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Módulo – Didática 0
APRESENTAÇÃO
Módulo – Didática 1
DESENVOLVIMENTO
HISTÓRICO DA DIDÁTICA
Módulo – Didática 2
atingir a perfeição, ―para fazer por merecer a dádiva da vida
sobrenatural‖. (Ibid., p.12).
A ação pedagógica dos jesuítas foi marcada pelas
formas dogmáticas de pensamento, contra o pensamento
crítico. Privilegiavam o exercício da memória e o
desenvolvimento do raciocínio; dedicavam atenção ao
preparo dos padres-mestres, dando ênfase à formação do
caráter e sua formação psicológica para conhecimento de si
mesmo e do aluno. Dessa forma, não se poderia pensar em
uma prática pedagógica e muito menos em uma Didática que
buscasse uma perspectiva transformadora na educação.
Os pressupostos didáticos diluídos no ―Ratio‖ Como você avalia a ação
pedagógica dos jesuítas?
enfocavam instrumentos e regras metodológicas Você concorda com ela?
compreendendo o estudo privado, em que o mestre
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prescrevia o método de estudo, a matéria e o horário; as ____________________
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aulas ministradas de forma expositiva; a repetição visando ____________________
repetir, decorar e expor em aula; o desafio, estimulando a ____________________
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competição; a disputa, outro recurso metodológico era visto ____________________
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como uma defesa de tese. Os exames eram orais e escritos, ____________________
visando avaliar o aproveitamento do aluno. ____________________
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O enfoque sobre o qual o papel da Didática, ou ____________________
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melhor, da Metodologia de Ensino, como é denominada no ____________________
Código pedagógico dos jesuítas, está centrado no seu caráter ____________________
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meramente formal, tendo por base o intelecto; o ____________________
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conhecimento é marcado pela visão essencialista de homem. ____________________
Após os jesuítas, não ocorrem no país grandes ____________________
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movimentos pedagógicos, como são poucas as mudanças ____________________
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sofridas pela sociedade colonial e durante o Império e a ____________________
República. A nova organização instituída por Pombal, ____________________
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pedagogicamente, representou um retrocesso. Professores ____________________
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leigos começaram a ser admitidos para as ―aulas-régias‖
introduzidas pela reforma pombalina.
Por volta de 1870, época de expansão cafeeira e da
passagem de um modelo agrário-exportador para um urbano-
comercial-exportador, o Brasil vive o seu período de
Módulo – Didática 3
―iluminismo‖. Segundo SAVIANI (1984, p. 275), ―tomam corpo
movimentos cada vez mais independentes da influência
religiosa‖.
No campo educacional, suprime-se o ensino religioso
nas escolas públicas, passando o Estado a assumir a
laicidade. É aprovada a reforma de Benjamin Constant (1890)
sob a influência do positivismo. A escola busca disseminar
uma visão burguesa de mundo e sociedade, a fim de garantir
a consolidação da burguesia industrial como classe
dominante.
Os indicadores de penetração da Pedagogia
Tradicional em sua vertente leiga são os Pareceres de Rui
Barbosa, de 1882 e a primeira reforma republicana, a de
Benjamin Constant, em 1890.
A essa teoria pedagógica correspondiam as
seguintes características: a ênfase ao ensino humanístico de
cultura geral, centrada no professor, que transmite a todos os
A vertente da Pedagogia
alunos indistintamente a verdade universal e enciclopédica; a
Tradicional mantém a
relação pedagógica que se desenvolve de forma visão essencialista de
homem, não como
hierarquizada e verticalista, onde o aluno é educado para criação divina, mas aliada
à noção de natureza
seguir atentamente a exposição do professor; o método de
humana, essencialmente
ensino, calcado no cinco passos, formais de Hebart racional. Essa vertente
inspirou a criação da
(preparação, apresentação, comparação, assimilação, escola pública, Iaica,
universal e gratuita
generalização e aplicação). (SAVIANI, 1984, p. 274).
A Didática é compreendida como um conjunto de
regras, visando assegurar aos futuros professores as
orientações necessárias ao trabalho docente. A atividade
docente é entendida como inteiramente autônoma face à
política, dissociada das questões entre escola e sociedade.
Uma Didática que separa teoria e prática.
A Pedagogia tradicionalista leiga refletia-se nas
disciplinas de natureza pedagógica do currículo das Escolas
Normais desde o início de sua criação, em 1835. A inclusão
da Didática como disciplina em cursos de formação de
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professores para o então ensino secundário, ocorreu quase
um século depois, ou seja, em 1934.
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nos cursos de formação de professores era realizada no
Instituto de Educação, sendo aí incluída a disciplina
―Metodologia do Ensino Secundário‖, equivalente à Didática
hoje nos cursos de licenciatura.
Por força do art. 20 do Decreto-Lei n°. 1190/39, a
Didática foi instituída como curso e disciplina, com duração de
um ano. A legislação educacional foi introduzindo alterações
para, em 1941, o curso de Didática ser considerado um caso
independente, realizado após o término do bacharelado
(esquema três + um).
Em 1937, ao se consolidar no poder com auxílio de
grupos militantes e apoiado pela classe burguesa, Vargas
implanta o Estado Novo, ditatorial, que persistiu até 1945. Os
debates educacionais são paralisados e o ―prestígio dos
educadores passa a condicionar-se às respectivas posições
políticas‖, como afirma PAIVA (1973, p. 125).
O período situado entre 1930 e 1945 é marcado pelo
equilíbrio entre as influências da concepção humanista
tradicional (representada pelos católicos) e humanista
moderno (representada pelos pioneiros). Para SAVIANI
(1985, p. 276) a concepção humanista moderno se baseia em
uma ―visão de homem centrada na existência, na vida, na
atividade‖. Há predomínio do aspecto psicológico sobre o
lógico. O escolanovismo propõe um novo tipo de homem,
defende os princípios democráticos, isto é, todos tem direito a
assim se desenvolverem. No entanto, isso é feito em uma
sociedade dividida em classes, onde são evidentes as
diferenças entre o dominador e as classes subalterna. Assim,
as possibilidades de se concretizar este ideal de homem se
voltam para aqueles pertencentes à classe dominante.
A característica mais marcante do escolanovismo é a
valorização da criança, vista como ser dotado de poderes
individuais, cuja liberdade, iniciativa, autonomia e interesses
Fique de olho na principal
devem ser respeitados. O movimento escolanovista característica do
escolanovismo.
preconizava a solução de problemas educacionais em uma
Módulo – Didática 6
perspectiva interna da escola, sem considerar a realidade
brasileira nos seus aspectos político, econômico e social. O
problema educacional passa a ser uma questão de escola e
técnica. A ênfase recai no ensinar bem, mesmo que a uma
minoria.
Devido à predominância da influência da Pedagogia
Nova na legislação educacional e nos cursos de formação
para o magistério, o professor absorveu o seu ideário.
Conseqüentemente, nesse momento, a Didática também
sofre a sua influência, passando a acentuar o caráter prático-
técnico do processo ensino-aprendizagem, onde teoria e
prática são justapostas. O ensino é concebido como um Como foi descrito no
texto a Didática propiciou
processo de pesquisa, partindo do pressuposto de que os a formação de um novo
perfil de professor: o
assuntos de que tratam o ensino são problemas. Técnico.
A Didática é entendida como um conjunto de idéias e
Dê sua opinião sobre
métodos, privilegiando a dimensão técnica do processo de esta visão?
ensino, fundamentada nos pressupostos psicológicos e ____________________
psicopedagógicos e experimentais, cientificamente validados ____________________
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na experiência e construídos em teoria, ignorando o contexto ____________________
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sócio-político-econômico. A Didática, assim concebida ____________________
propiciou a formação de um novo perfil de professor: o ____________________
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técnico. ____________________
____________________
O período de 1945/1960: o predomínio das novas ____________________
idéias e a Didática. Esta fase correspondente à aceleração e ____________________
____________________
diversificação do processo de substituição de importações e à ____________________
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penetração do capital estrangeiro. O modelo político é ____________________
baseado nos princípios da democracia liberal com crescente ____________________
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participação das massas. É o Estado populista --- ____________________
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desenvolvimentista, representando uma aliança entre o ____________________
empresariado e setores populares, contra a oligarquia. No fim ____________________
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do período, começa a delinear-se uma polarização, deixando ____________________
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entrever dois caminhos para o desenvolvimento: o de ____________________
tendência populista e o de tendência antipopulista. ____________________
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Em 1946, o Decreto-Lei n°. 9053 desobrigava o
curso de Didática e, já sob a vigência da Lei Diretrizes e
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Bases, Lei 4024/61, o esquema de três mais um foi extinto
pelo Parecer n°. 242/62, do Conselho Federal de Educação.
A Didática perdeu seus qualificativos geral e especial e
introduz-se a Prática de Ensino sob a forma de estágio
supervisionado.
Entre 1948-1961, desenvolvem-se lutas ideológicas
em torno da oposição entre escola particular e defensores da
escola pública. A disseminação das idéias novas ganha mais
força com a ação do Instituto Nacional de Estudos
Pedagógicos (INEP). As escolas católicas se inserem no
movimento renovador, difundindo o método de Montessori e
Lubienska. É importante saber.
O quadro que se instalou no país com o movimento
Nesta fase (1948-1961),
de 1964 alterou a ideologia política, a forma de governo e, o ensino de Didática
também se inspirava no
conseqüentemente, a educação. O modelo político- liberalismo e no
pragmatismo,
econômico tinha como característica fundamental um projeto
acentuando a
desenvolvimentista que buscava acelerar o crescimento predominância dos
processos metodológicos
sócio-econômico do país. A educação desempenhava em detrimento da própria
aquisição do
importante papel na preparação adequada de recursos
conhecimento. A Didática
humanos necessários à incrementação do crescimento se voltava para as
variáveis do processo de
econômico e tecnológico da sociedade de acordo com a ensino sem considerar o
contexto político-social.
concepção economicista de educação.
Acentuava-se desta
O sistema educacional era marcado pela influência forma, o enfoque
renovador-tecnicista da
dos acordos MEC/USAID, que serviram de sustentáculo às Didática na esteira do
movimento escolanovista.
reformas do ensino superior e posteriormente do ensino de 1°
e 2° graus. Por influência, também dos educadores
americanos foi implantada, pelo Parecer 252/69 e Resolução
n°. 2/69 do Conselho Federal de Educação, a disciplina
"Currículos e Programas", nos cursos de Pedagogia, o que,
de certa forma, provocou a superposição de conteúdos da
nova disciplina com a Didática.
O período compreendido entre 1960 e 1968 foi
marcado pela crise da Pedagogia Nova e articulação da
tendência tecnicista, assumida pelo grupo militar e
tecnocrata. O pressuposto que embasou esta pedagogia está
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na neutralidade científica, inspirada nos princípios de
racionalidade, eficiência e produtividade. Buscou-se a
objetivação do trabalho pedagógico da mesma maneira que
ocorreu no trabalho fabril. Instalou-se na escola a divisão do
trabalho sob a justificativa de produtividade, propiciando a
fragmentação do processo e, com isso, acentuando as
distâncias entre quem planeja e quem executa.
A Pedagogia Tecnicista está relacionada com a Conheça um pouco mais
concepção analítica de Filosofia da Educação, mas não como sobre a concepção
analítica através da
conseqüência sua. explicação desenvolvida
por SAVIANI (1984, p.
O enfoque do papel da Didática a partir dos 179)
pressupostos da Pedagogia Tecnicista procura desenvolver
“(...) A concepção analítica
uma alternativa não psicológica, situando-se no âmbito da não tem por objeto a
realidade. Refere-se, pois, à
tecnologia educacional, tendo como preocupação básica a clareza e consistência dos
enunciados relativos aos
eficácia e a eficiência do processo de ensino. essa Didática fenômenos eles mesmos.
(...) A ela cabe fazer a
tem como pano de fundo uma perspectiva realmente ingênua assepsia da linguagem,
depurá-la de suas
de neutralidade científica. inconsistências e
Neste enfoque, os conteúdos dos cursos de Didática ambigüidades. Não é sua
tarefa produzir enunciados e
centram-se na organização racional do processo de ensino, muito menos práticas."
Módulo – Didática 9
política educacional, acobertada pelo discurso político-
pedagógico oficial.
Sob esta ótica, a Didática nos cursos de formação de
professores passou a assumir o discurso sociológico,
filosófico e histórico, secundarizando a sua dimensão técnica,
comprometendo, de certa forma, a sua identidade,
acentuando uma postura pessimista e de descrédito relativo à
sua contribuição quanto à prática pedagógica do futuro
professor.
Contudo pode-se perceber que se, de um lado, a
teoria crítico-reprodutivista contribuiu para acentuar uma
postura de pessimismo, por outro lado, a atitude crítica
passou a ser exigida pelos alunos e os professores procuram
rever sua própria prática pedagógica a fim de torná-la mais
coerente com a realidade sócio-cultural. A Didática é
questionada e os movimentos em torno de sua revisão
apontam para a busca de novos rumos.
Ao longo dos anos 80, a situação sócio-econômica
do país tem dificultado a vida do povo brasileiro com a
elevação da inflação, elevação do índice de desemprego,
agravado mais com o aumento da dívida externa e pela
política recessionista, orientada pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI).
Na primeira metade da década de 80, instala-se a
Nova República, iniciando-se, desta forma uma nova fase da
vida do país. A luta operária ganha força, passando a se
generalizar por outras categorias profissionais e, dentre elas,
os professores.
CURIOSIDADE
A concepção dialética ou crítica não foi dominante no
Foi na década de 80 que
nosso texto educacional. Ela se organizou com maior nitidez os professores se
a partir de 1979. Para a concepção dialética de Filosofia da empenham para a
reconquista do direito e
Educação, não existe um homem dado "a priori", pois não dever de participarem na
definição da política
coloca como ponto de partida uma determinada visão educacional e na luta pela
homem. Interesse-se pelo ser concreto. A tarefa da filosofia é recuperação da escola
pública.
explicitar os problemas educacionais e compreendê-los a
Módulo – Didática 10
partir do contexto histórico em que estão inseridos (SAVIANI,
1984, p.24)
A educação não está centrada no professor ou no
aluno, mas na questão central da formação do homem. A
educação está voltada para o ser humano e sua realização
em sociedade. Nesse sentido, GADOTTI afirma que, no bojo
de uma Pedagogia Crítica, "a educação se identifica como o
processo de hominização. A educação é o que se pode fazer
do homem de amanhã". (1983, p. 149) É uma pedagogia que
se compromete com os interesses do homem das camadas
desfavorecidas.
A escola se organiza como espaço de negação da
dominação e não mero instrumento para reproduzir a
estrutura social vigente. Nesse sentido, agir no interior da
escola é contribuir para transformar a própria sociedade.
Assim, o enfoque da Didática, de acordo com os
pressupostos de uma Pedagogia Crítica, é o de trabalhar no
sentido de ir além dos métodos e técnicas, procurando
associar escola-sociedade, teoria-prática, conteúdo-forma,
técnico-político, ensino-pesquisa. Ela deve contribuir para
ampliar a visão do professor quanto às perspectivas didático-
pedagógicas mais coerentes, com nossa realidade
educacional, ao analisar as contradições entre o que é
realmente o cotidiano da aula e o ideário pedagógico calcado
nos princípios da teoria liberal, arraigado, na prática dos
professores.
Na década de 80, esboçam-se os primeiros estudos
em busca de alternativas para a Didática, a partir dos
pressupostos da Pedagogia Crítica. A Didática no âmbito
desta pedagogia auxilia no processo de politização do futuro
professor, de modo que ele possa perceber a ideologia que
inspirou a natureza do conhecimento usado e a prática
desenvolvida na escola. Neste sentido, a Didática Crítica
busca superar o intelectualismo formal do enfoque tradicional,
evitar os efeitos do espontaneísmo escolanovista, combater a
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orientação desmobilizadora do tecnicismo e recuperar as
tarefas especificamente pedagógicas, desprestigiadas a partir
do discurso reprodutivista. Procura, ainda, compreender e
analisar a realidade social onde está inserida a escola.
É preciso uma Didática que proponha mudanças no
modo de pensar e agir do professor e que este tenha
presente a necessidade de democratizar o ensino. Este é
concebido como um processo sistemático e intencional de
transmissão de conteúdos culturais e científicos. É evidente
que a Didática, por si, não é condição suficiente para a
formação do professor crítico. Não resta dúvida de que a O quadro abaixo
tomada de consciência e o desvelamento das contradições apresenta um
esquema das
que permeiam a dinâmica da sala de aula são pontos de evoluções
partida para a construção de uma Didática Crítica, apontadas no texto.
contextualizada e socialmente comprometida com a formação
do professor.
Módulo – Didática 12
Didática Tradicional Didática Moderna
OBJETIVO
Aluno Matéria
Mestre Método
Módulo – Didática 13
,
PEDAGOGIA PROGRESSIVA
Módulo – Didática 14
PEDAGOGIA LIBERAL
Módulo – Didática 15
INDICADORES PARA RESSIGNIFICAR A DIDÁTICA
Módulo – Didática 16
investigação. Caberia à didática integrar, organicamente, os
diferentes aportes, configurando-se como uma teoria prática
do ensino (cf. Libâneo 1994; Contreras 1990; Laneve 1993;
Beillerot 1995). A didática, por sua vez, é área de estudo da
pedagogia (Houssaye 1995).
Mas como construir a teoria no movimento prática-
teoria-prática, sem ficar na tradicional cisão entre o
pesquisador e o professor? Como superar o caráter
Dê sua opinião sobre
prescritivo na relação de produzir conhecimento e difundir os seguintes
questionamentos
conhecimento? O avanço significativo das pesquisas qualitati- desenvolvidos no texto:
vas em educação tem propiciado a formulação do papel da
Como construir a teoria
pesquisa no ensino (cf. Demo 1990; Cornu e Vergnioux 1992; no movimento prática-
teoria-prática, sem ficar
Laneve 1993; Lübke 1994; Cunha 1994; André 1995). Com na tradicional cisão
base nesses autores é possível considerar a pesquisa na entre o pesquisador e o
professor?
formação de professores como um princípio cognitivo. Isto é, Como superar o caráter
prescritivo na relação
quando o professor, pesquisando e refletindo sobre sua ação de produzir conheci-
docente, constrói saberes que lhe permitam aprimorar o seu mento e difundir
conhecimento?
fazer docente. Também é possível lançar mão de pesquisas
____________________
sobre o ensino, com o intuito de ampliar a consciência do ____________________
professor sobre a realidade. Em ambos os casos, os autores ____________________
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consideram a pesquisa como instrumento da prática ____________________
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profissional do professor, distinguindo-a da prática profissio- ____________________
nal do pesquisador. ____________________
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A pesquisa sobre a própria prática tem sido ____________________
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desenvolvida na abordagem denominada ―professor reflexivo‖ ____________________
(cf. Schön 1983 e Zeichner 1988, nos EUA; Elliott 1993, na ____________________
____________________
Inglaterra). Essas abordagens entendem que as ____________________
____________________
transformações das práticas docentes só se efetivam na ____________________
medida em que o professor amplia sua consciência sobre a ____________________
____________________
própria prática. ____________________
____________________
O alargamento da consciência, por sua vez, se dá pela ____________________
reflexão que o professor realiza na ação . Em suas atividades ____________________
____________________
cotidianas, o professor toma decisões diante das situações ____________________
____________________
concretas com as quais depara, com base nas quais constrói ____________________
saberes na ação. Mas sua reflexão na ação precisa ____________________
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ultrapassar a situação imediata. Para isso é necessário
mobilizar a reflexão sobre a reflexão na ação. Ou seja. uma
reflexão que se eleve da situação imediata, possibilitando
uma elaboração teórica de seus saberes.
Esse movimento prático-teórico-prático (Pimenta
1994b) configura a possibilidade de o professor criar novos
hábitos (cf. Perrenoud 1992) ou nova cultura profissional. Ou
ainda. desenvolver-se como profissional autônomo
(relativamente autônomo) (cf. Nóvoa 1992). A
importância que a qualificação profissional dos
professores adquiriu nos últimos anos, no sentido Clarificar o conceito de
ensino é de suma
da melhoria da qualidade do ensino tem provocado a importância porque o
modo como os
ressignificação da didática.
professores entendem o
Se entendemos que a didática tem como que é ensinar afeta
grandemente o que
objeto de estudo o ensino, tomado em sua efetivamente fazem na
sala de aula. Se é
realidade prático-social, parece-nos útil à ressignificacão da
verdade que as nossas
didática, efetuar um balanço sobre as pesquisas que têm sido atividades dependem do
modo como as vemos,
realizadas nessa perspectiva pela didática e pelas demais das nossas crenças à
cerca delas, então, se
ciências da educacão.
tivermos idéias
A questão fundamental, para nós, é a necessidade de estranhas e esquisitas
sobre o que é ensinar,
se construir teorias fertilizadoras da práxis dos professores no será provável que, sob
esse nome, façamos
sentido da transformação das persistentes condições de
coisas estranhas e
ensino e aprendizagem seletivas e excludentes; da gestação esquisitas.
de práticas pedagógicas capazes de criar, nos âmbitos Sob esta ótica busque
mais informações sobre
escolares, as condições de emancipação e desenvolvimento o que é ensinar?
social, cultural e humano dos alunos pertencentes aos
segmentos desfavorecidos da sociedade e que, por isso,
sofrem o processo de marginalização nas nossas escolas.
Como área da pedagogia a didática tem no ensino seu
objeto de investigação. Considerá-lo como uma prática
educacional em situações historicamente situadas significa
examiná-lo nos contextos sociais nos quais se efetiva — nas
aulas e demais situações de ensino das diferentes áreas do
conhecimento nas escolas, nos sistemas de ensino, nas
culturas, nas sociedades — estabelecendo-se os nexos entre
Módulo – Didática 18
eles. As novas possibilidades da didática estão emergindo
das investigações sobre o ensino como prática social viva.
A didática (geral), por sua vez, atém-se às situações
de ensino-aprendizagem. Como ciência, estuda a ação, mas
visa conhecer mais do que a ação. A semelhança da
medicina, a didática cria os elementos de diagnósticos, mas
não propõe terapêuticas. Procedendo à articulação entre as
situações de ensino (a ação de ensinar e aprender as
diferentes áreas do saber, objetos das didáticas específicas)
e a pedagogia (as situações pedagógicas que determinam as
ações de ensinar), ―a didática se constitui como uma ciência
do conhecer, uma teoria‖ (Develay 1993, p. 174). Sua
limitação fica clara: ela não dá conta de oferecer terapêuticas,
porque não é de sua especialidade o estudo da relação entre
conteúdos do saber e ensino.
A didática possui um ―foco epistemológico‖, que inclui
a renovação de saberes, as novas especializações, novas
teorias (em matemática e em física), novos campos de
pesquisas (a lingüística). Esse foco epistemológico provoca,
por conseqüência, questionamentos sobre as disciplinas,
sobre a reatualização dos programas e sobre a relação entre
saberes ensinados e saberes pesquisados.
Conseqüentemente, aproximando pesquisa e ensino e
pesquisa e aprendizagem, fazendo surgir expressões como
―professor-pesquisador‖ e ―aluno-pesquisador‖. Confundindo, É importante frisar que a
didática possuir foco
mesclando e amalgamando essas atividades (ensinar, epistemológico e
pedagógico.
pesquisar, aprender) que são muito diferentes. De todo
modo, tem obrigado à revisão periódica dos programas de
ensino e seus resultados. O foco epistemológico possibilita à
didática novos vôos, se interrogando sobre a ordem e as
maneiras de ensinar.
Possui também o denominado ―foco pedagógico‖, que
inclui todas as iniciativas de se fazer frente ao fracasso
escolar, criança e de outras ciências da educação. apoiadas
nas renovações dos métodos pedagógicos e nas psicologias
Módulo – Didática 19
da aprendizagem.
Muitos fatos e pesquisas conduzem a validar a
didática, que nem sempre é reconhecida no seu aporte
teórico, além da prática. Prática esta não menos significativa
e essencial para a constituição do saber didático e para a
competência profissional do docente.
Em face da didática, a pedagogia, sem pretender
exaurir os saberes com os quais essa se defronta, identifica e
colhe de cada ciência indicações, problematizações e
contribuições sobre o saber didático.
Podemos afirmar que a ação ensinativa, compreende
em sua totalidade, dentro e fora da escola, em suas diversas
e mútuas determinações, começa a ser tomada como o È válido ressaltar que na
práticas docentes estão
objeto de estudo da didática, colocando interessantes contidos elementos
possibilidades de indagação à pesquisa, no sentido de ler, extremamente
importantes, tais como a
compreender e interpretar o ensino, superando as tendências problematização, a
intencionalidade para
explicativas e prescritivas, formuladas em teorizações encontrar soluções, a
externas, aplicadas por uma didática colonizada. experimentação
metodológica, o
O ato de ensinar escapa, pois, à prescrição dos enfrentamento de
situacões de ensino
especialistas. Na medida em ‗que não se desenvolve como complexas, as tentativas
mais radicais, mais ricas
prática social autônoma, mas éparte integrante de dinâmicas
e mais sugestivas de
que o extrapolam, escapa às decisões dos especialistas, uma didática inovadora,
que ainda não está
exclusivamente. configurada
teoricamente. Essa
Diferentemente dos paradigmas positivistas que
vasta e complexa
operam uma tripla dicotomia — entre meios e fins, reduzindo produção tende a ficar
perdida, diluída e ao
a solução de problemas a uma dimensão técnica; entre a nível do senso comum.
investigação e a prática, reduzindo esta última a uma
aplicação de teorias; e entre saber e fazer, reduzindo a ação
ao uso de procedimentos técnicos adequados —, a
investigação que toma a prática como critério de verdade
entende que teoria e prática são indissociáveis. Assim,
considerar o ensino como prática social configura uma
interessante perspectiva de investigação para uma
ressígnificação da didática.
Módulo – Didática 20
OBJETIVOS DE ENSINO
Módulo – Didática 21
Aprenda a formular bons objetivos
Gerais
Objetivos amplos, abrangentes, relativamente vagos, que
exigirão mais tempo para serem atingidos, previsto para Objetivos
um período mais longo, isto é, para o final de um ano, Instrumentais
resultado de um crescimento gradativo.
Instrumentais
Objetivos mais completos, que expressam com clareza O que o aluno deve
não só o que se espera do aluno , mas que também que ser capaz de fazer ?
ponto o desempenho será considerado satisfatório. DESEMPENHO
usados no PLANO DE AULA
Em que condições
deve fazê-lo?
CONDIÇÕES
EM RESUMO
Módulo – Didática 22
Não se pode englobar todos os objetivos de um curso
em um só enunciado, mas se deve especificar por separado
cada uma das destrezas ou conduta desejada.
Um objetivo bem redigido transmite claramente o
intento do docente.
Um objetivo, para o ensino, é um enunciado que
descreve uma conduta observável no aluno.
A conduta final se define:
a) Identifica-se e descreve-se a atividade observável
que se aceitará como prova de que o aluno
alcançou o objetivo;
b) Especificam-se as condições (o que se dá, o que
proíbe), a fim de excluir as atividades que não
serão aceitas como prova de que o aluno alcançou
o objetivo.
CONTEÚDOS
– Ensinar
Por quê ? ATENÇÃO
O que ?
Com base no conceito
Para quem ? descrito no texto, pode-
– Seleção e Organização se afirmar, portanto que
os conceitos englobam:
conceitos, idéias, fatos,
processos, princípios,
O que são os conteúdos? leis científicas, regras;
habilidades
Conteúdos de ensino são o conjunto de cognoscitivas, modos de
atividade, métodos de
conhecimentos, habilidades, hábitos, modos valorativos e compreensão e
atitudinais de educação social, organizados pedagógica e aplicação, hábitos de
estudo, de trabalho e de
didaticamente, tendo em vista a assimilação ativa e aplicação convivência social;
valores, convicções,
pelos alunos na sua prática de vida. atitudes. Podendo estes
Podemos dizer que os conteúdos retratam a ser expressos nos
programas oficiais, nos
experiência social da humanidade no que se refere a livros didáticos, nos
planos de ensino e de
conhecimentos e modos de ação, transformando-se em aula, nas aulas, nas
instrumentos pelos quais os alunos assimilam, compreendem atitudes e convicções do
professor, nos
e enfrentam as exigências teóricas e práticas da vida social. exercícios, nos métodos
e formas de
Constituem o objeto de medição escolar no processo de organização do ensino.
ensino, no sentido de que a assimilação e compreensão dos
Módulo – Didática 23
conhecimentos e modos de ação se convertem em idéias
sobre as propriedades e relações fundamentais da natureza e
da sociedade, formando convicções e critérios de orientação
das opções dos alunos frente às atividades teóricas e práticas
postas pela vida social.
Os conteúdos são organizados em matérias de ensino
e dinamizados pela articulação objetivos-conteúdos-métodos
e formas de organização do ensino, nas condições reais em
que ocorre o processo de ensino (meio social e escolar,
alunos, famílias etc.). Vejamos de onde são originados:
Os conteúdos da cultura, da ciência, da técnica, da
arte e os modos de ação no mundo expressam os resultados
da atividade prática dos homens nas suas relações com o
ambiente natural e social. Nesse processo os homens vão
investigando o mundo da natureza e das relações sociais e
elaborando conhecimentos e experiências, formando o que
chamamos de saber científico. Nessas condições, o saber se
torna objeto de conhecimento cuja apropriação pelas várias
gerações, no ensino, constitui-se em base para a produção e
a elaboração de novos saberes.
Podemos dizer, assim, que os conhecimentos e
modos de ação são frutos do trabalho humano, da atividade
produtiva científica e cultural de muitas gerações, no
processo da prática histórico-social. No seio desse mesmo
processo, (de atividade prática transformadora pelo trabalho)
a herança recebida da história anterior vai sendo modificada
ou recriada, de modo que novos conhecimentos são
produzidos e sistematizados.
Devemos esclarecer que, quando falamos do saber
científico produzido pelo trabalho humano, referimo-nos ao
trabalho como atividade que ocorre numa sociedade
determinada, num momento determinado da história. Na
Fique de olho no
sociedade capitalista o saber é predominantemente reservado esclarecimento abordado
sobre o uso do termo
ao usufruto das classes sociais economicamente favorecidas
saber científico.
as quais, freqüentemente, transformam-no em idéias e
Módulo – Didática 24
práticas convenientes aos seus interesses e as divulgam
como válidas para as demais classes sociais. Entretanto, o
saber pertence à classe social que o produz pelo seu
trabalho; portanto, deve ser por ela reapropriado,
recuperando o seu núcleo científico, isto é, aquilo que tem de
objetividade e universalidade.
Na escola, o conhecimento do mundo objetivo
expresso no saber científico se transforma em conteúdos de Procure neste espaço
destacar pontos
ensino, de modo que as novas gerações possam assimilá-los importantes sobre o
tendo em vista ampliar o grau de sua compreensão da que é conteúdo?
Módulo – Didática 25
negação das ações sociais vigentes tendo em vista a
construção de uma sociedade verdadeiramente humanizada.
Durante o processo de
seleção de conteúdos
POSSIBILIDADE DE devemos estar atentos
FLEXIBILIDADE SIGNIFICAÇÃO ELABORAÇÃO para escolher
PESSOAL conteúdos que sejam:
Módulo – Didática 26
Gradualidade: É organizado o conteúdo dentro de um
sistema de pequenas etapas permitindo um crescimento
cumulativo do aluno em termos de conhecimentos,
habilidades e atitudes.
Continuidade: O conteúdo está organizado permitindo
uma continuidade que pode ser comparada aos elos de uma
cadeia, na qual cada elo vai se encaixando e ajustando ao
anterior? Os conteúdos são expressos nos programas.
O que ensinar?
Módulo – Didática 27
Parece que a opção feita em favor de quantidade de
informações, geradora de conteúdos extensos é um
argumento que se vem repetindo em trabalhos e artigos que
Dê sua opinião:
enumeram as causas da baixa do ensino brasileiro.
Cabe, portanto, aos responsáveis pela seleção desse
conteúdo curricular, focalizar o plano cultural e considerar a
realidade do aluno. A tarefa de selecionar conteúdos
significativos para serem inclusos nos planos de ensino
O que é ensinar?
constitui um momento pedagógico de grande
responsabilidade, no qual o professor tenta conciliar seu ____________________
____________________
comprometimento com: a) a realidade sócio-econômico- ____________________
____________________
cultural; b) os conteúdos mínimos apresentados nos
____________________
documentos oficiais (núcleo comum); c) os aspectos afetivos ____________________
____________________
do ensino e d) perspectivas futuras. ____________________
____________________
Em relação a cada componente curricular, alguns
____________________
questionamentos podem levar o professor a refletir sobre ____________________
____________________
critérios que têm sido utilizados para seleção de conteúdos. ____________________
____________________
Dentre esses questionamentos podem ser formulados os ____________________
seguintes: a) que assuntos poderão mais facilmente ____________________
____________________
relacionar-se ao ambiente cultural dos alunos?; b) quais os ____________________
____________________
exemplos de conteúdos mais significativos para seus ____________________
estudantes?; c) quais os conteúdos imprescindíveis para ____________________
____________________
consecução dos objetivos educacionais?; d) que assuntos ____________________
____________________
podem ser tratados por duas ou mais disciplinas?; e) que ____________________
enfoque será dado por cada uma delas? ____________________
____________________
Acredita-se que respostas reflexivas a estas e a outras ____________________
____________________
questões possam gerar princípios norteadores para seleção ____________________
criteriosa de conteúdos para o ensino. ____________________
____________________
Durante muito tempo, a questão da seleção e orga- ____________________
____________________
nização dos conteúdos escolares foi tratada do ponto de vista ____________________
exclusivamente técnico nos cursos formadores do profissional ____________________
____________________
do ensino. A escola atribuia-se a função de transmissão do ____________________
____________________
saber acumulado historicamente, cientificamente organizado, ____________________
considerando aspectos lógicos e psicológicos tendo como
pressuposto que uma formação teórica sólida garante uma
Módulo – Didática 28
prática conseqüente. A lógica subjacente a essa abordagem
é a de que a teoria é guia da ação, caracterizando-se a
separação teoria/ prática.
Ultimamente essa questão tem sido alvo de muitas
discussões entre os educadores progressistas que, com-
prometidos com a maioria da clientela presente nas escolas
hoje, buscam inverter a lógica subjacente à abordagem
anterior, orientando a seleção e organização dos conteúdos
escolares a partir do pressuposto de que para essa maioria,
teoria e prática se constituem numa unidade.
OS CONTEÚDOS E A INTERDISCIPLINARIDADE
Módulo – Didática 29
escolas percebem o conhecimento como processo construído
e reconstruido através de recursos criativos e dinâmicos
dando ênfase as atividades interdisciplinares.
PLANEJAMENTO
Módulo – Didática 30
PRINCÍPIOS E NATUREZA DE PLANEJAMENTO
Módulo – Didática 31
relacionadas e os objetivos claramente delineados. Partindo
desse quadro, é que se articulam as etapas do trabalho
coordenador. De tal modo que essas etapas podem ser vistas
como um esboço que dá estabilidade e forma geral ao plano
em construção, mas que permitem liberdade e elasticidade na
ordem e nos detalhes da construção.
Planejar, organizar e instrumentar, selecionar,
manipular pessoal, orientar, coordenar, relatar, informar,
conferir em função do financiamento, são termos de uma Ainda sobre o
Planejamento de ensino
mesma constelação funcional. Todo levantamento deve é importante frisar as
iniciar-se pelo levantamento de variáveis. Análise de situação suas características,
que são:
(diagnóstico), seleção de objetivos (prognóstico), análise de
UNIDADE: todas as
recursos (humanos, materiais, financeiros), previsão de atividades planejadas
obstáculos (geográficos, econômicos, sociais, políticos, devem manter perfeita
coesão entre si
culturais), cronograma, modos operacionais, avaliação (antes, convergindo para os
objetivos propostos.
durante, final), são termos dessa coleta de dados
CONTINUIDADE:
imprescindíveis à programação. envolve a previsão das
etapas do trabalho, de
tal forma que haja
Planejamento Educacional integração entre elas e
que nada fique jogado
É amplo, geral e abrangente. Prevê a estruturação da ao acaso.
FLEXIBILIDADE: deve
totalidade do sistema educacional e determina as diretrizes permitir possíveis
da política nacional educacional. reajustamentos do
plano em marcha, com
a possibilidade de
inserção ou supressão
Planejamento Curricular de alguns elementos de
É a previsão global e sistemática de toda ação a ser acordo com as
necessidades e/ou
desencadeada pela escola, em consonância com os objetos interesses dos alunos.
PRECISÃO E
educacionais, tendo como foco o aluno. CLAREZA: os
É a previsão de todas as atividades que o educando enunciados devem ser
claros e precisos, com
realiza sob a orientação da escola para atingir os fins da indicações exatas e
sugestões concretas
educação para o trabalho a ser
realizado.
OBJETIVIDADE: o
Planejamento De Ensino planejamento deve
Processo de decisões bem informadas que visam à basear-se em
condições reais e
racionalização das atividades do professor e do aluno, na imediatas de local, de
tempo, de recursos e de
situação ensino-aprendizagem. desenvolvimento dos
alunos.
Módulo – Didática 32
ETAPAS DO PLANEJAMENTO
Módulo – Didática 33
docente no tratamento dado aos conteúdos, tendo sempre
em mente a dinamização do processo ensino aprendizagem.
Como etapa posterior, o professor deve selecionar o
instrumental de que irá se valer para avaliar os resultados do
trabalho pedagógico.
Sendo a avaliação processo global e abrangente,
devemos avaliar:
- conteúdos
- atitudes
- capacidades
- habilidades
RECURSOS
- observação
- entrevistas
- fichas de acompanhamento
- auto-avaliação
ATENÇÃO: Na última
A última etapa do planejamento são as fontes de etapa do planejamento
informação que o professor recomenda aos alunos no estudo é indispensável que
seja fornecido ao aluno
dos conteúdos selecionados. ricas fontes de
consulta, como textos,
livros, publicações
O PLANEJAMENTO E SEUS ELEMENTOS BÁSICOS variadas, a fim de
incentivar a pesquisa e
despertar a curiosidade
1. ALUNO: Deve ser percebido como um sujeito pela investigação.
Módulo – Didática 34
3. OBJETIVOS: Os objetivos devem refletir os pontos
de chegada da educação escolar, sendo definidos a partir das
necessidades dos educandos e dos compromissos políticos
do grupo de educadores a definição dos objetivos deve
resultar da reflexão dos educadores em torno da realidade
em que estão inseridos, pois propiciam o surgimento dos
reais objetivos com os quais o grupo de educadores deseja
se comprometer.
4. CONTEÚDOS: Conhecimentos produzidos e
acumulados historicamente pela humanidade, que devem ser
democratizados através da educação escolar, de forma
organizada e coerente. São meios utilizados pelos
educadores para a instrumentalização do cidadão-educando,
para o enfrentamento do mundo, através de:
SABER PARA SI: Apropriação dos saberes para
instrumentalizá-lo para uma prática social objetiva.
SABER FAZER: Tradução do saber apreendido, pela
prática profissional crítica.
SABER PARA SER: Articulação dinâmica daquilo que
o sujeito ―sabe para si‖ e o ―saber fazer‖ em posições,
atitudes, diante das contradições do mundo -cidadania plena.
5. METODOLOGIA: Processo pelo qual o educador
utiliza diferentes procedimentos, técnicas e recursos para a
mediação entre o educando e os conteúdos de ensino.
6. AVALIAÇÃO: A avaliação é muito importante, a
medida que não se torne um fim em si mesmo: trata-se de
um recurso que deve ser utilizado e colocado a favor da
aprendizagem do aluno e não como instrumento de opressão
e punição. É preciso que a escola desenvolva uma atitude
mais educativa em relação à avaliação.
Um processo de ensino competente – bem preparado
e desenvolvido – reduz, sensivelmente, os tradicionais
problemas de avaliação do aluno. É preciso, pois, que se
recuperem instrumentos e técnicas de avaliação mais
desafiantes e eficientes, que funcionem como apoio para um
Módulo – Didática 35
aprendizagem que efetivamente instrumentalize o cidadão
para a prática social.
7. RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO: Relação
profissional entre o educador e o educando, em que o
primeiro atua como mediador entre o aluno e os conteúdos do
ensino. A relação humana deve ser respeitosa, saudável,
amigável, cordial e clara entre ambos, desviando do
autoritarismo, para assumir um caráter de autoridade
Discorra no espaço
competente. abaixo os pontos
O professor bom, amigo e companheiro dos alunos é chaves do
planejamento.
aquele que leva à sério o seu trabalho, em relação àquilo que
____________________
realiza no seu fazer pedagógico. Essa interação é ____________________
considerada um elemento muito importante no processo ____________________
____________________
ensino-aprendizagem. ____________________
____________________
O planejamento, como modo de articulação entre o ____________________
fazer, o refletir e o sentir, deve constituir um forte aliado ____________________
____________________
contra o ativismo que, muitas das vezes, caracteriza o ____________________
____________________
trabalho do educador, o qual assim se transforma em ____________________
máquina de ar aulas, ou executor de tarefas, sem a ____________________
____________________
consciência do seu significado. Daí a importância de se ____________________
____________________
construir um projeto político-pedagógico da escola. ____________________
____________________
____________________
____________________
CONSIDERAÇÕES SOBRE PLANEJAMENTO ESCOLAR ____________________
____________________
Os dias de planejamento representam apenas e tão- ____________________
____________________
somente a primeira fase do planejamento. Planejamento não ____________________
____________________
é um ato de formalizar tudo no começo do ano, para depois ____________________
____________________
partir para a execução. Planejar é organizar a ação em ação.
____________________
Por isso, é preciso planejar e replanejar ao longo do ano, ____________________
____________________
para que ser possa atingir o ―ponto de chegada‖, para que ____________________
____________________
não se perca as ―metas inegociáveis‖. Nas paradas que
____________________
ocorrerão ao longo do ano, sempre haverá boas ____________________
____________________
oportunidades para a escola se reunir e se repensar. ____________________
____________________
É bastante democrático que os educadores se sentem
____________________
juntos, para dizer como vão ao longo do ano, como vão se ____________________
Módulo – Didática 36
organizar para juntos se educar, para poder dizer aos alunos
a que vieram; assim como definir e detalhar os procedimentos
de ensino, a organização dos conteúdos, a partir do contato
O QUE É PLANEJAR
com as classes. COLETIVAMENTE?
O caráter coletivo do planejamento é primordial, pois
afirma as tomadas de decisão para a escola, não
dependendo só de parâmetros técnico-administrativo sobre o
que é melhor para ela. Carece, pois de critérios.
ESTRATÉGIAS DE ENSINO
É definir em comum
metas pedagógicas,
MÉTODO, PROCESSO, TÉCNICAS E MEIOS organizar conteúdos e os
procedimentos de ensino,
É freqüente que os professores, ao planejarem suas assumindo assim o
caráter social da escola,
aulas, deparem com indagações do tipo: assumindo a educação
social dos nossos alunos.
Módulo – Didática 37
posição inicial é a apresentada por James Marks, Emery
Stoops e Joyce King-Stoops:
MÉTODO: é o padrão global do desejo e da
incrementação do programa.
TÉCNICAS: são os comportamentos específicos do
docente
Métodos
Como selecioná-los?
Não existe apenas um método de ensino que seja
eficiente para todos os professores, para todos os alunos, em
todos os tempos e lugares. O método deve ser concedido,
aplicado e julgado em termos do propósito a ser atingido.
Embora um determinado método possa não ser satisfatório
para alcançar um propósito específico ele pode, entretanto,
ser um método excelente a ser utilizado em outra situação
para alcançar um propósito diferente.
A interação dos participantes do processo ensino-
aprendizagem é tão importante quanto o método a ser
utilizado.
Métodos de ensino
Para elucidar o que são
métodos diretos e
Os métodos se apresentam sob dois aspectos: indiretos estaremos
neste espaço
Indiretos e Diretos. Entretanto, qualquer classificação é mencionando quando
artificial e qualquer outro agrupamento pode ser referido este acontecem.
Módulo – Didática 38
O método implica, pois, um processo ordenado e uma Para refletir:
integração do pensamento e da ação, como também da
reação (imprevisível), para consecução de tudo aquilo que foi
previamente planejado.
O problema metodológico está no encontrar a
resposta para a seguinte pergunta:
De que forma o aluno apropriar-se-á do conhecimento
de tal disciplina a fim de que este funcione como fonte de
suas atitudes, habilidades e informações? De que forma o aluno
Considerando o método como o caminho a ser apropriar-se-á do
conhecimento de tal
seguido para se alcançar um objetivo, fica evidente que há disciplina a fim de que
este funcione como fonte
sempre uma multiciplidade de caminhos à nossa disposição. de suas atitudes,
Nos métodos de ensino são fatores que têm sempre habilidades e
informações?
que ser considerados: objetivos – características do professor ____________________
____________________
e dos alunos – opções didáticas – conteúdo da disciplina. ____________________
Sabemos, no entanto, que o método de ensino que ____________________
____________________
possibilitará maior confiança será aquele em que o aluno ____________________
____________________
funcione ativamente pela observação, discussão, pesquisa, ____________________
interpretação, resolução de problemas, operações estas que ____________________
____________________
implicam análise e síntese, aspectos fundamentais do ____________________
____________________
processo de investigação. ____________________
Para eleger o seu método de ensinar, o professor não ____________________
____________________
possui regras ou modelos aplicáveis a todas as situações. ____________________
____________________
Deverá ele ponderar e equilibrar as orientações ____________________
metodológicas e decidir consoante as opções. ____________________
____________________
1. Que objetivos pretendo atingir? ____________________
____________________
2. Que ordenação e seleção de conteúdos vou ____________________
seguir? ____________________
____________________
3. Que critérios vou empregar para orientar a ____________________
____________________
estruturação de minhas aulas? ____________________
____________________
Todas as sugestões que apresentemos carecem de
____________________
evidência experimental. Apenas a teoria nos informa que ____________________
____________________
certas formas são mais adequadas para um grau do que para ____________________
____________________
outro. Assim competirá a cada um de nós selecionar o seu
____________________
próprio CAMINHO, mas só o eleja de fato sabe percorrê-lo. ____________________
____________________
____________________
____________________
Módulo – Didática ____________________39
Técnicas de Ensino
1. A EXPOSIÇAO DIDÁTICA
A exposição é uma técnica clássica que foi absorvida
A utilização da exposição
pela Escola Moderna adequando-se aos atuais sistemas de deve obedecer a
ensino. determinados cuidados
por parte do professor:
Consciência da
―validade‖ e eficiência
2 O INTERROGATÓRIO de uma exposição
A viabilidade e as vantagens da exposição associam- oral. Sua adequação a
determinados
se fundamentalmente à participação ativa do aluno. É neste conteúdos e objetivos
da matéria a ser dada.
sentido que o interrogatório (técnica clássica da Escola
―cuidado― em relação
tradicional) incorpora-se a exposição dando-lhe um caráter ao tempo de
exposição,
dinâmico. adequando-o segundo
as peculiaridades da
O interrogatório pode ser usado na incentivação da turma, idade dos
aprendizagem, sondagem de conhecimentos, avaliação alunos, conteúdo a ser
comunicado.
(visando a reorientação do processo), integração e não planejamento da
exposição
fixação de conteúdo.
preocupando-se em
Tal como a exposição didática, ele exige certos transmitir o conteúdo
de forma dinâmica,
―cuidados‖ por parte do professor: perguntas interessantes, clara, estimulante e
objetiva, evitando o
distribuição de perguntas pelo maior número possível de ―saber enciclopédico‖.
alunos, utilização do sistema de voluntariado, incentivo a esclarecimento sobre
a relevância da
reflexão, reforço positivo a respostas certas, demonstração matéria, aula. de
forma a situar o aluno
de satisfação aqueles que fazem o esforço para responder
incentivando sua
mas não conseguem acertar, procurar criar um clima de participação.
estabelecimento de
espontaneidade. um contato afetivo
com os alunos, o que
possibilite a percepção
3 INTERPRETAÇÃO DO TEXTO de certas reações
(gestos, olhares,
Neste tipo de aula o professor orienta os alunos para sorrisos...)
realizarem, em sala, a leitura de um texto. Após essa leitura
Módulo – Didática 40
deve ser solicitada uma tarefa que permita uma interpretação
crítica por parte dos alunos. Neste tipo de trabalho pode-se
trabalhar o texto como fonte histórica, inclusive utilizando
documentos de época.
É importante lembrar que, tendo-se em vista incentivar
a prática da leitura, o texto deve ser interessante e adequada
à série com que se vai trabalhar.
Estimular a capacidade critica
Estimular a capacidade de síntese Propósitos do
Trabalho com Texto
Proporcionar um aumento do vocabulário
Estimular mecanismos de prontidão de leitura
Proporcionar contato com outra épocas e culturas
Estimular a criatividade
5 MÚSICA.
Sendo a música um produto cultural de uma
determinada época, esta contribui para a identificação da
realidade histórica que está inserida e pode ser utilizada
como fonte histórica desta época. Além disso, esta técnica
contribui para a integração dos alunos em torno de uma
Módulo – Didática 41
atividade agradável.
6 DRAMATIZAÇÃO CONHECENDO UM
POUCO MAIS SOBRE A
DRAMATIZAÇÃO.
A dramatização é de grande interesse para o estudo
de qualquer disciplina.
Tecnicamente a dramatização é uma forma particular
do estudo de casos. O exemplo específico da teatralização,
equivale a apresenta aos alunos um problema, um caso de
relações humanas. Pode ser planejada ou espontânea. No
Convém abordar as
primeiro caso, o professor escolhe o assunto e os papéis e o formas de dramatização
distribui entre os alunos, instruindo-os como atuar. Também o Teatral
planejamento pode ser deixado inteiramente por conta dos Radiofônica
Cinematografada
alunos, o que dá mais autenticidade ao exercício. A Televisionadas
Etc...
dramatização espontânea pode ser decidida a qualquer
momento. a partir de uma situação em sala de aula.
Módulo – Didática 42
9 ENSINO POR FICHAS
Módulo – Didática 43
de essencial.
10 JOGOS.
A técnica de jogos, bem como as demais técnicas
visam a tomar mais receptivo o assunto apresentado a uma
turma, possibilitando maior fixação do que foi estudado e
despertando maior interesse por parte dos alunos.
A princípio, quando pensamos em jogos, parece-nos
estranha a sua utilização na escola, a não ser na hora do
recreio, pois este tipo de atividade não teria lugar no espaço
da sala de aula. Contudo, essa técnica é muito importante IMPORTANTE
para o processo de aprendizagem uma vez que mexe com
diversos fatores que dinamizam e tornam atraente o
conteúdo.
A técnica de jogos provoca muita incentivado entre os
alunos levando-os de modo descontraído a raciocinar e a
desenvolver iniciativa. Além disso, aproxima o aluno do
conteúdo concretizando-o e favorecendo um clima mais
descontraído.
11. SEMINÁRIO
1. Definição: Estudo por um grupo de pessoas sob a
orientação do professor, criando questões para discussão
aberta a todo o grupo de alunos.
2. Duração: De um dia de aula a um ano,
dependendo do tipo de seminário e do conteúdo que
abranger.
3. Conclusão: Pode tratar de uma ou mais unidades
ou de tema correlato ao interesse da disciplina.
4. Diversos Tipos De Seminário
Módulo – Didática 44
logo a seguir inicia-se o debate com a contribuição
dos alunos.
O professor esclarece dúvidas e pode marcar nova
data para continuação do tema com tempo para
que os alunos continuem a sua pesquisa.
Ao final do seminário, o professor coordena as
conclusões a que o conjunto chegou.
Módulo – Didática 45
enriquecê-lo e ainda o outro caberá julgá-los,
conforme o previamente determinado pelo
professor.
Módulo – Didática 46
2. Características
2.1 - Duração: Mais ou menos uma hora
2.2 - Horário: Comum ao tempo de aula ou não
2.3 - Conteúdo: O tema apresentado de diversos
ângulos.
3. Tipos de Painel
Informal: interação espontâneas entre os
diversos oradores.
Simpósio: apresentações breves, mas formais.
4. Desenvolvimento
O desenvolvimento do painel se dá com a orientação
do professor (ou moderador) passo a passo e, com o auxilio
de um coordenador. O moderador regerá o debate desde sua
Com base no que foi
constituição, passando pela apresentação do grupo, até seu
abordado sobre o
encerramento ou desdobramento em outros temas afins. desenvolvimento
podemos observar que
há diversas fases, que
serão melhor abordadas
13. ENSINO POR MÓDULO - MAIORES POSSIBILIDADES aqui.
PARA ATENDIMENTO ÀS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS
Primeira fase: O
professor orienta a
O final do século XIX e o ensino do século XX foram escolha do tema para o
painel com mais ou
marcados por um questionamento e uma revisão dos padrões menos duas semanas de
e modelos adotados no âmbito da educação sistematizada. antecedência, indicando
bibliografia e outras
Um dos problemas destacados foi o das diferenças fontes de informação.
Segunda fase:
individuais. Teorias, ensaios e experiências permitiram aos Escolha dos elementos
educadores darem-se conta de que os alunos diferem quanto pela classe e estes
realizarão seu estudo
ao ritmo de aprendizagem, interesse, necessidades, individualmente.
Terceira fase:
capacidades, aptidões etc. Desta forma, surgiram escolas, Escolha do coordenador.
métodos e/ou técnicas individualizadas, que procuravam Quarta fase:
Exposição formal ou
atender às diferenças individuais dos educandos. informal (dependerá do
tipo utilizado).
O Ensino por Módulos foi divulgada no Brasil através Quinta fase:
de um trabalho publicado por Nagel e Richman (1973). Discussão, dividindo a
turma em dois grupos: o
Possui três características básicas: (a) objetivos educacionais de painel e o restante da
turma.
claramente definidos; (b) ensino individualizado e (c)
Sexta fase: Retirada
avaliação baseada nos objetivos traçados. Procura levar o das conclusões e
encerramento com
estudante à responsabilidade no desempenho das tarefas síntese final do
coordenador.
propostas, pois prevê uma espécie de contrato para a
Módulo – Didática 47
realização das mesmas. Dá ênfase ao ritmo próprio do aluno,
o que implica numa variação do tempo da aprendizagem. O
centro dessa estratégia se desloca do professor e do modo
como ensina para o aluno e seu processo de aprendizagem.
O objetivo da avaliação, no Ensino por Módulos, não é a
comparação entre os alunos, mas sim verificar em que
medida estes alcançaram os objetivos de ensino traçados.
As etapas básicas do Ensino por Módulos são seis: (a)
objetivos de ensino claramente formulados; (b) pré-requisitos;
(c) pré-avaliação; (d) atividades de ensino; (e) pós-avaliação
e (f) atividades para sanar deficiências.
Pode-se afirmar que o sistema de módulos pode ser
Reflita:
utilizado em qualquer nível de ensino em qualquer período do
Como você entende este
ano letivo. Algumas experiências vêm sendo realizadas no sistema de módulos? Ele
poderia ser implantado
Brasil e evidenciam efeitos positivos sobre alunos.
em sua escola?
____________________
14 DISCUSSÃO 66 OU PHILLIPS 66 ____________________
____________________
Processo utilizado pela primeira vez por V. Donald
____________________
Phillips, em Michigan, também conhecido como método de ____________________
____________________
fracionamento, porque o grupo é subdivido em subgrupos. ____________________
____________________
Sessenta e seis: Seis pessoas discutem um assunto durante
____________________
seis minutos. ____________________
____________________
Discrição da técnica: primeiramente esclarecer em ____________________
____________________
que consiste o processo e sue funcionamento; dividir o grupo ____________________
em pequenos subgrupos; designar secretário - para o relato ____________________
____________________
da discussão; relator - para a exposição, no término do ____________________
____________________
trabalho; líder - que distribua cópia do assunto para cada ____________________
subgrupo com o assunto que será discutido, observe a ____________________
____________________
cronometria, e avise aos grupos quando o tempo estiver para ____________________
____________________
se esgotar. ____________________
O processo deve atender aos subgrupos que ____________________
____________________
apresentarem dúvidas durante o desenvolvimento do ____________________
____________________
trabalho.
Para a discussão em grupo pode ser utilizadas fichas
contendo: não só os em problemas, como uma orientação
Módulo – Didática 48
para o trabalho.
Processamento de técnica: a) exposição do assunto;
b) divisão da classe em subgrupos; c) entrega das fichas do
trabalho; d) estudo do assunto pelos subgrupos; e) relato das
conclusões por um elemento escolhido pelo grupo; f) relato
ou síntese das conclusões dos subgrupos por elemento
escolhido pelo professor; g) a palavra do professor virá no
final, complementando o estudo realizado pelo grupo.
15 SIMPÓSIO
Um assunto é dividido em sub-unidades e cada orador
apresenta sua parte diretamente para o auditório. Sua
duração média é de uma hora, tendo cada expositor vinte
minutos para falar. Um moderador controla o tempo.
No simpósio o moderador combina com os
participantes qual será o esquema de apresentação e a
distribuição dos assuntos; resolve quanto a participação ou O que é simpósio?
não do auditório; a duração e o nível do simpósio é resolvido É um processo
com os participantes. sistematizado, sem
muita variação, apesar
O professor propõe um assunto a ser discutido e aulas de permitir a exposição
de um assunto de forma
depois, através de sorteio, cerca de quatro alunos original.
participarão do simpósio. Poderão utilizar-se de qualquer
material ilustrativo. O aluno pode redigir o resumo do
simpósio.
O professor é o moderador.
Objetivos apresentar informações básicas; permitir
uma exposição relativamente completa,
sistemática e ininterrupta das idéias.
Preocupações: cuidado na escolha do assunto-
problema; dividi-lo em partes lógicas que possam
ser discutidas; no planejamento prévio, limitar a
duração dos discursos, pois os simpósios tendem
a prolongar-se indefinidamente.
Módulo – Didática 49
16. DISCUSSÃO CIRCULAR
Apresenta-se aos participantes uma só pergunta clara
e condensada e geralmente estabelece-se um minuto para
cada resposta. Cada um dos participantes de grupo expõe,
na sua vez, até que todos tenham falado, sem que haja
interrupção na seqüência pré-estabelecida, ao falar pode
acrescentar opiniões, sintetizar opiniões, discordar das
opiniões e pedir silêncio.
O professor deve escolher um aluno que dará
seguimento ao assunto. Vamos compreender
um pouco mais sobre
a técnica de grupo de
17 GRUPO DE COCHICHO cochicho descrevendo
Técnica de fracionamento em que o grupo de discussão suas características,
objetivos e
é constituído por duas pessoas. precauções.
Módulo – Didática 50
O professor manda que estudem determinado assunto
e escolha, na sala de aula, um ou dois peritos e os
argüidores. O trabalho motivará os alunos, predispondo-os a
refletir sobre o assunto.
Características: é essencialmente formal. Esta técnica
aproveita muito mais a variedade de conhecimento, opiniões
e capacidade dos que interrogam. É aconselhável evitar
sentimentos de agressão e projeção contra o perito; deve ser
escolhida uma Comissão Interrogadora que formule as
perguntas; o membro, ou o grupo como um todo, não tendo
qualidade para obter as informações desejadas de um orador
RESUMINDO: podemos
ou um perito, passa a obtê-las por intermédio de um pequeno agora mencionar todos
grupo de membros (Comissão Interrogadora deve sempre se os tipos de técnicas de
ensino:
lembrar de apresentar o grupo). Assim, as perguntas
A exposiçao didática;
subordinar-se-ão aos seus interesses e problemas e manter-
O interrogatório;
se-ão num nível de discussão e de oratória acessível ao Interpretação do
texto;
grupo. Metodo de resolução
de problemas;
Música;
20 DIÁLOGO. Dramatização;
Estudo dirigido;
Discussão perante o grupo de duas pessoas
Projeção: o filme
competentes e capazes de discorrerem com profundidade e didático, vídeo,
slides;
comunicativamente sobre um assunto especifico. Ensino por fichas.
Características: pode ser bem informal e coloquial; Jogos
Seminário
permite mútuo apoio e divide a responsabilidade entre duas Painel
Ensino por módulo
pessoas; simples de forma e fácil de planejar e executar; o
Discussão 66 ou
desenvolvimento da discussão permite esclarecimentos, phillips 66
Simpósio
metodização, exemplo e profundidade, além de exposição e Discussão circular
dois pontos de vista. Grupo de cochicho
Brainstorming
Objetivos apresentar fatos, opiniões e pontos de vista, (explosão de idéias)
Audiência de
de maneira informal e coloquial, explorar, em detalhes
comissão
diferentes pontos de vista e conciliar dois ou mais pontos de Diálogo
vista. O assunto selecionado deve ser oportuno e importante;
os membros do diálogo devem ser bem selecionados.
Módulo – Didática 51
AVALIAÇÃO
Módulo – Didática 52
aproveitamento do aluno é expresso por meio de notas,
graus, conceitos, escores, etc.
O que temos assistido em nossas escolas
ultimamente são: reprovações, repetências, evasões, etc.
Nós não trabalhamos para que o aluno chegue ao mínimo
necessário de aprendizagem que lhe fora proposto, mas para
atingir o ideal de aprendizagem que se tem e não somente
para aprovar e reprovar.
A eficiência do ensino se traduz no progresso dos
alunos. Logo, a escola tem que visar não só a instruir, a dar
aos alunos conhecimentos, mas tem que ter como principal Você concordo que a
eficiência do ensino se
objetivo o seu crescimento e desenvolvimento de modo a se traduz no progresso dos
alunos?
realizar dentro de suas possibilidades. Temos que despertar
interesses, gosto e estima por coisas desejáveis, formando ____________________
____________________
atitudes que contribuam para o ajustamento emocional e ____________________
____________________
pessoal paralelamente ao desenvolvimento intelectual. ____________________
A avaliação efetiva vai se dar durante o processo, nas ____________________
____________________
relações dinâmicas de sala de aula que orientam as tomadas ____________________
____________________
de decisões freqüentes, relacionadas ao tratamento do ____________________
conteúdo e a melhor forma de compreensão e produção do ____________________
____________________
conhecimento pelo aluno. ____________________
____________________
Para que isso ocorra, faz-se necessário que o ____________________
professor esteja permanentemente atento as alterações de ____________________
____________________
comportamento dos alunos. Deve haver um clima favorável à ____________________
____________________
participação de todos em sala. Que os alunos não se sintam ____________________
reprimidos e possam manifestar suas dúvidas, inquietações e ____________________
____________________
incompreensões quanto ao que se está sendo aprendido. ____________________
____________________
É nas relações cotidianas entre professor e aluno que ____________________
vai se dar a aprendizagem. Dessa interação vão surgir ____________________
____________________
condições mais efetivas para que ambos possam ser capazes ____________________
de se avaliar. Parceiros na dinâmica da sala de aula,
professor, e aluno devem participar de todo o processo de
avaliação.
Módulo – Didática 53
A avaliação será vista como orientadora, não visa
eliminar, mas orientar o processo ensino-aprendizagem para
atingir os objetivos propostos.
À medida que o aluno torna-se ativo no seu processo
de aprendizagem, torna-se também ativo no processo de
avaliação. Com isto o aluno consegue controle objetivo do
seu próprio progresso.Conseguirá, pois, a avaliação atingir
suas finalidades?
Durante todo o processo ensino-aprendizagem, a
avaliação deve se fazer presente formulando juízos sobre os
diferentes elementos que configuram o caminho da atividade
pedagógica. Assim, devem ser avaliados não só os alunos,
Finalidades da avaliação:
mas o professor, o conteúdo desenvolvido, os recursos
utilizados, os objetivos, a metodologia, a colocação acertada revelar ao professor o
que está acontecendo
de matéria no currículo, o desempenho e possibilidade dos a cada aluno;
incentivar o aluno
alunos, etc. fornecendo-lhe
informações sobre o
FUNÇÕES E MODALIDADES DE AVALIAÇÃO seu sucesso em
vários setores do
currículo;
Pode-se estabelecer que a função básica de avaliação fornecer aos
é o fenômeno de informações para o processo decisório. professores meios
para avaliar métodos,
Segundo Bloom (1971) as funções de avaliação são: livros e outros
instrumentos do
de diagnóstico - determinar habilidades ou pré- processo educativo;
requisitos nos campos cognitivo, afetivo e melhorar
continuamente o
psicomotor. currículo;
revelar os avanços do
de controle - informar aos elementos envolvidos no programa no sentido
processo o andamento do mesmo, localizar de consecução dos
objetivos aceitos;
deficiências; informar sobre o grau
de crescimento do
de classificação - classificar os alunos no fim de aluno, seu
um semestre, ano ou curso, segundo níveis de desempenho e
possibilidades;
aproveitamento. verificar a gerência
entre programas e
A cada função específica de avaliação corresponde objetivos;
uma modalidade ( tipo ou espécie ) de avaliação. Assim, tem- informar da
necessidade de
se: reajuste.
Módulo – Didática 54
função de diagnóstico - avaliação diagnóstico visa
a levantar os pré-requisitos para o início de
determinado estudo.
função de controle - função formativa. Visa a
informar como está ocorrendo a aprendizagem. É
formativa porque indica como os alunos estão se
movimentando em direção aos objetivos traçados.
função de classificação - avaliação somativa. É o
processo de descrição e julgamento com vistas à Discorra no espaço
classificação dos alunos ao final da unidade, abaixo os pontos
chaves da Avaliação.
semestre, curso, segundo níveis de
____________________
aproveitamento expressos em graus e/ou
____________________
conceitos. ____________________
____________________
Podemos fazer a seguinte relação: ____________________
____________________
Avaliação diagnóstico - avaliação de entrada
____________________
Avaliação formativa - avaliação de processo ____________________
____________________
Avaliação somativa - avaliação de saída ____________________
____________________
____________________
____________________
PLANEJAMENTO DA AVALIAÇÃO ____________________
____________________
São etapas no planejamento de avaliação: ____________________
____________________
- definir os objetivos comportamentais para o ____________________
curso, unidade e/ou aula; ____________________
____________________
- definir critérios e condições de avaliação ____________________
____________________
(padrões mínimos de rendimento e situações de ____________________
____________________
realização);
____________________
- selecionar a metodologia de avaliação ____________________
____________________
(procedimentos e instrumentos utilizados para ____________________
____________________
avaliar os diferentes traçados); ____________________
- quantificação dos atributos avaliados em graus ____________________
____________________
(notas) ou qualificação através de conceitos. ____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
Módulo – Didática 55
REFERÊNCIAS
Módulo – Didática 56
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Quixote, 1995.
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São Paulo: Cortez, 1998.
PERRENOUD, Phillipe. Práticas Pedagógicas, profissão docente e formação.
Perspectivas sociológicas. Lisboa: Publicações Dom Quixote,1993 Petrópolis , RJ:
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PIMENTA, Aluísio. Educação e cultura. São Paulo: Unimarco Editora, 1997.
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______ (org.) Repensando a Didática. 11º ed. São Paulo.
Módulo – Didática 57