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Simulação de casos clínicos - ênfase: Análise de softwares, alimentos fonte, cálculos de dietary
reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
Análise de softwares 3
Informatização como apoio da prática clínica 3
Análise comparativa de softwares aplicados à Nutrição Clínica 3
Alimentos fonte 6
Referências bibliográficas 30
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reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
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reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
Relatórios
Alimentos fonte
Exames laboratoriais
Interação droga-nutriente
Antropometria
Diagnóstico nutricional
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reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
Prescrição dietética
Configuração de personalização de usuário
Gratuidade
Exporta dados
O quadro 1 representa uma síntese dos softwares em relação às tabelas de composição de alimentos
disponíveis.
dietWin
Profissional
Plus
Nutwin
a (UNICAMP-NEPA, 2011); b (IBGE, 1999); c (PHILIPPI, 2002); d (USDA, 2001); e (USP, 2008).
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Simulação de casos clínicos - ênfase: Análise de softwares, alimentos fonte, cálculos de dietary
reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
Diante de uma gripe, por exemplo, o apelo é sempre Para que isso ocorra, a Portaria SVS/MS nº
para os alimentos fonte e/ou ricos em vitamina C. 27/98 regulamenta a informação nutricional
Assim, escolhemos o melhor alimento a ser ingerido complementar (INC), cujo significado “é a declaração
para combater a doença que proporcionará realmente de propriedades nutricionais particulares, relativas ao
benefícios por ser abundante em vitamina C e logo seu valor energético e o seu conteúdo de proteínas,
nos recordamos da fruta laranja. gorduras, carboidratos, fibras alimentares, vitaminas
e ou minerais” (BRASIL, 1998). O uso da INC em
Mas você já parou para pensar por que a laranja rotulagens, por exemplo, é de caráter opcional, mas
é reconhecida como um alimento fonte de vitamina deve obrigatoriamente ser expressa por 100 g (para
C? E outros, como a acerola e o kiwi, o que faz esses sólidos) ou 100 mL (para líquidos) do produto.
alimentos serem caracterizados como alimento fonte
ou muitas vezes ricos nessa vitamina?
Tabela 2. Critérios estabelecidos para atributos aos alimentos “fonte” e “rico em”
Por exemplo, vamos observar a composição de 100 g de arroz integral cozido com base no levantamento
da tabela TACO 4ª ed. (UNICAMP, 2011).
Quadro 2. Composição nutricional parcial do arroz integral cozido, com base na tabela TACO
4ª ed.
Alimento Energia (kcal) Proteína (g) Lipídio (g) Carboidrato (g) Fibra alimentar (g)
Arroz integral, 124 2,6 1,0 25,8 2,7
cozido (100 g)
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Para ser um alimento denominado como fonte de fibra, ele deve conter no mínimo 3,0 g em 100 g e, para
ser um alimento rico em fibra, deve conter no mínimo 6,0 g de fibras em 100 g.
Portanto, arroz integral cozido, segundo a tabela de composição de alimentos supracitada, é fonte de fibra
ou rico em fibra? Já vimos que não, embora a quantidade de fibras (2,7 g) esteja muito próxima do mínimo
(3,0 g) para caracterizá-lo como um alimento fonte.
Vamos demonstrar com outro exemplo, o caso da laranja citada, famosa pela vitamina C.
Quadro 3. Composição nutricional parcial da laranja pera crua, com base na tabela TACO 4ª
ed.
Com base no quadro anterior, pode-se afirmar que Note que a quantidade de vitamina C presente
a laranja pera crua é fonte de vitamina C ou rica em na laranja pera crua faz com que ela seja realmente
vitamina C? um alimento não somente “fonte”, mas “rico em”
vitamina C, pois o valor que corresponde a essa
O primeiro passo é descobrir qual a recomendação vitamina em 100 g do alimento sólido (53,7 mg) é
de vitamina C segundo a DRI. As recommended superior ao mínimo desejado de 30%, 22,5 mg e
dietary allowances (RDA) dessa vitamina para um 27,0 mg, respectivamente, para mulheres e homens
indivíduo adulto é de 75 mg/dia para as mulheres adultos.
e 90 mg/dia para os homens. Com base nessa
informação: Dessa maneira, podemos atribuir se um alimento
é fonte ou rico em determinado nutriente com base
Mulheres adultas: no critério estabelecido pelo Ministério da Saúde.
15% de 75 mg = 11,25 mg
30% de 75 mg = 22,5 mg
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Um pouco mais tarde, em 1997, foram criadas Operacionalização dos cálculos das DRIs
as dietary reference intakes (DRIs), um novo
Para a aplicação correta das DRIs, é necessário
conjunto de referências de valores nutricionais, que,
compreender o significado prático de cada
em português denominam-se ingestão dietética
subconjunto de recomendações, descritos na tabela
de referência (IDR). Elas são compreendidas nos
3, a seguir.
subconjuntos estimated average requirement (EAR)
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¹ AMDR – Acceptable Macronutrient Distribution Range; ² EER – Estimated Energy Requirement. Fonte: IOM, 2000a.
Para melhor compreensão dos cálculos que serão executados posteriormente, é válido explicar que a RDA
é derivada matematicamente da EAR e do desvio-padrão (DP) da necessidade do nutriente, sob a hipótese
afirmativa de normalidade deste, ou seja, a distribuição normal é a distribuição simétrica em torno da média.
Sendo assim, a média e a mediana são iguais. Portanto, RDA = EAR + 2DPnecessidade.
A figura 1 representa a distribuição normal hipotética com ingestão média recomendada maior ou igual
a +2DP do valor da média (µ).
Figura 1. Distribuição normal hipotética com ingestão média recomendada maior ou igual a +2 DP do valor da média (µ). Fonte:
Adaptado de IOM, 2000a.
Quando não há valores que estimem o DP da ingestão, assume-se um coeficiente de variação (CV),
pelo qual CV = DPnecessidade/necessidade média x 100. Esse coeficiente é, na maioria dos nutrientes,
representado pelo valor de 10%. Na tabela 4, são mostrados os valores de CV das necessidades de nutrientes
que apresentam valores de necessidade média estimada (EAR).
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Tabela 4. Coeficiente de variação (CV) das Para uma interpretação inicial, pode-se concluir
necessidades de nutrientes que apresentam (tabela 5):
valores de necessidade média estimada (EAR)
Tabela 5. Interpretação do valor da dife-
Nutriente com EAR CV (%) rença entre a média observada de ingestão e a
Macronutrientes necessidade ou requerimento médio
Carboidrato 15
Proteína 12 Valor da diferença (D) Interpretação
Vitaminas Grande e positiva¹ Ingestão suficiente
Vitamina A 20 Grande e negativa² Ingestão insuficiente
Niacina 15
¹ Grande e positiva: ingestão observada muito maior que a
Minerais exigência mediana; ² Grande e negativa: ingestão observada
Cobre 15 muito menor que a exigência mediana. Fonte: Adaptado de IOM,
2000a.
Iodo 20
Molibdênio 15
Análise do consumo individual
Fonte: Adaptado de IOM, 2000a.
A seguir, será apresentado um passo a passo para
Para se estabelecer a adequação da ingestão a análise do consumo individual (quadro 4).
alimentar de um indivíduo, é necessário conhecermos
a ingestão habitual dele para compararmos com o Quadro 4. Passo a passo e pré-requisitos
que ele realmente precisa (necessidade). para a análise do consumo individual
Deve-se ressaltar que a ingestão habitual envolve Levante o consumo alimentar do indivíduo,
1 lembrando que as DRIs sugerem no
uma grande variação na alimentação do indivíduo, mínimo dois dias de levantamento.
conhecida como variabilidade intrapessoal, uma vez Faça a triagem de qual subconjunto
que dificilmente comemos os mesmos alimentos 2
será mais apropriado para a avaliação
(EAR, AI ou UL), lembrando que
todos os dias. Ou seja, em nosso dia a dia, há
a EAR é a primeira escolha.
uma variação nos alimentos que ingerimos quali e Verifique se há informação sobre o
quantitativamente. coeficiente de variação (CV) da ingestão
do nutriente e se este não ultrapassa
3 60% (critério mínimo para prosseguir
Na tentativa de resolver o problema dessa com a análise). Caso ultrapasse, a
variação, foi desenvolvido um método estatístico avaliação deverá ser realizada de maneira
qualitativa (falaremos a seguir).
que possibilita estimar a ingestão habitual com mais
Se os critérios forem satisfatórios,
confiança. realize o cálculo do valor de Z, que
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significa a probabilidade da adequação,
Na prática clínica, comparamos a ingestão de e, em seguida, interprete o achado.
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É utilizada para os nutrientes que possuem o valor Z = Diferença (D) da média de ingestão em relação
de EAR, que são: à EAR dividida pelo desvio-padrão dessa diferença
(DPD), que corresponde à probabilidade de o valor
Vitaminas: A, C, D, E, B12, B6, tiamina, estar associado à distribuição normal.
riboflavina, niacina e folato.
Mi = média da ingestão em n dias.
Minerais: cálcio, cobre, iodo, ferro, magnésio,
fósforo, molibdênio, selênio e zinco. Vnec = variância da necessidade, que é igual a
10% da EAR para a maioria dos nutrientes.
Macronutrientes: carboidrato e proteína.
Vint = variância intrapessoal da ingestão, obtida
A equação 1 é utilizada para cálculo dos nutrientes pelo quadrado do desvio-padrão intrapessoal (DPi)
que possuem EAR e RDA: (obtido em inquéritos dietéticos populacionais –
tabela 6).
Equação 1. Equação utilizada para cálculo
dos nutrientes que possuem EAR. n = número de dias de inquéritos alimentares.
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Micronutrientes
Vitamina A (μg) 808 723 852 898 1300 1160 1255 1619
Carotenoides 452 454 549 681 799 875 796 919
(RE)
Vitamina E (mg) 3 3 4 5 5 7 6 9
Vitamina C (mg) 61 74 81 93 73 93 61 72
Tiamina (mg) 0,5 0,5 0,6 0,8 0,6 0,9 0,5 0,7
Riboflavina (mg) 0,6 0,7 0,7 1 0,6 1 0,6 0,8
Niacina (mg) 6 7 8 11 9 12 7 9
Vitamina B6 (μg) 0,6 0,7 0,7 1 0,8 1 0,6 0,8
Folato (μg) 99 117 128 176 131 180 120 150
Vitamina 9,6 4,7 5,5 5 12 13 10 14
B12 (μg)
Cálcio (mg) 313 353 374 505 325 429 256 339
Fósforo (mg) 321 352 410 542 395 573 313 408
Magnésio (mg) 61 71 86 109 86 122 74 94
Ferro (mg) 5 6 6 9 7 9 5 7
Zinco (mg) 3 4 5 8 6 9 5 8
Cobre (mg) 0,4 0,4 0,5 0,6 0,6 0,7 0,5 0,7
Sódio (mg) 930 957 1313 1630 1839 1819 1016 1323
Potássio (mg) 631 750 866 1130 851 1147 723 922
É válido lembrar que as variâncias (Vnec e Vint) são calculadas como o quadrado dos desvios-padrões,
DPn (igual a 10% da EAR, no geral) e DPi, respectivamente.
Para a interpretação do resultado do valor de Z, verifica-se de acordo com a tabela 7. O resultado final
deve ser multiplicado por 100 para obter o percentual de probabilidade de adequação.
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Como havíamos salientado, os nutrientes que É preciso lembrar que os valores de AI são
possuem CV da ingestão intrapessoal superior a 60% utilizados somente quando os de EAR não estiverem
deverão ser interpretados de forma qualitativa. Os estabelecidos.
que têm essa particularidade são as vitaminas A,
B12, C e E. Outro fato importante a ser destacado é que, se
o valor de Mi for menor que o da AI, a adequação
Interpretação qualitativa pelos valores de EAR e da ingestão não pode ser efetuada, ou seja, as
RDA estimativas de risco aos nutrientes não podem ser
determinadas. Sendo assim, utiliza-se a análise
Na tabela 8, pode-se conhecer como se qualitativa da ingestão pelo valor de AI (tabela 9).
proporciona a análise qualitativa dos nutrientes que
não são passíveis de cálculos de adequação. A equação 2 é utilizada para cálculo dos nutrientes
que possuem AI e UL:
Tabela 8. Interpretação qualitativa pelos
valores de EAR e RDA Equação 2. Equação utilizada para cálculo
dos nutrientes que possuem AI e UL
Valor da ingestão média Interpretação
qualitativa
< EAR Ingestão inadequada
> EAR e < RDA Ingestão inadequada
No caso de muitos dias de Ingestão adequada
registros alimentares = RDA
Onde:
No caso de poucos dias de Ingestão adequada
registros alimentares > RDA
Z = corresponde à probabilidade do valor estar
Fonte: Adaptado de IOM, 2000a.
associado à distribuição normal.
É utilizada para os nutrientes que não possuem AI: valor da ingestão adequada para determinado
o valor de EAR, a saber: ácidos linolênico, linoleico nutriente.
e pantotênico, água, biotina, colina, cloro, cromo,
fibras, flúor, manganês, potássio, sódio e vitamina K. DPi = desvio-padrão intrapessoal (DPi) (obtido em
inquéritos dietéticos populacionais – tabela 6).
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Caso o nutriente possua o valor de UL, utiliza-se A análise perante os valores de UL também pode
a mesma equação para os valores de AI (equação ser feita de maneira qualitativa (tabela 10), assim
2) com o objetivo de se determinar o risco de o como descrevemos para os demais subconjuntos.
indivíduo apresentar efeitos adversos a determinados
nutrientes quando há consumo excessivo. Basta Tabela 10. Interpretação qualitativa pelos
substituir o valor de AI na equação pelo valor de UL valores de UL
do nutriente que se deseja investigar.
Valor da Interpretação qualitativa
ingestão média
Tabela 9. Interpretação qualitativa pelos
≥ UL Há risco potencial de efeito
valores de AI adverso e/ou toxicidade.
< UL A ingestão provavelmente
Valor da Interpretação qualitativa será segura.
ingestão média
≥ AI A ingestão provavelmente estará Fonte: Adaptado de IOM, 2000a.
adequada quando avaliada
por uma grande quantidade Para a interpretação do resultado do valor de Z
de registros alimentares.
calculado por meio do AI, verifica-se de acordo com
< AI A adequação da ingestão
não pode ser calculada a tabela 11. O resultado final deve ser multiplicado
por 100 para obter o percentual de probabilidade de
Fonte: Adaptado de IOM, 2000a.
adequação.
Para a interpretação do resultado do valor de Z calculado por meio do UL, verifica-se de acordo com
a tabela 12. O resultado final deve ser multiplicado por 100 para obter o percentual de probabilidade de
adequação.
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O mesmo grupo de cientistas dos Estados Unidos GET = A + B x idade + NAF x D x peso + E x estatura
e do Canadá que desenvolveu a metodologia de
cálculos e análise dos resultados para se verificar a Onde:
adequação da ingestão de nutrientes estabeleceu
também equações que estimam a necessidade de A = constante.
energia requerida para suprir o gasto energético total
B = coeficiente etário (idade determinada em
(GET) diário e manter o organismo em equilíbrio para
anos).
diferentes faixas etárias, entre 0 e 100 anos, gêneros
e ciclos da vida. Essas equações foram determinadas
D = coeficiente de peso (peso determinado em
a partir da técnica da água duplamente marcada,
quilogramas).
reconhecida como “padrão-ouro” (gold standard)
para determinação do GET, ou, em inglês, total E = coeficiente de altura (altura determinada em
energy expenditure (TEE). metros).
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Tabela 13. Equação para determinação da necessidade de energia para crianças de 0 a 2 anos
Idade
Sexo Necessidade de energia
Meses
MeF GET (kcal/d) = 89 x peso - 100
MeF NEE (kcal/d) = GET + estoque de energia
0-3 MeF NEE = GET + 175 (kcal para estoque de energia)
4 –6 MeF NEE = GET + 56 (kcal para estoque de energia)
7 –12 MeF NEE = GET + 22 (kcal para estoque de energia)
13 – 35 MeF NEE = GET + 20 (kcal para estoque de energia)
GET: Independentemente do sexo, correlacionado ao peso, mas não à estatura ou à idade. Atividade física limitada. Fonte: Adaptada
de IOM, 2005.
Tabela 14. Equação para determinação da necessidade de energia para crianças de 3 a 8 anos
Idade
Sexo Necessidade de energia
Anos
NEE = GET + 20 (kcal para estoque de energia)
M GET (kcal/d) = 88,5 – 61,9 x idade + NAF x 26,7 x peso + 903 x altura
0-3
F GET (kcal/d) = 135,5 – 30,8 x idade + NAF x 10 x peso + 934 x altura
MeF NAF = 1,00 = sedentário
NAF = 1,16 = pouco ativo
NAF = 1,31 = ativo
NAF = 1,56 = muito ativo
GET: grande variação na taxa de crescimento entre sexos. Não há variação na AF entre sexos. NEE: 20 kcal/dia para estoque de
energia. Fonte: Adaptada de IOM, 2005.
Tabela 15. Equação para determinação da necessidade de energia para crianças e adolescentes
de 9 a 18 anos
Idade
Sexo Necessidade de energia
Anos
NEE = GET + 25 (kcal para estoque de energia)
M GET (kcal/d) = 88,5 – 61,9 x idade + NAF x 26,7 x peso + 903 x altura
9 – 18
F GET (kcal/d) = 135,5 – 30,8 x idade + NAF x 10 x peso + 934 x altura
M NAF = 1,00 = sedentário
NAF = 1,13 = pouco ativo
NAF = 1,26 = ativo
NAF = 1,42 = muito ativo
F NAF = 1,00 = sedentário
NAF = 1,16 = pouco ativo
NAF = 1,31 = ativo
NAF = 1,56 = muito ativo
GET: variação da atividade física entre sexos e quatro níveis atividade (atividades recreacionais). NEE: 25 kcal/dia para estoque de
energia e para crescimento e maturação (arranco do crescimento). Fonte: Adaptada de IOM, 2005.
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Tabela 16. Equação para determinação da necessidade de energia para crianças e adolescentes
de 3 a 18 anos com excesso de peso (pré-obesidade e obesidade)
Idade
Sexo Gasto de energia
Anos
3–18 M GET (kcal/d) = 114 – 50,9 x idade + NAF x 19,5 x peso + 1161,4 x altura
3–18 F GET (kcal/d) = 389 – 41,2 x idade + NAF x 15,0 x peso + 701,6 x altura
3–18 M AF = 1,00 = sedentário
AF = 1,12 = pouco ativo
AF = 1,24 = ativo
AF = 1,45 = muito ativo
3–18 F AF = 1,00 = sedentário
AF = 1,18 = pouco ativo
AF = 1,35 = ativo
AF = 1,60 = muito ativo
Risco de obesidade: IMC nos percentis 85 e 95 (pré-obeso); IMC > percentil 95 (obeso). NEE não estimado. Fonte: Adaptada de
IOM, 2005.
Tabela 17. Equação para determinação da necessidade de energia para adultos de 19 anos ou
mais com índice de massa corporal (IMC) entre 18,5 kg/m² e 24,9 kg/m².
Idade
Sexo Necessidade de energia
Anos
NEE = GET
≥ 19 M GET (kcal/d) = 662 – 9,53 x idade + NAF x 15,91 x peso + 539,6 x altura
≥ 19 F GET (kcal/d) = 354 – 6,91 x idade + NAF x 9,36 x peso + 726 x altura
M AF = 1,00 = sedentário
AF = 1,11 = pouco ativo
AF = 1,25 = ativo
AF = 1,48 = muito ativo
F AF = 1,00 = sedentário
AF = 1,12 = pouco ativo
AF = 1,27 = ativo
AF = 1,45 = muito ativo
Atividade física: Indivíduos com 1 < NAF < 2,5. NEE = GET. Fonte: Adaptada de IOM, 2005.
Tabela 18. Equação para determinação da necessidade de energia para adultos de 19 anos ou
mais com índice de massa corporal (IMC) superior a 25 kg/m²
Idade
Sexo Gasto de energia
Anos
≥ 19 M GET (kcal/d) = 1086 – 10,1 x idade + NAF x 13,7 x peso + 416 x altura
≥ 19 F GET (kcal/d) = 448 – 7,95 x idade + NAF x 11,4 x peso + 619 x altura
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≥ 19 M AF = 1,00 = sedentário
AF = 1,12 = pouco ativo
AF = 1,29 = ativo
AF = 1,59 = muito ativo
≥ 19 F AF = 1,00 = Sedentário
AF = 1,16 = Pouco Ativo
AF = 1,27 = Ativo
AF = 1,44 = Muito Ativo
NEE não estimada, pois sobrepeso/obesidade em longo prazo não são consistentes com boa saúde. NEE visa à manutenção da saúde
por um longo período. Fonte: Adaptada de IOM, 2005.
Tabela 19. Equação para determinação da necessidade de energia para adolescentes e adultas
durante a gravidez
Idade
Necessidade de energia
Anos
NEE = NEE adolescente + estoque de energia na gravidez
14-18 1º trimestre:
NEE1 Tri = NEE adolescente + 0 (estoque de energia)
14-18 2º trimestre:
NEE2 Tri = NEE adolescente + 160 kcal (8 kcal/semana x 20 semanas) + 180 kcal
14-18 3º trimestre:
NEE3 Tri = NEE adolescente + 272 kcal (8 kcal/semana x 34 semanas) + 180 kcal
NEE = NEE adulto + estoque de energia na gravidez
19-50 1º trimestre:
NEE1 Tri = NEE adulto + 0 (estoque de energia)
19-50 2º Trimestre:
NEE2 Tri = NEE adulto + 160 kcal (8 kcal/semana x 20 semanas) + 180 kcal
19-50 3º Trimestre:
NEE3 Tri = NEE adulto + 272 kcal (8 kcal/semana x 34 semanas) + 180 kcal
IMC pré-gravidez: > 18,5 kg/m2 e <25 kg/m2. Adicional de energia adicionada só a 2º e 3º trimestres. GET e ganho de peso são
menores no 1º trimestre. Fonte: Adaptada de IOM, 2005.
Tabela 20. Equação para determinação da necessidade de energia para adolescentes e adultas
durante a lactação.
Idade
Necessidade de energia
Anos
Mulheres lactantes adolescentes
14-18 NEE = NEE adolescente + energia para produção de leite – perda de peso
1º semestre:
NEE1 Sem = NEE adolescente + 500 (produção de leite) – 170 (perda de peso)
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14-18 2º semestre:
NEE1 Sem = NEE adolescente + 400 (produção de leite) – 0 (perda de peso)
Mulheres lactantes adultas
19-50 NEE = NEE adulto + energia para produção de leite – perda de peso
19-50 1º semestre:
NEE1 Sem = NEE adulto + 500 (produção de leite) – 170 (perda de peso)
19-50 2º semestre:
NEE2 Sem = NEE adulto + 400 (produção de leite) – 0 (perda de peso)
IMC pré-gravidez: > 18,5 kg/m2 e <25 kg/m2. Perda de peso nos seis meses pós-parto: 0,8 kg/mês (170 kcal/d). Fonte: Adaptada
de IOM, 2005.
No quadro 5, será apresentado o passo a passo para efetuar a análise quantitativa do consumo individual
de energia.
Quadro 5. Passo a passo para efetuar a análise quantitativa do consumo individual de energia
É possível avaliar e analisar a adequação de energia pelo IMC individual (tabela 21). Veja que o indivíduo que
é capaz de manter o peso dentro da faixa correspondente aos valores normais (> 18,5 e < 25) provavelmente
mantém ingestão energética adequada.
Tabela 22. Desvio-padrão estimado, por gêneros e faixas etárias, da EER (kcal/dia).
Exemplo: P. R. S., sexo masculino, 40 anos de idade, 67 kg e 1,70 m, atividade física igual a pouco ativo
(NAF 1,11), com média de ingestão de energia igual a 2.500 kcal. Desvio-padrão estimado para homens
≥ 19 anos igual a 199 (valor extraído da tabela 22).
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Resposta:
»» EER para homem de 40 anos e IMC normal (escolher a equação que se aplica às características):
GET (kcal/d) = 662 – (9,53 x idade) + NAF x (15,91 x peso + 539,6 x altura)
GET (kcal/d) = 662 – (9,53 x 40) + 1,11 x (15,91 x 67) + (539,6 x 1,70)
Interpretação: a média de ingestão do indivíduo (2.500 kcal) encontra-se adequada por se apresentar
dentro do intervalo.
Para maior aproximação do valor do NAF, em inglês physical activity level (PAL), correspondente às
atividades do indivíduo, a tabela 23 lista as atividades relacionadas ao NAF de acordo com os gêneros e faixas
etárias.
Tabela 23. Relação entre as atividades e o valor do NAF correspondente com os gêneros e
faixas etárias
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Simulação de casos clínicos - ênfase: Análise de softwares, alimentos fonte, cálculos de dietary
reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
Muito ativo Atividade física moderada diariamente: 1,42 1,56 1,48 1,45
≥ 60 minutos + 60 minutos de atividade
vigorosa ou 120 minutos de atividade
moderada, atividades do dia a dia.
AMDR (acceptable macronutrient distribution range) é a variação percentual aceitável para a ingestão dos
macronutrientes em relação ao total de energia necessário. Se o indivíduo estabelecer uma ingestão dentro
da faixa recomendada (tabela 24), os resultados estarão associados à redução do risco de doenças crônicas.
Nota-se que para todos os macronutrientes são estabelecidos intervalos com limites inferior e superior,
com base sempre na ingestão total. Qualquer valor abaixo do limite inferior implicará ingestão insuficiente ou
inadequada, e qualquer valor acima do limite superior implicará ingestão excessiva. A ingestão é interpretada
como adequada quando feita dentro do intervalo.
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Simulação de casos clínicos - ênfase: Análise de softwares, alimentos fonte, cálculos de dietary
reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
Avaliação hematológica
Tabela 25. Interpretação da avaliação hematológica do sangue.
Interpretação
Exame Valores de referência Situações de aumento Situações de diminuição
Avaliação hematológica
Hemograma Leucócitos: 4.000 a Alguns tipos de Alcoolismo.
11.000 células/mm³. tumor: hepatoma, Anemias hemolíticas.
Neutrófilos bastonetes: fibromioma, meningioma, Anemias hemorrágicas.
3-5% (150 a 400 feocromocitoma. Hepatopatias.
células/mm³). Doença renal: hidronefrose, Neoplasias.
Neutrófilos segmentados: glomerulonefrite Produção deficiente
55-65% (3.000 a focal, cistos. de eritropoetina.
5.000 células/mm³). Hipóxia. Síndrome da
Eosinófilos: 2-6% (100 Transplante renal. imunodeficiência adquirida.
a 300 células/mm³). Anemia ferropênica,
Basófilos: 0-1% (50 a talassemias - por síntese
80 células/mm³). deficiente de hemoglobina.
Monócitos: 4-8% (200 Deficiência de vitamina
a 650 células/mm³). B12 e ácido fólico - por
Linfócitos: 20-30% (1.500 síntese deficiente de
a 2.500 células/mm³). nucleoproteínas.
Hemácias:
Homens: 4.500.000 a
6.000.000 células/mm³.
Mulheres: 4.000.000 a
5.500.000 células/mm³.
Hemoglobina:
Homens: 13,5-18 g/dL.
Mulheres: 12-16 g/dL.
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reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
Hematócrito:
Homens: 40-54%.
Mulheres: 37-47%.
HCM: hemoglobina corpuscular média; CHCM: concentração de hemoglobina corpuscular média; VCM: volume corpuscular médio.
Fonte: Adaptado de Calixto-Lima e Reis, 2012.
Avaliação bioquímica
Tabela 26. Interpretação da avaliação bioquímica do sangue
Interpretação
Exame Valores de referência Situações de aumento Situações de diminuição
Avaliação bioquímica do sangue
Glicose jejum Normal: < 100 mg/dL. Diabetes mellitus. Hiperinsulinismo.
Pré-diabetes: ≥ 100 mg/ Intolerância à glicose. Hipoglicemiantes orais.
dL e < 126 mg/dL. Síndrome de Cushing. Hipoglicemia autoimune.
Diabetes: > 126 mg/dL, Pancreatites. Doenças enzimáticas,
com exames adicionais Estresse. pancreáticas, distúrbios
confirmatórios. funcionais pós-
gastrectomias.
Distúrbios endócrinos.
Insulinoma.
Hipoglicemia alimentar.
Teste oral de Normal: < 140 mg/dL. Anticoncepcionais orais. Hipoglicemiantes orais.
tolerância à glicose Pré-diabetes: ≥ 140 mg/ Corticosteroides. Heparina.
dL e < 200mg/dL. Diuréticos (em especial Ácido acetilsalicílico.
Diabetes mellitus: os tiazídicos). Anti-histamínicos.
≥ 200 mg/dL. Fenitoína. Inibidores de monoamina
Ácido nicotínico. oxidase (MAO).
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reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
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reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
Desnutrição energético-proteica
Tabela 27. Interpretação da avaliação da desnutrição energético-proteica
Interpretação
Exame Valores de referência Situações de aumento Situações de diminuição
Desnutrição energético-proteica
Albumina sérica Nutrido: > 3,5 mg/dL. Desidratação. Síndromes de má absorção.
Levemente desnutrido: Infusões endovenosas Infecções.
3-3,5 mg/dL. de albumina. Neoplasias.
Moderadamente Traumas.
desnutrido: 2,4-2,9 mg/dL. Hemodiluição.
Gravemente desnutrido: Edema.
< 2,4 mg/dL. Ascite.
Queimaduras.
Enteropatias perdedoras
de proteína.
Doença hepática.
Síndrome nefrótica.
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Simulação de casos clínicos - ênfase: Análise de softwares, alimentos fonte, cálculos de dietary
reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
Interpretação
Exame Valores de referência Situações de aumento Situações de diminuição
Teste do estado dos micronutrientes
Vitamina A sérica 1,2-4,2 µmol/L. Ingestão suplementar Doenças pancreáticas.
(retinol sérico) excessiva. Hipotireoidismo.
Má nutrição.
Tuberculose disseminada.
Vitamina B1 sérica Observar valores Leucemias. Alcoolismo.
(tiamina sérica) de referência dos Linfoma de Hodgkin. Diabetes mellitus.
laboratórios.ª Diarreia prolongada.
Dieta deficiente.
Doenças hipercatabólicas.
Infecção.
Queimaduras.
Vitamina D sérica Por HPLC: 20-76 pg/mL. Toxicidade pela vitamina D. Raquitismo.
(calcitriol sérico) Por CPBA: 80-100 nmol/L. Osteomalácia.
Hipertireoidismo
secundário.
Má absorção da vitamina.
Doença hepática grave.
Colestase.
Tuberculose.
Hiperparatireoidismo
primário.
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reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
ª Alteração de valor significativa entre os laboratórios. Fonte: Adaptado de Calixto-Lima e Reis, 2012.
Dislipidemia
Tabela 29. Interpretação da avaliação de dislipidemia.
Interpretação
Exame Valores de referência Situações de aumento Situações de diminuição
Dislipidemia
Colesterol total sérico Ótimo: < 200 mg/dL. Alcoolismo. Anemia crônica.
Limítrofe: 200-239 mg/dL. Colestase. Doença pulmonar
Alto: ≥ 240 mg/dL. Diabetes mellitus obstrutiva crônica.
descompensada. Desnutrição.
Gravidez.
Doenças pancreáticas.
Obstrução biliar.
Hipotireoidismo.
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reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
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Simulação de casos clínicos - ênfase: Análise de softwares, alimentos fonte, cálculos de dietary
reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
Interpretação
Exame Valores de referência Situações de aumento Situações de diminuição
Biomarcadores da inflamação
Proteína C-reativa (PC-R) Método qualitativo: Doenças inflamatórias. -
valores negativos. Complicações pós-
Método quantitativo - risco operatórias.
de doença cardiovascular: Dano tecidual: necrose
Risco baixo: < 1 mg/dL. tecidual, neoplasias,
Risco moderado: infarto agudo do
1-3 mg/dL. miocárdio, infecções
Risco alto: > 3 mg/dL. bacterianas e virais.
Normal: < 0,5 mg/dL.
Anemias carenciais
Quadro 6. Classificação das anemias carenciais, alterações laboratoriais e interpretação
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Simulação de casos clínicos - ênfase: Análise de softwares, alimentos fonte, cálculos de dietary
reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
BRESSAN, J.; ESTEVES, E. DietPro: sistema de ________. Dietary reference intakes for
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Clínica. Rio de Janeiro: Rubio, 2012. alimentos. 5ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1999.
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Simulação de casos clínicos - ênfase: Análise de softwares, alimentos fonte, cálculos de dietary
reference intakes - DRIs, padrões de referências e interpretação de exames bioquímicos
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