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Apoio escolar 6º ano – Língua Portuguesa

Ficha de trabalho: leitura e compreensão textuais

1. Lê o texto "Imaginar" para, em seguida, responderes ao


questionário apresentado.
IMAGINAR
Um enorme manto de silêncio cobria aqueles descampados, de vez
em quando sacudidos pelo piar das corujas e do latido, lá ao longe,
dos cães. O silêncio era tal, que eu conseguia ouvir a ruminação das
vacas.
Apesar de estar protegido, eu não conseguia esquecer os lobos.
Desde pequenino que toda a gente nos metia medo com a chegada
intempestiva dos lobos. Bichos esfaimados, que nos punham os
cabelos em pé e os nervos paralisados antes de nos estraçalharem
com uns dentes medonhos que cortavam melhor que as mais afiadas
navalhas de barba.
Os mais velhos diziam essas coisas e nós, os novatos,
acreditávamos.
Cantavam os galos aquém e além, anunciando o clarear do dia,
quando chegámos à feira do Cavalinho.
Quem primeiro se lembrou de chamar Cavalinho àquela terra com
três casas de granito e um pequeno largo devia ter muita imaginação.
Antes de lá ir, eu imaginava que era uma terra onde morava um
cavalinho, de crinas ao vento. Um elegante cavalinho branco, com
focinho rosado, que passava o tempo a galopar por entre a tenra e
verdíssima erva dos lameiros. Um belo animal que só parava para
mamar sofregamente nas tetas da sua mãe, abanando o rabo de
contentamento.
Depois foi a grande decepção. Aprendi que não há nada melhor que
o imaginado.
Desatrelámos o carro, tirámos um pequeno molho de feno que
tínhamos levado de casa, pusemos as vacas a comê-lo e fomos dar
voltas à feira, à procura de um leitão grande, gordo e barato.
Acabámos por comprá-lo a um casal de velhotes, que afiançavam
estar bem capado e ser filho de uma porca muito mansa, de raça

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avantajada. Uma salgadeira cheia de carne muito saborosa e
magrinha, diziam os velhotes. Se meus pais quisessem muita
gordura, era melhor irem procurar noutro sítio, disse a velhota, que
tinha um xaile preto a tapar-lhe a cara. Meus pais acreditaram nas
palavras quase sussurradas do casal e compraram-lhes um leitão que
não foi grande, nem gordo nem barato. Antes de selarem o negócio,
estiveram a regatear para cima de uma hora. Eu adorava aquele
teatro.
Colocámos o reco em cima do carro forrado com feno. O bicho tremia,
gania e saltava.
-Até um porco não gosta de sair da beira da mãe. Coitadinho!...
-disse minha mãe.
Para que ele não saltasse, o carro tinha a toda a volta um taipal de
mimosas entrelaçadas, feito pelo meu pai, ainda eu não tinha
nascido.
MOTA, António, Filhos de Montepó.
Vila Nova de Gaia: Edições Gailivro, 2003.
2. Preenche o quadro que se segue com os significados das
palavras presentes no texto:
descampad
_
os
latido _
ruminação _
intempestiv
_
a
esfaimados _
estraçalhar
_
em
feno _
afiançavam _
avantajada _
reco _

3. Relê a descrição do início do texto.


3.1 A que tipo de local se refere?
4. Por que motivo esse local era tão importante para o narrador?

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4.1. Retira uma frase do texto que mostre essa importância.
5. Atenta na seguinte frase do texto:
"Bichos esfaimados, que nos punham os cabelos em pé e os nervos
paralisados antes de nos estraçalharem com uns dentes medonhos
que cortavam melhor que as mais afiadas navalhas de barba."
5.1 Tenta caracterizar o mesmo animal por outras palavras.
6. De acordo com as palavras do narrador, por que motivo aquela
terra se chamava "Cavalinho"?
7. Explica de que forma o narrador imaginava a terra chamada
"Cavalinho"?
8. Explica o sentido desta frase: "Aprendi que não há nada melhor
que o imaginado."
8.1 E tu? Já alguma vez visitaste um sítio e depois ficaste
decepcionado(a) porque estava longe do que tinhas imaginado?
Conta essa tua experiência num pequeno texto.
Bom trabalho!

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