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OBRAS DE EDIFICAÇÕES
Rio de Janeiro
Março de 2015
Agradecimentos
Dedico este documento a todos que torcem por mim. Especialmente àqueles que
me acompanharam durante esses anos especiais de minha vida, entendendo
alguns estresses e colaborando com o meu sucesso.
Aos meus pais Antônio Carlos e Ieda Vidal, deixo registrado o quanto eu os amo e
o quanto vocês são importantes na minha existência. Nada, absolutamente nada
conquistaria sem as vossas presenças. Uma com o coração doce e puro e o Outro
com o coração enorme e enérgico. Talvez seja essa a formula perfeita da boa
educação. Muito obrigado!
À minha Irmã Isabela Vidal, meu eterno agradecimento. Jamais esquecerei suas
massagens nas vésperas dos vestibulares. Você é essencial em minha vida e
estaremos juntos, como dois amigos fieis que se ajudam ao longo da existência.
Muito obrigado!
À minha vozinha Ernestina, que durante esse trabalho foi para o céu, registro aqui o
quanto eu a amo. Tantos dias foram necessários para eu decorar a tabuada, mas a
sua paciência e perseverança comigo ainda criança, junto com o seu exemplo de
educação e carinho, me fizeram um ser humano melhor. Muito obrigado.
Aos meus “ex-amigos” quero agradecer tantas brigas e encontros animados que
tivemos durante esse tempo todo. Em especial, aos meus de infância: Daniel
Moreira, Gustavo Maia e Marcel Loredo. A influência dos amigos é importante na
vida de qualquer um e vocês, sem duvida nenhuma, me ajudaram a crescer.
ii
Aos meus companheiros do Grupo Espírita da Fé, registro a importância em minha
vida. Temos aprendido o verdadeiro sentido da vida e a importância de sermos
melhores a cada dia, com o objetivo único e exclusivo de sermos felizes.
Por fim, cito uma frase de Santo Agostinho que resume uma excelente filosofia de
vida e o meu sentimento por cada um: “A medida do amor é amar sem medida”.
iii
Silva, Eduardo Vidal Magalhães
Estudo dos avanços tecnológicos na locação de obra de
edificações / Eduardo Vidal Magalhães da Silva - Rio de Janeiro:
UFRJ/ Escola Politécnica, 2015.
XIII, 69 f. : il.; 29,7 cm
Orientador: Jorge dos Santos
Projeto de Graduação - UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de
Engenharia Civil, 2015.
Referências Bibliográficas: p. 68-69
1. Locação de obra. 2. Estação total. 3. GPS. I. Santos, Jorge
dos. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica,
Curso de Engenharia Civil. III. Estudo dos avanços tecnológicos na
locação de obra de edificações
iv
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como
parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Março/2015
v
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Engineer.
March/2015
vi
Sumário
1 Introdução...........................................................................................................................1
1.1 Importância do tema...................................................................................................1
1.2 Objetivos.....................................................................................................................2
1.3 Justificativa da escolha do tema.................................................................................2
1.4 Metodologia................................................................................................................3
1.5 Estrutura do trabalho..................................................................................................4
2 Contextualização................................................................................................................6
2.1 Etapa de locação de obra..........................................................................................6
2.2 Pré-requisitos necessários.........................................................................................6
2.3 Importância da locação de obra.................................................................................7
2.3.1 Locação das fundações................................................................................7
2.3.1.1 Fundações profundas..........................................................8
2.3.1.2 Fundações superficiais........................................................9
2.3.2 Locação dos elementos estruturais..............................................................9
2.3.3 Locação das vedações verticais..................................................................10
2.4 Peculiaridades das obras de edificações..................................................................11
2.4.1 Edifícios em concreto armado......................................................................11
2.4.2 Edifícios em concreto protendido.................................................................12
2.4.3 Edifícios com estrutura metálica..................................................................13
3 Método padrão de locação de obra de edificações..........................................................14
3.1 Método do gabarito – tabuas corridas.......................................................................14
3.1.1 Serviços que antecedem a locação.............................................................14
3.1.2 Equipamentos e ferramentas necessárias...................................................16
3.1.3 Etapas executivas........................................................................................16
3.1.4 Mão de obra utilizada...................................................................................20
3.1.5 Vulnerabilidades do processo......................................................................20
3.1.6 Vantagens e desvantagens do método........................................................23
3.1.7 Patologias geradas – Estudo de caso..........................................................24
3.1.7.1 Pilar da rampa da garagem.............................................................24
3.1.7.2 Pilares do Bloco 2...........................................................................28
3.2 Metodo dos cavaletes – Derivação...........................................................................29
3.2.1 Serviços que antecedem a locação.............................................................30
3.2.2 Equipamentos e ferramentas necessários...................................................30
vii
3.2.3 Etapas executivas........................................................................................31
3.2.4 Mão de obra utilizada...................................................................................32
3.2.5 Vulnerabilidades do processo......................................................................32
3.2.6 Vantagens e desvantagens do método........................................................32
4 Tecnologia disponível para locação de obra.....................................................................34
4.1 Medidores eletrônicos de distância (MEDs)..............................................................34
4.2 Teodolitos digitais.....................................................................................................35
4.3 Estações totais..........................................................................................................35
4.3.1 Uso da estação total na construção civil......................................................36
4.4 Sistema de posicionamento global – GPS................................................................40
4.4.1 Uso do GPS na construção civil...................................................................41
4.4.2 Limitação do uso do GPS/GNSS.................................................................42
4.5 A tecnologia GPS-RTK como alternativa de locação de obras de
edificação...............................................................................................................................43
4.5.1 Apresentação da tecnologia GPS-RTK........................................................44
4.5.2 Tecnologia RTK/UHF...................................................................................45
4.5.3 Tecnologia RTK/GSM..................................................................................46
4.5.4 Comparação entre as tecnologias RTK/UHC e a RTK/GSM nas obras de
edificações.............................................................................................................................47
4.5.5 Vulnerabilidades do processo......................................................................47
4.5.6 Avaliação dos custos...................................................................................48
5 Incerteza de medições dos equipamentos de locação de obra de edificações................51
5.1 Precisão e erros da trena convencional....................................................................52
5.2 Precisão e erros da estação total..............................................................................53
5.3 Importância do processo de calibração ou renovação dos instrumentos.................54
6 Estudo de caso – Uso da estação total para conferência de locação e qualidade dos
elementos estruturais da edificação.......................................................................................56
6.1 Objetivo do estudo de caso.......................................................................................57
6.2 Metodologia Utilizada................................................................................................57
6.3 Contextualização do problema..................................................................................58
6.4 Ferramenta utilizada.................................................................................................60
6.5 Armazenamento de dados e geração de relatórios..................................................61
6.6 Resultados e melhorias no procedimento executivo.................................................62
6.7 Considerações finais do Estudo de Caso.................................................................64
7 Considerações Finais........................................................................................................65
7.1 Técnicas de locação de obra difundidas no mercado...............................................65
7.2 Uso da estação total como alternativa de locação de obra......................................65
viii
7.3 A tecnologia GPS/RTK como solução de locação de obra de edificação.................66
7.4 Sugestão para trabalhos futuros...............................................................................67
Referências Bibliográficas......................................................................................................68
ix
Lista de figuras
x
Figura 17: Par de receptores GNSS ProMark 500 RTK L1/L2................................46
Figura 18: Comparação do custo médio entre os equipamentos para locação de
obra...........................................................................................................................50
Figura 19: Diferença entre precisão e exatidão........................................................52
Figura 20: Metodologia utilizada para conferir a locação e a qualidade dos
elementos estruturais de uma edificação após a concretagem................................58
Figura 21: Erros comuns envolvendo a locação e a qualidade da execução das
estruturas de edificações..........................................................................................59
Figura 22: Exemplo de relatório gerado pelo Software para desvios da face A de
Vigas de uma edificação...........................................................................................62
Figura 23: Comparação dos resultados de locação entre o 3º e o 4º Pavs da
edificação teste.........................................................................................................63
xi
Lista de tabelas
xii
Lista de Abreviaturas e Siglas
xiii
1. Introdução
1
Por fim, existe outra etapa de locação de obra que consiste no posicionamento
das furações na laje, antes da concretagem, onde está previsto em projeto a
passagem de instalações. Essas previsões são deixadas na fôrma para evitar
quebrar o concreto endurecido. Dessa forma, são locadas as caixas de
passagem de elétrica, os shafts, os ramais de esgoto e etc. Um erro, por
exemplo, do posicionamento de um vaso sanitário pode inviabilizar a instalação
do mesmo e obrigar o construtor a abrir um novo furo. Nesse mesmo sentido, o
posicionamento de uma caixa de passagem de elétrica pode descentralizar a
luminária no ambiente e obrigar o construtor a reposiciona-la.
1.2. Objetivos:
2
A Indústria da construção civil tem registrado problemas oriundos da má
execução da locação de obra. São fundações executadas erradas em
comparação ao projeto de fundações, elementos estruturais posicionados em
não conformidade com o projeto estrutural, alvenarias posicionadas em não
conformidade com o projeto de arquitetura e previsão para instalações
hidráulicas deslocadas nas lajes em não conformidade com os projetos de
instalações.
1.4 Metodologia
3
1.5. Estrutura do trabalho
4
O capítulo 6 apresenta um estudo de caso com a utilização de uma estação total
para conferir a locação feita pelo método padrão utilizado pela construtora em
uma obra de edificações. São apresentados e discutidos os erros encontrados,
as dificuldades encontradas e as melhorias conquistadas no sistema.
5
2. Contextualização
6
Para dar o início à montagem do sistema de locação da obra e a locação
propriamente dita, é necessário que algumas etapas já tenham sido encerradas.
7
Essa etapa é a mais complexa de todas, pois é a primeira etapa de locação de
obra da edificação. Todas as demais referências de medição e locação da obra
utilizará como base a locação inicial e por conta disso, erros de gabarito, pé
direito, dimensionais, podem ocorrer. Nesse sentido, torna-se necessário não
haver não conformidades nas locações iniciais, para que as não conformidades
se acumulem durante as etapas da edificação.
8
Durante essa etapa, não é recomendável utilizar o sistema convencional de
locação, com o auxilio do gabarito, pois a movimentação das grandes máquinas
pelo terreno pode danificar a estrutura montada no canteiro.
Para esses casos, pode-se utilizar o sistema convencional, pois há uma menor
movimentação de máquinas pelo canteiro e o risco de danificar a estrutura de
locação é menor.
9
Durante a execução das estruturas que servirão de fôrma para a concretagem
das lajes, é necessário deixar a previsão das instalações, ou seja, prever a
furação para passar as prumadas de esgoto, de águas pluviais, de água fria, os
shafts de elétrica, as caixas de passagem de elétrica e etc. É preciso deixar
essas previsões para evitar o retrabalho e a geração de entulho após a
concretagem. Se essas furações forem locadas erradas, será inevitável o
reposicionamento dos mesmos. As consequências são:
10
2.4. Peculiaridades das obras de edificações
11
da laje e deixar um grampo de aço para, após a concretagem, ter a referência de
um eixo em cada direção para locar os elementos estruturais da laje superior e
as vedações verticais.
12
A locação deve ter uma atenção especial nesse método construtivo no
posicionamento das fôrmas das instalações prediais, ou seja, das passagens de
esgoto, shafts etc. É altamente não recomendável perfurar uma laje protendida.
A presença das cordoalhas tensionadas dentro do concreto dificulta a
perfuração, pois o rompimento de uma cordoalha pode causar riscos estruturais,
além de a nova protensão ser extremamente trabalhosa.
13
3. Método padrão de locação de obra de edificações
14
É preciso preservar o posicionamento e a estrutura do gabarito para confiar nas
marcações. Quanto menos movimentação de solo no canteiro, melhor. Até
porque, se ainda for necessário movimentar solo, é preciso transitar com
máquinas grandes como escavadeiras, mini-escavadeiras. Além do risco de
choque dessas máquinas com a estrutura dos gabaritos, se a máquina passar
perto dos pontaletes cravados, a compactação do solo ao redor vai movimentar
as tábuas corridas, como mostrado na figura abaixo.
A referência é importante porque será a partir dela que serão marcados os eixos
do projeto no canteiro de obras, ou seja, que será montado o gabarito.
15
(c) Estudar e conhecer os projetos
1. Teodolitos e níveis;
2. Nível de mangueira;
3. Trena de 30 ou 50 metros;
4. Linhas de nylon;
5. Nível de pedreiro;
6. Pontaletes de pinho de 3” x 3”;
7. Tábuas de pinho de 1” de espessura e largura de 15, 20 ou 30 cm;
8. Prumo de centro;
9. Tinta esmalte (cores vermelha e branca)
10. Marreta, martelo e pregos.
16
Tendo todos os equipamentos, ferramentas e materiais necessários e os pré-
requisitos atendidos, é o momento de iniciar a montagem do sistema inicial de
locação, com a montagem dos gabaritos.
17
Com a estrutura pronta, é necessário marcar os eixos do projeto nas travessas
de madeira. É imprescindível ter o acompanhamento do Engenheiro responsável
pela produção da obra e de um profissional experiente na frente do serviço. Se
tiver previsto no orçamento, a ajuda de um topógrafo nessa etapa é fundamental
para ter mais precisão. A partir do marco referencial, Transferem-se os eixos do
projeto e marca-se inicialmente com o lápis de carpinteiro nas travessas. Após a
conferência das marcações, é preciso pintar com tintas marcantes para garantir
durabilidade.
18
À medida que os pavimentos vão sendo concretados, é preciso ir transferindo os
eixos para a laje de cima. Para tanto, é necessário utilizar um prumo de centro e
pegar o eixo da laje de baixo, já concretada, para a superior. Caso o edifício seja
baixo, torna-se possível e recomendável ter como referência a primeira laje e
transferir sempre a partir dela, minimizando o erro acumulado. Essa etapa deve
ser realizada por um colaborador experiente e caprichoso. Quanto mais alto for o
edifício, maior o erro propagado.
O nível das lajes e das vigas costuma ser determinado com nível a laser ou com
nível de mangueira, tomando como referência o piso da laje inferior.
19
3.1.4. Mão de obra utilizada
20
Durante a etapa de locação das fundações, pode acontecer do terreno não estar
perfeitamente nivelado e ainda precisar movimentar material. Isso acontece pela
pressa do construtor, querendo iniciar a execução das fundações.
21
Outra falha comum nesse processo ocorre quando existem obstáculos que não
permitem o locador esticar a linha de um lado a outro da laje. Ao invés de retirar
os obstáculos (em alguns casos não sendo possível) ele desloca o eixo e
compensa na cota do projeto. Essa medida deve ser feita com muita cautela,
pois uma conta feita errada gera a falha.
Nessa etapa ocorre o maior número de erros de locação. Existe uma tendência
hoje do mercado de terceirizar a mão de obra, por uma série de motivos, mas
principalmente para empreitar um serviço e ter o custo da obra mais bem
controlado e diminuir as despesas administrativas.
22
Figura 5: Alvenarias locadas e aguardando a realização da conferência para executar a
elevação. Fonte: (<http://www.pdg.com.br/imovel-print.php?idEmpreendimento=415>.
Acesso em 14 Dezembro 2014.)
(a) Vantagens
23
para a locação de fundações profundas ou superficiais, elementos estruturais da
edificação e para vedação vertical. Possui uma boa precisão em comparação ao
método dos cavaletes, mencionado abaixo.
(b) Desvantagens
Será apresentado nesse tópico dois casos de falhas nas locações dos
elementos estruturais do Edifício SELETTO, construído pela Construtora
Norberto Odebrecht, na Barra da Tijuca.
Para executar a locação, foi usado o método apresentado nesse capítulo, com a
utilização de tábuas corridas na etapa de concretagem das primeiras lâminas e
posteriormente, os eixos principais foram transferidos do gabarito de madeira
para a estrutura da edificação.
O Pilar P7B, central da rampa da garagem, que faz o acesso do segundo para o
primeiro subsolo foi locado errado pelo Encarregado de Obra, responsável pelo
24
setor. O projeto original mostra a locação correta do elemento, como mostrado
na figura 6.
Podemos observar que o Pilar P7B está centralizado com o eixo L e deslocado
em 61 cm em relação aos eixos dos pilares P122 e P123.
25
Figura 7: Ilustração de uma não conformidade na locação do pilar P7B da rampa de
acesso ao subsolo do edifício SELETTO.
Fonte: O Autor (2015)
O pilar P7B é um elemento que transfere cargas desde os pavimentos tipo até
às fundações. A carga proveniente do mesmo, com a locação errada em 61
centímetros, geraria uma excentricidade não levada em consideração no projeto.
O erro de locação foi descoberto pelo Mestre de Obras. A causa foi erro de
leitura de projeto. A pressa e a confiança fez com que o Encarregado de Obra
errasse o posicionamento.
26
pilar P7B no sentido da rampa, não alterando a funcionabilidade da rampa, como
mostra a imagem abaixo.
27
foi feita nas cargas que chegam às fundações não foi suficiente para demandar
um reforço na mesma.
A marcação da fôrma foi feita pelo Encarregado de Obra, responsável pelo local.
Após a conferência pelo engenheiro de produção, ficou constatado a não
conformidade.
28
nylon. Com isso, o Encarregado de Obras, transferiu as cotas de outro eixo, do
eixo X e errou na marcação.
Figura 10: Representação do método dos cavaletes para locação de obras de edificação.
Fonte: Concurso do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (2011)
29
3.2.1. Serviços que antecedem a locação
1. Nível de mangueira;
2. Trena de 30 ou 50 metros;
3. Linhas de nylon;
4. Nível de pedreiro;
5. Estacas de madeira (3 x 3) cm
6. Travessas de madeira
8. Prumo de centro;
9. Tinta esmalte (cores vermelha e branca)
30
10. Marreta, martelo e pregos.
31
Dessa forma, o próprio posicionamento dos cavaletes constitui a locação dos
elementos de construção.
(a) Vantagem
32
quantidade de material e requer uma mão de obra menos experiente em relação
ao método do gabarito, pois a montagem do primeiro não é tão complexa
quando a do segundo.
(b) Desvantagem
Esse método apenas é recomendado para pequenas edificações, onde não haja
muitos elementos a serem locados. Fundações complexas, com blocos de
coroamentos, estruturas da edificação com muitos elementos e edifícios com
muitas alvenarias, requerem um sistema de locação mais complexo e inviabiliza
o processo dos cavaletes.
33
4. Tecnologia disponível para locação de obra
34
De acordo com SILVA (1993), além de facilitar a medição, os MEDs permitiram
melhorar a qualidade das medidas. A precisão saltou da ordem do milímetro
para décimos de milímetros.
Esse instrumento era utilizado para fazer levantamentos topográficos. Não era
portanto utilizado para realizar locação de obra. Foi necessário incrementar os
equipamentos topográficos para que os mesmos servissem como equipamentos
de locação. Segundo RODRIGUES (2003), a maior dificuldade dos
distânciometros estava no tamanho da sua bateria. A mesma pesava mais de
quarenta quilos e era necessário ser transportada por algum veículo ou animais.
35
distâncias horizontais e verticais e apresentar os resultados em um visor de
cristal liquido. Os dados podem ser armazenados em dispositivos do próprio
equipamento ou em coletores de dados externos.
36
desejada, como mostra a figura 13. Inicialmente, grava-se na estação total a
posição que ela se encontra e essa posição servirá como referência para todas
as outras. Após esse passo, cria-se na estação total um ponto novo a ser locado
no canteiro e marca as coordenadas do mesmo na memória interna do
equipamento. Essas coordenadas são retiradas do projeto de locação.
Figura 13: Ilustração do processo de locação planimétrica com o uso da estação total.
Fonte: VIEGA (2000 apud SOUZA 2001)
Essa etapa é a mais demorada do processo, pois exige uma boa comunicação
entre o operador da estação total e do operador do prisma refletor. Quando a
37
estação total calcula a distância até o prisma através do comendo “distance”
clicado pelo operador, ela vai dizer a distância da estação total até o prisma. Se
essa distância foi negativa, significa que o prisma deve se afastar da estação
total. Caso a distância seja positiva, o prisma deve se aproximar da estação
total.
Essa tecnologia tem sido cada vez mais utilizada pelas construtoras em obras
de edificações por conta do aumento do seu domínio, da sua precisão e
confiabilidade no processo. Essa tecnologia é mais cara em comparação ao
método convencional de locação de obras, apresentado neste trabalho, porque
requer equipamentos caros e mão de obra especializada. Entretanto, nas etapas
de execução da fundação, principalmente, essa tecnologia tem se mostrado
eficiente.
38
mão de obra e material para se ter um serviço com menor exatidão e maior
tempo de execução.
Uma economia nessa etapa da obra não é desejável do ponto de vista que uma
não conformidade com o projeto de locação das estacas pode gerar prejuízos
muitos maiores do que as economias.
a) Terrenos desnivelados;
b) Utilização de fundações profundas;
c) Edificação com subsolo;
d) Obras de grande porte, com muitas estacas.
39
responsáveis por conferir o nivelamento, alinhamento e prumo da estrutura,
obedecendo aos padrões de qualidade.
40
O GPS é um sistema de navegação por satélite desenvolvido pela Força Aérea
dos EUA durante as décadas de 70 e 80 e colocado em operação na década de
80. De acordo com HOFMANN-WELLENHOF ET AL (1997), o GPS foi
estabelecido basicamente para proporcionar ao usuário a capacidade de
determinar a sua posição, expressa, por exemplo, pela latitude, longitude e
altitude. Pode ser usado em quaisquer condições meteorológicas para
determinar posição, velocidade e tempo em relação a um sistema de referência
definido para qualquer ponto sobre ou próximo da superfície da terra (WOODEN
1985 apud SEGANTINE, 1999). Tem se constituído no melhor sistema de
navegação implantado a nível mundial, ternando-se uma grande revolução na
arte de posicionar qualquer objeto sobre ou próximo à superfície terrestre
(SEGANTINE, 1999).
41
Os aparelhos possuem precisões baixa para a locação de edificações. O
equipamento Leica Zeno 10, por exemplo, possui precisão da ordem de 0,4m.
A captação dos sinais emitidos pelo sistema GNSS e uma atividade realizada
quase em sua totalidade a “ceu-aberto”. Geralmente, as antenas receptoras são
42
posicionadas em locais que não exista obstrução para a captação de sinais, ou
seja, locais onde se deseja conhecer suas coordenadas. Devem-se evitar locais
que de alguma forma existam obstáculos que dificultem a recepção integral dos
sinais pelas antenas ou objetos que interfiram na qualidade do sinal
originalmente adotado. Estes efeitos certamente interferem na qualidade do
resultado final das coordenadas dos pontos medidos. (TONIOLO et al., 2013).
Na prática com o GPS você pode fazer dois tipos de levantamento. O mais
comum é o pós-processado, com a utilização de pelo menos um par de
receptores. Um na base (ponto previamente conhecido) e outro de
levantamento. O profissional percorre os pontos a levantar gravando
informações transmitidas pelos satélites por um intervalo de tempo, pelo
processo de posicionamento conhecido como “stop and go” . Após o término dos
trabalhos de campo, descarregam-se as leituras gravadas nos dois receptores
em um computador e processa os dados em um programa específico, só aí irá
saber se obteve êxito nos resultados calculados, ou terá que repetir parte do
serviço de campo (RIBAS, 2010).
43
esse processo não é suficiente para locar pontos no terreno, uma vez que não
há possibilidade de encontrar uma cota conhecida de projeto. Ou seja, esse
processo é suficiente para registrar pontos e não para loca-los. A tecnologia
RTK é a solução para essa limitação e permite uma troca de informações
“online” com o operador.
44
Segundo SEGANTINE (2005), o RTK é baseado nos seguintes preceitos:
45
Figura 17: Par de Receptores GNSS ProMark 500 RTK L1/L2.
Fonte: (<http://www.agrimensordofuturo.com/?p=4>. Acesso em 18 Janeiro 2015)
A técnica RTK / GSM surgiu na Alemanha, em 2003. Neste país, é muito caro
utilizar um canal de rádio devido a pouca oferta de canais e restrições pelo
governo. Dessa forma, foi desenvolvida a técnica que utiliza sinais GSM (Global
System for Mobile Communication). Essa técnica utiliza sinais de telefonia
celular para fazer a comunicação entre as receptoras base e a móvel. Dessa
forma, não utiliza ondas de rádio e precisa que haja antenas de celular em seu
raio de alcance.
46
Na união europeia estima-se que o uso da técnica RTK / GSM é de 95%
enquanto que a técnica RTK / UHF apenas 5%. O mercado americano chegará
nesta proporção no final de 2013; no Brasil o uso da técnica RTK / GSM não é
superior a 1% quando comparado ao uso da técnica RTK / UHF. Esta vem
sendo utilizada devido a não dependência de nenhum serviço adicional, exceto
seus próprios equipamentos (GUANDALINI, 2012).
Como os sinais GSM são emitidos pela receptora e retransmitidos pela antena
de telefonia, basta que no local tenha cobertura GSM. Em obras grandes, onde
há obstáculos no meio, como montanhas, muitas árvores, construções, essa
opção é a única para viabilizar o processo.
47
A solução para locação de obras de edificação apresentada, com o uso da
tecnologia GPS/RTK, se mostra interessante quando avaliamos a rapidez e
facilidade, a confiabilidade nas medidas e a precisão do mesmo. Entretanto,
essa tecnologia tem uma deficiência que inviabiliza o procedimento em algumas
etapas de locação das edificações.
Entretanto, para a locação das fundações e para a etapa da locação das fôrmas
que servirão de molde para os elementos estruturais, é possível utilizar essa
tecnologia. Na primeira, se trabalha com o campo aberto, em um canteiro de
obras ainda exposto. Na segunda etapa, na locação dos elementos estruturais,
trabalha-se em cima da laje já concretada na etapa anterior e permite com isso,
utilizar a tecnologia. Entretanto, é necessário avaliar os obstáculos entre uma
estação receptora e outra para não bloquear os sinais de rádio. Caso hajam
obstáculos, pode ser necessário utilizar a tecnologia GSM para implementar o
sistema de locação, ganhando rapidez.
48
A avaliação dos custos é importante para ter a capacidade de decidir por uma ou
por outra tecnologia, diante da necessidade do usuário. Na tabela 1 constam
preços com alguns produtos GPS com a tecnologia RTK.
O uso de GPS com tecnologia RTK para a locação de edificações ainda é caro
devido a tecnologia ser relativamente nova no Brasil. Entretanto, a rapidez do
processo é um fator decisivo na hora de escolher essa tecnologia. Tanto por
conta da alta produção, quanto pelas medições confiáveis que o equipamento
oferece.
49
Figura 18: Comparação do custo médio entre os equipamentos para locação de obra
Fonte: POLEZEL, W., 2011, Quando e porque vale a pena investir na tecnologia GPS
RTK?
50
5. Incerteza de medição dos equipamentos de locação de obra de
edificações
51
pequenas discrepâncias, isso reflete uma alta precisão. A figura 19 ilustra essa
diferença.
52
correspondam à realidade. Caso contrário, a trena poderá ficar enrugada e gerar
uma não conformidade na medida aferida.
Além desse fator que altera significamente a precisão das medidas, existe outro
que se refere ao procedimento de locação. Durante o uso da trena convencional,
costuma-se utilizar como apoio nas marcações um lápis de carpinteiro para
desenhar as posições no local. Esse lápis deve estar perfeitamente apontado
para que a marcação feita seja realizada com precisão e não acumule erros
durante o processo.
53
Tabela 2: Classificação de estação total quanto a precisão
54
O processo de calibração de uma trena convencional é simples. Consiste na
limpeza da ferramenta com benzina, éter ou álcool isopropílico. Em um local
com temperatura constante, tencionar a trena com um peso na ponta ao lado de
um instrumento laboratorial de medidas calibrado. Com uma lupa, o calibrador
analisa e compara as diferenças com os padrões de aceitação.
55
6. Estudo de caso – uso da estação total para conferência de locação
e qualidade dos elementos estruturais da edificação
56
como, por exemplo, na locação dos elementos estruturais da edificação e das
vedações verticais. Isso se deve à dificuldade de se trabalhar com esse
equipamento em um ambiente denso de pessoas, ferramentas e materiais. Além
dessa dificuldade, existe a restrição de acesso a todos os locais da laje com a
estação total devido à presença ainda de escoras das fôrmas.
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Experimentações no campo foram necessárias para desenvolver uma
ferramenta capaz de convergir os dados registrados com os dados do projeto de
locação de fôrmas. A figura 20 explicita as etapas percorridas até a validação do
sistema.
Figura 20: Metodologia utilizada para conferir a locação e a qualidade dos elementos
estruturais de uma edificação após a concretagem.
Fonte: O Autor (2013)
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antes da concretagem para corrigir erros grosseiros e evitar retrabalho e
também após a desforma para que os erros possam ser descobertos e não
serem propagados nos pavimentos a cima.
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É necessário desenvolver mecanismos que diminuam essas não conformidades
ao longo da execução da edificação para reduzir os recursos gastos para manter
o padrão de qualidade.
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A coordenada desse ponto indica se há alguma irregularidade nos elementos
(Vigas, Lajes e Pilares). Para tanto, é necessário medir alguns pontos em cada
face de cada elemento para estudar o comportamento pós concretagem. Cada
coordenada é comparada com a sua coordenada do projeto de locação e, dessa
forma, o sistema desenvolvido tem a capacidade de confrontar os dados e emitir
relatórios.
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Figura 22: Exemplo de relatório gerado pelo Software para desvios da face A de Vigas
de uma edificação.
Fonte: O Autor (2013)
Para desvios de até 0,4 centímetros para mais ou para menos, o relatório exibe
o número na cor azul. Para desvios de 0,5 até 0,9 centímetros, o relatório exibe
os números na cor vermelha. Para diferenças de 1,0 até 1,9 centímetros, o
relatório exibe os desvios na cor verde. E, por fim, para desvios a cima de 2,0, o
relatório exibe números na cor preta.
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Após o confrontamento dos valores teóricos e dos valores reais e da geração
dos relatórios referente aos desvios na locação dos elementos estruturais da
edificação, é necessário responder à equipe de execução das fôrmas, que
serviram de molde pros elementos aferidos, o resultado do serviço executado
por eles.
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colaboradores de linha para identificar a causa raiz da não conformidade
encontrada.
A estação total não costuma ser utilizada para locação dos elementos estruturais
e das vedações verticais da edificação, devido à dificuldade de se trabalhar com
a mesma no local onde há trafego intenso de pessoas, materiais, ferramentas e
equipamentos. Sendo assim, a trena é apresentada no mercado com uma
solução aparentemente mais rápida.
Esse trabalho destaca a real possibilidade de utilizar a estação total junto com a
etapa de fôrma e armação da estrutura da edificação, desde que haja
organização e treinamento da equipe de linha. Sendo assim, a estação total se
apresenta como uma excelente ferramenta de locação ou de conferência de
locação não apenas na etapa de fundação, mas também nas etapas seguintes,
contrariando a prática do mercado.
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7. Considerações Finais
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elementos estruturais em concreto armado quanto para posicionar as vedações
verticais.
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Durante a locação das fundações, a praticidade e a precisão dessa solução
deve ser testada com mais aprofundamento, pois possui um potencial
considerável de desenvolvimento.
Uma receptora base ficará fixada no mesmo local durante todo o período de
obra e deverá trocar informações com a receptora móvel. A partir da coordenada
de origem do projeto de locação já registrada na receptora base, ela deverá
informar de maneira “online” as coordenadas da obra que a receptora móvel se
encontra.
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Referencias bibliográficas
AZEREDO, H.A., 1997, “Canteiro de Obras”. O edifício até sua cobertura, 2 ed,
capítulo 2, São Paulo, SP, Brasil, Edgard Blucher Ltda.
POLEZEL, W., 2011, Quando e porque vale a pena investir na tecnologia GPS
RTK?.
Seminário Geomática nas Obras de Engenharia e Infraestrutura, SP, Brasil.
68
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%E2%80%93-saiba-o-que-esta-comprando-%E2%80%93-parte-1/>. Acesso em:
02 Fev. 2015, 19:30.
TONIOLO, B. P. et. al., 2013, O uso do sistema TRK nas locações de obras de
engenharia civil.
Trabalho de conclusão de curso., Universidade de Mogi das Cruzes, SP, Brasil.
WOLF, P. R., BRINKER, R. C., 1994, Elementary surveying, New York, USA,
Harper Collins College Publishers.
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