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A importância de Ossãe é tal que nenhuma cerimônia pode ser realizada sem sua
interferência.
ERVAS E USOS:
FOLHA DA HONRA
Ábitólá = Cambará
Àgbá = Romanzeiro
Àgbàdó = Milho
Àgbaó = Imbaúba
Àgbon = Coqueiro
Akòko = Acoco
Jokonije = Jarrinha
Àlùbósà = Cebola
Àrìdan = Aridan
Àtòrìnà = Sabugueiro
Bàlá = Taioba
Bàrà = Melancia
Bejerekun = Pindaíba
Bujè = Jenipapeiro
Dandá = Junquinho
Dankó = Bambu
Efínfín = Alfavaca
Ègé = Mandioca
Ègúsi = Melão
Èkèlegbara = Perpétua
Ekun = Sapê
Elégédé = Abóbora
Èpà = Amendoim
Aproveito a postagem para pedir que as pessoas que mandarem alguma dpuvida sobre
as ervas, ou qualquer outra coisa no blog, deixem um endereço de email para
resposta, ok?
Uso litúrgico:
Também é considerada uma erva dedicada a Xangô, utilizada nos banhos e abôs dos
filhos desse Orixá.
arruda
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Uso litúrgico: Planta aromática usada nos rituais porque Exu ( o Orixá, não o catiço) a
indica contra maus fluidos e olho-grande. Suas folhas miúdas são aplicadas nos ebori,
banhos de limpeza ou descarrego, o que é fácil de perceber, pois se o ambiente estiver
realmente carregado a arruda morre. Ela é também usada como amuleto para
proteger do mau-olhado.
Alecrim
alecrim
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(Fonte: http://ci-66.ciagri.usp.br/pm/ver_1pl.asp)
Carnauba
carnauba
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Nome científico: Copernicia prunifera (Miller) H.E. Moore
Utilidade: É voz corrente entre a população nordestina que da carnaubeira tudo se
aproveita. O caule (tronco), de madeira moderadamente pesada (densidade 0,94
g/cm3), é muito empregado na construção das casas da região, principalmente para
vigamentos. Trabalhado ou serrado pode ser utilizado na construção de móveis, na
construção civil como caibros, barrotes e ripas, na confecção de artefatos torneados
como bengalas, utensílios domésticos, caixas, etc. É considerada muito durável quando
em contato com a água salgada. No Pantanal Matogrossense é muito utilizado para
construção de cercas e porteiras, para postes e pontes, onde se acredita que sua
durabilidade seja eterna se utilizada de troncos completamente maduros. Entretanto,
sua principal riqueza está na cera que recobre as folhas, principalmente as mais jovens,
e conhecida internacionalmente como “cera-de-carnaúba”. No passado foi muito
empregada na iluminação de residências na forma de velas e atualmente é utilizada
industrialmente na confecção de graxas de sapato, vernizes, ácido pícrico,
lubrificantes, sabonetes, fósforos, isolantes, discos, etc. Suas folhas secas, além da
utilização local para cobertura de construções rústicas é muito utilizada na confecção
artesanal de chapéus, cestas, esteiras, bolsas, cordas, colchões, etc. Suas amêndoas
(sementes) contém óleo. A palmeira é muito elegante e vem sendo muito utilizada no
paisagismo nas cidades nordestinas e na arborização urbana, principalmente em
Fortaleza, Teresina e Iguatu. Suas folhas verdes são largamente utilizadas durante o
período de estiagem prolongada no Nordeste como forrageira para o gado.
(Fonte:http://www.plantarum.com.br/copernicia.html)
Uso Litúrgico: Planta dedicada à Oxalá. Tem aplicação em banhos feitos com as folhas,
depois do qual não se deve deixar a cabeça descoberta por pelo menos meio dia, e não
se deve tomar sol. É usada para fortalecomento da aura e alimento do ori. As velas
feitas com sua cera são consideradas as ideais para iluminar o Orixá.
Manjericão
alfavaca manjericao
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Nome científico: Ocimum basilicum
Partes usadas: Folhas e sementes.
Família: Labiadas (Lamiaceae).
Características: Herbácea composta, de caule ereto, folhas de coloração verde-clara,
opostas, flores brancas, rosas ou púrpuras dispostas em espiga.
Nomes populares: É também conhecida como alfavaca-cheirosa, alfavaca-da-américa,
basílico-grande, erva-real, manjericão-das-cozinhas, manjericão-de-folhas, manjericão-
de-folhas largas, manjericão-de-molho e manjericão-grande.
Princípios Ativos: Rica em óleos essenciais (estragol, linalol e alcânfora) e tanino.
Propriedades: Diurética, cicatrizante, digestiva, hipotensora, inseticida e anti-biótica.
Indicações: Uso aconselhado em casos de tosse. Combate contrações musculares
bruscas e afecções das vias respiratórias. Como tempero agrada muito, principalmente
a paladares europeus. A alfavaca de cheiro, de folhas mais largas e grossas, pode ser
usada em leite de soja, cremes de coco e mel. Fornece um sabor semelhante ao da
canela.
(Fonte: http://www.herbario.com.br)
Uso litúrgico: Planta consagrada a Oxalá. Utilizada nos banhos de purificação dos filhos
que entram em obrigação ou são recolhidos. Considerado um excelente banho de
limpeza e proteção para qualquer pessoa, e principalmente crianças, por ter o axé de
Oxalá.
O banho de leite com manjericão é utilizado para espantar kiumbas e fazer limpeza
forte, tanto que não se aconselha o uso repetido desse banho. Suas folhas não devem
nunca ser cozidas ou fervidas, mas apenas maceradas.
Folha da fortuna
folha fortuna
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Uso litúrgico: Existe uma confusão entre três plantas: a coirama ou folha da costa
(Kalanchoe pinnata), a folha da fortuna (Kalanchoe brasiliensis) e a folha grossa ou
pirarucú (Bryophylum pinnatum). Algumas pessoas nomeiam a todas como folha da
fortuna, ou trocam a folha da costa com a folha da fortuna. Na verdade, a folha da
costa é consagrada a Oxalá e a folha da fortuna a Oxumarè. Há que se prestar atenção
a pequenas diferenças entre as duas, como a aparência "denteada" mais acentuada na
folha da costa, assim como a borda arroxeada de sua folha quando madura. Quanto ao
seu uso medicinal todas as três têm propriedades parecidas. Já quanto ao uso litúrgico,
desconheço a utilidade da folha grossa ou pirarucú.
Folha da Costa
folhacosta
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Nome científico: Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers.
Sinonímia popular: Planta do Ar, Coirama, Coirama-Branca, Coirama-Brava, Folha-da-
Costa, Paochecara, Sayao, Saião
A infusão é utilizada para baixar febres e para curar inflamações do trato urinário; o
suco das folhas frescas batidas no liquidificador com água é indicado para gastrites e
úlceras; suas folhas maceradas são utilizadas para picadas de insetos, acelerar o
processo de cicatrização em ferimentos e queimaduras; a folha fresca aquecida serve
para abcessos, furúnculos e dor de cabeça.
(Fonte: http://www.raintree-health.co.uk/cgi-bin/getpage.pl?/plants/coirama.html )
Uso litúrgico: A folha da costa é tida como sendo uma folha consagrada a Oxalá, mas
oferecida a todos os Orixás. Diz-se que é a única folha que se pode utilizar para
qualquer pessoa, sem o risco de kizila com o seu Orixá, ainda que este não seja
conhecido. É utilizada nas obrigações de cabeça, banhos de limpeza e defesa
ABITÓLÁ
Nomes populares: Cambará, camará, camará-de-chumbo, camará-de-espinho;
Elementos: fogo/feminino
ABÉRÉ
Elementos: Terra/masculino
Planta Muito popular no território nacional, tem sua origem na América tropical e
encontra-se presente na Europa e na África.
As folhas são também atribuídas a Oxum, com larga utilização em "feitiços". Para esta
finalidade são torradas em panelas de ferro, associadas a outros elementos, para a
obtenção do Atin (pó), seguindo o modelo mítico de que este orixá é considerado "a
mãe dos feitiços". In natura suas folhas são também usadas em assentamentos e
trabalhos com Exú.
Utilizado no culto de Ifá pelos Babalaôs, o picão tem os nomes iorubá de elésin máso,
akésin máso, oyà, malánganran, abéré olóko, agamáyàn, agaran mòyàn, àgbède dudu
oko, ajísomobíàlá, sendo empregada tanto em trabalhos benéficos - "proteção contra
a ganância", quanto para malefício - "trabalho para fazer alguém ter pesadelos (Verger
1995:638,495,415).
O picão é uma planta largamente utilizada, sob a forma de chá, na medicina popular,
no combate à hepatite; todavia, seu uso se estende aos casos de febre, males do
fígado, rins e bexiga, beneficiando a função hepática e normalizando a diurese.
Comentário: O Picão preto (Bidens pilosa) é uma planta que, desde 2009, foi
reconhecida oficialmente pelo Ministério da Saúde do Brasil como possuidora de
propriedades fitoterápicas. A erva não tem nenhuma contra-indicação. Ferva o
equivalente a uma colher de sopa de picão em ½ litro d'água e toma de 2 a 3 xícaras
por dia. Os benefícios são magníficos e aparecem em pouco tempo. (Pai Lucas de Odé)
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ÁBÈBÈ ÒSÚN
Orixá: Oxum
Elementos: Água/feminino
Planta nativa nas Américas que ocorre, também, na África do Sul, medrando na beira
dos rios, lagos e lugares úmidos.
Esta planta tem "folhas que lembram o formato do leque de Oxum"; é usada como
paramento nas festas, daí a origem de seu nome nagô. Utilizada nos terreiros jêje-
nagôs, em rituais de iniciação, agbô e "banhos de prosperidade". É conhecida,
também, pelo nome nagô akáró, que significa "dá poder aos cantos", ou popularmente
como folha-de-dez-réis.
O decocto das raízes da erva capitão combate as afecções do baço, fígado, intestino,
diarréias, hidropisias, reumatismo e sífilis, bem como a planta toda, em uso externo,
serve para eliminar sardas e outras manchas da pele. As folhas tomadas com leite
funcionam como calmante e tônico cerebral.
ÁBÈBÈ KÒ
Orixá: Ossaim
Elementos: Terra/feminino
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ÀBÀRÁ ÒKÉ
Orixá: Ossaim
Elementos: Terra/masculino
ÀBAMODÁ
Nomes populares: folha-da-fortuna, fortuna, folha-grossa, milagre-de-são-joaquim
Elementos: Água/feminino
Nativa das regiões tropicais asiáticas, foi introduzida há muito na América tropical,
ocorrendo em todo o território nacional.
Em Ilê-Ifé, terra de Ifá, em território yorubá no sudeste africano, nas cerimônias para
Obatalá e Yemowo, após os sacrifícios, as imagens desses Orixás são lavadas com uma
mistura de folhas, sendo uma delas o àbamodá (Verger1981.255), que também é
conhecida pelos nomes yorubás erú òdúndún, kantí-kantí e kóropòn.
(Verger1995.641)
Ábámodá, segundo Dalziel (1948:28), em dialeto yorubá significa "o que você deseja,
você faz"; todavia, quando chamada de
erú òdúndún (escravo de odundun), é considerada como folha subordinada e afim,
que pode eventualmente substituir o òdúndún (Kalanchoe crenata (Andr.) Haw),
segundo a cosmovisão jêje-nagô.
No Brasil, "alguns zeladores de santo consideram que a folha-da-fortuna pertence a
Xangô"; todavia, uma grande maioria faz uso desse vegetal para diversos outros
Orixás, confirmando, desse modo, a tradição africana de que ela pertença aos orixás-
funfun (originais), pois, quando um vegetal é usado para vários Orixás é porque, com
raras exceções, normalmente ele está ligado a Ifá ou Oxalá.
Uma característica dessa planta, é o surgimento de muitos brotos nas bordas das
folhas, fato associado à prosperidade; por isso sua utilização é freqüente nos rituais de
iniciação, àgbo, banhos purificatórios, sacralização dos objetos rituais dos orixás,
"lavagem dos búzios e das vistas e para assentar Exu de mercado".
No campo medicinal, a folha-da-fortuna funciona como refrigerante, diurética e
sedativa. Combate encefalias, nevralgias, dores de dente, coqueluche e afecções das
vias respiratórias. É, ainda, utilizada externamente contra doenças de pele, feridas,
furúnculos, úlceras e dermatoses em geral.
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ABÀFÈ
Elementos: Terra/faminino
De origem discutível, pois alguns autores afirmam serem nativas da Ásia e da África
Tropical; Todavia, uma grande maioria cita as Bauínias como plantas originárias da
América do Sul. As três espécies citadas ocorrem regularmente em todo o território
nacional.
Embora não seja uma planta muito freqüente na liturgia dos vegetais, a pata-de-vaca é
usada no Àgbo e banhos para os filhos de Obaluaiê (branca) e a de Oiá (púrpura), em
algumas casas de santo.
A Bauhínia perpurea, que possui rosas escuras ou púrpura, segundo alguns usuários,
não são indicadas para combater a glicosúrea; todavia, tem aplicação litúrgica.
Como fitofármaco, tanto a B. forticata (flores brancas e pétalas finas) quanto a B.
candicans (flores brancas de pétalas largas) são amplamente conhecidas não só nos
terreiros, como também pela população geral, pois as duas são morfológicamente
muito semelhantes, sendo usadas para combater a diabetes.
Em outras indicações, sempre sob a forma de chá, ou de decocção, as folhas dessas
leguminosas são usadas internamente contra infecções renais, incontinência urinária e
poliúria, e, externamente, no combate a elefantíase.
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Awáyémákùú kì í tètè kú
A folha de ogbó (Periploca nigrescens) é uma das mais importantes, dentro das casas
de Candomblé, sendo considerada uma folha de orò (utilizada para todos). Assim como
a folha do Amúnimúyè (Centratherum punctatum- balainho de velho) é utilizado junto
com outras folhas para facilitar o transe, principalmente em casos em que o orixá tem
dificuldade em “tomar a cabeça” do filho.
Conta um itan que quando Oyá espalhou as folhas que Ossanyìn guardava dentro de
sua cabaça, essa foi a primeira folha que Odé (Osossi) pegou pra si. Sendo assim ela
representa um dos seus principais fundamentos. Tradicionalmente o Ogbó está
associado a todos os orixás masculinos (oboró) e a terra (é um ewé igbó), sendo por
excelência atribuída a Ossanyìn. Suas folhas costumam ser empregadas nas casas de
culto aos orixás em trabalhos específicos para a cura de casos de epilepsia, o que vem
sendo estudado no meio científico, onde há relatos da sua ação no mecanismo de
contração muscular. Devido sua importância cantamos sempre para essa folha, fato
que é constatado em seus korin ewé:
Ewé ogbó Iroko Ewé gbogbo orisá Ewé ogbó Iroko Babá Ewé gbogbo orisá
A folha de ogbó que abraça Iroko
Folha de todos os orixás
Folha que se enrosca no Iroko, Pai
Folha de todos os orixás
Ewé ogbó Iroko Ewé ogbó sé ó gbèje Ewé ogbó Iroko Babá Ewé ogbó sé ó gbèje
Ewé ogbó àsà ki ó kójé Ewé gbogbo orisá Ewé ogbó àsà ki ó jé Babá Ewé gbogbo
orisá
A folha de ogbó conhece a tradição
Folha que é para todos os orixás
A folha de ogbó conhece a tradição, Pai
Folha que é para todos os orixás
Orisa wérewére Ewé ogbó t’a w’ esè Ewé ogbó t’a ewé awo Ewé ogbó t’a w’esè
Lentamente, orixá
Folha com que nós lavamos os pés
Folha ligada ao nosso culto (segredo)
Folha com que nós lavamos os pés
Cola acuminata- Obì (Ioruba), Ví (Fon)/ noz de cola
Kalanchoe brasiliensis- ewé òdúndún/ folha da costa (saião)
Pé de milho
Dentro do Candomblé, embora não seja de origem africana, o milho apresenta uma
posição de destaque. Podemos dizer que uma casa de candomblé não funciona se não
tiver milho no ilé ìdáná (cozinha). Isso não é um exagero quando lembramos que
alguns dos principais adimús (oferendas) são a base de milho. A exemplo, podemos
citar o doburú (pipoca), o ebô (canjica), o axoxô, o eko e o akasá. Acredita em mim
agora?
Pois é, existem dois tipos de àgbàdo: o funfun (branco) e o pupa (vermelho). Com cada
um deles podemos preparar diversas iguarias, que são apreciadas pelos mais
diferentes orixás: Omulú, Ogún, Odé, Ossayin, Ewá, e por aí vai… Ndandalunda, inkicie
ligada ao cultivo das raízes e ao ciclo lunar, cultuada nas casas de ritual Angola e muito
confundida com Osun, também aprecia o àgbàdo.
Com relação ao cabelo de milho, ele costuma ser oferecido para Ode, junto com a
espiga, em trabalhos para obter prosperidade e fartura. Já vi pessoas que o ofereciam
para Oyá, com o mesmo objetivo. Outra forma interessante que eu já tive a
oportunidade de observar é a utilização de bonecos “voodoo”, feitos com a palha e os
cabelos de milho. Nesse caso o intuito era de aproximar duas pessoas. Por fim, com a
palha do milho é feito um cigarro que é muito apreciado por uma entidade
pertencente à Umbanda e o Catimbó, denominada Zé Pelintra. O cabelo de milho
também é utilizado como um fitofármaco que auxilia nas doenças dos rins, tendo
efeito diurético e ajudando a baixar a pressão arterial
Durante a Sasányìn podemos cantar esse korín ewé:
Cabelo do milho
Vamos aproveitar o momento e recitar um ofózinho para folha do milho dar sorte? Ofo
é o termo genérico empregado pelos iorubás para designar encantamento. Pode ser
definido como “a palavra falada que se acredita possuidora de força mágica ou capaz
de produzir efeitos mágicos quando recitada ou cantada sobre objetos mágicos ou na
ausência destes.” O ofo pode ser pronunciado em voz alta, sussurrado ou dito de
forma que só você entenda.
ONÍIRE NI T’AGBÀDO.
ÀGBÀDO RÌN HÓHÒ D’ÓKO.
Ó KÓ RE BÒ WÁ LÉ.
KÍNI ÀGBÀDO Á MÚ BÒ? IGBA OMO.
KÍNI ÀGBÀDO Á MÚ BÒ? IGBA ASO.
Uma variação:
Entre os Jeje, recebe o nome de Ahoho (pelos Mahí) e Hunmatin (pelos Mina). O
ahoho é um huntingomé/jassú (árvore sagrada) consagrado ao vodún Gun (Togbo) que
costuma tê-la como seu principal atín sa. Segundo a tradição Mahí os galhos do Ahoho
devem ser levados junto ao corpo, em viagens longas, ou que ofereçam algum tipo de
risco. Durante a execução de obrigações difíceis também. Essa medida teria como
finalidade atrair a proteção de Togbô, que é um guerreiro terrível e que sempre luta
pelos seus filhos.
Dizem os antigos que esse ewé está ligado ao final do ciclo da iniciação, quando uma
nova etapa na vida do iniciado começará. Por isso é uma folha muito empregada
durante cerimônias de festejo dos sete anos (Odu Ige) de iniciado, principalmente
quando ocorre entrega de oye (cargo). Segundo alguns, nenhum rei é considerado rei
se não tiver levado no seu orí a folha do akòko.
Quem quiser plantar o akóko não precisa de muito espaço, pois o seu tronco não é
muito grosso, porém o seu porte é majestoso, fica bem alta. Suas flores também são
bem bonitas, lembram bastante a de um ipê rosa, pois pertence a mesma família
botânica (Bignoniaceae). Só cuidado, pois eu já vi gente vendendo akosí (Polyscias
guilfoylei) como se fosse akòko. Salve o novo Rei! Árvore forte e imponente, esse é o
akoko. Vamos cantar para ele:
Dágunró (Chifre-de-carneiro)
É incrível como muitas folhas, que algumas vezes passam desapercebidas por muitos,
carregam consigo uma força imensa. Um exemplo é o dágunró (Acanthospermum
hispidum), planta invasora muito conhecida pelo nome carrapicho-de-carneiro ou só
carrapicho. Seu nome popular vem do fato das suas sementes lembrarem muito um
chifre de carneiro (àgbò/agutan). Outro nome que recebe é o de chifre-de-veado.
Esses dois nomes nos remetem a dois animais ligados a orixás que costumam apreciar
esse ewé: Sangó e Odé.
O dágunró é uma folha quente, ligada a guerra, a confusão, ao lorogún. Seu nome em
iorubá já diz tudo, significando “para guerra”. Daí algumas vezes ser utilizada para
esquentar Ogún contra alguém.. Entretanto da mesma forma que ela pode trazer o
calor da briga e a ela que podemos recorrer para amenizar a confusão e as cabeças
quentes. Dizem que funciona muito bem com o povo iniciado para Afonjá, que é
confusão na certa e cujo chifre do carneiro (agutan) é um de seus símbolos.
Outra coisa boa é que, como todo bom carrapicho, também pode ser usado para
vários tipos de amarração. Isso é bom, pois quem faz amor não faz guerra. Só precisa
ter cuidado com a hora de apanhar… Na medicina popular suas folhas são ótimas para
tratar pessoas com sérios problemas pulmonares, pois possuem propriedades
broncodilatadoras. Motumbá irmãos!
- Ibarú de sobo ada,se ké èré,se ké èré de Sobo ada! Barú faz emboscada em Sobô com
seu facão. Faz gritar e é vitorioso!
Quando viu Oyá chegando com duas gamelas Ibaru ficou curioso em saber qual era o
prato que Oyá havia lhe trazido. No começo achou estranho, pois nunca havia comido
tal iguaria. Porém logo que provou o primeiro amalá, feito de gburé , lambeu os beiços
e adorou a novidade. Como era muito guloso logo foi experimentar o segundo amalá,
com as folhas de oyó. Comeu tudo. Após se fartar com as iguarias se sentiu cheio de
energia, nem sinal do cansaço de outrora. Sua mente estava a mil. Dizem que desde
esse dia Ibarú nunca mais comeu ilá e seu reino voltou a prosperar como nunca.
Segundo alguns, o rei deixou até de ser chamado de louco, pois nunca mais perdeu a
sua lucidez. Seu reinado durou longos anos, até que, cansado do trono, Ibarú abriu um
grande buraco na terra e nunca mais foi visto por ninguém.
SAUDANDO AS DIFERENÇAS
No Candomblé existe uma estreita relação entre a Natureza e todos os ritos a serem
seguidos. Cada elemento está devidamente representado, uma cantiga muito
interessante é a seguinte:
Agbè que colhe azul (wají) dificilmente ficará sem azul (wají)
Trepadeira nativa da Mata Atlântica e de Florestas do Caribe, essa folha possui imenso
prestígio entre os adeptos do Candomblé, pois é uma das principais folhas de Esú e
Osaiyn. Algumas pessoas costumam brincar que enquanto Ogún se veste com o
mariwo, Ossaiyn se veste com o owérenjèjé. Outro nome que recebe é Ewé Àse (folha
do poder), denotando assim sua grande força e motivo pelo qual merece destaque.
Embora seja considerada a primeira folha do orò, durante o ritual da Asà Òsányìn é a
folha que deixamos para cantar por último, momento em que, logo após, se canta para
Esú Odara. O tento miúdo guarda muitos mistérios consigo pois, ao mesmo tempo que
permite que o Esú individual (Bara) dê caminhos aos homens também pode trazer
muita confusão e discórdia, quando empregada de forma incorreta.
É muito usado dentro da Santeria na forma de Omí eró, os negros cabinda a chamam
pelo nome de Nfingu e utilizam suas folhas para acalmar a tosse, maceradas com vinho
de palma ou simplesmente mastigando-as. Entretanto, o jequiriti é extremamente
tóxico, uma vez que de suas sementes é extraída uma grande quantidade de proteínas
venenosas, entre elas a abrina, que possui ação parecida com o veneno da víbora. Por
isso está incluída entre as plantas mais venenosas do mundo. Suas propriedades
toxicológicas e fisiológicas são capazes de aglutinar hemácias impedindo assim a
circulação do sangue, sendo altamente letais em pequenas quantidades. Essa planta
ficou muito conhecida no filme “A Lagoa Azul”, pois teria sido a “planta proibida” que
após ser ingerida pelo casal de amantes levou os mesmos a morte.
Na fitoterapia, suas folhas costumam ser aplicadas em solução sobre a pele, em caso
de eczemas cutâneos e para tratar conjuntivite (1 mL de líquido da semente em 100
mL de água). As sementes servem como contraceptivo oral, misturadas com outros
ingredientes. É importante observar que a ingestão de suas sementes cruas pode
causar dor abdominal, náusea, vômito, diarréia, calafrios, vertigem, desmaios e
sangramento retal. Alguns estudos revelaram que a abrina quando aplicada na forma
de injeção subcutânea pode causar convulsão e morte devido à paralisia cardíaca. Por
isso devemos ter muito cuidado com a utilização desse poderoso ewe, que é
extremamente quente (gún).
Owérenjèjé Owérenjèjé
Ìbà ni bàbá
Ìbà ní yèyé
S’omo mà ‘rò
K’orò ko ba
Owérenjèjé Owérenjèjé
A benção é do pai
A benção é da mãe
A benção, pai que acolhe o filho
Ewêronjejê, ewêronjejê
Maladiorixá Baracobatalá
Ewe si ewapegi
Oni sebewá, Oni sebewá
Jonatas Gunfaremí
”Por mais que os galhos cresçam, o tronco sempre será maior, e quem sustenta o
tronco é a raiz”.
Mestre Ataliba
OBS: As informações aqui contidas são fruto de pesquisa do autor em diversos meios
de mídia: livros, revistas, jornais e sites de internet. Algumas podem gerar
discordâncias, uma vez que as fontes são variadas e nem sempre há um concenso a
cerca das mesmas. Procurarei postar aqui as principais casas de matriz africana.
Iniciarei com a Casa Branca do Engenho Velho, pela mesma ser minha casa matriz. Sua
origem é polêmica, existindo diversas versões para explicar quem foram os seus (suas)
fundadores (as). Em seguida cito o Terreiro do Bogun e o Sejá Hundé, tradicionais
casas de culto Jeje Mahí, que teriam em comum sua fundadora. Segundo relatos
Ludovina de Ogun (Gún) teria sido a responsável pela fundação de ambas. Em breve
postarei outras casas como o Bate Folha, o Alaketú, a Casa de Osumre e as casas filhas
do Engenho Velho.
A folha de ogbó (Periploca nigrescens) é uma das mais importantes, dentro das casas
de Candomblé, sendo considerada uma folha de orò (utilizada para todos). Assim como
a folha do Amúnimúyè (Centratherum punctatum- balainho de velho) é utilizado junto
com outras folhas para facilitar o transe, principalmente em casos em que o orixá tem
dificuldade em “tomar a cabeça” do filho.
Conta um itan que quando Oyá espalhou as folhas que Ossanyìn guardava dentro de
sua cabaça, essa foi a primeira folha que Odé (Osossi) pegou pra si. Sendo assim ela
representa um dos seus principais fundamentos. Tradicionalmente o Ogbó está
associado a todos os orixás masculinos (oboró) e a terra (é um ewé igbó), sendo por
excelência atribuída a Ossanyìn. Suas folhas costumam ser empregadas nas casas de
culto aos orixás em trabalhos específicos para a cura de casos de epilepsia, o que vem
sendo estudado no meio científico, onde há relatos da sua ação no mecanismo de
contração muscular. Devido sua importância cantamos sempre para essa folha, fato
que é constatado em seus korin ewé:
Ewé ogbó Iroko Ewé gbogbo orisá Ewé ogbó Iroko Babá Ewé gbogbo orisá
A folha de ogbó que abraça Iroko
Folha de todos os orixás
Folha que se enrosca no Iroko, Pai
Folha de todos os orixás
Ewé ogbó Iroko Ewé ogbó sé ó gbèje Ewé ogbó Iroko Babá Ewé ogbó sé ó gbèje
Ewé ogbó àsà ki ó kójé Ewé gbogbo orisá Ewé ogbó àsà ki ó jé Babá Ewé gbogbo
orisá
A folha de ogbó conhece a tradição
Folha que é para todos os orixás
A folha de ogbó conhece a tradição, Pai
Folha que é para todos os orixás
Orisa wérewére Ewé ogbó t’a w’ esè Ewé ogbó t’a ewé awo Ewé ogbó t’a w’esè
Lentamente, orixá
Folha com que nós lavamos os pés
Folha ligada ao nosso culto (segredo)
Folha com que nós lavamos os pés
Cantemos pro Ojúoró (Pistia stratiotes- erva de santa luzia), para que ele permita que
nossos olhos estejam sempre muito abertos, e que assim possamos nos defender dos
nossos inimigos e ajudar os que nos amam. Asé!!!
Tradução:
Quando o jovem Logun voltou a morar com sua mãe verdadeira, Iyemonjá ficou
muito triste, e foi procurar Orunmilá, o adivinho, pois queria um filho igual ao pequeno
encantado. Orunmilá irformou que ela deveria pegar um obi, passar pelo seu ventre e
então atirar nas águas. Assim ela o fez, porém quando arremessou o obi este atingiu
uma pedra e se partiu em dois. Uma parte caiu no rio e outra foi parar no mato.
Nove meses depois Iyemonjá deu à luz um casal de gêmeos que foram
chamados Odé Karê e Osun Karê. Como eram muito parecidos, sua mãe muitas vezes
se confundia na hora de vesti-los, de forma que Odé usava as roupas com as cores de
Osun e vice-versa. Osun Karê sempre trazia consigo um ofá (arco de caça), pois
adorava caçar. Quando ela chegava aos lugares todos logo cantavam felizes:
Oxum Karê chegou e trouxe música para o povo Ijexá! Oxum chegou! É Karê!
Odé Káre era conhecido não só por sua beleza, mas principalmente pelo seu
gênio esquentado, freqüentemente era visto dentro do rio, pescando. Quando o viam
pescando todos os outros pescadores se aproximavam, pois ele sempre escolhia os
locais com maior abundância de peixes. Por isso entoavam a cantiga:
Com base no que foi dito fica a pergunta: Será que realmente podemos afirmar que
determinados orixás, voduns ou inkicies não podem mais ser “feitos” porque não
existem folhas aqui no Brasil para os mesmos? Da mesma forma fica no ar o
questionamento do irmão Jorge: Será assim que o waji será substituído pelo anil , o
efun pela tabatinga , o osun pelo urucum, o ekodidé pela pena de arara , a palha da
costa (iko) pelas fibras da bananeira e a pasta de orí pelo babaçu ou da carnaúba?
Tentar responder essas perguntas não me parece tarefa muito fácil, principalmente
porque nenhuma religião se mantém estática, as mudanças ocorrem. O Candomblé
não é diferente, adaptações são feitas a todo o momento. Talvez a maior dificuldade
seja se adaptar sem perder a essência, preservando ao máximo as tradições que
herdamos de nossos ancestrais.
Por fim fica o pensamento de Mestre Ataliba da Mangueira: ”Por mais que os galhos
cresçam, o tronco sempre será maior, e quem sustenta o tronco é a raiz”.
“Minha alma transpira o verde, meu espírito pertence à terra. Cada árvore guarda a
memória de infinitos ancestrais, que penetraram por suas raízes e se fazem presentes
através de suas folhas, seus frutos, suas sementes… Preservando o verde eu mantenho
viva a minha memória ancestral, minha descendência Divina…”
A CABAÇA DO SEGREDO
O nome cabaça é utilizado para designar pelo menos duas espécies distintas. Existem
dois tipos de cabaça, um que nasce em árvores, também chamado cuité (Crescentia
cujete), e uma outra com o hábito de trepadeira (Lagenaria vulgaris). Os índios tupis já
a utilizavam, denominando a mesma de Ku ‘ ya, nome que foi incorporado por nós
como cuia
A cabaça redonda (Crescentia cujete) é chamada nas casas de Candomblé por igbá,
nome que faz alusão a sua forma. Durante muito tempo seus frutos foram utilizados
como principal assentamento dos orixás, sendo substituído atualmente por tigelas de
materiais diversos como porcelana e vidro. Entretanto, algumas casas ainda preservam
essa tradição.
No culto de Ifá é usada como morada de Odú, esposa de Orunmilá, recebendo o nome
de Igbàdú. É nessa cabaça que céu e terra se unem, constituindo toda a existência e o
equilíbrio entre a representação masculina e feminina, o frio e o quente. Esse fato liga
o seu uso aos cultos de Obatalá, Oduduwá e Orunmilá.
A cabaça representa o Segredo (Awo), fato que é atestado durante uma cerimônia
conhecida por “Ideká”, ou mais popularmente, como “Entrega de Cuia”. O termo ideká
significa “transmissão de segredo”, fazendo parte do fechamento do ciclo de iniciação.
Durante essa cerimônia, que só pode ser realizada após sete (7) anos de feitura, o
iniciado ascende ao grau de Egbomí (irmão mais velho), podendo participar
ativamente de uma série de cerimônias e atividades que antes lhe eram vetados. É
nesse momento também que o mesmo pode receber (ou não) um Oye (cargo), que
pode ser de Iya(Babá)lorisá ou outro qualquer (Iya Kekere, Iyábasé, Runsó (Jeje)). É
interessante ressaltar que, passar pelo Ideká é um direito de todo aquele que possua
sete (7) anos de iniciado e esteja com as obrigações em dia. Entretanto, em casas
tradicionais, o recebimento de Oye (cargo) não é para todos, e vai depender do odú
individual. Ou seja, nem todos os iniciados nascem para ocupar cargos, nem tão pouco
para abrirem ilês.
O seu fruto também está intimamente ligado a Esú e Ossayin. É no seu interior que
esses orixás carregam seus ofós, preparados mágicos. Nesse caso costuma receber o
nome de adò. São esses orixás os responsáveis pelo transporte do erù iyawo (carrego
do iyawo), momento que cantamos ao final da Sassayin:
Órùn a f’Èsù
Òdàrà kó ba l’ayo
Órùn a f’Èsù
Ase lè be kó ba l’O
Erù dà
Dá nise
Bó re adá
Sozinha e cansada
Libertando-se dele
Ewe o! Laroye!
Aqui estão alguns nomes de folhas em Iorubá com tradução para o portugues.
Amú - sete sangrias
Atori Guiabá - goiabeira
Ataparí Óbuko - anis
Aferê - mutamba
Alapá - folha de capitão
Awô Pupa - cipó-chumbo
Arusò - alfazema
Asikuta/Efim - malva branca
Ata - pimenta malagueta
Ataare - pimenta da costa
Atopá Kun - arruda
Atórinà - sabugueiro
Awurèpèpè - agrião do Pará/pimenta d'água
Utilizamos nos rituais de iniciação os vegetais classificados como ÈRÒ. Eles tem a
função de abrandar o transe, apaziguar o orixá ou acalmar o iniciado. Servem também
para facilitar a possessão e excitar o orixá.
Eis as folhas sagradas:
Abafé - pata de vaca
Abamodá - folha de fortuna
Abará okê - baunilha de Nicuri
Abebé Kó - tira teima
Abebé Osun - erva capitão
Aberé - picão preto/picão da praia
Àbitolá - cambará
Àfomon - erva de passarinho
Àgbá - romanzeiro
Àpaoká - jaqueira
Àgbadò - milho
Àgbaò - imbaúba
Àgbeyè - melão d'água
Àgbon - coqueiro
Àgogo - figueira do inferno
Àjobi Oilé - aroeira comum
Àjobi Pupá - aroeira vermelha
Àjobi Funfun - aroeira branca
Akan - cará moela
Alèkesi - São Gonçalinho
Alukerese - dama da noite
Alumon - boldo paulista
Bujé - jenipapeiro
Bejerekun - pidaíba
Bàrà - melância
Bàlá - taioba
Balaba - lírio do campo
Bánjókó - bem me quer
Dandá - junquinho
Efinfin - alfavaca
Efinrin - manjericão
Efinrin Kékéré - manjericão da folha miúda
Efin - malva branca
Ejinrin ( wéwé ) - Ewerepèpé - jambo
Ewé Bábá - boldo
Ewé Boyi - beti cheiroso
ewé Lará Pupa - mamona vermelha
Ewé Lará Funfun - mamona branca
Erúyánntefé - afavaca - erva doce
Eru Oridundun - folha de fortuna
Ewé Mesan - espada de Iansã
Ewé Legbá - patchouli
Ewé Asá - louro
Ewé Danda - alfazema
Ewé Kaiá - algas marinhas
Ègé - mandioca
Ègusi - melão
Èkèlegbara - perpétua
Ekun - sapé
Elégédé - abóbora
Èpá - amendoim
Eré Tuntun - levante miúda
Eró igbin - erva de bicho
Esísí - cansa
Etába ou Asá - fumo, tabaco
Etípónilá - erva tostão
Ewé Omí Ojú - vitória régia
Ewé Bíyemi - quebra pedra
Ewé Gbúne - bredo
Ewé idá orixá - espada de São Jorge
Ewé inón - folha de fogo
Ewé isinisini - mastruz
Ewe Òwú - algoodão
Ewé iyá - pariparoba
Ewé kúkúndúnkú - batata doce
Ewé lorogum - abre caminho
Fitiba - cana fita
Gunoco - língua de galinha
Gúrófá - araçá
Ipòlerim, Ipê Erin - babosa (aloe vera)
Igí Mésàn - para raio
Irokó - gameleira branca
Irum-perlêmin - capim cabeludo
Ilerim - folha de vintém
Jamim - cajá
Jacomijé - jarrinha
Junçá - espada de OgunJá - capeba
Kaia - beti branco
Kánieri - carqueja
Kiôiô - louro
Mariwô - folha de palmeira de dendê
Makasà - Catinga de mulata
Òdundún - folha da costa óu saião
Ójuóró - erva de Santa Luzia
Òjé dúdú - guapo ou guaco
Orógbo - orobo
Obí - noz de cola
Osè Obá - abre caminho
Òsibàtà - lótus
Omin-ojú - golfo branco
Obó - rama de leite
Òmum - Samambaia de poço ou pente de cobra
Omum - bredo
Ojusaju - guiné
Olatorije - levante
Owérénjéjé - dormideira
Obaya - beti cheiroso
Oicô - folha de caruru
Péregun - pau d`agua ou pau de d`alho
Pepe - malmequer branco
Sawéwé - alecrim
Tété - bredo sem espinho
Teterégun - cana do brejo
Tepola - pega pinto
Por isso cantamos para essa folha, que dá poder para quem
canta:
Ábèbè ni gbo wa
Ábèbè ni n’bó
Ewe ábèbè
Ábèbè ni gbo wa
Ábèbè ni n’bó
Ewe ábèbè
Tradução livre
Folha do Abebe
Na língua Yorùbá, freqüentemente existe uma relação direta entre os nomes das
plantas e suas qualidades, e seria importante saber se receberam tais nomes devido às
suas virtudes ou se devido a seus
nomes, determinadas características foram a elas atribuídas.” (meu grifo).
Nesta preparação encontramos referência a uma folha, conhecida pela maioria de nós: o
Pèrègún, cujo nome é a contração do verbo “PÈ”, que significa chamar, com a palavra
“EGÚN”, que significa espírito, ancestral, etc. Percebe-se então que esta folha tem a
finalidade de “chamar (invocar) espíritos”, e que a própria pronúncia de seu nome já
funciona como um ofò! No caso da receita acima, a sabedoria daqueles nossos
ancestrais yorubanos que a elaboraram fez esse trocadilho: se Pèrègún pode chamar
espíritos, pode chamar a riqueza! Certa vez ouvi de meu “bàbá” que o negro
yorubano tem sobre nós a vantagem do uso corrente do idioma, enquanto nós aqui no
Brasil ficamos presos a textos prontos, que nos foram transmitidos ao longo do tempo.
Para algumas pessoas, principalmente para aquelas que não estão ligadas aos cultos de
matriz africana, pode parecer um tanto “primitivo” pensar dessa maneira, digo, esperar
resultados a partir da utilização de certas plantas, de sementes, etc., enfim de elementos
da natureza, aparentemente inanimados. No entanto, repetimos, existe por traz da
utilização desses elementos uma questão cultural. Eles se utilizam desses elementos da
natureza acreditando que eles expressam as suas necessidades perante o “Criador”, o
destino final de seus pedidos:
“…Uma composição mágica parece ser considerada como uma coleção de coisas
materiais, às quais é dado um valor simbólico; juntas constituem uma mensagem…”
(Ewé, Pierre Verger, 1995)
Entre os Yorùbá, os ofò são frases curtas nas quais muito freqüentemente o “verbo” que
define a acão esperada, chamado de “verbo atuante”, é uma das sílabas do nome da
planta ou do ingrediente empregado. No entanto, o elo entre o nome da folha e a ação
esperada, invocada através do ofò, não se limita apenas ao verbo, mas pode aparecer em
uma frase curta ou longa, nesse caso estabelecendo uma relação simbólica entre
algumas “características naturais” daquela planta a as “necessidades” do homem.
Vejamos alguns exemplos:
Este ofò faz referência a uma folha conhecida popularmente por Bredo ou Caruru de
porco, e cujo nome Yorùbá é Tètè. É uma folha facilmente encontrada, tanto no meio
urbano, nas margens de calçadas, como no meio rural, e confesso que antes de conhecer
o seu valor ritual, passava-me despercebida, assim com muitas folhas que não
conhecemos! Percebemos pela tradução que é uma planta resistente às variações da
natureza, permanecendo sempre saudável, e não é este tipo de força que
queremos para nossa vida?
Ojú oró é conhecida popularmente por Erva de Santa Luzia, é uma planta aquática,
encontrada em rios ou lagoas. Percebemos que nesse ofò evoca-se o poder dessa planta
de conseguir manter-se sempre por cima da água!
outra versão:
A fí pa burúrú,a fí pa burúrú
Etiponlá wa fi pá burúrú
Quando cantamos essa cantiga é costume se arrastar as folhas desses ewe no chão da
entrada do barracão até a ení do iyawo, para trazer prosperidade e proteção para todos
da casa. Também é comum espalhar suas folhas pelo chão do barracão durante o sirè,
demonstrando assim a sua importância.
O ewe ítá é uma folha de muita força, utilizada para atrair felicidade e sorte (asé odara),
pertencendo a Ossayin e Osun. É uma folha quente, devendo ser usada com cuidado,
principalmente pelos filhos do orisá dos Caminhos (Ogun)…
Não confundir com a cantiga abaixo, que é do ataare (pimenta da costa- Aframomum
melegueta):
Orixá Oxaguiã
Oxaguiã é um Orixá funfun(Orixás cujo principal emblema é a cor branca), é a forma
“jovem” de Oxalá, ele é guerreiro, apresentando essa qualidade no tocante as discuções
filosóficas.
Lekelekê
Metais de Oxalá / Oxalufã e Oxaguiã são todos metais brancos, em especial a prata e o
chumbo.
Minério de chumbo
Oxaguiã/Azul e Branco
Cristal de Quartzo/Oxaguiã
ewe oxaguiã/alecrim
ewe oxaguiã/baunilia
ewe oxaguiã/camélia
ewe oxaguiã/camomila
ewe oxaguiã/carnauba
ewe oxaguiã/colonia
ewe oxaguiã/estoraque
ewe oxaguiã/guaco
ewe oxaguiã/laranjeira
ewe oxaguiã/mangericão
ewe oxaguiã/pichuri
ewe oxaguiã/salvia
ewe oxaguiã/saião
ewe oxaguiã/obí
ewe oxaguiã/patchuli
oxaguiã/inhame
Um dos principais emblemas de Oxaguiã é o pilão, usado para fazer o seu prato
favorito!
pilão/emblema de oxaguiã
Waji, corante azul indigo retirado das folhas do Lonchucarpus sp, sendo esta cor ligada
a Oxaguiã.
waji/anil
Axé a Todos!
Alexandre de Yemanjá
Falar sobre o boldo é um assunto e tanto: apesar de ser uma planta muito
conhecida, é comum a confusão entre os vários tipos de boldo.
Desta vez, vamos tratar do cultivo daquele boldo mais comum, provavelmente
aquele que a maioria tem no quintal, no vaso ou na jardineira: o Boldo-da-terra
(Coleus barbatus ou Plectranthus barbatus), também conhecido como falso boldo,
boldo africano, boldo-do-reino e malva-santa. Pertencente à família das Labiadas, é
uma planta herbácea perene que apresenta folhas pilosas, isto é, coberta de
pequenos pêlos que dão uma aspecto aveludado. As flores pequenas nascem em
espigas, na ponta dos ramos, em tons que vão do azul ao violeta.
Colheita: Cerca de seis meses após o plantio já é possível fazer a colheita das
folhas.
Uso: O chá, que geralmente é maceração* das folhas, é um tônico amargo que
facilita o trabalho da vesícula biliar, estimulando a secreção da bílis e favorecendo a
digestão de gorduras. É indicado no combates às dores estomacais, males do
fígado, diarréia e desconforto causado por gases intestinais. Porém, como foi citado
acima, deve ser usado com cautela pois, em excesso, pode provocar irritação
gástrica. É preciso ter cuidado para não confundir o boldo com algumas plantas
ornamentais, que são aparentemente semelhantes.
Receitas:
Essas duas receitas foram divulgadas pelo Prof. Sylvio Panizza, no Programa Dia-a-
Dia da TV Bandeirantes:
Tônico para o fígado com boldo e carqueja
Coloque para ferver 1 xícara (chá) de água filtrada, 1 colher (sobremesa) de boldo
e 1 colher (sobremesa) de carqueja. Desligue o fogo e abafe durante 10 minutos e
coe. Não tomar mais de 3 xícaras por dia.
Infuso hepático
Ferva 1 xícara (chá) de água filtrada e desligue o fogo. Coloque imediatamente 1
colher (sobremesa) de boldo, 1 colher (sobremesa) de losna e 1 colher
(sobremesa) de menta. Abafe por 10 minutos e coe. Ideal é consumir 1 xícara
antes das principais refeições, para tratar males do fígado e vesícula.
Estas são as que consegui descobrir, na net e em livros, mas penso que existirão muitas mais.
Já consegui sementes de algumas e já germinaram mas estão ainda muito pequeninas.
O basílico é extremamente aromático e fica delicioso em qualquer prato de massas, peixe ou
saladas e não só. Experimentem
Basílico Genovês
Basílico limão
Basílico pequeno (Ocimum tenuiflorum)
Só a ultima foto é que é de uma planta minha, todas as outras vieram do site da Thompson and Morgan.
Assim que os meus basílicos tenham tamanho de jeito colocarei aqui as suas fotos.