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Direito Tributário I

Leandro Paulsen - curso de direto tributário e código tributário.

Difini - curso

Ricardo Alexandre

Eduardo Sabbag

Hugo de Britto Machado – código comentado.

Clássicos:

Paulo de Barros Carvalho

Sacha Calmon Navarro Coêlho

Aciomar Baceeiro

Roque Carrazza

PODER DE TRIBUTAR

 É pré ou pós-constitucional?

O poder de tributar não é um poder pré-constitucional, porque decorre da Constitucional.


Portanto, é pós-constitucional. Daí decorre a delimitação (limitação) do poder de tributar.

O Poder de tributar é, na prática, a competência tributária. A competência se exerce dentro de seus


limites, assim se houver extrapolação desse poder, não será válido o tributo. Conexo ao poder de
tributar está o dever fundamental de pagar tributo (é equivalente aos direitos fundamentais, mas são
deveres porque são fundamentais pois é a partir deles que se garante assistência social, saúde,
educação etc.).

Só se é obrigado a pagar tributo, se se incorrer no fato gerador. Isso se opõe a um dever fundamental
de pagar tributos. Só se paga tributo, se se incidir no fato gerador.

Não há nem um dever amplo de pagar tributo, tampouco um poder amplo de tributar.

DIREITO TRIBUTÁRIO

Autonomia - Há uma autonomia didática (disciplina específica), legislativa e científica.

DT é um direito de superposição: se utiliza de institutos de outros ramos do Direito para cobrar tributo.

 Classificação

D. T. substantivo/material: trata da obrigação tributária (leis tributárias, fato gerador, competências


tributárias etc.)

D.T. formal/administrativo: aplicação das leis tributárias.


DT processual: quando há uma lide, redundando em um processo tributário, administrativo ou
judicial.

 Definição: DT é aquele que regula as questões atinentes aos tributos; outros dirão que rege
a relação entre os particulares e o Fisco. Todos dizem respeito a tributo.

 Evolução histórica:

O Direito Tributário estava dentro do Direito Financeiro e do Administrativo. Mas ganhou autonomia.

Marco histórico: RAO (1919) - codificação tributária alemã - ALE precisava de recursos devido à I G.
Mundial. Finalidade arrecadatória e significado econômico das operações sem se atentar para as
formas jurídicas, o que importaria seria o significado econômico. Enno Becker.

Escola de Pavia – Benvenuto Griziotti: defendia que, na interpretação das leis tributárias, deveriam
ser analisados 4 elementos: jurídico, político, técnico, econômico. Desenvolveu a teoria da causa
(relacionada com o poder de tributar e a capacidade contributiva).

Foram recepcionadas no Brasil no início do DT. Porém, a interpretação econômica hoje é fortemente
criticada. Alfredo Augusto Becker (gaúcho).

 Linhas teóricas básicas:

o Sincretismo/interpretação econômica (crítica veemente a ela hoje em dia)


o Formalismo/positivismo: kelseniano - é a vigente hoje em dia.
o Estruturalismo argumentativo (H. Ávila)

CONCEITO DE TRIBUTO

 Art. 3º, CTN


o Prestação pecuniária
o Compulsória - advém do caráter heterônimo do DT, obrigação heterônoma–
obrigação que, ao nascer, vem de fora, que independe da vontade de quem a tem de
cumprir
o Instituída em lei – decorre do poder de império do Estado; é o requisito de validade
do tributo (não é elemento conceitual do tributo, nem requisito de existência)
o Não constitua sanção de ato ilícito: daí que multas não são tributos; o fato gerador
não pode descrever um ato ilícito - porque senão não será tributo.

FGTS: Para STF, não é tributo, porque não é receita pública, mas direito social dos trabalhadores.

Emolumentos: Para STF, é tributo; é uma taxa.

Taxa de ocupação em terreno de marinha: não é tributo, porque decorre de uma utilização de bem
público, assim como a exploração de minérios, de petróleo pelo Poder Público.

Custas Judiciais: taxa de serviço, é tributo.

04/09/17
S. 418/STF: empréstimo compulsório não é tributo (súmula perdeu eficácia). Porém, hoje está previsto
na CF como tributo, então STF por suposto reconhece como tributo é.

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

 Corrente bipartida – Impostos (fato relacionado ao contribuinte), taxas (fato relacionado ao


Estado) (A. A. Becker); critério diferenciador: base de cálculo
 Corrente tripartida - Impostos, taxas, contribuições de melhoria; adotada no CTN (art. 5º); cf.
Art. 145, CF/88; critério diferenciador: é o critério material do fato gerador1/hipótese de
incidência e se o fato está vinculado ou não vinculado (diz respeito ao fato gerador) à norma
que institui o tributo. Assim, os impostos são tributos não vinculados, porque a obrigação de
pagar não decorre de uma atuação estatal. Já as taxas e as contribuições de melhoria são
tributos vinculados, porque sua hipótese de incidência consiste numa atuação estatal. Para
essa corrente, empréstimo compulsório (impostos restituíveis) e contribuições especiais
(seriam impostos finalísticos) são tributos, mas não são espécies tributárias autônomas,
porque seriam impostos.
 Corrente quinquipartida (majoritária)- Impostos, taxas, contribuições de melhoria,
empréstimo compulsório (art. 148) e contribuições especiais2 (art. 149) (estas duas só podem
ser instituídas pela União - por isso que não são nomeados no art. 145), estas duas estão
previstas na CF. Critério diferenciador: finalidade e necessidade de restituição ou não + fato
gerador.
o OBS: IRPJ x CSL (contribuição social sobre o lucro): base de cálculo e fato gerador são
os mesmos, porém a finalidade é diferente – a primeira vai para a o orçamento geral
do Estado, já a CSL vai para uma finalidade específica, qual seja, para a seguridade
social. Logo, IRPJ não é afetado, e a CSL é afetada.
o Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (art. 149-A, CF/88): para
o STF é um tributo sui generis. Não é taxa, tampouco contribuição. STF não
estabeleceu a diferenciação, não caracterizou a CIP.

CLASSIFICAÇÕES

 Tributos federais, estaduais e municipais: quem tem competência para cobrar


 Tributos diretos (arca com o ônus do tributo) e indiretos (paga-se o tributo, mas repassa-se o
ônus do tributo; aqui há o contribuinte de direito – aquele que paga o tributo e repassa o ônus,
recolhe o tributo - e de fato – aquele que não paga, mas arca com o ônus do tributo; ex.:
consumidor, destinatário final da cadeia econômica)
 Tributos reais (IPTU, ITR, IPVA, ICMS – porque incide sobre a propriedade e não se considera
a condição econômica pessoal do contribuinte; STF diz não pode adotar a progressividade) e

1
Designa tanto o fato quanto a norma jurídica; é um fato gerador abstrato. Hipótese de incidência é o fato
gerador referente ao fato. A HI tem três elementos: material (fato tributado), espacial e temporal. Para
classificação dos tributos, utiliza-se mais o critério material.
2
Destinam-se a três finalidades específicas: a) sociais (ex.:salário educação) - destinadas à previdência, à
seguridade social (COFINS CSL); b) corporativas (ex.: contribuição sindical-patronal, anuidades etc.); c)
interventivas (CIDEs – poder público atua na economia para incentivar certas atividades, ex.: CIDE de
combustíveis).
pessoais (IR – considera a condição econômica do contribuinte, considera a figura do
contribuinte; incide a progressividade);
 Impostos monofásicos (incide uma única vez sobre a cadeia econômica) e plurifásicos (incide
em mais de uma fase da cadeia econômica - IPI, ICMS etc.; podem ser cumulativos - tributação
em cascata, o tributo incide mais de uma vez sobre a cadeia econômica, incidindo mais de
uma vez sobre um determinado produto, incidindo imposto sobre imposto - ou não
cumulativos – a fim de que não tenha uma incidência do imposto em cascata, abate-se o valor
já pago para que se pague menos na nova fase da cadeia);
 Tributos proporcionais (o tributo cresce proporcional à base de cálculo e à alíquota),
progressivos (o valor a pagar cresce de modo maior que de modo proporcional – ex.: IR: 7,5,
15, 27,5) e fixos (não tem base de cálculo e alíquota, há um valor determinado a pagar);
 Regressividade: quanto maior o poder econômico, maior a carga tributária
 Tributos seletivos (ex.:IPI) - há tributos que incidem mais de acordo com o produto sobre o
qual estão incidindo
 Tributos fiscais (finalidade precípua de arrecadar tributo – ex.: IR) e extrafiscais (promover
alguma outra finalidade que não arrecadar tributo, em geral interferir na economia – ex.:
CIDE, IE, II, IPI).

11/09

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

 Poder de tributar = competência tributária (não é poder irrestrito, se exerce "em parcelas")
 É competência legislativa, do Poder Legislativo.
 Decorre de uma norma que confere a competência (norma atributiva tributária). Por outro
lado, há as normas de imunidades, que negam a competência de tributar (restringem a
tributação).
 Técnicas de atribuição de competência:
o Materialidade (base econômica): a CF indica os fatos que podem ser tributados - exs.:
renda, locação de bens móveis não incide ISS.
o Competência comum: A CF não especifica quem pode instituir o tributo, mas diz que
órgão poderá cobrar; utilizada para as taxas, que são definidas pela competência
administrativa – assim, a competência tributária é definida na esteira da competência
administrativa. Exs.: art. 145, II.
o Indicação de finalidade: se aplica para as contribuições especiais; indica-se a
finalidade para que pode ser exercida a competência tributária. Exs: contribuições
sociais, art. 149.
o Mista = materialidade + finalidade: para que finalidade pode ser atribuída a
competência + indica o fato que pode ser tributado. Exs.: contribuições de seguridade
social - art. 195 – COFINS (receita é a base de cálculo).
o Situações excepcionais: empréstimo compulsório de guerra externa ou sua iminência
ou calamidade pública (art. 148); impostos extraordinários (154, II)
o Concepção de tributos pré-constitucionais: a CF simplesmente diz que continuarão
sendo cobrados os tributos existentes antes dela. Exs.: art. 212, p. 5º (salário
educação), art. 239, 240.
 Competência tributária (é indelegável) X capacidade tributária ativa (competência
administrativa, para fiscalizar, arrecadar e cobrar os tributos na esfera adm.) (pode ser
delegada) - art. 7º, CTN. (ex.: ITR - competência da União, logo é ela quem legisla sobre ele,
mas a CF autoriza a delegação da cap. trib. ativa para os municípios fiscalizarem, cobrarem o
ITR, que se o fizerem, ficam com tudo, porém só a União pode legislar sobre o ITR – pq é ela
quem detém a comp. trib.)
 Características:
o Privatividade: as competências são privativas pq só um ente pode exercer a comp.
trib. Só um ente pode tributar um fato, não pode haver uma bitributação. Cf. Art. 153
(não pode haver superposição na cobrança de um tributo, por ex. os que competem
à União).
o Inalterabilidade: as comp. tributárias não podem ser alteradas pelo legislador, mas
uma emenda constitucional, por ex., obviamente pode. Então, o legislador ordinário
não pode alternar, mas o constituinte derivado pode.
o Indelegabilidade: não podem ser delegadas a outros entes.
o Irrenunciabilidade: o ente não pode renunciar de sua competência trib.
o Incaducabilidade: podem ser exercidas a qualquer momento, não caducam. Ex. IGF
(art. 153, VII)
o Facultatividade (de seu exercício): ex. IGF. O ente não está obrigado a instituir um
tributo, pode ou não instituir. Não precisa exercer sua competência tributária.

LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

 Explícitas: art. 150 e ss. + outros dispositivos (ex. Art. 195)


 Implícitas: que não estão previstas na CF. Ex.: postulados da proporcionalidade e
razoabilidade
 Limitam a competência tributária (imunidades) ou o exercício da comp. tribut. (princípios
tributários)
 Um ente não pode tributar outro (Estado não pode tributar Município, nem União Estado, por
ex.)
 IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
o Previstas apenas na CF (se estiver em lei, por ex, é isenção)
o São "proibições" constitucionais de tributação; são normas de incidência tributária
o Limitam a competência tributária
o Vinculam o legislador
o Exs: art. 195, p. 7º
o Art. 150, VI.
o Objetivas: concedidos a certos fatos, objetos, bens: Art. 150, VI, d, e.
o Subjetivas: concedidas a certas instituições, a certos órgãos. Imunidade recíproca (art.
150, VI, a e p. 2º) + Art. 150, VI, b, c.
o Interpretação dos dispositivos que conferem imunidades:
 STF tem interpretação precípua teleológica e, por isso, muitas vezes,
extensiva.
o Imunidades como cláusulas pétreas: STF entende que todas as imunidades do art.
150, VI são cláusulas pétreas, com base na decisão sobre o IPMF, porque estão
vinculadas a direitos fundamentais (liberdade religiosa, partidos são essenciais ao
regime democrático, direito à livre associação sindical, direito à assistência social, à
educação, direito à cultura etc.) ou ao princípio federativo (imunidade tributária
recíproca - um ente não pode tributar outro).
o Imunidade tributária recíproca: vinculada ao princípio federativo, pois se assim não
fosse haveria afronta a este princípio, um ente não pode cobrar tributos sobre outro.
Só se aplica a impostos. Assim, pode, por ex, a União cobrar a Contribuição
Previdenciária dos Estados e Municípios de celetistas. Ainda, União não pode cobrar
dos Estados IR, IOF, ITR, IPI, II; Estados dos Municípios, IPVA e ICMS; e Municípios da
União e Estados, ISS, ITPU, ITBI.
o Em geral, sociedade de economia mista não goza de imunidade tributária (logo,
Vale, Petrobrás etc. não gozam)
o Art. 150, VI:
 “b”: imunidade não só do templo, mas também da instituição religiosa (obs:
lojas maçônicas não gozam).
 “c”: “requisitos da lei”: previstos no art. 14, CTN. (# das contribuições sociais
– CPP, COFINS, CSL – art. 195, p. 7º, CF/88 – elemento de filantropia – pode
alcançar instituições educacionais ou empresa privada de previdência social,
desde que para este caso não pode exigir contribuição dos beneficiários,
súmula 730/STF3 – para que seja concedida imunidade há requisitos mais
“fortes”). Reserva de lei complementar: art. 146, II, CF/88 – cabe à LC regular
as limitações constitucionais do poder de tributar. Para STF antigamente,
cabe à LC para regular limites objetivos, e lei ordinária para os limites
subjetivos (ADI 1802). Porém, hoje o STF entende que há reserva plena que
cabe à LC.
 “d”: é imunidade objetiva, sobre os objetos, e não subjetiva, sobre a empresa
por ex. Imunidade do papel: se aplica, logo, às etapas anteriores à confecção
dos livros, periódicos etc.
 “e”: finalidade – promover a indústria musical nacional.
- Obrigação principal (pagar tributo) e acessória/instrumental (obrigação de fazer e
não fazer – deveres formais, tais como emissão de documentos fiscais, apresentação de
declarações ao Fisco, guarda de livros fiscais).4
- Obrigações acessórias não gozam de imunidades tributárias.
 ISENÇÕES
o É uma exceção à regra de tributação, restringe o alcance da norma impositiva
o Estão previstas em LEI (complementar ou ordinária ou tratado internacional).
o Tendem a ser interpretadas de forma literal (isso porque são vistas como privilégios,
se contrapondo muitas vezes à igualdade). Art. 111, II, CTN.
 ALÍQUOTA ZERO
o Concedida, em regra, por DECRETO.
 NÃO TRIBUTAÇÃO
o Está fora do alcance da regra impositiva.

18/09/17

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS

3 A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150,
VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não
houver contribuição dos beneficiários.
4 Art. 113, CTN.
 Humberto Ávila: texto (ex. art. 150, I, CF/88 – pode se extrai mais de uma norma – uma norma
regra, uma norma princípio, uma norma postulado – metanorma aplicativa ou hermenêutica,
é uma norma superior que diz como os conflitos normativos devem ser resolvidos, entre por
ex. dois princípios) x norma

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

- Os tributos têm de ser criados por lei.

- Art. 150, I, CF/88 + art. 5º, II, CF.

- Origem histórica: Magna Carta (1215), surge uma limitação ao poder de tributar. Guerra de
independência norte-americana: “No taxation without representation”. DDHC (1789): art. 5º. Tornou-
se fundamento do Estado de Direito.

- Dimensões: a) primado da lei

b) reserva de lei (+ importante para o D. T.)

- é um direito individual fundamental e, logo, é cláusula pétrea.

- é reserva absoluta de lei (certo âmbito da realidade só pode ser regulado por lei) ou relativa (exige
apenas que certos aspectos da realidade sejam regulados por lei, outros podem ser regulados por atos
adms por ex)? No direito tributário, acredita-se ser reserva absoluta de lei.

- Regra matriz de incidência tributária (RMI): hipótese de incidência (hi) (fato gerador) e
consequente (do fato gerador).

- Aspectos da HI:

- Material: o fato tributário

- espacial onde a norma incide

- temporal: O momento em que a norma incide

- Aspectos do consequente:

- Quantitativo (base de cálculo e alíquota)

- Subjetivo (ativo e passivo)

- Assim, a lei deve fornecer resposta a todas essas indagações, por isso é reserva absoluta.

- Logo, a regra é de que a reserva de lei seja absoluta; porém, há exceções em que não há o caráter
absoluto da reserva de lei. Porém, o princípio da legalidade sempre se aplica.

- Há certos tributos em que a reserva de lei é relativa: nestes casos, a alíquota de certos tributos pode
ser alterada por decreto. Assim, somente a ALÍQUOTA pode ser alterada, e não mais a base de cálculo
(que não foi recepcionado pela CF/88 neste aspecto). Se aplica a impostos federais extrafiscais - art.
153, p. 1º, CF (II, IE, IPI, IOF).

- Cf. art. 97, CTN.

25/09

CHEGUEI ATRASADO – PEGAR INÍCIO


 Data de vencimento: segundo jurisprudência, não está vinculada à legalidade, a não ser que
lei estabeleça;
 Sanções: CTN art. 97, V, diz que as sanções estão sujeitas à reserva de lei.
 Obrigações acessórias: não estão sujeitas à reserva de lei, segundo STJ.
 Benefícios fiscais: art. 150, p. 6, CF – exige que não apenas tenha lei, mas que a lei seja
específica (lei que especifica o benefício em casos determinados) e exclusiva (só pode tratar
da matéria que concede o benefício).

PRINCÍPIO DA TIPICIDADE (CERRADA) (=P. da determinação)

 É necessário que a lei não apenas estabelece os tributos, mas que o faça de modo preciso,
claro, detalhado.
 Tipo (vai conter cláusulas gerais, conceitos indeterminados, sendo aplicado por aproximação)
x conceito (apresente “conceitos” claros, determinados, precisos)
 Fundamento: não está previsto na CF; exigência do p. da segurança jurídica, da legalidade e
cláusula do Estado de Direito.

PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA

 Segurança do contribuinte quanto direitos e deveres em matéria tributária.


 Requer estabilidade legislativa e jurisprudencial.
 Projeções: é um sobreprincípio – pq é um princípio geral, que abarca uma série de
subprincípios, tem ela um papel de vetor interpretativo e organizador. São suas projeções:
tipicidade, irretroatividade e anterioridade, além do direito adquirido etc.

PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA (LEGÍTIMA)

 Não está previsto na CF.


 Tem de haver um ato estatal gerador de confiança e um ato posterior que vai abalar a
confiança do contribuinte.
 Art. 178, CTN.

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE

 Art. 150, III, a, CF.


 A irretroatividade considera a VIGÊNCIA da lei, não sua publicação.
 Aplica-se a todos os tributos.
 Alcance objetivo (aplica-se a todos os tributos) e alcance subjetivo (aplica-se a todos os
sujeitos da relação tributária - súmula 654, STF.)
 Súmula 584, STF. – doutrina critica porque vai contra a segurança jurídica.
 Leis interpretativas: art. 106, CTN. Logo, o CTN admite lei interpretativa; assim, se houver
uma lei interpretativa favorável ao contribuinte, esta lei será legal; se for desfavorável, não
poderá retroagir e, portanto, será ilegal/inconstitucional.

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE

 Considera a PUBLICAÇÃO, e não sua vigência.


 Art. 150, III, b e c, CF.
 Para que o contribuinte não seja surpreendido.
 Antecedente – princípio da anualidade (foi revogado no ordenamento pátrio): que a lei só
seria aplicada no exercício seguinte se houvesse sido estabelecida na lei orçamentária do ano
anterior, uma prévia autorização orçamentária. Súmulas 66 e 67, STF.
 Logo, o princípio da anterioridade se originou do p. da anualidade.
 Marco relevante: publicação
 Efeito jurídico: a norma não pode incidir antes da publicação. Art. 104, CTN.
 Dimensões:
o Anterioridade de exercício (alínea b): seja publicada num ano para aplicação noutro.
o Anterioridade nonagesimal (alínea c): a contar da publicação, 90 dias.
 Ambos se aplicam de modo cumulativo (art. 150, III, b e c, CF)
 Cláusula pétrea: logo, EC não pode revogar a anterioridade de exercício, nem a nonagesimal.5
 Exceções: regra geral, tem a cumulatividade das modalidades de anterioridade, porém há
exceções:
o art. 150, p. 1º:
 IPI: não se aplica a reserva absoluta, tem de respeitar a nonagesimal, e não a
de exercício
 IE e II
 IOF
 Imposto extraordinário: não precisar obedecer ao princípio da anterioridade
nonagesimal e de exercício
o Exercício Nonagesimal

Geral Sim Sim

IR Sim Não

BC do IPTU Sim Não

IPVA Sim Não

Contr. Seguridade Não Sim

Social

IPI Não Sim

IE Não

II Não Não

IOF Não Não

Imp. Extraord. E imposto Não Não

Compulsório de guerra Não Não

 Benefícios tributários: art. 104, CTN – deve haver anterioridade para majoração de tributo
(para qualquer tributo, embora o Código só se refira sobre os de renda e patrimônio)
o Cf. s. 615, STF.

5
OBS: Súmula 584 STF não se sustenta para o p. da irretroatividade e para o p. da anterioridade.
 Retroatividade imprópria ou retrospectiva: é quando a lei não atua nem sobre o passado nem
sobre o futuro, mas em um presente ainda não concluído, porém em vias de formar o fato
jurídico e as relações jurídicas.
o Não é aceita pela doutrina (ex. Leandro Paulsen), por ferir o princípio da segurança
jurídica, bem como a irretroatividade e a anterioridade (de exercício e nonagesimal).
o Porém, o STF a consagra na polêmica súmula 584.6
 Devolução e restabelecimento: Cf. art. 177, p. 4º, CF.

PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO

 Art. 150, IV, CF.


 Confisco é a tomada forçada do patrimônio do particular pelo Poder Público.
 Uma tributação confiscatória seria aquela que afete direitos fundamentais.
 Difini: é uma colisão entre direitos fundamentais do contribuinte e a tributação
 É quando a carga tributária é tão pesada que acaba afetando direitos fundamentais do
contribuinte.
 Jurisprudência
o Brasil: há o princípio
o Alemanha: após se debater julgado, decidiu-se que o princípio não se fazia presente
no ordenamento jurídico alemão
o Argentina: estabeleceu-se 33% sobre o direito de propriedade, acima do qual seria
confisco.
 OBS: efeito estrangulador do tributo: caracteriza o efeito confiscatório.7
 Pela redação da CF, não poderiam ser aplicadas multas, não estariam abrangidas. Porém, o
STF aplica este princípio às multas tributárias, a partir de interpretação extensiva. Assim, o
princípio se aplica às multas, mas de forma diferente: exigência de proporcionalidade entre
ilícito e sanção.
o STF colocou o valor máximo da multa em 100% do ilícito.

PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA

 Art. 145, p. 1º, CF.


 Capacidade econômica (disponibilidade de recursos financeiros) x capacidade contributiva
(mais usado, é a disponibilidade de meios econômicos para fazer face às despesas estatais,
questão do mínimo existencial – se não tem recursos para manter-se, não poderia ser
impelida a pagar tributos).
 Muito importante, porque deve orientar todo o sistema tributário.
 Os tributos devem ser graduados de acordo com a capacidade contributiva. Assim, ricos
devem pagar mais, e pobres não devem pagar nada. Noção de justiça distributiva.
 Desenvolvimento histórico:

6
Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro
em que deve ser apresentada a declaração.
7
Finalidade extrafiscal do imposto sobre o cigarro, que é mais de 300% do produto – função de inibir o
consumo de cigarro. Em regra, essa tributação não é confiscatória, porque não estrangula o mercado do
produto (há ainda gente comprando, e a empresa ganhando).
o Teoria do benefício: surgiu na economia depois se transpôs ao mundo do Direito -
tributação com base no que as pessoas gozariam mais de benefícios a partir do
Estado. Os ricos teriam mais benefícios (mais segurança para usufruir de sua
liberdade), por isso deveriam pagar mais.
o Teoria do sacrifício: rico deve pagar mais porque ele consegue suportar mais os
sacrifícios do que ao pobre.
o Teoria da capacidade contributiva: paga mais porque pode pagar mais.
 Dimensões: objetiva (“absoluta” - não precisa comparar, só ver o fato para ver se incide o
tributo; fatos geradores e hipóteses de incidência – o FG deve evidenciar a capacidade de
pagar o tributo, a capacidade contributiva) e subjetiva (“relativa” - serve como critério para
comparar os contribuintes e tributar gradativamente; diz respeito à pessoa do sujeito passivo
– se tem ou não capacidade de pagar o tributo).
 Funções:
o Pressuposto: hipótese para que possa ser cobrado o tributo.
 Subjetivo: quem não tem capacidade contributiva não pode ser obrigado a
pagar tributo
 Objetivo
o Critério de graduação: exige-se mais tributo de uma pessoa do que outra porque tem
capacidade contributiva maior
o Limite: a carga tributária não pode ser muito elevada, sob pena de confisco.
 A quais tributos aplica-se este princípio? Pela CF, somente a impostos. Mas há doutrina no
sentido de que pode ser estendido a outras espécies tributárias. Logo, pode-se aplicar a
todos os tributos (segundo o Professor). STF admite o uso do princípio em relação às taxas.
 O princípio, em regra, exige a tributação proporcional.
 O princípio se aplica aos impostos reais (ITR, IPTU, IPVA, ITCD)? E aos indiretos (IPI)?
o Seria inconstitucional a progressividade dos impostos reais (STF). Não significa dizer,
contudo, que não poderia aplicar-se o princípio aos impostos reais. Em princípio,
pode aplicar-se-o.
o Em relação aos impostos indiretos, pode ser aplicado o princípio, porém pelo
instituto da seletividade (foca-se sobre o produto, e não sobre o consumidor final).

PRINCÍPIO DA PESSOALIDADE

 Art. 145, p. 1º, CF.


 Imposto real (fato, objeto) x imposto pessoal (sujeito)
 Sempre que possível, deve ser considerada a figura do contribuinte e sua capacidade
contributiva (do sujeito passivo). Isso deve ocorrer inclusive nos impostos reais.
 Assim, poder-se-ia pleitear a isenção de IPTU para pessoa reconhecidamente pobre.

PRINCÍPIO DA IGUALDADE TRIBUTÁRIA

 Art. 150, II, CF.


 Igualdade – tratar igual os iguais

- tratar desigual os desiguais (não prevê o texto constitucional, mas por


interpretação extensiva se pode incluir este flanco também)

 Justiça/igualdade horizontal (mesma capacidade contributiva, deve pagar o mesmo valor) e


vertical (exige tratamento diferenciado porque há desigualdade contributiva – um pode mais,
outro menos)
 A capacidade contributiva é o critério à luz do qual se garante a igualdade.
 Igualdade x identidade
 Extrafiscalidade: tributação que visa a promover outras finalidades que não a de arrecadar;
por ex.: isentar de tributar uma montadora a fim de movimentar a economia, angariar
empregos na região etc., justificando a quebra da igualdade. Na realidade, boa parte da
quebra da igualdade se baseia em fins extrafiscais.
o Admite-se a extrafiscalidade como a quebra da igualdade para PJ, mas não para PF.
 Analogia em matéria tributária: no Brasil, não se aceita a analogia para colmatar laguna em
matéria tributária que venha a criar tributo novo - art. 108, I + p. 1º, CTN - interpretação
majoritária: não pode criar tributo ao contribuinte por analogia (prevalência à legalidade em
detrimento da igualdade). Em resumo, não se admite analogia para criar obrigações ao
contribuinte.
o Analogia x interpretação extensiva – com base no sentido literal possível (Larenz) ex.:
vinho, em sentido literal, não é cerveja, então não pode a isenção desta àquele.
 Desonerações: não pode analogia, mas, a princípio, pode inter. extensiva.

30/10/17 – a partir daqui para P2

 Art. 150, p. 7º, CF. - questão do contribuinte substituto. A base de cálculo será presumida –
poderá, em caso de a venda ser menor ao final, haver restituição do imposto pago, segundo
nova posição do STF. Exs.: ICMS, em que a fábrica, substituta, pagá-lo-á tanto pelo atacadista
como pelo varejista, que será este o substituído.

VEDAÇÕES ESPECÍFICAS (= GARANTIAS DA FEDERAÇÃO)

 Art. 151, CF.


o Inciso I: princípio da uniformidade geográfica da tributação e princípio da isonomia
entre entes federados: regra geral – não pode haver diferenciação de tributação, a
menos que seja para desenvolvimento socioeconômico de regiões do País (ex.: zona
franca de Manaus);
o Inciso II: proibição de tributação diferenciada entre os entes federativos.
o Inciso III: proibição de isenções heterônomas. Destinatários do inciso: União, Estados,
DF. Exceções: tratados internacionais (enquanto pessoa jurídica de direito externo,
enquanto RFB) que estipulam determinadas isenções; art. 156, p. 3º, II, CF.
 Art. 152, CF: proibição de barreiras alfandegárias internas. Assim, a carga tributária não pode
ser maior para produtos vindos de outros Estados ou Municípios. Ressalva: alíquota
interestadual + diferencial de alíquota - a fim de repartir a receita do tributo quando o produto
é vendido a outro Estado – tal situação não viola o art. 152. Cf. art. 150, V, CF. Assim, é legítima
a cobrança de tributo em operação intermunicipal/interestadual, o que não pode haver é
uma barreira alfandegária.

CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (CTN)

 É, originariamente, lei ordinária federal, porém tem status de lei complementar. Portanto,
foi recepcionado pela CF/88 como lei complementar.

TAXAS
 Art. 77, CTN
 Podem ser taxas de polícia ou de serviço.
 A taxa é cobrada compulsoriamente, sendo utilizado o serviço, efetiva ou potencialmente
(art. 79, CTN).
 A taxa deve ser específica e divisível (art. 79, II e III, CTN).
o Em síntese, taxa, cobrada pela União, pelos Estados, pelo DF ou pelos Municípios,
tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização,
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

 Art. 81 – dois requisitos: obra pública, da qual decorra valorização imobiliária.

– dois limites: total – despesa realizada; individual – acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado.

LIVRO SEGUNDO

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

 Art. 96 – abrange também atos infralegais e as medidas provisórias.8


o Art. 98: não é propriamente revogação, e sim suspensão da eficácia da legislação
tributária interna anterior ao tratado. Os tratados devem ser observados pela
legislação posterior.
 Os tratados valem como lei especial perante a legislação interna, que seria a
lei geral.9
 Art. 100
o Inciso II: ex.: CARF, se editar súmula vinculante (tendo eficácia normativa)
o Par. Único: projeção do princípio da confiança (legítima). Assim, por ex., de acordo com
este dispositivo legal, se houver uma súmula vinculante do CARF por que me pautei,
deverei pagar o tributo, mas sem penalidades, atualização do valor monetário da base
de cálculo e cobrança de juros de mora. No entanto, para prof., pode-se arguir da não
necessidade de pagar o tributo por força do princípio da confiança.

RESERVA DE LEI COMPLEMENTAR

 Art. 146, CF.


o Inciso I: mormente conflito positivo (dois entes querendo tributar o mesmo fato)
o Inciso III: é rol exemplificativo.
 a – OBS: só poderá uma lei ordinária revogar lei complementar se esta for
apenas formalmente complementar, mas não versar sobre matéria
reservada a lei complementar. Assim, LC é apenas exigida para IMPOSTOS,
demais tributos podem ser instituídos por lei ordinária, salvo disposição
expressa da CF (ex. art. 148 – empréstimo compulsório).
 b – a reserva de LC alcança, inclusive, os prazos de prescrição e decadência
previstos no CTN. Cf. Súmula vinculante nº 8/STF.
 Art. 148, 146-A, CF/88.

8
MP pode ser usada para criar tributo, aumentá-lo também.
9
Se houver uma lei geral posterior, o tratado (lei especial) continua a viger.
 CF – estabelece as competências tributárias; Lei Complementar – estabelece as normas gerais
(fato gerador, base de cálculo); lei ordinária – estabelece, em regra, normas especiais.

VIGÊNCIA DA LEI TRIBUTÁRIA

 A partir do art. 101, CTN


 Art. 104, CTN: interpretação restritiva. Cf. s. 615, STF.

06/11/17

APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

APLICAÇÃO

 Art. 105, CTN: se a lei é anterior ao fato gerador, a ele se aplicará. Questão da retroatividade
imprópria: embora criticado pela doutrina, é permitido pelo CTN e pelo STF (s. 584)
 Art. 106, CTN:
o Inciso I: retroatividade benigna - lei interpretativa é possível em D. Tributária. O
problema é sua aplicação retroativa. 2 possibilidades: (i) se favorável ao contribuinte,
pode ocorrer; (ii) se prejudicial ao contribuinte, pela literalidade da lei, o tributo seria
devido, mas não poderiam incidir penalidades aos contribuintes. Assim, poderia, pelo
inciso, haver lei interpretativa retroativa lesiva ao contribuinte. Essa parte do inciso,
no entanto, foi afastado pelo STJ e STF.10 Ou seja, em que pese o disposto no inciso,
as Cortes Superiores vedam lei interpretativa retroativa lesiva ao contribuinte.
o Inciso II: deve estar sendo discutida a questão – se pagou, já não pode mais.

INTERPRETAÇÃO

 Inicialmente tinham-se duas posições apriorísticas: in dubio pro Fisco ou in dubio pro
contribuinte. Ambas já estão superadas.
 Interpretação econômica (bastante criticada, mas até tem alguma aplicação atual):
desconsideração das formas jurídicas para ater-se no aspecto econômico. Crítica a essa visão:
leva amiúde à aplicação da analogia.
o Desconsideração das formas jurídicas: o importante para o D. Tributário são as
circunstâncias econômicas, as operações econômicas em si, não as formas jurídicas.
o Mutação conceitual: conceitos do direito privado são diferentes dos do Direito
Tributário. Assim, os institutos de um e de outro têm funções distintas. Ex.: a
propriedade e o serviço do tributário são diferentes do direito privado.
 Positivismo: objeto do D. Tributário são as normas jurídicas, a CF e as leis tributárias. Foca-se
na norma jurídica. Alfredo Augusto Becker e Paulo de Barros Carvalho.
 Art. 108: não se segue a cronologia pelo Código pretendida.
o Analogia: há limitações. Por ex., p. 1º, art. 108, CTN – dá-se interpretação restritiva,
segundo doutrina dominante, portanto não pode criar nem tributo, nem obrigação
tributária por analogia.
 OBS: sentido literal possível – interpretação restritiva; passando desse sentido
literal possível, estar-se-ia no campo da analogia.

10
Vide revogação da norma extraída do artigo 168, I, CTN, pela LC 118/05. STF declarou a inconstitucionalidade
do p. 4º da LC (?)
o Parágrafo 2º: equidade – justiça no caso concreto; não pode afastar a obrigação
tributária pela equidade; no entanto, na prática, muitas vezes se faz (invocando-se,
por ex., o postulado da razoabilidade).
 Art. 109 + 110: utiliza-se um conceito, por ex., do direito privado, mas os efeitos tributários
pertencem ao campo próprio do Direito Tributário; afirmação do D. Tributário como ramo
autônomo do Direito. O legislador tributário é livre para definir conceitos próprios ao Direito
Tributário, mas não pode, por uma questão de coerência interna do direito, deturpar os
conceitos já utilizados pela CF, CE e LO do DF em matéria de direito privado. Em que pese isso,
a legislação tributária poderia alterar conceito previsto em lei, só não pode fazê-lo nos
conceitos do direito privado previsto na Constituição. Assim, a rigor, por ex., poderia o
legislador tributário mudar o conceito de leasing do direito comercial/civil, mas não poderia
alterar o conceito de serviço, porque este está previsto na Constituição, expressa ou
implicitamente. Nesse sentido, não pode criar conceito mais abrangente do que o previsto
na Constituição, porém conceito mais restritivo pode, porque está dentro da competência
tributária.11
 Art. 111:
o II: isenções: quer proibir que se aplique a isenção por analogia, quer uma interpretação
restritiva ou declaratória sobre as isenções, não é propriamente uma intepretação
literal que quer o Código.12
 Art. 112: aplica-se o in dubio pro “réu”.

13/11/17

CHEGUEI LEVEMENTE ATRASADO

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

 Principal
 “Acessória”
 Crédito tributário

FATO GERADOR

o Art. 114, CTN.


o Regra-matriz de incidência: (cunhada por Paulo de Barros Carvalho) hipótese de
incidência, subdividida no aspecto material, espacial e temporal, e de outro lado o
consequente, subdivido em qualitativo (base de cálculo e alíquota) e subjetivo.
o Art. 118 – Inciso I: daqui parte da doutrina tira que pode um ato ilícito ser tributado.
o Atos inválidos
o Planejamento tributário
 Doutrinariamente, seria uma atividade lícita, embora na prática sabe-se que
há atos ilícitos também.
 Direito à economia tributária (poderia escolher o contribuinte a via tributária
menos onerosa? Pode, por ex., escolher executar o fato gerador menos
oneroso; logo, existe direito à economia tributária; haveria um dever à

11
Decisão do STF: ISS poderia incidir sobre serviços de planos de saúde? Serviço é basicamente obrigação de
fazer. ISS pode incidir sobre plano de saúde porque este é também um serviço prestado ao consumidor.
12
Inter. Restritiva < declaratória < extensiva.
economia tributária? Não se sabe) x “dever fundamental” de pagar tributo
(é importante para fundamentar o propósito negocial)
 ELISÃO (exercício do direito à economia tributária), EVASÃO (redução ilícita e
criminosa de pagar tributo), ELUSÃO (contribuinte utiliza de formas lícitas
mas que contém materialmente um ilícito – ex.: desvio de finalidade, afronta
a algum direito – como definir o regime jurídico a se adotar? Incorporação às
avessas – uma empresa deficitária incorpora uma empresa superavitária, que
está financeiramente bem – e operação “casa e separa” – simulam negócio
jurídico para não pagar tributos (?); questão do ágio interno; pode a elusão
ensejar a analogia para cobrar o tributo a que se queria driblar). Para
diferenciar essas três figuras utiliza-se, mormente, a simulação. Se houver
simulação, será “ilícito”, senão lícito.
 NORMA GERAL ANTIELISIVA: é o p. único do artigo 116, CTN, que carece de
complementação por lei, que até hoje não foi regulamentada. Essa expressão
não está correta, porque ela não combate a elisão, que esta nem deve ser
combatida pelo Fisco. O objetivo do dispositivo é combater a elusão
tributária.
 Propósito negocial: não tem fundamento legal, é criação jurisprudencial. Há
pouco pronunciamento do Judiciário acerca.
 Dever de informar o planejamento tributário: era fruto de uma MP e que hoje
não existe no ordenamento brasileiro.

SUJEITO ATIVO

 Art. 119 e ss.


 É o Fisco

SUJEITO PASSIVO

 Art. 121 e ss.


 Divide-se em (art. 121) contribuinte e responsável. Há também o substituto (que o Código
coloca na figura do responsável, dividido em substituto e agente de retenção) e o agente de
retenção13.
o Subção (?) – de substituição:
 Substituto para frente – ex.: fabricante paga o tributo que diz respeito ao
produto vendido pelo vendedor ao contribuinte final;
 Substituto para trás – ex.: vendedor paga o tributo do produtor.
o Agente de retenção: está em posição intermediária entre sujeito ativo e passivo,
auxiliando o Fisco na cobrança do tributo, e, se não auxiliar, será responsabilizado.
Ele, agente de retenção, recolhe o tributo em nome do contribuinte, ao passo que, se
recolher não em nome do contribuinte, será um substituto tributário.
 Art. 123

SOLIDARIEDADE

 É uma forma de responsabilização tributária.


 Enquadra-se na figura do responsável tributário.

13
Tanto substituto e agente de retenção como responsável são terceiros.
 O STJ entende que só haverá responsabilidade solidária das empresas integrantes de grupos
econômicos ou mesmo de sociedade de fato se houver confusão ou fusão patrimonial entre
elas ou alguma outra irregularidade.

20/11/17

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

 Art. 128
 OBS: De acordo com ???, sujeição passiva direta (é a do contribuinte) e indireta (que se
subdividiria em transferência – solidariedade, sucessão e responsabilidade em sentido estrito
14
– e substituição)
 Art. 130: obs: a última parte (“salvo...”) aplica-se sobremodo ao ITR, porque sua declaração
é feita com base em cálculo precisado pelo próprio proprietário.
 Art. 133: adquirente é o responsável principal, e o alienante é o responsável subsidiário.
o P. 1º: o adquirente não responde, em regra, em recuperação judicial ou falência;
 Exceções: p. 2º.
 Essa responsabilidade – bem como as regras do CTN – aplica-se também às multas (punitivas
e moratórias) (súmula STJ).
 Responsabilidade de Terceiros
o Art. 134: cf. art. 126
o Art. 135: Trata-se também de responsabilidade subsidiária.
 sócio – a princípio, não responde pelas dívidas tributárias, mas poderá em
certos casos.
 Sócio-gerente: geralmente é este que vai responder.
 Adm.: em regra, não responde.
 Infração de lei: o STJ entende que o não pagamento do tributo
tempestivamente NÃO é infração de lei – súmula 430/STJ15. O sócio também
responde em casos de sonegação, fraude, apropriação indébita, dissolução
de fato (irregular) (responde quem está na “frente” da empresa no momento
da dissolução) 16 – cf. súmula 435/STJ.17
 OBS: quanto à dissolução regular: hoje pode dar baixa da empresa
mesmo com dívidas, porém daí a dívida passa aos sócios
(responsabilidade subsidiária – sócio responde pelo seu patrimônio
pessoal em não havendo patrimônio a empresa).
 Deve haver um pressuposto de fato e uma norma de responsabilidade a fim
de que surja o vínculo do responsável à responsabilidade tributária, ou seja,
para que surja a obrigação do responsável.
 Responsabilidade por infrações:
o Art. 136: trata-se de responsabilidade objetiva.
o Art. 137: responsabilidade exclusiva (porque só o agente responde)

14
Hoje em dia tal teoria encontra-se certo modo defasada porque a solidariedade e a responsabilidade podem
não ser transferências, e sim originárias.
15
O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do
sócio-gerente.
16
Só precisa estar à frente da empresa na dissolução (e não mais também no fato gerador) para que enseje a
responsabilidade subsidiária do gerente ou sócio-gerente, quando da dissolução de fato.
17
Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem
comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
o Art. 138: denúncia espontânea.
 Exclui a multa moratória? A Adm. Pública entende que não exclui.
 Não se aplica a denúncia espontânea se já tiver começado o processo
administrativo. Se houver este, poderá ser aplicada a denúncia para outros
tributos não inclusos no processo, mas para os previstos no processo, não
poderá haver denúncia.
 Deve haver a retificação e o pagamento integral para que possa haver
denúncia espontânea.

27/11/17

CRÉDITO TRIBUTÁRIO

 Crédito é diferente que obrigação tributária.


o A obrigação tributária decorre, nasce do fato imponível.
o Crédito tributário nasce, decorre do lançamento.
 Corrente que considera lançamento como caráter constitutivo (CTN) (prof.
não acredita nisso)
 Corrente que considera lançamento como meramente declaratório.
 O lançamento vai tornar o crédito tributário exigível, no sentido de que pode ser cobrado
pelo fisco. O lançamento vai formalizar o crédito. Para prof., o crédito nasce do fato.
o Regra geral, o contribuinte deve extinguir o crédito tributário sem que ele nasça (ponto
de pergunta)
o Há casos em que contribuinte declara que deve o tributo, mas não recolhe.
Jurisprudência entende que poderá o Fisco colocar a empresa em dívida ativa. Nesse
caso, há formalização do crédito, mas não haverá lançamento.
 Em que pese o conceito preceituado pelo CTN (art. 142), o entendimento majoritário é de que
o lançamento seria um ato que proveio de um procedimento.
 Modalidades de lançamento:
o De ofício: realizado apenas pela autoridade administrativa, sem a “vontade” do Fisco.
Exs.: impostos que incidem sobre a propriedade – IPTU e IPVA. É o Fisco que calcula e
notifica o proprietário para pagar, não é este que declara o valor do bem.
o Por declaração: art. 147
o Por homologação: Fisco homologa ou não o pagamento antecipado realizado pelo
contribuinte. É a regra. Art. 150. Não existe na prática. O que ocorre é a homologação
tácita (p. 4º, art. 150).
 Inalterabilidade do lançamento: art. 145.
 Modificação de critério jurídico: art. 146; serve para reforçar a inalterabilidade do lançamento.
Cf. art. 100.
o É projeção do princípio da proteção da confiança.
 Art. 144: não colide com o princípio da irretroatividade.
 Suspensão do crédito tributário:
o O contribuinte está em condição regular
o O crédito existe, mas não é exigível
 Quando suspenso, não poderá cobrar o crédito tributário
o II: forma mais prudente de se questionar um tributo, porque deposita o valor, enquanto
se vai tramitando o processo.
o O contribuinte não pode ser executado enquanto estiver suspenso o crédito
o Certidão positiva com efeito negativo
 Certidões
o Negativas (art. 205): não deve nada para o Fisco.
o Positiva: tem débitos
o Positiva com efeito negativo: tem débitos, mas o efeito é mesmo que a negativa.

04.12.17

DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO

 Prescrição vai extinguir o crédito tributário, não apenas extinguir a pretensão do direito (como
no Direito Civil – logo, decadência e prescrição no DT são diferentes que no DC)
 Decadência afeta a existência crédito tributário e a prescrição a cobrança do direito de crédito
(não tenho certeza disso)
o Logo, se fala em decadência se o crédito ainda não foi formado ou extinto (?)
o Art. 173 - decadência
 I:
 Exceção (que acaba sendo a regra): art. 150, p. 4º - tributos sujeitos a
lançamento por homologação (5 anos). Requisitos para aplicação:
seja tributos sujeitos a lançamento por homologação18; se houve
pagamento parcial; não pode ter ocorrido fraude, dolo ou simulação
(sonegação). Se houver fraude, dolo ou simulação, aplica-se o art.
173, I.
 II: por vício material, o lançamento não poderá ser retificado/refeito.
 Por vício formal, o Fisco terá mais 5 anos para fazer novo lançamento,
a partir da decisão da anulação do lançamento anterior.
 Par. Único: doutrina majoritária – se aplica só quando o prazo decadencial
não começou a fluir; se já começou, não se aplica, continua-se a contar o
prazo de decadência.
o Art. 174 – prescrição
 Ex.: FG 4/12/17 – Lançamento 4.12.21 – inicia processo administrativo que
acaba em 4.12.28, a partir daqui começa a correr a prescrição de 5 anos.
 Par. Único:
 I: pelo prazo, se o juiz deixasse para despachar só depois de acabado
o prazo de 5 anos, teria ocorrido a prescrição. Só que o STJ entende
que se aplica o CPC, retroagindo à propositura da ação. Cf. também
súmula 106/STJ19 (questão da morosidade do Judiciário).
 II: só pelo protesto judicial (não pelo extrajudicial – logo, aquele feito
por cartório não tem condão de interromper o prazo prescricional).20
 III:
 IV: caso de parcelamento da dívida tributária. Parcelamento
suspende o prazo e o interrompe. Começa a recontar do momento

18
ISS, IR, IE, II etc.
19
Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao
mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência.
20
Pode o contribuinte ou o Fisco entrar com ação de protesto para interromper o prazo prescricional (tem
aceitado a jurisprudência).
em que houve o descumprimento. Aliás, STJ entende que o prazo
começa do descumprimento das prestações (STJ).
o OBS: art. 40, da LEF – caso de prescrição intercorrente na
execução fiscal. 1 ano de suspensão, depois arquiva, e tem 5
anos para prosseguir com a execução (totalizando 6 anos que
a execução poderia ficar suspensa, ocorrendo então a
prescrição intercorrente). TRF considerou inconstitucional
isso – aplicando 5 anos (não 6). Prazo para acabar a execução
fiscal, nesta hipótese de prescrição intercorrente, pode durar
indeterminadamente.

RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO

 Se pagou mais do que está previsto na lei, terá direto à restituição do indébito.
 A partir do art. 165.
 Repetição: devolução dos valores pagos.
 Compensação: forma de extinção do crédito tributário.
o Art. 170-A: só pode ser requerida após trânsito em julgado da decisão.
o Tem de ser feito de acordo com lei específica (art. 170).
o Pode compensar com quaisquer outros tributos vincendos da Receita Federal, em se
tratando de âmbito federal.
o Hoje em dia o contribuinte compensa, sem a necessidade de autorização da
Administração Pública.
 Se houver irregularidade nessa compensação, o Fisco terá 5 anos para gozar
essa compensação (verificar se houve ou não irregularidade). (art. 74 Lei
9430/06)
 Fungibilidade da restituição do indébito: apesar de só ter pedido a restituição, pode-se pedir
a compensação, e vice-versa.
o Poderia isso no Mandado de Segurança: a princípio, poderia, mas discute-se porque no
MS não há sucumbência em honorários (mas há custas).
 Tributos indiretos
o Art. 166: Se aplicaria ao ICMS. Discussão se aplica ou não: IPI, COFINS21 (depende). Deve-
se provar que não houve repasse da carga tributária ao consumidor. Ou seja, deve-
se comprovar que não passou o ônus econômico para o consumidor final. Este,
entende-se, não poderia pedir a restituição do indébito porque não tem vínculo
jurídico com o Fisco. O vendedor, para conseguir restituição do indébito, deve provar
que não passou o ônus econômico para o consumidor.
 Este artigo baseia-se no enriquecimento ilícito.
 STJ: Contribuinte de fato, no caso da concessão de serviços públicos, pode
pedir restituição do indébito (um dos poucos casos que o contribuinte de fato
pode fazê-lo).
 Prazo
o 5 anos, a partir do pagamento (extinção do crédito tributário) – art. 168, CTN.
 STJ transformou este prazo em 10 anos (cf. art. 150, p. 1º): 5 + 5.
o Art. 169:
 Par. Único: ninguém aplica.

21
Doutrina majoritária diz que é tributo indireto, mas professor acha que é direto.
o AÇÃO ANULATÓRIA: aplica-se por analogia o prazo quinquenal.

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