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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA

PARAÍBA
DIREÇÃO GERAL
DIREÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DO ENSINO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE
UNIDADE ACADÊMICA IV
COORDENAÇÃO DO CURSO TÉCNICO INTEGRADO EM INSTRUMENTO
MUSICAL

MUSICALIZAÇÃO DE DISCENTES SURDOS NO IFPB -


CAMPUS JOÃO PESSOA: ALTERNATIVAS PARA A
INCLUSÃO.

Trabalho apresentado pela Discente Gabrielly


Raquel Figueirôa do Nascimento, Mat. ao
Curso Técnico Integrado ,,, como requisito à
Disciplina Elaboração de Projetos Culturais.

Prof. Me. Cristóvam Augusto de Carvalho


Sobrinho

João Pessoa/PB
2017
1. INTRODUÇÃO

O meu interesse pela musicalização de pessoas surdas (parcial ou


completamente) surgiu a partir da identificação de que o Campus do Instituto Federal da
Paraíba implantado em João Pessoa carecia de pesquisas na área, bem como de um
preparo mais eficiente em relação à recepção de estudantes que podem vir a ingressar na
instituição, matriculando-se no Curso Técnico em Instrumento Musical Integrado ao
Ensino Médio (ETIM), que atualmente não está devidamente estruturado para receber
os estudantes nesta situação.
Antes de começar a escrever, pesquisei um pouco sobre o assunto em vídeos e
artigos que serão utilizados como referências bibliográficas para o desenvolvimento
deste trabalho, e pude observar que a ideia de introduzir a música na vida de pessoas
que já deixaram de ouvir (ou talvez nunca tenham escutado um ruído sequer) não é tão
paradoxal quanto parece para algumas pessoas. A música está intrínseca a qualquer ser
humano, seja ele ouvinte ou não. É como se fosse uma característica comum a toda a
humanidade, não como uma habilidade, mas como parte do que é a condição humana.
Desta forma, não é necessário especificamente ouvir para ter contato com a música,
basta ser humano e experimentá-la da maneira que lhe for mais conveniente.
Há uma ilusão de que apenas os ouvintes podem usufruir das sensações que a
música provoca nas pessoas, mas isso não passa de um equívoco. Acontece que somos
capazes de degustar os produtos musicais através de duas vias principais: a audição,
como já se pode deduzir, e o tato. Como a maioria dos apreciadores de música são
ouvintes, eles não costumam utilizar com frequência a pele como órgão para “ouvir” as
melodias, pois é mais conveniente empregar esta tarefa apenas ao aparelho auditivo. No
caso dos não-ouvintes, toda a música que eles provam se dá através do tato, das
vibrações e das ondas que as canções emitem.
Assim, derruba-se um estereótipo de que tentar musicalizar alguém que não
ouve é uma ideia absurda e, além disso, um paradoxo. A partir desta concepção, temos
então o ponto de partida para desenvolver o projeto. Ao longo do texto, abordaremos
não somente as diferenças de musicalização entre ouvintes e não-ouvintes, mas também
as diferentes técnicas que podem ser adotadas para introduzir música na vida de pessoas
sem ou com pouca audição.
2. JUSTIFICATIVA
O presente trabalho desempenha uma importante função no que concerne à
garantia da inserção do alunado atingido por algum tipo de limitação auditiva dentro da
comunidade acadêmica do IFPB – Campus João Pessoa, uma vez que desbrava
alternativas plausíveis para promover e democratizar o acesso desta parcela do corpo
discente ao processo de musicalização, inerente ao fazer musical. Desta forma, através
da realização das atividades propostas neste ofício, a experiência dos estudantes ao
longo do tempo em que estarão ligados à instituição será otimizada, tendo em vista que
eles terão a possibilidade de entrar em contato com o trabalho desenvolvido no Curso
Técnico em Instrumento Musical, ampliando seu campo de atuação no campo
profissional.
Ademais, é interessante se destacar que o oferecimento de práticas voltadas para
o estímulo do ensino de música aos deficientes auditivos, com as devidas adaptações,
acarretará na expansão não somente das capacidades profissionais dos alunos (seja pelo
ingresso direto no Curso Técnico em Instrumento Musical oferecido pelo IFPB –
Campus João Pessoa, seja através da inscrição em um dos cursos de extensão ofertados
pela coordenação do curso na instituição), mas também de suas conexões sociais,
considerando que esses jovens serão inseridos num meio completamente novo e
anteriormente inexplorado, incentivando-os a criar laços com toda a equipe acadêmica
que envolve o setor de música, desde colegas de turma até os próprios docentes.
De acordo com a coordenadora do NAPNE (Núcleo de Atendimento às Pessoas
com Necessidades Específicas) do campus João Pessoa, Valéria Marques, a assistência
aos alunos necessitados se dá através do acompanhamento de tradutores, intérpretes de
libras e psicopedagogos. Os tradutores e intérpretes se responsabilizam pela convivência
frequente com os alunos, estando sempre a postos para conduzi-los em todos os
ambientes em que eles estejam ou que sejam solicitados. Já os psicopedagogos
desempenham o papel de diagnosticar quais as necessidades específicas dos estudantes
no que concerne ao desempenho acadêmico em geral, encaminhando-os aos setores
responsáveis pela reparação dessas deficiências. Se um aluno apresenta dificuldades em
matemática, por exemplo, é papel dos psicopedagogos aponta-los um direcionamento
para o atendimento em matemática básica, como uma espécie de reforço.
Além disso, a equipe do NAPNE também atua como mediadora da comunicação
entre alunos e professores, passando ao corpo docente informações acerca dos
comportamentos dos jovens, com o objetivo de fazer com que a relação entre esses dois
elementos se torne mais estreita.
Neste sentido, percebe-se que os esforços empregados pela comunidade
acadêmica dentro do Instituto Federal se tornam válidos, no que concerne à inclusão dos
discentes surdos na instituição.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este documento está essencialmente fundamentado na pesquisa de Gladis Perlin
Karin e Lílian Strobel, intitulada “Fundamentos da Educação de Surdos”, publicada em
2006 como elemento de conclusão do curso de Licenciatura e Bacharelado em Letras-
Libras na Modalidade a Distância pela Universidade Federal de Santa Catarina. Nele, as
autoras apresentam um breve retrospecto acerca da maneira como se desenvolveu o
processo de educação dos surdos no Brasil e no mundo, enfocando aspectos de seu
contexto histórico, além de trazer informações a respeito da legislação que garante o
acesso dos surdos à educação nos dias atuais. A importância de contextualizar o
trabalho proposto neste projeto ao retrospecto da educação de surdos de maneira geral é
imensa, considerando que é imprescindível conhecer um pouco da história deste grupo
para fundamentar o método adotado para inseri-los no fazer musical.
Além disso, a pesquisa também será baseada no trabalho desenvolvido por Ivo
Vieira Gomes e Laysa Maria Akeho, sob o título de “Musicalização para Surdos:
contextualização e possibilidades de abordagem”, publicado pelo Centro Universitário
Metodista Isabela Hendrix, que serve como um excelente apoio para o que será proposto
no presente artigo, levando em conta que os métodos utilizados pelos universitários
podem ser compreendidos como ferramentas de incentivo para otimizar a forma como
os estudantes serão abordados e conduzidos pelo setor responsável ao longo do processo
de execução deste projeto. Também é interessante fazer menção à legislação presente no
documento: Embasamento na Lei 11.769, de 18 de Agosto de 2008 (música de volta à
grade curricular).
Em adição aos artigos já citados, é importante listar também o trabalho
acadêmico de Cristina Soares da Silva, chamado “EDUCAÇÃO MUSICAL PARA
SURDOS: UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA MUNICIPAL ROSA DO POVO”,
escrito como projeto de pesquisa apresentado ao curso de Licenciatura Plena em
Educação Artística - Habilitação em Música do Instituto Villa-Lobos, Centro de Letras
e Artes da UNIRIO, no ano de 2007. A pesquisa realizada por Cristina, assim como o
artigo citado anteriormente, traz diversas noções de atividades que podem ser aplicadas
no IFPB – Campus João Pessoa, após as devidas adaptações, com o adendo de que o
diagnóstico da experiência proposta na Escola Municipal Rosa do Povo, no Rio de
Janeiro, bem como de seus resultados, pode servir como instrumento norteador de ações
que sejam viáveis ou não para implantação no Campus João Pessoa.
Por fim, alguns encontros e entrevistas realizados com os responsáveis pelo
Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Especiais (NAPNE) do IFPB – Campus
João Pessoa também serão utilizados como embasamento teórico para a construção do
cronograma de atividades adotado, tendo em vista que estes profissionais apresentam
maior discernimento no que diz respeito às reais necessidades dos estudantes que
apresentam necessidades específicas dentro da instituição.
4. RECURSOS E MATERIAIS UTILIZADOS
Para a realização do projeto em questão, serão necessários os seguintes recursos:
Materiais Necessários Custo
Palitos de Sorvete
EVAs (etil vinil acetato, emborrachado)

Garrafas PET
Papel Contact colorido.
Instrumentos de Percussão Variados
Técnicas de Percussão Corporal
5Kg de Arroz

É importante salientar que os materiais dispostos na lista acima são baseados nas
experiências previamente desenvolvidas em outras instituições de ensino, o que torna o
processo de discriminação dos recursos necessários mais fácil.
O processo de musicalização deve realizado no período de um bimestre (oito
aulas, sendo uma por semana ao longo de oito semanas.)
6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Para a execução do projeto, foram pensados dois momentos principais:

PRIMEIROS CONTATOS O PROJETO NA PRÁTICA


(PRIMEIRO MÊS) (SEGUNDO MÊS)
Nesta fase, prevista para os quatro Após o mês introdutório, é chegado o
encontros iniciais (primeiro mês de aulas), momento de colocar em prática as
os alunos serão apresentados às primeiras atividades propostas pelos autores
noções de ritmo, timbres e instrumentos, apontados. Para isso, serão organizadas
através de atividades envolvendo as aulas com instrumentos musicais variados,
sensações experimentadas diante do com prioridade aos de percussão. Todo
contato com cada um dos tipos de sons encontro será marcado pela apresentação
existentes, conforme descrito no item de um novo instrumento aos alunos, para
anterior. aproximá-los da prática musical de fato.
Paralelamente a isso, serão desenvolvidos Além disso, serão introduzidas as
trabalhos que remontem um pouco aos primeiras aulas de percussão corporal
aspectos inerentes à história da música e como dispositivo para musicalização de
outros elementos não necessariamente pessoas surdas, em atividades práticas e
ligados à musicalização, mas ao ensino de cheias de interação conjunta.
música em geral, com a devida adaptação Ao final do pequeno curso, os alunos terão
à Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). adquirido uma quantidade considerável de
A adoção de símbolos capazes de noções acerca dos métodos para
representar os sons criados a partir do possibilitar seu contato com a música,
sistema de LIBRAS, inclusive, é uma boa podendo expandi-los da maneira que
alternativa para facilitar o entendimento desejarem, dependendo de como lidarão
do alunado nesta fase embrionária do com o conteúdo absorvido fora da sala de
processo de musicalização. aula.
QUADRO DE AULAS

AULA 01 AULA 02
• Apresentação dos alunos e professores • Designação de gestos em LIBRAS
• Atividade dinâmica em grupo com os capazes de representar determinados sons
alunos, envolvendo aspectos de percussão para os estudantes (estudos para ver o que
corporal e ritmos variados. pode ser convencionado nesse sentido,
junto dos alunos)

AULA 03 AULA 04
• Aulas de História da Música através de • Atividade “Jogo dos Palitos”:
vídeos/animações com tradução Consiste em acompanhar a pulsação e
simultânea na tela para a Língua Brasileira discriminar em qual delas foi tocado o
de Sinais (LIBRAS) e também de instrumento musical.
apostilas para facilitar o entendimento dos O jogo é composto pelos seguintes
estudantes. materiais: quatro palitos de sorvete para
cada grupo de quatro alunos, 4 círculos de
EVAS (etil vinil acetato, emborrachado)
para cada grupo, e um instrumento
musical.
Este jogo de palitos é muito importante
para trabalhar a atenção (pulso e
instrumento) nos palitos, direcionamento
(esquerda-direita), associação do toque da
pulsação com o palito, entre outros.
Depois do primeiro exemplo de como o
jogo seria os alunos não tiveram
dificuldades.
AULA 05 AULA 06
• Oficina de construção de instrumentos • Apresentação dos tipos de instrumento
de percussão feitos a partir de garrafas pet, aos alunos, saindo da esfera exclusiva dos
cabos de vassoura e grãos de arroz instrumentos de percussão.
(chocalhos)
AULA 07 AULA 08
• Apresentação dos instrumentos • Apanhado dos resultados obtidos através
triângulo, tambor (três), prato, chocalho e do processo de musicalização proposto ao
clava. Depois dos alunos explorarem os longo dos dois meses de aula, com
seus instrumentos, será proposto que relatórios dos professores e constatação da
toquemos em conjunto algo bem simples. evolução dos alunos desde o primeiro até
Os tambores tocarão a pulsação de um o último encontro.
compasso binário simples (2/4), e os
outros entrarão no tempo forte ou em
contratempo.
O prato deve tocar no tempo forte dos
compassos, com base no exemplo exposto
pelo professor. O aluno que estiver com o
triângulo deve tocar no contratempo, e o
aluno que estiver com a clava, deve
marcar a pulsação junto com os tambores.

*Todo o processo será acompanhado por responsáveis do NAPNE e


tradutores de libras.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PERLIN KARIN, G. E STROBEL, L.


Fundamentos da Educação de Surdos
Texto do livro: (Perlin Karin and Strobel, 2006)
Bibliografia: Perlin Karin, G. and Strobel, L. (2006). Fundamentos da Educação de Surdos.
Graduação. Universidade Federal de Santa Catarina.

VIEIRA GOMES, I. E MARIA AKEHO, L.


Musicalização para Surdos: contextualização e possibilidades de abordagem
Texto do livro: (Vieira Gomes and Maria Akeho, n.d.)
Bibliografia: Vieira Gomes, I. and Maria Akeho, L. (n.d.). Musicalização para Surdos:
contextualização e possibilidades de abordagem. Graduação. Centro Universitário Metodista
Isabela Hendrix.

SOARES DA SILVA, C.
EDUCAÇÃO MUSICAL PARA SURDOS: UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA MUNICIPAL
ROSA DO POVO
Texto do livro: (Soares da Silva, 2007)
Bibliografia: Soares da Silva, C. (2007). EDUCAÇÃO MUSICAL PARA SURDOS: UMA
EXPERIÊNCIA NA ESCOLA MUNICIPAL ROSA DO POVO. Graduação. Instituto Villa-Lobos.
8. REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

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