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Ewe folhas

A importância de Ossãe é tal que nenhuma cerimônia pode ser realizada sem sua
interferência.

ERVAS E USOS:

As ervas também tem propriedades energéticas próprias independentes dos orixás a


que pertencem, seu uso deve sempre seguir a recomendação dos guias ou dirigentes
da casa.

É um maravilhoso afugentador de larvas astrais, razão pela qual


Alecrim de Tabuleiro
se deve usá-lo nos defumadores.
Seus galhos são usados nos locais em que o homem exerce
Amendoeira
suas atividades lucrativas.
Sua flor espanta influências malignas e neutraliza a emissão de
Angélica ondas negativas. A flor também é usada como ornamento e dá-
se de presente na vibração do que se quer.
São aplicadas em banhos fortes de descarrego, com o
Angelim – amargoso –
propósito de destruir os fluidos negativos, realizando um
Morcegueira
excelente descarrego.
Empregada em banhos fortes do pescoço para baixo, em hora
Arrebenta Cavalo
aberta.
Usada nos rituais contra maus fluidos e olho-grande. O que é
Arruda fácil de perceber, pois se o ambiente estiver realmente
carregado a arruda morre.
É um poderoso defumador contra Kiumbas. O banho também é
Bambu
excelente contra perseguidores.
Aplicada nos banhos fortes, para livrar o de ondas negativas e
Bardana
eguns.
Nas cerimônias litúrgicas só tem emprego nos sacudimentos
Beladona domiciliares ou de locais onde o homem exerça atividades
lucrativas.
É planta sagrada de Exu. Seu uso se restringe a banhos fortes
Brinco-de-princesa
para proteção.
A rama é empregada nos banhos de limpeza e o bulbo nos
Cabeça-de-nego
banhos fortes de descarrego.
Suas folhas secas e bagaços são usados em defumações para
Cana-de-açúcar purificar o ambiente antes dos trabalhos ritualísticos, pois essa
defumação afasta eguns.
Em rituais é usada a casca, para constituir pó, que funcionará
Canjerana – Pau-santo
como afugentador de eguns e para anular ondas negativas.
Erva sagrada de uso constante nas defumações periódicas que
Capim-limão se fazem nos terreiros. Propicia a aproximação de espíritos
protetores.
Cardo-santo Essa planta afugenta os males, propicia o aparecimento do
perdido.
Somente é usada nos bori a espécie prateada. As outras
Embaúba espécies são usadas nos sacudimentos domiciliares ou de
trabalho.
É positiva a limpeza que realiza e possante destruidora de
Erva de Bicho
fluidos negativos.
Empregada nos banhos de limpeza, descarrego, sacudimentos
Erva-preá
pessoais e domiciliares.
Sua resina é colhida e reduzida a pó. Este pó, misturado com
Estoraque Brasileiro benjoim, é usado em defumações pessoais. Essa defumação
destina-se a arrancar males.
Facheiro-Preto Aplicada somente nos banhos fortes de limpeza e descarrego.
A fava é usada nas cerimônias do ritual, o fruto é usado depois
de ser reduzido a pó. Este pó é aplicado em defumações ou
Fava de Tonca simplesmente espalhado no ambiente. Anula fluidos negativos,
afugenta maus espíritos e destrói larvas astrais. Propicia
proteção de amigos espirituais.
No ritual de Umbanda e Candomblé usa-se o fruto, a fava,
reduzida a pó, o qual é aplicado espalhando-se no ambiente.
Fava Pichuri Aplica-se, igualmente, em defumações que atraem bons
fluidos. É afugentador de eguns e dissolvedor de ondas
negativas, anulando larvas astrais.
Misturada a outras ervas pertencentes a Exu, o fedegoso
realiza os sacudimentos domiciliares. É de grande utilidade
para limpar o solo onde foram riscados os pontos de Exu e
Fedegoso Crista-de- locais de. Esta erva é utilizada em banhos fortes, de
galo descarrego, pois é eficaz no afastamento de Eguns causadores
de enfermidades e doenças. Com flores e sementes desta
planta é feito um pó, o qual é aplicado sobre as pessoas e em
locais; é denominado “o pó que faz bem”.
Empregada, em banhos fortes para pôr fim a padecimentos de
Figo Benjamim
pessoa que esteja sofrendo obsessão.
Tem grande prestígio nas defumações, em face de ser
anuladora de eguns e destruidora de larvas astrais. Nas
Girassol
defumações usam-se as folhas e nos banhos colocam-se,
também, as pétalas das flores, colhidas antes do sol.
Usada em banhos de cabeça para desenvolver a vidência,
Gitó – carrapeta
audição e intuição.
É de costume usar galhos de guaxima em sacudimentos
Guaxima-cor-de-rosa
pessoais e domiciliares.
Ipê-amarelo Aplicada somente em defumações de ambientes.
Usada nos banhos de limpeza e descarrego dos filhos de Ogum.
Jabuticaba Os banhos devem ser tomados pelo menos quinzenalmente,
para haurir forças para a luta.
Lanterna Chinesa Utilizada em banhos fortes para descarregar os filhos atacados
por eguns. Suas flores enfeitam a casa de Exu.
Laranjeira do Mato Seu uso se restringe a banhos fortes, de limpeza e descarrego.
Planta que simboliza a vitória, por isso pertence à Iansã. É
usada nas defumações caseiras para atrair recursos financeiros.
Louro – Loureiro Suas folhas também são utilizadas para ornamentar a orla das
travessas em que se coloca o acarajé para arriar em oferenda a
Iansã.
Somente seus galhos são usados em sacudimentos
Maminha de Porca
domiciliares.
É aplicada nos banhos fortes, misturada com aroeira, pinhão-
roxo, cajueiro e vassourinha-de-relógio, do pescoço para baixo.
Mangueira
Ao terminar, vista uma roupa limpa. As folhas servem para
cobrir o terreiro em dias de festa.
Colhido e seco, sua folha previne contra raios e coriscos em
Manjericão-roxo dias de tempestades, usando o defumador. Também é usada
como purificador de ambiente.
Utilizada nos banhos fortes, nos descarregos, nas limpezas
Manjerioba pessoais e domiciliares e nos sacudimentos pessoais, sempre
do pescoço para baixo.
Muito utilizado para afugentar eguns e destruir larvas astrais.
Mata Cabras As pessoas que a usam não devem tocá-la sem cobrir as mãos
com pano ou papel, para depois despachá-la na encruzilhada.
Pertence a Oxóssi; as espigas de milho em casa propiciam
Milho
despensa farta.
Tem aplicação nos banhos de descarrego e nas defumações
Musgo-da-pedreira pessoais, que são feitas após o banho. A defumação se destina
a aproximar o paciente do bem.
Seu uso ritualístico se limita à utilização do pó que, espalhado
Noz-moscada (Dandá ao ambiente, exerce atividade para melhoria das condições
da Costa) financeiras. É também usado como defumador. Este pó, usado
nos braços e mãos ao sair à rua, atrai fluidos benéficos.
Ora-pro-nobis Afasta eguns e destrói larvas astrais.
É utilizado por filhos de Xangô. Pois esta propicia melhores
Pessegueiro condições mediúnicas, destruindo fluidos negativos e
afastando Eguns.
Aplicada em banhos fortes misturadas com aroeira. Esta planta
Pinhão Branco
possui o grande valor de quebrar encantos.
No ritual tem as mesmas aplicações descritas para o pinhão
Pinhão Roxo branco. É poderoso nos banhos de limpeza e descarrego, e
também nos sacudimentos domiciliares, usando-se os galhos.
Taquaruçu – Bambu-
Os galhos finos, com folhas, servem para realizar sacudimentos
amarelo – Bambu-
pessoais ou domiciliares.
dourado
Aplicada em banhos fortes, somente em casos de invasão de
Urtiga-mamão
eguns. O banho emprega-se do pescoço para baixo. Esse banho
destrói larvas astrais e afasta influências perniciosas.
Vassourinha de Botão Muito empregada nos sacudimentos pessoais e domiciliares.
Vassourinha de Ela somente participa nos sacudimentos domiciliares.
Relógio
Entra nos sacudimentos de domicílio, de local onde o homem
Vassourinha-de-igreja
exerce atividades profissionais

FOLHA DA HONRA

Folhas de Orò mais importantes.


Akoko Primeira-folha
Newboldia laevis Seem, Bignoniaceae
Iroko "Gameleira" "Gameleira-branca"
Clorophora excelsa, Moraceae ou Ficus doliaria, Moraceae
Odundum "Folha-da-costa", Folha-da-fortuna" ou "Saião"
Kalanchoe brasiliensis, Crassulaceae
Imu "Begônia ou Azedinha"
Begonia cucculata, Begoniaceae
Awurepepe "Pimentinha-d'água"
Spylanthes acmella, Asteraceae
Osibatá "Baronesa"
Nymphaea lotus, Nymphaeaceae
Oju Orò "Erva-de-santa-luzia"
Pistia stratiotes, Araceae
Misi misi "Vassourinha-de-relógio" ou "Vassourinha-mofina"
Scoparia dulcis, Scrophulariaceae
Ida oya “Espada-de-yansã"
Tradescantia spathacea, Commelinaceae
Ouwu "Algodão"
Gossypium sp., Malvaceae
Gboro aiyabá, "Salsa-da-praia" ou kissajá
Ipomea asarifolia, Convolvulaceae
Orinrin "Alfavaquinha-de-cobra"
Peperomia pellucida, Piperaceae
Etipolá "Erva-tostão", "Bredo-de-porco", "Pega-pinto" ou "Tangaraca"
Boerhavia diffusa, Nyctaginaceae
Teteregun "Cana-do-brejo"
Costus spicatus, Costaceae
Tótó "Água-de-alevante" ou "Colônia"
Renealmia brasiliensis, Zimgiberaceae
Igi opé "Dendezeiro"
Elaeis guineensis,Arecaceae
Ogbó "Orelha-de-macaco"
Niervillia umbrosa, Orchidaceae
Ewe Abebé "Capitãozinho"
Hydrocotyle bonariensis,Araliaceae
Ewe jeje "Jequiriti"
Abrus precatorius, Fabaceae
Alukeresé "Dama-da-noite"
Ipomea bona-nox, Convolvulaceae
Ewê boyí funfun "Bétís-branco"
Piper rivioides, Piperaceae
Jogbo "Neves-folha" ou "Neves"
Hyptis pectinata, Lamiaceae
Efirin "Manjericão"
Ocimum basilicum, Lamiaceae
Sunkawa "Arrozinho"
Zornia reticulata, Fabaceae
Ifin funfun "Malva-branca" ou "malva"
Abutilon x. hybridus, Malvaceae
Tamande "Arnica-do-campo"
Solidago microglossa, Asteraceae
Ewe odon "Erva-silvina" ou "Erva-fetos"
Polypodiumvulgare, Polypodiaceae
Amunimuye "Balainho-de-velho"
Centhratherum punctatum, Asteraceae
Solé "Maria-preta"
Eupatorium ballotaefolium , Asteraceae
Iyabeyin "Mãe-boa"
Ruellia geminiflora, Acanthaceae
Ewe ajé "Erva-da-riqueza"
Alternanthera tenella, Amaranthaceae
Godogbodó "Trapoeraba"
Commelina diffusa, Cammelinaceae
Ewe Iyá "Caapeba"
Potomorphe umbellata, Piperaceae
Wuê mimolé "Brilhantina"
Pilea microphylla, Urticaceae
Ejá Omodé "Aguapé"
Eichornia crassipes, Pontederiaceae
Teté ou ewe tetê "Bredo" ou "Caruru-sem-espinho"
Amaranthus viridis, Amaranthaceae
Makasá ou Macassá, "Catinga-de- crioula" ou "Catinga-de-mulata"
Hyptis mollissima benth, Lamiaceae
Eré tuntún "Levante-miúda" ou "Levante"
Mentha citrata, Lamiaceae
Tanaposó "Bonina"
Mirabilis jalapa, Nyctaginaceae
Ewe mesan "Pára-raio" ou "Cinamomo"
Melia azedarach, Meliaceae
Ewe diji ou Ewe ojé"Erva-prata"
Solanum argenteum, Solanaceae
Okpá oro "Capianga"
Vismia guyanensis, Clusiaceae
Botujé"Pinhão-branco"
Jatropha curcas, Euphorbiaceae
Ewê inon "Folha-de-fogo"
Clidemia hirta, Melastomataceae
Ajagbao "Tamarineiro"
Tamarindus indica, Fabaceae
Gbji "Capim-de-burro"
Cynodon dactylon, Poaceae
Okowo "Erva-vintém"
Drymaria cordata, Caryophyllaceae
Ogbe akunko "Crista-de-galo"
Heliotropium indicum, Boraginaceae
Ajobi funfun "Aroeira-branca"
Schinus molle, Anacardiaceae
Ipeson ou ipesanhe "Birrero ou Bilreiro"
Guarea trichilioides, Meliaceae
Omun "Samambaia-de-poço"
Lygodium polimorphum, Schyzacaceae
Peregun ko "Dracena-listrada"
Dracaena fragrans var. massangeana, Ruscaceae
Pèrègún "Peregun" ou "Nativo"
Dracaena fragrans var. typica, Ruscaceae
Ewe bajutoná "Erva-pombinho" ou Quebra-pedra
Phyllanthus niruri, Phyllanthaceae
Kunkundukunku "Batata-doce"
Ipomoea batatas, Convolvulaceae
Alukpayidá "Língua-de-galinha"
Uraria picta, Fabaceae
Awian "Cascaveleira" ou xiquexique
Crotalaria retusa, Fabaceae
Afon "Espelina-falsa"
Clitoria guyanensis, Fabaceae
Atorinon "Sabugueiro"
Sambucus australis, Adoxaceae
Bujè "Jenipapo" , "Genipapero" ou "Janipapeiro"
Genipa americana, Rubiaceae
Igba ajá "Jurubeba"
Solanum paniculatum, Solanaceae
Iteté "Janaúba" ou "Agoniada"
Plumeria rubra var. lancifolia, Apocynaceae
Etítáré "Maricotinha" ou "Alfavaca-de-cobra"
Monnieria trifolia, Rutaceae
Odé okosu "Caiçara"
Solanum erianthum, Solanaceae
Ewê lará "Mamona-branca"
Ricinus communis, Euphorbiaceae
Ewe Odé "Carrapicho-beiço-de-boi"
Desmodium adscendens, Fabaceae
Ojusaju "Guiné-tipi"
Petiveria alliacea, Phytolaccaceae
Okikákika "Cajazeira"
Spodia mombin, Anacardiaceae
Ewure "Alumon"
Vernonia bahiensis, Asteraceae
Atoribé "Milhomens ou Milomens"
Aristolochia gigantea, Aristolochiaceae
Ida orisá "Espada-de-ogun"
Sansevieria zeilanica, Ruscaceae
Labelabe "Tiririca"
Fuirena umbellata, Cyperaceae
Elexu "Arrebenta-cavalo"
Solanum capsicoides, Solanaceae
Falákálá "Corredeira"
Chamaescyce hirta, Euphorbiaceae
Esisi "urtiga graúda"
Laportea aestuans, Urticaceae
Jojofá "Cansanção (planta)"
Urera baccifera, Urticaceae
Abàfè = Pata de Vaca

Àbámodá = Folha da Fortuna

Àbàrà Òké = Baunilha de Nicuri

Ábèbè Kò = Tira Teima

Ábèbè Òsún = Erva Capitão

Abéré = Picão Preto

Ábitólá = Cambará

Àfòmón = Erva de Passarinho

Àgbá = Romanzeiro

Àgbàdó = Milho

Àgbaó = Imbaúba

Agbéye = Melão D'Água

Àgbon = Coqueiro

Àgogo = Figueira do Inferno

Àjóbi, Àjóbi Oilé, Àjóbi Pupá = Aroeira Comum, Aroeira Vermelha

Àjóbi Funfun = Aroeira Branca

Akan = Cará Moela

Akòko = Acoco

Jokonije = Jarrinha

Alékèsì = São Gonçalinho

Àlùbósà = Cebola

Àlúkerésé = Dama da Noite

Àlùmóm = Boldo Paulista

Àmù = Sete Sangrias


Apáòká = Jaqueira

Àrìdan = Aridan

Àrùsò = Alfazema do Brasil

Àsíkùtá e Efin = Malva Branca

Ata = Pimenta Malagueta

Ataare = Pimenta da Costa

Atopá Kun = Arruda

Àtòrìnà = Sabugueiro

Awùrépépé = Agrião do Para, Pimenta D'Água

Bàlá = Taioba

Balabá = Lirio do Brejo

Bánjókó = Bem me Quer

Bàrà = Melancia

Bejerekun = Pindaíba

Bujè = Jenipapeiro

Dandá = Junquinho

Dankó = Bambu

Efínfín = Alfavaca

Efínrín Kékéré = Manjericão da Folha Miúda, Manjericão

Ègé = Mandioca

Ègúsi = Melão

Èkèlegbara = Perpétua

Ekun = Sapê

Elégédé = Abóbora
Èpà = Amendoim

Eré Tuntún = Levante Miúda

Eró igbin = Erva de Bicho

Èsìsì = Urtiga da Folha Grande

Etába ou Asá = Tabaco, Fumo

Étipónlá = Erva Tostão

Ewé Bàbá = Boldo

Ewé Bíyemí = Quebra Pedra

Ewé Boyí = Bétis Cheiroso

Ewé Gbúre = Bredo

Ewé Idá Òrìsà = Espada de São Jorge

Ewé Inón = Folha Fogo

Ewé Isinisini = Mastruz

Ewé Iyá = Pariparoba

Ewé Kúkúndùnkú = Batata Docce

Ewé Lárà Funfun = Mamona

Ewé Lorogún = Abre Caminho

Dinheiro em penca - Pilea nummularifolia Wedd., Urticaceae


Oriri (alfavaquinha de cobra) - Monnieria trifolia L., Rutaceae

Oripepe (erva-de-bicho)- Polygonum hydropiper L.

Aproveito a postagem para pedir que as pessoas que mandarem alguma dpuvida sobre
as ervas, ou qualquer outra coisa no blog, deixem um endereço de email para
resposta, ok?

Barbatimão - A casca da virgindade


Nome popular: BARBATIMÃO
Nome científico: Stryphnodendron barbatimam Mart.
Sinonímia popular: uabatimô, casca da virgindade, paricarana
Sinonímia científica: Acácia adstringens Mart
Parte usada: Cascas
Propriedades terapêuticas: Adstringente das gengivas, hemostática, emética,
depurativa, anti-séptica, antidiarréica, vulnerária, tônica, antileucorréica,
antiblenorrágica, antiescorbútica, antiasmática
Indicações terapêuticas: Úlceras, leucorréia, catarro uretrais e vaginais, blenorragia,
diarréia, hemorragia
Uso medicinal:
As cascas de barbatimão têm grande poder adstringente. Externamente, reduzidas a
pó, empregam-se no tratamento de úlceras e, em banhos e injeções, atuam contra a
leucorréia, catarro uretrais e vaginais. Internamente utiliza-se seu decocto nas
afecções escorbúticas, na blenorragia, na diarréia, na hemorragia, nas hemoptises e
também na leucorréia.
Dosagens indicadas:
Pele oleosa: coloque 1 colher (sobremesa) de casca picada em 1 xícara (chá) de água.
Ferva por 5 minutos. Espere esfriar, coe e acrescente o suco de meio limão e 1 colher
(chá) de mel. À noite, aplique na pele do rosto, com um chumaço de algodão,deixando
agir por 20 minutos. Após lave com água morna.
Hemorragias uterinas: coloque 1 xícara ( chá ) de casca picada, 1 xícara (chá) da raiz de
algodoeiro e 1 xícara (chá ) de quiabo ainda não maduro, em 1 litro de água. Ferva
durante 15 minutos e coe em tecido fino. Faça 1 ou 2 lavagens ao dia com esse líquido.
Não obtendo melhora procure orientação médica.
Inflamação da garganta, corrimento vaginal, diarréias, hemorragias: coloque 2 colheres
(sopa) de casca picada em 1 xícara (chá ) de álcool de cereais a 50%. Deixe em
maceração por 3 dias e coe em tecido fino. Tome 1 colher (café), diluído em um pouco
de água, de 2 a 3 vezes ao dia.
Feridas ulceradas: coloque 1 colher (sopa) de casca picada e 2 folhas fatiadas de
confrei em 1/2 litro de água em fervura. Desligue o fogo, espere esfriar e coe. Aplique
na ferida, com um chumaço de algodão, 2x ao dia.
Corrimento vaginal: coloque 2 colheres (sopa) de casca picada em 1/2 litro de água
fervente. Espere amornar, coe e acrescente 1 colher (sopa) de vinagre branco ou suco
de limão. Faça banhos locais, de 1 a 3x ao dia, até que o sintoma desapareça.
Contra-indicações:
Não foram encontradas referências sobre efeitos tóxicos.
Curiosidades:
O nome deriva do termo indígena Iba Timo que significa a árvore que aperta. É uma
planta utilizada na indústria de curtumes e outrora muito procurada por prostitutas,
daí o nome casca da virgindade, que até hoje lhe é aplicada.
A casca do barbatimão produz matéria tintorial vermelha que, quando precipitada
convenientemente, produz tinta de escrever. Foi portanto muito utilizada na
respectiva indústria em tempos passados.

Uso litúrgico:

Conforme informações do pesquisador e mestrando Ulysses Paulino de Albuquerque


da Universidade Federal do Pernambuco, o barbatimão, associado ao angico, aroeira e
mulungu é empregado no preparo de banhos de "descarrego", com o propósito de
trazer bem estar e tranqüilidade ao usuário, acrescentando, ainda, seu uso em
garrafadas medicinais.

Também é considerada uma erva dedicada a Xangô, utilizada nos banhos e abôs dos
filhos desse Orixá.

Arruda (Atendendo a pedidos)

arruda
Originally uploaded by Edilene_Mora.

Nome científico: Ruta graveolens L.


Nomes populares: Arruda doméstica, arruda dos jardins, ruta de cheiro forte, ruda.
Propriedades medicinais: abortiva, adstringente, analgésica, antiasmática,
antiepileptica, antiespasmódica, antihelmíntica, antihemorrágica, antihistérica,
antiinflamatória, antinevrálgica, antireumática, antitetânica, aperitiva, aromática,
calmante, carminativa, diaforética, emenagoga, estimulante, estupefaciente, febrífuga,
estimulante dos nervos, repelente, sudorífica, tônico para circulação, tranquilizante,
vermicida.
Indicações: afecções dos rins, alterações menstruais, ansiedade, asma bronquica,
bexiga, calvície, cefaléia, ciática, clerose, conjuntivite, derrame cerebral, dermatite,
dores de ouvido, dor intestinal, enxaqueca, flebite, fígado, fragilidade dos capilares
sanguíneos, gases, gota, hemorróidas, hipocondria, inchaço nas pernas, incontinência
de urina, inflamação, inflamação dos olhos, insônia, limpeza de feridas, nevralgia,
olhos cansados, onicomicose, otite, ouvido (feridas e zumbido), normalização das
funções do ciclo menstrual (menstruação escassa), paralisia, parasitas (piolhos e
lêndeas), pneumonia, prisão de ventre, repelente de insetos (pulgas, percevejos e
ratos), reumatismo, sarna, varizes, vermes (oxiúros e ascárides).
CONTRA INDICAÇÕES/CUIDADOS: CUIDADO: TÓXICA. É VENENOSA E ABORTIVA.
Contra indicada para gestantes, lactantes, hemorragias, cólica mesntrual e
sensibilidade na pele.
Efeitos colaterais: doses elevadas do chá podem causar vertigens, tremores,
gastroenterites, convulsões, hemorragia e aborto em mulheres grávidas, hiperemia
dos órgãos respiratórios, vômitos, salivações, edema na língua, dores abdominais,
náuseas, secura na garganta, dores epigástricas, cólicas, arrefecimento da pele,
depressão do pulso, contração da pupila e sonolência. Pode causar fitodermatites,
através de um mecanismo fototóxico que torna a pele sensível à luz solar. Nas
mulheres pode levar a hemorragias graves do útero.
(Fonte: http://www.plantamed.com.br/)

Uso litúrgico: Planta aromática usada nos rituais porque Exu ( o Orixá, não o catiço) a
indica contra maus fluidos e olho-grande. Suas folhas miúdas são aplicadas nos ebori,
banhos de limpeza ou descarrego, o que é fácil de perceber, pois se o ambiente estiver
realmente carregado a arruda morre. Ela é também usada como amuleto para
proteger do mau-olhado.

A arruda é muito utilizada por benzedeiras, há gerações. Os pretos-velhos também a


usam e é tida até como um símbolo destes.

Alecrim

alecrim
Originally uploaded by Edilene_Mora.

Nome científico: Rosmarinus officinalis L.


Nomes populares: Alecrim de jardim, alecrim de cheiro, rosamrino, libanotis, alecrim
de horta.
Propriedades terapêuticas: Estimulante digestivo, anti-espasmódica, estomacal,
vasodilatora, anti-séptica.
Indicações terapêuticas: Dores reumáticas, depressão, cansaço físico, gases intestinais,
debilidade cardíaca, inapetência, cicatrização de feridas, dor de cabeça de origem
digestiva, problemas respiratórios.
***Informações complementares***
Modo de uso: Infusão das folhas frescas ou secas na forma de compressas, decoto das
folhas na forma de loção, na forma de pomada usando-se o suco concentrado.
Dosagem indicada: Dor de cabeça de origem digestiva. Em 1 xícara de chá, coloque
uma colher de sobremesa de folhas picadas e adicione água fervente. Abafe por 10
minutos e coe. Tome 1 xícara de chá antes ou após as principais refeições.
Problemas respiratórios:
Xarope: para 1/2 litro de xarope adicionar o suco de 4 xíc. de cafezinho de folhas
frescas, tomar 1 colher de sopa a cada 3 horas.
Infusão: 1 xíc. de cafezinho de folhas secas em 1/2 litro de água, tomar xíc. de chá a
cada 6 horas.
Tintura: 10 xíc. de cafezinho de folhas secas em 1/2 litro de álcool de cereais ou
aguardente, tomar 1 colher de chá 3 vezes ao dia em um pouco de água; para a
maioria das indicações, inclusive hemorróidas.
Pó - as folhas secas reduzidas a pó têm bom efeito cicatrizante.
Outros usos: Usam-se ramos em armários para afugentar insetos.
IMPORTANTE
Toxicologia: Em altas doses pode ser tóxico e abortivo.

(Fonte: http://ci-66.ciagri.usp.br/pm/ver_1pl.asp)

Uso litúrgico: O alecrim é uma folha consagrada a Oxalá. Largamente utilizada em


banhos de limpeza e descarrego, e em defumações. Junto com a arruda e a guiné, é
muito utilizada por pretos-velhos em benzimentos e em remédios naturais.

Carnauba

carnauba
Originally uploaded by Edilene_Mora.
Nome científico: Copernicia prunifera (Miller) H.E. Moore
Utilidade: É voz corrente entre a população nordestina que da carnaubeira tudo se
aproveita. O caule (tronco), de madeira moderadamente pesada (densidade 0,94
g/cm3), é muito empregado na construção das casas da região, principalmente para
vigamentos. Trabalhado ou serrado pode ser utilizado na construção de móveis, na
construção civil como caibros, barrotes e ripas, na confecção de artefatos torneados
como bengalas, utensílios domésticos, caixas, etc. É considerada muito durável quando
em contato com a água salgada. No Pantanal Matogrossense é muito utilizado para
construção de cercas e porteiras, para postes e pontes, onde se acredita que sua
durabilidade seja eterna se utilizada de troncos completamente maduros. Entretanto,
sua principal riqueza está na cera que recobre as folhas, principalmente as mais jovens,
e conhecida internacionalmente como “cera-de-carnaúba”. No passado foi muito
empregada na iluminação de residências na forma de velas e atualmente é utilizada
industrialmente na confecção de graxas de sapato, vernizes, ácido pícrico,
lubrificantes, sabonetes, fósforos, isolantes, discos, etc. Suas folhas secas, além da
utilização local para cobertura de construções rústicas é muito utilizada na confecção
artesanal de chapéus, cestas, esteiras, bolsas, cordas, colchões, etc. Suas amêndoas
(sementes) contém óleo. A palmeira é muito elegante e vem sendo muito utilizada no
paisagismo nas cidades nordestinas e na arborização urbana, principalmente em
Fortaleza, Teresina e Iguatu. Suas folhas verdes são largamente utilizadas durante o
período de estiagem prolongada no Nordeste como forrageira para o gado.
(Fonte:http://www.plantarum.com.br/copernicia.html)
Uso Litúrgico: Planta dedicada à Oxalá. Tem aplicação em banhos feitos com as folhas,
depois do qual não se deve deixar a cabeça descoberta por pelo menos meio dia, e não
se deve tomar sol. É usada para fortalecomento da aura e alimento do ori. As velas
feitas com sua cera são consideradas as ideais para iluminar o Orixá.

Manjericão

alfavaca manjericao
Originally uploaded by Edilene_Mora.
Nome científico: Ocimum basilicum
Partes usadas: Folhas e sementes.
Família: Labiadas (Lamiaceae).
Características: Herbácea composta, de caule ereto, folhas de coloração verde-clara,
opostas, flores brancas, rosas ou púrpuras dispostas em espiga.
Nomes populares: É também conhecida como alfavaca-cheirosa, alfavaca-da-américa,
basílico-grande, erva-real, manjericão-das-cozinhas, manjericão-de-folhas, manjericão-
de-folhas largas, manjericão-de-molho e manjericão-grande.
Princípios Ativos: Rica em óleos essenciais (estragol, linalol e alcânfora) e tanino.
Propriedades: Diurética, cicatrizante, digestiva, hipotensora, inseticida e anti-biótica.
Indicações: Uso aconselhado em casos de tosse. Combate contrações musculares
bruscas e afecções das vias respiratórias. Como tempero agrada muito, principalmente
a paladares europeus. A alfavaca de cheiro, de folhas mais largas e grossas, pode ser
usada em leite de soja, cremes de coco e mel. Fornece um sabor semelhante ao da
canela.
(Fonte: http://www.herbario.com.br)
Uso litúrgico: Planta consagrada a Oxalá. Utilizada nos banhos de purificação dos filhos
que entram em obrigação ou são recolhidos. Considerado um excelente banho de
limpeza e proteção para qualquer pessoa, e principalmente crianças, por ter o axé de
Oxalá.
O banho de leite com manjericão é utilizado para espantar kiumbas e fazer limpeza
forte, tanto que não se aconselha o uso repetido desse banho. Suas folhas não devem
nunca ser cozidas ou fervidas, mas apenas maceradas.

Folha da fortuna

folha fortuna
Originally uploaded by Edilene_Mora.

Nome científico: Kalanchoe brasiliensis


Sinonímia popular: folha da fortuna, saião, folha-fortuna.
Indicações: o suco das folhas é usado para combater frieiras, queimaduras, cicatrizar
feridas, aftas, erisipelas, úlceras gástricas e nervosas. Fazer emplasto de suas folhas
elimina impurezas da pele. Muitos usam para combater doenças dos pulmões e dos
rins.
Fonte: Pastoral da Saúde - Agenda. Porto Alegre - RS.

Uso litúrgico: Existe uma confusão entre três plantas: a coirama ou folha da costa
(Kalanchoe pinnata), a folha da fortuna (Kalanchoe brasiliensis) e a folha grossa ou
pirarucú (Bryophylum pinnatum). Algumas pessoas nomeiam a todas como folha da
fortuna, ou trocam a folha da costa com a folha da fortuna. Na verdade, a folha da
costa é consagrada a Oxalá e a folha da fortuna a Oxumarè. Há que se prestar atenção
a pequenas diferenças entre as duas, como a aparência "denteada" mais acentuada na
folha da costa, assim como a borda arroxeada de sua folha quando madura. Quanto ao
seu uso medicinal todas as três têm propriedades parecidas. Já quanto ao uso litúrgico,
desconheço a utilidade da folha grossa ou pirarucú.

Folha da Costa

folhacosta
Originally uploaded by Edilene_Mora.
Nome científico: Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers.
Sinonímia popular: Planta do Ar, Coirama, Coirama-Branca, Coirama-Brava, Folha-da-
Costa, Paochecara, Sayao, Saião
A infusão é utilizada para baixar febres e para curar inflamações do trato urinário; o
suco das folhas frescas batidas no liquidificador com água é indicado para gastrites e
úlceras; suas folhas maceradas são utilizadas para picadas de insetos, acelerar o
processo de cicatrização em ferimentos e queimaduras; a folha fresca aquecida serve
para abcessos, furúnculos e dor de cabeça.
(Fonte: http://www.raintree-health.co.uk/cgi-bin/getpage.pl?/plants/coirama.html )

Uso litúrgico: A folha da costa é tida como sendo uma folha consagrada a Oxalá, mas
oferecida a todos os Orixás. Diz-se que é a única folha que se pode utilizar para
qualquer pessoa, sem o risco de kizila com o seu Orixá, ainda que este não seja
conhecido. É utilizada nas obrigações de cabeça, banhos de limpeza e defesa

ABITÓLÁ
Nomes populares: Cambará, camará, camará-de-chumbo, camará-de-espinho;

Nome científico: Lantana camara L. Verbenaceae;

Sinonímia: 1) Lantana undulata Schr.


2)Eupatorium hecatanthus Baker.

Orixás: Exú e Xangô

Elementos: fogo/feminino

Nativa na América Tropical, encontra-se disseminada pelos continentes,


principalmente o africano e o australiano.
Pode ser considerada uma “folha quente” (“gún” = de excitação) e ligada ao elemento
fogo, em banhos é associada às “folhas frias para que haja equilíbrio”.
Os africanos atribuem-lhe os nomes iorubás de èwòn àdèle, èwòn agogo e ègúnwín
(Verger 1995:688), e utilizam-na em “receita para tratar hemorróidas internas” e
“receita para tratar dores no pescoço” (Verger 1995;195,225).
A população serrana do Rio de Janeiro costuma utilizar o chá das folhas do cambará
como sucedâneo do café, e lhe atribuem um ótimo sabor.
Por suas propriedades balsâmicas, suas folhas em infusão têm vasto emprego no
combate às doenças das vias respiratórias, bronquites, tosses rouquidões e resfriados.

ABÉRÉ

Nomes populares: Picão, picão-preto,


pico-pico, fura-capa, piolho-de-padre, cuambu

Nome científico: Bidens pilosa L, Compositae

Orixás: Exú e Oxum

Elementos: Terra/masculino

Planta Muito popular no território nacional, tem sua origem na América tropical e
encontra-se presente na Europa e na África.
As folhas são também atribuídas a Oxum, com larga utilização em "feitiços". Para esta
finalidade são torradas em panelas de ferro, associadas a outros elementos, para a
obtenção do Atin (pó), seguindo o modelo mítico de que este orixá é considerado "a
mãe dos feitiços". In natura suas folhas são também usadas em assentamentos e
trabalhos com Exú.
Utilizado no culto de Ifá pelos Babalaôs, o picão tem os nomes iorubá de elésin máso,
akésin máso, oyà, malánganran, abéré olóko, agamáyàn, agaran mòyàn, àgbède dudu
oko, ajísomobíàlá, sendo empregada tanto em trabalhos benéficos - "proteção contra
a ganância", quanto para malefício - "trabalho para fazer alguém ter pesadelos (Verger
1995:638,495,415).
O picão é uma planta largamente utilizada, sob a forma de chá, na medicina popular,
no combate à hepatite; todavia, seu uso se estende aos casos de febre, males do
fígado, rins e bexiga, beneficiando a função hepática e normalizando a diurese.

Comentário: O Picão preto (Bidens pilosa) é uma planta que, desde 2009, foi
reconhecida oficialmente pelo Ministério da Saúde do Brasil como possuidora de
propriedades fitoterápicas. A erva não tem nenhuma contra-indicação. Ferva o
equivalente a uma colher de sopa de picão em ½ litro d'água e toma de 2 a 3 xícaras
por dia. Os benefícios são magníficos e aparecem em pouco tempo. (Pai Lucas de Odé)

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ÁBÈBÈ ÒSÚN

Nomes populares: Erva-capitão, acariçoba, pára-sol, capitão,


lodagem

Nome científico: Hydrocotyle bonariensis Lam., Umbeliferae

Sinonímia: 1) Hydrocotyle umbellata L. var. bonariensis


2) Hydrocotyle multiflora Ruiz & Pav.

Orixá: Oxum

Elementos: Água/feminino
Planta nativa nas Américas que ocorre, também, na África do Sul, medrando na beira
dos rios, lagos e lugares úmidos.
Esta planta tem "folhas que lembram o formato do leque de Oxum"; é usada como
paramento nas festas, daí a origem de seu nome nagô. Utilizada nos terreiros jêje-
nagôs, em rituais de iniciação, agbô e "banhos de prosperidade". É conhecida,
também, pelo nome nagô akáró, que significa "dá poder aos cantos", ou popularmente
como folha-de-dez-réis.
O decocto das raízes da erva capitão combate as afecções do baço, fígado, intestino,
diarréias, hidropisias, reumatismo e sífilis, bem como a planta toda, em uso externo,
serve para eliminar sardas e outras manchas da pele. As folhas tomadas com leite
funcionam como calmante e tônico cerebral.

Comentário: Essa folha é essencial para a realização da festa do ipeté de Oxum. De


manhã, bem cedo, as mulheres da roça as colhem, levam para o centro do barracão,
onde as lavam entoando cânticos para, posteriormente, servirem a comida ritualística
de Oxum, o ipeté. (Pai Lucas de Odé)
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ÁBÈBÈ KÒ

Nomes populares: Tira-teima, árvore-


da-felicidade-macho, arália-cortina

Nome cinentífico: Polyscias guilfoylei Bailey., Araliaceae

Sinonímia: 1) Nothopanax guilfoylei Merr.


2) Aralia guilfoylei Bull.

Orixá: Ossaim

Elementos: Terra/feminino

Planta originária da Ásia e cultivada em diversos países como ornamental. No Brasil


ocorre em todos os Estados.
Esta planta é conhecida nas casas jêje-nagôs, também pelos nomes ábèbè kosí ou
akosí. É utilizada, com freqüência, nos candomblés de angola ou jêje, em banhos e
sacudimentos; porém nas casas de alaketu ou ketu, é usada na ornamentação de
barracões. Existem variedades com as folhas ovaladas e todas verdes, ovaladas com
bordas brancas e arredondadas com as bordas brancas, sendo esta última a mais
usada na liturgia. Seus nomes nagôs - ábèbè kó (= não é abèbè) e ábèbè kosí (= falso
ábèbè) sãoalusões feitas ao formato de suas folhas, que lembram o ábèbè osum
(Hydrocotyle bonariensis Lam.), reconhecida como o ábèbè verdadeiro de Oxum.
Popularmente, esta planta é utilizada na ornamentação de casas e jardins, não tendo
utilidade medicinal.

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ÀBÀRÁ ÒKÉ

Nomes populares: Bauilha-de-nicurí, baunilha-da-bahia, baunilha-de-fava-grande,


baunilha-silvestre

Nome científico: Vanilla palmarum Lindl., Orchidaceae

Orixá: Ossaim

Elementos: Terra/masculino

Planta epífita da família das orquídeas, originária da Ásia, encontra-se aclimatada no


Brasil. Vegeta em abundância nas regiões norte e nordeste, principalmente em áreas
próximas ao vale do São Francisco.
Esta orquidácea é utilizada nos rituais de iniciação, banhos purificatórios e na
sacralização dos objetos rituais do orixá.
Suas sementes são aromáticas e usadas medicinalmente nos casos de abalo do sitema
nervoso, histerismo, hipocondria, melancolia, convulsão, coqueluche e tosses
rebeldes. A planta toda é considerada afrodisíaca.
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ÀBAMODÁ
Nomes populares: folha-da-fortuna, fortuna, folha-grossa, milagre-de-são-joaquim

Nome científico: Bryophyllum pinnatum (Lam.) Oken., Crassulaceae

Sinonímia: 1) Bryophyllum calcinum Salisb.


2) Kalanchoe pinnata Pers.

Orixás: Ifá, Oxalá e Xangô

Elementos: Água/feminino

Nativa das regiões tropicais asiáticas, foi introduzida há muito na América tropical,
ocorrendo em todo o território nacional.
Em Ilê-Ifé, terra de Ifá, em território yorubá no sudeste africano, nas cerimônias para
Obatalá e Yemowo, após os sacrifícios, as imagens desses Orixás são lavadas com uma
mistura de folhas, sendo uma delas o àbamodá (Verger1981.255), que também é
conhecida pelos nomes yorubás erú òdúndún, kantí-kantí e kóropòn.
(Verger1995.641)
Ábámodá, segundo Dalziel (1948:28), em dialeto yorubá significa "o que você deseja,
você faz"; todavia, quando chamada de
erú òdúndún (escravo de odundun), é considerada como folha subordinada e afim,
que pode eventualmente substituir o òdúndún (Kalanchoe crenata (Andr.) Haw),
segundo a cosmovisão jêje-nagô.
No Brasil, "alguns zeladores de santo consideram que a folha-da-fortuna pertence a
Xangô"; todavia, uma grande maioria faz uso desse vegetal para diversos outros
Orixás, confirmando, desse modo, a tradição africana de que ela pertença aos orixás-
funfun (originais), pois, quando um vegetal é usado para vários Orixás é porque, com
raras exceções, normalmente ele está ligado a Ifá ou Oxalá.
Uma característica dessa planta, é o surgimento de muitos brotos nas bordas das
folhas, fato associado à prosperidade; por isso sua utilização é freqüente nos rituais de
iniciação, àgbo, banhos purificatórios, sacralização dos objetos rituais dos orixás,
"lavagem dos búzios e das vistas e para assentar Exu de mercado".
No campo medicinal, a folha-da-fortuna funciona como refrigerante, diurética e
sedativa. Combate encefalias, nevralgias, dores de dente, coqueluche e afecções das
vias respiratórias. É, ainda, utilizada externamente contra doenças de pele, feridas,
furúnculos, úlceras e dermatoses em geral.
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ABÀFÈ

Nomes populares: pata-de-vaca, unha-de-boi, unha-de-vaca, pata-de-boi, unha-de-


anta, bauínia, bauínia-de-flor-branca, bauínia-de-flor-rosa, insulina vegetal.

Nome científico: 1) Bauhinia forticata Link, Leguminosae


2) Bauhinia candicans Benth
3) Bauhinia perpurea L

Elementos: Terra/faminino

De origem discutível, pois alguns autores afirmam serem nativas da Ásia e da África
Tropical; Todavia, uma grande maioria cita as Bauínias como plantas originárias da
América do Sul. As três espécies citadas ocorrem regularmente em todo o território
nacional.
Embora não seja uma planta muito freqüente na liturgia dos vegetais, a pata-de-vaca é
usada no Àgbo e banhos para os filhos de Obaluaiê (branca) e a de Oiá (púrpura), em
algumas casas de santo.
A Bauhínia perpurea, que possui rosas escuras ou púrpura, segundo alguns usuários,
não são indicadas para combater a glicosúrea; todavia, tem aplicação litúrgica.
Como fitofármaco, tanto a B. forticata (flores brancas e pétalas finas) quanto a B.
candicans (flores brancas de pétalas largas) são amplamente conhecidas não só nos
terreiros, como também pela população geral, pois as duas são morfológicamente
muito semelhantes, sendo usadas para combater a diabetes.
Em outras indicações, sempre sob a forma de chá, ou de decocção, as folhas dessas
leguminosas são usadas internamente contra infecções renais, incontinência urinária e
poliúria, e, externamente, no combate a elefantíase.
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Ewé Ètó- Dracena Bambú


Ewé ètó- Dracena bambú (Dracaena surculosa)

Planta africana muito bonita e extremamente ornamental, conhecida como dracena


bambú e de nome científico Dracaena surculosa. Pertence a mesma família do nosso
perégún (Dracaena fragans), ou seja, é uma Liliaceae. Nas casas de Candomblé é
chamada por ètó. Folha ligada ao Senhor da Justiça, sua utilização nos garante vida
longa e nos afasta das armadilhas de Ikú (a morte). Ètó nos traz saúde e vida próspera.
Guardo sempre uma muda junto comigo. Que o fogo de Sàngó possa arder sempre em
nossos corações, aquecendo nossa vida e nos resguardando do frio de Ikú!

Ètó ó ní kí n’tó l’áyé

Èlà ó ní kí n’là sí ayé

Awáyémákùú kì í tètè kú

Òyèkú ìwòrì wá so mí di arúgbó.

Etó diz que eu devo continuar muito tempo na Terra.

Elá diz que eu devo ficar mais rico na Terra.

Awáyémákùú nunca morre cedo.

Òyèkú ìwòrì, venha e me faça chegar à velhice.

Asé! Asé! Asé


Cipó douradinho (Banisteriopsis caapi)

Chacrona (Psychotria viridis)

Cipó douradinho (Banisteriopsis caapi


Folha da fortuna- A vida sempre se renova..

Ewé Ogbó – Cipó de leite, orelha de macaco


Posted by Gunfaremim on 27 de novembro de 2009

A folha de ogbó (Periploca nigrescens) é uma das mais importantes, dentro das casas
de Candomblé, sendo considerada uma folha de orò (utilizada para todos). Assim como
a folha do Amúnimúyè (Centratherum punctatum- balainho de velho) é utilizado junto
com outras folhas para facilitar o transe, principalmente em casos em que o orixá tem
dificuldade em “tomar a cabeça” do filho.
Conta um itan que quando Oyá espalhou as folhas que Ossanyìn guardava dentro de
sua cabaça, essa foi a primeira folha que Odé (Osossi) pegou pra si. Sendo assim ela
representa um dos seus principais fundamentos. Tradicionalmente o Ogbó está
associado a todos os orixás masculinos (oboró) e a terra (é um ewé igbó), sendo por
excelência atribuída a Ossanyìn. Suas folhas costumam ser empregadas nas casas de
culto aos orixás em trabalhos específicos para a cura de casos de epilepsia, o que vem
sendo estudado no meio científico, onde há relatos da sua ação no mecanismo de
contração muscular. Devido sua importância cantamos sempre para essa folha, fato
que é constatado em seus korin ewé:
Ewé ogbó Iroko Ewé gbogbo orisá Ewé ogbó Iroko Babá Ewé gbogbo orisá
A folha de ogbó que abraça Iroko
Folha de todos os orixás
Folha que se enrosca no Iroko, Pai
Folha de todos os orixás

Ewé ogbó Iroko Ewé ogbó sé ó gbèje Ewé ogbó Iroko Babá Ewé ogbó sé ó gbèje

A folha de ogbó que abraça Iroko


É a folha que ele aceitou (comer)
Folha que se enrosca no Iroko, Pai
É a folha que ele aceitou

Ewé ogbó àsà ki ó kójé Ewé gbogbo orisá Ewé ogbó àsà ki ó jé Babá Ewé gbogbo
orisá
A folha de ogbó conhece a tradição
Folha que é para todos os orixás
A folha de ogbó conhece a tradição, Pai
Folha que é para todos os orixás

Orisa wérewére Ewé ogbó t’a w’ esè Ewé ogbó t’a ewé awo Ewé ogbó t’a w’esè

Lentamente, orixá
Folha com que nós lavamos os pés
Folha ligada ao nosso culto (segredo)
Folha com que nós lavamos os pés
Cola acuminata- Obì (Ioruba), Ví (Fon)/ noz de cola
Kalanchoe brasiliensis- ewé òdúndún/ folha da costa (saião)

Pé de milho

Dentro do Candomblé, embora não seja de origem africana, o milho apresenta uma
posição de destaque. Podemos dizer que uma casa de candomblé não funciona se não
tiver milho no ilé ìdáná (cozinha). Isso não é um exagero quando lembramos que
alguns dos principais adimús (oferendas) são a base de milho. A exemplo, podemos
citar o doburú (pipoca), o ebô (canjica), o axoxô, o eko e o akasá. Acredita em mim
agora?

Pois é, existem dois tipos de àgbàdo: o funfun (branco) e o pupa (vermelho). Com cada
um deles podemos preparar diversas iguarias, que são apreciadas pelos mais
diferentes orixás: Omulú, Ogún, Odé, Ossayin, Ewá, e por aí vai… Ndandalunda, inkicie
ligada ao cultivo das raízes e ao ciclo lunar, cultuada nas casas de ritual Angola e muito
confundida com Osun, também aprecia o àgbàdo.

Com relação ao cabelo de milho, ele costuma ser oferecido para Ode, junto com a
espiga, em trabalhos para obter prosperidade e fartura. Já vi pessoas que o ofereciam
para Oyá, com o mesmo objetivo. Outra forma interessante que eu já tive a
oportunidade de observar é a utilização de bonecos “voodoo”, feitos com a palha e os
cabelos de milho. Nesse caso o intuito era de aproximar duas pessoas. Por fim, com a
palha do milho é feito um cigarro que é muito apreciado por uma entidade
pertencente à Umbanda e o Catimbó, denominada Zé Pelintra. O cabelo de milho
também é utilizado como um fitofármaco que auxilia nas doenças dos rins, tendo
efeito diurético e ajudando a baixar a pressão arterial
Durante a Sasányìn podemos cantar esse korín ewé:

Kórè l’ewa àgbàdo


Lélè kó
Lélè kó
Rà d’o

Colha o milho que é lindo


Retire do chão
Retire do chão
Todos irão comprar de você

Cabelo do milho
Vamos aproveitar o momento e recitar um ofózinho para folha do milho dar sorte? Ofo
é o termo genérico empregado pelos iorubás para designar encantamento. Pode ser
definido como “a palavra falada que se acredita possuidora de força mágica ou capaz
de produzir efeitos mágicos quando recitada ou cantada sobre objetos mágicos ou na
ausência destes.” O ofo pode ser pronunciado em voz alta, sussurrado ou dito de
forma que só você entenda.

ONÍIRE NI T’AGBÀDO.
ÀGBÀDO RÌN HÓHÒ D’ÓKO.
Ó KÓ RE BÒ WÁ LÉ.
KÍNI ÀGBÀDO Á MÚ BÒ? IGBA OMO.
KÍNI ÀGBÀDO Á MÚ BÒ? IGBA ASO.

O milho tem boa sorte


O milho vai nú para o campo.
Ele pega a boa sorte e volta para casa com ela
O que o milho traz para casa? Duzentas crianças.
O que o milho traz para casa? Duzentas roupas

Uma variação:

Kini àgbàdo á mú bó? Igba omo.


Kini àgbàdo á mú bó? Igba asó.
Orí’re ni ti àgbàdo.
Àgbàdo rin hòhò l’óko.
O kó ‘re bó wá ‘lé.
Orí’re ni ti àgbàdo

O que o milho está trazendo de volta? Duzentas crianças.


O que o milho está trazendo de volta? Duzentas roupas.
O milho traz boa sorte.
O milho vai para o campo.
E retorna para casa com boa sorte.
O milho traz boa sorte

Akòko- A folha do Reconhecimento


Newboldia laevis (Akòko, Ahoho, Hunmatin)
O Akòko é uma das minhas folhas preferidas, sendo que costuma ser associada sempre
a prosperidade, tanto de dinheiro (owo) como de filhos (omo). Essa árvore não é uma
espécie nativa do Brasil, sendo introduzida aqui pelos africanos, onde se adaptou
perfeitamente.
Entre os iorubas, é considerada um sinal de prosperidade, pois seus troncos eram
muito empregados nas feiras, locais onde o comércio era intenso. Era comum que,
após serem utilizadas como estacas seus troncos brotassem, gerando novas árvores.
Dentro das casas de Candomblé Ketu costuma estar associada principalmente a Ogun
e Ossayin, embora na verdade costume ser empregada para todos os orixás.
Já no culto Egúngun, o akòko desempenha um papel fundamental na união dos seres
do Ayé (mundo dos vivos) e Orun (mundo dos espíritos). Seu tronco, que geralmente
não é muito ramificado, lembra um grande opó ixé, que ligaria o Céu a Terra. Nesse
caso, sua principal relação se dá com a iyagbá Oyá, Senhora dos Ventos e dos eguns,
que recebe o título de Alakòko, Senhora do Akòko. Constatamos assim dois aspectos
importantes dessa árvore: sua ligação com a ancestralidade e com o elemento ar.

Entre os Jeje, recebe o nome de Ahoho (pelos Mahí) e Hunmatin (pelos Mina). O
ahoho é um huntingomé/jassú (árvore sagrada) consagrado ao vodún Gun (Togbo) que
costuma tê-la como seu principal atín sa. Segundo a tradição Mahí os galhos do Ahoho
devem ser levados junto ao corpo, em viagens longas, ou que ofereçam algum tipo de
risco. Durante a execução de obrigações difíceis também. Essa medida teria como
finalidade atrair a proteção de Togbô, que é um guerreiro terrível e que sempre luta
pelos seus filhos.

Dizem os antigos que esse ewé está ligado ao final do ciclo da iniciação, quando uma
nova etapa na vida do iniciado começará. Por isso é uma folha muito empregada
durante cerimônias de festejo dos sete anos (Odu Ige) de iniciado, principalmente
quando ocorre entrega de oye (cargo). Segundo alguns, nenhum rei é considerado rei
se não tiver levado no seu orí a folha do akòko.

Quem quiser plantar o akóko não precisa de muito espaço, pois o seu tronco não é
muito grosso, porém o seu porte é majestoso, fica bem alta. Suas flores também são
bem bonitas, lembram bastante a de um ipê rosa, pois pertence a mesma família
botânica (Bignoniaceae). Só cuidado, pois eu já vi gente vendendo akosí (Polyscias
guilfoylei) como se fosse akòko. Salve o novo Rei! Árvore forte e imponente, esse é o
akoko. Vamos cantar para ele:

Ewé ófé gbogbo akoko


Ewé ofé gbogbo akoko
Awá li li awá oro
Ewé ofé gbogbo akoko

Akoko,é a folha de todas as pessoas inteligentes


Akoko é a folhas de todas as pessoas inteligentes
Nós temos , nós somos, riquezas e saúde
Akoko é a folha de todas as pessoas inteligentes

Dágunró (Chifre-de-carneiro)

É incrível como muitas folhas, que algumas vezes passam desapercebidas por muitos,
carregam consigo uma força imensa. Um exemplo é o dágunró (Acanthospermum
hispidum), planta invasora muito conhecida pelo nome carrapicho-de-carneiro ou só
carrapicho. Seu nome popular vem do fato das suas sementes lembrarem muito um
chifre de carneiro (àgbò/agutan). Outro nome que recebe é o de chifre-de-veado.
Esses dois nomes nos remetem a dois animais ligados a orixás que costumam apreciar
esse ewé: Sangó e Odé.

O dágunró é uma folha quente, ligada a guerra, a confusão, ao lorogún. Seu nome em
iorubá já diz tudo, significando “para guerra”. Daí algumas vezes ser utilizada para
esquentar Ogún contra alguém.. Entretanto da mesma forma que ela pode trazer o
calor da briga e a ela que podemos recorrer para amenizar a confusão e as cabeças
quentes. Dizem que funciona muito bem com o povo iniciado para Afonjá, que é
confusão na certa e cujo chifre do carneiro (agutan) é um de seus símbolos.
Outra coisa boa é que, como todo bom carrapicho, também pode ser usado para
vários tipos de amarração. Isso é bom, pois quem faz amor não faz guerra. Só precisa
ter cuidado com a hora de apanhar… Na medicina popular suas folhas são ótimas para
tratar pessoas com sérios problemas pulmonares, pois possuem propriedades
broncodilatadoras. Motumbá irmãos!

Obá Ibarú e o quiabo


Diziam os antigos que Ibarú foi um obá (rei) muito destemido e que adorava fazer
emboscadas e conquistar novos reinos. Todos temiam a sua presença, pois o mesmo
possuía um temperamento muito instável e agressivo, e qualquer coisa o deixava
furioso. Diziam até que era louco e que não merecia estar usando a coroa de rei. Em
uma de suas batalhas conquistou a cidade de Sobo, no reino do antigo Dahomé. Ao
chegar vitorioso seu povo gritou alegremente:

- Ibarú de sobo ada,se ké èré,se ké èré de Sobo ada! Barú faz emboscada em Sobô com
seu facão. Faz gritar e é vitorioso!

Ibarú adorava mesmo era um bom


amalá quente e regado com epó pupa (azeite de dendê). Porém, toda vez que lhe era
servido esse prato ficava com um cansaço que lhe deixava com muito sono. Seus
inimigos logo descobriram sua fraqueza e sempre que queriam levar vantagem sobre o
seu reino mandavam que alguém lhe oferecesse um amalá bem bonito e com muito ilá
(quiabo). Dessa forma conseguiam sair vitoriosos nas negociações, uma vez que o rei
quando não estava dormindo também não conseguia raciocinar corretamente.
Um dos seus súditos mais fiéis e que sempre acompanhava Ibarú era Inã (o fogo).
Preocupado com as freqüentes perdas sofridas por seu senhor e amigo resolveu
procurar um oluwo (adivinho) para saber o que fazer, pois temia que o rei fosse a
ruína. Chegando a casa do oluwo o mesmo informou que o motivo de tantas perdas
era que Ibarú havia quebrado um de seus interditos (èèwò). Ele deveria deixar de
comer ilá (quiabo), pois do contrário só sofreria perdas consecutivas.
Inã foi correndo contar a seu senhor o que o oluwo havia lhe dito. Após ouvir seu
inseparável amigo atentamente Ibarú logo protestou:
-Mas Inã como posso deixar de comer o meu prato predileto, amalá bom é com ilá!
Inã que já conhecia o seu senhor sabia que ele iria contestar a ordem do oluwo, e já
tinha se informado qual a melhor forma de substituir o ilá do seu amalá.
Pediu que Oyá, a maior quituteira do palácio, preparasse dois amalás diferentes
substituindo o ilá pelas folhas de gburé e de óyó. Assim Oyá fez. Refogou as folhas com
bastante alobaça (cebola), camarão e epo pupa. Despejou sobre a gamela forrada com
ebá (pirão de farinha de mandioca) e foi correndo servir ao rei, que só gostava de
comida bem quente.

Quando viu Oyá chegando com duas gamelas Ibaru ficou curioso em saber qual era o
prato que Oyá havia lhe trazido. No começo achou estranho, pois nunca havia comido
tal iguaria. Porém logo que provou o primeiro amalá, feito de gburé , lambeu os beiços
e adorou a novidade. Como era muito guloso logo foi experimentar o segundo amalá,
com as folhas de oyó. Comeu tudo. Após se fartar com as iguarias se sentiu cheio de
energia, nem sinal do cansaço de outrora. Sua mente estava a mil. Dizem que desde
esse dia Ibarú nunca mais comeu ilá e seu reino voltou a prosperar como nunca.
Segundo alguns, o rei deixou até de ser chamado de louco, pois nunca mais perdeu a
sua lucidez. Seu reinado durou longos anos, até que, cansado do trono, Ibarú abriu um
grande buraco na terra e nunca mais foi visto por ninguém.

Ewé Awedé / Ewé Alase

A Mãe lava seus ouros antes de seus filhos banhar


Se Osún você quer agradar Awedé você deve utilizar
Senhora das Águas, Mãe do Amor
Ewé Alase os dois vai juntar
Se souber como fazer a amarração vai funcionar
Awedé atrai prosperidade
Awedé irá acalmar
Aquele que for bom entendedor esse sortilégio irá guardar…
Korin ewé:

Awede ó ti móòkè kún

Awede ó ti móòkè kún

A erva usada na consagração

Foi completamente bem sucedida

SAUDANDO AS DIFERENÇAS

No Candomblé existe uma estreita relação entre a Natureza e todos os ritos a serem
seguidos. Cada elemento está devidamente representado, uma cantiga muito
interessante é a seguinte:

Agbè lo laró Ki raun aro

Alukò lo lósùn Ki raun osùn

Lékeléke ki lo léfun Ki raun efun

Emi ni yio léke òta mi o

Agbé tem penas azuis, Que nunca lhe falte o azul

Alukò possui penas vermelhas, Que nunca lhe falte o vermelho

Lékeléke tem as penas brancas, Que nunca lhe falte o branco


Que eu fique acima de meus inimigos
Outra versão:

Agbe ló l’aro, ni rárà o kò l’aro…

Àlùkò ló l’ósùn, ni rárà o kò l’ósùn…

Leke-leke ló l’efun, ni rárà o kò l’efun…

Emi ni yio léke òta mi o

Agbè que colhe azul (wají) dificilmente ficará sem azul (wají)

Àlùkò que colhe osun dificilmente ficará sem osun

Leke-leke que colhe efum dificilmente ficará sem efum

Que eu fique acima de meus inimigos


Essa cantiga (que era uma das preferidas de Mãe Senhora) costuma ser
associada à Osun, orixá que por excelência rege a maternidade e o nascimento. Osun
foi a primeira a realizar a iniciação de um iyawo, pintando seu corpo com diversos
elementos retirados da natureza: Osùn (de cor vermelha), wàji (de cor azul) e efun (de
cor branca). Cada cor é revestida de um simbolismo, que revela o que se deseja para o
novo iniciado: o vermelho indica boas notícias, o azul a bondade e o branco a paz.

As pinturas no corpo do iyawo revelam ainda aspectos muito importantes do


ritual de Ìbèrè (Iniciação). As marcas coloridas no orí do iniciado servem como medida
de proteção contra as Iyami Ajé (Mães Feiticeiras), evitando que o pássaro eleye pouse
sobre a cabeça do neo-iniciado. Eleye é a ave responsável por espalhar os sortilégios
invocados pelas Ajé, caso ele consiga pousar no orí da Iyawo isso representaria um
risco muito forte para a mesma.

Os desenhos também revelam que a partir daquele momento aquele iniciado


faz parte daquele Egbé (comunidade), estando submetido às regras e tabus instituídos
para todos. Através dessas pinturas podemos identificar a qual Nação pertence o novo
iniciado: Ketu, Jeje, Angola, por exemplo.
A cantiga que iniciamos o nosso texto pode ser entendida de diversas formas:
ela nos diz que Olorun criou cada um diferente do outro azul, vermelho ou branco. Não
devemos ter inveja de nossos irmãos, pois se agbé tem penas azuis, que nunca lhe
faltem penas azuis. Se Àlùkò possui penas vermelhas que elas nunca sejam perdidas.
Que Leke-leke possa sempre ostentar as suas penas brancas. Cada iniciado dentro do
Egbé possui características e virtudes que são suas. Não devemos querer parecer com
quem não somos, pois somos únicos.
Ainda, poderíamos substituir as cores por suas atribuições: Agbé terá sempre o
azul (a bondade), pois sempre procurou por ela. Dessa forma fica entendido que
devemos sempre alimentar boas notícias, bondade e a paz, para que elas estejam
sempre presentes em nossas vidas. Se seguirmos o exemplo de Agbé, Àlùkò e Leke-leke
ficaremos sempre acima de nossos inimigos, evitando que esses possam nos fazer
qualquer tipo de mal. Asé!!!

Barba de velho – Ewé Irùngbòn (Tillandsia usneoides)


Conhecida por todos como barba de velho (Tillandsia usneoides) , devido a sua
aparência peculiar, esta espécie de bromélia costuma ser observada crescendo em
cima de árvores e fios de eletricidade. Embora muitos pensem que é um tipo de
parasita, trata-se na verdade de uma planta epífeta, ou seja, utiliza outras plantas
apenas para sua sustentação. Devido a isso, dentro das casas de Candomblé, costuma
ser classificada como um ewé àfòmón (parasita), pertencendo ao orixá
Omolú/Obaluaye. É bastante utilizada para defumadores e alguns tipos de
sacudimentos para filhos desse orixá, que é chamado carinhosamente por muitos
como o “O Velho”.
Outros nomes que recebe são barba-espanhola, camambaia, samambaia, barba-de-
pau e barba-de-macaco. Pode alcançar até 6 metros de comprimento, se alimentando
apenas da umidade do ar e de alguns nutrientes carregados pelo vento. É interessante
que quando passa por longos períodos de seca entra em dormência, voltando a se
desenvolver apenas quando as chuvas retornam.
Já foi muito empregado para empacotar frutas, para fazer assentos de carros, colchões
e mobília. Na década de 1939 mais de 10 mil toneladas de barba de velho foram
utilizados na Flórida e na Louisiana, fazendo com que fosse praticamente erradicado
de algumas de suas regiões nativas.
Seus principais constituintes químicos são: compostos fenólicos, flavonóides,
esteróides triterpênicos, cumarina, ácido resinoso aromático e resina mole preto-
esverdeada. No campo fitoterapêutico é utilizado como adstringente, anti-
hemorroidal, anti-reumático, combate de hérnias, dor e inflamação do reto e ulcera
varicosa.
Motumbá aos meus mais velhos e aos meus mais novos,
Recebi recentemente de uma irmã uma mensagem que acho muito importante e
estou ajudando a divulgar. Em 2010 será realizado novo censo pelo IBGE, onde serão
coletadas informações referentes a variados aspectos da nossa população. Um desses
aspectos é qual o percentual ocupado pelos diferentes grupos religiosos, no total de
todas as principais práticas religiosas existentes no Brasil.
Segundo o último censo, apenas 0,3% de toda a população se declarou praticante e
pertencente a alguma religião de matriz africana (umbanda, candomblé, omoloko,
etc). Esse valor é absurdo, não refletindo a realidade de nosso povo. A principal
explicação para essa situação é o medo, que muitos ainda têm, de serem
discriminados. De assumirem que praticam uma religião que antecede o próprio
Cristianismo, e que possui uma história de muita luta e resistência.
Para tentar mudar esse triste quadro estatístico, e que nada condiz com a verdade foi
lançada no dia 20 de Novembro de 2009, pelo CEN (Coletivo de Entidades Negras) e
com o apoio de diversas organizações sociais a campanha: “Quem é de Axé diz que é”.
O objetivo é que as pessoas comecem a se conscientizar da importância de assumir a
sua verdadeira identidade religiosa, se assumir enquanto praticantes de religiões de
matriz africana. Vamos mostrar quantos somos realmente…
Vale ressaltar que esse passo é fundamental para que possamos vencer essa luta
contra o preconceito. Políticas públicas que assegurem os nossos direitos só podem
acontecer uma vez que mostremos que realmente existimos. Infelizmente, enquanto
formos invisíveis estatisticamente ficará muito difícil lutar contra grupos, já muito bem
articulados, e que têm a pratica da intolerância religiosa como uma constante.
Por fim, vamos começar a nos orgulhar da nossa religião, que é muito rica em filosofia
de vida e, ao contrário do que muita gente pensa, nos impõem uma série de valores
morais e éticos. Não tenha vergonha de trocar de benção com o irmão quando está
fora da casa de culto. Use o seu asó funfun (roupa branca) quando for necessário, se
orgulhe do fio de contas do seu orisá. Nossos ancestrais lutaram muito, da mesma
forma devemos continuar lutando. Nossas raízes são fortes, enquanto estivermos
ligados as mesmas, nossos galhos sempre darão frutos saborosos. Motumbá asé,

OBS: A coleta está fixada para começar em 1º de agosto de 2010 e o início da


divulgação dos resultados em dezembro do mesmo ano. As principais informações
sobre o andamento da pesquisa serão divulgadas no site do IBGE:
http://www.censo2010.ibge.gov.br/.
CEN Brasil.
Acesse: http://www.cenbrasil.org.br

Owérenjèjé, Ewé Jejé, Ewé Àse, Mísínmisìn (Abrus precatorius)

Jequiriti, olho-de-pombo, tento-miúdo, olho de saci, olho- de-exú.

Trepadeira nativa da Mata Atlântica e de Florestas do Caribe, essa folha possui imenso
prestígio entre os adeptos do Candomblé, pois é uma das principais folhas de Esú e
Osaiyn. Algumas pessoas costumam brincar que enquanto Ogún se veste com o
mariwo, Ossaiyn se veste com o owérenjèjé. Outro nome que recebe é Ewé Àse (folha
do poder), denotando assim sua grande força e motivo pelo qual merece destaque.
Embora seja considerada a primeira folha do orò, durante o ritual da Asà Òsányìn é a
folha que deixamos para cantar por último, momento em que, logo após, se canta para
Esú Odara. O tento miúdo guarda muitos mistérios consigo pois, ao mesmo tempo que
permite que o Esú individual (Bara) dê caminhos aos homens também pode trazer
muita confusão e discórdia, quando empregada de forma incorreta.

É muito usado dentro da Santeria na forma de Omí eró, os negros cabinda a chamam
pelo nome de Nfingu e utilizam suas folhas para acalmar a tosse, maceradas com vinho
de palma ou simplesmente mastigando-as. Entretanto, o jequiriti é extremamente
tóxico, uma vez que de suas sementes é extraída uma grande quantidade de proteínas
venenosas, entre elas a abrina, que possui ação parecida com o veneno da víbora. Por
isso está incluída entre as plantas mais venenosas do mundo. Suas propriedades
toxicológicas e fisiológicas são capazes de aglutinar hemácias impedindo assim a
circulação do sangue, sendo altamente letais em pequenas quantidades. Essa planta
ficou muito conhecida no filme “A Lagoa Azul”, pois teria sido a “planta proibida” que
após ser ingerida pelo casal de amantes levou os mesmos a morte.

Na fitoterapia, suas folhas costumam ser aplicadas em solução sobre a pele, em caso
de eczemas cutâneos e para tratar conjuntivite (1 mL de líquido da semente em 100
mL de água). As sementes servem como contraceptivo oral, misturadas com outros
ingredientes. É importante observar que a ingestão de suas sementes cruas pode
causar dor abdominal, náusea, vômito, diarréia, calafrios, vertigem, desmaios e
sangramento retal. Alguns estudos revelaram que a abrina quando aplicada na forma
de injeção subcutânea pode causar convulsão e morte devido à paralisia cardíaca. Por
isso devemos ter muito cuidado com a utilização desse poderoso ewe, que é
extremamente quente (gún).

Owérenjèjé Owérenjèjé

Ewé pákún obarìsà

Ìbà ni bàbá

Ìbà ní yèyé

Ìbà ‘ba mi s’omo

S’omo mà ‘rò

A fi ipa nla d’àsé

K’orò ko ba

Ògún Akóro Oba Aláyé

Òdé Àrólé Oba Aláyé

Òsun Èwùjí Ìyá Aláyé

Yemojá Àòyó Ìyá Aláyé

Oba Alado Oba Aláyé

Bàbá Àjàlé Oba Aláyé

Òrìsà gbogbo Oba Aláyé

Owérenjèjé Owérenjèjé

Folha poderosa do orixá

A benção é do pai

A benção é da mãe
A benção, pai que acolhe o filho

Que os filhos façam devidamente o ritual

Aquele que usa grande força para ordenar

Que o ritual não falhe

Saudamos Ogum, Rei do Mundo

Saudamos Oxossi, Rei do Mundo

Saudamos Oxum, a Mãe do Mundo

Saudamos Iemanjá, a Mãe do Mundo

Saudamos Xangô, Rei do Mundo

Saudamos Oxalá, Rei do Mundo

Saudamos todos os orixás, Reis do Mundo

Ewêronjejê, ewêronjejê

Maladiorixá Baracobatalá

Igbare babá igbá ô

Igbá Yeyê igbá ô

Iyá moro abewá gbogbo orisá

Tum tum tum ô tum Tum

Menem indá ke ninjô ki feromá

Da ki ninjô labo ejé

Omon ikú ô lesse babá

Ewe si ewápegi, Ewe si ewápegi

Orolufan Ganjú laê

Ewe si ewapegi
Oni sebewá, Oni sebewá

Babá Igbô Oni sebewá

RAÍZES: Você conhece a sua?

Pensar em Candomblé é pensar em Tradição. Dentro dessa filosofia o processo de


existencia individual está intimamente ligado a uma existencia coletiva. Não adianta
saber apenas quem se é, mas quem veio antes de voce, a sua ancestralidade. Quando
conhecemos nossas raízes nos tornamos mais fortes, seguros de quem somos.

O processo de iniciação desperta em nós uma consciencia adormecida, uma memória


ancestral que deve ser constantemente exaltada, jamais esquecida. Por exemplo, é
comum durante a cerimônia pública do nome (orukó iyawo) que a pessoa escolhida
como padrinho (ou madrinha) de orukó se apresente informando a todos os presentes
quem foi o seu iniciador, seus avós e a casa matriz do seu axé. Todos devem possuir
uma origem…

Antigamente existiam poucas casas de Candomblé, e as relações que mantinham os


grupos coesos se davam de forma mais rígida, saber o que acontecia na casa matriz do
seu axé era quase que uma obrigação. Nos tempos atuais, com o aumento exagerado
do número de casas de culto, os laços que mantinham as comunidades unidas foram
se afroxando, gerando muitas vezes a perda dessa identidade ancestral coletiva.
Muitos iniciados hoje em dia quando questionados sobre a origem de sua casa
emudecem, sem poderem responder tal indagação.
Essa postagem tem como principal finalidade, deixar registrado a importância de se
conhecer aqueles que deixaram o seu nome marcado na história dessa religião tão rica
e poderosa chamada por nós de Candomblé. Lembremo-nos sempre das sábias
palavras de Mestre Ataliba, um galho s em um tronco forte e sem raízes profundas não
consegue se manter em pé e nunca dará frutos saudáveis. Preservar a memória é
fundamental se queremos manter a nossa religião viva.

Jonatas Gunfaremí

”Por mais que os galhos cresçam, o tronco sempre será maior, e quem sustenta o
tronco é a raiz”.

Mestre Ataliba
OBS: As informações aqui contidas são fruto de pesquisa do autor em diversos meios
de mídia: livros, revistas, jornais e sites de internet. Algumas podem gerar
discordâncias, uma vez que as fontes são variadas e nem sempre há um concenso a
cerca das mesmas. Procurarei postar aqui as principais casas de matriz africana.
Iniciarei com a Casa Branca do Engenho Velho, pela mesma ser minha casa matriz. Sua
origem é polêmica, existindo diversas versões para explicar quem foram os seus (suas)
fundadores (as). Em seguida cito o Terreiro do Bogun e o Sejá Hundé, tradicionais
casas de culto Jeje Mahí, que teriam em comum sua fundadora. Segundo relatos
Ludovina de Ogun (Gún) teria sido a responsável pela fundação de ambas. Em breve
postarei outras casas como o Bate Folha, o Alaketú, a Casa de Osumre e as casas filhas
do Engenho Velho.

Ewé Ogbó – Cipó de leite, orelha de macaco

A folha de ogbó (Periploca nigrescens) é uma das mais importantes, dentro das casas
de Candomblé, sendo considerada uma folha de orò (utilizada para todos). Assim como
a folha do Amúnimúyè (Centratherum punctatum- balainho de velho) é utilizado junto
com outras folhas para facilitar o transe, principalmente em casos em que o orixá tem
dificuldade em “tomar a cabeça” do filho.
Conta um itan que quando Oyá espalhou as folhas que Ossanyìn guardava dentro de
sua cabaça, essa foi a primeira folha que Odé (Osossi) pegou pra si. Sendo assim ela
representa um dos seus principais fundamentos. Tradicionalmente o Ogbó está
associado a todos os orixás masculinos (oboró) e a terra (é um ewé igbó), sendo por
excelência atribuída a Ossanyìn. Suas folhas costumam ser empregadas nas casas de
culto aos orixás em trabalhos específicos para a cura de casos de epilepsia, o que vem
sendo estudado no meio científico, onde há relatos da sua ação no mecanismo de
contração muscular. Devido sua importância cantamos sempre para essa folha, fato
que é constatado em seus korin ewé:

Ewé ogbó Iroko Ewé gbogbo orisá Ewé ogbó Iroko Babá Ewé gbogbo orisá
A folha de ogbó que abraça Iroko
Folha de todos os orixás
Folha que se enrosca no Iroko, Pai
Folha de todos os orixás

Ewé ogbó Iroko Ewé ogbó sé ó gbèje Ewé ogbó Iroko Babá Ewé ogbó sé ó gbèje

A folha de ogbó que abraça Iroko


É a folha que ele aceitou (comer)
Folha que se enrosca no Iroko, Pai
É a folha que ele aceitou

Ewé ogbó àsà ki ó kójé Ewé gbogbo orisá Ewé ogbó àsà ki ó jé Babá Ewé gbogbo
orisá
A folha de ogbó conhece a tradição
Folha que é para todos os orixás
A folha de ogbó conhece a tradição, Pai
Folha que é para todos os orixás

Orisa wérewére Ewé ogbó t’a w’ esè Ewé ogbó t’a ewé awo Ewé ogbó t’a w’esè

Lentamente, orixá
Folha com que nós lavamos os pés
Folha ligada ao nosso culto (segredo)
Folha com que nós lavamos os pés

Korin Ojú ewé

Cantemos pro Ojúoró (Pistia stratiotes- erva de santa luzia), para que ele permita que
nossos olhos estejam sempre muito abertos, e que assim possamos nos defender dos
nossos inimigos e ajudar os que nos amam. Asé!!!

Àwa d’àgo lòjú ewé,


Àwa d’àgo lòjú e mò oògún,
Àwa d’àgo lòjú ewé
Àwa d’àgo lòjú e mò oògún.

“Nós te pedimos licença para nosssos olhos, folha


Pedimos licença para nossos olhos verem vosso conhecimento da medicina
Nós te pedimos licença folha, para nossos olhos verem a sua magia.”

Korin Ewe Omí Iyagbá


Canta-se para Osun, mas serve para outras Iyagbás também.

Omi Imalé n’ile (ní ewe) awo


Omi Imalé aseke b’ewe
Omi Imalé n’ile (ní ewe) awo
Omi Imalé aseke omo

Oju odo aseke oju orò


Osibata oro oloke omi
Omi imalé aseke omo

Tradução:

“A mãe dos espíritos das águas tem folhas para o culto,


A mãe dos espíritos das águas preparou uma grossa sopa de folhas
A mãe dos espíritos das águas tem folhas para o culto,
A mãe dos espíritos das águas preparou uma grossa sopa para os seus filhos
Dentro d‘água preparou a sopa com ojú odo (aguapé), ojú oro (alface-d’água) e
osibatá (flor-de-lótus),
Senhora das águas altas (cachoeiras),
Senhora das águas da vida preparou uma grossa sopa de folhas para os seus filhos”

Os irmãos Karê e o obí


Iyemonjá foi mãe de diversos orixás, possuindo seios fartos e cheios de leite, o
que lhe concedeu o título de “Mãe dos Seios Chorosos”. Como era extremamente
maternal teve diversos filhos adotivos, a exemplo de Omulú (filho de Nanan) e Logun
Edé (filho de Iyá Ipondá).

Quando o jovem Logun voltou a morar com sua mãe verdadeira, Iyemonjá ficou
muito triste, e foi procurar Orunmilá, o adivinho, pois queria um filho igual ao pequeno
encantado. Orunmilá irformou que ela deveria pegar um obi, passar pelo seu ventre e
então atirar nas águas. Assim ela o fez, porém quando arremessou o obi este atingiu
uma pedra e se partiu em dois. Uma parte caiu no rio e outra foi parar no mato.

Nove meses depois Iyemonjá deu à luz um casal de gêmeos que foram
chamados Odé Karê e Osun Karê. Como eram muito parecidos, sua mãe muitas vezes
se confundia na hora de vesti-los, de forma que Odé usava as roupas com as cores de
Osun e vice-versa. Osun Karê sempre trazia consigo um ofá (arco de caça), pois
adorava caçar. Quando ela chegava aos lugares todos logo cantavam felizes:

“Òsun dé Káre Korin Ijesá

Òsun dé! Káre! Òsun dé! Káre!”

Oxum Karê chegou e trouxe música para o povo Ijexá! Oxum chegou! É Karê!

Odé Káre era conhecido não só por sua beleza, mas principalmente pelo seu
gênio esquentado, freqüentemente era visto dentro do rio, pescando. Quando o viam
pescando todos os outros pescadores se aproximavam, pois ele sempre escolhia os
locais com maior abundância de peixes. Por isso entoavam a cantiga:

“Bí ode, Ode Káre rere,

Káre rere Ode!”

“Se és o caçador, caçador nos traga boa sorte!”

O Intercâmbio de Folhas na diáspora


É um tema que merece a reflexão de todos nós que pertencemos às religiões afro-
brasileiras (negro brasileira ou de matriz africana). A utilização de espécies vegetais
por essas comunidades é vital, e ocorre desde os seus primórdios. Em África, eram
utilizadas uma grande variedade de plantas, que tinham funções bem específicas no
culto as diferentes divindades. Algumas dessas espécies só eram encontradas nesse
continente, sendo muitas endêmicas, ou seja, só cresciam em determinadas cidades
ou regiões.

Com a chegada de povos provenientes de outros continentes, entre eles os


portugueses, começa-se a observar a introdução de novas espécies no território
africano. Dessa forma essas novas espécies, até então desconhecidas, vão se
incorporando ao cotidiano desses povos a ponto de serem utilizadas nos rituais aos
orixás, inkicies e voduns.

A partir do inicio do período escravocrata, diversas etnias africanas são levadas ao


resto do mundo na condição de escravos. Uma dessas rotas teve como destino o
Brasil. Pois bem, ao chegarem a terras tupiniquins os africanos se deparam com um
mundo novo, uma fauna e flora bem diferente daquela a que estavam habituados. Na
sua nova condição tiveram que se adaptarem as condições que lhe foram impostas.
Dessa maneira o Candomblé vai sendo moldado, novas folhas vão sendo incorporadas
à ritualística.
Podemos exemplificar o culto a Opaoká, divindade ligada aos orixás Odé e Inlé, e as
Iyami Eleye. Em terras africanas o seu culto se fazia através do mogno africano

(Khaya grandifoliola) sendo substituído


pela jaqueira (Artocarpus heterophyllus) em terras brasileiras. É interessante observar
que a jaqueira por sua vez foi introduzida no Brasil pelos colonizadores, sendo
originária da Ásia. Da mesma forma temos a gameleira (Fícus doliaria) que aqui
substituiu o verdadeiro Ìrókò africano (Chlorophora excelsa). Em algumas casas temos
a arvore Òró (mangueira- Mangifera indica), servindo também como morada para
Ìrókò. A mangueira, assim como a Jaqueira, foi introduzida no país pelos portugueses,
se tratando na verdade de uma árvore asiática e tida como sagrada entre os indianos,
que a chamavam pelo nome sânscrito de “amra” (aquele que serve as criaturas).

Para o africano, cultivar a memória de seus ancestrais foi vital. A ancestralidade


permitiu a manutenção da sua identidade enquanto povo diante da diáspora. O saber
ancestral que cultivamos hoje nas diferentes casas de Candomblé é fruto da
formidável capacidade de assimilação e recriação do saber de diversas etnias que aqui
se encontraram. A partir desse olhar podemos dizer que houve uma hibridização
desses conhecimentos, o que fez com que fosse possível a sincretização das diferentes
divindades. Assim o culto de Sogbò é confundido com o de Sango, Oyá e Onira, Osún e
Dandalunda, etc. Observamos muitas vezes uma tentativa de uniformização no culto
dos mesmos, que passam a receber oferendas e folhas semelhantes.

É interessante ressaltar que essas trocas já aconteciam em território africano, porém


foram catalisadas quando em nosso país. Para tornar ainda mais complexa essa
história devemos nos lembrar dos povos que habitavam o Novo Mundo, os índios.
Esses povos também possuíam um amplo conhecimento a cerca das diferentes
espécies vegetais brasileiras. Com a aproximação entre africanos e indígenas, a
exemplo das comunidades Quilombos, houve uma forte troca de conhecimentos. Esses
conhecimentos foram incorporados no Candomblé, principalmente os que cultuam os
encantados conhecidos como Caboclos.

Basta observarmos algumas similaridades entre Ossayin, orixá das folhas, e os


Caboclos (entidades das matas). Um elemento muito utilizado no culto das duas
divindades é a folha do tabaco (Nicotiana tabacum). Entre os Krahô de Tocantins, é
comum durante o ritual de cura, se fumar através de um cachimbo as folhas do tabaco
e da maconha (Cannabis sativa). Canabis esta que é originária da Ásia e que é
conhecida nos candomblés Ketú como Ewé Igbó, sendo atribuída a Esú. Um caso
interessante é o do àgbàdó (ioruba) ou milho (Zea mays), embora já fosse utilizado
antes do conhecimento oficial das américas tem como origem esse continente. Para os
Incas, Maias e Astecas tinha um cunho religioso fortíssimo. Os Maias possuíam um
Deus do milho, de nome Yuin Kax, que trazia em sua cabeça o número 8. Essa
divindade era tida como Deus dos bosques, regendo a prosperidade e abundância,
estando também relacionada à morte. Ora, o milho é a comida predileta de Oxossi,
Deus da caça, aquele que habita as matas, quem traz a prosperidade para a cidade.
Oxossi também tem estreita relação com a morte, sendo saudado de forma especial
durante o asese (ritual fúnebre). É com o milho que se prepara o doburu (pipoca)
servido ao vodun Sakpatá, intimamente ligado a Ikú (a morte). Nossos índios guaranis
também associavam o milho à figura do caçador, à chegada da prosperidade e
também a transformação advinda da morte. Para eles o milho era um presente de
Nhandeyara (o grande espírito), sendo chamado de Avaty (que foi um caçador). Trata-
se de uma egrégora, ou seja esse conhecimento ancestral de certa forma acabou
convergindo, se entrelaçando entre os diferentes povos.

Com base no que foi dito fica a pergunta: Será que realmente podemos afirmar que
determinados orixás, voduns ou inkicies não podem mais ser “feitos” porque não
existem folhas aqui no Brasil para os mesmos? Da mesma forma fica no ar o
questionamento do irmão Jorge: Será assim que o waji será substituído pelo anil , o
efun pela tabatinga , o osun pelo urucum, o ekodidé pela pena de arara , a palha da
costa (iko) pelas fibras da bananeira e a pasta de orí pelo babaçu ou da carnaúba?
Tentar responder essas perguntas não me parece tarefa muito fácil, principalmente
porque nenhuma religião se mantém estática, as mudanças ocorrem. O Candomblé
não é diferente, adaptações são feitas a todo o momento. Talvez a maior dificuldade
seja se adaptar sem perder a essência, preservando ao máximo as tradições que
herdamos de nossos ancestrais.

Por fim fica o pensamento de Mestre Ataliba da Mangueira: ”Por mais que os galhos
cresçam, o tronco sempre será maior, e quem sustenta o tronco é a raiz”.

“Minha alma transpira o verde, meu espírito pertence à terra. Cada árvore guarda a
memória de infinitos ancestrais, que penetraram por suas raízes e se fazem presentes
através de suas folhas, seus frutos, suas sementes… Preservando o verde eu mantenho
viva a minha memória ancestral, minha descendência Divina…”

A CABAÇA DO SEGREDO
O nome cabaça é utilizado para designar pelo menos duas espécies distintas. Existem
dois tipos de cabaça, um que nasce em árvores, também chamado cuité (Crescentia
cujete), e uma outra com o hábito de trepadeira (Lagenaria vulgaris). Os índios tupis já
a utilizavam, denominando a mesma de Ku ‘ ya, nome que foi incorporado por nós
como cuia

A cabaça redonda (Crescentia cujete) é chamada nas casas de Candomblé por igbá,
nome que faz alusão a sua forma. Durante muito tempo seus frutos foram utilizados
como principal assentamento dos orixás, sendo substituído atualmente por tigelas de
materiais diversos como porcelana e vidro. Entretanto, algumas casas ainda preservam
essa tradição.

No culto de Ifá é usada como morada de Odú, esposa de Orunmilá, recebendo o nome
de Igbàdú. É nessa cabaça que céu e terra se unem, constituindo toda a existência e o
equilíbrio entre a representação masculina e feminina, o frio e o quente. Esse fato liga
o seu uso aos cultos de Obatalá, Oduduwá e Orunmilá.

A cabaça representa o Segredo (Awo), fato que é atestado durante uma cerimônia
conhecida por “Ideká”, ou mais popularmente, como “Entrega de Cuia”. O termo ideká
significa “transmissão de segredo”, fazendo parte do fechamento do ciclo de iniciação.
Durante essa cerimônia, que só pode ser realizada após sete (7) anos de feitura, o
iniciado ascende ao grau de Egbomí (irmão mais velho), podendo participar
ativamente de uma série de cerimônias e atividades que antes lhe eram vetados. É
nesse momento também que o mesmo pode receber (ou não) um Oye (cargo), que
pode ser de Iya(Babá)lorisá ou outro qualquer (Iya Kekere, Iyábasé, Runsó (Jeje)). É
interessante ressaltar que, passar pelo Ideká é um direito de todo aquele que possua
sete (7) anos de iniciado e esteja com as obrigações em dia. Entretanto, em casas
tradicionais, o recebimento de Oye (cargo) não é para todos, e vai depender do odú
individual. Ou seja, nem todos os iniciados nascem para ocupar cargos, nem tão pouco
para abrirem ilês.

É a cabaça também que ocupará lugar de destaque, durante o ritual do Asèsè,


representando a cabeça do falecido.. Local onde todos depositarão moedas.. Durante
o Ìpàdé, ritual de homenagem a Esú e todos os ancestrais masculinos e femininos (Iyá
Mí), novamente lá estará a cabaça recendo diversas oferendas.
As folhas de Lagenaria vulgaris, extremamente amargas, são utilizadas para apressar o
parto, porém seu uso freqüente e em grande quantidade pode causar hemorragias
sérias. A espécie Crescentia cujete também possui capacidade de induzir a contração
uterina, sendo considerada abortiva. Isso faz com que sejam consideradas folhas
quentes (ewe gún). A cabaça é também utilizada na confecção de berimbaus e outros
instrumentos musicais.

A cabaceira é considerada um dos atin (atinsá) do vodun Legba, sendo o mesmo


assentado aos seus pés. A principal ferramenta de Esú é o ógó, que representa o
próprio pênis de Senhor dos Caminhos Que Se Encontram. Nesse caso o ógó é
enfeitado com duas cabaças, que representam os seus testículos, reiterando a sua
função de procriador do mundo.

O seu fruto também está intimamente ligado a Esú e Ossayin. É no seu interior que
esses orixás carregam seus ofós, preparados mágicos. Nesse caso costuma receber o
nome de adò. São esses orixás os responsáveis pelo transporte do erù iyawo (carrego
do iyawo), momento que cantamos ao final da Sassayin:

Órùn a f’Èsù

Òdàrà kó ba l’ayo

Órùn a f’Èsù

Ase lè be kó ba l’O

O que entregamos a Esù Odara

Que ele leve com alegria

O que entregamos a Esù

Força poderosa, suplicamos que ele leve

E também após o orukó iyawo (cerimônia do nome):

Erù pin (Orò pin)

Erù dà
Dá nise

Bó re adá

O carrego (rito final)

Você carrega silenciosamente

Sozinha e cansada

Libertando-se dele

Ewe o! Laroye!

Por Jonatas Gunfaremí

Aqui estão alguns nomes de folhas em Iorubá com tradução para o portugues.
Amú - sete sangrias
Atori Guiabá - goiabeira
Ataparí Óbuko - anis
Aferê - mutamba
Alapá - folha de capitão
Awô Pupa - cipó-chumbo
Arusò - alfazema
Asikuta/Efim - malva branca
Ata - pimenta malagueta
Ataare - pimenta da costa
Atopá Kun - arruda
Atórinà - sabugueiro
Awurèpèpè - agrião do Pará/pimenta d'água
Utilizamos nos rituais de iniciação os vegetais classificados como ÈRÒ. Eles tem a
função de abrandar o transe, apaziguar o orixá ou acalmar o iniciado. Servem também
para facilitar a possessão e excitar o orixá.
Eis as folhas sagradas:
Abafé - pata de vaca
Abamodá - folha de fortuna
Abará okê - baunilha de Nicuri
Abebé Kó - tira teima
Abebé Osun - erva capitão
Aberé - picão preto/picão da praia
Àbitolá - cambará
Àfomon - erva de passarinho
Àgbá - romanzeiro
Àpaoká - jaqueira
Àgbadò - milho
Àgbaò - imbaúba
Àgbeyè - melão d'água
Àgbon - coqueiro
Àgogo - figueira do inferno
Àjobi Oilé - aroeira comum
Àjobi Pupá - aroeira vermelha
Àjobi Funfun - aroeira branca
Akan - cará moela
Alèkesi - São Gonçalinho
Alukerese - dama da noite
Alumon - boldo paulista
Bujé - jenipapeiro
Bejerekun - pidaíba
Bàrà - melância
Bàlá - taioba
Balaba - lírio do campo
Bánjókó - bem me quer
Dandá - junquinho
Efinfin - alfavaca
Efinrin - manjericão
Efinrin Kékéré - manjericão da folha miúda
Efin - malva branca
Ejinrin ( wéwé ) - Ewerepèpé - jambo
Ewé Bábá - boldo
Ewé Boyi - beti cheiroso
ewé Lará Pupa - mamona vermelha
Ewé Lará Funfun - mamona branca
Erúyánntefé - afavaca - erva doce
Eru Oridundun - folha de fortuna
Ewé Mesan - espada de Iansã
Ewé Legbá - patchouli
Ewé Asá - louro
Ewé Danda - alfazema
Ewé Kaiá - algas marinhas
Ègé - mandioca
Ègusi - melão
Èkèlegbara - perpétua
Ekun - sapé
Elégédé - abóbora
Èpá - amendoim
Eré Tuntun - levante miúda
Eró igbin - erva de bicho
Esísí - cansa
Etába ou Asá - fumo, tabaco
Etípónilá - erva tostão
Ewé Omí Ojú - vitória régia
Ewé Bíyemi - quebra pedra
Ewé Gbúne - bredo
Ewé idá orixá - espada de São Jorge
Ewé inón - folha de fogo
Ewé isinisini - mastruz
Ewe Òwú - algoodão
Ewé iyá - pariparoba
Ewé kúkúndúnkú - batata doce
Ewé lorogum - abre caminho
Fitiba - cana fita
Gunoco - língua de galinha
Gúrófá - araçá
Ipòlerim, Ipê Erin - babosa (aloe vera)
Igí Mésàn - para raio
Irokó - gameleira branca
Irum-perlêmin - capim cabeludo
Ilerim - folha de vintém
Jamim - cajá
Jacomijé - jarrinha
Junçá - espada de OgunJá - capeba
Kaia - beti branco
Kánieri - carqueja
Kiôiô - louro
Mariwô - folha de palmeira de dendê
Makasà - Catinga de mulata
Òdundún - folha da costa óu saião
Ójuóró - erva de Santa Luzia
Òjé dúdú - guapo ou guaco
Orógbo - orobo
Obí - noz de cola
Osè Obá - abre caminho
Òsibàtà - lótus
Omin-ojú - golfo branco
Obó - rama de leite
Òmum - Samambaia de poço ou pente de cobra
Omum - bredo
Ojusaju - guiné
Olatorije - levante
Owérénjéjé - dormideira
Obaya - beti cheiroso
Oicô - folha de caruru
Péregun - pau d`agua ou pau de d`alho
Pepe - malmequer branco
Sawéwé - alecrim
Tété - bredo sem espinho
Teterégun - cana do brejo
Tepola - pega pinto

Ewe Ábèbè Òsún- Erva capitão (Hydrocotyle bonariensis)


Folha muito apreciada pela Senhora das Águas, Òsún. Erva de muito asé e que traz
muita prosperidade. Sua aparência lembra o abebe de Òsún (e também Iyemonjá)
sempre traz consigo, e que utiliza tanto para se admirar, como para se proteger dos
seus inimigos. Outros nomes que recebe são erva-tostão e folha-de-dez-réis, sugerindo
que suas folhas lembram moedas, dinheiro. É interessante observarmos que essa
denominação vai de encontro a sua utilização nas casas de candomblé, que a utilizam
para atrair a prosperidade dessa iyagbá, que ama o ouro. Ainda chamamos o abebê de
acariçoba, lodagem, erva-capitão e em Portugal é conhecida como chupa-chupas
(pirulitos)

Por isso cantamos para essa folha, que dá poder para quem
canta:

Ábèbè ni gbo wa

Ábèbè ni n’bó

Ewe ábèbè

Ábèbè ni gbo wa
Ábèbè ni n’bó

Ewe ábèbè

Tradução livre

É a folha de Abebe que iremos ouvir

Folha que cultuamos sobre a ení

Folha do Abebe

Na língua Yorùbá, freqüentemente existe uma relação direta entre os nomes das
plantas e suas qualidades, e seria importante saber se receberam tais nomes devido às
suas virtudes ou se devido a seus
nomes, determinadas características foram a elas atribuídas.” (meu grifo).

Como ilustração, transcrevemos o trecho de uma preparação Yorùbá para obtenção de


dinheiro:

PÈRÈGÚN NÍ Í PE IRÚNMOLÈ L’ÁT’ÒDE ÒRUN W’ÁYÉ!


(É Pèrègún que chama os espíritos do além para a terra!)

PÈRÈGÚN WÁ LO RÈÉ PE AJÉ TÈMI WÁ L’ÁT’ÒDE ÒRUN!

(Pèrègún, agora vá e chame minhas riquezas do além!)

Nesta preparação encontramos referência a uma folha, conhecida pela maioria de nós: o
Pèrègún, cujo nome é a contração do verbo “PÈ”, que significa chamar, com a palavra
“EGÚN”, que significa espírito, ancestral, etc. Percebe-se então que esta folha tem a
finalidade de “chamar (invocar) espíritos”, e que a própria pronúncia de seu nome já
funciona como um ofò! No caso da receita acima, a sabedoria daqueles nossos
ancestrais yorubanos que a elaboraram fez esse trocadilho: se Pèrègún pode chamar
espíritos, pode chamar a riqueza! Certa vez ouvi de meu “bàbá” que o negro
yorubano tem sobre nós a vantagem do uso corrente do idioma, enquanto nós aqui no
Brasil ficamos presos a textos prontos, que nos foram transmitidos ao longo do tempo.

Para algumas pessoas, principalmente para aquelas que não estão ligadas aos cultos de
matriz africana, pode parecer um tanto “primitivo” pensar dessa maneira, digo, esperar
resultados a partir da utilização de certas plantas, de sementes, etc., enfim de elementos
da natureza, aparentemente inanimados. No entanto, repetimos, existe por traz da
utilização desses elementos uma questão cultural. Eles se utilizam desses elementos da
natureza acreditando que eles expressam as suas necessidades perante o “Criador”, o
destino final de seus pedidos:
“…Uma composição mágica parece ser considerada como uma coleção de coisas
materiais, às quais é dado um valor simbólico; juntas constituem uma mensagem…”
(Ewé, Pierre Verger, 1995)
Entre os Yorùbá, os ofò são frases curtas nas quais muito freqüentemente o “verbo” que
define a acão esperada, chamado de “verbo atuante”, é uma das sílabas do nome da
planta ou do ingrediente empregado. No entanto, o elo entre o nome da folha e a ação
esperada, invocada através do ofò, não se limita apenas ao verbo, mas pode aparecer em
uma frase curta ou longa, nesse caso estabelecendo uma relação simbólica entre
algumas “características naturais” daquela planta a as “necessidades” do homem.
Vejamos alguns exemplos:

ÀT’ÒJÒ ÀTEÈRÙN KÌ Í RE TÈTÈ


(Tètè nunca está doente, nem na estação chuvosa nem na seca)

Este ofò faz referência a uma folha conhecida popularmente por Bredo ou Caruru de
porco, e cujo nome Yorùbá é Tètè. É uma folha facilmente encontrada, tanto no meio
urbano, nas margens de calçadas, como no meio rural, e confesso que antes de conhecer
o seu valor ritual, passava-me despercebida, assim com muitas folhas que não
conhecemos! Percebemos pela tradução que é uma planta resistente às variações da
natureza, permanecendo sempre saudável, e não é este tipo de força que
queremos para nossa vida?

OJÚ ORÓ NI Ó N’LÉKÈ OMI, TÈMI Ó L’Á LÉ


(Ojú oró flutua na água, eu também ficarei por cima)

Ojú oró é conhecida popularmente por Erva de Santa Luzia, é uma planta aquática,
encontrada em rios ou lagoas. Percebemos que nesse ofò evoca-se o poder dessa planta
de conseguir manter-se sempre por cima da água!

Em território Yorùbá, na preparação dos trabalhos ligados à obtenção de todo tipo de


sorte, ou para afastar algum mal, esses vegetais são pilados e misturados ao sabão
africano Ose (oxé) Dudu, com o qual toma-se banho, ou então são torrados, até a
obtenção de um pó, que poderá ser misturado à comida, a bebidas destiladas, ou até
mesmo esfregado em incisões feitas no corpo, particularmente nos punhos.
Essas práticas quase não sobreviveram aqui no Brasil, por ocasião da reestruturação do
culto aos Òrìsà, no entanto há uma prática viva entre nós: o Oro Asa Òsónyìn ou
Sassanha, como é mais conhecido, um
ritual realizado nas casas de raízes Yorùbá, que significa basicamente: Ritual de
proteção de Òsónyìn. Utilizamos o recurso dos “cânticos da folhas” para determinar
que as oferendas sejam cobertas de realizações, uma vez que esses cânticos possuem
“verbos atuantes” que facilitam a comunicação entre o povo e os Ancestrais
Divinizados. No caso de uma Iniciação para Òrìsà ou “Feitura de Santo”, este ritual é
realizado para preparar a “esteira”, onde ficará deitado o iniciado e o “banho” para lavar
todos os seus objetos rituais, bem como para os seus banhos matinais diários.

Ewe Itá/ Ewe Étipónlá


Aí vai o korin ewe para a folha do ewe itá (pitanga – Eugenia pitanga). Na verdade essa
cantiga também serve para a folha de étipónlá, conhecida como erva-tostão ou agarra-
pinto (Boerhaavia difussa).

Ifá owó Ifá omo

Ewé étipónlá ‘bà Ifá orò

Itá owo Itá omo

Ewé étipónlá ‘bà Ifá orò

Orunmilá é quem traz boa sorte e dinheiro

A folha de erva-tostão é abençoada por Orunmilá

Folha de pitanga é quem traz boa sorte e dinheiro

A folha de erva-tostão é abençoada por Orunmilá

outra versão:

A fí pa burúrú,a fí pa burúrú

Etiponlá wa fi pá burúrú

Ita owó, ita omo


Etiponlá wa fi pá burúrú

Nós utilizamos para acabar com as complicações

Etiponlá que nós usamos para acabar com as complicações

A folha de Ita atrai dinheiro, Ita atrai filhos

Etiponlá que nós usamos para acabar com as complicações

Quando cantamos essa cantiga é costume se arrastar as folhas desses ewe no chão da
entrada do barracão até a ení do iyawo, para trazer prosperidade e proteção para todos
da casa. Também é comum espalhar suas folhas pelo chão do barracão durante o sirè,
demonstrando assim a sua importância.

O ewe ítá é uma folha de muita força, utilizada para atrair felicidade e sorte (asé odara),
pertencendo a Ossayin e Osun. É uma folha quente, devendo ser usada com cuidado,
principalmente pelos filhos do orisá dos Caminhos (Ogun)…

As folhas de étipónlá, assim como o pèrègún (Dracaena fragans) são um ótimo


remédio contra feitiços mandados e aproximação de égun. É facilmente encontrada,
crescendo espontaneamente em calçadas e vias públicas. Deve ser utilizada em pouca
quantidade, pois pode causar ardencia e irritação na pele (coceira). Costuma ser
atribuída a dois orixás quentes: Sango e Oyá, sendo em alguns casos também ligada a
Ifá.

Não confundir com a cantiga abaixo, que é do ataare (pimenta da costa- Aframomum
melegueta):

ÈTA OWÓ ÈTA OMO

ÁTÁARÈ IKÚ GBOGBO GB’ÉRÙ RE O

TRÊS É DINHEIRO, TRÊS É FILHO

ÁTÁARÉ, LEVE TODOS OS CARREGOS DA MORTE

IFÁ OWO, IFÁ OMO

ÁTÁRÉ KUN GBOGBO BE LÚLÈ

Orixá Oxaguiã
Oxaguiã é um Orixá funfun(Orixás cujo principal emblema é a cor branca), é a forma
“jovem” de Oxalá, ele é guerreiro, apresentando essa qualidade no tocante as discuções
filosóficas.

Passaro Sagrado a Oxalá, Oxalufã e Oxaguiã é a Garça Branca, chamado de Lekelekê

Lekelekê

O Odú relacionado a Oxaguiã é Ejionilê!

Ejionilê/Oito búzios abertos

Metais de Oxalá / Oxalufã e Oxaguiã são todos metais brancos, em especial a prata e o
chumbo.
Minério de chumbo

As suas cores são o azul e o branco!

Oxaguiã/Azul e Branco

As pedras corespondentes, são todas as pedras brancas, marmore, cristal de quartzo,


diamante.

Cristal de Quartzo/Oxaguiã

As folhas (ewe) de Oxaguiã são as mesmas de Oxalá.


ewe oxaguiã/algodoeiro

ewe oxaguiã/alecrim

ewe oxaguiã/baunilia

ewe oxaguiã/boldo verdadeiro

ewe oxaguiã/camélia
ewe oxaguiã/camomila

ewe oxaguiã/carnauba

ewe oxaguiã/colonia

ewe oxaguiã/erva de bicho

ewe oxaguiã/estoraque

ewe oxaguiã/folha da fortuna


ewe oxaguã/funcho

ewe oxaguiã/golfo flor branca

ewe oxaguiã/guaco

ewe oxaguiã/laranjeira

ewe oxaguiã/mangericão

ewe oxaguiã/pichuri
ewe oxaguiã/salvia

ewe oxaguiã/saião

ewe oxaguiã/obí

ewe oxaguiã/patchuli

A comida predileta do Orixá Oxaguiã é o inhame pilado!

oxaguiã/inhame

Um dos principais emblemas de Oxaguiã é o pilão, usado para fazer o seu prato
favorito!
pilão/emblema de oxaguiã

Waji, corante azul indigo retirado das folhas do Lonchucarpus sp, sendo esta cor ligada
a Oxaguiã.

waji/anil

Oxaguiã em Yorubá, significa nascer do sol!

Oxaguiã e Ogum, andan juntos transformando o mundo, Oxaguiã fornecendo as idéias e


Ogum fornecendo as ferramentas para a concretização destas transformações!

Oxaguiã é a Luz do Dia!


Oxaguiã, o amanhecer, os primeiros raios de luz!

Oxaguiã é o Guerreiro Branco que desconhece a derrota!

Exeu ê, epâ babá, kabiesy Oxaguiã!

Axé a Todos!

Alexandre de Yemanjá

Oxaguiã é o Senhor da Vida, aonde ele entra, a vida se renova!

Boldo do chile - Peumus boldus


Molina
Boldo do chile - Peumus boldus Molina
Boldo do chile - Peumus boldus Molina
Recomenda-se tratamento prolongado, que pode variar de 3 a 6 meses.

Boldo Brasileiro - Plectranthus barbatus

Boldo Rasteiro - Plectranthus ornatus

Alumã - Vernonia condensata


Boldo? Qual boldo?

Falar sobre o boldo é um assunto e tanto: apesar de ser uma planta muito
conhecida, é comum a confusão entre os vários tipos de boldo.

Por: Rose Aielo Blanco

"Problemas de fígado? Tome um chá


de boldo-de-chile que é tiro e queda!".
A receita é famosa, mas segundo o
prof. Marcos Roberto Furlan, Mestre
em horticultura e especialista em
plantas medicinais, várias pessoas
acreditam erroneamente que têm no
quintal o boldo-do-chile (Peumus
boldus), entretanto, essa planta é
raríssima no Brasil. O que acontece é
que em nosso país outras plantas
também são chamadas de boldo,
principalmente o boldo-da-terra
(Coleus barbatus ou Plectranthus
barbatus) foto ao lado e o boldo-
baiano (Vernonia condensata). Menos
comuns são o boldo-português (ou
boldo-miúdo) e o boldo chinês.
Bem, mas há uma explicação para a
importância em saber qual é o boldo
que se tem no quintal. É que como
explica Mestre Furlan, o boldo-do-chile
e o boldo-da-terra (o mais facilmente
encontrado nos quintais) apresentam
efeitos colaterais e diferenças nas indicações. Então vamos observar as
características de cada um dos mais conhecidos, para acabar de vez com as
confusões:

Boldo-do-chile (Peumus boldus)


Planta originária do Chile, é considerada uma árvore, pois quando adulta atinge de
12 a 15 metros de altura. Apresenta propriedades estomáquicas, diuréticas e
hepáticas. Efeitos colaterais: pode ser abortivo e provocar hemorragias internas.
Deve ser usado com cautela. No Brasil, é possível encontrar o boldo-do-chile
(produto importado) em farmácias.

Boldo-da-terra (Coleus barbatus ou Plectranthus barbatus)


Arbusto originário da África, atinge de 1 a 2 metros de altura, apresenta folhas
aveludadas e produz flores azuladas. Indicado como analgésico, estimulante da
digestão e combate azias. Efeitos colaterais: quando usado por longos períodos,
pode causar irritação gástrica.

Boldo-baiano (Vernonia condensata)


Arbusto também originário da África, chega a alcançar de 2 a 5 metros de altura e
pode se quebrar facilmente com o vento. Apresenta efeito carminativo e alivia os
sintomas de úlceras e gastrite. Efeitos colaterais: ainda não foram verificados.
Aquele do quintal

Desta vez, vamos tratar do cultivo daquele boldo mais comum, provavelmente
aquele que a maioria tem no quintal, no vaso ou na jardineira: o Boldo-da-terra
(Coleus barbatus ou Plectranthus barbatus), também conhecido como falso boldo,
boldo africano, boldo-do-reino e malva-santa. Pertencente à família das Labiadas, é
uma planta herbácea perene que apresenta folhas pilosas, isto é, coberta de
pequenos pêlos que dão uma aspecto aveludado. As flores pequenas nascem em
espigas, na ponta dos ramos, em tons que vão do azul ao violeta.

Cultivo: O boldo-da-terra pode ser cultivo em todas as regiões do Brasil e é muito


resistente, sendo sensível apenas às geadas. Propaga-se por meio de estacas
retiradas da planta-matriz, sendo recomendável manter um espaçamento de 1
metro entre as mudas. Para o cultivo em vasos ou jardineiras, é preciso garantir
pelo menos 30 cm de profundidade. Desenvolve-se melhor a pleno sol, em locais
sombreados a produção é menor. Como as folhas são as partes utilizadas com
finalidades medicinais, o ideal é fazer a poda das inflorescências (pendões florais),
um pouco antes da colheita, para obter uma planta volumosa.

Colheita: Cerca de seis meses após o plantio já é possível fazer a colheita das
folhas.

Uso: O chá, que geralmente é maceração* das folhas, é um tônico amargo que
facilita o trabalho da vesícula biliar, estimulando a secreção da bílis e favorecendo a
digestão de gorduras. É indicado no combates às dores estomacais, males do
fígado, diarréia e desconforto causado por gases intestinais. Porém, como foi citado
acima, deve ser usado com cautela pois, em excesso, pode provocar irritação
gástrica. É preciso ter cuidado para não confundir o boldo com algumas plantas
ornamentais, que são aparentemente semelhantes.

Receitas:
Essas duas receitas foram divulgadas pelo Prof. Sylvio Panizza, no Programa Dia-a-
Dia da TV Bandeirantes:
Tônico para o fígado com boldo e carqueja
Coloque para ferver 1 xícara (chá) de água filtrada, 1 colher (sobremesa) de boldo
e 1 colher (sobremesa) de carqueja. Desligue o fogo e abafe durante 10 minutos e
coe. Não tomar mais de 3 xícaras por dia.
Infuso hepático
Ferva 1 xícara (chá) de água filtrada e desligue o fogo. Coloque imediatamente 1
colher (sobremesa) de boldo, 1 colher (sobremesa) de losna e 1 colher
(sobremesa) de menta. Abafe por 10 minutos e coe. Ideal é consumir 1 xícara
antes das principais refeições, para tratar males do fígado e vesícula.

* A maceração das folhas obtém-se, espremendo as folhas com um socador de madeira


(ou vidro) e adicionando-se apenas um pouco de água fria filtrada. O resultado é um
suco altamente concentrado, que deve ser ingerido com cautela pois apresenta os
componentes químicos do boldo-da-terra (óleo essencial, flavonóides e saponinas) em
grande quantidade.

Manjericão - Diversas Espécies


Tenho colocado nesta etiqueta, algumas informações de cultivo do manjericão ou basílico, mas
como existem diversas variedades, que penso terem os mesmos requisitos de cultivo, e que
vou passar a enumerar:
- Manjericão ararat
- Manjericão dark opal
- Manjericão purple delight
- Manjericão Siam Queen
- Manjericão genovês
- Manjericão grande
- Manjericão pequeno
- Manjericão canela
- Manjericão limão
- Manjericão lima
- Manjericão anis
- Manjericão tailandês picante
- Manjericão exótico mexicano

Estas são as que consegui descobrir, na net e em livros, mas penso que existirão muitas mais.
Já consegui sementes de algumas e já germinaram mas estão ainda muito pequeninas.
O basílico é extremamente aromático e fica delicioso em qualquer prato de massas, peixe ou
saladas e não só. Experimentem

Vários tipos de manjericão.


Basílico lima

Basílico doce verde


Basílico Rainha do Sião

Basílico Genovês

Basílico Púrpura frisado


Basílico Grande

Basílico limão
Basílico pequeno (Ocimum tenuiflorum)

Só a ultima foto é que é de uma planta minha, todas as outras vieram do site da Thompson and Morgan.

Assim que os meus basílicos tenham tamanho de jeito colocarei aqui as suas fotos.

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