reforma da Universidade de Coimbra,
o outro modelo era o napoleônico do divórcio entre ensino e a pesquisa cientifica.
Várias universidades de instituições privadas foram criadas nesse período. Mas
devido à falta de incentivo e apoio político do Governo Federal essas foram extintas.
Romanelli (2001) relata que somente a Universidade do Rio de Janeiro, assumiu o
status duradouro de Universidade, pelo fato de ter sido criada sob autorização legal
conferida pelo Presidente da República, Epitácio Pessoa. Nascida genuinamente da
iniciativa pública, a mesma resultou da reunião das Faculdades de Medicina,
Engenharia e Direito.
Desta maneira muitos foram os percalços passados pela Universidade no
Brasil, devido a falsa autonomia, pois havia um controle tanto do Estado, quanto da
Igreja. Com o passar dos anos correu a Reforma Rocha Vaz de 1925, a qual
autorizava o funcionamento de outras instituições universitárias nos Estados de
Pernambuco, Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, ais quais se
respaldaram nas mesmas condições e propostas da Universidade do Rio de Janeiro,
embora a mesma tenha recebido muitas críticas, ainda é considerada referência
brasileira para a constituição de novas universidades.
Em 1930, estando à beira de uma guerra civil devido a afirmações que
supostamente a eleição de Júlio Prestes foi fraudulenta. Getúlio Vargas inicia uma
revolta, sendo empossado como chefe do Governo Provisório da nova República, por
meio de um golpe militar, rompendo assim com a República Velha e dando início a
Era Vargas. Getúlio foi o presidente durante dois mandatos. 1930 a 1945 e de 1951 a
1954, sendo o final de seu primeiro mandato foi em decorrência de um golpe militar,
já no segundo mandato eleito de forma democrática e com grande aprovação da
população realizou muitos feitos.

Com revolução de 1930, foi fundado o Ministério da Educação, e a partir de


então algumas medidas foram tomadas, em diversos setores da educação, inclusive
na Educação superior. Por meio desta foram criados dois decretos:
➢ Decreto de nº 19.851 (11 de abril 1931) que dispunha sobre a forma
como o sistema universitário deveria se constituir. Esse decreto ficou
conhecido como o Estatuto das Universidades Brasileiras, que
estabeleceu os padrões de organização para as instituições de ensino
superior em todo o país, universitárias e não universitárias.
➢ Decreto nº 19.852 (11 de abril 1931), que dispunha sobre a
reorganização da Universidade do Rio de Janeiro.
➢ Decreto de nº 20.179, de junho de 1931, que versava sobre o formato
que as outras instituições de Educação Superior deveriam seguir para
terem a chancela do Estado para seu funcionamento.

A política do ‘livre pensar’, do fomento à pesquisa e do envolvimento da


Universidade na vida política do país teve influência no Brasil, com Fernando de
Azevedo, e marca a criação da Universidade de São Paulo (USP), em 1934.
Outra contribuição importante da Era Vargas no que tange a educação foi a
publicação da Nova Constituição Federal de 1934, onde fica estabelecido que maneira
inédita que a educação é um direito de todos os brasileiros, devendo ser
disponibilizada pelo governo e pela família.
Em 1942 é promulgada as Leis Orgânicas do Ensino, que dentro as mudanças
e contribuições destaque para a criação do SENAI (Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial), com foco no ensino profissionalizante. Com o final da Era
Vargas em 1954, surge uma estrutura de educação no país que era composta por:
ensino primário, ensino ginasial e ensino colegial, podendo ser este nas modalidades
clássica ou científica.
Com o passar dos anos ouve uma expansão do público para ingresso aos
cursos de formação superior, consequência da ampliação do ensino secundário e a
federalização de instituições privadas e estaduais que ora existiam de forma isolada,
tornando-se a saída para o aumento do número de Universidades no país, bem como
para o aumento de suas vagas.
Outro período de grande relevância na política brasileira foi o mandado de
Juscelino Kubitschek (JK) (1956-1961), que a após o suicídio de Getúlio Vargas foi o
presidente com maior aceitação popular. O governo entrou para a história do país
como mandato eleitoral de maior índice de crescimento da economia. Outro fato
marcante foi a construção da nova capital do país, Brasília, projetada pelo arquiteto
de renome Oscar Niemeyer, obra esta que fez parte do programa de obras públicas
instaurado pelo presidente. Outro marco do governo JK foi o lançamento da proposta
de criação da Universidade Nacional de Brasília (UnB) ao congresso, tanto que até
hoje o mérito da criação desta instituição é dada ao presidente Juscelino Kubitschek,
além de estimular a criação de cursos superiores voltados para a Administração, uma
vez que acreditava que o desenvolvimento do país se daria por meio da formação
intelectual da população.

No período que sucedeu o governo JK, houveram três presidentes que


assumiram o cargo por curto período de tempo, Jânio Quadros (206 dias) e Ranieri
Mazzilli (13 dias). João Goulart assume o poder, para dois anos depois, e em 31 de
março de 1964 sofrer um golpe por parte dos militares, este regime ditatorial que se
inicia em 1964 teve uma duração de 21 anos, período no qual a esfera das
universidades sofrera intensas repressões, situações como fiscalização da conduta
dos professores, observando os alunos e aplicando medidas punitivas à aqueles
considerados revoltosos. Apesar deste cenário de opressão as universidades se
mantiveram como centos de promoção do saber e pensamento crítico.

Após a Ditadura Militar, a partir da década de 1980, as universidades foram


protagonistas de movimentos pela democratização, pelo avanço nas pesquisas em
diversos setores, inclusive para ser consultadas nas questões de vida cotidiana e
política do país. Então a partir daí o Brasil passou por diversos momentos históricos e
econômicos, os quais os modelos de universidades foram pensados, gestados por
políticas públicas e implantados por grupos de interesses diversos. Talvez a
autonomia por parte de seus sujeitos tenha sido uma ilusão proposital para se fazer
valer os interesses do Estado nesse processo de aprimorar sua forma de controle
social. Percebendo assim, a universidade tem feito muito bem o seu papel. Resta
saber se é isso que fará dela um espaço de criação de novas formas de conceber a
sociedade e as relações entre os sujeitos.
No que se trata dos mais recentes presidentes do pais, já dentro do que alguns
historiadores classificam como 6º Republica Brasileira tem-se, Tancredo Neves eleito
em 1985, porém que não chegou a empossar o cargo, José Sarney assume como
substituto de Tancredo Neves após seu falecimento, permanecendo no cargo até
1990. De lá até os dias atuais mais 5 candidatos assumiram o cargo de Presidente
da República são eles:
Fernando Collor (1990 até 1992), que teve um curto governo, caracterizado por
reajustes da nação brasileira, sendo que no sentido educacional mantinha uma
assessoria composta por políticos conservadores, caracterizando assim um período
de muito discurso e pouca ação.

Fernando Henrique Cardoso (FHC) (1995 até 2003), também contribuiu no que
diz respeito ao ensino superior, ações como a aceleração da expansão das
Instituições de Ensino Superior privado, realização de exames nacionais para
classificação dos cursos. Conforme tabela 1, é possível notar o crescimento no
número de instituições no país, enquanto na tabela 2 o exponencial no número de
matriculados.
Luiz Inácio Lula da Silva (2003 até 2011), mesmo contrário o preceito de
expansão da educação privada iniciada por FHC, Lula estreou o Programa
Universidade para Todos (PROUNI) em 2004 instituído pela Lei nº 11.096/2005
destinado a concessão de bolsas de estudo integrais e parciais para estudantes de
cursos de graduação e sequenciais de formação específicas, em instituições privadas
ou sem fins lucrativos, ação esta que novamente serviu de fomento para o crescimento
do setor educacional privado. Outro programa de grande importância criado no
governo Lula foi o Ciência sem Fronteiras, o qual incentivava a formação acadêmica
no exterior, por meio de bolsas de iniciação científica.

Dilma Rousseff (2011 a 2016), seguindo a mesma proposta, a presidente dá


continuidade ao programa PROUNI, e estreia o Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) estabelecido pela Lei 12.513/2011 cujo
objetivo é a ampliação de cursos profissionais e tecnológicos. Devido a processo de
impeachment sofrido pela presidente em 2016, assume de forma interina Michel
Temer, o qual permanece até os dias atuais, sendo considerado por muitos como o
pivô o retrocesso no que diz respeito às políticas educacionais, posicionamento este
justiçado pela falta de incentivo às Instituições de Ensino Superior (IES).

Com todos estes processos educacionais, o aumento do nível de pensamento


crítico proporcionado aos estudantes e concluintes no ensino superior, a população
de forma geral passou a ter maior participação nos assuntos políticos. O movimento
Passe Livre é um exemplo de mobilização organizada principalmente por estudantes
universitários que reivindicavam contra o reajuste do valor das passagens do
transporte público, mobilização esta que alcançou todo o país em suas mais diversas
queixas, culminando em uma pressão social a favor do impeachment do presidente
Dilma, o que acabou por ocorrer mais tarde.

É importante ressaltar que no momento em que eclodiam as manifestações,


cujo o clamor geral era FORA DILMA, as universidades e departamentos acadêmicos
foram palco de debates contra e a favor a saída da presidente. Por se tratar de um
ambiente neutro para discussões e reflexões, e por estar inserida na sociedade, a
universidade é um local seguro para que o pensamento seja fundamentado em
reflexões profundas e críticas acerca de todos os temas.

Devido a estas mobilizações que se iniciaram com os universitários, a


população geral se despertou para os interesses políticos, e percebeu que sua opinião
pode ser expressa e deve ser ouvida pelo governo, uma vez que se trata de um estado
democrático, cujo os representantes são eleitos conforme os interesses do povo, e
que o interesse do povo deve ser sempre prioridade frente aos governantes.

É importante ressaltar que no período da Ditadura Militar, como mencionado


anteriormente, as universidades não possuíam esta autonomia e liberdade de
expressão que se tem hoje, pensamentos contrários ao governo eram reprimidos e
punidos severamente, portanto esta abertura que se tem nos espaços universitários
hoje são importantíssimos para que prevaleça sempre a ideia de que não há espaço
para polarização de ideias, apenas pensamento crítico e análise profunda dos
aspectos diversos de um assunto, o que consequentemente gera um pluralismo de
opiniões.

CONCLUSÃO

Após verificações, é possível identificar que cada governo contribuiu de forma


positiva ou negativa para formação e crescimento das Universidades no país, inclusive
com implementação de programas de ingressos ao ensino superior tornando-o
acessível a toda população interessada, que antes era restrito apenas a uma pequena
parcela detentora de maior poder aquisitivo,
Este amplo acesso ao ambiente universitário, tem provocado uma mudança de
paradigmas na sociedade atual, tal afirmativa pode ser justiçada pela presença
massiva da população nas ruas reivindicando por melhorias no sistema político do
país, o que demostra uma mudança de postura, que antes era reativa e agora é
proativa.
Nem sempre as universidades tiveram a abertura que sem hoje para discussão
livre, o período do regime militar foi uma realidade totalmente opressora, em que nãos
e havia liberdade de expressão nem mesmo no ambiente universitário. Com a queda
do regime militar esta realidade foi superada, hoje os centros de estudo e pesquisa,
além de caracterizar um ambiente imparcial para discussões é também um formador
de opiniões, por meio do conhecimento adquirido. Sendo assim pode-se dizer que
tanto a política sobre influência do meio universitário, quando a universidade sofre
influência da política em seu meio.

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