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Difini - curso
Ricardo Alexandre
Eduardo Sabbag
Clássicos:
Aciomar Baceeiro
Roque Carrazza
PODER DE TRIBUTAR
É pré ou pós-constitucional?
Só se é obrigado a pagar tributo, se se incorrer no fato gerador. Isso se opõe a um dever fundamental
de pagar tributos. Só se paga tributo, se se incidir no fato gerador.
Não há nem um dever amplo de pagar tributo, tampouco um poder amplo de tributar.
DIREITO TRIBUTÁRIO
DT é um direito de superposição: se utiliza de institutos de outros ramos do Direito para cobrar tributo.
Classificação
Definição: DT é aquele que regula as questões atinentes aos tributos; outros dirão que rege
a relação entre os particulares e o Fisco. Todos dizem respeito a tributo.
Evolução histórica:
O Direito Tributário estava dentro do Direito Financeiro e do Administrativo. Mas ganhou autonomia.
Marco histórico: RAO (1919) - codificação tributária alemã - ALE precisava de recursos devido à I G.
Mundial. Finalidade arrecadatória e significado econômico das operações sem se atentar para as
formas jurídicas, o que importaria seria o significado econômico. Enno Becker.
Escola de Pavia – Benvenuto Griziotti: defendia que, na interpretação das leis tributárias, deveriam
ser analisados 4 elementos: jurídico, político, técnico, econômico. Desenvolveu a teoria da causa
(relacionada com o poder de tributar e a capacidade contributiva).
Foram recepcionadas no Brasil no início do DT. Porém, a interpretação econômica hoje é fortemente
criticada. Alfredo Augusto Becker (gaúcho).
CONCEITO DE TRIBUTO
FGTS: Para STF, não é tributo, porque não é receita pública, mas direito social dos trabalhadores.
Taxa de ocupação em terreno de marinha: não é tributo, porque decorre de uma utilização de bem
público, assim como a exploração de minérios, de petróleo pelo Poder Público.
04/09/17
S. 418/STF: empréstimo compulsório não é tributo (súmula perdeu eficácia). Porém, hoje está previsto
na CF como tributo, então STF por suposto reconhece como tributo é.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
CLASSIFICAÇÕES
1
Designa tanto o fato quanto a norma jurídica; é um fato gerador abstrato. Hipótese de incidência é o fato
gerador referente ao fato. A HI tem três elementos: material (fato tributado), espacial e temporal. Para
classificação dos tributos, utiliza-se mais o critério material.
2
Destinam-se a três finalidades específicas: a) sociais (ex.:salário educação) - destinadas à previdência, à
seguridade social (COFINS CSL); b) corporativas (ex.: contribuição sindical-patronal, anuidades etc.); c)
interventivas (CIDEs – poder público atua na economia para incentivar certas atividades, ex.: CIDE de
combustíveis).
pessoais (IR – considera a condição econômica do contribuinte, considera a figura do
contribuinte; incide a progressividade);
Impostos monofásicos (incide uma única vez sobre a cadeia econômica) e plurifásicos (incide
em mais de uma fase da cadeia econômica - IPI, ICMS etc.; podem ser cumulativos - tributação
em cascata, o tributo incide mais de uma vez sobre a cadeia econômica, incidindo mais de
uma vez sobre um determinado produto, incidindo imposto sobre imposto - ou não
cumulativos – a fim de que não tenha uma incidência do imposto em cascata, abate-se o valor
já pago para que se pague menos na nova fase da cadeia);
Tributos proporcionais (o tributo cresce proporcional à base de cálculo e à alíquota),
progressivos (o valor a pagar cresce de modo maior que de modo proporcional – ex.: IR: 7,5,
15, 27,5) e fixos (não tem base de cálculo e alíquota, há um valor determinado a pagar);
Regressividade: quanto maior o poder econômico, maior a carga tributária
Tributos seletivos (ex.:IPI) - há tributos que incidem mais de acordo com o produto sobre o
qual estão incidindo
Tributos fiscais (finalidade precípua de arrecadar tributo – ex.: IR) e extrafiscais (promover
alguma outra finalidade que não arrecadar tributo, em geral interferir na economia – ex.:
CIDE, IE, II, IPI).
11/09
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Poder de tributar = competência tributária (não é poder irrestrito, se exerce "em parcelas")
É competência legislativa, do Poder Legislativo.
Decorre de uma norma que confere a competência (norma atributiva tributária). Por outro
lado, há as normas de imunidades, que negam a competência de tributar (restringem a
tributação).
Técnicas de atribuição de competência:
o Materialidade (base econômica): a CF indica os fatos que podem ser tributados - exs.:
renda, locação de bens móveis não incide ISS.
o Competência comum: A CF não especifica quem pode instituir o tributo, mas diz que
órgão poderá cobrar; utilizada para as taxas, que são definidas pela competência
administrativa – assim, a competência tributária é definida na esteira da competência
administrativa. Exs.: art. 145, II.
o Indicação de finalidade: se aplica para as contribuições especiais; indica-se a
finalidade para que pode ser exercida a competência tributária. Exs: contribuições
sociais, art. 149.
o Mista = materialidade + finalidade: para que finalidade pode ser atribuída a
competência + indica o fato que pode ser tributado. Exs.: contribuições de seguridade
social - art. 195 – COFINS (receita é a base de cálculo).
o Situações excepcionais: empréstimo compulsório de guerra externa ou sua iminência
ou calamidade pública (art. 148); impostos extraordinários (154, II)
o Concepção de tributos pré-constitucionais: a CF simplesmente diz que continuarão
sendo cobrados os tributos existentes antes dela. Exs.: art. 212, p. 5º (salário
educação), art. 239, 240.
Competência tributária (é indelegável) X capacidade tributária ativa (competência
administrativa, para fiscalizar, arrecadar e cobrar os tributos na esfera adm.) (pode ser
delegada) - art. 7º, CTN. (ex.: ITR - competência da União, logo é ela quem legisla sobre ele,
mas a CF autoriza a delegação da cap. trib. ativa para os municípios fiscalizarem, cobrarem o
ITR, que se o fizerem, ficam com tudo, porém só a União pode legislar sobre o ITR – pq é ela
quem detém a comp. trib.)
Características:
o Privatividade: as competências são privativas pq só um ente pode exercer a comp.
trib. Só um ente pode tributar um fato, não pode haver uma bitributação. Cf. Art. 153
(não pode haver superposição na cobrança de um tributo, por ex. os que competem
à União).
o Inalterabilidade: as comp. tributárias não podem ser alteradas pelo legislador, mas
uma emenda constitucional, por ex., obviamente pode. Então, o legislador ordinário
não pode alternar, mas o constituinte derivado pode.
o Indelegabilidade: não podem ser delegadas a outros entes.
o Irrenunciabilidade: o ente não pode renunciar de sua competência trib.
o Incaducabilidade: podem ser exercidas a qualquer momento, não caducam. Ex. IGF
(art. 153, VII)
o Facultatividade (de seu exercício): ex. IGF. O ente não está obrigado a instituir um
tributo, pode ou não instituir. Não precisa exercer sua competência tributária.
18/09/17
3 A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150,
VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não
houver contribuição dos beneficiários.
4 Art. 113, CTN.
Humberto Ávila: texto (ex. art. 150, I, CF/88 – pode se extrai mais de uma norma – uma norma
regra, uma norma princípio, uma norma postulado – metanorma aplicativa ou hermenêutica,
é uma norma superior que diz como os conflitos normativos devem ser resolvidos, entre por
ex. dois princípios) x norma
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
- Origem histórica: Magna Carta (1215), surge uma limitação ao poder de tributar. Guerra de
independência norte-americana: “No taxation without representation”. DDHC (1789): art. 5º. Tornou-
se fundamento do Estado de Direito.
- é reserva absoluta de lei (certo âmbito da realidade só pode ser regulado por lei) ou relativa (exige
apenas que certos aspectos da realidade sejam regulados por lei, outros podem ser regulados por atos
adms por ex)? No direito tributário, acredita-se ser reserva absoluta de lei.
- Regra matriz de incidência tributária (RMI): hipótese de incidência (hi) (fato gerador) e
consequente (do fato gerador).
- Aspectos da HI:
- Aspectos do consequente:
- Assim, a lei deve fornecer resposta a todas essas indagações, por isso é reserva absoluta.
- Logo, a regra é de que a reserva de lei seja absoluta; porém, há exceções em que não há o caráter
absoluto da reserva de lei. Porém, o princípio da legalidade sempre se aplica.
- Há certos tributos em que a reserva de lei é relativa: nestes casos, a alíquota de certos tributos pode
ser alterada por decreto. Assim, somente a ALÍQUOTA pode ser alterada, e não mais a base de cálculo
(que não foi recepcionado pela CF/88 neste aspecto). Se aplica a impostos federais extrafiscais - art.
153, p. 1º, CF (II, IE, IPI, IOF).
25/09
É necessário que a lei não apenas estabelece os tributos, mas que o faça de modo preciso,
claro, detalhado.
Tipo (vai conter cláusulas gerais, conceitos indeterminados, sendo aplicado por aproximação)
x conceito (apresente “conceitos” claros, determinados, precisos)
Fundamento: não está previsto na CF; exigência do p. da segurança jurídica, da legalidade e
cláusula do Estado de Direito.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
IR Sim Não
Social
IE Não
II Não Não
Benefícios tributários: art. 104, CTN – deve haver anterioridade para majoração de tributo
(para qualquer tributo, embora o Código só se refira sobre os de renda e patrimônio)
o Cf. s. 615, STF.
5
OBS: Súmula 584 STF não se sustenta para o p. da irretroatividade e para o p. da anterioridade.
Retroatividade imprópria ou retrospectiva: é quando a lei não atua nem sobre o passado nem
sobre o futuro, mas em um presente ainda não concluído, porém em vias de formar o fato
jurídico e as relações jurídicas.
o Não é aceita pela doutrina (ex. Leandro Paulsen), por ferir o princípio da segurança
jurídica, bem como a irretroatividade e a anterioridade (de exercício e nonagesimal).
o Porém, o STF a consagra na polêmica súmula 584.6
Devolução e restabelecimento: Cf. art. 177, p. 4º, CF.
6
Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro
em que deve ser apresentada a declaração.
7
Finalidade extrafiscal do imposto sobre o cigarro, que é mais de 300% do produto – função de inibir o
consumo de cigarro. Em regra, essa tributação não é confiscatória, porque não estrangula o mercado do
produto (há ainda gente comprando, e a empresa ganhando).
o Teoria do benefício: surgiu na economia depois se transpôs ao mundo do Direito -
tributação com base no que as pessoas gozariam mais de benefícios a partir do
Estado. Os ricos teriam mais benefícios (mais segurança para usufruir de sua
liberdade), por isso deveriam pagar mais.
o Teoria do sacrifício: rico deve pagar mais porque ele consegue suportar mais os
sacrifícios do que ao pobre.
o Teoria da capacidade contributiva: paga mais porque pode pagar mais.
Dimensões: objetiva (“absoluta” - não precisa comparar, só ver o fato para ver se incide o
tributo; fatos geradores e hipóteses de incidência – o FG deve evidenciar a capacidade de
pagar o tributo, a capacidade contributiva) e subjetiva (“relativa” - serve como critério para
comparar os contribuintes e tributar gradativamente; diz respeito à pessoa do sujeito passivo
– se tem ou não capacidade de pagar o tributo).
Funções:
o Pressuposto: hipótese para que possa ser cobrado o tributo.
Subjetivo: quem não tem capacidade contributiva não pode ser obrigado a
pagar tributo
Objetivo
o Critério de graduação: exige-se mais tributo de uma pessoa do que outra porque tem
capacidade contributiva maior
o Limite: a carga tributária não pode ser muito elevada, sob pena de confisco.
A quais tributos aplica-se este princípio? Pela CF, somente a impostos. Mas há doutrina no
sentido de que pode ser estendido a outras espécies tributárias. Logo, pode-se aplicar a
todos os tributos (segundo o Professor). STF admite o uso do princípio em relação às taxas.
O princípio, em regra, exige a tributação proporcional.
O princípio se aplica aos impostos reais (ITR, IPTU, IPVA, ITCD)? E aos indiretos (IPI)?
o Seria inconstitucional a progressividade dos impostos reais (STF). Não significa dizer,
contudo, que não poderia aplicar-se o princípio aos impostos reais. Em princípio,
pode aplicar-se-o.
o Em relação aos impostos indiretos, pode ser aplicado o princípio, porém pelo
instituto da seletividade (foca-se sobre o produto, e não sobre o consumidor final).
PRINCÍPIO DA PESSOALIDADE
Art. 150, p. 7º, CF. - questão do contribuinte substituto. A base de cálculo será presumida –
poderá, em caso de a venda ser menor ao final, haver restituição do imposto pago, segundo
nova posição do STF. Exs.: ICMS, em que a fábrica, substituta, pagá-lo-á tanto pelo atacadista
como pelo varejista, que será este o substituído.
É, originariamente, lei ordinária federal, porém tem status de lei complementar. Portanto,
foi recepcionado pela CF/88 como lei complementar.
TAXAS
Art. 77, CTN
Podem ser taxas de polícia ou de serviço.
A taxa é cobrada compulsoriamente, sendo utilizado o serviço, efetiva ou potencialmente
(art. 79, CTN).
A taxa deve ser específica e divisível (art. 79, II e III, CTN).
o Em síntese, taxa, cobrada pela União, pelos Estados, pelo DF ou pelos Municípios,
tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização,
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
– dois limites: total – despesa realizada; individual – acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado.
LIVRO SEGUNDO
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
8
MP pode ser usada para criar tributo, aumentá-lo também.
9
Se houver uma lei geral posterior, o tratado (lei especial) continua a viger.
CF – estabelece as competências tributárias; Lei Complementar – estabelece as normas gerais
(fato gerador, base de cálculo); lei ordinária – estabelece, em regra, normas especiais.
06/11/17
APLICAÇÃO
Art. 105, CTN: se a lei é anterior ao fato gerador, a ele se aplicará. Questão da retroatividade
imprópria: embora criticado pela doutrina, é permitido pelo CTN e pelo STF (s. 584)
Art. 106, CTN:
o Inciso I: retroatividade benigna - lei interpretativa é possível em D. Tributária. O
problema é sua aplicação retroativa. 2 possibilidades: (i) se favorável ao contribuinte,
pode ocorrer; (ii) se prejudicial ao contribuinte, pela literalidade da lei, o tributo seria
devido, mas não poderiam incidir penalidades aos contribuintes. Assim, poderia, pelo
inciso, haver lei interpretativa retroativa lesiva ao contribuinte. Essa parte do inciso,
no entanto, foi afastado pelo STJ e STF.10 Ou seja, em que pese o disposto no inciso,
as Cortes Superiores vedam lei interpretativa retroativa lesiva ao contribuinte.
o Inciso II: deve estar sendo discutida a questão – se pagou, já não pode mais.
INTERPRETAÇÃO
Inicialmente tinham-se duas posições apriorísticas: in dubio pro Fisco ou in dubio pro
contribuinte. Ambas já estão superadas.
Interpretação econômica (bastante criticada, mas até tem alguma aplicação atual):
desconsideração das formas jurídicas para ater-se no aspecto econômico. Crítica a essa visão:
leva amiúde à aplicação da analogia.
o Desconsideração das formas jurídicas: o importante para o D. Tributário são as
circunstâncias econômicas, as operações econômicas em si, não as formas jurídicas.
o Mutação conceitual: conceitos do direito privado são diferentes dos do Direito
Tributário. Assim, os institutos de um e de outro têm funções distintas. Ex.: a
propriedade e o serviço do tributário são diferentes do direito privado.
Positivismo: objeto do D. Tributário são as normas jurídicas, a CF e as leis tributárias. Foca-se
na norma jurídica. Alfredo Augusto Becker e Paulo de Barros Carvalho.
Art. 108: não se segue a cronologia pelo Código pretendida.
o Analogia: há limitações. Por ex., p. 1º, art. 108, CTN – dá-se interpretação restritiva,
segundo doutrina dominante, portanto não pode criar nem tributo, nem obrigação
tributária por analogia.
OBS: sentido literal possível – interpretação restritiva; passando desse sentido
literal possível, estar-se-ia no campo da analogia.
10
Vide revogação da norma extraída do artigo 168, I, CTN, pela LC 118/05. STF declarou a inconstitucionalidade
do p. 4º da LC (?)
o Parágrafo 2º: equidade – justiça no caso concreto; não pode afastar a obrigação
tributária pela equidade; no entanto, na prática, muitas vezes se faz (invocando-se,
por ex., o postulado da razoabilidade).
Art. 109 + 110: utiliza-se um conceito, por ex., do direito privado, mas os efeitos tributários
pertencem ao campo próprio do Direito Tributário; afirmação do D. Tributário como ramo
autônomo do Direito. O legislador tributário é livre para definir conceitos próprios ao Direito
Tributário, mas não pode, por uma questão de coerência interna do direito, deturpar os
conceitos já utilizados pela CF, CE e LO do DF em matéria de direito privado. Em que pese isso,
a legislação tributária poderia alterar conceito previsto em lei, só não pode fazê-lo nos
conceitos do direito privado previsto na Constituição. Assim, a rigor, por ex., poderia o
legislador tributário mudar o conceito de leasing do direito comercial/civil, mas não poderia
alterar o conceito de serviço, porque este está previsto na Constituição, expressa ou
implicitamente. Nesse sentido, não pode criar conceito mais abrangente do que o previsto
na Constituição, porém conceito mais restritivo pode, porque está dentro da competência
tributária.11
Art. 111:
o II: isenções: quer proibir que se aplique a isenção por analogia, quer uma interpretação
restritiva ou declaratória sobre as isenções, não é propriamente uma intepretação
literal que quer o Código.12
Art. 112: aplica-se o in dubio pro “réu”.
13/11/17
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Principal
“Acessória”
Crédito tributário
FATO GERADOR
11
Decisão do STF: ISS poderia incidir sobre serviços de planos de saúde? Serviço é basicamente obrigação de
fazer. ISS pode incidir sobre plano de saúde porque este é também um serviço prestado ao consumidor.
12
Inter. Restritiva < declaratória < extensiva.
economia tributária? Não se sabe) x “dever fundamental” de pagar tributo
(é importante para fundamentar o propósito negocial)
ELISÃO (exercício do direito à economia tributária), EVASÃO (redução ilícita e
criminosa de pagar tributo), ELUSÃO (contribuinte utiliza de formas lícitas
mas que contém materialmente um ilícito – ex.: desvio de finalidade, afronta
a algum direito – como definir o regime jurídico a se adotar? Incorporação às
avessas – uma empresa deficitária incorpora uma empresa superavitária, que
está financeiramente bem – e operação “casa e separa” – simulam negócio
jurídico para não pagar tributos (?); questão do ágio interno; pode a elusão
ensejar a analogia para cobrar o tributo a que se queria driblar). Para
diferenciar essas três figuras utiliza-se, mormente, a simulação. Se houver
simulação, será “ilícito”, senão lícito.
NORMA GERAL ANTIELISIVA: é o p. único do artigo 116, CTN, que carece de
complementação por lei, que até hoje não foi regulamentada. Essa expressão
não está correta, porque ela não combate a elisão, que esta nem deve ser
combatida pelo Fisco. O objetivo do dispositivo é combater a elusão
tributária.
Propósito negocial: não tem fundamento legal, é criação jurisprudencial. Há
pouco pronunciamento do Judiciário acerca.
Dever de informar o planejamento tributário: era fruto de uma MP e que hoje
não existe no ordenamento brasileiro.
SUJEITO ATIVO
SUJEITO PASSIVO
SOLIDARIEDADE
13
Tanto substituto e agente de retenção como responsável são terceiros.
O STJ entende que só haverá responsabilidade solidária das empresas integrantes de grupos
econômicos ou mesmo de sociedade de fato se houver confusão ou fusão patrimonial entre
elas ou alguma outra irregularidade.
20/11/17
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Art. 128
OBS: De acordo com ???, sujeição passiva direta (é a do contribuinte) e indireta (que se
subdividiria em transferência – solidariedade, sucessão e responsabilidade em sentido estrito
14
– e substituição)
Art. 130: obs: a última parte (“salvo...”) aplica-se sobremodo ao ITR, porque sua declaração
é feita com base em cálculo precisado pelo próprio proprietário.
Art. 133: adquirente é o responsável principal, e o alienante é o responsável subsidiário.
o P. 1º: o adquirente não responde, em regra, em recuperação judicial ou falência;
Exceções: p. 2º.
Essa responsabilidade – bem como as regras do CTN – aplica-se também às multas (punitivas
e moratórias) (súmula STJ).
Responsabilidade de Terceiros
o Art. 134: cf. art. 126
o Art. 135: Trata-se também de responsabilidade subsidiária.
sócio – a princípio, não responde pelas dívidas tributárias, mas poderá em
certos casos.
Sócio-gerente: geralmente é este que vai responder.
Adm.: em regra, não responde.
Infração de lei: o STJ entende que o não pagamento do tributo
tempestivamente NÃO é infração de lei – súmula 430/STJ15. O sócio também
responde em casos de sonegação, fraude, apropriação indébita, dissolução
de fato (irregular) (responde quem está na “frente” da empresa no momento
da dissolução) 16 – cf. súmula 435/STJ.17
OBS: quanto à dissolução regular: hoje pode dar baixa da empresa
mesmo com dívidas, porém daí a dívida passa aos sócios
(responsabilidade subsidiária – sócio responde pelo seu patrimônio
pessoal em não havendo patrimônio a empresa).
Deve haver um pressuposto de fato e uma norma de responsabilidade a fim
de que surja o vínculo do responsável à responsabilidade tributária, ou seja,
para que surja a obrigação do responsável.
Responsabilidade por infrações:
o Art. 136: trata-se de responsabilidade objetiva.
o Art. 137: responsabilidade exclusiva (porque só o agente responde)
14
Hoje em dia tal teoria encontra-se certo modo defasada porque a solidariedade e a responsabilidade podem
não ser transferências, e sim originárias.
15
O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do
sócio-gerente.
16
Só precisa estar à frente da empresa na dissolução (e não mais também no fato gerador) para que enseje a
responsabilidade subsidiária do gerente ou sócio-gerente, quando da dissolução de fato.
17
Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem
comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
o Art. 138: denúncia espontânea.
Exclui a multa moratória? A Adm. Pública entende que não exclui.
Não se aplica a denúncia espontânea se já tiver começado o processo
administrativo. Se houver este, poderá ser aplicada a denúncia para outros
tributos não inclusos no processo, mas para os previstos no processo, não
poderá haver denúncia.
Deve haver a retificação e o pagamento integral para que possa haver
denúncia espontânea.
27/11/17
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
04.12.17
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO
Prescrição vai extinguir o crédito tributário, não apenas extinguir a pretensão do direito (como
no Direito Civil – logo, decadência e prescrição no DT são diferentes que no DC)
Decadência afeta a existência crédito tributário e a prescrição a cobrança do direito de crédito
(não tenho certeza disso)
o Logo, se fala em decadência se o crédito ainda não foi formado ou extinto (?)
o Art. 173 - decadência
I:
Exceção (que acaba sendo a regra): art. 150, p. 4º - tributos sujeitos a
lançamento por homologação (5 anos). Requisitos para aplicação:
seja tributos sujeitos a lançamento por homologação18; se houve
pagamento parcial; não pode ter ocorrido fraude, dolo ou simulação
(sonegação). Se houver fraude, dolo ou simulação, aplica-se o art.
173, I.
II: por vício material, o lançamento não poderá ser retificado/refeito.
Por vício formal, o Fisco terá mais 5 anos para fazer novo lançamento,
a partir da decisão da anulação do lançamento anterior.
Par. Único: doutrina majoritária – se aplica só quando o prazo decadencial
não começou a fluir; se já começou, não se aplica, continua-se a contar o
prazo de decadência.
o Art. 174 – prescrição
Ex.: FG 4/12/17 – Lançamento 4.12.21 – inicia processo administrativo que
acaba em 4.12.28, a partir daqui começa a correr a prescrição de 5 anos.
Par. Único:
I: pelo prazo, se o juiz deixasse para despachar só depois de acabado
o prazo de 5 anos, teria ocorrido a prescrição. Só que o STJ entende
que se aplica o CPC, retroagindo à propositura da ação. Cf. também
súmula 106/STJ19 (questão da morosidade do Judiciário).
II: só pelo protesto judicial (não pelo extrajudicial – logo, aquele feito
por cartório não tem condão de interromper o prazo prescricional).20
III:
IV: caso de parcelamento da dívida tributária. Parcelamento
suspende o prazo e o interrompe. Começa a recontar do momento
18
ISS, IR, IE, II etc.
19
Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao
mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência.
20
Pode o contribuinte ou o Fisco entrar com ação de protesto para interromper o prazo prescricional (tem
aceitado a jurisprudência).
em que houve o descumprimento. Aliás, STJ entende que o prazo
começa do descumprimento das prestações (STJ).
o OBS: art. 40, da LEF – caso de prescrição intercorrente na
execução fiscal. 1 ano de suspensão, depois arquiva, e tem 5
anos para prosseguir com a execução (totalizando 6 anos que
a execução poderia ficar suspensa, ocorrendo então a
prescrição intercorrente). TRF considerou inconstitucional
isso – aplicando 5 anos (não 6). Prazo para acabar a execução
fiscal, nesta hipótese de prescrição intercorrente, pode durar
indeterminadamente.
RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO
Se pagou mais do que está previsto na lei, terá direto à restituição do indébito.
A partir do art. 165.
Repetição: devolução dos valores pagos.
Compensação: forma de extinção do crédito tributário.
o Art. 170-A: só pode ser requerida após trânsito em julgado da decisão.
o Tem de ser feito de acordo com lei específica (art. 170).
o Pode compensar com quaisquer outros tributos vincendos da Receita Federal, em se
tratando de âmbito federal.
o Hoje em dia o contribuinte compensa, sem a necessidade de autorização da
Administração Pública.
Se houver irregularidade nessa compensação, o Fisco terá 5 anos para gozar
essa compensação (verificar se houve ou não irregularidade). (art. 74 Lei
9430/06)
Fungibilidade da restituição do indébito: apesar de só ter pedido a restituição, pode-se pedir
a compensação, e vice-versa.
o Poderia isso no Mandado de Segurança: a princípio, poderia, mas discute-se porque no
MS não há sucumbência em honorários (mas há custas).
Tributos indiretos
o Art. 166: Se aplicaria ao ICMS. Discussão se aplica ou não: IPI, COFINS21 (depende). Deve-
se provar que não houve repasse da carga tributária ao consumidor. Ou seja, deve-
se comprovar que não passou o ônus econômico para o consumidor final. Este,
entende-se, não poderia pedir a restituição do indébito porque não tem vínculo
jurídico com o Fisco. O vendedor, para conseguir restituição do indébito, deve provar
que não passou o ônus econômico para o consumidor.
Este artigo baseia-se no enriquecimento ilícito.
STJ: Contribuinte de fato, no caso da concessão de serviços públicos, pode
pedir restituição do indébito (um dos poucos casos que o contribuinte de fato
pode fazê-lo).
Prazo
o 5 anos, a partir do pagamento (extinção do crédito tributário) – art. 168, CTN.
STJ transformou este prazo em 10 anos (cf. art. 150, p. 1º): 5 + 5.
o Art. 169:
Par. Único: ninguém aplica.
21
Doutrina majoritária diz que é tributo indireto, mas professor acha que é direto.
o AÇÃO ANULATÓRIA: aplica-se por analogia o prazo quinquenal.