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1) Da consulta:
Trata-se de consulta formulada por um docente filiado a ADUSP - Associação dos Docentes da USP onde suscita dúvida se o
mesmo é obrigado a se manter vinculado ao Conselho de Fiscalização de sua atividade profissional, em vista de que se
dedica exclusivamente a atividade de docente.
Antes de adentrar no mérito da consulta que nos foi formulada, impõe-se primeiramente tecer alguns comentários sobre a
característica dos chamados Conselhos de Fiscalização do Exercício Profissional.
Os Conselhos de Fiscalização das profissões regulamentadas (os mais conhecidos são a OAB - advogados, o CREMESP-
médicos, o COREN- enfermeiros, o CREA- engenheiros e arquitetos, CRESS- assistentes sociais, CRF- farmacêuticos, o
CRC- contabilistas, o CRA- administradores, o CROS para os dentistas, o CRECI para os Corretores de Imóveis, o CRMV
para os médicos veterinários, etc) exercem uma função que lhes é delegada pelo Poder Público. Logo são considerados uma
"autarquia especial ou corporativa" pois são dotados da função de fiscalizar os membros de determinadas
categorias profissionais, na defesa da sociedade.
Diz-se que tal atribuição lhes é delegada, pois originalmente a fiscalização das profissões é uma atribuição da União[1][2],
prevista na Constituição Federal, a qual pode ser delegada.
http://www.adusp.org.br/index.php/juridico/pareceres-juridicos/155-da-inexigibilidade...tes-das-universidades-federais-e-estaduais-nos-conselhos-de-fiscalizacao-profissional (2 of 16)13/06/2013 10:52:33
Parecer sobre Inexigibilidade de inscrição nos Conselhos de Fiscalização Profissional
Para tanto somente gozam destas prerrogativas os Conselhos criados por lei federal, para atuarem assim como um braço
auxiliar do Estado (Governo) e são dotados de personalidade jurídica de direito público e isso lhes autoriza a criar
contribuições (anuidades) que são consideradas obrigatórias e se não forem pagas poderão ser executadas na via judicial, e o
profissional que deixar de paga-la, corre o risco de não ter mais permitido sua atuação profissional.
Como tais Conselhos são considerados de personalidade jurídica de direito público, seus dirigentes devem observar as regras
Constitucionais do artigo 37 e art. 39 da Constituição Federal, ou seja, para a contratação de seus funcionários devem fazer
concurso público; devem fazer licitações para compra de bens e imóveis; seguem normas de um processo eleitoral, devem
prestar contas ao TCU - Tribunal de Contas da União, entre outras coisas e todos os Conselhos estão sujeitos a estas
normas, conforme reiteradas decisões do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, especialmente a que foi proferida
por último, já no final do ano de 2002, relativo a ADIn 1.717-6.
Portanto, para fiscalizar cada profissão, foi criado um Conselho Federal com sede em Brasília e existem Conselhos Regionais
em todos os Estados (alguns inclusive passaram por intervenção do federal, por conta de irregularidades cometidas por seus
administradores, p.e, CROSP/SP e CRECI/SP) e todos eles estão sob fiscalização contábil e financeira do Tribunal de Contas
da União, por força do inciso II do artigo 71 da Constituição Federal.
O STJ- SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, já decidiu que tais Conselhos são autarquias, pura e simples e
que as taxas por eles instituídas são tributos, podendo ser cobrados através das ações de execução fiscal perante a Justiça
Federal. Vejamos:
Segundo o professor especialista em direito administrativo Dr. HELY LOPES MEIRELLES "Autarquias são
entes administrativos autônomos, criados por lei, com personalidade jurídica de
Em outra parte do julgamento acima citado ocorrido no STJ, o MINISTRO DEMÓCRITO REINALDO, assinalou que:
"Os conselhos regionais (de enfermagem, engenharia, Medicina, etc.) têm natureza
jurídica de autarquia federal. Neste caso específico, por força da Lei 5.905.... que
criou o Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais. Essas entidades visam
ao cumprimento, como entes da Administração, da competência prevista no artigo
21, XIV, da Constituição, segundo o qual cabe à União, "organizar, manter e
executar a inspeção do trabalho".
Como dito, em face de terem sido criados por lei, os Conselhos Federal e Regionais são dotados de personalidade jurídica de
direito público, logo, exercem poder de policia administrativa sobre os membros da categoria. Por isso sua manutenção se dá
através das anuidades cobradas de seus membros, a qual é considerado um tributo.
Mas no que diz respeito a obrigatoriedade do pagamento de tal anuidade como condição para o exercício profissional, existem
muitas controvérsias. Alguns Conselhos Regionais, especialmente o CREA, COREN e o CREMESP, se utilizam o fato de que
se um determinado profissional não pagou a anuidade está proibido de atuar na profissão e até oficiam os órgãos aos quais o
mesmo está vinculado para que faça cessar a prestação do serviço.
Entendemos que isso é ilegal, pois fere o inciso XIII do artigo 5o da CF/88. Vejamos:
"Art.5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:·(...)". XIII - é livre o exercício de
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer".
Frise-se ainda o que estabelecem os incisos III e IV do art. 1º, da CF, que:
"Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como
fundamentos: (...) III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa".
Citando a lição do professor J. Cretella Jr., em seus Comentários à Constituição de 1988, encontramos o binômio trabalho-
dignidade como algo que jamais poderá ser alijado um do outro, senão vejamos: o ser humano, o homem, seja de qual origem
for, sem discriminação de raça, sexo, religião, convicção política ou filosófica, tem direito a ser tratado pelos semelhantes
como `pessoa humana`, fundando-se o atual Estado de direito, em vários atributos, entre os quais se inclui a `dignidade` do
homem, repelido, assim, como aviltante e merecedor de combate qualquer tipo de comportamento que atente contra esse
apanágio do homem.
Sob dois ângulos, pelo menos, o trabalho pode ser apreciado: pelo individual (`o trabalho dignifica o homem`) e pelo social,
afirmando-se, em ambos os casos, como valor que na escalonação axiológica se situa em lugar privilegiado. Dignificando a
pessoa humana, o trabalho tem valor social dos mais relevantes, pelo que a atual Constituição o coloca como um dos pilares
da democracia [2][3]
Logo, como a qualificação profissional para o exercício de uma determinada profissão é outorgada na forma da legislação
vigente, pelo Reitor de cada universidade (CF/88, art. 207 e Lei 9.394/96), depois de concluído o aprendizado necessário não
se pode admitir então que para exercer a profissão, o profissional fique limitado apagamento de tal anuidade.
Tal matéria já foi objeto de apreciação judicial em caso idêntico ao que estamos analisando, tendo a Justiça Federal
reconhecido não incidir sobre as Universidade Federais a fiscalização de tais autarquias corporativas, em face da autonomia
constitucional assegurada pelo Art. 207 da Carta Política Pátria e pela Lei 5.540/68.
Vejamos
Os conselhos de fiscalização sustentam em sua defesa que as funções exercidas pelos docentes nestas carreiras é privativo
http://www.adusp.org.br/index.php/juridico/pareceres-juridicos/155-da-inexigibilidade...tes-das-universidades-federais-e-estaduais-nos-conselhos-de-fiscalizacao-profissional (5 of 16)13/06/2013 10:52:33
Parecer sobre Inexigibilidade de inscrição nos Conselhos de Fiscalização Profissional
Nada disso: A legislação que atribui aos Conselhos Regionais o poder de regulamentar e fiscalizar o exercício das profissões
não se sobrepõe ao princípio da autonomia universitária e tampouco a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. pertinentes à
matéria. (Art. 207 da CF)
O sistema de ensino constitui um ordenamento jurídico próprio, de cunho constitucional (artigos 205 e ss., da CF), e precisa
de definição em Lei, sem que daí conste a exigência de satisfação de requisitos genéricos para o exercício de profissões
reguladas, na esfera privada, pelos Conselhos de Classe.
Por esse ordenamento não se reclama, quer para o provimento, quer para o exercício de cargos de direção, chefia e
assessoramento tidos como de confiança, o registro profissional em determinadas autarquias corporativas, sob pena de
ofensa ao princípio da autonomia universitária que vem sendo conquistada e ampliada, apesar das resistências, ao longo da
história.
Isso é o que conclui da leitura dos dispositivos legais da LDB, abaixo citados:
(.......)
Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público gozarão, na forma da lei, de estatuto
jurídico especial para atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e financiamento
pelo Poder Público, assim como dos seus planos de carreira e do regime jurídico do seu
pessoal.
§ 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições asseguradas pelo artigo anterior,
as universidades públicas poderão:
I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e administrativo, assim como um plano
de cargos e salários, atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos disponíveis;
(.........)"
Ainda exemplificando com lições extraídas de julgados de nossos Tribunais, já decidiu o TRF da 5ª Região, no tocante
especificamente aos cargos de direção dos entes da administração indireta, que se a norma regulamentar não exigir o seu
preenchimento por portador de Diploma em Administração, não estão, seus ocupantes, obrigados a se inscrever no CRA.
Nesse sentido é de se destacar também o julgamento da AMS n. 50.146/PB, em que foi Relator o MM. Juiz JOSÉ DELGADO,
ora Ministro do STJ, vejamos:
III - Se o cargo não exige, em decorrência de lei ou de norma regulamentar, que seja preenchido
por Técnico de Administração, a pessoa que ocupa não está obrigada, ao exercê-lo, a se
inscrever no Conselho Regional de Administração.
IV - Apelação provida para conceder a segurança e tornar sem validade e eficácia a autuação
fiscal instituída."
No mesmo sentido foi o julgamento da AMS n. 55.229, da qual relator o Juiz Dr. Ridalvo Costa.
1 - O exercício de atividade administrativa de âmbito interno, sem distinção para terceiros, não
submete a empresa à fiscalização do CRA.
III - Precedentes deste TRF (MAS N. 55.22/PB, REL. JUIZ RIDALVO COSTA, TERCEIRA TURMA,
JULG. 19.09.96, DECISÃO UNÂNIME).
Encontramos outros posicionamentos contrários a obrigatoriedade dos docentes se inscreverem nos Conselhos de
Fiscalização:
2. A obrigatoriedade de quitação da anuidade pelos docentes junto aos CREAs, foi decidida na
Sessão Plenária Ordinária nº 1.258 do "Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia -
CONFEA" (DECISÃO Nº PL-1625/95) de 6 de outubro de 1995; e posteriormente acatada pela Reitoria
e Pró-reitoria de administração da UNESP, conforme as decisões exaradas no processo 610/97-
RUNESP, às fls. 30 e 33 respectivamente.
3. A decisão da Plenária do "CONFEA" fundamentou-se no artigo 7º, alínea "d", da Lei 5.194/66,
o qual necessário se mostra a reprodução:
"(...)
a) a) a) (...)
(...)
Junto a UFSCar, este assunto também obteve posicionamento da Procuradoria Jurídica daquela Universidade . que também é
contrária a subordinação dos docentes aos referidos Conselhos. Vide nesse sentido Despacho PJ n. 619/2001, da
Procuradoria Jurídica da Universidade Federal de São Carlos, do qual se reproduz o seguinte trecho:
Mais recentemente, a mesma Procuradoria Jurídica da UFSCar foi solicitada a se pronunciar novamente sobre o assunto,
tendo emitido o Parecer PJ n. 059, de 15.04.2002, este elaborado pelo Procurador Federal Lauro Teixeira Cotrim, no qual a
matéria foi tratada de forma mais aprofundada, sendo de se destacar os seguintes trechos:
"Trata-se de consulta encaminhada pela Diretoria do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, sobre a
obrigatoriedade de atendimento à solicitação do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia do Estado de São Paulo - CREA-SP, de informações sobre a existência ou não de
alterações curriculares dos cursos de engenharia ministrados nesta Universidade, no ano de 2001,
encaminhando, em caso afirmativo, a nova grade curricular e respectivo programa, da parte
profissional, bem como a relação nominal do corpo docente, com o número de inscrição naquele
Conselho, além de indagar da possibilidade de recorrer daquela decisão, de modo a evitar prejuízos
para alunos e docentes.
Verifica-se assim, reiterando os termos do parecer acima reproduzido, que é ilegítima a exigência de
prestação de informações pela Universidade, na forma pretendida pelo CREA, isto é, como condição
para o registro de engenheiros diplomados pela UFSCar naquela entidade de fiscalização profissional.
Todavia, me parece que a questão pode ser reexaminada com algum temperamento pois, como ficou
registrado no parecer antes mencionado, "as informações acima referidas têm caráter público, estando,
portanto, disponíveis para qualquer cidadão ou instituição que demonstre interesse na sua divulgação",
devendo ser afastada da solicitação o propósito talvez secundário de compelir esta
Universidade e seus professores a se registrarem naquela entidade, como indica a exigência de
que das informações conste o número de registro dos docentes.
O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo é entidade que
tem interesse jurídico no conhecimento das informações que solicita, não somente para o efeito de
divulgação, como apontou o parecer reproduzido acima, mas certamente com o propósito de melhor
instruir seus processos de registro e fiscalização do exercício profissional, atribuindo a cada registrando
as competências que a lei lhe conferir, consoante a sua formação acadêmica.
De outra feita, aquela Procuradoria exarou em outro Parecer PJ n. 058/2002, análise na qual sustenta que o magistério
superior não é prerrogativa exclusiva dos profissionais com formação em nível de graduação na respectiva área de
conhecimento, sendo perfeitamente possível atribuir encargos didáticos a outros professores, ainda que não detentores de
curso de graduação, porém, desde que possuam formação em cursos de pós-graduação, em nível de mestrado ou doutorado,
bem como aqueles de notório saber, na área respectiva área, conforme trecho abaixo reproduzido:
'Da leitura dos textos legais acima reproduzidos, evidencia-se que o exercício da profissão de
Bibliotecário é privativo dos portadores de diploma de Bacharelado em Biblioteconomia expedido por
instituição nacional, ou de diploma de graduação em Biblioteconomia expedido por instituição
estrangeira, desde que devidamente revalidado no Brasil, competindo ao Bacharel em Biblioteconomia,
entre outras atribuições, o ensino das disciplinas de Biblioteconomia. O exercício da função de
Bibliotecário, estritamente considerada, é privativo dos bibliotecários devidamente inscritos nos quadros
do Conselho Regional da respectiva jurisdição.
Isto não significa, entretanto, que apenas ao bacharel ou graduado em Biblioteconomia seria permitido
o exercício do magistério superior relacionado às matérias específicas de Biblioteconomia. Ao contrário,
ao Bibliotecário é permitido o ensino daquelas disciplinas, mas a atividade também não é vedada a
outros profissionais que igualmente exibam formação que as habilitem ao magistério superior nesta
área de conhecimento, como é o caso da obtenção de diploma em curso de pós-graduação em nível de
mestrado ou doutorado.
Ademais, não é a legislação que disciplina o exercício da profissão de Bibliotecário que haverá de
orientar o ensino de Biblioteconomia em instituição pública de educação superior, como é o caso da
Universidade Federal de São Carlos, à qual, no exercício da autonomia que lhe é assegurada pela
Constituição Federal (art. 207), compete estabelecer os requisitos para o exercício da docência
universitária, observados os parâmetros postos em lei, em especial na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação - Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, cujo art. 66 estabelece:
'Art. 66. A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação,
http://www.adusp.org.br/index.php/juridico/pareceres-juridicos/155-da-inexigibilidade...tes-das-universidades-federais-e-estaduais-nos-conselhos-de-fiscalizacao-profissional (11 of 16)13/06/2013 10:52:33
Parecer sobre Inexigibilidade de inscrição nos Conselhos de Fiscalização Profissional
Parágrafo único, O notório saber, reconhecido por universidade com curso de doutorado em área afim,
poderá suprir a exigência de título acadêmico'.
"Como se observa, a lei de regência da educação no Brasil estabelece como orientação às instituições de ensino, que os
profissionais da educação que venham a se dedicar ao ensino superior devem ser preparados em nível de pós-graduação, em
especial, em programas de mestrado e doutorado, indicando que a graduação em determinada área de conhecimento não é
único requisito e tampouco confere o direito de exclusividade ao exercício do magistério superior, o qual pode ser atribuído,
até preferencialmente, a profissionais que exibam maior qualificação, com a formação em nível de pós-graduação na área
específica, ainda que eventualmente não tenham cursado a graduação na mesma área.
Até mesmo a pessoa que venha a ser reconhecida por Universidade com curso de doutorado em área afim, como detentora
de notório saber em determinada área de conhecimento, ainda que não possua formação acadêmica, poderá ser admitida ao
magistério superior sem atender àquela exigência.
Isso bem demonstra que o exercício das funções de magistério superior é assegurado tanto ao profissional diplomado em
curso de graduação na área específica, no presente caso o Bacharelado em Biblioteconomia, sendo também perfeitamente
possível que aqueles que não possuam a graduação específica se dediquem à docência, desde que possuam formação em
nível de pós-graduação, com mestrado ou doutorado, ou sejam de reconhecido e notório saber, na respectiva área.'
Ultimamente tem sido tantas as questões levadas à Justiça Federal envolvendo os Conselhos de Fiscalização que quatro
juízes federais do Sul - Ricardo Teixeira do Valle Pereira, Luíza Hickel Gambá, Jorge Antonio Maurique e Otávio Roberto
Pamplona, escreveram especialmente o livro "Conselhos de Fiscalização Profissional - Doutrina e
Jurisprudência" ( In. Editora Revista dos Tribunais, 2001) abordando todos os aspectos envolvendo tais órgãos.
O tópico 6, é o que trata dos "Aspectos materiais da inscrição nos Conselhos de Fiscalização Profissional", de autoria Luíza
Hickel (páginas 149/193). Destaca-se do mesmo algumas decisões judiciais a respeito do tema aqui tratado. vejamos:
"Administrativo- CP 40- Edital- Limites- Exigência de inscrição no órgão de classe para assumir
cargo publico - Viabilidade. 1. Os requisitos para o concurso são estabelecidos pela
Administração, na forma que melhor convenha ao interesse publico, desde que não estabeleça
desigualdade entre os candidatos. 2. A exigência de curso superior e inscrição no respectivo
órgão de classe, para exercer cargo publico, não afeta os princípios constitucionais atinentes à
Administração Publica, inclusive o da legalidade. 3. Agravo improvido"(TRF 4a região, 3a Turma,
AG 98.04.01011446-7/RS, relatora juíza Marga Barth Tessler, DJU 17.06.1998, p.514).
7) Conclusão:
Como visto, o exercício do magistério superior não é exclusividade do profissional diplomado em curso de graduação, sendo
perfeitamente possível que aqueles que não possuam a graduação específica se dediquem à docência, desde que possuam
formação em nível de pós-graduação, com mestrado ou doutorado, ou sejam de reconhecido e notório saber numa daquelas
áreas de conhecimento.
Também aponto que em face do princípio da autonomia universitária de ensino superior tem liberdade para fixar os currículos,
conteúdos programáticos e cargas horárias de seus cursos de graduação, e para admitir ao magistério superior os professores
que ministrarão suas disciplinas, observadas apenas as disposições constitucionais e legais que regem a matéria, em
especial, as normas e as diretrizes curriculares gerais pertinentes, estabelecidas pela União na LDB.
Por conseqüência somos da opinião também que o docente universitário não está obrigado a se filiar e a manter-se filiado ao
Conselho de Fiscalização do exercício de sua profissão, pois isso não é nenhum pré-requisito para o exercício de sua
atividade, devendo este se limitar aos ditames legais estabelecidos pela Instituição Universitária, respeitados os princípios da
autonomia universitária, erigidos no artigo 207 da Constituição Federal.
É o nosso parecer.
http://www.adusp.org.br/index.php/juridico/pareceres-juridicos/155-da-inexigibilidade...tes-das-universidades-federais-e-estaduais-nos-conselhos-de-fiscalizacao-profissional (13 of 16)13/06/2013 10:52:33
Parecer sobre Inexigibilidade de inscrição nos Conselhos de Fiscalização Profissional
[2][3] (Obra citada, Forense Universitária, Rio de Janeiro, 3a. ed., 1992, p.139/140).
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