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DISCIPLINA: DIDÁTICA

Módulo – Didática 0
APRESENTAÇÃO

De modo geral, a palavra Didática se associa à


arrumação, ordem, logicidade, clareza, simplificação e
costuma, portanto, também conotar rigor, bitolamento,
limitação, quadratura. Se ela adquiriu significados negativos,
supõe-se que a origem deles esteja no práxis, ou seja, o
exercício regular da Didática, em todos os níveis de ensino,
seria responsável pelo seu desprestígio ou má fama.
Realmente, muitos manuais de Didática estão cheios de itens Curiosidade
Etimológica.....
e subítens, regras e conselhos: o professor deve, o professor
não deve e ficam, portanto, muito próximos dos receituários A palavra ―Didática‖
provém do grego
ou listagens de permissões e proibições, tentando inutilmente didaktike
disfarçar o seu vazio atrás de excessivo formalismo.
Corroborando todas estas restritivas, fez-se popular
o seguinte conceito de Didática - disciplina com a qual ou
sem a qual tudo fica tal e qual. De fato, convém perguntar
como aprenderam os nossos antepassados, entregues à
professores leigos, cuja preocupação maior era a
competência conteudística, a manutenção do respeito à
cátedra e a sua pessoa, que do alto do seu tablado despejava
sobre os alunos seu saber irrefutável. Por outro lado, com
tanta didática hoje em voga, enriquecida pela psicologia, pela
análise de sistemas e por toda a tecnologia do ensino, como O que é ser professor?
explicar que o ensino continue piorando sempre, como a ―É despertar a magia do
querer comprovar a inutilidade desses recursos? saber é abrir caminhos
de esperança,
Ser o professor é conseguir integrar, desvendar os mistérios
da arte de ensinar.
harmoniosamente e com amor, as habilidades antes É promover o saber
treinadas em separado. Uma Didática Criativa tentaria universal.
É não se dar conta da
responder aos constantes ataques de que a Didática não leva amplitude de um
trabalho que é missão
a nada e até colabora para o emperramento do sistema mover o mundo através
escolar. A boa Didática é a que incentiva a produção e não a do operário ou
presidente
reprodução, a divergência muito mais que a convergência, a que um dia passou por
sua mão‖.
crítica em lugar da tranqüila aceitação, a dúvida em (autor desconhecido)
detrimento das certezas preestabelecidas, o erro provisório
em lugar do acerto fácil.

Módulo – Didática 1
DESENVOLVIMENTO
HISTÓRICO DA DIDÁTICA

A retrospectiva histórica da Didática abrange duas


partes: na primeira é abordado o papel da disciplina antes de
sua inclusão nos cursos de formação de professores a nível
superior, compreendendo o período que vai de 1549 até
1930; a segunda parte procura reconstituir a trajetória da
Didática a partir da década de 30 até os dias atuais. Neste tópico você terá a
oportunidade de
São destacados os aspectos sócio-econômicos, conhecer melhor a
história da Didática em
políticos e educacionais que servem de pano de fundo para seus dois períodos.
identificar as propostas pedagógicas presentes na educação,
bem como os enfoques do papel da Didática.

PRIMÓRDIOS DA DIDÁTICA: O PERÍODO DE


1549/1930
NÃO ESQUEÇA:
Esta é a primeira fase
da história da Didática
Os jesuítas foram os principais educadores de quase
todo o período colonial, atuando, aqui no Brasil, de 1549 a
1759. No contexto de uma sociedade de economia agrário-
exportadora-dependente, explorada pela Metrópole, a
educação não era considerada um valor social importante. A
tarefa educativa estava voltada para a catequese e instrução
dos indígenas, mas, para a elite colonial, outro tipo de
educação era oferecido:
O plano de instrução era consubstanciado no Ratio
Studiorum, cujo ideal era a formação do homem universal,
humanista e cristão. A educação se preocupava com o ensino
humanista de cultura geral, enciclopédico e alheio à realidade
da vida da Colônia. Esses eram os alicerces da Pedagogia
Tradicional na vertente religiosa que, de acordo com SAVIANI
(1984, p.12), é marcada por uma ―visão essencialista de
homem, isto é, o homem constituído por uma essencial
universal e imutável‖. A essência humana é considerada
criação divina e, assim, o homem deve se empenhar para

Módulo – Didática 2
atingir a perfeição, ―para fazer por merecer a dádiva da vida
sobrenatural‖. (Ibid., p.12).
A ação pedagógica dos jesuítas foi marcada pelas
formas dogmáticas de pensamento, contra o pensamento
crítico. Privilegiavam o exercício da memória e o
desenvolvimento do raciocínio; dedicavam atenção ao
preparo dos padres-mestres, dando ênfase à formação do
caráter e sua formação psicológica para conhecimento de si
mesmo e do aluno. Dessa forma, não se poderia pensar em
uma prática pedagógica e muito menos em uma Didática que
buscasse uma perspectiva transformadora na educação.
Os pressupostos didáticos diluídos no ―Ratio‖ Como você avalia a ação
pedagógica dos jesuítas?
enfocavam instrumentos e regras metodológicas Você concorda com ela?
compreendendo o estudo privado, em que o mestre
____________________
prescrevia o método de estudo, a matéria e o horário; as ____________________
____________________
aulas ministradas de forma expositiva; a repetição visando ____________________
repetir, decorar e expor em aula; o desafio, estimulando a ____________________
____________________
competição; a disputa, outro recurso metodológico era visto ____________________
____________________
como uma defesa de tese. Os exames eram orais e escritos, ____________________
visando avaliar o aproveitamento do aluno. ____________________
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O enfoque sobre o qual o papel da Didática, ou ____________________
____________________
melhor, da Metodologia de Ensino, como é denominada no ____________________
Código pedagógico dos jesuítas, está centrado no seu caráter ____________________
____________________
meramente formal, tendo por base o intelecto; o ____________________
____________________
conhecimento é marcado pela visão essencialista de homem. ____________________
Após os jesuítas, não ocorrem no país grandes ____________________
____________________
movimentos pedagógicos, como são poucas as mudanças ____________________
____________________
sofridas pela sociedade colonial e durante o Império e a ____________________
República. A nova organização instituída por Pombal, ____________________
____________________
pedagogicamente, representou um retrocesso. Professores ____________________
____________________
leigos começaram a ser admitidos para as ―aulas-régias‖
introduzidas pela reforma pombalina.
Por volta de 1870, época de expansão cafeeira e da
passagem de um modelo agrário-exportador para um urbano-
comercial-exportador, o Brasil vive o seu período de

Módulo – Didática 3
―iluminismo‖. Segundo SAVIANI (1984, p. 275), ―tomam corpo
movimentos cada vez mais independentes da influência
religiosa‖.
No campo educacional, suprime-se o ensino religioso
nas escolas públicas, passando o Estado a assumir a
laicidade. É aprovada a reforma de Benjamin Constant (1890)
sob a influência do positivismo. A escola busca disseminar
uma visão burguesa de mundo e sociedade, a fim de garantir
a consolidação da burguesia industrial como classe
dominante.
Os indicadores de penetração da Pedagogia
Tradicional em sua vertente leiga são os Pareceres de Rui
Barbosa, de 1882 e a primeira reforma republicana, a de
Benjamin Constant, em 1890.
A essa teoria pedagógica correspondiam as
seguintes características: a ênfase ao ensino humanístico de
cultura geral, centrada no professor, que transmite a todos os
A vertente da Pedagogia
alunos indistintamente a verdade universal e enciclopédica; a
Tradicional mantém a
relação pedagógica que se desenvolve de forma visão essencialista de
homem, não como
hierarquizada e verticalista, onde o aluno é educado para criação divina, mas aliada
à noção de natureza
seguir atentamente a exposição do professor; o método de
humana, essencialmente
ensino, calcado no cinco passos, formais de Hebart racional. Essa vertente
inspirou a criação da
(preparação, apresentação, comparação, assimilação, escola pública, Iaica,
universal e gratuita
generalização e aplicação). (SAVIANI, 1984, p. 274).
A Didática é compreendida como um conjunto de
regras, visando assegurar aos futuros professores as
orientações necessárias ao trabalho docente. A atividade
docente é entendida como inteiramente autônoma face à
política, dissociada das questões entre escola e sociedade.
Uma Didática que separa teoria e prática.
A Pedagogia tradicionalista leiga refletia-se nas
disciplinas de natureza pedagógica do currículo das Escolas
Normais desde o início de sua criação, em 1835. A inclusão
da Didática como disciplina em cursos de formação de

Módulo – Didática 4
professores para o então ensino secundário, ocorreu quase
um século depois, ou seja, em 1934.

A DIDÁTICA NOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE NÃO ESQUEÇA:


PROFESSORES A PARTIR DE 1930 Esta é a segunda fase
da história da Didática

O período de 1930/1945: A Didática é tradicional,


cumpre renová-la. Na década de 30, a sociedade brasileira
sofre profundas transformações, motivadas basicamente pela
modificação do modelo sócio-econômico. A crise mundial da
economia capitalista provoca no Brasil a crise cafeeira,
instalando-se o modelo sócio-econômico de substituição de
importações.
Paralelamente, desencadea-se o movimento de
reorganização das forças econômicas e políticas o que
resultou em um conflito: a Revolução de 30, marco
comumente empregado para indicar o início de uma nova
fase na história da República do Brasil.
No âmbito educacional, durante o governo
revolucionário de 1930, Vargas constitui o Ministério de
Educação e Saúde Pública. Em 1932 é lançado o Manifesto
dos Pioneiros da Escola Nova, preconizado a reconstrução
social da escola na sociedade urbana e industrial.
Entre os anos de 1931 e 1932 efetivou-se a Reforma
Francisco Campos. Organiza-se o ensino comercial; adota-se
o regime universitário para o ensino superior, bem como
organiza-se a primeira universidade brasileira. A Faculdade
de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo
foi o primeiro instituto de ensino superior que funcionou de
acordo com o modelo Francisco Campos. A origem da
Didática como disciplina dos cursos de formação de
professores a nível superior está vinculada à criação da
referida Faculdade, em 1934, sabendo-se que a qualificação
do magistério era colocada como ponto central para a
renovação do ensino. No início, a parte pedagógica existente

Módulo – Didática 5
nos cursos de formação de professores era realizada no
Instituto de Educação, sendo aí incluída a disciplina
―Metodologia do Ensino Secundário‖, equivalente à Didática
hoje nos cursos de licenciatura.
Por força do art. 20 do Decreto-Lei n°. 1190/39, a
Didática foi instituída como curso e disciplina, com duração de
um ano. A legislação educacional foi introduzindo alterações
para, em 1941, o curso de Didática ser considerado um caso
independente, realizado após o término do bacharelado
(esquema três + um).
Em 1937, ao se consolidar no poder com auxílio de
grupos militantes e apoiado pela classe burguesa, Vargas
implanta o Estado Novo, ditatorial, que persistiu até 1945. Os
debates educacionais são paralisados e o ―prestígio dos
educadores passa a condicionar-se às respectivas posições
políticas‖, como afirma PAIVA (1973, p. 125).
O período situado entre 1930 e 1945 é marcado pelo
equilíbrio entre as influências da concepção humanista
tradicional (representada pelos católicos) e humanista
moderno (representada pelos pioneiros). Para SAVIANI
(1985, p. 276) a concepção humanista moderno se baseia em
uma ―visão de homem centrada na existência, na vida, na
atividade‖. Há predomínio do aspecto psicológico sobre o
lógico. O escolanovismo propõe um novo tipo de homem,
defende os princípios democráticos, isto é, todos tem direito a
assim se desenvolverem. No entanto, isso é feito em uma
sociedade dividida em classes, onde são evidentes as
diferenças entre o dominador e as classes subalterna. Assim,
as possibilidades de se concretizar este ideal de homem se
voltam para aqueles pertencentes à classe dominante.
A característica mais marcante do escolanovismo é a
valorização da criança, vista como ser dotado de poderes
individuais, cuja liberdade, iniciativa, autonomia e interesses
Fique de olho na principal
devem ser respeitados. O movimento escolanovista característica do
escolanovismo.
preconizava a solução de problemas educacionais em uma

Módulo – Didática 6
perspectiva interna da escola, sem considerar a realidade
brasileira nos seus aspectos político, econômico e social. O
problema educacional passa a ser uma questão de escola e
técnica. A ênfase recai no ensinar bem, mesmo que a uma
minoria.
Devido à predominância da influência da Pedagogia
Nova na legislação educacional e nos cursos de formação
para o magistério, o professor absorveu o seu ideário.
Conseqüentemente, nesse momento, a Didática também
sofre a sua influência, passando a acentuar o caráter prático-
técnico do processo ensino-aprendizagem, onde teoria e
prática são justapostas. O ensino é concebido como um Como foi descrito no
texto a Didática propiciou
processo de pesquisa, partindo do pressuposto de que os a formação de um novo
perfil de professor: o
assuntos de que tratam o ensino são problemas. Técnico.
A Didática é entendida como um conjunto de idéias e
Dê sua opinião sobre
métodos, privilegiando a dimensão técnica do processo de esta visão?
ensino, fundamentada nos pressupostos psicológicos e ____________________
psicopedagógicos e experimentais, cientificamente validados ____________________
____________________
na experiência e construídos em teoria, ignorando o contexto ____________________
____________________
sócio-político-econômico. A Didática, assim concebida ____________________
propiciou a formação de um novo perfil de professor: o ____________________
____________________
técnico. ____________________
____________________
O período de 1945/1960: o predomínio das novas ____________________
idéias e a Didática. Esta fase correspondente à aceleração e ____________________
____________________
diversificação do processo de substituição de importações e à ____________________
____________________
penetração do capital estrangeiro. O modelo político é ____________________
baseado nos princípios da democracia liberal com crescente ____________________
____________________
participação das massas. É o Estado populista --- ____________________
____________________
desenvolvimentista, representando uma aliança entre o ____________________
empresariado e setores populares, contra a oligarquia. No fim ____________________
____________________
do período, começa a delinear-se uma polarização, deixando ____________________
____________________
entrever dois caminhos para o desenvolvimento: o de ____________________
tendência populista e o de tendência antipopulista. ____________________
____________________
Em 1946, o Decreto-Lei n°. 9053 desobrigava o
curso de Didática e, já sob a vigência da Lei Diretrizes e

Módulo – Didática 7
Bases, Lei 4024/61, o esquema de três mais um foi extinto
pelo Parecer n°. 242/62, do Conselho Federal de Educação.
A Didática perdeu seus qualificativos geral e especial e
introduz-se a Prática de Ensino sob a forma de estágio
supervisionado.
Entre 1948-1961, desenvolvem-se lutas ideológicas
em torno da oposição entre escola particular e defensores da
escola pública. A disseminação das idéias novas ganha mais
força com a ação do Instituto Nacional de Estudos
Pedagógicos (INEP). As escolas católicas se inserem no
movimento renovador, difundindo o método de Montessori e
Lubienska. É importante saber.
O quadro que se instalou no país com o movimento
Nesta fase (1948-1961),
de 1964 alterou a ideologia política, a forma de governo e, o ensino de Didática
também se inspirava no
conseqüentemente, a educação. O modelo político- liberalismo e no
pragmatismo,
econômico tinha como característica fundamental um projeto
acentuando a
desenvolvimentista que buscava acelerar o crescimento predominância dos
processos metodológicos
sócio-econômico do país. A educação desempenhava em detrimento da própria
aquisição do
importante papel na preparação adequada de recursos
conhecimento. A Didática
humanos necessários à incrementação do crescimento se voltava para as
variáveis do processo de
econômico e tecnológico da sociedade de acordo com a ensino sem considerar o
contexto político-social.
concepção economicista de educação.
Acentuava-se desta
O sistema educacional era marcado pela influência forma, o enfoque
renovador-tecnicista da
dos acordos MEC/USAID, que serviram de sustentáculo às Didática na esteira do
movimento escolanovista.
reformas do ensino superior e posteriormente do ensino de 1°
e 2° graus. Por influência, também dos educadores
americanos foi implantada, pelo Parecer 252/69 e Resolução
n°. 2/69 do Conselho Federal de Educação, a disciplina
"Currículos e Programas", nos cursos de Pedagogia, o que,
de certa forma, provocou a superposição de conteúdos da
nova disciplina com a Didática.
O período compreendido entre 1960 e 1968 foi
marcado pela crise da Pedagogia Nova e articulação da
tendência tecnicista, assumida pelo grupo militar e
tecnocrata. O pressuposto que embasou esta pedagogia está

Módulo – Didática 8
na neutralidade científica, inspirada nos princípios de
racionalidade, eficiência e produtividade. Buscou-se a
objetivação do trabalho pedagógico da mesma maneira que
ocorreu no trabalho fabril. Instalou-se na escola a divisão do
trabalho sob a justificativa de produtividade, propiciando a
fragmentação do processo e, com isso, acentuando as
distâncias entre quem planeja e quem executa.
A Pedagogia Tecnicista está relacionada com a Conheça um pouco mais
concepção analítica de Filosofia da Educação, mas não como sobre a concepção
analítica através da
conseqüência sua. explicação desenvolvida
por SAVIANI (1984, p.
O enfoque do papel da Didática a partir dos 179)
pressupostos da Pedagogia Tecnicista procura desenvolver
“(...) A concepção analítica
uma alternativa não psicológica, situando-se no âmbito da não tem por objeto a
realidade. Refere-se, pois, à
tecnologia educacional, tendo como preocupação básica a clareza e consistência dos
enunciados relativos aos
eficácia e a eficiência do processo de ensino. essa Didática fenômenos eles mesmos.
(...) A ela cabe fazer a
tem como pano de fundo uma perspectiva realmente ingênua assepsia da linguagem,
depurá-la de suas
de neutralidade científica. inconsistências e
Neste enfoque, os conteúdos dos cursos de Didática ambigüidades. Não é sua
tarefa produzir enunciados e
centram-se na organização racional do processo de ensino, muito menos práticas."

isto é, no planejamento didático formal, e na elaboração de


materiais instrucionais, nos livros didáticos descartáveis. O
processo é que define o que professores e alunos devem
fazer, quando e como o farão.
Na Didática Tecnicista, a desvinculação entre teoria
e prática é mais acentuada. O professor torna-se mero
executor de objetos instrucionais, de estratégias de ensino e
de avaliação. Acentua-se o formalismo didático através dos
planos elaborados segundo normas pré-fixadas. A Didática é
concebida como estratégia para o alcance dos produtos
previstos para o processo ensino-aprendizagem.
A partir de 1974, época em que tem início a abertura
gradual do regime político autoritário instalado em 1964,
surgiram estudos empenhados em fazer a crítica da
educação dominante, evidenciando as funções reais da

Módulo – Didática 9
política educacional, acobertada pelo discurso político-
pedagógico oficial.
Sob esta ótica, a Didática nos cursos de formação de
professores passou a assumir o discurso sociológico,
filosófico e histórico, secundarizando a sua dimensão técnica,
comprometendo, de certa forma, a sua identidade,
acentuando uma postura pessimista e de descrédito relativo à
sua contribuição quanto à prática pedagógica do futuro
professor.
Contudo pode-se perceber que se, de um lado, a
teoria crítico-reprodutivista contribuiu para acentuar uma
postura de pessimismo, por outro lado, a atitude crítica
passou a ser exigida pelos alunos e os professores procuram
rever sua própria prática pedagógica a fim de torná-la mais
coerente com a realidade sócio-cultural. A Didática é
questionada e os movimentos em torno de sua revisão
apontam para a busca de novos rumos.
Ao longo dos anos 80, a situação sócio-econômica
do país tem dificultado a vida do povo brasileiro com a
elevação da inflação, elevação do índice de desemprego,
agravado mais com o aumento da dívida externa e pela
política recessionista, orientada pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI).
Na primeira metade da década de 80, instala-se a
Nova República, iniciando-se, desta forma uma nova fase da
vida do país. A luta operária ganha força, passando a se
generalizar por outras categorias profissionais e, dentre elas,
os professores.
CURIOSIDADE
A concepção dialética ou crítica não foi dominante no
Foi na década de 80 que
nosso texto educacional. Ela se organizou com maior nitidez os professores se
a partir de 1979. Para a concepção dialética de Filosofia da empenham para a
reconquista do direito e
Educação, não existe um homem dado "a priori", pois não dever de participarem na
definição da política
coloca como ponto de partida uma determinada visão educacional e na luta pela
homem. Interesse-se pelo ser concreto. A tarefa da filosofia é recuperação da escola
pública.
explicitar os problemas educacionais e compreendê-los a

Módulo – Didática 10
partir do contexto histórico em que estão inseridos (SAVIANI,
1984, p.24)
A educação não está centrada no professor ou no
aluno, mas na questão central da formação do homem. A
educação está voltada para o ser humano e sua realização
em sociedade. Nesse sentido, GADOTTI afirma que, no bojo
de uma Pedagogia Crítica, "a educação se identifica como o
processo de hominização. A educação é o que se pode fazer
do homem de amanhã". (1983, p. 149) É uma pedagogia que
se compromete com os interesses do homem das camadas
desfavorecidas.
A escola se organiza como espaço de negação da
dominação e não mero instrumento para reproduzir a
estrutura social vigente. Nesse sentido, agir no interior da
escola é contribuir para transformar a própria sociedade.
Assim, o enfoque da Didática, de acordo com os
pressupostos de uma Pedagogia Crítica, é o de trabalhar no
sentido de ir além dos métodos e técnicas, procurando
associar escola-sociedade, teoria-prática, conteúdo-forma,
técnico-político, ensino-pesquisa. Ela deve contribuir para
ampliar a visão do professor quanto às perspectivas didático-
pedagógicas mais coerentes, com nossa realidade
educacional, ao analisar as contradições entre o que é
realmente o cotidiano da aula e o ideário pedagógico calcado
nos princípios da teoria liberal, arraigado, na prática dos
professores.
Na década de 80, esboçam-se os primeiros estudos
em busca de alternativas para a Didática, a partir dos
pressupostos da Pedagogia Crítica. A Didática no âmbito
desta pedagogia auxilia no processo de politização do futuro
professor, de modo que ele possa perceber a ideologia que
inspirou a natureza do conhecimento usado e a prática
desenvolvida na escola. Neste sentido, a Didática Crítica
busca superar o intelectualismo formal do enfoque tradicional,
evitar os efeitos do espontaneísmo escolanovista, combater a

Módulo – Didática 11
orientação desmobilizadora do tecnicismo e recuperar as
tarefas especificamente pedagógicas, desprestigiadas a partir
do discurso reprodutivista. Procura, ainda, compreender e
analisar a realidade social onde está inserida a escola.
É preciso uma Didática que proponha mudanças no
modo de pensar e agir do professor e que este tenha
presente a necessidade de democratizar o ensino. Este é
concebido como um processo sistemático e intencional de
transmissão de conteúdos culturais e científicos. É evidente
que a Didática, por si, não é condição suficiente para a
formação do professor crítico. Não resta dúvida de que a O quadro abaixo
tomada de consciência e o desvelamento das contradições apresenta um
esquema das
que permeiam a dinâmica da sala de aula são pontos de evoluções
partida para a construção de uma Didática Crítica, apontadas no texto.
contextualizada e socialmente comprometida com a formação
do professor.

Quadro: Esquemas da Evolução do Histórico de Didática


PEDAGOGIA/ ESCOLA TRADICIONAL ESCOLA MODERNA
DIDÁTICA (1549-1930) (1945-1960)
1. Objetivos de Ensino matéria de estudo vivência de experiências
transmissão de conhecimentos significativas.
autodireção do aluno.
2. Professor elementos mais importantes do deve tornar-se cada vez mais
processo desnecessário para o aluno-
autoridade máxima independência de ação
3. Aluno recebe e aceita principal elemento do processo
obediência e subserviência- de ensino formado para
passividade autocontrole e responsabilidade
4. Matéria fim em si mesma meio para consecução de
imposição do saber objetivos
organizada segundo a lógica do ordenação psicológica e lógica
adulto conhecimento integra-aplicação.
conhecimento-memorização
5. Método autocrático, baseado na experimental
exposição do professor visa a participação ativa do
aluno, sua integração, o
atendimento dos interesses e
necessidades individuais

Os quadros apresentados a seguir também apresentam esquemas das evoluções


apontadas no texto.

Módulo – Didática 12
Didática Tradicional Didática Moderna

(1) a quem se ensina ? quem aprende ? = o aluno


(2) quem ensina ? com quem o aluno aprende ? = Mestre
(3) para que se ensina ? para que o aluno aprende ? = Objetivo
(4) o que se ensina ? o que o aluno aprende ? = Matéria
(5) como se ensina ? como o aluno aprende ? = Método

OBJETIVO

Aluno Matéria

Mestre Método

Módulo – Didática 13
,
PEDAGOGIA PROGRESSIVA

DISCRIMINAÇÃO LIBERTADORA LIBERTÁRIA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS


PAPEL DA ESCOLA Objetiva uma transformação Atuar na transformação da Preparação do aluno para o mundo
social. personalidade do aluno, adulto e suas contradições.
contaminando todo o sistema.
CONTEÚDOS DE São extraídos da Resultam de necessidades e Não basta que os conteúdos sejam
ENSINO problematização da prática de interesses manifestos pelo grupo. apenas ensinados, ainda que bem
vida dos educandos. ensinados, é preciso que se liguem de
forma indissociável, à sua significação
humana e social.
MÉTODOS Através de diálogos. Vivência grupal. Vai-se da ação à compreensão e da
compreensão à ação, até a síntese
(unidade entre a teoria e a prática).
RELACIONAMENTO Relação horizontal. Relação não-diretiva. Participação ativa do aluno.
PROFESSOR- Educando e educador se
ALUNO posicionam como sujeito do ato
do conhecimento.
PRESSUPOSTOS DA O que é aprendido não decorre Aprendizagem informal via-grupo. Verificação da bagagem cultural do
APRENDIZAGEM de uma imposição ou aluno.
memorização, mas, do nível
crítico de conhecimento.
MANIFESTAÇÕES Confunde-se com "educação Interação conteúdos/realidades sociais.
NA PRÁTICA popular".
ESCOLAR

Módulo – Didática 14
PEDAGOGIA LIBERAL

DISCRIMINAÇÃO TRADICIONAL RENOVADA PROGRESSISTA RENOVADA NÃO- TECNICISTA


DIRETIVA
PAPEL DA ESCOLA Preparação intelectual e Adequar as necessidades Mudança na educação. Modeladora do
moral do aluno. individuais à sua realidade Momento de comportamen-to humano,
social. psicologismo da através de técnicas
educação. específicas.
CONTEÚDOS DE São separados da Conteúdos, estabelecidos Facilitar os estudantes a Ciência objetiva
ENSINO experiência dos alunos e através de experiências e buscar por si mesmo os eliminando qualquer
da realidade social situações-problemas e desafios conhecimentos. subjetividade.
cognitivos.
MÉTODOS Expositivo e memorização. Aprender fazendo. Prevalecendo quase Preocupação com a tele
exclusivamente o esforço educação.
do professor, através de
sua criatividade.
RELACIONAMEN-TO Predomina a autoridade do Professor não ocupa lugar de Não há rigidez nas O professor é o elo de
PROFESSOR-ALUNO professor: destaque. É um auxiliar de normas disciplinares. ligação entre a verdade
Aluno: passivo desenvolvimento. científica e o aluno.
PRESSUPOSTOS repassar os A motivação depende do Auto-avaliação do aluno. O ensino é um processo
DA conhecimentos para o estímulo. de condicionamento,
APRENDIZAGEM espírito da criança. Aprender: atividade de através do uso de
descoberta. reforçamento das
respostas que se quer
obter.
MANIFESTAÇÕES NA Predominantemente Choque com uma prática Prática não pedagógica. Através das leis:5540/68
PRÁTICA ESCOLAR autoritária. pedagógica tradicional. e 5692/71.

Módulo – Didática 15
INDICADORES PARA RESSIGNIFICAR A DIDÁTICA

Nas duas últimas décadas tem ocorrido em diferentes


países uma ―explosão didática‖ (cf. Cornu e Vergnioux 1992,
p. 69), em decorrência do massivo investimento na
qualificação dos docentes, tanto na formação inicial quanto
na formação em serviço, no contexto de reformas do ensino
que generalizaram a escolarização (Portugal, Espanha,
Itália), e/ou transformaram o sistema de formação (a França,
criando os Instituts Universitaires de Formation des Maitres-
IUFM; e Portugal, criando as Escolas Superiores de
Especialidade da
Educação-ESE). A partir de então, o que ensinar, como didática
ensinar, e para que ensinar, velhos temas, ressurgem diante
A especialidade da
de novos desafios: ensinar em situações concretas e em Didática é tornar
compreensível ao aluno
contextos inter/multiculturais (Bernstein 1990; Balibar e aquilo que o
professor pretende
Wallerstein 1991; Apple 1993; Stoer 1994; e outros).
explicar, pois seu objeto é
As novas concepções de didática estão emergindo da o ensino. Portanto, ela
tem a função de contribuir
investigação sobre o ensino como prática social viva; nos para a redução do
fracasso escolar, por
contextos sociais e institucionais nos quais ocorrem. Ou seja,
meio da
baseadas nas sistematizações e explicações da prática instrumentalização dos
professores, no sentido
pedagógica. Esse movimento tem sido possibilitado, também, de estes buscarem
incessantemente em sua
pelo desenvolvimento das investigações qualitativas em
prática pedagógica uma
educação (Contreras 1990; André 1995). O desafio posto a ação transformadora de
ensinar-aprender.
essas abordagens é o de construir categorias explicativas
(teorizar) das realidades de ensino, que permitam estabelecer LOPES, A. O. Relação de
seus nexos teóricos mais amplos (cf. Cornu e Vergnioux interdependência entre
ensino e aprendizagem.
1992; Laneve 1993; Pimenta 1994a; Oliveira 1994). In: VEIGA, I. P. A. (Org.)
Didática: o ensino e suas
A construção da teoria didática, baseada na prática, relações. Campinas, SP:
demanda a consideração do triângulo didático em situa çüo, Papirus, 1996.

ou seja, os contextos socioteóricos/históricos nos quais a


prática ocorre. Trata-se, pois, de tomar a prática como práxis
(cf. Cornu e Vergnioux 1992; Pimenta 1994a; Charlot 1995;
Houssaye 1995). Nesse sentido, o fenômeno ensino não se
esgota na investigação didática, senão que necessita que as
demais ciências da educação o tomem como objeto de

Módulo – Didática 16
investigação. Caberia à didática integrar, organicamente, os
diferentes aportes, configurando-se como uma teoria prática
do ensino (cf. Libâneo 1994; Contreras 1990; Laneve 1993;
Beillerot 1995). A didática, por sua vez, é área de estudo da
pedagogia (Houssaye 1995).
Mas como construir a teoria no movimento prática-
teoria-prática, sem ficar na tradicional cisão entre o
pesquisador e o professor? Como superar o caráter
Dê sua opinião sobre
prescritivo na relação de produzir conhecimento e difundir os seguintes
questionamentos
conhecimento? O avanço significativo das pesquisas qualitati- desenvolvidos no texto:
vas em educação tem propiciado a formulação do papel da
Como construir a teoria
pesquisa no ensino (cf. Demo 1990; Cornu e Vergnioux 1992; no movimento prática-
teoria-prática, sem ficar
Laneve 1993; Lübke 1994; Cunha 1994; André 1995). Com na tradicional cisão
base nesses autores é possível considerar a pesquisa na entre o pesquisador e o
professor?
formação de professores como um princípio cognitivo. Isto é, Como superar o caráter
prescritivo na relação
quando o professor, pesquisando e refletindo sobre sua ação de produzir conheci-
docente, constrói saberes que lhe permitam aprimorar o seu mento e difundir
conhecimento?
fazer docente. Também é possível lançar mão de pesquisas
____________________
sobre o ensino, com o intuito de ampliar a consciência do ____________________
professor sobre a realidade. Em ambos os casos, os autores ____________________
____________________
consideram a pesquisa como instrumento da prática ____________________
____________________
profissional do professor, distinguindo-a da prática profissio- ____________________
nal do pesquisador. ____________________
____________________
A pesquisa sobre a própria prática tem sido ____________________
____________________
desenvolvida na abordagem denominada ―professor reflexivo‖ ____________________
(cf. Schön 1983 e Zeichner 1988, nos EUA; Elliott 1993, na ____________________
____________________
Inglaterra). Essas abordagens entendem que as ____________________
____________________
transformações das práticas docentes só se efetivam na ____________________
medida em que o professor amplia sua consciência sobre a ____________________
____________________
própria prática. ____________________
____________________
O alargamento da consciência, por sua vez, se dá pela ____________________
reflexão que o professor realiza na ação . Em suas atividades ____________________
____________________
cotidianas, o professor toma decisões diante das situações ____________________
____________________
concretas com as quais depara, com base nas quais constrói ____________________
saberes na ação. Mas sua reflexão na ação precisa ____________________

Módulo – Didática 17
ultrapassar a situação imediata. Para isso é necessário
mobilizar a reflexão sobre a reflexão na ação. Ou seja. uma
reflexão que se eleve da situação imediata, possibilitando
uma elaboração teórica de seus saberes.
Esse movimento prático-teórico-prático (Pimenta
1994b) configura a possibilidade de o professor criar novos
hábitos (cf. Perrenoud 1992) ou nova cultura profissional. Ou
ainda. desenvolver-se como profissional autônomo
(relativamente autônomo) (cf. Nóvoa 1992). A
importância que a qualificação profissional dos
professores adquiriu nos últimos anos, no sentido Clarificar o conceito de
ensino é de suma
da melhoria da qualidade do ensino tem provocado a importância porque o
modo como os
ressignificação da didática.
professores entendem o
Se entendemos que a didática tem como que é ensinar afeta
grandemente o que
objeto de estudo o ensino, tomado em sua efetivamente fazem na
sala de aula. Se é
realidade prático-social, parece-nos útil à ressignificacão da
verdade que as nossas
didática, efetuar um balanço sobre as pesquisas que têm sido atividades dependem do
modo como as vemos,
realizadas nessa perspectiva pela didática e pelas demais das nossas crenças à
cerca delas, então, se
ciências da educacão.
tivermos idéias
A questão fundamental, para nós, é a necessidade de estranhas e esquisitas
sobre o que é ensinar,
se construir teorias fertilizadoras da práxis dos professores no será provável que, sob
esse nome, façamos
sentido da transformação das persistentes condições de
coisas estranhas e
ensino e aprendizagem seletivas e excludentes; da gestação esquisitas.

de práticas pedagógicas capazes de criar, nos âmbitos Sob esta ótica busque
mais informações sobre
escolares, as condições de emancipação e desenvolvimento o que é ensinar?
social, cultural e humano dos alunos pertencentes aos
segmentos desfavorecidos da sociedade e que, por isso,
sofrem o processo de marginalização nas nossas escolas.
Como área da pedagogia a didática tem no ensino seu
objeto de investigação. Considerá-lo como uma prática
educacional em situações historicamente situadas significa
examiná-lo nos contextos sociais nos quais se efetiva — nas
aulas e demais situações de ensino das diferentes áreas do
conhecimento nas escolas, nos sistemas de ensino, nas
culturas, nas sociedades — estabelecendo-se os nexos entre

Módulo – Didática 18
eles. As novas possibilidades da didática estão emergindo
das investigações sobre o ensino como prática social viva.
A didática (geral), por sua vez, atém-se às situações
de ensino-aprendizagem. Como ciência, estuda a ação, mas
visa conhecer mais do que a ação. A semelhança da
medicina, a didática cria os elementos de diagnósticos, mas
não propõe terapêuticas. Procedendo à articulação entre as
situações de ensino (a ação de ensinar e aprender as
diferentes áreas do saber, objetos das didáticas específicas)
e a pedagogia (as situações pedagógicas que determinam as
ações de ensinar), ―a didática se constitui como uma ciência
do conhecer, uma teoria‖ (Develay 1993, p. 174). Sua
limitação fica clara: ela não dá conta de oferecer terapêuticas,
porque não é de sua especialidade o estudo da relação entre
conteúdos do saber e ensino.
A didática possui um ―foco epistemológico‖, que inclui
a renovação de saberes, as novas especializações, novas
teorias (em matemática e em física), novos campos de
pesquisas (a lingüística). Esse foco epistemológico provoca,
por conseqüência, questionamentos sobre as disciplinas,
sobre a reatualização dos programas e sobre a relação entre
saberes ensinados e saberes pesquisados.
Conseqüentemente, aproximando pesquisa e ensino e
pesquisa e aprendizagem, fazendo surgir expressões como
―professor-pesquisador‖ e ―aluno-pesquisador‖. Confundindo, É importante frisar que a
didática possuir foco
mesclando e amalgamando essas atividades (ensinar, epistemológico e
pedagógico.
pesquisar, aprender) que são muito diferentes. De todo
modo, tem obrigado à revisão periódica dos programas de
ensino e seus resultados. O foco epistemológico possibilita à
didática novos vôos, se interrogando sobre a ordem e as
maneiras de ensinar.
Possui também o denominado ―foco pedagógico‖, que
inclui todas as iniciativas de se fazer frente ao fracasso
escolar, criança e de outras ciências da educação. apoiadas
nas renovações dos métodos pedagógicos e nas psicologias

Módulo – Didática 19
da aprendizagem.
Muitos fatos e pesquisas conduzem a validar a
didática, que nem sempre é reconhecida no seu aporte
teórico, além da prática. Prática esta não menos significativa
e essencial para a constituição do saber didático e para a
competência profissional do docente.
Em face da didática, a pedagogia, sem pretender
exaurir os saberes com os quais essa se defronta, identifica e
colhe de cada ciência indicações, problematizações e
contribuições sobre o saber didático.
Podemos afirmar que a ação ensinativa, compreende
em sua totalidade, dentro e fora da escola, em suas diversas
e mútuas determinações, começa a ser tomada como o È válido ressaltar que na
práticas docentes estão
objeto de estudo da didática, colocando interessantes contidos elementos
possibilidades de indagação à pesquisa, no sentido de ler, extremamente
importantes, tais como a
compreender e interpretar o ensino, superando as tendências problematização, a
intencionalidade para
explicativas e prescritivas, formuladas em teorizações encontrar soluções, a
externas, aplicadas por uma didática colonizada. experimentação
metodológica, o
O ato de ensinar escapa, pois, à prescrição dos enfrentamento de
situacões de ensino
especialistas. Na medida em ‗que não se desenvolve como complexas, as tentativas
mais radicais, mais ricas
prática social autônoma, mas éparte integrante de dinâmicas
e mais sugestivas de
que o extrapolam, escapa às decisões dos especialistas, uma didática inovadora,
que ainda não está
exclusivamente. configurada
teoricamente. Essa
Diferentemente dos paradigmas positivistas que
vasta e complexa
operam uma tripla dicotomia — entre meios e fins, reduzindo produção tende a ficar
perdida, diluída e ao
a solução de problemas a uma dimensão técnica; entre a nível do senso comum.
investigação e a prática, reduzindo esta última a uma
aplicação de teorias; e entre saber e fazer, reduzindo a ação
ao uso de procedimentos técnicos adequados —, a
investigação que toma a prática como critério de verdade
entende que teoria e prática são indissociáveis. Assim,
considerar o ensino como prática social configura uma
interessante perspectiva de investigação para uma
ressígnificação da didática.

Módulo – Didática 20
OBJETIVOS DE ENSINO

O professor espera alcançar resultados como


conseqüência de sua ação. Ele atua sobre os alunos, tendo
antes listados os resultados que espera alcançar. Estes
resultados esperados constituem os que, na linguagem
OBJETIVOS DE
pedagógica se denominam. ENSINO
Quando não há objetivos bem definidos, não há base
Um objetivo é
sólida para planejar a aprendizagem, nem para nortear a portanto
avaliação. Além disso, objetivos bem formulados fornecem
aos alunos meios de organizar esforços próprios para atingi- descrição de um
desempenho que você
los. espera que seus
alunos sejam capazes
Existem vantagens adicionais, e uma das mais de exibir, antes de
importantes é que o esboço dos objetivos faz com que se considerá-los
competentes.
pense sério e profundamente sobre o que "vale a pena"
ensinar, que coisas "valem apenas" despender tempo e
Em outras
esforço para alcançar. palavras,
objetivo é
Quando ensinamos, esperamos verificar modificações
no comportamento dos alunos. Essas modificações no
descrição do
comportamento constituem os resultados almejados, que são comportamento que se
expressos pelo professor ao formular objetivos. O professor espera observar no
aluno, depois da
pode prever modificações no comportamento dos alunos em experiência instrucional
que lhe é proporcionada.
três grandes áreas:

Área Cognitiva comportamentos intelectuais

Exemplos identificar tipos de técnicas usadas


elaborar um programa

Área Afetiva comportamento afetivo atitudes, idéias,


interesse, valores

Exemplo valorizar a importância da observação de


normas na classe.
respeitar a opinião do colega
Área Psicomotora comportamentos psicomotores, habilidades
e destrezas

Exemplos desenhar perspectivas


manusear mapas

Área Cognitiva Há uma ordem na sucessão dos objetivos


cognitivos, compreendendo 6 categorias:

Módulo – Didática 21
Aprenda a formular bons objetivos

Redigir bem um objetivo é fundamental, uma vez que


os objetivos devem ser descritos de modo que não restem
dúvidas sobre o seu significado.
O objetivo deve ser entendido do mesmo modo pelos
professores, alunos ou por todos que leiam ou ouçam a sua
descrição.
A técnica educacional adequada à definição precisa Conheça mais
sobre os objetivos
de um objetivo e a que se baseia na descrição dos instrumentais
comportamentos desejáveis a serem observados nos alunos.
Este tipo de descrição significa o produto final de ensino em
termos de desempenho. O professor ao estruturar seu plano
de trabalho, elabora 3 tipos objetivos:

Gerais
Objetivos amplos, abrangentes, relativamente vagos, que
exigirão mais tempo para serem atingidos, previsto para Objetivos
um período mais longo, isto é, para o final de um ano, Instrumentais
resultado de um crescimento gradativo.

Específicos Tem características


Objetivos descritos em termos mais restritos, próprias, que
comportamentais, delimitando a área de abrangência em respondem a três
que o comportamento deverá ocorrer, atingíveis em perguntas:
menores espaços de tempo.

Instrumentais
Objetivos mais completos, que expressam com clareza O que o aluno deve
não só o que se espera do aluno , mas que também que ser capaz de fazer ?
ponto o desempenho será considerado satisfatório. DESEMPENHO
usados no PLANO DE AULA
Em que condições
deve fazê-lo?
CONDIÇÕES
EM RESUMO

Até que ponto deve


ir o desempenho
O objetivo para o ensino, mais que enumerar ou
para ser
resumir o conteúdo da matéria, descreve o resultado considerado?.
CRITÉRIO
desejado.
Uma das características de um objetivo bem
enunciado é a que descreve o que o aluno fará para
demonstrar o que domina.

Módulo – Didática 22
Não se pode englobar todos os objetivos de um curso
em um só enunciado, mas se deve especificar por separado
cada uma das destrezas ou conduta desejada.
Um objetivo bem redigido transmite claramente o
intento do docente.
Um objetivo, para o ensino, é um enunciado que
descreve uma conduta observável no aluno.
A conduta final se define:
a) Identifica-se e descreve-se a atividade observável
que se aceitará como prova de que o aluno
alcançou o objetivo;
b) Especificam-se as condições (o que se dá, o que
proíbe), a fim de excluir as atividades que não
serão aceitas como prova de que o aluno alcançou
o objetivo.

CONTEÚDOS

– Ensinar
Por quê ? ATENÇÃO
O que ?
Com base no conceito
Para quem ? descrito no texto, pode-
– Seleção e Organização se afirmar, portanto que
os conceitos englobam:
conceitos, idéias, fatos,
processos, princípios,
O que são os conteúdos? leis científicas, regras;
habilidades
Conteúdos de ensino são o conjunto de cognoscitivas, modos de
atividade, métodos de
conhecimentos, habilidades, hábitos, modos valorativos e compreensão e
atitudinais de educação social, organizados pedagógica e aplicação, hábitos de
estudo, de trabalho e de
didaticamente, tendo em vista a assimilação ativa e aplicação convivência social;
valores, convicções,
pelos alunos na sua prática de vida. atitudes. Podendo estes
Podemos dizer que os conteúdos retratam a ser expressos nos
programas oficiais, nos
experiência social da humanidade no que se refere a livros didáticos, nos
planos de ensino e de
conhecimentos e modos de ação, transformando-se em aula, nas aulas, nas
instrumentos pelos quais os alunos assimilam, compreendem atitudes e convicções do
professor, nos
e enfrentam as exigências teóricas e práticas da vida social. exercícios, nos métodos
e formas de
Constituem o objeto de medição escolar no processo de organização do ensino.
ensino, no sentido de que a assimilação e compreensão dos

Módulo – Didática 23
conhecimentos e modos de ação se convertem em idéias
sobre as propriedades e relações fundamentais da natureza e
da sociedade, formando convicções e critérios de orientação
das opções dos alunos frente às atividades teóricas e práticas
postas pela vida social.
Os conteúdos são organizados em matérias de ensino
e dinamizados pela articulação objetivos-conteúdos-métodos
e formas de organização do ensino, nas condições reais em
que ocorre o processo de ensino (meio social e escolar,
alunos, famílias etc.). Vejamos de onde são originados:
Os conteúdos da cultura, da ciência, da técnica, da
arte e os modos de ação no mundo expressam os resultados
da atividade prática dos homens nas suas relações com o
ambiente natural e social. Nesse processo os homens vão
investigando o mundo da natureza e das relações sociais e
elaborando conhecimentos e experiências, formando o que
chamamos de saber científico. Nessas condições, o saber se
torna objeto de conhecimento cuja apropriação pelas várias
gerações, no ensino, constitui-se em base para a produção e
a elaboração de novos saberes.
Podemos dizer, assim, que os conhecimentos e
modos de ação são frutos do trabalho humano, da atividade
produtiva científica e cultural de muitas gerações, no
processo da prática histórico-social. No seio desse mesmo
processo, (de atividade prática transformadora pelo trabalho)
a herança recebida da história anterior vai sendo modificada
ou recriada, de modo que novos conhecimentos são
produzidos e sistematizados.
Devemos esclarecer que, quando falamos do saber
científico produzido pelo trabalho humano, referimo-nos ao
trabalho como atividade que ocorre numa sociedade
determinada, num momento determinado da história. Na
Fique de olho no
sociedade capitalista o saber é predominantemente reservado esclarecimento abordado
sobre o uso do termo
ao usufruto das classes sociais economicamente favorecidas
saber científico.
as quais, freqüentemente, transformam-no em idéias e

Módulo – Didática 24
práticas convenientes aos seus interesses e as divulgam
como válidas para as demais classes sociais. Entretanto, o
saber pertence à classe social que o produz pelo seu
trabalho; portanto, deve ser por ela reapropriado,
recuperando o seu núcleo científico, isto é, aquilo que tem de
objetividade e universalidade.
Na escola, o conhecimento do mundo objetivo
expresso no saber científico se transforma em conteúdos de Procure neste espaço
destacar pontos
ensino, de modo que as novas gerações possam assimilá-los importantes sobre o
tendo em vista ampliar o grau de sua compreensão da que é conteúdo?

realidade, e equipando-se culturalmente para a participação ____________________


____________________
nos processos objetivos de transformação social. A aquisição ____________________
do domínio teórico-prático do saber sistematizado é uma ____________________
____________________
necessidade humana, parte integrante das demais condições ____________________
____________________
de sobrevivência, pois possibilita a participação mais plena de ____________________
todos no mundo do trabalho, da cultura, da cidadania. Eis ____________________
____________________
porque falamos da socialização ou democratização do saber ____________________
____________________
sistematizado. ____________________
A escolha dos conteúdos de ensino parte, pois, deste ____________________
____________________
princípio básico: os conhecimentos e modos de ação surgem ____________________
____________________
da prática social e histórica dos homens e vão sendo ____________________
sistematizados e transformados em objetos de conhecimento; ____________________
____________________
assimilados e reelaborados, são instrumentos de ação para ____________________
____________________
atuação na prática social e histórica. Revela-se, assim, o ____________________
estreito vínculo entre o sujeito do conhecimento (o aluno) e ____________________
____________________
sua prática social de vida (ou seja, as condições sociais de ____________________
____________________
vida e de trabalho, o cotidiano, as práticas culturais, a ____________________
linguagem etc). ____________________
____________________
Na escolha dos conteúdos de ensino, portanto, leva-se ____________________
____________________
em conta não só a herança cultural manifesta nos ____________________
conhecimentos e habilidades mas também a experiência da ____________________
____________________
prática social vivida no presente pelos alunos, isto é, dos ____________________
____________________
problemas e desafios existentes no contexto em que vivem. ____________________
Além disso, os conteúdos de ensino devem ser elaborados ____________________
____________________
numa perspectiva de futuro, uma vez que contribuem para a ____________________

Módulo – Didática 25
negação das ações sociais vigentes tendo em vista a
construção de uma sociedade verdadeiramente humanizada.

Seleção e delimitação de conteúdos

Selecionar conteúdos significa determinar quais


conteúdos são considerados mais importantes e significativos
para serem escolhidos e trabalhados em função de um ou
mais objetivos.
Para selecionar conteúdos adequados propomos
alguns critérios:

VALIDADE CRITÉRIOS UTILIDADE


ATENÇÃO:

Durante o processo de
seleção de conteúdos
POSSIBILIDADE DE devemos estar atentos
FLEXIBILIDADE SIGNIFICAÇÃO ELABORAÇÃO para escolher
PESSOAL conteúdos que sejam:

Depois de selecionado, o conteúdo deverá ser os mais


significativos dentro
organizado. A organização deve representar um esquema de
do campo de
inter-relações. A função da organização seqüencial é conhecimentos
simplificar a compreensão dos conteúdos. Visa economizar os que despertam
maior interesse dos
esforço intelectual, favorece o progresso na aprendizagem no alunos
menor espaço de tempo. Tudo se resume numa os mais adequados
ao nível de
ORDENAÇÃO. maturidade e
adiantamento do
grupo
CRITÉRIOS PARA A ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDO os mais úteis em
relação a resolução
Critérios
de situações-
problemas que o
aluno tenha que
resolver
Logicidade Gradualidade Continuidade os que podem ser
aprendidos dentro
das limitações do
Logicidade: Tem seqüência lógica o conteúdo? Vai do tempo
simples para o complexo procurando estabelecer uma
seqüência de idéias e uma seqüência nos desempenhos
desejados?

Módulo – Didática 26
Gradualidade: É organizado o conteúdo dentro de um
sistema de pequenas etapas permitindo um crescimento
cumulativo do aluno em termos de conhecimentos,
habilidades e atitudes.
Continuidade: O conteúdo está organizado permitindo
uma continuidade que pode ser comparada aos elos de uma
cadeia, na qual cada elo vai se encaixando e ajustando ao
anterior? Os conteúdos são expressos nos programas.

O que ensinar?

Ao se buscar respostas para a questão - o que


ensinar? - professores e especialistas em currículos têm-se
defrontado com sério desafio de decidir sobre os conteúdos a
serem incluídos nos planos de ensino.
Saylor e Alexander (1970) afirmam que o
conhecimento é um determinante básico do currículo e que o
conteúdo é a substância do ensino, pois não se pode resolver
problemas, escrever ou expor idéias, ignorando conteúdos
IMPORTANTE
básicos. LEMBRAR:
Considerando esse argumento que destaca a
Em decorrência do
importância do conteúdo do ensino, acredita-se que é preciso princípio da
descentralização,
refletir sobre os critérios de seleção de conteúdos, que têm proclamado na legislação
do ensino, cabe ao
sido utilizados pelos professores. Provavelmente, um
professor a tarefa de
repensar sobre esse tema contribuirá para superar dilemas selecionar conteúdos de
ensino adequados às
ou redefinir convicções face a uma questão tão relevante. peculiaridades locais,
planos dos
A escolha do conteúdo denota um conjunto de valores
estabelecimentos e
subjacentes, motivo pelo qual muitos autores têm afirmado diferenças individuais:
sendo assim, acredita-se
que inexiste neutralidade no ato de ensinar. que uma das
competências básicas
Superposições de conteúdos desnecessários e
inerentes ao trabalho
omissões de conteúdos relevantes podem ser observados em docente é a de decidir
sobre a qualidade e a
currículos organizados por disciplinas, evidenciando que um quantidade de
conhecimentos, idéias,
dos critérios adotados pode ser o de preferência dos conceitos e princípios a
professores por determinados assuntos, resultante da falta de serem explorados nas
atividades curriculares.
integração curricular.

Módulo – Didática 27
Parece que a opção feita em favor de quantidade de
informações, geradora de conteúdos extensos é um
argumento que se vem repetindo em trabalhos e artigos que
Dê sua opinião:
enumeram as causas da baixa do ensino brasileiro.
Cabe, portanto, aos responsáveis pela seleção desse
conteúdo curricular, focalizar o plano cultural e considerar a
realidade do aluno. A tarefa de selecionar conteúdos
significativos para serem inclusos nos planos de ensino
O que é ensinar?
constitui um momento pedagógico de grande
responsabilidade, no qual o professor tenta conciliar seu ____________________
____________________
comprometimento com: a) a realidade sócio-econômico- ____________________
____________________
cultural; b) os conteúdos mínimos apresentados nos
____________________
documentos oficiais (núcleo comum); c) os aspectos afetivos ____________________
____________________
do ensino e d) perspectivas futuras. ____________________
____________________
Em relação a cada componente curricular, alguns
____________________
questionamentos podem levar o professor a refletir sobre ____________________
____________________
critérios que têm sido utilizados para seleção de conteúdos. ____________________
____________________
Dentre esses questionamentos podem ser formulados os ____________________
seguintes: a) que assuntos poderão mais facilmente ____________________
____________________
relacionar-se ao ambiente cultural dos alunos?; b) quais os ____________________
____________________
exemplos de conteúdos mais significativos para seus ____________________
estudantes?; c) quais os conteúdos imprescindíveis para ____________________
____________________
consecução dos objetivos educacionais?; d) que assuntos ____________________
____________________
podem ser tratados por duas ou mais disciplinas?; e) que ____________________
enfoque será dado por cada uma delas? ____________________
____________________
Acredita-se que respostas reflexivas a estas e a outras ____________________
____________________
questões possam gerar princípios norteadores para seleção ____________________
criteriosa de conteúdos para o ensino. ____________________
____________________
Durante muito tempo, a questão da seleção e orga- ____________________
____________________
nização dos conteúdos escolares foi tratada do ponto de vista ____________________
exclusivamente técnico nos cursos formadores do profissional ____________________
____________________
do ensino. A escola atribuia-se a função de transmissão do ____________________
____________________
saber acumulado historicamente, cientificamente organizado, ____________________
considerando aspectos lógicos e psicológicos tendo como
pressuposto que uma formação teórica sólida garante uma

Módulo – Didática 28
prática conseqüente. A lógica subjacente a essa abordagem
é a de que a teoria é guia da ação, caracterizando-se a
separação teoria/ prática.
Ultimamente essa questão tem sido alvo de muitas
discussões entre os educadores progressistas que, com-
prometidos com a maioria da clientela presente nas escolas
hoje, buscam inverter a lógica subjacente à abordagem
anterior, orientando a seleção e organização dos conteúdos
escolares a partir do pressuposto de que para essa maioria,
teoria e prática se constituem numa unidade.

OS CONTEÚDOS E A INTERDISCIPLINARIDADE

De maneira gera, os educadores atualmente vêm


assinalando algumas características de uma educação que
dê conta das transformações necessárias. Podemos destacar
a integração de conhecimentos como uma delas, com o
objetivo de superar a atual fragmentação do saber que coloca
as disciplinas em uma situação de isolamento umas das
outras, tomando-as desconectadas entre si. Como veremos a
palavra
Sem esquecer o fato de que cada disciplina tem sua interdisciplinaridade é
um termo chave neste
própria lógica, o grande desafio que se faz presente é o de tópico.
relacionar as experiências de vida dos alunos, o
conhecimento do senso comum com que chegam à escola ao
conhecimento sistematizado, de modo que eles possam
perceber o mundo de forma integradora. Respeitando-se a
lógica interna de cada disciplina é preciso ultrapassar os
limites reducionistas entre elas e vencer as barreiras.
No esquema tradicional, ainda presente no ensino
brasileiro, cada professor é responsável por conteúdos e
atividades que são ―passados‖ de modo isolado e
fragmentado
Entretanto encontramos escolas onde o trabalho
integrado e a preocupação com a totalidade do aluno são
situações experimentadas todo dia. Isso significa que estas

Módulo – Didática 29
escolas percebem o conhecimento como processo construído
e reconstruido através de recursos criativos e dinâmicos
dando ênfase as atividades interdisciplinares.

PLANEJAMENTO

No centro de qualquer processo cuja finalidade é


conduzir, é sistematizar, é estabelecer mecanismo
operacional de estímulo e controle de rendimento, em MAS, O QUE É
PLANEJAMENTO?
qualquer campo ou área do empreendimento educacional,
Estabelecimento racional
está localizada a idéia de planejamento. Sendo uma
de hierarquia, de
conquista do avanço técnico, ele assumiu diferentes prioridades necessárias à
realização de um
performances, em conseqüência mesmo de peculiaridades de propósito definido.
Processo que permite
suas diferentes aplicações.
prever e avaliar os cursos
O planejamento visa: auxiliar os professores a ver com de ação alternativas e
futuras, com vistas à
maior nitidez os problemas e as necessidades do aluno, tomada de decisões mais
adequadas e racionais.
fornecer uma liderança democrática eficiente na promoção do
(NEUMANN, William)
aperfeiçoamento profissional de escola e suas atividades em
Processo que objetiva
busca de relações harmoniosas e cooperativas do staff, bem distribuir no tempo e
no espaço os recursos
estimulando a educação profissional aplicada, estimulando as disponíveis, dentro de
relações Escola-Comunidade, construir uma sólida moral do uma seqüência lógica de
necessidades, a fim de
grupo e unificar os professores num grupo de trabalho possibilitar a elaboração
de meios para alcançar o
eficiente, a fim de atingir objetivos comuns, determinar o desígnio.
trabalho para o qual cada professor está melhor adaptado.O
Seleção e identificação
planejamento tem por função: proporcionalidade entre os fins dos objetivos globais, de
longo prazo, de uma
a atender e as possibilidades existentes, proporcionalidade organização, dos vários
entre os sistemas de desenvolvimento dos diversos setores, cursos de ação possíveis
em termos de custos e
proporcionalidade entre os objetivos das diferentes fases, efetividade ou benefícios
relativos, de modo a
equilíbrio entre o esforço de produção e a formação cultural, facilitar aos executores a
profissional, técnica, administrativa e política. decisão dos cursos em
ação a serem adotadas
para atingir os referidos
MOMENTOS NO PLANEJAMENTO objetivos.

entrada de informações (dados);


transformação das informações (análise,
interpretações, previsão de dados);
saída dos produtos para a comunidade (o que foi
planejado);
retorno dos elementos para replanejamento.

Módulo – Didática 30
PRINCÍPIOS E NATUREZA DE PLANEJAMENTO

O mecanismo do planejamento obedece a uma lógica


interna, em torno da qual se articulam os princípios e se
define a natureza do planejamento. Como primeiro degrau
dessa escalada semântica, vamos encontrar a noção de
plano. Todo plano é principalmente um meio para comunicar
certas informações e para coordenar a ação com as metas
previamente escolhidas. Plano é um artifício para registrar
certas decisões. O processo que conduz à elaboração de um QUER SABER UM
POUCO MAIS SOBRE O
plano e a sua revisão periódica constitui o planejamento. O PLANEJAMENTO?
planejamento propriamente dito é o processo dinâmico que
Então vamos observar
culmina em decisões e providências decorrentes. As decisões agora os tipos de
planejamento:
são naturalmente tomadas tendo em vista a natureza do
planejamento, e para que elas se efetivem com o setorial: segundo as
necessidades a
indispensável grau de rendimento é preciso que sejam o mais atender: agricultura,
educação, etc;
consciente possível, que disponham de uma visão precisa do social, econômico,
contorno futuro, que as suas metas e as suas proposições administrativo:
segundo o tipo de
executivas manipulem os recursos segundo as leis de uma variáveis que
manifestarão no
economicidade madura e humanizada. Madura no sentido de processo;
rigorosa na distinção entre o prioritário e o assessório, entre o municipal, regional,
estadual: segundo a
essencial e o supérfluo. Mas, humanizada porque saberá área de atuação ou
competência;
impulsionar esse aparato rigoroso, tendo sempre em mente
micro e macro:
os superiores valores do homem. O sentido interativo de segundo o nível de
variáveis a manipular
agente e paciente conduzirá sempre os movimentos partindo da menor
unidade existente
coordenadores da operação.
(grupo) até o nível
máximo (nacional).
curto, médio, longo:
CONDIÇÕES BÁSICAS E ETAPAS DO PLANEJAMENTO períodos de decisão
e execução.
EFETIVO imperativo e
indicativo: segundo
o grau de urgência.
O planejamento, entretanto, não deve ser confundido
com qualquer forma ou tipo de operação abstrata. Para que
ele se efetive se tornam indispensável certas condições
básicas que conjugam num vasto movimento de pré-
requisitos, os propósitos e a organização, as atividades

Módulo – Didática 31
relacionadas e os objetivos claramente delineados. Partindo
desse quadro, é que se articulam as etapas do trabalho
coordenador. De tal modo que essas etapas podem ser vistas
como um esboço que dá estabilidade e forma geral ao plano
em construção, mas que permitem liberdade e elasticidade na
ordem e nos detalhes da construção.
Planejar, organizar e instrumentar, selecionar,
manipular pessoal, orientar, coordenar, relatar, informar,
conferir em função do financiamento, são termos de uma Ainda sobre o
Planejamento de ensino
mesma constelação funcional. Todo levantamento deve é importante frisar as
iniciar-se pelo levantamento de variáveis. Análise de situação suas características,
que são:
(diagnóstico), seleção de objetivos (prognóstico), análise de
UNIDADE: todas as
recursos (humanos, materiais, financeiros), previsão de atividades planejadas
obstáculos (geográficos, econômicos, sociais, políticos, devem manter perfeita
coesão entre si
culturais), cronograma, modos operacionais, avaliação (antes, convergindo para os
objetivos propostos.
durante, final), são termos dessa coleta de dados
CONTINUIDADE:
imprescindíveis à programação. envolve a previsão das
etapas do trabalho, de
tal forma que haja
Planejamento Educacional integração entre elas e
que nada fique jogado
É amplo, geral e abrangente. Prevê a estruturação da ao acaso.
FLEXIBILIDADE: deve
totalidade do sistema educacional e determina as diretrizes permitir possíveis
da política nacional educacional. reajustamentos do
plano em marcha, com
a possibilidade de
inserção ou supressão
Planejamento Curricular de alguns elementos de
É a previsão global e sistemática de toda ação a ser acordo com as
necessidades e/ou
desencadeada pela escola, em consonância com os objetos interesses dos alunos.
PRECISÃO E
educacionais, tendo como foco o aluno. CLAREZA: os
É a previsão de todas as atividades que o educando enunciados devem ser
claros e precisos, com
realiza sob a orientação da escola para atingir os fins da indicações exatas e
sugestões concretas
educação para o trabalho a ser
realizado.
OBJETIVIDADE: o
Planejamento De Ensino planejamento deve
Processo de decisões bem informadas que visam à basear-se em
condições reais e
racionalização das atividades do professor e do aluno, na imediatas de local, de
tempo, de recursos e de
situação ensino-aprendizagem. desenvolvimento dos
alunos.

Módulo – Didática 32
ETAPAS DO PLANEJAMENTO

O professor, ao elaborar o seu planejamento didático,


deve, em primeiro lugar, enumerar os objetivos que tem em
NÃO ESQUEÇA:
vista, selecionando-os conforme prioridades e viabilidade de
O planejamento pode
execução. Esta primeira etapa permite ao docente prever os ser classificado em:
Educacional
resultados que pretende alcançar. O planejamento eficiente
Curricular
exige que o professor conheça os alunos com os quais vai De ensino

trabalhar. Sendo o aluno centro do processo educativo, é


preciso estar atentos para que a população alvo para quem o
planejamento é feito - esteja inserida em determinado
contexto sócio-econômico-cultural e por isso devemos revelar
e respeitar os limites que lhes são impostos pela realidade.
Para conhecer seus alunos, necessário se faz uma
sondagem que forneça ao professor subsídio visando a
atender aos interesses, motivações e estágio do
conhecimento.
O ideal seria que os professores e alunos
elaborassem juntos o planejamento didático. Se
pensássemos que a aprendizagem é processo
eminentemente pessoal e que o professor é o dinamizador
deste processo, o planejamento conjunto contribuiria para
que a aprendizagem se efetivasse num clima de satisfação
de realização plena, pela não imposição de conteúdos,
técnicas e estratégias que muitas vezes não atendem aos
interesses da população-alvo, apesar da dedicação, do
empenho e da competência do professor. O conhecimento da
população-alvo possibilita ao professor selecionar os
conteúdos levando em consideração os aspectos já
mencionados e a bagagem cultural que cada aluno traz
consigo. Os conteúdos devem obedecer a uma organização
lógica, racional e atraente.
Uma vez selecionados os conteúdos, é preciso definir
a maneira ―como‖ os conteúdos serão trabalhados. A essa
etapa convencionamos chamar Modos Operacionais:
métodos, técnicas e recursos que serão utilizados pelo

Módulo – Didática 33
docente no tratamento dado aos conteúdos, tendo sempre
em mente a dinamização do processo ensino aprendizagem.
Como etapa posterior, o professor deve selecionar o
instrumental de que irá se valer para avaliar os resultados do
trabalho pedagógico.
Sendo a avaliação processo global e abrangente,
devemos avaliar:
- conteúdos
- atitudes
- capacidades
- habilidades

RECURSOS
- observação
- entrevistas
- fichas de acompanhamento
- auto-avaliação

ATENÇÃO: Na última
A última etapa do planejamento são as fontes de etapa do planejamento
informação que o professor recomenda aos alunos no estudo é indispensável que
seja fornecido ao aluno
dos conteúdos selecionados. ricas fontes de
consulta, como textos,
livros, publicações
O PLANEJAMENTO E SEUS ELEMENTOS BÁSICOS variadas, a fim de
incentivar a pesquisa e
despertar a curiosidade
1. ALUNO: Deve ser percebido como um sujeito pela investigação.

concreto no tempo e espaço, síntese de múltiplas


determinações: um sujeito real, com o qual a escola necessita
trabalhar da melhor maneira possível.
2. PROFESSOR: Deve ser percebido, apesar de todas
as dificuldades da situação atual do ensino, como profissional
responsável pela educação escolar; autoridade competente,
profissional responsável pelo ensino-aprendizagem, através
da mediação entre o educando e os conteúdos de ensino,
contextualizado politicamente com a realidade.

Módulo – Didática 34
3. OBJETIVOS: Os objetivos devem refletir os pontos
de chegada da educação escolar, sendo definidos a partir das
necessidades dos educandos e dos compromissos políticos
do grupo de educadores a definição dos objetivos deve
resultar da reflexão dos educadores em torno da realidade
em que estão inseridos, pois propiciam o surgimento dos
reais objetivos com os quais o grupo de educadores deseja
se comprometer.
4. CONTEÚDOS: Conhecimentos produzidos e
acumulados historicamente pela humanidade, que devem ser
democratizados através da educação escolar, de forma
organizada e coerente. São meios utilizados pelos
educadores para a instrumentalização do cidadão-educando,
para o enfrentamento do mundo, através de:
SABER PARA SI: Apropriação dos saberes para
instrumentalizá-lo para uma prática social objetiva.
SABER FAZER: Tradução do saber apreendido, pela
prática profissional crítica.
SABER PARA SER: Articulação dinâmica daquilo que
o sujeito ―sabe para si‖ e o ―saber fazer‖ em posições,
atitudes, diante das contradições do mundo -cidadania plena.
5. METODOLOGIA: Processo pelo qual o educador
utiliza diferentes procedimentos, técnicas e recursos para a
mediação entre o educando e os conteúdos de ensino.
6. AVALIAÇÃO: A avaliação é muito importante, a
medida que não se torne um fim em si mesmo: trata-se de
um recurso que deve ser utilizado e colocado a favor da
aprendizagem do aluno e não como instrumento de opressão
e punição. É preciso que a escola desenvolva uma atitude
mais educativa em relação à avaliação.
Um processo de ensino competente – bem preparado
e desenvolvido – reduz, sensivelmente, os tradicionais
problemas de avaliação do aluno. É preciso, pois, que se
recuperem instrumentos e técnicas de avaliação mais
desafiantes e eficientes, que funcionem como apoio para um

Módulo – Didática 35
aprendizagem que efetivamente instrumentalize o cidadão
para a prática social.
7. RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO: Relação
profissional entre o educador e o educando, em que o
primeiro atua como mediador entre o aluno e os conteúdos do
ensino. A relação humana deve ser respeitosa, saudável,
amigável, cordial e clara entre ambos, desviando do
autoritarismo, para assumir um caráter de autoridade
Discorra no espaço
competente. abaixo os pontos
O professor bom, amigo e companheiro dos alunos é chaves do
planejamento.
aquele que leva à sério o seu trabalho, em relação àquilo que
____________________
realiza no seu fazer pedagógico. Essa interação é ____________________
considerada um elemento muito importante no processo ____________________
____________________
ensino-aprendizagem. ____________________
____________________
O planejamento, como modo de articulação entre o ____________________
fazer, o refletir e o sentir, deve constituir um forte aliado ____________________
____________________
contra o ativismo que, muitas das vezes, caracteriza o ____________________
____________________
trabalho do educador, o qual assim se transforma em ____________________
máquina de ar aulas, ou executor de tarefas, sem a ____________________
____________________
consciência do seu significado. Daí a importância de se ____________________
____________________
construir um projeto político-pedagógico da escola. ____________________
____________________
____________________
____________________
CONSIDERAÇÕES SOBRE PLANEJAMENTO ESCOLAR ____________________
____________________
Os dias de planejamento representam apenas e tão- ____________________
____________________
somente a primeira fase do planejamento. Planejamento não ____________________
____________________
é um ato de formalizar tudo no começo do ano, para depois ____________________
____________________
partir para a execução. Planejar é organizar a ação em ação.
____________________
Por isso, é preciso planejar e replanejar ao longo do ano, ____________________
____________________
para que ser possa atingir o ―ponto de chegada‖, para que ____________________
____________________
não se perca as ―metas inegociáveis‖. Nas paradas que
____________________
ocorrerão ao longo do ano, sempre haverá boas ____________________
____________________
oportunidades para a escola se reunir e se repensar. ____________________
____________________
É bastante democrático que os educadores se sentem
____________________
juntos, para dizer como vão ao longo do ano, como vão se ____________________

Módulo – Didática 36
organizar para juntos se educar, para poder dizer aos alunos
a que vieram; assim como definir e detalhar os procedimentos
de ensino, a organização dos conteúdos, a partir do contato
O QUE É PLANEJAR
com as classes. COLETIVAMENTE?
O caráter coletivo do planejamento é primordial, pois
afirma as tomadas de decisão para a escola, não
dependendo só de parâmetros técnico-administrativo sobre o
que é melhor para ela. Carece, pois de critérios.

ESTRATÉGIAS DE ENSINO
É definir em comum
metas pedagógicas,
MÉTODO, PROCESSO, TÉCNICAS E MEIOS organizar conteúdos e os
procedimentos de ensino,
É freqüente que os professores, ao planejarem suas assumindo assim o
caráter social da escola,
aulas, deparem com indagações do tipo: assumindo a educação
social dos nossos alunos.

- Que método usar?


- Que processo é mais conveniente?
- Qual a técnica de ensino mais efetiva?
- Que meios de ensino são indicados?

Alguns professores limitam a indagação, imaginando


apenas, como ensinarão determinado objetivo.
A Didática tradicional punha especial relevo nas
discussões em torno dos conceitos de método, processo e
técnica de ensino. E não é raro encontrar-se, nos
compêndios, a afirmação de que os limites entre os três
conceitos são imprecisos.
Em nosso momento histórico a tecnologia assumiu
desenvolvimento acelerado, de tal modo que pode ser
supérfluo promover discussões em torno do assunto. Mas é
imperioso, para assegurar unidade e consistência, que
assumamos posição em face do tema.

CONCEITUAÇÃO DE MÉTODO E TÉCNICA

A bibliografia existente sobre este assunto é vastíssima,


mas aquela conceituação que melhor responde à nossa

Módulo – Didática 37
posição inicial é a apresentada por James Marks, Emery
Stoops e Joyce King-Stoops:
MÉTODO: é o padrão global do desejo e da
incrementação do programa.
TÉCNICAS: são os comportamentos específicos do
docente

Métodos

Como selecioná-los?
Não existe apenas um método de ensino que seja
eficiente para todos os professores, para todos os alunos, em
todos os tempos e lugares. O método deve ser concedido,
aplicado e julgado em termos do propósito a ser atingido.
Embora um determinado método possa não ser satisfatório
para alcançar um propósito específico ele pode, entretanto,
ser um método excelente a ser utilizado em outra situação
para alcançar um propósito diferente.
A interação dos participantes do processo ensino-
aprendizagem é tão importante quanto o método a ser
utilizado.

Métodos de ensino
Para elucidar o que são
métodos diretos e
Os métodos se apresentam sob dois aspectos: indiretos estaremos
neste espaço
Indiretos e Diretos. Entretanto, qualquer classificação é mencionando quando
artificial e qualquer outro agrupamento pode ser referido este acontecem.

como por exemplo: Método lógico e psicológico, Método Indiretos: quando o


contato entre os
Geral e particular, Método de Unidades Didáticas, Plano
elementos implicados no
Dalton, Método de Problemas, Método de Unidades de processo não é feito
diretamente, mas sim
Trabalho, etc. através de dados
subjetivos.
O método traz dentro de si a idéia de uma direção
com a finalidade de alcançar um propósito, não se tratando, Diretos: quando
estabelecem um contato
porém, de uma direção qualquer, mas daquela que leva de frontal, direto, entre os
elementos implicados no
forma mais segura à consecução de um propósito
processo.
estabelecido.

Módulo – Didática 38
O método implica, pois, um processo ordenado e uma Para refletir:
integração do pensamento e da ação, como também da
reação (imprevisível), para consecução de tudo aquilo que foi
previamente planejado.
O problema metodológico está no encontrar a
resposta para a seguinte pergunta:
De que forma o aluno apropriar-se-á do conhecimento
de tal disciplina a fim de que este funcione como fonte de
suas atitudes, habilidades e informações? De que forma o aluno
Considerando o método como o caminho a ser apropriar-se-á do
conhecimento de tal
seguido para se alcançar um objetivo, fica evidente que há disciplina a fim de que
este funcione como fonte
sempre uma multiciplidade de caminhos à nossa disposição. de suas atitudes,
Nos métodos de ensino são fatores que têm sempre habilidades e
informações?
que ser considerados: objetivos – características do professor ____________________
____________________
e dos alunos – opções didáticas – conteúdo da disciplina. ____________________
Sabemos, no entanto, que o método de ensino que ____________________
____________________
possibilitará maior confiança será aquele em que o aluno ____________________
____________________
funcione ativamente pela observação, discussão, pesquisa, ____________________
interpretação, resolução de problemas, operações estas que ____________________
____________________
implicam análise e síntese, aspectos fundamentais do ____________________
____________________
processo de investigação. ____________________
Para eleger o seu método de ensinar, o professor não ____________________
____________________
possui regras ou modelos aplicáveis a todas as situações. ____________________
____________________
Deverá ele ponderar e equilibrar as orientações ____________________
metodológicas e decidir consoante as opções. ____________________
____________________
1. Que objetivos pretendo atingir? ____________________
____________________
2. Que ordenação e seleção de conteúdos vou ____________________
seguir? ____________________
____________________
3. Que critérios vou empregar para orientar a ____________________
____________________
estruturação de minhas aulas? ____________________
____________________
Todas as sugestões que apresentemos carecem de
____________________
evidência experimental. Apenas a teoria nos informa que ____________________
____________________
certas formas são mais adequadas para um grau do que para ____________________
____________________
outro. Assim competirá a cada um de nós selecionar o seu
____________________
próprio CAMINHO, mas só o eleja de fato sabe percorrê-lo. ____________________
____________________
____________________
____________________
Módulo – Didática ____________________39
Técnicas de Ensino

Serão aqui apresentados com o propósito de que o ATENÇÃO


professor após ter escolhido o(s) método(s) que utilizará em Aspectos relacionados
a exposição didática
suas turmas, possa conhecendo as técnicas selecionadas,
escolher aquela(s) que proporcione melhor a efetivação do
seu método e conseqüentemente seja a facilitadora de uma
aprendizagem desejada e de qualidade.

1. A EXPOSIÇAO DIDÁTICA
A exposição é uma técnica clássica que foi absorvida
A utilização da exposição
pela Escola Moderna adequando-se aos atuais sistemas de deve obedecer a
ensino. determinados cuidados
por parte do professor:
Consciência da
―validade‖ e eficiência
2 O INTERROGATÓRIO de uma exposição
A viabilidade e as vantagens da exposição associam- oral. Sua adequação a
determinados
se fundamentalmente à participação ativa do aluno. É neste conteúdos e objetivos
da matéria a ser dada.
sentido que o interrogatório (técnica clássica da Escola
―cuidado― em relação
tradicional) incorpora-se a exposição dando-lhe um caráter ao tempo de
exposição,
dinâmico. adequando-o segundo
as peculiaridades da
O interrogatório pode ser usado na incentivação da turma, idade dos
aprendizagem, sondagem de conhecimentos, avaliação alunos, conteúdo a ser
comunicado.
(visando a reorientação do processo), integração e não planejamento da
exposição
fixação de conteúdo.
preocupando-se em
Tal como a exposição didática, ele exige certos transmitir o conteúdo
de forma dinâmica,
―cuidados‖ por parte do professor: perguntas interessantes, clara, estimulante e
objetiva, evitando o
distribuição de perguntas pelo maior número possível de ―saber enciclopédico‖.
alunos, utilização do sistema de voluntariado, incentivo a esclarecimento sobre
a relevância da
reflexão, reforço positivo a respostas certas, demonstração matéria, aula. de
forma a situar o aluno
de satisfação aqueles que fazem o esforço para responder
incentivando sua
mas não conseguem acertar, procurar criar um clima de participação.
estabelecimento de
espontaneidade. um contato afetivo
com os alunos, o que
possibilite a percepção
3 INTERPRETAÇÃO DO TEXTO de certas reações
(gestos, olhares,
Neste tipo de aula o professor orienta os alunos para sorrisos...)
realizarem, em sala, a leitura de um texto. Após essa leitura

Módulo – Didática 40
deve ser solicitada uma tarefa que permita uma interpretação
crítica por parte dos alunos. Neste tipo de trabalho pode-se
trabalhar o texto como fonte histórica, inclusive utilizando
documentos de época.
É importante lembrar que, tendo-se em vista incentivar
a prática da leitura, o texto deve ser interessante e adequada
à série com que se vai trabalhar.
Estimular a capacidade critica
Estimular a capacidade de síntese Propósitos do
Trabalho com Texto
Proporcionar um aumento do vocabulário
Estimular mecanismos de prontidão de leitura
Proporcionar contato com outra épocas e culturas
Estimular a criatividade

4 METODO DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS.


Conheça um pouco mais
Varia de acordo com o aluno, o professor e com os sobre o método de
recursos didáticos. Esse método, leva à descoberta e pode resolução de problemas
através das cinco etapas,
coincidir com o método de investigação científica. que descrevem o
processo de reflexão,
A resolução de problemas como método de ensino proposta por DEWEY
não constitui idéia nova surgindo nesse século como uma
a) uma dificuldade é
consequência da posição filosófica de Dewey em relação ao encontrada
b) a dificuldade é
pensamento reflexivo. Dewey propõe cinco etapas que localizada e definida
descrevem o processo de reflexão: c) soluções possíveis
são sugeridas
No método de problemas, a situação-problema parte d) as consequências são
consideradas
dos alunos. A função do professor é induzir a um estado de e) a solução é aceita
dúvida levando o aluno a querer resolver algo que é belo para
si.

5 MÚSICA.
Sendo a música um produto cultural de uma
determinada época, esta contribui para a identificação da
realidade histórica que está inserida e pode ser utilizada
como fonte histórica desta época. Além disso, esta técnica
contribui para a integração dos alunos em torno de uma

Módulo – Didática 41
atividade agradável.

6 DRAMATIZAÇÃO CONHECENDO UM
POUCO MAIS SOBRE A
DRAMATIZAÇÃO.
A dramatização é de grande interesse para o estudo
de qualquer disciplina.
Tecnicamente a dramatização é uma forma particular
do estudo de casos. O exemplo específico da teatralização,
equivale a apresenta aos alunos um problema, um caso de
relações humanas. Pode ser planejada ou espontânea. No
Convém abordar as
primeiro caso, o professor escolhe o assunto e os papéis e o formas de dramatização
distribui entre os alunos, instruindo-os como atuar. Também o Teatral
planejamento pode ser deixado inteiramente por conta dos Radiofônica
Cinematografada
alunos, o que dá mais autenticidade ao exercício. A Televisionadas
Etc...
dramatização espontânea pode ser decidida a qualquer
momento. a partir de uma situação em sala de aula.

7 ESTUDO DIRIGIDO. FASES DO ESTUDO


DIRIGIDO
O Estudo Dirigido é uma técnica que tem por objetivo
1. Professor apresenta
básico orientar e estimular o aluno nos métodos de estudo e o tema e fornece as
pensamento. Em suma, pretende fazer com que o aluno instruções gerais;
2. Distribui um roteiro,
aprenda a estudar. O Estudo Dirigido pode ser realizado em seguido de um texto,
se for o caso;
plano individualizado ou em plano socializado. 3. Os alunos iniciam o
estudo,
8 PROJEÇÃO: O FILME DIDÁTICO, VÍDEO, SLIDES individualmente ou
em grupo;
O filme, vídeo e slides são recursos didáticos 4. 4.O professor atende
às dúvidas;
utilizados com o objetivo de tornar mais familiares ao aluno os 5. Cada aluno ou
assuntos abordados em sala de aula. De trazer para perto grupos apresentam o
trabalho realizado;
deste aluno uma realidade que lhe era distante. Através do 6. 6.Devem ser
elaboradas perguntas
filme, vídeo e slides - que vamos chamar de didáticos porque de tipo memorização,
relação, conclusão;
mesmo que não sejam produzidos com este fim, por vezes
7. Discussão das
funcionam como tal - podemos: conclusões;
8. Avaliação final.
introduzir ou encerrar uma unidade de trabalho;
ilustrar tópicos específicos;
trazer aos alunos o que se passa no mundo.

Módulo – Didática 42
9 ENSINO POR FICHAS

Ensino individualizado - o fundamental é que cada


ficha não deve conter mais que uma idéia principal ou um
exercício. Desta forma, as fichas que contêm conhecimentos
já absorvidos podem ser substituídas por outras,
preenchendo as novas necessidades que surjam.
Atualmente encontram-se em uso cinco tipos de ficha:
a de informação (que substitui a exposição do professor); a
de exercício (que apresenta sugestões para o trabalho dos
alunos; tem por finalidade a fixação da aprendizagem, a
formação de hábitos de estudo e o desenvolvimento do
pensamento reflexivo); a de controle (contém questões
objetivas que permitem que se verifique se os objetivos de
ensino foram alcançados); a de recuperação (objetiva-se
proporcionar novas formas de aprendizagem ao aluno que
não atingiu os objetivos no tempo limite. Assim, contém as
mesmas idéias das de informação, porém, apresentadas de
forma diferente); e, finalmente, a de desenvolvimento
(destinadas ao aluno que atingiu os objetivos propostos.
Desta forma, estas fichas vão levantar questões que levam o RESUMINDO: Estamos
aluno a realizar operações mentais baseadas na análise, na vendo os tipos de
técnicas de ensino, sendo
síntese e na avaliação). abordado até o momento
os seguintes:
Depende do nível da turma, pode-se pedir que os
próprios alunos preparem as fichas de informação. O papel A exposiçao didática;
O interrogatório;
do professor aí é de orientador e supervisor. O aluno vai Interpretação do
texto;
escolher todo o material disponível sobre o assunto, logo a
Metodo de resolução
seguir seleciona-se o que vai ser utilizado (o professor tem ai de problemas;
Música;
papel fundamental) e mimeografa-se, seguindo-se a Dramatização;
distribuição. Estudo dirigido;
Projeção: o filme
Como todas as técnicas, não se pode ser rígido didático, vídeo,
slides;
querendo-se aplicá-las na sua forma pura. Vai depender do
Ensino por fichas.
professor a forma como a técnica vai ser aplicada (pode-se,
por exemplo, usar apenas três fichas: a de informação, a de
exercícios e a de recuperação). Deve-se, porém, tomar o
cuidado de não mutilar a técnica, fugindo do que ela possui

Módulo – Didática 43
de essencial.

10 JOGOS.
A técnica de jogos, bem como as demais técnicas
visam a tomar mais receptivo o assunto apresentado a uma
turma, possibilitando maior fixação do que foi estudado e
despertando maior interesse por parte dos alunos.
A princípio, quando pensamos em jogos, parece-nos
estranha a sua utilização na escola, a não ser na hora do
recreio, pois este tipo de atividade não teria lugar no espaço
da sala de aula. Contudo, essa técnica é muito importante IMPORTANTE
para o processo de aprendizagem uma vez que mexe com
diversos fatores que dinamizam e tornam atraente o
conteúdo.
A técnica de jogos provoca muita incentivado entre os
alunos levando-os de modo descontraído a raciocinar e a
desenvolver iniciativa. Além disso, aproxima o aluno do
conteúdo concretizando-o e favorecendo um clima mais
descontraído.

11. SEMINÁRIO
1. Definição: Estudo por um grupo de pessoas sob a
orientação do professor, criando questões para discussão
aberta a todo o grupo de alunos.
2. Duração: De um dia de aula a um ano,
dependendo do tipo de seminário e do conteúdo que
abranger.
3. Conclusão: Pode tratar de uma ou mais unidades
ou de tema correlato ao interesse da disciplina.
4. Diversos Tipos De Seminário

4.1. Seminário Liderado Pelo Professor:


O professor previamente indica o tema, a
bibliografia, ou trabalho de pesquisa básica para
acompanhamento do seminário pelos alunos.
O fundamental do tema é exposto pelo professor e

Módulo – Didática 44
logo a seguir inicia-se o debate com a contribuição
dos alunos.
O professor esclarece dúvidas e pode marcar nova
data para continuação do tema com tempo para
que os alunos continuem a sua pesquisa.
Ao final do seminário, o professor coordena as
conclusões a que o conjunto chegou.

4.2. Seminário Relâmpago:


A exposição é feita por um grupo de alunos.
Segue-se uma discussão informal liderada pelo
professor.

4.3. Seminário Global:


O professor reparte a apresentação de uma ou
mais unidades entre os grupos que são formados
com a participação de toda a turma.
Nas datas marcadas os representantes dos grupos
expõem, respectivamente, suas partes se seguindo
discussão e o debate, cabendo ao professor o
papel de moderador.

4. 4. Seminário de Grupos Alternados:


Atuam neste seminário dos grupos com funções
definidas, sendo um apresentador do tema e o
outro formulador de objeções.
Dentro destes grupos retira-se um relator e um
presidente que estruturam a discussão e o debate
posterior com a contribuição dos demais alunos.

4.5. Seminário de Grupos Diversificados:


Consiste na divisão de responsabilidades diferentes
assumidas por grupos diversos ao tratar um mesmo
tema. Assim, enquanto um grupo identifica um
texto, outro deve apresentar o assunto, um outro

Módulo – Didática 45
enriquecê-lo e ainda o outro caberá julgá-los,
conforme o previamente determinado pelo
professor.

4.6. Seminário Painel:


Consiste na apresentação de um determinado tema
por dois ou três expositores que analisam de
ângulos diferentes.
Segue-se o debate com a participação dos alunos
Vimos no decorrer do
em busca de conclusões consensuais. texto diversos tipos de
seminários. Na sua
opinião: Existe o tipo
4.7. Seminário Complexo: melhor tipo de seminário?
Qual se aplica em sua
Este seminário se caracteriza pela participação de realidade social?
____________________
profissionais especialistas no tema que o repartem ____________________
entre si. ____________________
____________________
As questões são colocadas de maneira mais ____________________
____________________
aprofundada pelos especialistas que as lançam ____________________
para discussão e debate de todo o grupo de ____________________
____________________
assistentes. ____________________
____________________
____________________
5 Finalidade Didática ____________________
____________________
A principal finalidade do Seminário é habituar o aluno à ____________________
____________________
prática científica e o raciocínio objetivos ao analisar um ____________________
____________________
determinado assunto.
____________________
Quando o aluno identifica problemas examinando seus ____________________
____________________
diversos aspectos, ele está apto a construir com informações ____________________
____________________
pertinentes e enriquecer o trabalho que é de toda a turma.
____________________
A pesquisa que precede ao seminário coloca o aluno ____________________
____________________
diante da necessidade de acompanhar o progresso científico ____________________
____________________
dentro de assunto que quer conhecer.
____________________
____________________
____________________
12 PAINEL ____________________
____________________
1. Definição: Exposição dialogada entre dois ou mais ____________________
____________________
oradores sobre apenas um tema. ____________________

Módulo – Didática 46
2. Características
2.1 - Duração: Mais ou menos uma hora
2.2 - Horário: Comum ao tempo de aula ou não
2.3 - Conteúdo: O tema apresentado de diversos
ângulos.
3. Tipos de Painel
Informal: interação espontâneas entre os
diversos oradores.
Simpósio: apresentações breves, mas formais.
4. Desenvolvimento
O desenvolvimento do painel se dá com a orientação
do professor (ou moderador) passo a passo e, com o auxilio
de um coordenador. O moderador regerá o debate desde sua
Com base no que foi
constituição, passando pela apresentação do grupo, até seu
abordado sobre o
encerramento ou desdobramento em outros temas afins. desenvolvimento
podemos observar que
há diversas fases, que
serão melhor abordadas
13. ENSINO POR MÓDULO - MAIORES POSSIBILIDADES aqui.
PARA ATENDIMENTO ÀS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS
Primeira fase: O
professor orienta a
O final do século XIX e o ensino do século XX foram escolha do tema para o
painel com mais ou
marcados por um questionamento e uma revisão dos padrões menos duas semanas de
e modelos adotados no âmbito da educação sistematizada. antecedência, indicando
bibliografia e outras
Um dos problemas destacados foi o das diferenças fontes de informação.
Segunda fase:
individuais. Teorias, ensaios e experiências permitiram aos Escolha dos elementos
educadores darem-se conta de que os alunos diferem quanto pela classe e estes
realizarão seu estudo
ao ritmo de aprendizagem, interesse, necessidades, individualmente.
Terceira fase:
capacidades, aptidões etc. Desta forma, surgiram escolas, Escolha do coordenador.
métodos e/ou técnicas individualizadas, que procuravam Quarta fase:
Exposição formal ou
atender às diferenças individuais dos educandos. informal (dependerá do
tipo utilizado).
O Ensino por Módulos foi divulgada no Brasil através Quinta fase:
de um trabalho publicado por Nagel e Richman (1973). Discussão, dividindo a
turma em dois grupos: o
Possui três características básicas: (a) objetivos educacionais de painel e o restante da
turma.
claramente definidos; (b) ensino individualizado e (c)
Sexta fase: Retirada
avaliação baseada nos objetivos traçados. Procura levar o das conclusões e
encerramento com
estudante à responsabilidade no desempenho das tarefas síntese final do
coordenador.
propostas, pois prevê uma espécie de contrato para a

Módulo – Didática 47
realização das mesmas. Dá ênfase ao ritmo próprio do aluno,
o que implica numa variação do tempo da aprendizagem. O
centro dessa estratégia se desloca do professor e do modo
como ensina para o aluno e seu processo de aprendizagem.
O objetivo da avaliação, no Ensino por Módulos, não é a
comparação entre os alunos, mas sim verificar em que
medida estes alcançaram os objetivos de ensino traçados.
As etapas básicas do Ensino por Módulos são seis: (a)
objetivos de ensino claramente formulados; (b) pré-requisitos;
(c) pré-avaliação; (d) atividades de ensino; (e) pós-avaliação
e (f) atividades para sanar deficiências.
Pode-se afirmar que o sistema de módulos pode ser
Reflita:
utilizado em qualquer nível de ensino em qualquer período do
Como você entende este
ano letivo. Algumas experiências vêm sendo realizadas no sistema de módulos? Ele
poderia ser implantado
Brasil e evidenciam efeitos positivos sobre alunos.
em sua escola?

____________________
14 DISCUSSÃO 66 OU PHILLIPS 66 ____________________
____________________
Processo utilizado pela primeira vez por V. Donald
____________________
Phillips, em Michigan, também conhecido como método de ____________________
____________________
fracionamento, porque o grupo é subdivido em subgrupos. ____________________
____________________
Sessenta e seis: Seis pessoas discutem um assunto durante
____________________
seis minutos. ____________________
____________________
Discrição da técnica: primeiramente esclarecer em ____________________
____________________
que consiste o processo e sue funcionamento; dividir o grupo ____________________
em pequenos subgrupos; designar secretário - para o relato ____________________
____________________
da discussão; relator - para a exposição, no término do ____________________
____________________
trabalho; líder - que distribua cópia do assunto para cada ____________________
subgrupo com o assunto que será discutido, observe a ____________________
____________________
cronometria, e avise aos grupos quando o tempo estiver para ____________________
____________________
se esgotar. ____________________
O processo deve atender aos subgrupos que ____________________
____________________
apresentarem dúvidas durante o desenvolvimento do ____________________
____________________
trabalho.
Para a discussão em grupo pode ser utilizadas fichas
contendo: não só os em problemas, como uma orientação

Módulo – Didática 48
para o trabalho.
Processamento de técnica: a) exposição do assunto;
b) divisão da classe em subgrupos; c) entrega das fichas do
trabalho; d) estudo do assunto pelos subgrupos; e) relato das
conclusões por um elemento escolhido pelo grupo; f) relato
ou síntese das conclusões dos subgrupos por elemento
escolhido pelo professor; g) a palavra do professor virá no
final, complementando o estudo realizado pelo grupo.

15 SIMPÓSIO
Um assunto é dividido em sub-unidades e cada orador
apresenta sua parte diretamente para o auditório. Sua
duração média é de uma hora, tendo cada expositor vinte
minutos para falar. Um moderador controla o tempo.
No simpósio o moderador combina com os
participantes qual será o esquema de apresentação e a
distribuição dos assuntos; resolve quanto a participação ou O que é simpósio?
não do auditório; a duração e o nível do simpósio é resolvido É um processo
com os participantes. sistematizado, sem
muita variação, apesar
O professor propõe um assunto a ser discutido e aulas de permitir a exposição
de um assunto de forma
depois, através de sorteio, cerca de quatro alunos original.
participarão do simpósio. Poderão utilizar-se de qualquer
material ilustrativo. O aluno pode redigir o resumo do
simpósio.
O professor é o moderador.
Objetivos apresentar informações básicas; permitir
uma exposição relativamente completa,
sistemática e ininterrupta das idéias.
Preocupações: cuidado na escolha do assunto-
problema; dividi-lo em partes lógicas que possam
ser discutidas; no planejamento prévio, limitar a
duração dos discursos, pois os simpósios tendem
a prolongar-se indefinidamente.

Módulo – Didática 49
16. DISCUSSÃO CIRCULAR
Apresenta-se aos participantes uma só pergunta clara
e condensada e geralmente estabelece-se um minuto para
cada resposta. Cada um dos participantes de grupo expõe,
na sua vez, até que todos tenham falado, sem que haja
interrupção na seqüência pré-estabelecida, ao falar pode
acrescentar opiniões, sintetizar opiniões, discordar das
opiniões e pedir silêncio.
O professor deve escolher um aluno que dará
seguimento ao assunto. Vamos compreender
um pouco mais sobre
a técnica de grupo de
17 GRUPO DE COCHICHO cochicho descrevendo
Técnica de fracionamento em que o grupo de discussão suas características,
objetivos e
é constituído por duas pessoas. precauções.

18. BRAINSTORMING (EXPLOSÃO DE IDÉIAS) Características:


extremamente informal;
Técnica realizada por Osbom. Visa desenvolver a garante a participação
total.
criatividade. As regras são semelhantes às que se aplicam
para quaisquer aquisições de conhecimentos. Objetivos:
criar o máximo de
O grupo deve ter no máximo doze pessoas: com um oportunidades para a
participação individual
chefe, um chefe associado, cinco membros e cinco num ambiente informal;
convidados. Grupos sempre diferentes de nível semelhante. considerações de
muitos aspectos
Um problema é proposto e o líder solicita idéias ou distintos do assunto-
problema.
sugestões a cada participante. As idéias são anotadas e
enumeradas, passando para o terreno de exeqüibilidade. Precauções:
prevenir os membros do
Para o bom funcionamento da técnica, toda crítica grupo de que pelo fato
de muitas pessoas
deve ser banida, a fim de não controlar a imaginação dos falarem ao mesmo
participantes. tempo pode haver muito
trabalho; cuidado para
que um dos membros
19 AUDIÊNCIA DE COMISSÃO. do grupo de cochicho
não domine o outro.
É o interrogatório feito a um especialista. Importa que
o assunto seja do interesse de todos os participantes. O
interrogatório não deve ser muito prolongado. O perito no
assunto deve reunir-se com a comissão antes da reunião. A
comissão deve redigir perguntas antecipadamente para
abranger o maior número de aspectos do assunto em pauta.

Módulo – Didática 50
O professor manda que estudem determinado assunto
e escolha, na sala de aula, um ou dois peritos e os
argüidores. O trabalho motivará os alunos, predispondo-os a
refletir sobre o assunto.
Características: é essencialmente formal. Esta técnica
aproveita muito mais a variedade de conhecimento, opiniões
e capacidade dos que interrogam. É aconselhável evitar
sentimentos de agressão e projeção contra o perito; deve ser
escolhida uma Comissão Interrogadora que formule as
perguntas; o membro, ou o grupo como um todo, não tendo
qualidade para obter as informações desejadas de um orador
RESUMINDO: podemos
ou um perito, passa a obtê-las por intermédio de um pequeno agora mencionar todos
grupo de membros (Comissão Interrogadora deve sempre se os tipos de técnicas de
ensino:
lembrar de apresentar o grupo). Assim, as perguntas
A exposiçao didática;
subordinar-se-ão aos seus interesses e problemas e manter-
O interrogatório;
se-ão num nível de discussão e de oratória acessível ao Interpretação do
texto;
grupo. Metodo de resolução
de problemas;
Música;
20 DIÁLOGO. Dramatização;
Estudo dirigido;
Discussão perante o grupo de duas pessoas
Projeção: o filme
competentes e capazes de discorrerem com profundidade e didático, vídeo,
slides;
comunicativamente sobre um assunto especifico. Ensino por fichas.
Características: pode ser bem informal e coloquial; Jogos
Seminário
permite mútuo apoio e divide a responsabilidade entre duas Painel
Ensino por módulo
pessoas; simples de forma e fácil de planejar e executar; o
Discussão 66 ou
desenvolvimento da discussão permite esclarecimentos, phillips 66
Simpósio
metodização, exemplo e profundidade, além de exposição e Discussão circular
dois pontos de vista. Grupo de cochicho
Brainstorming
Objetivos apresentar fatos, opiniões e pontos de vista, (explosão de idéias)
Audiência de
de maneira informal e coloquial, explorar, em detalhes
comissão
diferentes pontos de vista e conciliar dois ou mais pontos de Diálogo
vista. O assunto selecionado deve ser oportuno e importante;
os membros do diálogo devem ser bem selecionados.

Módulo – Didática 51
AVALIAÇÃO

A AVALIAÇÃO: QUANTITATIVA / QUALITATIVA

Avaliar é um momento inevitável de qualquer atividade


humana.
O ato de avaliar está presente em todos os momentos
da vida humana.
Alunos e professores estão permanentemente
avaliando tudo e a todos. O professor é avaliado pelo aluno
sob diferentes critérios que vão desde sua aparência pessoal
até suas atitudes frente à turma ou sua relação, em termos
de conhecimento com a matéria que ensina, etc. O aluno
também é avaliado pelo professor sob diferentes critérios.
Sabemos que medida em educação procura descrever
ANALISE
quantitativamente o grau em que o aluno dominou
Há um ditado chinês que
determinados objetivos. É uma descrição quantitativa do
diz que, se dois homens
comportamento do aluno. A medida que se utiliza são dados vêm andando por uma
estrada, cada um
precisos, quantificáveis, para podermos comparar duas carregando um pão, ao
se encontrarem, eles
situações e posteriormente emitirmos um julgamento de valor
trocam os pães; cada um
( alunos sabem menos, são fracos, são excelentes, etc. ). vai embora com um.
Porém, se dois homens
A medida nos dá a comparação de um atributo com vêm andando por uma
estrada, cada um
outro, a comparação entre alunos, turmas, etc.
carregando um idéia, ao
A medida é um meio para um fim. Ela se constitui num se encontrarem trocam
as idéias; cada homem
degrau importante para que se atinja a apreciação final sobre vai embora com duas.
Quem sabe, é esse
o desempenho de um aluno ou o próprio processo ensino- mesmo o sentidao do
aprendizagem. nosso fazer: repetir
ideias, para todos terem
Medir significa descrever através de números pão.... (CORTELLA,
1998).
característica observada. A medida é pois o ponto de partida
para a avaliação.
Cabe ao professor recolher tanto quanto possível as
observações descritas pela medida para, posteriormente,
interpretar os resultados e fornecer um juízo de valor preciso.
Na escola fala-se em rendimento escolar - que á
atribuir uma qualidade à conduta de aprendizagem do aluno a
partir de aspectos relevantes da mesma, tendo em vista uma
tomada de decisão sobre aprovação e reprovação. O

Módulo – Didática 52
aproveitamento do aluno é expresso por meio de notas,
graus, conceitos, escores, etc.
O que temos assistido em nossas escolas
ultimamente são: reprovações, repetências, evasões, etc.
Nós não trabalhamos para que o aluno chegue ao mínimo
necessário de aprendizagem que lhe fora proposto, mas para
atingir o ideal de aprendizagem que se tem e não somente
para aprovar e reprovar.
A eficiência do ensino se traduz no progresso dos
alunos. Logo, a escola tem que visar não só a instruir, a dar
aos alunos conhecimentos, mas tem que ter como principal Você concordo que a
eficiência do ensino se
objetivo o seu crescimento e desenvolvimento de modo a se traduz no progresso dos
alunos?
realizar dentro de suas possibilidades. Temos que despertar
interesses, gosto e estima por coisas desejáveis, formando ____________________
____________________
atitudes que contribuam para o ajustamento emocional e ____________________
____________________
pessoal paralelamente ao desenvolvimento intelectual. ____________________
A avaliação efetiva vai se dar durante o processo, nas ____________________
____________________
relações dinâmicas de sala de aula que orientam as tomadas ____________________
____________________
de decisões freqüentes, relacionadas ao tratamento do ____________________
conteúdo e a melhor forma de compreensão e produção do ____________________
____________________
conhecimento pelo aluno. ____________________
____________________
Para que isso ocorra, faz-se necessário que o ____________________
professor esteja permanentemente atento as alterações de ____________________
____________________
comportamento dos alunos. Deve haver um clima favorável à ____________________
____________________
participação de todos em sala. Que os alunos não se sintam ____________________
reprimidos e possam manifestar suas dúvidas, inquietações e ____________________
____________________
incompreensões quanto ao que se está sendo aprendido. ____________________
____________________
É nas relações cotidianas entre professor e aluno que ____________________
vai se dar a aprendizagem. Dessa interação vão surgir ____________________
____________________
condições mais efetivas para que ambos possam ser capazes ____________________
de se avaliar. Parceiros na dinâmica da sala de aula,
professor, e aluno devem participar de todo o processo de
avaliação.

Módulo – Didática 53
A avaliação será vista como orientadora, não visa
eliminar, mas orientar o processo ensino-aprendizagem para
atingir os objetivos propostos.
À medida que o aluno torna-se ativo no seu processo
de aprendizagem, torna-se também ativo no processo de
avaliação. Com isto o aluno consegue controle objetivo do
seu próprio progresso.Conseguirá, pois, a avaliação atingir
suas finalidades?
Durante todo o processo ensino-aprendizagem, a
avaliação deve se fazer presente formulando juízos sobre os
diferentes elementos que configuram o caminho da atividade
pedagógica. Assim, devem ser avaliados não só os alunos,
Finalidades da avaliação:
mas o professor, o conteúdo desenvolvido, os recursos
utilizados, os objetivos, a metodologia, a colocação acertada revelar ao professor o
que está acontecendo
de matéria no currículo, o desempenho e possibilidade dos a cada aluno;
incentivar o aluno
alunos, etc. fornecendo-lhe
informações sobre o
FUNÇÕES E MODALIDADES DE AVALIAÇÃO seu sucesso em
vários setores do
currículo;
Pode-se estabelecer que a função básica de avaliação fornecer aos
é o fenômeno de informações para o processo decisório. professores meios
para avaliar métodos,
Segundo Bloom (1971) as funções de avaliação são: livros e outros
instrumentos do
de diagnóstico - determinar habilidades ou pré- processo educativo;
requisitos nos campos cognitivo, afetivo e melhorar
continuamente o
psicomotor. currículo;
revelar os avanços do
de controle - informar aos elementos envolvidos no programa no sentido
processo o andamento do mesmo, localizar de consecução dos
objetivos aceitos;
deficiências; informar sobre o grau
de crescimento do
de classificação - classificar os alunos no fim de aluno, seu
um semestre, ano ou curso, segundo níveis de desempenho e
possibilidades;
aproveitamento. verificar a gerência
entre programas e
A cada função específica de avaliação corresponde objetivos;
uma modalidade ( tipo ou espécie ) de avaliação. Assim, tem- informar da
necessidade de
se: reajuste.

Módulo – Didática 54
função de diagnóstico - avaliação diagnóstico visa
a levantar os pré-requisitos para o início de
determinado estudo.
função de controle - função formativa. Visa a
informar como está ocorrendo a aprendizagem. É
formativa porque indica como os alunos estão se
movimentando em direção aos objetivos traçados.
função de classificação - avaliação somativa. É o
processo de descrição e julgamento com vistas à Discorra no espaço
classificação dos alunos ao final da unidade, abaixo os pontos
chaves da Avaliação.
semestre, curso, segundo níveis de
____________________
aproveitamento expressos em graus e/ou
____________________
conceitos. ____________________
____________________
Podemos fazer a seguinte relação: ____________________
____________________
Avaliação diagnóstico - avaliação de entrada
____________________
Avaliação formativa - avaliação de processo ____________________
____________________
Avaliação somativa - avaliação de saída ____________________
____________________
____________________
____________________
PLANEJAMENTO DA AVALIAÇÃO ____________________
____________________
São etapas no planejamento de avaliação: ____________________
____________________
- definir os objetivos comportamentais para o ____________________
curso, unidade e/ou aula; ____________________
____________________
- definir critérios e condições de avaliação ____________________
____________________
(padrões mínimos de rendimento e situações de ____________________
____________________
realização);
____________________
- selecionar a metodologia de avaliação ____________________
____________________
(procedimentos e instrumentos utilizados para ____________________
____________________
avaliar os diferentes traçados); ____________________
- quantificação dos atributos avaliados em graus ____________________
____________________
(notas) ou qualificação através de conceitos. ____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________

Módulo – Didática 55
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Módulo – Didática 57

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