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Diário da República, 1.ª série — N.

º 172 — 3 de setembro de 2015 6815

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA n.º 2/2013, de 10 de janeiro, e nos Estatuto aprovados pela


presente lei, todos os regulamentos emanados da Ordem
Decreto do Presidente da República n.º 100/2015 dos Médicos Veterinários até à data da entrada em vigor
dos que os venham a substituir.
de 3 de setembro 3 — Os regulamentos emanados da Ordem dos Médicos
Veterinários que contrariem o disposto na Lei n.º 2/2013,
O Presidente da República decreta, nos termos do ar-
de 10 de janeiro, ou no Estatuto aprovado pela presente lei,
tigo 135.º, alínea b), da Constituição, o seguinte:
devem ser objeto de alteração no prazo de 180 dias, a contar
É ratificado o Acordo Relativo à Transferência e Mu-
tualização das Contribuições para o Fundo Único de Re- da data da entrada em vigor da presente lei, sob pena de ca-
solução, assinado em Bruxelas em 21 de maio de 2014, ducidade das disposições afetadas pela incompatibilidade.
aprovada pela Resolução da Assembleia da República 4 — A limitação de mandatos dos órgãos executivos
n.º 129/2015, em 22 de julho de 2015. consagrada no presente Estatuto apenas produz efeitos para
os órgãos eleitos após a entrada em vigor da presente lei.
Assinado em 25 de agosto de 2015.
Publique-se. Artigo 4.º
Norma revogatória
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Referendado em 28 de agosto de 2015. É revogado o artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 368/91, de 4
de outubro, alterado pela Lei n.º 117/97, de 4 de novembro.
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.
Artigo 5.º
Republicação
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA É republicado no anexo II à presente lei, da qual faz parte
integrante, o Decreto-Lei n.º 368/91, de 4 de outubro, com
Lei n.º 125/2015 a redação atual e as demais correções materiais.
de 3 de setembro
Artigo 6.º
Segunda alteração ao Estatuto da Ordem dos Médicos Veteriná- Entrada em vigor
rios, conformando-o com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro,
que estabelece o regime jurídico de criação, organização e
A presente lei entra em vigor 30 dias após a sua pu-
funcionamento das associações públicas profissionais. blicação.
A Assembleia da República decreta, nos termos da Aprovada em 3 de julho de 2015.
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: A Presidente da Assembleia da República, Maria da
Assunção A. Esteves.
Artigo 1.º
Promulgada em 13 de agosto de 2015.
Objeto
Publique-se.
A presente lei procede à segunda alteração ao Esta-
tuto da Ordem dos Médicos Veterinários, aprovado pelo O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Decreto-Lei n.º 368/91, de 4 de outubro, alterado pela Lei Referendada em 17 de agosto de 2015.
n.º 117/97, de 4 de novembro, que aprova o Estatuto da
Ordem dos Médicos Veterinários, no sentido de o adequar Pelo Primeiro-Ministro, Paulo Sacadura Cabral Portas,
à Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que estabelece o regime Vice-Primeiro-Ministro.
jurídico de criação, organização e funcionamento das as-
sociações públicas profissionais. ANEXO I

(a que se refere o artigo 2.º)


Artigo 2.º
Alteração ao Estatuto da Ordem dos Médicos Veterinários ESTATUTO DA ORDEM DOS MÉDICOS VETERINÁRIOS
O Estatuto da Ordem dos Médicos Veterinários, apro-
vado em anexo ao Decreto-Lei n.º 368/91, de 4 de outubro, CAPÍTULO I
alterado pela Lei n.º 117/97, de 4 de novembro, passa a
ter a redação constante do anexo I à presente lei e da qual Disposições gerais
faz parte integrante.
Artigo 1.º
Artigo 3.º
Definição e sede
Disposições transitórias
1 — A Ordem dos Médicos Veterinários, abreviada-
1 — A presente lei não afeta a atual composição dos mente designada Ordem, é a associação pública profis-
órgãos da Ordem dos Médicos Veterinários nem os man- sional representativa dos que, em conformidade com os
datos em curso na data da sua entrada em vigor. preceitos do presente Estatuto e das demais disposições le-
2 — Mantêm-se em vigor, com as necessárias adapta- gais aplicáveis, exercem a profissão de médico veterinário.
ções e na medida em que não contrariem o disposto na Lei 2 — A sede da Ordem é em Lisboa.
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Artigo 2.º Espaço Económico Europeu ou, sem prejuízo do disposto


Natureza, autonomia e tutela
em convenção internacional, da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa, para o acesso e o exercício da atividade
1 — A Ordem tem a natureza de pessoa coletiva de di- de medicina veterinária em território nacional;
reito público e está sujeita a um regime de direito público o) Quaisquer outras que lhe sejam cometidas por lei.
no desempenho das suas tarefas públicas.
2 — A Ordem tem personalidade jurídica e goza de 2 — A Ordem está impedida de exercer ou de participar
autonomia administrativa, financeira e patrimonial. em atividades de natureza sindical, ou que se relacionem
3 — A Ordem está sujeita a tutela do membro do Go- com a regulação das relações económicas ou profissionais
verno responsável pela área da agricultura. dos seus membros.
Artigo 5.º
Artigo 3.º
Âmbito e estrutura
Regime jurídico
1 — A Ordem tem âmbito nacional e está internamente
Em tudo o que não estiver previsto na Lei n.º 2/2013, de estruturada em delegações regionais, às quais incumbe
10 de janeiro, que estabelece o regime jurídico de criação, prosseguir as atribuições da Ordem na área respetiva.
organização e funcionamento das associações públicas pro- 2 — A Ordem compreende as seguintes delegações
fissionais, nem no presente Estatuto, são subsidiariamente regionais:
aplicáveis, com as necessárias adaptações:
a) A Delegação Regional do Norte;
a) As normas e os princípios que regem os institutos b) A Delegação Regional do Centro;
públicos, no que respeita às suas atribuições e ao exercício c) A Delegação Regional do Sul;
dos poderes públicos; e d) A Delegação Regional da Madeira;
b) As normas e os princípios que regem as associações de e) A Delegação Regional dos Açores.
direito privado, no que respeita à sua organização interna.
3 — A cada uma das delegações regionais referidas no
Artigo 4.º número anterior correspondem:
Atribuições a) À Delegação Regional do Norte, os distritos do Porto,
1 — São atribuições da Ordem: de Viana do Castelo, de Braga, de Vila Real e de Bragança;
b) À Delegação Regional do Centro, os distritos de
a) A defesa dos interesses gerais dos destinatários dos Aveiro, de Coimbra, de Viseu, da Guarda, de Castelo
serviços médico-veterinários, nomeadamente a defesa da Branco e de Leiria;
saúde pública através da salvaguarda e promoção da saúde, c) À Delegação Regional do Sul, os distritos de Lisboa,
do bem-estar animal e da segurança alimentar; de Santarém, de Portalegre, de Setúbal, de Évora, de Beja
b) A representação e a defesa dos interesses gerais da e de Faro;
profissão, da sua função social, da sua dignidade e do seu d) À Delegação Regional da Madeira, a área da Região
prestígio; Autónoma da Madeira;
c) A contribuição, em geral, para a melhoria e para o e) À Delegação Regional dos Açores, a área da Região
progresso nos domínios científico, técnico e profissional Autónoma dos Açores.
do exercício da medicina veterinária;
d) A regulação do acesso e do exercício da profissão de Artigo 6.º
médico veterinário em território nacional;
e) A concessão, em exclusivo, dos títulos profissionais Insígnias
da profissão de médico veterinário; A Ordem tem o direito a usar emblema, estandarte e selo
f) A concessão de títulos de especialização profissional próprios, de modelo aprovado pela assembleia geral, sob
no âmbito do exercício da medicina veterinária; proposta do conselho profissional e deontológico.
g) A atribuição de prémios ou títulos honoríficos;
h) A elaboração e a atualização do registo profissional; Artigo 7.º
i) O exercício do poder disciplinar;
j) A prestação de serviços aos seus membros, no que Cooperação
respeita ao exercício profissional, designadamente em re- 1 — A Ordem pode constituir associações de direito
lação à informação e à formação profissional, contribuindo privado e outras formas de cooperação com entidades
para a melhoria e o progresso nos domínios científico, afins, nacionais ou estrangeiras, especialmente no âmbito
técnico e profissional; da União Europeia, do Espaço Económico Europeu e da
k) A colaboração com as demais entidades da Adminis- Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
tração Pública na prossecução de fins de interesse público 2 — Para melhor desempenho das suas atribuições, a
relacionados com a profissão de médico veterinário; Ordem pode estabelecer acordos de cooperação com outras
l) A participação na elaboração da legislação que diga entidades públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras,
respeito ao acesso e ao exercício à profissão de médico ressalvadas as entidades de natureza sindical ou política.
veterinário; 3 — A Ordem deve prestar e solicitar às associações
m) A participação nos processos oficiais de acreditação públicas profissionais ou às autoridades administrativas
e na avaliação dos cursos que dão acesso à profissão de competentes dos outros Estados membros da União Eu-
médico veterinário; ropeia e do Espaço Económico Europeu, bem como à
n) O reconhecimento de qualificações profissionais Comissão Europeia, assistência mútua e tomar as medidas
obtidas noutro Estado membro da União Europeia, do necessárias para cooperar eficazmente, no âmbito dos pro-
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cedimentos relativos a prestadores de serviços provenientes nização de estudos anterior à aplicação do Decreto-Lei
de outros Estados membros, nos termos dos artigos 26.º a n.º 74/2006, de 24 de março, alterado pelos Decretos-Leis
29.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e do n.º 2 n.os 107/2008, de 25 de junho, 230/2009, de 14 de setembro,
do artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada e 115/2013, de 7 de agosto;
pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 b) Mestre em medicina veterinária por uma instituição
de maio, nomeadamente através do Sistema de Informação de ensino superior portuguesa no quadro da organiza-
do Mercado Interno. ção de estudos decorrente da aplicação do Decreto-Lei
4 — Em matéria de reconhecimento das qualificações n.º 74/2006, de 24 de março, alterado pelos Decretos-Leis
profissionais, a Ordem exerce as competências previstas n.os 107/2008, de 25 de junho, 230/2009, de 14 de setembro,
no artigo 47.º e no n.º 2 do artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, e 115/2013, de 7 de agosto;
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de c) Titular de grau académico superior estrangeiro em
agosto, e 25/2014, de 2 de maio. medicina veterinária a que tenha sido conferida equivalên-
cia aos graus a que se referem as alíneas a) e b);
Artigo 8.º d) Profissional nacional de Estado membro da União
Europeia ou do Espaço Económico Europeu cujas qualifi-
Capacidade e representação
cações profissionais tenham sido obtidas fora de Portugal,
1 — A Ordem goza de capacidade jurídica e judiciária nos termos do artigo 61.º
para a prática de todos os atos jurídicos, o gozo de todos
os direitos e a sujeição a todas as obrigações necessárias 2 — A inscrição de nacionais de Estados terceiros de-
à prossecução dos respetivos fins e atribuições, sem pre- pende igualmente da demonstração de tratamento recíproco.
juízo das limitações estabelecidas no número seguinte em
matéria de processo penal. Artigo 12.º
2 — A Ordem pode constituir-se assistente nos proces-
Membros extraordinários
sos penais para defesa de direitos ou interesses do exercício
da atividade veterinária, bem como dos seus membros, em 1 — Podem ser membros honorários da Ordem as pes-
todos os casos relacionados com o exercício da profissão soas singulares ou coletivas, nacionais ou estrangeiras,
ou com o exercício dos cargos nos seus órgãos, salvo que, por relevantes atividades desenvolvidas no âmbito
quando se trate de factos que envolvam responsabilidade das ciências veterinárias ou da profissão veterinária, sejam
disciplinar. consideradas merecedoras de tal distinção.
3 — A Ordem é representada em juízo e fora dele pelo 2 — Podem ser membros correspondentes da Ordem as
bastonário ou pelos presidentes dos conselhos regionais, personalidades que, no estrangeiro, tenham desenvolvido
quando se trate de atos da responsabilidade das respetivas papel de relevo nas ciências veterinárias.
delegações.
Artigo 9.º Artigo 13.º
Controlo jurisdicional Inscrição

1 — Os litígios emergentes do exercício de poderes 1 — O procedimento de inscrição dos membros efetivos


públicos pelos órgãos da Ordem encontram-se sujeitos à e de admissão dos membros extraordinários tem lugar nos
jurisdição administrativa e fiscal, nos termos das respetivas termos de regulamento a aprovar pela assembleia geral,
leis de processo e da demais legislação aplicável. no respeito pelo disposto no presente Estatuto e demais
2 — Os atos praticados pelos órgãos da Ordem no legislação aplicável.
exercício de poderes públicos admitem ainda os recursos 2 — Compete ao conselho diretivo deliberar sobre os
administrativos previstos no presente Estatuto. pedidos de inscrição de membros efetivos.
3 — Salvo disposição em contrário, o prazo de interpo- 3 — A admissão de membros extraordinários é da com-
sição dos recursos administrativos é de 30 dias. petência do conselho diretivo, sob parecer favorável do
conselho profissional e deontológico.
CAPÍTULO II Artigo 14.º
Membros da Ordem Cancelamento da inscrição
É cancelada a inscrição na Ordem:
Artigo 10.º
a) Aos membros que o requererem;
Categorias de membros
b) Aos membros que tenham sido punidos com a sanção
1 — A Ordem tem membros efetivos e extraordinários. disciplinar de expulsão.
2 — Os membros extraordinários podem ser honorários
ou correspondentes. Artigo 15.º
Suspensão da inscrição
Artigo 11.º
É suspensa a inscrição na Ordem:
Membros efetivos
a) Aos membros que o requererem;
1 — Podem inscrever-se na Ordem, como membros
b) Aos membros que tenham sido punidos com a sanção
efetivos, aqueles que reúnam uma das seguintes condições:
disciplinar de suspensão;
a) Licenciado em medicina veterinária por uma insti- c) Aos membros que fiquem em situação de incompatibi-
tuição de ensino superior portuguesa no quadro da orga- lidade com o exercício da profissão de médico veterinário.
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Artigo 16.º para o efeito em cursos de atualização, seminários, confe-


Direitos dos membros efetivos da Ordem
rências e outras atividades científicas e culturais;
b) Não emitir atestados que não correspondam integral-
Constituem direitos dos membros efetivos da Ordem: mente à verdade;
a) Exercer a profissão de médico veterinário em todo c) Recusar participar em intervenções destinadas a,
o território nacional; ilegitimamente, obter rendimentos biológicos superiores
b) Gozar de todos os benefícios, regalias e serviços às reais capacidades dos animais ou a atribuir-lhes quali-
prestados pela Ordem, de acordo com o presente Estatuto dades fictícias;
e com regulamentos aplicáveis; d) Não dar consultas nem prescrever medicamentos ou
c) Requerer a emissão de cédula profissional e outros tratamentos a animais que não observaram pessoalmente,
documentos comprovativos da sua capacidade para o exer- salvo no caso de justificada urgência;
cício da atividade veterinária; e) Abster-se de colaborar em atividades ilegais de pes-
d) Eleger e, no caso de membro que seja pessoa singular, soas não habilitadas para o exercício da medicina vete-
ser eleito para os órgãos da Ordem, nos termos previstos rinária;
no presente Estatuto; f) Não participar, de qualquer forma, em atividades que
e) Participar nas atividades da Ordem, quer no exercício ponham em risco espécies raras ou em vias de extinção ou
dos mandatos para que tenham sido eleitos ou designados, que alterem de forma grave os equilíbrios biológicos;
quer em todas as iniciativas por ela organizadas; g) Recusar os serviços sempre que lhe sejam exigidas
f) Solicitar a intervenção da Ordem na defesa dos seus tarefas que ultrapassem as suas capacidades ou disponi-
direitos e interesses profissionais; bilidades;
g) Reclamar e recorrer das deliberações e decisões dos h) Abster-se de executar ou de participar em experiên-
órgãos da Ordem. cias científicas sem utilidade para a investigação ou para
o ensino e naquelas em que se verifiquem crueldades ou
em que o sofrimento dos animais não seja atenuado pelos
CAPÍTULO III meios tecnicamente adequados;
i) Executar as suas tarefas com competência e zelo,
Deontologia profissional não abandonando, sem justificação, tarefas ou cargos que
aceite desempenhar;
Artigo 17.º j) Abster-se da prática de atos de publicidade da sua
Deveres dos membros efetivos da Ordem em geral atividade que não assentem em informação objetiva e
verdadeira ou que violem quaisquer deveres deontológicos
1 — São deveres dos membros efetivos da Ordem, em
ou as normas legais sobre publicidade e concorrência;
geral:
k) Guardar segredo profissional.
a) Participar na vida institucional da Ordem;
b) Pagar as quotas; 2 — Para o efeito do disposto na alínea k) do número
c) Contribuir para o prestígio da Ordem; anterior, o segredo profissional abrange o conjunto de fac-
d) Outros previstos na lei. tos de caráter reservado referentes a assuntos profissionais
que lhe tenha sido revelado pelo cliente, ou conhecido
2 — É ainda dever dos membros efetivos da Ordem no exercício da profissão ou no desempenho de cargo na
exercer a sua atividade com os adequados conhecimentos Ordem.
científicos e técnicos, o respeito pela vida animal, a pros- 3 — Cessa a obrigação do segredo profissional sempre
secução da sanidade animal e a colaboração na defesa da que:
saúde pública, de acordo com as normas legais, éticas e
deontológicas aplicáveis. a) A lei o determine ou o interessado o autorize;
3 — Os membros efetivos da Ordem estão sujeitos, em b) A defesa da dignidade, dos direitos e interesses le-
especial, a deveres e obrigações para com a comunidade, gítimos do médico veterinário ou do cliente o imponha,
para com os utentes dos serviços, para com a Ordem e para desde que tal seja reconhecido pelo conselho profissional
com os outros membros da Ordem. e deontológico;
4 — A deontologia profissional dos veterinários é ob- c) Estando em causa factos cujo conhecimento adveio
jeto do código deontológico veterinário, que desenvolve da titularidade de cargo na Ordem, tal seja reconhecido
os princípios constantes dos artigos seguintes do presente pelo respetivo órgão ou, sendo este singular, pelo conselho
Estatuto. profissional e deontológico.
5 — O código deontológico veterinário é aprovado pela
assembleia geral, sob proposta do conselho profissional Artigo 19.º
e deontológico. Deveres dos membros efetivos para com a Ordem

Artigo 18.º Sem prejuízo do disposto no código deontológico ve-


terinário, constituem deveres dos membros efetivos da
Deveres dos membros efetivos da Ordem Ordem para com esta:
para com a comunidade e os utentes
a) Não prejudicar os fins e o prestígio da Ordem e da
1 — Sem prejuízo do disposto no código deontológico atividade médico-veterinária;
veterinário, constituem deveres dos membros efetivos da
b) Respeitar o presente Estatuto, o código deontológico
Ordem para com a comunidade e os utentes dos serviços:
veterinário e os outros regulamentos;
a) Manter permanentemente aperfeiçoados e atualizados c) Cumprir as decisões e deliberações dos órgãos da
os seus conhecimentos científicos e técnicos, participando Ordem;
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d) Colaborar na prossecução das atribuições da Ordem e 3 — O exercício das funções executivas, disciplinares
exercer os cargos para que tenha sido eleito ou designado; e de fiscalização em órgãos da Ordem é incompatível
e) Pagar as quotas e outros montantes devidos à Ordem entre si.
que sejam estabelecidos pelos órgãos competentes; 4 — Nenhum membro pode ser eleito para o exercício
f) Comunicar, no prazo máximo de 30 dias, a mudança simultâneo de dois cargos em órgãos da Ordem, no mesmo
de domicílio ou da sua situação profissional. mandato.
5 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, o
Artigo 20.º exercício de cargo na Ordem é incompatível com o exer-
cício de quaisquer funções dirigentes na Administração
Deveres recíprocos dos membros da Ordem
Pública e com qualquer outra função com a qual se veri-
Sem prejuízo do disposto no código deontológico ve- fique um manifesto conflito de interesses.
terinário, constituem deveres dos membros da Ordem nas 6 — A qualidade de membro do congresso e da as-
suas relações recíprocas: sembleia regional não é incompatível com o exercício de
funções dirigentes na Administração Pública.
a) Proceder de forma leal e urbana;
b) Não ofender, de forma direta ou indireta, a reputação
Artigo 23.º
de outro médico veterinário, sem prejuízo dos direitos de
crítica e de denúncia de factos violadores dos princípios Duração dos mandatos
deontológicos; Os titulares dos órgãos da Ordem são eleitos para man-
c) Substituir outro médico veterinário em caso de fé- datos de quatro anos, podendo ser reeleitos apenas por uma
rias, doença ou outro impedimento temporário, desde que, vez para as mesmas funções.
nas circunstâncias concretas, tal lhe seja legitimamente
exigível;
Artigo 24.º
d) Não aceitar trabalhos de que outro médico veterinário
tenha sido encarregado, sem esclarecimento dos motivos Apresentação de candidaturas
da situação e do conhecimento da regularização contratual 1 — A eleição para os órgãos da Ordem depende da
anterior; apresentação de propostas de candidatura, que deve ser
e) Abster-se, em concorrência com os outros médicos efetuada perante o presidente da mesa da assembleia ge-
veterinários, da prática de atos que não respeitem a dig- ral ou perante os presidentes das assembleias regionais,
nidade da profissão; consoante se trate de eleição para os órgãos nacionais ou
f) Remunerar de uma forma justa os médicos veteriná- de eleição para os órgãos regionais.
rios seus colaboradores e, bem assim, contribuir para a sua 2 — As candidaturas, as quais são individualizadas para
atualização e para o seu aperfeiçoamento profissionais. cada órgão, devem ser apresentadas com a antecedência de
60 dias em relação à data designada para as eleições.
3 — As propostas são subscritas por um mínimo de
CAPÍTULO IV 50 ou de 25 médicos veterinários com inscrição em vigor
consoante se trate, respetivamente, de candidaturas para
Órgãos da Ordem
os órgãos nacionais ou para os órgãos regionais.
4 — Se até à data referida no n.º 2 não tiverem sido
SECÇÃO I apresentadas candidaturas para todos os órgãos, deve tal
Disposições gerais
omissão ser suprida pelo conselho diretivo e pelos conse-
lhos regionais, consoante se trate de órgãos nacionais ou
regionais, até 30 dias em relação à data designada para
Artigo 21.º
as eleições.
Órgãos da Ordem 5 — As propostas de candidaturas devem conter a iden-
São órgãos da Ordem: tificação dos proponentes e dos candidatos, com indicação
dos respetivos números da cédula profissional e residência,
a) O congresso; bem como a declaração de aceitação da candidatura pelos
b) A assembleia geral; candidatos, a indicação do candidato a presidente do res-
c) O conselho profissional e deontológico; petivo órgão e as linhas gerais do respetivo programa.
d) O conselho diretivo;
e) O bastonário; Artigo 25.º
f) O conselho fiscal;
Data das eleições
g) As assembleias regionais;
h) Os conselhos regionais. 1 — As eleições para os diversos órgãos da Ordem
realizam-se entre 1 e 20 de dezembro, na data que for
Artigo 22.º designada pelo presidente da mesa da assembleia geral.
2 — A assembleia eleitoral é convocada pelo presidente
Elegibilidade
da mesa da assembleia geral em funções, por meio de
1 — Podem ser eleitos para os órgãos da Ordem os anúncios publicados em dois jornais diários de grande
médicos veterinários com inscrição em vigor e no pleno circulação e no sítio na Internet da Ordem, com a ante-
exercício dos seus direitos. cedência mínima de 30 dias em relação à data designada
2 — Só podem ser eleitos membros do conselho profis- para as eleições.
sional e deontológico os membros efetivos da Ordem com 3 — As eleições para os órgãos nacionais e para os
mais de 10 anos de exercício de profissão. órgãos regionais têm lugar na mesma data.
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Artigo 26.º Artigo 30.º


Comissão eleitoral Efeitos das sanções disciplinares
1 — Com a marcação da data das eleições, é designada 1 — O mandato de qualquer membro dos órgãos da
uma comissão eleitoral, com a seguinte composição: Ordem cessa quando o respetivo titular seja punido dis-
ciplinadamente com sanção superior à de repreensão
a) O presidente da mesa da assembleia geral em funções, registada e por efeito do trânsito em julgado da respetiva
que preside; decisão.
b) Um representante do conselho diretivo; 2 — Em caso de suspensão preventiva, nos termos do
c) Um representante do conselho profissional e deon- artigo 95.º, ou de decisão disciplinar de que seja interposto
tológico; recurso, o titular fica suspenso do exercício de funções até
d) Um representante do conselho fiscal. decisão com trânsito em julgado.
2 — À comissão eleitoral compete: Artigo 31.º
a) Confirmar a boa organização dos ficheiros de inscri- Substituições
tos e mandar afixar os cadernos eleitorais;
b) Apreciar as reclamações sobre os cadernos eleitorais; 1 — No caso de cessação do mandato, por renúncia,
c) Verificar a regularidade das candidaturas; por motivo disciplinar ou por morte, do presidente de
d) Promover a fiscalização do processo eleitoral; órgão colegial da Ordem, o respetivo órgão, na primeira
e) Decidir as reclamações sobre o processo eleitoral. reunião ordinária subsequente ao facto, elege de entre
os seus membros um novo presidente e coopta um novo
3 — Dos atos da comissão eleitoral cabe recurso para membro.
o conselho profissional e deontológico. 2 — No caso de cessação do mandato, por renúncia,
por motivo disciplinar ou por morte, de outros membros
Artigo 27.º de órgãos colegiais da Ordem, o respetivo órgão coopta
um novo membro.
Assembleia eleitoral 3 — Nos casos previstos nos números anteriores, os
1 — A assembleia eleitoral funciona em secções de voto, substitutos exercem funções até ao termo do mandato do
uma em cada delegação regional, assumindo as mesas das respetivo antecessor.
assembleias regionais as funções de mesas de voto.
2 — Quando tal se justifique, a comissão eleitoral pode SECÇÃO II
constituir outras secções de voto, fixando a composição
das mesas de voto respetivas. Do congresso
3 — A convocatória da assembleia eleitoral fixa o ho-
rário de funcionamento das secções de voto, por período Artigo 32.º
não inferior a seis horas. Composição e organização

Artigo 28.º 1 — O congresso é o órgão consultivo de âmbito na-


cional, constituído por todos os membros da Ordem e
Voto por outras pessoas que, satisfazendo as condições fixadas
1 — Apenas têm direito de voto os médicos veteriná- em regulamento aprovado pela assembleia geral, nele se
inscrevam.
rios com inscrição em vigor e no pleno exercício dos seus
2 — O congresso é organizado pelo conselho diretivo
direitos.
em conjunto com o conselho regional em cuja área o
2 — O voto é secreto, podendo ser exercido presencial-
mesmo se realize.
mente ou por correspondência, caso em que é dirigido ao
presidente da respetiva mesa de voto.
Artigo 33.º
3 — No caso de voto por correspondência, o boletim
é encerrado em sobrescrito acompanhado de carta com o Competência
nome e a assinatura do votante reconhecida ou acompa- Compete ao congresso:
nhada de fotocópia do seu documento de identificação
civil. a) Tomar posição sobre o exercício da medicina vete-
4 — Por deliberação da assembleia geral, podem ser rinária, seu estatuto e garantia;
estabelecidos outros meios, nomeadamente eletrónicos, b) Pronunciar-se sobre questões de natureza científica,
de exercício do direito de voto. técnica e profissional;
c) Aprovar recomendações de caráter associativo e pro-
Artigo 29.º fissional;
d) Elaborar e aprovar o seu regimento.
Renúncia ao cargo e suspensão temporária
do exercício de funções
Artigo 34.º
1 — Quando sobrevenha motivo relevante, o membro
Reuniões
de órgão da Ordem pode solicitar ao conselho profissional
e deontológico a aceitação de renúncia ou de suspensão 1 — O congresso reúne, ordinariamente, de dois em
temporária do exercício de funções. dois anos e, extraordinariamente, quando for convocado
2 — O pedido deve ser fundamentado, não podendo a pelo conselho diretivo, por sua iniciativa ou a solicitação
suspensão ter duração superior a seis meses. do conselho profissional e deontológico.
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6821

2 — O congresso reúne, preferencialmente, de forma Artigo 38.º


alternada em cada uma das áreas correspondentes às de- Mesa da assembleia geral
legações regionais da Ordem.
3 — Os trabalhos do congresso são dirigidos pela mesa A mesa da assembleia geral é constituída pelo presi-
da assembleia geral. dente, por um vice-presidente e por um secretário, eleitos
pela assembleia geral.
Artigo 35.º
Artigo 39.º
Funcionamento
Reuniões ordinárias
O congresso funciona nos termos do seu regimento, o
qual é aprovado pela assembleia geral, sob proposta do 1 — A assembleia geral reúne ordinariamente para a
conselho diretivo e após parecer do conselho profissional eleição da respetiva mesa e para a discussão e aprovação do
e deontológico. plano de atividades, do orçamento e do relatório e contas.
2 — A assembleia geral destinada à discussão e apro-
vação do plano de atividades e do orçamento reúne na
SECÇÃO III primeira quinzena de dezembro do ano anterior ao do
exercício a que disserem respeito, realizando-se a assem-
Da assembleia geral bleia geral destinada à discussão e aprovação do relatório
e contas na primeira quinzena de abril do ano imediato ao
Artigo 36.º do respetivo exercício.
Composição
Artigo 40.º
1 — A assembleia geral é a assembleia representativa de Reuniões extraordinárias
todos os médicos veterinários, eleita por sufrágio universal,
direto, secreto e periódico. A assembleia geral reúne extraordinariamente quando
2 — A assembleia geral é composta por representantes os interesses superiores da Ordem o aconselhem, por ini-
eleitos através do sistema de representação proporcional ciativa da respetiva mesa, do conselho profissional e deon-
em círculos territoriais correspondentes a cada uma das tológico, do conselho diretivo, do conselho fiscal, de uma
delegações regionais, de acordo com o número de médicos das assembleias regionais, ou de um terço dos médicos
veterinários com inscrição em vigor e domicílio profissio- veterinários com assento na assembleia geral.
nal na área da respetiva delegação.
3 — Em cada círculo territorial correspondente a uma Artigo 41.º
delegação regional é eleito um representante por cada Convocatória
300 médicos veterinários com inscrição em vigor e domi-
cílio profissional na área da respetiva delegação. As reuniões da assembleia geral são convocadas pelo
4 — Se o número de médicos veterinários com ins- presidente da respetiva mesa, nos termos previstos no Có-
crição em vigor e domicílio profissional na área de uma digo do Procedimento Administrativo para a convocatória
delegação regional for inferior a 300, os mesmos elegem de órgãos colegiais.
um representante.
SECÇÃO IV
Artigo 37.º Do conselho profissional e deontológico
Competência
Artigo 42.º
Compete à assembleia geral:
Composição
a) Eleger e destituir a mesa da assembleia geral;
b) Aprovar as propostas de plano de atividades e de 1 — O conselho profissional e deontológico é o órgão
orçamento apresentadas pelo conselho diretivo; jurisdicional e de supervisão da Ordem e é composto por
c) Aprovar o relatório e contas apresentados pelo con- sete membros eleitos por sufrágio universal, direto, secreto
selho diretivo; e periódico e por método de representação proporcional ao
d) Deliberar sobre as propostas de alteração ao presente número de votos obtidos pelas listas candidatas.
Estatuto; 2 — As listas de candidatura devem incluir associados
e) Apreciar a atividade dos órgãos nacionais e aprovar inscritos em cada uma das delegações regionais, de entre
moções e recomendações de caráter profissional e asso- membros de reconhecido prestígio e mérito profissional.
ciativo; 3 — Na primeira reunião de cada mandato, o conselho
f) Fixar o valor das quotas e das taxas; profissional e deontológico elege, de entre os seus mem-
g) Aprovar os regulamentos necessários à prossecução bros, um vice-presidente e um secretário.
dos fins da Ordem;
h) Pronunciar-se sobre quaisquer assuntos que lhe sejam Artigo 43.º
apresentados pelos outros órgãos; Competência
i) Deliberar sobre todos os assuntos que não estejam
Compete ao conselho profissional e deontológico:
compreendidos nas competências específicas dos restantes
órgãos da Ordem; a) Julgar os recursos interpostos com fundamento em
j) Elaborar e aprovar o seu regimento. ilegalidade de atos dos outros órgãos da Ordem;
6822 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

b) Resolver os conflitos negativos ou positivos de com- o) Exercer as competências em matéria de cooperação


petência entre os órgãos da Ordem; e de reconhecimento das qualificações profissionais;
c) Deliberar sobre os pedidos de escusa, de renúncia e de p) Fixar a sede das delegações regionais, ouvidos os
suspensão temporária de membros dos órgãos da Ordem; respetivos órgãos regionais;
d) Exercer o poder disciplinar sobre os membros da q) Fixar a percentagem do montante das quotas a atri-
Ordem; buir às delegações regionais, ouvidos os respetivos órgãos
e) Emitir os pareceres que lhe sejam solicitados pelos regionais;
outros órgãos da Ordem; r) Elaborar e aprovar o seu regimento;
f) Elaborar e aprovar o seu regimento; s) Exercer as demais competências que a lei ou os re-
g) Exercer as demais competências que lhe sejam atri- gulamentos lhe atribuam.
buídas por lei, pelo presente Estatuto e pelos seus regu-
lamentos. 2 — Salvo quanto às matérias previstas nas alíneas b),
c), e), f), i), l), m), o), p) e r) do número anterior, o conselho
SECÇÃO V diretivo pode delegar em qualquer dos seus membros as
Do conselho diretivo suas competências.
3 — Dos atos praticados no exercício da competência
Artigo 44.º delegada, nos termos do número anterior, cabe recurso
para o conselho diretivo.
Composição
1 — O conselho diretivo é o órgão executivo da Ordem Artigo 46.º
e é composto por sete membros eleitos por sufrágio uni- Reuniões
versal, direto, secreto e periódico.
2 — As listas candidatas à eleição do conselho diretivo O conselho diretivo reúne, ordinariamente, nos dias
devem incluir associados inscritos em todas as delegações previamente definidos pelo seu presidente e, extraordina-
regionais. riamente, mediante convocação do seu presidente, por ini-
3 — O primeiro elemento da lista mais votada é o pre- ciativa deste ou a solicitação da maioria dos seus membros.
sidente do conselho diretivo.
4 — Na primeira reunião de cada mandato, o conse- SECÇÃO VI
lho diretivo elege, de entre os seus membros, um vice-
-presidente, um secretário e um tesoureiro. Do bastonário

Artigo 45.º Artigo 47.º


Competência Definição

1 — Compete ao conselho diretivo: O bastonário representa a Ordem e é o presidente do


conselho diretivo.
a) Dirigir os serviços da Ordem de âmbito nacional;
b) Definir a posição da Ordem perante os órgãos de Artigo 48.º
soberania e a Administração Pública em tudo o que se
relacione com a prossecução das suas atribuições; Competência
c) Emitir parecer sobre projetos de diplomas legislativos 1 — Compete ao bastonário:
ou regulamentares que interessem ao exercício da profissão
de médico veterinário e propor as alterações que entenda a) Representar a Ordem em juízo e fora dele;
convenientes; b) Zelar pelo cumprimento do presente Estatuto e dos
d) Executar as deliberações da assembleia geral; regulamentos da Ordem;
e) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia geral c) Exercer as competências que lhe sejam delegadas
o plano de atividades, o orçamento, o relatório e as contas pelo conselho diretivo;
anuais; d) Exercer qualquer competência do conselho diretivo
f) Deliberar sobre os pedidos de inscrição na Ordem e em casos de urgência.
emitir as respetivas cédulas profissionais;
g) Cobrar as receitas da Ordem e autorizar as despesas; 2 — Os atos praticados pelo bastonário no exercício
h) Desenvolver as relações da Ordem com instituições da competência prevista na alínea d) do número anterior
nacionais ou estrangeiras da mesma natureza; devem ser sujeitos a ratificação do conselho diretivo na
i) Propor à assembleia geral o valor das quotas, taxas e primeira reunião que se efetuar após a sua prática.
outros encargos a pagar pelos membros da Ordem;
j) Elaborar e manter atualizado o ficheiro dos membros SECÇÃO VII
da Ordem;
k) Administrar o património da Ordem; Do conselho fiscal
l) Aprovar, após audição dos conselhos regionais e pa-
recer do conselho profissional e deontológico, os regula- Artigo 49.º
mentos necessários à execução do presente Estatuto e à Composição
prossecução das atribuições da Ordem;
m) Elaborar e aprovar o seu regimento; 1 — O conselho fiscal é composto por um presidente e
n) Organizar e fazer publicar uma revista de especia- por um vogal, eleitos por sufrágio universal, direto, secreto
lidade e um boletim periódico, como órgão informativo e periódico e por método de representação proporcional ao
da Ordem; número de votos obtidos pelas listas candidatas.
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6823

2 — Os membros do conselho fiscal são médicos vete- para a discussão e aprovação do plano de atividades, do
rinários com inscrição em vigor na Ordem. orçamento regional e do relatório e contas regionais.
3 — O conselho fiscal integra ainda um Revisor Oficial 2 — À convocação e ao funcionamento da assembleia
de Contas, designado pela assembleia geral. regional aplica-se, com as necessárias adaptações, o regime
estabelecido para a assembleia geral.
Artigo 50.º
Competência
SECÇÃO IX
Compete ao conselho fiscal:
Dos conselhos regionais
a) Apreciar bimestralmente a contabilidade da Ordem,
quer a de âmbito nacional quer a respeitante às delegações Artigo 55.º
regionais;
Composição
b) Emitir parecer sobre o orçamento e o relatório e
contas anuais apresentados pelo conselho diretivo e pelos 1 — Em cada delegação regional, funciona um conse-
conselhos regionais; lho regional, constituído por cinco membros eleitos pela
c) Apresentar ao conselho diretivo e aos conselhos regio- respetiva assembleia regional por método de representa-
nais as propostas que considerar adequadas para a melhoria ção proporcional ao número de votos obtidos pelas listas
da situação patrimonial e financeira da Ordem; candidatas.
d) Emitir os pareceres que lhe sejam solicitados pelos 2 — O primeiro elemento da lista mais votada é o pre-
outros órgãos da Ordem; sidente do conselho regional.
e) Elaborar e aprovar o seu regimento; 3 — Na primeira reunião de cada quadriénio, cada con-
f) Exercer as demais competências que lhe sejam atribuídas selho regional elege, de entre os seus membros, o vice-
pelo presente Estatuto, pela lei e pelos regulamentos. -presidente, o secretário e o tesoureiro.

SECÇÃO VIII Artigo 56.º


Das assembleias regionais Competência

Artigo 51.º 1 — Compete ao conselho regional:


Composição a) Representar a delegação regional;
b) Dirigir os serviços da delegação regional e adminis-
Em cada delegação regional, funciona uma assembleia trar o património a ela afeto;
regional, constituída por todos os médicos veterinários c) Elaborar e submeter à aprovação da respetiva as-
inscritos nessa delegação. sembleia regional o plano de atividades, o orçamento e o
relatório e contas anuais;
Artigo 52.º d) Cooperar com os demais órgãos da Ordem na pros-
Competência secução das suas atribuições;
e) Instruir os pedidos de inscrição na Ordem e enviá-los
Compete à assembleia regional: para deliberação do conselho diretivo com o seu parecer;
a) Eleger a sua mesa; f) Manter atualizado o registo dos membros da Ordem
b) Eleger o respetivo conselho regional; com domicílio profissional na respetiva área geográ-
c) Aprovar, sob proposta do respetivo conselho regional, fica;
o plano de atividades, o orçamento e o relatório e contas g) Convocar as reuniões da assembleia regional;
anuais; h) Enviar, no prazo de 15 dias após a sua aprovação
d) Apreciar a atividade do respetivo conselho regional pela respetiva assembleia regional, o plano de atividades,
e aprovar moções e recomendações de caráter profissional o orçamento e o relatório e contas anuais;
e associativo; i) Executar as deliberações da respetiva assembleia
e) Apresentar propostas aos órgãos nacionais; regional;
f) Deliberar sobre os assuntos que lhe sejam apresen- j) Emitir os pareceres solicitados pelos demais órgãos
tados pelo respetivo conselho regional ou pelo conselho da Ordem;
diretivo; k) Zelar pelo cumprimento do presente Estatuto e dos
g) Elaborar e aprovar o seu regimento. respetivos regulamentos;
l) Cobrar as receitas da delegação regional e autorizar
Artigo 53.º as despesas;
m) Desenvolver as ações necessárias à prossecução das
Mesa da assembleia regional
atribuições da Ordem no que respeita à sua área geográfica;
A mesa da assembleia regional é constituída por um n) Elaborar e aprovar o seu regimento.
presidente, por um vice-presidente e por um secretário.
2 — Salvo quanto às matérias previstas nas alíneas c), e),
Artigo 54.º g), j) e n) do número anterior, o conselho regional pode de-
legar em qualquer dos seus membros as suas competências.
Funcionamento
3 — Dos atos praticados no exercício de competências
1 — A assembleia regional reúne ordinariamente para a delegadas nos termos do número anterior cabe recurso para
eleição da respetiva mesa do conselho regional, bem como o conselho regional.
6824 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

Artigo 57.º Artigo 61.º


Reuniões Profissionais da União Europeia e do Espaço Económico
Europeu — Direito de estabelecimento
O conselho regional reúne nos termos previstos para o
conselho diretivo, com as necessárias adaptações. 1 — O reconhecimento das qualificações profissionais
de nacional de Estado membro da União Europeia ou
do Espaço Económico Europeu obtidas fora de Portugal,
CAPÍTULO V para a sua inscrição como membro da Ordem, é regulado
Exercício da medicina veterinária pela Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis
n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, sem
prejuízo de condições especiais de reciprocidade caso as
Artigo 58.º
qualificações em causa tenham sido obtidas fora da União
Medicina veterinária Europeia ou do Espaço Económico Europeu.
A medicina veterinária consiste na atividade cujo cor- 2 — O profissional que pretenda inscrever-se na Ordem
reto e eficaz desempenho depende de o seu autor reunir nos termos do número anterior e que preste serviços, de
os requisitos previstos na lei e traduz-se nas ações que forma subordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio
visam o bem-estar e a saúde animal, a higiene pública ou que atue como administrador ou gerente no Estado
veterinária, a inspeção de produtos de origem animal e membro de origem, no âmbito de organização associa-
a melhoria zootécnica da produção de espécies animais, tiva de profissionais, observado o disposto no n.º 4 do
nomeadamente: artigo 37.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, deve iden-
tificar a organização em causa no pedido apresentado nos
a) Ações no âmbito da saúde animal, designadamente, termos do artigo 47.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março,
na prevenção e na erradicação de zoonoses; alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014,
b) Assistência clínica a animais; de 2 de maio.
c) Inspeção higio-sanitária de animais e seus produtos; 3 — Caso o facto a comunicar nos termos do número
d) Assistência zootécnica à criação de animais; anterior ocorra após a apresentação do pedido de reconheci-
e) Assistência tecnológica a indústrias de produtos ani- mento de qualificações, deve a organização associativa em
mais; causa ser identificada perante a Ordem no prazo máximo
f) Ações no âmbito da higiene pública veterinária, no- de 60 dias.
meadamente no campo dos alimentos; 4 — O médico veterinário da União Europeia ou do
g) Peritagem em assuntos que estejam intimamente Espaço Económico Europeu que tenha sido suspenso ou
ligados com a atividade veterinária; proibido de exercer a profissão, pela organização profis-
h) Formulação de pareceres técnicos sobre assuntos do sional do Estado membro de origem, fica automaticamente
âmbito das disciplinas científicas universitárias propedêu- impedido de exercer a sua atividade em Portugal, com o
ticas ou clínicas veterinárias realizadas pelo veterinário; seu título profissional de origem, enquanto durar aquela
i) Quaisquer outras ações que, atentas as circunstâncias, suspensão ou proibição.
devam ser realizadas por pessoas com a formação cien-
tífica, técnica e profissional especializada no âmbito das
ciências veterinárias. Artigo 62.º
Profissionais da União Europeia e do Espaço Económico
Artigo 59.º Europeu — Livre prestação de serviços

Exercício da profissão 1 — Os profissionais legalmente estabelecidos nou-


tro Estado membro da União Europeia ou do Espaço
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 61.º e 62.º, Económico Europeu e que aí desenvolvam atividade
só os médicos veterinários com inscrição em vigor na comparável à atividade profissional de médico veteriná-
Ordem podem exercer, no território nacional, a profissão rio, podem exercê-la, de forma ocasional e esporádica,
de médico veterinário. em território nacional, em regime de livre prestação de
2 — O exercício da profissão de médico veterinário em serviços, nos termos da Lei n.º 9/2009, de 4 de março,
infração ao disposto no número anterior constitui crime alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e
de usurpação de funções, punido nos termos do disposto 25/2014, de 2 de maio.
na alínea b) do artigo 358.º do Código Penal. 2 — Os profissionais referidos no número anterior são
equiparados a médicos veterinários, para todos os efeitos
Artigo 60.º legais, exceto quando o contrário resulte das disposições
Modos de exercício da profissão em causa.
3 — O profissional que preste serviços, de forma su-
A profissão de médico veterinário pode ser exercida:
bordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio ou que
a) Por conta própria, como profissional independente atue como administrador ou gerente no Estado membro de
ou como empresário em nome individual; origem, no âmbito de organização associativa de profissio-
b) Como sócio, administrador ou gerente de uma so- nais, e que pretenda exercer a sua atividade profissional
ciedade de profissionais com atividade no domínio da em território nacional nessa qualidade, em regime de livre
medicina veterinária; prestação de serviços, deve identificar perante a Ordem a
c) Como trabalhador em funções públicas, independen- organização associativa, por conta da qual presta serviços,
temente da natureza do seu vínculo; na declaração referida no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009, de
d) Como trabalhador de uma pessoa singular, ainda que 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de
esta não seja médica veterinária, ou de uma pessoa coletiva. agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6825

Artigo 63.º d) Gestor público;


Sociedades de profissionais
e) Quaisquer outras que por lei sejam consideradas
incompatíveis com o exercício da medicina veterinária.
1 — Os médicos veterinários estabelecidos em territó-
rio nacional podem exercer em grupo a profissão, desde 2 — Os membros da Ordem em situação de incompati-
que constituam ou ingressem como sócios em sociedades bilidade, nos termos do número anterior, devem requerer
profissionais de médicos veterinários. a suspensão da sua inscrição, no prazo máximo de 30 dias
2 — Podem ainda ser sócios de sociedades de profis- após a verificação ou o conhecimento do facto que gera
sionais de médicos veterinários: incompatibilidade.
3 — Após cessar a situação de incompatibilidade, o
a) As sociedades de profissionais de médicos veteriná-
membro da Ordem deve dar-lhe conhecimento dessa cir-
rios, previamente constituídas e inscritas como membros
cunstância no prazo máximo de 30 dias.
da Ordem;
b) As organizações associativas de profissionais equi-
paradas a médicos veterinários, constituídas noutro Estado Artigo 65.º
membro da União Europeia ou do Espaço Económico Impedimentos
Europeu, cujo capital e direitos de voto caibam maiorita-
Os médicos veterinários que sejam trabalhadores que
riamente aos profissionais em causa.
exercem funções públicas, em qualquer modalidade de re-
lação jurídica de emprego público, ou que de outra forma
3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú- prestem serviços à Administração Pública, estão impedidos
mero anterior não é aplicável caso a organização associa- de exercer a atividade médica veterinária, a título de profissão
tiva não disponha de capital social. liberal ou de trabalho subordinado, direta ou indiretamente, a
4 — O juízo de equiparação referido na alínea b) do favor de pessoas, singulares ou coletivas, de direito privado
n.º 2 é regido: com as quais mantenham relações de serviço no exercício
a) Quanto a nacionais de Estado membro da União das funções que se desempenham na Administração Pública.
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 do
artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Artigo 66.º
Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio; Identificação
b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi-
cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime Os membros efetivos da Ordem estão obrigados, em
de reciprocidade internacionalmente vigente. todos os documentos que emitam no exercício da medicina
veterinária, a identificar-se com o número da sua cédula
5 — As sociedades de médicos veterinários gozam dos profissional.
direitos e estão sujeitas aos deveres aplicáveis aos profis- Artigo 67.º
sionais membros da Ordem que sejam compatíveis com a
sua natureza, estando nomeadamente sujeitas aos princí- Seguro de responsabilidade civil
pios e regras deontológicos constantes do presente Estatuto. 1 — O exercício da profissão depende da subscrição de
6 — Às sociedades de profissionais não é reconhecida um seguro obrigatório de responsabilidade civil profissional.
capacidade eleitoral. 2 — Não pode ser imposta a um prestador de serviços
7 — Os membros do órgão executivo das sociedades estabelecido noutro Estado membro da União Europeia ou
profissionais de médicos veterinários, independentemente do Espaço Económico Europeu a subscrição de um seguro
da sua qualidade de membros da Ordem, devem respeitar de responsabilidade profissional pela atividade desen-
os princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e volvida em território nacional, desde que o mesmo tenha
científica e as garantias conferidas aos médicos veterinários essa atividade, total ou parcialmente, coberta por seguro,
pela lei e pelo presente Estatuto. garantia ou instrumento equivalente subscrito ou prestado
8 — As sociedades profissionais de médicos veterinários no Estado membro em que se encontre estabelecido.
podem exercer, a título secundário, quaisquer atividades 3 — Caso o seguro, a garantia ou o instrumento equiva-
que não sejam incompatíveis com a atividade de médico lente, subscrito noutro Estado membro, cubra parcialmente
veterinário, em relação às quais não se verifique impedi- os riscos decorrentes da atividade, deve o prestador de
mento nos termos do presente Estatuto, não estando essas serviços complementá-lo de forma a abranger riscos não
atividades sujeitas ao controlo da Ordem. cobertos.
9 — A constituição e o funcionamento das sociedades
de profissionais consta de diploma próprio.
CAPÍTULO VI
Artigo 64.º
Responsabilidade disciplinar
Incompatibilidades
1 — O exercício da medicina veterinária é incompatível SECÇÃO I
com as seguintes funções e atividades:
Disposições gerais
a) Titular de órgão de soberania e membro do respetivo
gabinete; Artigo 68.º
b) Membro de governo regional e membro do respetivo
Infração disciplinar
gabinete;
c) Presidente de câmara municipal e vereador a tempo 1 — Considera-se infração disciplinar toda a ação ou
inteiro; omissão que consista em violação, por qualquer membro
6826 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

da Ordem, dos deveres consignados na lei, no presente Artigo 71.º


Estatuto ou nos respetivos regulamentos. Responsabilidade disciplinar dos profissionais
2 — As infrações disciplinares previstas no presente em regime de livre prestação de serviços
Estatuto e nas demais disposições legais e regulamen-
tares aplicáveis são puníveis a título de dolo ou de ne- Os profissionais que prestem serviços em território na-
gligência. cional em regime de livre prestação são equiparados aos
membros da Ordem para efeitos disciplinares, nos termos
do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, al-
Artigo 69.º terada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014,
Jurisdição disciplinar de 2 de maio, com as especificidades constantes do n.º 10
do artigo 80.º e do regulamento disciplinar.
1 — Os membros da Ordem estão sujeitos ao poder
disciplinar dos órgãos da Ordem, nos termos previstos no Artigo 72.º
presente Estatuto e no regulamento disciplinar.
2 — A suspensão ou o cancelamento da inscrição não Responsabilidade disciplinar das sociedades profissionais
faz cessar a responsabilidade disciplinar por infrações As pessoas coletivas membros da Ordem estão sujei-
anteriormente praticadas pelo membro da Ordem en- tas ao poder disciplinar dos seus órgãos, nos termos do
quanto tal. presente Estatuto e do diploma que estabelece o regime
3 — Durante o tempo de suspensão da inscrição, o jurídico da constituição e funcionamento das sociedades
membro da Ordem continua sujeito ao poder disciplinar de profissionais que estejam sujeitas a associações públicas
da Ordem. profissionais.
4 — A punição com a sanção de expulsão não faz cessar
a responsabilidade disciplinar do membro da Ordem rela- Artigo 73.º
tivamente às infrações por ele cometidas antes da decisão
Prescrição do procedimento disciplinar
definitiva que tenha aplicado aquela sanção.
1 — O procedimento disciplinar extingue-se, por efeito
de prescrição, logo que sobre a prática da infração tiver
Artigo 70.º
decorrido o prazo de cinco anos, salvo o disposto no nú-
Independência da responsabilidade disciplinar mero seguinte.
dos membros da Ordem 2 — Se a infração disciplinar constituir simultaneamente
1 — A responsabilidade disciplinar é independente da infração criminal para a qual a lei estabeleça prescrição
responsabilidade civil e criminal decorrente da prática do sujeita a prazo mais longo, o procedimento disciplinar
mesmo facto. apenas prescreve após o decurso deste último prazo.
2 — A responsabilidade disciplinar perante a Ordem 3 — O prazo de prescrição do procedimento disciplinar
coexiste com qualquer outra prevista por lei. corre desde o dia em que o facto se tiver consumado.
3 — O processo disciplinar é promovido independen- 4 — Para efeito do disposto no número anterior, o prazo
temente da promoção de qualquer outro. de prescrição só corre:
4 — Quando, com fundamento nos mesmos factos, tiver a) Nas infrações instantâneas, desde o momento da
sido instaurado processo penal contra membro da Ordem e, sua prática;
para se conhecer da existência de uma infração disciplinar, b) Nas infrações continuadas, desde o dia da prática
for necessário julgar qualquer questão que não possa ser do último ato;
convenientemente resolvida no processo disciplinar, pode c) Nas infrações permanentes, desde o dia em que cessar
ser ordenada a suspensão do processo disciplinar por um a consumação.
período máximo de um ano.
5 — A suspensão do processo disciplinar, nos termos do 5 — O procedimento disciplinar também prescreve se,
número anterior, é comunicada pela Ordem à autoridade desde o conhecimento ou da participação efetuada nos
judiciária competente, a qual deve ordenar a remessa à termos do n.º 1 do artigo seguinte, não se iniciar o processo
Ordem de cópia do despacho de acusação e, se a ela houver disciplinar competente no prazo de um ano.
lugar, da decisão instrutória. 6 — O prazo de prescrição do procedimento disciplinar
6 — Decorrido o prazo fixado nos termos do n.º 4 sem suspende-se durante o tempo em que:
que a questão tenha sido resolvida, a questão é decidida
no processo disciplinar. a) O processo disciplinar estiver suspenso, a aguardar
7 — Sempre que, em processo penal contra membro despacho de acusação ou de pronúncia em processo penal;
da Ordem, for designado dia para a audiência de jul- b) A decisão final do processo disciplinar não puder ser
gamento, o tribunal deve ordenar a remessa à Ordem, notificada ao arguido, por motivo que lhe seja imputável.
preferencialmente por via eletrónica, do despacho de
acusação, do despacho de pronúncia e da contestação, 7 — A suspensão, quando resulte da situação prevista
se tiver sido apresentada, bem como de quaisquer outros na alínea b) do número anterior, não pode exceder o prazo
elementos solicitados pelo conselho diretivo ou pelo de dois anos.
bastonário. 8 — O prazo de prescrição volta a correr a partir do dia
em que cessar a causa da suspensão.
8 — A responsabilidade disciplinar dos membros pe-
9 — O prazo de prescrição do procedimento disciplinar
rante a Ordem decorrente da prática de infrações é indepen-
interrompe-se com a notificação ao arguido:
dente da responsabilidade disciplinar perante os respetivos
empregadores, por infração aos deveres emergentes de a) Da instauração do processo disciplinar;
relações de trabalho. b) Da acusação.
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6827

10 — Após cada período de interrupção começa a correr lógico em efetividade de funções só pode ser instaurado
novo prazo de prescrição. por deliberação da assembleia geral, aprovada por maioria
absoluta.
SECÇÃO II
4 — Quando se conclua que a participação é infun-
dada, dela se dá conhecimento ao membro da Ordem
Do exercício da ação disciplinar visado e são emitidas as certidões que o mesmo entenda
necessárias para a tutela dos seus direitos e interesses
Artigo 74.º legítimos.
Exercício da ação disciplinar
Artigo 78.º
1 — Têm legitimidade para participar à Ordem factos
Legitimidade processual
suscetíveis de constituir infração disciplinar:
As pessoas com interesse direto, pessoal e legítimo rela-
a) Qualquer pessoa direta ou indiretamente afetada por tivamente aos factos participados podem solicitar à Ordem
estes; a sua intervenção no processo, requerendo e alegando o
b) Qualquer titular de órgão da Ordem; que tiverem por conveniente.
c) O Ministério Público.
Artigo 79.º
2 — Os tribunais e quaisquer autoridades devem dar
conhecimento à Ordem da prática, por parte de membros Direito subsidiário
desta, de factos suscetíveis de constituir infração disci- Sem prejuízo do disposto no presente Estatuto, o pro-
plinar. cesso disciplinar rege-se por regulamento disciplinar, sendo
3 — Sem prejuízo do disposto na lei de processo penal subsidiariamente aplicáveis as normas procedimentais
acerca do segredo de justiça, o Ministério Público e os previstas na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas,
órgãos de polícia criminal remetem à Ordem certidão das aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho.
denúncias, participações ou queixas apresentadas contra
membros desta que possam consubstanciar factos susce-
tíveis de constituir infração disciplinar. SECÇÃO III
Artigo 75.º Das sanções disciplinares
Desistência da participação
Artigo 80.º
A desistência da participação disciplinar pelo partici-
Sanções disciplinares
pante extingue o processo disciplinar, salvo se a infração
imputada: 1 — As sanções disciplinares são as seguintes:
a) Afetar a dignidade do membro da Ordem visado e este a) Advertência;
manifestar a intenção de que o processo prossiga; ou b) Repreensão registada;
b) Afetar o prestígio da Ordem ou da profissão. c) Multa, a graduar entre uma e 10 vezes o valor do
Indexante dos Apoios Sociais (IAS) ou, no caso de pessoas
Artigo 76.º coletivas ou equiparadas, a graduar entre 10 e 100 vezes
Competência disciplinar
o valor do IAS;
d) Suspensão do exercício profissional, a graduar entre
1 — Salvo o disposto no número seguinte, compete ao três meses e 10 anos;
conselho profissional e deontológico o exercício do poder e) Expulsão.
disciplinar.
2 — O exercício do poder disciplinar relativamente aos 2 — A sanção de advertência é aplicada a infrações
membros do conselho profissional e deontológico compete leves no exercício da profissão.
a este órgão reunido em conjunto com o conselho fiscal. 3 — A sanção de repreensão registada é aplicável a in-
frações leves no exercício da profissão, às quais, em razão
Artigo 77.º da culpa do arguido, não caiba mera advertência.
Instauração do processo disciplinar
4 — A sanção de multa é aplicável a infrações graves.
5 — A sanção de suspensão apenas é aplicável quando,
1 — Qualquer órgão da Ordem, oficiosamente ou tendo tendo em conta a natureza da profissão, a infração seja
por base queixa, denúncia ou participação apresentada por grave e tenha posto em causa a vida ou a integridade física
pessoa devidamente identificada, contendo factos suscetí- das pessoas ou de animais, ou seja gravemente lesiva da
veis de integrarem infração disciplinar praticada por mem- honra ou do património alheios ou de valores equivalentes.
bro da Ordem, comunica, de imediato, os factos ao órgão 6 — A sanção de expulsão apenas é aplicável a infra-
competente para a instauração de processo disciplinar. ções muito graves que afetem de tal forma a dignidade e o
2 — O processo disciplinar é instaurado mediante deci- prestígio profissionais, que inviabilizam definitivamente o
são do presidente do conselho profissional e deontológico exercício da atividade profissional em causa, sem prejuízo
ou por deliberação deste conselho, por sua iniciativa ou do direito à reabilitação, nos termos do presente Estatuto.
com base em queixa, denúncia ou participação apresentada 7 — As sanções de suspensão e de expulsão não po-
nos termos do número anterior. dem ter origem no incumprimento pelo membro do dever
3 — O processo disciplinar contra o bastonário ou con- de pagar quotas ou de qualquer outro dever de natureza
tra qualquer membro do conselho profissional e deonto- pecuniária.
6828 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

8 — Excetua-se do disposto no número anterior o in- Artigo 82.º


cumprimento pelo membro do dever de pagar quotas, que Aplicação de sanções acessórias
pode dar lugar à aplicação de sanção de suspensão quando
se apure que aquele incumprimento é culposo e se prolon- 1 — Cumulativamente com a aplicação das sanções
gue por um período superior a 12 meses. disciplinares previstas no artigo 80.º, podem ser aplicadas
9 — Na situação prevista no número anterior, o pa- as seguintes sanções acessórias:
gamento voluntário das quotas em dívida determina a a) Frequência obrigatória de ações de formação suple-
impossibilidade de aplicação de sanção de suspensão ou mentares às ações de formação obrigatórias;
a sua extinção, caso já tenha sido aplicada. b) Restituição de quantias, documentos ou objetos;
10 — No caso de profissionais em regime de livre c) Perda, total ou parcial, de honorários e do custeio
prestação de serviços em território nacional, as sanções de despesas;
previstas nos n.os 5 e 6 assumem a forma de interdição d) Perda do produto do benefício obtido pelo arguido;
temporária ou definitiva do exercício da atividade pro- e) Inelegibilidade para órgãos da Ordem por um período
fissional neste território, consoante os casos, aplicando- máximo de 10 anos.
-se, com as necessárias adaptações, o disposto no ar-
tigo 109.º 2 — As sanções acessórias podem ser cumuladas entre si.
11 — A aplicação de sanção mais grave do que a de 3 — Na aplicação das sanções acessórias deve atender-
repreensão registada a membro que exerça algum cargo -se aos critérios previstos no artigo anterior.
nos órgãos da Ordem determina a imediata destituição 4 — A aplicação das sanções acessórias previstas nas
desse cargo, sem dependência de deliberação da assembleia alíneas c) e d) do n.º 1 determina a perda a favor da Ordem,
geral neste sentido. salvo quanto se trate de quantias, documentos ou objetos
12 — O produto das multas aplicadas reverte a favor pertencentes a terceiro, caso em que se lhes aplica o dis-
da Ordem. posto no artigo 110.º do Código Penal, com as devidas
13 — Sempre que a infração resulte da violação por adaptações.
omissão de um dever, o cumprimento das sanções aplica-
das não dispensa o arguido do cumprimento daquele, se Artigo 83.º
tal ainda for possível. Unidade e acumulação de infrações

Artigo 81.º Sem prejuízo do disposto quanto às sanções acessórias,


não pode ser aplicada ao mesmo membro da Ordem mais
Aplicação das sanções disciplinares do que uma sanção disciplinar por cada facto punível.
1 — Na aplicação das sanções disciplinares, deve
atender-se aos antecedentes profissionais e disciplinares do Artigo 84.º
arguido, ao grau de culpa, à gravidade e às consequências Suspensão das sanções
da infração, à situação económica do arguido e a todas as
demais circunstâncias atenuantes ou agravantes. 1 — Tendo em consideração o grau de culpa, o compor-
2 — São circunstâncias atenuantes: tamento do arguido e as demais circunstâncias da prática
da infração, as sanções disciplinares inferiores à expulsão
a) O exercício efetivo da atividade profissional por um podem ser suspensas por um período compreendido entre
período superior a cinco anos, seguidos ou interpolados, um e cinco anos.
sem qualquer sanção disciplinar; 2 — Cessa a suspensão da sanção sempre que, relativa-
b) A confissão da infração ou das infrações; mente ao membro da Ordem punido, seja proferida decisão
c) A colaboração do arguido para a descoberta da ver- final de condenação em novo processo disciplinar.
dade;
d) A reparação dos danos causados pela conduta lesiva. Artigo 85.º
Aplicação das sanções de suspensão e de expulsão
3 — São circunstâncias agravantes:
1 — A aplicação das sanções de suspensão do exercício
a) A premeditação na prática da infração e na preparação profissional por período superior a dois anos ou de expul-
da mesma; são só pode ter lugar após audiência pública, nos termos
b) O conluio; previstos no regulamento disciplinar.
c) A reincidência, considerando-se como tal a prática de 2 — As sanções de suspensão por período superior a
infração antes de decorrido o prazo de cinco anos após o dia dois anos ou de expulsão só podem ser aplicadas por deli-
em que se tornar definitiva a condenação por cometimento beração que reúna a maioria qualificada de dois terços dos
de infração anterior; membros do conselho profissional e deontológico.
d) A acumulação de infrações, sempre que duas ou
mais infrações sejam cometidas no mesmo momento Artigo 86.º
ou quando outra seja cometida antes de ter sido punida
a anterior; Execução das sanções
e) O facto de a infração ou infrações serem cometidas 1 — Compete ao conselho diretivo dar execução às de-
durante o cumprimento de sanção disciplinar ou no decurso cisões proferidas em sede de processo disciplinar, designa-
do período de suspensão de sanção disciplinar; damente praticando os atos necessários à efetiva suspensão
f) A produção de prejuízo de valor considerável, ou ao cancelamento da inscrição dos membros a quem
entendendo-se como tal o prejuízo que exceda o valor de sejam aplicadas as sanções de suspensão e de expulsão,
metade da alçada dos tribunais da relação. respetivamente.
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6829

2 — A aplicação da sanção de suspensão ou de expulsão Artigo 90.º


implica a proibição temporária ou definitiva, respetiva- Prescrição das sanções disciplinares
mente, da prática de qualquer ato profissional e a entrega
da cédula profissional na sede da Ordem ou na delegação 1 — As sanções disciplinares prescrevem nos seguintes
regional em que o arguido tenha o seu domicílio profis- prazos:
sional, nos casos aplicáveis. a) De dois anos, as de advertência e de repreensão re-
gistada;
Artigo 87.º b) De quatro anos, a de multa;
Início da produção de efeitos das sanções disciplinares c) De cinco anos, as de suspensão e de expulsão.
1 — As sanções disciplinares iniciam a produção dos 2 — O prazo de prescrição corre desde o dia seguinte
seus efeitos no dia seguinte àquele em que a decisão que àquele em que a decisão que tiver aplicado a sanção dis-
as tiver aplicado se torne definitiva. ciplinar se torne definitiva.
2 — Se, na data em que a decisão se tornar definitiva, 3 — A prescrição da sanção disciplinar envolve a pres-
estiver suspensa a inscrição do arguido, o cumprimento da crição da sanção acessória que não tiver sido executada,
sanção disciplinar de suspensão tem início no dia seguinte bem como dos efeitos da sanção que ainda se não tiverem
ao do levantamento da suspensão. verificado.

Artigo 88.º Artigo 91.º


Prazo para o pagamento da multa Princípio do cadastro na Ordem

1 — As multas aplicadas nos termos da alínea c) do n.º 1 1 — O processo individual dos membros da Ordem
do artigo 80.º devem ser pagas no prazo de 30 dias, a contar inclui um cadastro, do qual constam as sanções discipli-
do início de produção de efeitos da sanção respetiva. nares referidas nas alíneas b) a e) do n.º 1 do artigo 80.º e
2 — Ao membro da Ordem que não pague a multa no as sanções acessórias que lhes tenham sido aplicadas.
prazo referido no número anterior é suspensa a sua ins- 2 — O cadastro é gerido pelo conselho diretivo, com
crição, mediante decisão do órgão disciplinarmente com- base nos elementos comunicados pelos órgãos disciplinares
petente, a qual lhe é comunicada. da Ordem.
3 — A suspensão só pode ser levantada após o paga- 3 — A condenação de um membro da Ordem em pro-
mento da importância em dívida. cesso penal é comunicada à Ordem para efeito de averba-
mento ao respetivo cadastro.
Artigo 89.º 4 — As sanções referidas nas alíneas b) e c) do n.º 1 do
artigo 80.º são eliminadas do cadastro após o decurso do
Comunicação e publicidade prazo de cinco anos, a contar do seu cumprimento.
1 — A aplicação das sanções previstas nas alíneas b) a e)
do n.º 1 do artigo 80.º é comunicada pelo conselho diretivo: SECÇÃO IV
a) À sociedade de profissionais ou organização associa- Do processo
tiva por conta da qual o arguido prestava serviços à data
dos factos e à data da condenação pela prática da infração SUBSECÇÃO I
disciplinar; e
b) À autoridade de outro Estado membro da União Eu- Disposições gerais
ropeia ou do Espaço Económico Europeu que seja compe-
tente para o controlo da atividade do arguido estabelecido Artigo 92.º
nesse mesmo Estado membro. Obrigatoriedade

2 — Quando a sanção aplicada for de suspensão ou de A aplicação de uma sanção disciplinar é sempre pre-
expulsão, é dada publicidade da mesma no sítio na Internet cedida do apuramento dos factos e da responsabilidade
da Ordem e em locais considerados idóneos para o cum- disciplinar em processo próprio, nos termos previstos no
primento das finalidades de prevenção geral. presente Estatuto e no regulamento disciplinar.
3 — Se for decidida a suspensão preventiva ou for apli-
cada sanção de suspensão ou de expulsão, o conselho Artigo 93.º
diretivo deve inserir a correspondente anotação nas listas Formas do processo
permanentes de membros da Ordem divulgada por meios
1 — A ação disciplinar pode comportar as seguintes
informáticos.
formas:
4 — A publicidade das sanções disciplinares, da sus-
pensão preventiva e das sanções acessórias é promovida a) Processo de inquérito;
pelo órgão disciplinarmente competente, sendo efetuada b) Processo disciplinar.
a expensas do arguido.
5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a 2 — O processo de inquérito é aplicável quando não
Ordem restitui o montante pago pelo arguido para dar seja possível identificar claramente a existência de uma
publicidade à sua suspensão preventiva sempre que este infração disciplinar ou o respetivo infrator, impondo-se a
não venha a ser condenado no âmbito do respetivo proce- realização de diligências sumárias para o esclarecimento
dimento disciplinar. ou a concretização dos factos em causa.
6830 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

3 — Aplica-se o processo disciplinar sempre que exis- Artigo 95.º


tam indícios de que determinado membro da Ordem pra- Suspensão preventiva
ticou factos devidamente concretizados, suscetíveis de
constituir infração disciplinar. 1 — Após a audição do arguido ou se este, tendo sido
4 — Depois de averiguada a identidade do infrator, notificado, não comparecer para ser ouvido, pode ser or-
ou, logo que se mostrem minimamente concretizados ou denada a sua suspensão preventiva, mediante deliberação
esclarecidos os factos participados, sendo eles suscetíveis tomada por maioria qualificada de dois terços dos mem-
de constituir infração disciplinar, é proposta a imediata con- bros em efetividade de funções do conselho profissional
versão do processo de inquérito em processo disciplinar, e deontológico.
mediante parecer sucintamente fundamentado. 2 — A suspensão a que se refere o número anterior
5 — Quando a participação seja manifestamente in- só pode ser decretada nos casos em que haja indícios
viável ou infundada, deve a mesma ser liminarmente ar- da prática de infração disciplinar à qual corresponda
quivada, dando-se cumprimento ao disposto no n.º 4 do uma das sanções previstas nas alíneas d) e e) do n.º 1
artigo 77.º do artigo 80.º
6 — Se da análise da conduta de um membro da Or- 3 — A suspensão preventiva não pode exceder três me-
dem realizada no âmbito do processo de inquérito re- ses, salvo no caso previsto no n.º 2 do artigo 30.º
sultar prova bastante da prática de infração disciplinar 4 — A suspensão preventiva é sempre descontada por
punível com sanção de advertência ou de repreensão inteiro no cumprimento da sanção de suspensão.
registada, o órgão disciplinar competente pode deter-
minar a suspensão provisória do processo mediante a Artigo 96.º
imposição ao arguido de regras de conduta ou do paga-
mento de uma determinada quantia, a título de caução, Natureza secreta do processo
sempre que se verifiquem os seguintes pressupostos 1 — O processo é de natureza secreta até ao despacho
cumulativos: de acusação ou de arquivamento.
a) Ausência de aplicação anterior de suspensão provi- 2 — O relator pode, todavia, autorizar a consulta do
sória do processo pelo mesmo tipo de infração; e processo pelo arguido, pelo participante, pelo Ministério
b) Ausência de um grau de culpa elevado. Público, pelos órgãos de polícia criminal ou pelos interes-
sados, quando daí não resulte inconveniente para a instru-
7 — No caso previsto no número anterior, são aplicáveis ção e sob condição de não ser divulgado o que dele conste.
ao arguido as seguintes medidas: 3 — O arguido ou o interessado, quando for membro
da Ordem, que não respeite a natureza secreta do processo
a) Pagamento, no prazo de 10 dias úteis, de uma quantia incorre em responsabilidade disciplinar.
entre uma e cinco vezes o valor do IAS ou, no caso de
pessoas coletivas ou equiparadas, entre cinco e 50 vezes
o valor do IAS; SUBSECÇÃO II
b) Execução de um plano de reestruturação da sua ati- Da instrução
vidade, nos termos e no prazo que forem definidos;
c) Frequência de ações de formação suplementares às Artigo 97.º
ações de formação obrigatórias, nos termos e no prazo que
forem definidos. Instrução
1 — Na instrução do processo disciplinar, deve o relator
8 — O incumprimento das medidas determinadas, a fazer prevalecer a verdade material, remover os obstáculos
que se refere o número anterior, implica a continuação do ao seu regular e rápido andamento e recusar o que for inútil
processo disciplinar suspenso provisoriamente nos termos ou dilatório, sempre sem prejuízo do direito de defesa.
dos n.os 6 e 7. 2 — O relator pode requisitar a realização de diligências
9 — Se o arguido cumprir as medidas determinadas, ao presidente do conselho regional em cuja área foram
o processo é arquivado e são-lhe devolvidas as quantias praticados os factos em causa.
referidas na alínea a) do n.º 7. 3 — Na instrução do processo são admissíveis todos os
meios de prova permitidos em direito.
Artigo 94.º
Processo disciplinar Artigo 98.º
1 — O processo disciplinar é regulado pelo presente Termo da instrução
Estatuto e pelo regulamento disciplinar.
1 — Finda a instrução, o relator profere despacho de
2 — O processo disciplinar é composto pelas seguintes
acusação ou emite parecer fundamentado que conclua pelo
fases:
arquivamento do processo ou porque este fique a aguardar
a) Instrução; a produção de melhor prova.
b) Acusação e defesa do arguido; 2 — Não sendo proferido despacho de acusação,
c) Decisão; o relator apresenta o parecer na primeira reunião do
d) Execução. conselho profissional e deontológico, a fim de ser de-
liberado o arquivamento do processo e a produção de
3 — Independentemente da fase do processo disciplinar, melhor prova, ou determinado que este prossiga com
são asseguradas ao arguido todas as garantias de defesa, a realização de diligências complementares ou com o
nos termos gerais de direito. despacho de acusação.
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6831

SUBSECÇÃO III 2 — Das demais decisões tomadas em matéria discipli-


Da acusação e da defesa nar de que não caiba recurso nos termos do número anterior
cabe recurso administrativo, nos termos gerais de direito.
Artigo 99.º 3 — As decisões de mero expediente ou referentes à
disciplina dos trabalhos não são passíveis de recurso nos
Despacho de acusação e sua notificação termos dos números anteriores.
1 — O despacho de acusação deve especificar a identidade
do arguido, os factos imputados e as circunstâncias em que SECÇÃO V
os mesmos foram praticados, as normas legais e regulamen-
tares infringidas e o prazo para a apresentação da defesa. Da revisão
2 — O arguido é notificado da acusação, pessoalmente Artigo 105.º
ou por carta registada com aviso de receção, com a entrega
da respetiva cópia. Fundamentos e admissibilidade da revisão
Artigo 100.º 1 — É admissível a revisão de decisão definitiva profe-
Defesa rida pelos órgãos da Ordem com competência disciplinar
sempre que:
1 — O prazo para a apresentação da defesa é de 20 dias.
2 — O arguido pode nomear para a sua defesa um re- a) Uma decisão judicial transitada em julgado considerar
presentante especialmente mandatado para esse efeito. falsos quaisquer elementos ou meios de prova que tenham
3 — A defesa deve expor clara e concisamente os factos sido determinantes para a decisão revidenda;
e as razões que a fundamentam. b) Uma decisão judicial transitada em julgado tiver dado
4 — Com a defesa, deve o arguido apresentar o rol de como provado crime cometido por membro ou membros
testemunhas, juntar documentos e requerer as diligências do órgão que proferiu a decisão revidenda e relacionado
necessárias para o apuramento dos factos especificados. com o exercício das suas funções no processo;
5 — Não podem ser indicadas mais de cinco testemu- c) Os factos que serviram de fundamento à decisão
nhas por cada facto e o seu total não pode exceder 20. condenatória forem inconciliáveis com os que forem dados
como provados noutra decisão definitiva e da oposição
Artigo 101.º resultarem graves dúvidas sobre a justiça da condenação;
d) Se descobrirem novos factos ou meios de prova que,
Alegações
por si ou combinados com os que foram apreciados no pro-
Realizadas as diligências a que se refere o artigo anterior cesso, suscitem graves dúvidas sobre a justiça da decisão
e outras que sejam determinadas pelo relator, o interessado condenatória proferida;
e o arguido são notificados para alegarem por escrito no e) Se descobrir que serviram de fundamento à conde-
prazo de 20 dias. nação provas proibidas nos termos da lei;
SUBSECÇÃO IV
f) For declarada, pelo Tribunal Constitucional, a incons-
titucionalidade com força obrigatória geral de norma de
Da decisão conteúdo menos favorável ao arguido que tenha servido
de fundamento à condenação;
Artigo 102.º g) Uma sentença vinculativa do Estado Português, profe-
Decisão
rida por uma instância internacional, for inconciliável com
a condenação ou suscitar graves dúvidas sobre a sua justiça.
1 — Finda a instrução, o processo é presente ao conse-
lho profissional e deontológico para decisão, sendo lavrado 2 — A simples alegação de ilegalidade, formal ou subs-
e assinado o respetivo acórdão. tancial, do processo e da decisão disciplinares não constitui
2 — As sanções previstas nas alíneas d) e e) do n.º 1 do fundamento para a revisão.
artigo 80.º só podem ser aplicadas mediante deliberação 3 — A revisão é admissível ainda que o procedimento
que obtenha dois terços dos votos dos membros em efeti- se encontre extinto ou a sanção prescrita ou cumprida.
vidade de funções do conselho profissional e deontológico.
Artigo 106.º
Artigo 103.º Legitimidade
Notificação do acórdão O pedido de revisão da decisão deve ser formulado,
Sem prejuízo do disposto no artigo 89.º, os acórdãos em requerimento, pelo interessado ou pelo condenado ou,
finais são notificados ao arguido e aos interessados. tendo estes falecido, pelos seus cônjuges, descendentes,
adotados, ascendentes, adotantes, parentes ou afins até ao
SUBSECÇÃO V 4.º grau da linha colateral, ou herdeiros que mostrem um
interesse legítimo ou ainda por quem do condenado tiver
Dos recursos recebido incumbência expressa.
Artigo 104.º Artigo 107.º
Decisões recorríveis Instrução
1 — Das decisões tomadas em matéria disciplinar cabe 1 — Apresentado o pedido, é efetuada a distribuição, sendo
recurso para o plenário do conselho profissional e deon- posteriormente o condenado ou o interessado notificado
tológico, quando seja este o órgão disciplinarmente com- para responder ao pedido de revisão no prazo de um mês.
petente. 2 — Com o pedido e a resposta é oferecida toda a prova.
6832 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

Artigo 108.º c) As liberalidades, as dotações e os subsídios que lhe


Julgamento sejam feitos ou concedidos por quaisquer pessoas singu-
lares ou coletivas;
1 — Realizadas as diligências requeridas e as que tive- d) Os juros dos depósitos bancários e das aplicações
rem sido consideradas necessárias, o relator elabora o seu
financeiras;
parecer, seguindo o processo para cada um dos membros do
e) O rendimento dos bens móveis e imóveis da Ordem
conselho profissional e deontológico, pelo prazo de 25 dias.
2 — Findo o prazo de visto, o processo é submetido à e o produto da sua alienação;
deliberação do conselho profissional e deontológico. f) O produto das multas aplicadas por infrações disci-
3 — A concessão de revisão tem de ser votada pela plinares;
maioria absoluta dos membros do conselho profissional g) Quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas
e deontológico. por força da lei.
SECÇÃO VI 2 — A cobrança dos créditos resultantes das receitas
Da reabilitação referidas nas alíneas a) e b) do número anterior segue o
processo de execução tributária.
Artigo 109.º
Reabilitação Artigo 112.º
1 — No caso de aplicação de sanção de expulsão, o Receitas das delegações regionais
anterior membro da Ordem pode ser reabilitado, mediante
requerimento devidamente fundamentado ao conselho Constituem receitas das delegações regionais:
profissional e deontológico e desde que se verifiquem a) A percentagem do montante das quotas dos mem-
cumulativamente os seguintes requisitos: bros inscritos na delegação regional fixada pelo conselho
a) Tenham decorrido mais de cinco anos sobre o trânsito diretivo;
em julgado da decisão que aplicou a sanção de expulsão; b) O produto das atividades de âmbito regional desen-
b) O reabilitando tenha revelado boa conduta, podendo, volvidas pelos respetivos serviços;
para o demonstrar, utilizar quaisquer meios de prova le- c) O rendimento dos bens móveis e imóveis da Ordem
galmente admissíveis. que lhes sejam afetos;
d) Os juros dos seus depósitos bancários;
2 — É aplicável ao pedido de reabilitação, com as ne- e) Quaisquer outras receitas que lhes sejam atribuídas
cessárias adaptações, o regime do processo de revisão por força da lei.
das decisões.
3 — Caso seja deferida a reabilitação, o membro da Artigo 113.º
Ordem reabilitado recupera plenamente os seus direitos,
sendo dada publicidade à decisão de reabilitação, nos Quotas
termos dos n.os 2 a 4 do artigo 89.º, com as necessárias 1 — Todos os membros da Ordem têm o dever de pagar
adaptações. uma quota anual.
CAPÍTULO VII 2 — O montante da quota anual é fixado pela assem-
bleia geral, por maioria absoluta, sob proposta do conselho
Receitas e despesas da Ordem diretivo, tendo por base um estudo que fundamente ade-
quadamente os montantes propostos.
Artigo 110.º 3 — Os membros da Ordem são notificados para efe-
Orçamento, gestão financeira e contratos públicos tuarem o pagamento da quota anual no prazo de 30 dias.
1 — A Ordem tem orçamento próprio, proposto pelo
conselho diretivo e aprovado pela assembleia geral. Artigo 114.º
2 — A Ordem está sujeita:
Despesas da Ordem
a) Às regras de equilíbrio orçamental e de limitação do
Constituem despesas da Ordem os gastos com
endividamento estabelecidas em diploma próprio;
b) Ao regime do Código dos Contratos Públicos; instalações e pessoal, manutenção, funcionamento e
c) Ao regime da normalização contabilística para as todas as demais necessárias à prossecução das suas
entidades do sector não lucrativo, que integra o Sistema atribuições.
de Normalização Contabilística.
Artigo 115.º
3 — O Estado não garante as responsabilidades finan- Pessoal
ceiras da Ordem, nem é responsável pelas suas dívidas.
1 — Aos trabalhadores da Ordem é aplicável o regime
Artigo 111.º previsto no Código do Trabalho e na respetiva legislação
complementar.
Receitas da Ordem
2 — A celebração de contrato de trabalho é precedida
1 — Constituem receitas da Ordem, a nível nacional: de um processo de seleção que obedece aos princípios da
a) O produto das quotas dos seus membros; igualdade, da transparência, da publicidade e da funda-
b) O produto de taxas, preços e quaisquer outros mon- mentação em critérios objetivos de seleção, nos termos de
tantes cobrados por remoção de obstáculos, serviços pres- regulamento a aprovar pela assembleia geral sob proposta
tados ou atividades desenvolvidas; do conselho diretivo.
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6833

CAPÍTULO VIII ii) A identificação da associação pública profissional


no Estado membro de origem, na qual o profissional se
Disposições complementares encontre inscrito;
iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
Artigo 116.º do exercício da atividade, se for caso disso;
Balcão único iv) A informação relativa às sociedades de profissionais
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações ou ou outras formas de organização associativa de profis-
declarações relacionados com a medicina veterinária entre a sionais para que prestem serviços no Estado membro de
Ordem e os seus membros, sociedades de médicos veterinários, origem, caso aqui prestem serviços nessa qualidade;
outras organizações associativas profissionais, ou prestadores
de serviços referidos no artigo 62.º, com exceção dos relativos e) Registo atualizado de sociedades de médicos ve-
a procedimentos disciplinares, são efetuados por transmis- terinários e de outras formas de organização associativa
são eletrónica de dados, através do balcão único eletrónico inscritas que contemple, nomeadamente, a designação, a
dos serviços, acessível através do sítio na Internet da Ordem. sede, o número de inscrição e o número de identificação
2 — A apresentação de documentos em forma simples fiscal ou equivalente;
nos termos do número anterior dispensa a remessa dos f) Registo atualizado dos demais prestadores de serviços
documentos originais, autênticos, autenticados ou certifi- profissionais referidos na parte final do n.º 2 do artigo 24.º
cados, sem prejuízo do disposto nas alíneas a) e c) do n.º 3 da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, caso exista a obrigação
e nos n.os 4 e 5 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de registo, que contemple o respetivo nome ou designação
de 26 de julho. e o seu domicílio, sede ou estabelecimento principal;
3 — Quando não for possível o cumprimento do dis- g) Procedimento de apresentação de queixa ou reclama-
posto no n.º 1, por motivos de indisponibilidade das pla- ções pelos destinatários relativamente aos serviços presta-
taformas eletrónicas, bem como nos casos em que o inte- dos pelo profissional no âmbito da sua atividade;
ressado não disponha de meios que lhe permitam aceder às h) Ofertas de emprego na Ordem.
mesmas, a transmissão da informação a que se refere este
artigo pode ser feita por entrega nos serviços da Ordem, Artigo 118.º
por remessa por correio sob registo, por telecópia ou por Fiscalização pelo Tribunal de Contas
correio eletrónico.
4 — São ainda aplicáveis aos procedimentos que de- A Ordem está sujeita à jurisdição do Tribunal de Contas,
corram entre a Ordem e os seus membros ou sociedade de nos termos estabelecidos na Lei de Organização e Processo
médicos veterinários o disposto nas alíneas d) e e) do ar- e no Regulamento Geral do Tribunal de Contas.
tigo 5.º e no n.º 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010,
de 26 de julho. Artigo 119.º
Artigo 117.º
Relatório anual e deveres de informação
Transparência
1 — A Ordem elabora anualmente um relatório sobre o
Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 6.º do desempenho das suas atribuições, o qual deve ser apresen-
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e do n.º 4 do ar- tado à Assembleia da República e ao Governo, até 31 de
tigo 19.º da Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento Euro- março de cada ano.
peu e do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a certos 2 — A Ordem presta à Assembleia da República e ao
aspetos legais dos serviços da sociedade de informação, Governo toda a informação que lhe seja solicitada relati-
em especial do comércio eletrónico, no mercado interno, a vamente ao exercício das suas atribuições.
Ordem deve disponibilizar ao público em geral, através do 3 — O bastonário da Ordem deve corresponder ao
seu sítio eletrónico, pelo menos, as seguintes informações: pedido das comissões parlamentares competentes para
a) Regime de acesso e exercício da profissão; prestar as informações e os esclarecimentos de que estas
b) Princípios e regras deontológicos e normas técnicas necessitem.
aplicáveis aos seus associados;
c) Registo atualizado dos respetivos profissionais ins- ANEXO II
critos que contemple, pelo menos:
(a que se refere o artigo 5.º)
i) O nome, o domicílio profissional e o número de car-
teira ou cédula profissionais; Republicação do Decreto-Lei n.º 368/91, de 4 de outubro
ii) A designação do título profissional;
iii) A situação de suspensão ou interdição temporária Artigo 1.º
do exercício da atividade, se for caso disso;
É criada a Ordem dos Médicos Veterinários e aprovado
d) Registo atualizado dos profissionais em livre presta- o respetivo Estatuto, anexo ao presente diploma, e que dele
ção de serviços no território nacional, que se consideram faz parte integrante.
inscritos na Ordem nos termos do n.º 2 do artigo 4.º da Lei
n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, Artigo 2.º
de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, que contemple, A Ordem dos Médicos Veterinários é a entidade com-
pelo menos: petente para efeitos de registo e fiscalização do exercício
i) O nome e o domicílio profissionais e, caso exista, a da atividade veterinária, de acordo com o disposto no
designação do título profissional de origem; Decreto-Lei n.º 399/89, de 10 de novembro.
6834 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

Artigo 3.º f) A concessão de títulos de especialização profissional


no âmbito do exercício da medicina veterinária;
(Revogado.)
g) A atribuição de prémios ou títulos honoríficos;
h) A elaboração e a atualização do registo profissional;
ESTATUTO DA ORDEM DOS MÉDICOS VETERINÁRIOS i) O exercício do poder disciplinar;
j) A prestação de serviços aos seus membros, no que
CAPÍTULO I respeita ao exercício profissional, designadamente em re-
lação à informação e à formação profissional, contribuindo
Disposições gerais para a melhoria e o progresso nos domínios científico,
técnico e profissional;
Artigo 1.º k) A colaboração com as demais entidades da Admi-
Definição e sede nistração Pública na prossecução de fins de interesse
público relacionados com a profissão de médico vete-
1 — A Ordem dos Médicos Veterinários, abreviada- rinário;
mente designada Ordem, é a associação pública profis- l) A participação na elaboração da legislação que diga
sional representativa dos que, em conformidade com os respeito ao acesso e ao exercício à profissão de médico
preceitos do presente Estatuto e das demais disposições le- veterinário;
gais aplicáveis, exercem a profissão de médico veterinário. m) A participação nos processos oficiais de acreditação
2 — A sede da Ordem é em Lisboa. e na avaliação dos cursos que dão acesso à profissão de
médico veterinário;
Artigo 2.º n) O reconhecimento de qualificações profissionais
Natureza, autonomia e tutela obtidas noutro Estado membro da União Europeia, do
Espaço Económico Europeu ou, sem prejuízo do dis-
1 — A Ordem tem a natureza de pessoa coletiva de di- posto em convenção internacional, da Comunidade dos
reito público e está sujeita a um regime de direito público Países de Língua Portuguesa, para o acesso e o exercí-
no desempenho das suas tarefas públicas. cio da atividade de medicina veterinária em território
2 — A Ordem tem personalidade jurídica e goza de nacional;
autonomia administrativa, financeira e patrimonial. o) Quaisquer outras que lhe sejam cometidas por lei.
3 — A Ordem está sujeita a tutela do membro do Go-
verno responsável pela área da agricultura. 2 — A Ordem está impedida de exercer ou de participar
em atividades de natureza sindical, ou que se relacionem
Artigo 3.º com a regulação das relações económicas ou profissionais
Regime jurídico dos seus membros.
Em tudo o que não estiver previsto na Lei n.º 2/2013, de
Artigo 5.º
10 de janeiro, que estabelece o regime jurídico de criação,
organização e funcionamento das associações públicas pro- Âmbito e estrutura
fissionais, nem no presente Estatuto, são subsidiariamente
aplicáveis, com as necessárias adaptações: 1 — A Ordem tem âmbito nacional e está internamente
estruturada em delegações regionais, às quais incumbe
a) As normas e os princípios que regem os institutos prosseguir as atribuições da Ordem na área respetiva.
públicos, no que respeita às suas atribuições e ao exercício 2 — A Ordem compreende as seguintes delegações
dos poderes públicos; e regionais:
b) As normas e os princípios que regem as associações de
direito privado, no que respeita à sua organização interna. a) A Delegação Regional do Norte;
b) A Delegação Regional do Centro;
Artigo 4.º c) A Delegação Regional do Sul;
d) A Delegação Regional da Madeira;
Atribuições e) A Delegação Regional dos Açores.
1 — São atribuições da Ordem:
3 — A cada uma das delegações regionais referidas no
a) A defesa dos interesses gerais dos destinatários dos
número anterior correspondem:
serviços médico-veterinários, nomeadamente a defesa da
saúde pública através da salvaguarda e promoção da saúde, a) À Delegação Regional do Norte, os distritos do Porto,
do bem-estar animal e da segurança alimentar; de Viana do Castelo, de Braga, de Vila Real e de Bragança;
b) A representação e a defesa dos interesses gerais da b) À Delegação Regional do Centro, os distritos de
profissão, da sua função social, da sua dignidade e do seu Aveiro, de Coimbra, de Viseu, da Guarda, de Castelo
prestígio; Branco e de Leiria;
c) A contribuição, em geral, para a melhoria e para o c) À Delegação Regional do Sul, os distritos de Lisboa,
progresso nos domínios científico, técnico e profissional de Santarém, de Portalegre, de Setúbal, de Évora, de Beja
do exercício da medicina veterinária; e de Faro;
d) A regulação do acesso e do exercício da profissão de d) À Delegação Regional da Madeira, a área da Região
médico veterinário em território nacional; Autónoma da Madeira;
e) A concessão, em exclusivo, dos títulos profissionais e) À Delegação Regional dos Açores, a área da Região
da profissão de médico veterinário; Autónoma dos Açores.
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6835

Artigo 6.º 2 — Os atos praticados pelos órgãos da Ordem no


Insígnias
exercício de poderes públicos admitem ainda os recursos
administrativos previstos no presente Estatuto.
A Ordem tem o direito a usar emblema, estandarte e selo 3 — Salvo disposição em contrário, o prazo de interpo-
próprios, de modelo aprovado pela assembleia geral, sob sição dos recursos administrativos é de 30 dias.
proposta do conselho profissional e deontológico.

Artigo 7.º CAPÍTULO II


Cooperação Membros da Ordem
1 — A Ordem pode constituir associações de direito Artigo 10.º
privado e outras formas de cooperação com entidades
afins, nacionais ou estrangeiras, especialmente no âmbito Categorias de membros
da União Europeia, do Espaço Económico Europeu e da 1 — A Ordem tem membros efetivos e extraordinários.
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. 2 — Os membros extraordinários podem ser honorários
2 — Para melhor desempenho das suas atribuições, a ou correspondentes.
Ordem pode estabelecer acordos de cooperação com outras
entidades públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, Artigo 11.º
ressalvadas as entidades de natureza sindical ou política.
3 — A Ordem deve prestar e solicitar às associações Membros efetivos
públicas profissionais ou às autoridades administrativas 1 — Podem inscrever-se na Ordem, como membros
competentes dos outros Estados membros da União Eu- efetivos, aqueles que reúnam uma das seguintes condições:
ropeia e do Espaço Económico Europeu, bem como à
Comissão Europeia, assistência mútua e tomar as medidas a) Licenciado em medicina veterinária por uma insti-
necessárias para cooperar eficazmente, no âmbito dos pro- tuição de ensino superior portuguesa no quadro da orga-
cedimentos relativos a prestadores de serviços provenientes nização de estudos anterior à aplicação do Decreto-Lei
de outros Estados membros, nos termos dos artigos 26.º a n.º 74/2006, de 24 de março, alterado pelos Decretos-Leis
29.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e do n.º 2 n.os 107/2008, de 25 de junho, 230/2009, de 14 de setembro,
do artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada e 115/2013, de 7 de agosto;
pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 b) Mestre em medicina veterinária por uma instituição
de maio, nomeadamente através do Sistema de Informação de ensino superior portuguesa no quadro da organiza-
do Mercado Interno. ção de estudos decorrente da aplicação do Decreto-Lei
4 — Em matéria de reconhecimento das qualificações n.º 74/2006, de 24 de março, alterado pelos Decretos-Leis
profissionais, a Ordem exerce as competências previstas n.os 107/2008, de 25 de junho, 230/2009, de 14 de setembro,
no artigo 47.º e no n.º 2 do artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, e 115/2013, de 7 de agosto;
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de c) Titular de grau académico superior estrangeiro em
agosto, e 25/2014, de 2 de maio. medicina veterinária a que tenha sido conferida equivalên-
cia aos graus a que se referem as alíneas a) e b);
Artigo 8.º d) Profissional nacional de Estado membro da União
Europeia ou do Espaço Económico Europeu cujas qualifi-
Capacidade e representação
cações profissionais tenham sido obtidas fora de Portugal,
1 — A Ordem goza de capacidade jurídica e judiciária nos termos do artigo 61.º
para a prática de todos os atos jurídicos, o gozo de todos
os direitos e a sujeição a todas as obrigações necessárias 2 — A inscrição de nacionais de Estados terceiros de-
à prossecução dos respetivos fins e atribuições, sem pre- pende igualmente da demonstração de tratamento recí-
juízo das limitações estabelecidas no número seguinte em proco.
matéria de processo penal.
2 — A Ordem pode constituir-se assistente nos processos Artigo 12.º
penais para defesa de direitos ou interesses do exercício da Membros extraordinários
atividade veterinária, bem como dos seus membros, em
todos os casos relacionados com o exercício da profissão ou 1 — Podem ser membros honorários da Ordem as pes-
com o exercício dos cargos nos seus órgãos, salvo quando se soas singulares ou coletivas, nacionais ou estrangeiras,
trate de factos que envolvam responsabilidade disciplinar. que, por relevantes atividades desenvolvidas no âmbito
3 — A Ordem é representada em juízo e fora dele pelo das ciências veterinárias ou da profissão veterinária, sejam
bastonário ou pelos presidentes dos conselhos regionais, consideradas merecedoras de tal distinção.
quando se trate de atos da responsabilidade das respetivas 2 — Podem ser membros correspondentes da Ordem as
delegações. personalidades que, no estrangeiro, tenham desenvolvido
papel de relevo nas ciências veterinárias.
Artigo 9.º
Controlo jurisdicional
Artigo 13.º
Inscrição
1 — Os litígios emergentes do exercício de poderes
públicos pelos órgãos da Ordem encontram-se sujeitos à 1 — O procedimento de inscrição dos membros efetivos
jurisdição administrativa e fiscal, nos termos das respetivas e de admissão dos membros extraordinários tem lugar nos
leis de processo e da demais legislação aplicável. termos de regulamento a aprovar pela assembleia geral,
6836 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

no respeito pelo disposto no presente Estatuto e demais 2 — É ainda dever dos membros efetivos da Ordem
legislação aplicável. exercer a sua atividade com os adequados conhecimentos
2 — Compete ao conselho diretivo deliberar sobre os científicos e técnicos, o respeito pela vida animal, a pros-
pedidos de inscrição de membros efetivos. secução da sanidade animal e a colaboração na defesa da
3 — A admissão de membros extraordinários é da com- saúde pública, de acordo com as normas legais, éticas e
petência do conselho diretivo, sob parecer favorável do deontológicas aplicáveis.
conselho profissional e deontológico. 3 — Os membros efetivos da Ordem estão sujeitos, em
especial, a deveres e obrigações para com a comunidade,
Artigo 14.º para com os utentes dos serviços, para com a Ordem e para
com os outros membros da Ordem.
Cancelamento da inscrição
4 — A deontologia profissional dos veterinários é ob-
É cancelada a inscrição na Ordem: jeto do código deontológico veterinário, que desenvolve
os princípios constantes dos artigos seguintes do presente
a) Aos membros que o requererem;
Estatuto.
b) Aos membros que tenham sido punidos com a sanção
5 — O código deontológico veterinário é aprovado pela
disciplinar de expulsão.
assembleia geral, sob proposta do conselho profissional
e deontológico.
Artigo 15.º
Suspensão da inscrição Artigo 18.º
É suspensa a inscrição na Ordem: Deveres dos membros efetivos da Ordem
para com a comunidade e os utentes
a) Aos membros que o requererem;
b) Aos membros que tenham sido punidos com a sanção 1 — Sem prejuízo do disposto no código deontológico
disciplinar de suspensão; veterinário, constituem deveres dos membros efetivos
c) Aos membros que fiquem em situação de incompa- da Ordem para com a comunidade e os utentes dos ser-
tibilidade com o exercício da profissão de médico vete- viços:
rinário. a) Manter permanentemente aperfeiçoados e atualizados
os seus conhecimentos científicos e técnicos, participando
Artigo 16.º para o efeito em cursos de atualização, seminários, confe-
Direitos dos membros efetivos da Ordem rências e outras atividades científicas e culturais;
b) Não emitir atestados que não correspondam integral-
Constituem direitos dos membros efetivos da Ordem: mente à verdade;
a) Exercer a profissão de médico veterinário em todo c) Recusar participar em intervenções destinadas a,
o território nacional; ilegitimamente, obter rendimentos biológicos superiores
b) Gozar de todos os benefícios, regalias e serviços às reais capacidades dos animais ou a atribuir-lhes quali-
prestados pela Ordem, de acordo com o presente Estatuto dades fictícias;
e com regulamentos aplicáveis; d) Não dar consultas nem prescrever medicamentos ou
c) Requerer a emissão de cédula profissional e outros tratamentos a animais que não observaram pessoalmente,
documentos comprovativos da sua capacidade para o exer- salvo no caso de justificada urgência;
cício da atividade veterinária; e) Abster-se de colaborar em atividades ilegais de pes-
d) Eleger e, no caso de membro que seja pessoa singular, soas não habilitadas para o exercício da medicina vete-
ser eleito para os órgãos da Ordem, nos termos previstos rinária;
no presente Estatuto; f) Não participar, de qualquer forma, em atividades que
e) Participar nas atividades da Ordem, quer no exercício ponham em risco espécies raras ou em vias de extinção ou
dos mandatos para que tenham sido eleitos ou designados, que alterem de forma grave os equilíbrios biológicos;
quer em todas as iniciativas por ela organizadas; g) Recusar os serviços sempre que lhe sejam exigidas
f) Solicitar a intervenção da Ordem na defesa dos seus tarefas que ultrapassem as suas capacidades ou disponi-
direitos e interesses profissionais; bilidades;
g) Reclamar e recorrer das deliberações e decisões dos h) Abster-se de executar ou de participar em experiên-
órgãos da Ordem. cias científicas sem utilidade para a investigação ou para
o ensino e naquelas em que se verifiquem crueldades ou
em que o sofrimento dos animais não seja atenuado pelos
CAPÍTULO III meios tecnicamente adequados;
i) Executar as suas tarefas com competência e zelo,
Deontologia profissional
não abandonando, sem justificação, tarefas ou cargos que
aceite desempenhar;
Artigo 17.º j) Abster-se da prática de atos de publicidade da sua
Deveres dos membros efetivos da Ordem em geral atividade que não assentem em informação objetiva e
verdadeira ou que violem quaisquer deveres deontoló-
1 — São deveres dos membros efetivos da Ordem, em
gicos ou as normas legais sobre publicidade e concor-
geral:
rência;
a) Participar na vida institucional da Ordem; k) Guardar segredo profissional.
b) Pagar as quotas;
c) Contribuir para o prestígio da Ordem; 2 — Para o efeito do disposto na alínea k) do número
d) Outros previstos na lei. anterior, o segredo profissional abrange o conjunto de fac-
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6837

tos de caráter reservado referentes a assuntos profissionais CAPÍTULO IV


que lhe tenha sido revelado pelo cliente, ou conhecido
no exercício da profissão ou no desempenho de cargo na Órgãos da Ordem
Ordem.
3 — Cessa a obrigação do segredo profissional sempre SECÇÃO I
que:
Disposições gerais
a) A lei o determine ou o interessado o autorize;
b) A defesa da dignidade, dos direitos e interesses le- Artigo 21.º
gítimos do médico veterinário ou do cliente o imponha,
Órgãos da Ordem
desde que tal seja reconhecido pelo conselho profissional
e deontológico; São órgãos da Ordem:
c) Estando em causa factos cujo conhecimento adveio
da titularidade de cargo na Ordem, tal seja reconhecido a) O congresso;
pelo respetivo órgão ou, sendo este singular, pelo conselho b) A assembleia geral;
profissional e deontológico. c) O conselho profissional e deontológico;
d) O conselho diretivo;
e) O bastonário;
Artigo 19.º f) O conselho fiscal;
Deveres dos membros efetivos para com a Ordem
g) As assembleias regionais;
h) Os conselhos regionais.
Sem prejuízo do disposto no código deontológico ve-
terinário, constituem deveres dos membros efetivos da Artigo 22.º
Ordem para com esta:
Elegibilidade
a) Não prejudicar os fins e o prestígio da Ordem e da
1 — Podem ser eleitos para os órgãos da Ordem os
atividade médico-veterinária;
médicos veterinários com inscrição em vigor e no pleno
b) Respeitar o presente Estatuto, o código deontológico
exercício dos seus direitos.
veterinário e os outros regulamentos;
2 — Só podem ser eleitos membros do conselho profis-
c) Cumprir as decisões e deliberações dos órgãos da
sional e deontológico os membros efetivos da Ordem com
Ordem;
mais de 10 anos de exercício de profissão.
d) Colaborar na prossecução das atribuições da Or-
3 — O exercício das funções executivas, disciplinares
dem e exercer os cargos para que tenha sido eleito ou
e de fiscalização em órgãos da Ordem é incompatível
designado;
entre si.
e) Pagar as quotas e outros montantes devidos à Ordem
4 — Nenhum membro pode ser eleito para o exercício
que sejam estabelecidos pelos órgãos competentes;
simultâneo de dois cargos em órgãos da Ordem, no mesmo
f) Comunicar, no prazo máximo de 30 dias, a mudança
mandato.
de domicílio ou da sua situação profissional.
5 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, o
exercício de cargo na Ordem é incompatível com o exer-
Artigo 20.º cício de quaisquer funções dirigentes na Administração
Deveres recíprocos dos membros da Ordem
Pública e com qualquer outra função com a qual se veri-
fique um manifesto conflito de interesses.
Sem prejuízo do disposto no código deontológico ve- 6 — A qualidade de membro do congresso e da as-
terinário, constituem deveres dos membros da Ordem nas sembleia regional não é incompatível com o exercício de
suas relações recíprocas: funções dirigentes na Administração Pública.
a) Proceder de forma leal e urbana;
b) Não ofender, de forma direta ou indireta, a reputação Artigo 23.º
de outro médico veterinário, sem prejuízo dos direitos de Duração dos mandatos
crítica e de denúncia de factos violadores dos princípios
deontológicos; Os titulares dos órgãos da Ordem são eleitos para man-
c) Substituir outro médico veterinário em caso de fé- datos de quatro anos, podendo ser reeleitos apenas por uma
rias, doença ou outro impedimento temporário, desde que, vez para as mesmas funções.
nas circunstâncias concretas, tal lhe seja legitimamente
exigível; Artigo 24.º
d) Não aceitar trabalhos de que outro médico veterinário
Apresentação de candidaturas
tenha sido encarregado, sem esclarecimento dos motivos
da situação e do conhecimento da regularização contratual 1 — A eleição para os órgãos da Ordem depende da
anterior; apresentação de propostas de candidatura, que deve ser
e) Abster-se, em concorrência com os outros médicos efetuada perante o presidente da mesa da assembleia ge-
veterinários, da prática de atos que não respeitem a dig- ral ou perante os presidentes das assembleias regionais,
nidade da profissão; consoante se trate de eleição para os órgãos nacionais ou
f) Remunerar de uma forma justa os médicos vete- de eleição para os órgãos regionais.
rinários seus colaboradores e, bem assim, contribuir 2 — As candidaturas, as quais são individualizadas para
para a sua atualização e para o seu aperfeiçoamento cada órgão, devem ser apresentadas com a antecedência de
profissionais. 60 dias em relação à data designada para as eleições.
6838 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

3 — As propostas são subscritas por um mínimo de 3 — A convocatória da assembleia eleitoral fixa o ho-
50 ou de 25 médicos veterinários com inscrição em vigor rário de funcionamento das secções de voto, por período
consoante se trate, respetivamente, de candidaturas para não inferior a seis horas.
os órgãos nacionais ou para os órgãos regionais.
4 — Se até à data referida no n.º 2 não tiverem sido Artigo 28.º
apresentadas candidaturas para todos os órgãos, deve tal
omissão ser suprida pelo conselho diretivo e pelos conse- Voto
lhos regionais, consoante se trate de órgãos nacionais ou
regionais, até 30 dias em relação à data designada para 1 — Apenas têm direito de voto os médicos veteriná-
as eleições. rios com inscrição em vigor e no pleno exercício dos seus
5 — As propostas de candidaturas devem conter a iden- direitos.
tificação dos proponentes e dos candidatos, com indicação 2 — O voto é secreto, podendo ser exercido presencial-
dos respetivos números da cédula profissional e residência, mente ou por correspondência, caso em que é dirigido ao
bem como a declaração de aceitação da candidatura pelos presidente da respetiva mesa de voto.
candidatos, a indicação do candidato a presidente do res- 3 — No caso de voto por correspondência, o bole-
petivo órgão e as linhas gerais do respetivo programa. tim é encerrado em sobrescrito acompanhado de carta
com o nome e a assinatura do votante reconhecida ou
Artigo 25.º acompanhada de fotocópia do seu documento de iden-
tificação civil.
Data das eleições
4 — Por deliberação da assembleia geral, podem ser
1 — As eleições para os diversos órgãos da Ordem estabelecidos outros meios, nomeadamente eletrónicos,
realizam-se entre 1 e 20 de dezembro, na data que for de exercício do direito de voto.
designada pelo presidente da mesa da assembleia geral.
2 — A assembleia eleitoral é convocada pelo presidente Artigo 29.º
da mesa da assembleia geral em funções, por meio de
anúncios publicados em dois jornais diários de grande Renúncia ao cargo e suspensão temporária
circulação e no sítio na Internet da Ordem, com a ante- do exercício de funções
cedência mínima de 30 dias em relação à data designada 1 — Quando sobrevenha motivo relevante, o membro
para as eleições. de órgão da Ordem pode solicitar ao conselho profissional
3 — As eleições para os órgãos nacionais e para os e deontológico a aceitação de renúncia ou de suspensão
órgãos regionais têm lugar na mesma data.
temporária do exercício de funções.
2 — O pedido deve ser fundamentado, não podendo a
Artigo 26.º
suspensão ter duração superior a seis meses.
Comissão eleitoral
1 — Com a marcação da data das eleições, é designada Artigo 30.º
uma comissão eleitoral, com a seguinte composição:
Efeitos das sanções disciplinares
a) O presidente da mesa da assembleia geral em funções,
que preside; 1 — O mandato de qualquer membro dos órgãos da
b) Um representante do conselho diretivo; Ordem cessa quando o respetivo titular seja punido
c) Um representante do conselho profissional e deon- disciplinadamente com sanção superior à de repreensão
tológico; registada e por efeito do trânsito em julgado da respe-
d) Um representante do conselho fiscal. tiva decisão.
2 — Em caso de suspensão preventiva, nos termos do
2 — À comissão eleitoral compete: artigo 95.º, ou de decisão disciplinar de que seja interposto
recurso, o titular fica suspenso do exercício de funções até
a) Confirmar a boa organização dos ficheiros de inscri- decisão com trânsito em julgado.
tos e mandar afixar os cadernos eleitorais;
b) Apreciar as reclamações sobre os cadernos eleitorais; Artigo 31.º
c) Verificar a regularidade das candidaturas;
d) Promover a fiscalização do processo eleitoral; Substituições
e) Decidir as reclamações sobre o processo eleitoral.
1 — No caso de cessação do mandato, por renúncia,
3 — Dos atos da comissão eleitoral cabe recurso para por motivo disciplinar ou por morte, do presidente de
o conselho profissional e deontológico. órgão colegial da Ordem, o respetivo órgão, na primeira
reunião ordinária subsequente ao facto, elege de entre
Artigo 27.º os seus membros um novo presidente e coopta um novo
membro.
Assembleia eleitoral 2 — No caso de cessação do mandato, por renúncia,
1 — A assembleia eleitoral funciona em secções de voto, por motivo disciplinar ou por morte, de outros membros
uma em cada delegação regional, assumindo as mesas das de órgãos colegiais da Ordem, o respetivo órgão coopta
assembleias regionais as funções de mesas de voto. um novo membro.
2 — Quando tal se justifique, a comissão eleitoral pode 3 — Nos casos previstos nos números anteriores, os
constituir outras secções de voto, fixando a composição substitutos exercem funções até ao termo do mandato do
das mesas de voto respetivas. respetivo antecessor.
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6839

SECÇÃO II 3 — Em cada círculo territorial correspondente a uma


Do congresso
delegação regional é eleito um representante por cada
300 médicos veterinários com inscrição em vigor e domi-
Artigo 32.º cílio profissional na área da respetiva delegação.
4 — Se o número de médicos veterinários com ins-
Composição e organização crição em vigor e domicílio profissional na área de uma
1 — O congresso é o órgão consultivo de âmbito na- delegação regional for inferior a 300, os mesmos elegem
cional, constituído por todos os membros da Ordem e um representante.
por outras pessoas que, satisfazendo as condições fixadas
em regulamento aprovado pela assembleia geral, nele se Artigo 37.º
inscrevam. Competência
2 — O congresso é organizado pelo conselho diretivo
em conjunto com o conselho regional em cuja área o Compete à assembleia geral:
mesmo se realize. a) Eleger e destituir a mesa da assembleia geral;
b) Aprovar as propostas de plano de atividades e de
Artigo 33.º orçamento apresentadas pelo conselho diretivo;
Competência c) Aprovar o relatório e contas apresentados pelo con-
selho diretivo;
Compete ao congresso:
d) Deliberar sobre as propostas de alteração ao presente
a) Tomar posição sobre o exercício da medicina vete- Estatuto;
rinária, seu estatuto e garantia; e) Apreciar a atividade dos órgãos nacionais e aprovar
b) Pronunciar-se sobre questões de natureza científica, moções e recomendações de caráter profissional e asso-
técnica e profissional; ciativo;
c) Aprovar recomendações de caráter associativo e pro- f) Fixar o valor das quotas e das taxas;
fissional; g) Aprovar os regulamentos necessários à prossecução
d) Elaborar e aprovar o seu regimento. dos fins da Ordem;
h) Pronunciar-se sobre quaisquer assuntos que lhe sejam
Artigo 34.º apresentados pelos outros órgãos;
Reuniões i) Deliberar sobre todos os assuntos que não estejam
compreendidos nas competências específicas dos restantes
1 — O congresso reúne, ordinariamente, de dois em órgãos da Ordem;
dois anos e, extraordinariamente, quando for convocado j) Elaborar e aprovar o seu regimento.
pelo conselho diretivo, por sua iniciativa ou a solicitação
do conselho profissional e deontológico. Artigo 38.º
2 — O congresso reúne, preferencialmente, de forma
alternada em cada uma das áreas correspondentes às de- Mesa da assembleia geral
legações regionais da Ordem. A mesa da assembleia geral é constituída pelo presi-
3 — Os trabalhos do congresso são dirigidos pela mesa dente, por um vice-presidente e por um secretário, eleitos
da assembleia geral. pela assembleia geral.
Artigo 35.º Artigo 39.º
Funcionamento
Reuniões ordinárias
O congresso funciona nos termos do seu regimento, o
1 — A assembleia geral reúne ordinariamente para a
qual é aprovado pela assembleia geral, sob proposta do
eleição da respetiva mesa e para a discussão e aprovação do
conselho diretivo e após parecer do conselho profissional
plano de atividades, do orçamento e do relatório e contas.
e deontológico.
2 — A assembleia geral destinada à discussão e apro-
vação do plano de atividades e do orçamento reúne na
SECÇÃO III primeira quinzena de dezembro do ano anterior ao do
Da assembleia geral exercício a que disserem respeito, realizando-se a assem-
bleia geral destinada à discussão e aprovação do relatório
Artigo 36.º e contas na primeira quinzena de abril do ano imediato ao
do respetivo exercício.
Composição
1 — A assembleia geral é a assembleia representativa de Artigo 40.º
todos os médicos veterinários, eleita por sufrágio universal, Reuniões extraordinárias
direto, secreto e periódico.
2 — A assembleia geral é composta por representantes A assembleia geral reúne extraordinariamente quando
eleitos através do sistema de representação proporcional os interesses superiores da Ordem o aconselhem, por ini-
em círculos territoriais correspondentes a cada uma das ciativa da respetiva mesa, do conselho profissional e deon-
delegações regionais, de acordo com o número de médicos tológico, do conselho diretivo, do conselho fiscal, de uma
veterinários com inscrição em vigor e domicílio profissio- das assembleias regionais, ou de um terço dos médicos
nal na área da respetiva delegação. veterinários com assento na assembleia geral.
6840 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

Artigo 41.º Artigo 45.º


Convocatória Competência
As reuniões da assembleia geral são convocadas pelo 1 — Compete ao conselho diretivo:
presidente da respetiva mesa, nos termos previstos no Có-
digo do Procedimento Administrativo para a convocatória a) Dirigir os serviços da Ordem de âmbito nacional;
de órgãos colegiais. b) Definir a posição da Ordem perante os órgãos de
soberania e a Administração Pública em tudo o que se
relacione com a prossecução das suas atribuições;
SECÇÃO IV c) Emitir parecer sobre projetos de diplomas legislativos
Do conselho profissional e deontológico ou regulamentares que interessem ao exercício da profissão
de médico veterinário e propor as alterações que entenda
Artigo 42.º convenientes;
d) Executar as deliberações da assembleia geral;
Composição e) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia geral
1 — O conselho profissional e deontológico é o órgão o plano de atividades, o orçamento, o relatório e as contas
jurisdicional e de supervisão da Ordem e é composto por anuais;
sete membros eleitos por sufrágio universal, direto, secreto f) Deliberar sobre os pedidos de inscrição na Ordem e
e periódico e por método de representação proporcional ao emitir as respetivas cédulas profissionais;
número de votos obtidos pelas listas candidatas. g) Cobrar as receitas da Ordem e autorizar as despe-
2 — As listas de candidatura devem incluir associados sas;
inscritos em cada uma das delegações regionais, de entre h) Desenvolver as relações da Ordem com instituições
membros de reconhecido prestígio e mérito profissional. nacionais ou estrangeiras da mesma natureza;
3 — Na primeira reunião de cada mandato, o conselho i) Propor à assembleia geral o valor das quotas, taxas e
profissional e deontológico elege, de entre os seus mem- outros encargos a pagar pelos membros da Ordem;
bros, um vice-presidente e um secretário. j) Elaborar e manter atualizado o ficheiro dos membros
da Ordem;
Artigo 43.º k) Administrar o património da Ordem;
Competência l) Aprovar, após audição dos conselhos regionais e pa-
recer do conselho profissional e deontológico, os regula-
Compete ao conselho profissional e deontológico: mentos necessários à execução do presente Estatuto e à
a) Julgar os recursos interpostos com fundamento em prossecução das atribuições da Ordem;
ilegalidade de atos dos outros órgãos da Ordem; m) Elaborar e aprovar o seu regimento;
b) Resolver os conflitos negativos ou positivos de com- n) Organizar e fazer publicar uma revista de especia-
petência entre os órgãos da Ordem; lidade e um boletim periódico, como órgão informativo
c) Deliberar sobre os pedidos de escusa, de renúncia e de da Ordem;
suspensão temporária de membros dos órgãos da Ordem; o) Exercer as competências em matéria de cooperação
d) Exercer o poder disciplinar sobre os membros da e de reconhecimento das qualificações profissionais;
Ordem; p) Fixar a sede das delegações regionais, ouvidos os
e) Emitir os pareceres que lhe sejam solicitados pelos respetivos órgãos regionais;
outros órgãos da Ordem; q) Fixar a percentagem do montante das quotas a atri-
f) Elaborar e aprovar o seu regimento; buir às delegações regionais, ouvidos os respetivos órgãos
g) Exercer as demais competências que lhe sejam atri- regionais;
buídas por lei, pelo presente Estatuto e pelos seus regu- r) Elaborar e aprovar o seu regimento;
lamentos. s) Exercer as demais competências que a lei ou os re-
gulamentos lhe atribuam.
SECÇÃO V
2 — Salvo quanto às matérias previstas nas alíneas b),
Do conselho diretivo c), e), f), i), l), m), o), p) e r) do número anterior, o conselho
diretivo pode delegar em qualquer dos seus membros as
Artigo 44.º suas competências.
Composição 3 — Dos atos praticados no exercício da competência
delegada, nos termos do número anterior, cabe recurso
1 — O conselho diretivo é o órgão executivo da Ordem para o conselho diretivo.
e é composto por sete membros eleitos por sufrágio uni-
versal, direto, secreto e periódico.
2 — As listas candidatas à eleição do conselho diretivo Artigo 46.º
devem incluir associados inscritos em todas as delegações Reuniões
regionais.
3 — O primeiro elemento da lista mais votada é o pre- O conselho diretivo reúne, ordinariamente, nos dias
sidente do conselho diretivo. previamente definidos pelo seu presidente e, extraor-
4 — Na primeira reunião de cada mandato, o conse- dinariamente, mediante convocação do seu presidente,
lho diretivo elege, de entre os seus membros, um vice- por iniciativa deste ou a solicitação da maioria dos seus
-presidente, um secretário e um tesoureiro. membros.
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6841

SECÇÃO VI SECÇÃO VIII


Do bastonário Das assembleias regionais

Artigo 51.º
Artigo 47.º
Composição
Definição
Em cada delegação regional, funciona uma assembleia
O bastonário representa a Ordem e é o presidente do
regional, constituída por todos os médicos veterinários
conselho diretivo.
inscritos nessa delegação.

Artigo 48.º Artigo 52.º


Competência Competência

1 — Compete ao bastonário: Compete à assembleia regional:


a) Representar a Ordem em juízo e fora dele; a) Eleger a sua mesa;
b) Zelar pelo cumprimento do presente Estatuto e dos b) Eleger o respetivo conselho regional;
regulamentos da Ordem; c) Aprovar, sob proposta do respetivo conselho regional,
c) Exercer as competências que lhe sejam delegadas o plano de atividades, o orçamento e o relatório e contas
pelo conselho diretivo; anuais;
d) Exercer qualquer competência do conselho diretivo d) Apreciar a atividade do respetivo conselho regional
em casos de urgência. e aprovar moções e recomendações de caráter profissional
e associativo;
2 — Os atos praticados pelo bastonário no exercício e) Apresentar propostas aos órgãos nacionais;
da competência prevista na alínea d) do número anterior f) Deliberar sobre os assuntos que lhe sejam apresen-
devem ser sujeitos a ratificação do conselho diretivo na tados pelo respetivo conselho regional ou pelo conselho
primeira reunião que se efetuar após a sua prática. diretivo;
g) Elaborar e aprovar o seu regimento.

SECÇÃO VII Artigo 53.º


Do conselho fiscal Mesa da assembleia regional
A mesa da assembleia regional é constituída por um
Artigo 49.º presidente, por um vice-presidente e por um secretário.
Composição
Artigo 54.º
1 — O conselho fiscal é composto por um presidente e
por um vogal, eleitos por sufrágio universal, direto, secreto Funcionamento
e periódico e por método de representação proporcional ao 1 — A assembleia regional reúne ordinariamente
número de votos obtidos pelas listas candidatas. para a eleição da respetiva mesa do conselho regio-
2 — Os membros do conselho fiscal são médicos vete- nal, bem como para a discussão e aprovação do plano
rinários com inscrição em vigor na Ordem. de atividades, do orçamento regional e do relatório e
3 — O conselho fiscal integra ainda um Revisor Oficial contas regionais.
de Contas, designado pela assembleia geral. 2 — À convocação e ao funcionamento da assembleia
regional aplica-se, com as necessárias adaptações, o regime
Artigo 50.º estabelecido para a assembleia geral.
Competência
Compete ao conselho fiscal: SECÇÃO IX
a) Apreciar bimestralmente a contabilidade da Ordem, Dos conselhos regionais
quer a de âmbito nacional quer a respeitante às delegações
regionais; Artigo 55.º
b) Emitir parecer sobre o orçamento e o relatório e
Composição
contas anuais apresentados pelo conselho diretivo e pelos
conselhos regionais; 1 — Em cada delegação regional, funciona um conse-
c) Apresentar ao conselho diretivo e aos conselhos regio- lho regional, constituído por cinco membros eleitos pela
nais as propostas que considerar adequadas para a melhoria respetiva assembleia regional por método de representa-
da situação patrimonial e financeira da Ordem; ção proporcional ao número de votos obtidos pelas listas
d) Emitir os pareceres que lhe sejam solicitados pelos candidatas.
outros órgãos da Ordem; 2 — O primeiro elemento da lista mais votada é o pre-
e) Elaborar e aprovar o seu regimento; sidente do conselho regional.
f) Exercer as demais competências que lhe sejam 3 — Na primeira reunião de cada quadriénio, cada con-
atribuídas pelo presente Estatuto, pela lei e pelos regu- selho regional elege, de entre os seus membros, o vice-
lamentos. -presidente, o secretário e o tesoureiro.
6842 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

Artigo 56.º e) Assistência tecnológica a indústrias de produtos ani-


Competência
mais;
f) Ações no âmbito da higiene pública veterinária, no-
1 — Compete ao conselho regional: meadamente no campo dos alimentos;
g) Peritagem em assuntos que estejam intimamente
a) Representar a delegação regional; ligados com a atividade veterinária;
b) Dirigir os serviços da delegação regional e adminis- h) Formulação de pareceres técnicos sobre assuntos do
trar o património a ela afeto; âmbito das disciplinas científicas universitárias propedêu-
c) Elaborar e submeter à aprovação da respetiva as- ticas ou clínicas veterinárias realizadas pelo veterinário;
sembleia regional o plano de atividades, o orçamento e o i) Quaisquer outras ações que, atentas as circunstâncias,
relatório e contas anuais; devam ser realizadas por pessoas com a formação cien-
d) Cooperar com os demais órgãos da Ordem na pros- tífica, técnica e profissional especializada no âmbito das
secução das suas atribuições; ciências veterinárias.
e) Instruir os pedidos de inscrição na Ordem e enviá-los
para deliberação do conselho diretivo com o seu parecer; Artigo 59.º
f) Manter atualizado o registo dos membros da Ordem
com domicílio profissional na respetiva área geográfica; Exercício da profissão
g) Convocar as reuniões da assembleia regional; 1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 61.º e 62.º,
h) Enviar, no prazo de 15 dias após a sua aprovação só os médicos veterinários com inscrição em vigor na
pela respetiva assembleia regional, o plano de atividades, Ordem podem exercer, no território nacional, a profissão
o orçamento e o relatório e contas anuais; de médico veterinário.
i) Executar as deliberações da respetiva assembleia 2 — O exercício da profissão de médico veterinário em
regional; infração ao disposto no número anterior constitui crime
j) Emitir os pareceres solicitados pelos demais órgãos de usurpação de funções, punido nos termos do disposto
da Ordem; na alínea b) do artigo 358.º do Código Penal.
k) Zelar pelo cumprimento do presente Estatuto e dos
respetivos regulamentos; Artigo 60.º
l) Cobrar as receitas da delegação regional e autorizar
Modos de exercício da profissão
as despesas;
m) Desenvolver as ações necessárias à prossecução das A profissão de médico veterinário pode ser exercida:
atribuições da Ordem no que respeita à sua área geográfica;
a) Por conta própria, como profissional independente
n) Elaborar e aprovar o seu regimento.
ou como empresário em nome individual;
b) Como sócio, administrador ou gerente de uma so-
2 — Salvo quanto às matérias previstas nas alíneas c), e), ciedade de profissionais com atividade no domínio da
g), j) e n) do número anterior, o conselho regional pode de- medicina veterinária;
legar em qualquer dos seus membros as suas competências. c) Como trabalhador em funções públicas, independen-
3 — Dos atos praticados no exercício de competências temente da natureza do seu vínculo;
delegadas nos termos do número anterior cabe recurso para d) Como trabalhador de uma pessoa singular, ainda que
o conselho regional. esta não seja médica veterinária, ou de uma pessoa coletiva.
Artigo 57.º Artigo 61.º
Reuniões Profissionais da União Europeia e do Espaço Económico
Europeu — Direito de estabelecimento
O conselho regional reúne nos termos previstos para o
conselho diretivo, com as necessárias adaptações. 1 — O reconhecimento das qualificações profissionais
de nacional de Estado membro da União Europeia ou
do Espaço Económico Europeu obtidas fora de Portugal,
CAPÍTULO V para a sua inscrição como membro da Ordem, é regulado
Exercício da medicina veterinária pela Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis
n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, sem
Artigo 58.º prejuízo de condições especiais de reciprocidade caso as
qualificações em causa tenham sido obtidas fora da União
Medicina veterinária Europeia ou do Espaço Económico Europeu.
A medicina veterinária consiste na atividade cujo cor- 2 — O profissional que pretenda inscrever-se na Ordem
reto e eficaz desempenho depende de o seu autor reunir os nos termos do número anterior e que preste serviços, de
requisitos previstos na lei e traduz-se nas ações que visam forma subordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio
o bem-estar e a saúde animal, a higiene pública veterinária, ou que atue como administrador ou gerente no Estado mem-
a inspeção de produtos de origem animal e a melhoria zoo- bro de origem, no âmbito de organização associativa de
técnica da produção de espécies animais, nomeadamente: profissionais, observado o disposto no n.º 4 do artigo 37.º
da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, deve identificar a or-
a) Ações no âmbito da saúde animal, designadamente, ganização em causa no pedido apresentado nos termos do
na prevenção e na erradicação de zoonoses; artigo 47.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas
b) Assistência clínica a animais; Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
c) Inspeção higio-sanitária de animais e seus produtos; 3 — Caso o facto a comunicar nos termos do número
d) Assistência zootécnica à criação de animais; anterior ocorra após a apresentação do pedido de reconheci-
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6843

mento de qualificações, deve a organização associativa em artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas
causa ser identificada perante a Ordem no prazo máximo Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio;
de 60 dias. b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi-
4 — O médico veterinário da União Europeia ou do cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime
Espaço Económico Europeu que tenha sido suspenso ou de reciprocidade internacionalmente vigente.
proibido de exercer a profissão, pela organização profis-
sional do Estado membro de origem, fica automaticamente 5 — As sociedades de médicos veterinários gozam dos
impedido de exercer a sua atividade em Portugal, com o direitos e estão sujeitas aos deveres aplicáveis aos profis-
seu título profissional de origem, enquanto durar aquela sionais membros da Ordem que sejam compatíveis com a
suspensão ou proibição. sua natureza, estando nomeadamente sujeitas aos princí-
pios e regras deontológicos constantes do presente Estatuto.
Artigo 62.º 6 — Às sociedades de profissionais não é reconhecida
capacidade eleitoral.
Profissionais da União Europeia e do Espaço Económico
Europeu — Livre prestação de serviços
7 — Os membros do órgão executivo das sociedades
profissionais de médicos veterinários, independentemente
1 — Os profissionais legalmente estabelecidos noutro da sua qualidade de membros da Ordem, devem respeitar
Estado membro da União Europeia ou do Espaço Econó- os princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e
mico Europeu e que aí desenvolvam atividade comparável científica e as garantias conferidas aos médicos veterinários
à atividade profissional de médico veterinário, podem pela lei e pelo presente Estatuto.
exercê-la, de forma ocasional e esporádica, em território 8 — As sociedades profissionais de médicos veterinários
nacional, em regime de livre prestação de serviços, nos podem exercer, a título secundário, quaisquer atividades
termos da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis que não sejam incompatíveis com a atividade de médico
n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio. veterinário, em relação às quais não se verifique impedi-
2 — Os profissionais referidos no número anterior são mento nos termos do presente Estatuto, não estando essas
equiparados a médicos veterinários, para todos os efeitos atividades sujeitas ao controlo da Ordem.
legais, exceto quando o contrário resulte das disposições 9 — A constituição e o funcionamento das sociedades
em causa. de profissionais consta de diploma próprio.
3 — O profissional que preste serviços, de forma su-
bordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio ou que Artigo 64.º
atue como administrador ou gerente no Estado membro de Incompatibilidades
origem, no âmbito de organização associativa de profissio-
nais, e que pretenda exercer a sua atividade profissional 1 — O exercício da medicina veterinária é incompatível
em território nacional nessa qualidade, em regime de livre com as seguintes funções e atividades:
prestação de serviços, deve identificar perante a Ordem a a) Titular de órgão de soberania e membro do respetivo
organização associativa, por conta da qual presta serviços, gabinete;
na declaração referida no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009, de 4 b) Membro de governo regional e membro do respetivo
de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, gabinete;
e 25/2014, de 2 de maio. c) Presidente de câmara municipal e vereador a tempo
inteiro;
Artigo 63.º d) Gestor público;
Sociedades de profissionais e) Quaisquer outras que por lei sejam consideradas
incompatíveis com o exercício da medicina veterinária.
1 — Os médicos veterinários estabelecidos em territó-
rio nacional podem exercer em grupo a profissão, desde 2 — Os membros da Ordem em situação de incompati-
que constituam ou ingressem como sócios em sociedades bilidade, nos termos do número anterior, devem requerer
profissionais de médicos veterinários. a suspensão da sua inscrição, no prazo máximo de 30 dias
2 — Podem ainda ser sócios de sociedades de profis- após a verificação ou o conhecimento do facto que gera
sionais de médicos veterinários: incompatibilidade.
a) As sociedades de profissionais de médicos veteriná- 3 — Após cessar a situação de incompatibilidade, o
rios, previamente constituídas e inscritas como membros membro da Ordem deve dar-lhe conhecimento dessa cir-
da Ordem; cunstância no prazo máximo de 30 dias.
b) As organizações associativas de profissionais equi-
paradas a médicos veterinários, constituídas noutro Estado Artigo 65.º
membro da União Europeia ou do Espaço Económico Impedimentos
Europeu, cujo capital e direitos de voto caibam maiorita-
riamente aos profissionais em causa. Os médicos veterinários que sejam trabalhadores que
exercem funções públicas, em qualquer modalidade de
3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú- relação jurídica de emprego público, ou que de outra forma
mero anterior não é aplicável caso a organização associa- prestem serviços à Administração Pública, estão impedi-
tiva não disponha de capital social. dos de exercer a atividade médica veterinária, a título de
4 — O juízo de equiparação referido na alínea b) do profissão liberal ou de trabalho subordinado, direta ou
n.º 2 é regido: indiretamente, a favor de pessoas, singulares ou coletivas,
de direito privado com as quais mantenham relações de
a) Quanto a nacionais de Estado membro da União serviço no exercício das funções que se desempenham na
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 do Administração Pública.
6844 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

Artigo 66.º Artigo 70.º


Identificação Independência da responsabilidade disciplinar
dos membros da Ordem
Os membros efetivos da Ordem estão obrigados, em
todos os documentos que emitam no exercício da medicina 1 — A responsabilidade disciplinar é independente da
veterinária, a identificar-se com o número da sua cédula responsabilidade civil e criminal decorrente da prática do
profissional. mesmo facto.
2 — A responsabilidade disciplinar perante a Ordem
Artigo 67.º coexiste com qualquer outra prevista por lei.
3 — O processo disciplinar é promovido independen-
Seguro de responsabilidade civil temente da promoção de qualquer outro.
1 — O exercício da profissão depende da subscrição 4 — Quando, com fundamento nos mesmos factos, tiver
de um seguro obrigatório de responsabilidade civil pro- sido instaurado processo penal contra membro da Ordem e,
fissional. para se conhecer da existência de uma infração disciplinar,
2 — Não pode ser imposta a um prestador de serviços for necessário julgar qualquer questão que não possa ser
estabelecido noutro Estado membro da União Europeia convenientemente resolvida no processo disciplinar, pode
ou do Espaço Económico Europeu a subscrição de um ser ordenada a suspensão do processo disciplinar por um
seguro de responsabilidade profissional pela atividade período máximo de um ano.
desenvolvida em território nacional, desde que o mesmo 5 — A suspensão do processo disciplinar, nos termos do
número anterior, é comunicada pela Ordem à autoridade
tenha essa atividade, total ou parcialmente, coberta por
judiciária competente, a qual deve ordenar a remessa à
seguro, garantia ou instrumento equivalente subscrito
Ordem de cópia do despacho de acusação e, se a ela houver
ou prestado no Estado membro em que se encontre es- lugar, da decisão instrutória.
tabelecido. 6 — Decorrido o prazo fixado nos termos do n.º 4 sem
3 — Caso o seguro, a garantia ou o instrumento equiva- que a questão tenha sido resolvida, a questão é decidida
lente, subscrito noutro Estado membro, cubra parcialmente no processo disciplinar.
os riscos decorrentes da atividade, deve o prestador de 7 — Sempre que, em processo penal contra membro da
serviços complementá-lo de forma a abranger riscos não Ordem, for designado dia para a audiência de julgamento,
cobertos. o tribunal deve ordenar a remessa à Ordem, preferen-
cialmente por via eletrónica, do despacho de acusação,
do despacho de pronúncia e da contestação, se tiver sido
CAPÍTULO VI apresentada, bem como de quaisquer outros elementos
Responsabilidade disciplinar solicitados pelo conselho diretivo ou pelo bastonário.
8 — A responsabilidade disciplinar dos membros pe-
rante a Ordem decorrente da prática de infrações é indepen-
SECÇÃO I dente da responsabilidade disciplinar perante os respetivos
Disposições gerais empregadores, por infração aos deveres emergentes de
relações de trabalho.
Artigo 68.º
Artigo 71.º
Infração disciplinar
Responsabilidade disciplinar dos profissionais
1 — Considera-se infração disciplinar toda a ação ou em regime de livre prestação de serviços
omissão que consista em violação, por qualquer membro Os profissionais que prestem serviços em território na-
da Ordem, dos deveres consignados na lei, no presente cional em regime de livre prestação são equiparados aos
Estatuto ou nos respetivos regulamentos. membros da Ordem para efeitos disciplinares, nos termos
2 — As infrações disciplinares previstas no presente do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, al-
Estatuto e nas demais disposições legais e regulamentares terada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014,
aplicáveis são puníveis a título de dolo ou de negligência. de 2 de maio, com as especificidades constantes do n.º 10
do artigo 80.º e do regulamento disciplinar.
Artigo 69.º
Jurisdição disciplinar Artigo 72.º
1 — Os membros da Ordem estão sujeitos ao poder Responsabilidade disciplinar das sociedades profissionais
disciplinar dos órgãos da Ordem, nos termos previstos no As pessoas coletivas membros da Ordem estão sujei-
presente Estatuto e no regulamento disciplinar. tas ao poder disciplinar dos seus órgãos, nos termos do
2 — A suspensão ou o cancelamento da inscrição não presente Estatuto e do diploma que estabelece o regime
faz cessar a responsabilidade disciplinar por infrações ante- jurídico da constituição e funcionamento das sociedades
riormente praticadas pelo membro da Ordem enquanto tal. de profissionais que estejam sujeitas a associações públicas
3 — Durante o tempo de suspensão da inscrição, o profissionais.
membro da Ordem continua sujeito ao poder disciplinar
da Ordem. Artigo 73.º
4 — A punição com a sanção de expulsão não faz cessar
Prescrição do procedimento disciplinar
a responsabilidade disciplinar do membro da Ordem rela-
tivamente às infrações por ele cometidas antes da decisão 1 — O procedimento disciplinar extingue-se, por efeito
definitiva que tenha aplicado aquela sanção. de prescrição, logo que sobre a prática da infração tiver
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6845

decorrido o prazo de cinco anos, salvo o disposto no nú- membros desta que possam consubstanciar factos susce-
mero seguinte. tíveis de constituir infração disciplinar.
2 — Se a infração disciplinar constituir simultaneamente
infração criminal para a qual a lei estabeleça prescrição Artigo 75.º
sujeita a prazo mais longo, o procedimento disciplinar
Desistência da participação
apenas prescreve após o decurso deste último prazo.
3 — O prazo de prescrição do procedimento disciplinar A desistência da participação disciplinar pelo partici-
corre desde o dia em que o facto se tiver consumado. pante extingue o processo disciplinar, salvo se a infração
4 — Para efeito do disposto no número anterior, o prazo imputada:
de prescrição só corre:
a) Afetar a dignidade do membro da Ordem visado e este
a) Nas infrações instantâneas, desde o momento da manifestar a intenção de que o processo prossiga; ou
sua prática; b) Afetar o prestígio da Ordem ou da profissão.
b) Nas infrações continuadas, desde o dia da prática
do último ato; Artigo 76.º
c) Nas infrações permanentes, desde o dia em que cessar
Competência disciplinar
a consumação.
1 — Salvo o disposto no número seguinte, compete ao
5 — O procedimento disciplinar também prescreve se, conselho profissional e deontológico o exercício do poder
desde o conhecimento ou da participação efetuada nos disciplinar.
termos do n.º 1 do artigo seguinte, não se iniciar o processo 2 — O exercício do poder disciplinar relativamente aos
disciplinar competente no prazo de um ano. membros do conselho profissional e deontológico compete
6 — O prazo de prescrição do procedimento disciplinar a este órgão reunido em conjunto com o conselho fiscal.
suspende-se durante o tempo em que:
a) O processo disciplinar estiver suspenso, a aguar- Artigo 77.º
dar despacho de acusação ou de pronúncia em processo Instauração do processo disciplinar
penal;
b) A decisão final do processo disciplinar não puder ser 1 — Qualquer órgão da Ordem, oficiosamente ou tendo
notificada ao arguido, por motivo que lhe seja imputável. por base queixa, denúncia ou participação apresentada por
pessoa devidamente identificada, contendo factos suscetí-
7 — A suspensão, quando resulte da situação prevista veis de integrarem infração disciplinar praticada por mem-
na alínea b) do número anterior, não pode exceder o prazo bro da Ordem, comunica, de imediato, os factos ao órgão
de dois anos. competente para a instauração de processo disciplinar.
8 — O prazo de prescrição volta a correr a partir do dia 2 — O processo disciplinar é instaurado mediante deci-
em que cessar a causa da suspensão. são do presidente do conselho profissional e deontológico
9 — O prazo de prescrição do procedimento disciplinar ou por deliberação deste conselho, por sua iniciativa ou
interrompe-se com a notificação ao arguido: com base em queixa, denúncia ou participação apresentada
nos termos do número anterior.
a) Da instauração do processo disciplinar; 3 — O processo disciplinar contra o bastonário ou con-
b) Da acusação. tra qualquer membro do conselho profissional e deonto-
lógico em efetividade de funções só pode ser instaurado
10 — Após cada período de interrupção começa a correr por deliberação da assembleia geral, aprovada por maioria
novo prazo de prescrição. absoluta.
4 — Quando se conclua que a participação é infundada,
SECÇÃO II dela se dá conhecimento ao membro da Ordem visado e
são emitidas as certidões que o mesmo entenda necessárias
Do exercício da ação disciplinar para a tutela dos seus direitos e interesses legítimos.
Artigo 74.º
Artigo 78.º
Exercício da ação disciplinar
Legitimidade processual
1 — Têm legitimidade para participar à Ordem factos
suscetíveis de constituir infração disciplinar: As pessoas com interesse direto, pessoal e legítimo rela-
tivamente aos factos participados podem solicitar à Ordem
a) Qualquer pessoa direta ou indiretamente afetada por a sua intervenção no processo, requerendo e alegando o
estes; que tiverem por conveniente.
b) Qualquer titular de órgão da Ordem;
c) O Ministério Público.
Artigo 79.º
2 — Os tribunais e quaisquer autoridades devem dar Direito subsidiário
conhecimento à Ordem da prática, por parte de membros
desta, de factos suscetíveis de constituir infração disciplinar. Sem prejuízo do disposto no presente Estatuto, o pro-
3 — Sem prejuízo do disposto na lei de processo penal cesso disciplinar rege-se por regulamento disciplinar, sendo
acerca do segredo de justiça, o Ministério Público e os subsidiariamente aplicáveis as normas procedimentais
órgãos de polícia criminal remetem à Ordem certidão das previstas na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas,
denúncias, participações ou queixas apresentadas contra aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho.
6846 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

SECÇÃO III Artigo 81.º


Das sanções disciplinares Aplicação das sanções disciplinares
1 — Na aplicação das sanções disciplinares, deve
Artigo 80.º atender-se aos antecedentes profissionais e discipli-
Sanções disciplinares nares do arguido, ao grau de culpa, à gravidade e às
consequências da infração, à situação económica do
1 — As sanções disciplinares são as seguintes:
arguido e a todas as demais circunstâncias atenuantes
a) Advertência; ou agravantes.
b) Repreensão registada; 2 — São circunstâncias atenuantes:
c) Multa, a graduar entre uma e 10 vezes o valor do
a) O exercício efetivo da atividade profissional por um
Indexante dos Apoios Sociais (IAS) ou, no caso de pessoas
período superior a cinco anos, seguidos ou interpolados,
coletivas ou equiparadas, a graduar entre 10 e 100 vezes
sem qualquer sanção disciplinar;
o valor do IAS;
b) A confissão da infração ou das infrações;
d) Suspensão do exercício profissional, a graduar entre
c) A colaboração do arguido para a descoberta da ver-
três meses e 10 anos;
dade;
e) Expulsão.
d) A reparação dos danos causados pela conduta lesiva.
2 — A sanção de advertência é aplicada a infrações
3 — São circunstâncias agravantes:
leves no exercício da profissão.
3 — A sanção de repreensão registada é aplicável a in- a) A premeditação na prática da infração e na preparação
frações leves no exercício da profissão, às quais, em razão da mesma;
da culpa do arguido, não caiba mera advertência. b) O conluio;
4 — A sanção de multa é aplicável a infrações graves. c) A reincidência, considerando-se como tal a prática de
5 — A sanção de suspensão apenas é aplicável quando, infração antes de decorrido o prazo de cinco anos após o dia
tendo em conta a natureza da profissão, a infração seja em que se tornar definitiva a condenação por cometimento
grave e tenha posto em causa a vida ou a integridade física de infração anterior;
das pessoas ou de animais, ou seja gravemente lesiva da d) A acumulação de infrações, sempre que duas ou
honra ou do património alheios ou de valores equivalentes. mais infrações sejam cometidas no mesmo momento
6 — A sanção de expulsão apenas é aplicável a infra- ou quando outra seja cometida antes de ter sido punida
ções muito graves que afetem de tal forma a dignidade e o a anterior;
prestígio profissionais, que inviabilizam definitivamente o e) O facto de a infração ou infrações serem cometidas
exercício da atividade profissional em causa, sem prejuízo durante o cumprimento de sanção disciplinar ou no decurso
do direito à reabilitação, nos termos do presente Estatuto. do período de suspensão de sanção disciplinar;
7 — As sanções de suspensão e de expulsão não po- f) A produção de prejuízo de valor considerável,
dem ter origem no incumprimento pelo membro do dever entendendo-se como tal o prejuízo que exceda o valor de
de pagar quotas ou de qualquer outro dever de natureza metade da alçada dos tribunais da relação.
pecuniária.
8 — Excetua-se do disposto no número anterior o in-
cumprimento pelo membro do dever de pagar quotas, que Artigo 82.º
pode dar lugar à aplicação de sanção de suspensão quando Aplicação de sanções acessórias
se apure que aquele incumprimento é culposo e se prolon-
1 — Cumulativamente com a aplicação das sanções
gue por um período superior a 12 meses.
disciplinares previstas no artigo 80.º, podem ser aplicadas
9 — Na situação prevista no número anterior, o pa-
as seguintes sanções acessórias:
gamento voluntário das quotas em dívida determina a
impossibilidade de aplicação de sanção de suspensão ou a) Frequência obrigatória de ações de formação suple-
a sua extinção, caso já tenha sido aplicada. mentares às ações de formação obrigatórias;
10 — No caso de profissionais em regime de livre b) Restituição de quantias, documentos ou objetos;
prestação de serviços em território nacional, as sanções c) Perda, total ou parcial, de honorários e do custeio
previstas nos n.os 5 e 6 assumem a forma de interdição tem- de despesas;
porária ou definitiva do exercício da atividade profissional d) Perda do produto do benefício obtido pelo arguido;
neste território, consoante os casos, aplicando-se, com as e) Inelegibilidade para órgãos da Ordem por um período
necessárias adaptações, o disposto no artigo 109.º máximo de 10 anos.
11 — A aplicação de sanção mais grave do que a de
repreensão registada a membro que exerça algum cargo 2 — As sanções acessórias podem ser cumuladas en-
nos órgãos da Ordem determina a imediata destituição tre si.
desse cargo, sem dependência de deliberação da assembleia 3 — Na aplicação das sanções acessórias deve atender-
geral neste sentido. -se aos critérios previstos no artigo anterior.
12 — O produto das multas aplicadas reverte a favor 4 — A aplicação das sanções acessórias previstas nas
da Ordem. alíneas c) e d) do n.º 1 determina a perda a favor da Ordem,
13 — Sempre que a infração resulte da violação por salvo quanto se trate de quantias, documentos ou objetos
omissão de um dever, o cumprimento das sanções aplica- pertencentes a terceiro, caso em que se lhes aplica o dis-
das não dispensa o arguido do cumprimento daquele, se posto no artigo 110.º do Código Penal, com as devidas
tal ainda for possível. adaptações.
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6847

Artigo 83.º 2 — Ao membro da Ordem que não pague a multa no


Unidade e acumulação de infrações
prazo referido no número anterior é suspensa a sua ins-
crição, mediante decisão do órgão disciplinarmente com-
Sem prejuízo do disposto quanto às sanções acessórias, petente, a qual lhe é comunicada.
não pode ser aplicada ao mesmo membro da Ordem mais 3 — A suspensão só pode ser levantada após o paga-
do que uma sanção disciplinar por cada facto punível. mento da importância em dívida.

Artigo 84.º Artigo 89.º


Suspensão das sanções Comunicação e publicidade
1 — Tendo em consideração o grau de culpa, o compor- 1 — A aplicação das sanções previstas nas alíneas b) a e)
tamento do arguido e as demais circunstâncias da prática do n.º 1 do artigo 80.º é comunicada pelo conselho diretivo:
da infração, as sanções disciplinares inferiores à expulsão
a) À sociedade de profissionais ou organização associa-
podem ser suspensas por um período compreendido entre
tiva por conta da qual o arguido prestava serviços à data
um e cinco anos.
dos factos e à data da condenação pela prática da infração
2 — Cessa a suspensão da sanção sempre que, relativa-
disciplinar; e
mente ao membro da Ordem punido, seja proferida decisão
b) À autoridade de outro Estado membro da União Eu-
final de condenação em novo processo disciplinar.
ropeia ou do Espaço Económico Europeu que seja compe-
tente para o controlo da atividade do arguido estabelecido
Artigo 85.º
nesse mesmo Estado membro.
Aplicação das sanções de suspensão e de expulsão
1 — A aplicação das sanções de suspensão do exercício 2 — Quando a sanção aplicada for de suspensão ou de
profissional por período superior a dois anos ou de expul- expulsão, é dada publicidade da mesma no sítio na Internet
são só pode ter lugar após audiência pública, nos termos da Ordem e em locais considerados idóneos para o cum-
previstos no regulamento disciplinar. primento das finalidades de prevenção geral.
2 — As sanções de suspensão por período superior a 3 — Se for decidida a suspensão preventiva ou for apli-
dois anos ou de expulsão só podem ser aplicadas por deli- cada sanção de suspensão ou de expulsão, o conselho
beração que reúna a maioria qualificada de dois terços dos diretivo deve inserir a correspondente anotação nas listas
permanentes de membros da Ordem divulgada por meios
membros do conselho profissional e deontológico.
informáticos.
4 — A publicidade das sanções disciplinares, da sus-
Artigo 86.º
pensão preventiva e das sanções acessórias é promovida
Execução das sanções pelo órgão disciplinarmente competente, sendo efetuada
1 — Compete ao conselho diretivo dar execução às de- a expensas do arguido.
cisões proferidas em sede de processo disciplinar, designa- 5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
damente praticando os atos necessários à efetiva suspensão Ordem restitui o montante pago pelo arguido para dar
ou ao cancelamento da inscrição dos membros a quem publicidade à sua suspensão preventiva sempre que este
sejam aplicadas as sanções de suspensão e de expulsão, não venha a ser condenado no âmbito do respetivo proce-
respetivamente. dimento disciplinar.
2 — A aplicação da sanção de suspensão ou de expulsão
implica a proibição temporária ou definitiva, respetiva- Artigo 90.º
mente, da prática de qualquer ato profissional e a entrega Prescrição das sanções disciplinares
da cédula profissional na sede da Ordem ou na delegação
1 — As sanções disciplinares prescrevem nos seguintes
regional em que o arguido tenha o seu domicílio profis-
prazos:
sional, nos casos aplicáveis.
a) De dois anos, as de advertência e de repreensão re-
Artigo 87.º gistada;
Início da produção de efeitos das sanções disciplinares
b) De quatro anos, a de multa;
c) De cinco anos, as de suspensão e de expulsão.
1 — As sanções disciplinares iniciam a produção dos
seus efeitos no dia seguinte àquele em que a decisão que 2 — O prazo de prescrição corre desde o dia seguinte
as tiver aplicado se torne definitiva. àquele em que a decisão que tiver aplicado a sanção dis-
2 — Se, na data em que a decisão se tornar definitiva, ciplinar se torne definitiva.
estiver suspensa a inscrição do arguido, o cumprimento da 3 — A prescrição da sanção disciplinar envolve a pres-
sanção disciplinar de suspensão tem início no dia seguinte crição da sanção acessória que não tiver sido executada,
ao do levantamento da suspensão. bem como dos efeitos da sanção que ainda se não tiverem
verificado.
Artigo 88.º
Prazo para o pagamento da multa
Artigo 91.º
Princípio do cadastro na Ordem
1 — As multas aplicadas nos termos da alínea c) do n.º 1
do artigo 80.º devem ser pagas no prazo de 30 dias, a contar 1 — O processo individual dos membros da Ordem
do início de produção de efeitos da sanção respetiva. inclui um cadastro, do qual constam as sanções discipli-
6848 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

nares referidas nas alíneas b) a e) do n.º 1 do artigo 80.º e 7 — No caso previsto no número anterior, são aplicáveis
as sanções acessórias que lhes tenham sido aplicadas. ao arguido as seguintes medidas:
2 — O cadastro é gerido pelo conselho diretivo, com
base nos elementos comunicados pelos órgãos disciplinares a) Pagamento, no prazo de 10 dias úteis, de uma quantia
da Ordem. entre uma e cinco vezes o valor do IAS ou, no caso de
3 — A condenação de um membro da Ordem em pro- pessoas coletivas ou equiparadas, entre cinco e 50 vezes
cesso penal é comunicada à Ordem para efeito de averba- o valor do IAS;
mento ao respetivo cadastro. b) Execução de um plano de reestruturação da sua ati-
4 — As sanções referidas nas alíneas b) e c) do n.º 1 do vidade, nos termos e no prazo que forem definidos;
artigo 80.º são eliminadas do cadastro após o decurso do c) Frequência de ações de formação suplementares às
prazo de cinco anos, a contar do seu cumprimento. ações de formação obrigatórias, nos termos e no prazo que
forem definidos.
SECÇÃO IV
8 — O incumprimento das medidas determinadas, a
Do processo que se refere o número anterior, implica a continuação do
processo disciplinar suspenso provisoriamente nos termos
SUBSECÇÃO I dos n.os 6 e 7.
Disposições gerais 9 — Se o arguido cumprir as medidas determinadas,
o processo é arquivado e são-lhe devolvidas as quantias
Artigo 92.º referidas na alínea a) do n.º 7.
Obrigatoriedade Artigo 94.º
A aplicação de uma sanção disciplinar é sempre pre- Processo disciplinar
cedida do apuramento dos factos e da responsabilidade
disciplinar em processo próprio, nos termos previstos no 1 — O processo disciplinar é regulado pelo presente
presente Estatuto e no regulamento disciplinar. Estatuto e pelo regulamento disciplinar.
2 — O processo disciplinar é composto pelas seguintes
Artigo 93.º fases:
Formas do processo a) Instrução;
1 — A ação disciplinar pode comportar as seguintes b) Acusação e defesa do arguido;
formas: c) Decisão;
d) Execução.
a) Processo de inquérito;
b) Processo disciplinar. 3 — Independentemente da fase do processo disciplinar,
são asseguradas ao arguido todas as garantias de defesa,
2 — O processo de inquérito é aplicável quando não nos termos gerais de direito.
seja possível identificar claramente a existência de uma
infração disciplinar ou o respetivo infrator, impondo-se a Artigo 95.º
realização de diligências sumárias para o esclarecimento
ou a concretização dos factos em causa. Suspensão preventiva
3 — Aplica-se o processo disciplinar sempre que exis- 1 — Após a audição do arguido ou se este, tendo sido
tam indícios de que determinado membro da Ordem pra- notificado, não comparecer para ser ouvido, pode ser or-
ticou factos devidamente concretizados, suscetíveis de denada a sua suspensão preventiva, mediante deliberação
constituir infração disciplinar. tomada por maioria qualificada de dois terços dos mem-
4 — Depois de averiguada a identidade do infrator, bros em efetividade de funções do conselho profissional
ou, logo que se mostrem minimamente concretizados ou e deontológico.
esclarecidos os factos participados, sendo eles suscetíveis 2 — A suspensão a que se refere o número anterior
de constituir infração disciplinar, é proposta a imediata con- só pode ser decretada nos casos em que haja indícios da
versão do processo de inquérito em processo disciplinar, prática de infração disciplinar à qual corresponda uma das
mediante parecer sucintamente fundamentado. sanções previstas nas alíneas d) e e) do n.º 1 do artigo 80.º
5 — Quando a participação seja manifestamente inviável 3 — A suspensão preventiva não pode exceder três me-
ou infundada, deve a mesma ser liminarmente arquivada, ses, salvo no caso previsto no n.º 2 do artigo 30.º
dando-se cumprimento ao disposto no n.º 4 do artigo 77.º 4 — A suspensão preventiva é sempre descontada por
6 — Se da análise da conduta de um membro da Or- inteiro no cumprimento da sanção de suspensão.
dem realizada no âmbito do processo de inquérito resultar
prova bastante da prática de infração disciplinar punível Artigo 96.º
com sanção de advertência ou de repreensão registada, o
órgão disciplinar competente pode determinar a suspensão Natureza secreta do processo
provisória do processo mediante a imposição ao arguido de 1 — O processo é de natureza secreta até ao despacho
regras de conduta ou do pagamento de uma determinada de acusação ou de arquivamento.
quantia, a título de caução, sempre que se verifiquem os 2 — O relator pode, todavia, autorizar a consulta do
seguintes pressupostos cumulativos:
processo pelo arguido, pelo participante, pelo Ministério
a) Ausência de aplicação anterior de suspensão provi- Público, pelos órgãos de polícia criminal ou pelos interes-
sória do processo pelo mesmo tipo de infração; e sados, quando daí não resulte inconveniente para a instru-
b) Ausência de um grau de culpa elevado. ção e sob condição de não ser divulgado o que dele conste.
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6849

3 — O arguido ou o interessado, quando for membro Artigo 101.º


da Ordem, que não respeite a natureza secreta do processo Alegações
incorre em responsabilidade disciplinar.
Realizadas as diligências a que se refere o artigo anterior
SUBSECÇÃO II e outras que sejam determinadas pelo relator, o interessado
e o arguido são notificados para alegarem por escrito no
Da instrução prazo de 20 dias.
Artigo 97.º SUBSECÇÃO IV
Instrução Da decisão
1 — Na instrução do processo disciplinar, deve o relator
fazer prevalecer a verdade material, remover os obstáculos Artigo 102.º
ao seu regular e rápido andamento e recusar o que for inútil Decisão
ou dilatório, sempre sem prejuízo do direito de defesa.
2 — O relator pode requisitar a realização de diligências 1 — Finda a instrução, o processo é presente ao conse-
ao presidente do conselho regional em cuja área foram lho profissional e deontológico para decisão, sendo lavrado
praticados os factos em causa. e assinado o respetivo acórdão.
3 — Na instrução do processo são admissíveis todos os 2 — As sanções previstas nas alíneas d) e e) do n.º 1 do
meios de prova permitidos em direito. artigo 80.º só podem ser aplicadas mediante deliberação
que obtenha dois terços dos votos dos membros em efeti-
vidade de funções do conselho profissional e deontológico.
Artigo 98.º
Termo da instrução Artigo 103.º
1 — Finda a instrução, o relator profere despacho de Notificação do acórdão
acusação ou emite parecer fundamentado que conclua pelo Sem prejuízo do disposto no artigo 89.º, os acórdãos
arquivamento do processo ou porque este fique a aguardar finais são notificados ao arguido e aos interessados.
a produção de melhor prova.
2 — Não sendo proferido despacho de acusação, o SUBSECÇÃO V
relator apresenta o parecer na primeira reunião do con-
selho profissional e deontológico, a fim de ser deliberado Dos recursos
o arquivamento do processo e a produção de melhor
prova, ou determinado que este prossiga com a realiza- Artigo 104.º
ção de diligências complementares ou com o despacho Decisões recorríveis
de acusação.
1 — Das decisões tomadas em matéria disciplinar cabe
SUBSECÇÃO III
recurso para o plenário do conselho profissional e de-
ontológico, quando seja este o órgão disciplinarmente
Da acusação e da defesa competente.
2 — Das demais decisões tomadas em matéria discipli-
Artigo 99.º nar de que não caiba recurso nos termos do número anterior
Despacho de acusação e sua notificação
cabe recurso administrativo, nos termos gerais de direito.
3 — As decisões de mero expediente ou referentes à
1 — O despacho de acusação deve especificar a identi- disciplina dos trabalhos não são passíveis de recurso nos
dade do arguido, os factos imputados e as circunstâncias termos dos números anteriores.
em que os mesmos foram praticados, as normas legais e
regulamentares infringidas e o prazo para a apresentação SECÇÃO V
da defesa.
2 — O arguido é notificado da acusação, pessoalmente Da revisão
ou por carta registada com aviso de receção, com a entrega
da respetiva cópia. Artigo 105.º
Fundamentos e admissibilidade da revisão
Artigo 100.º
1 — É admissível a revisão de decisão definitiva profe-
Defesa rida pelos órgãos da Ordem com competência disciplinar
1 — O prazo para a apresentação da defesa é de 20 dias. sempre que:
2 — O arguido pode nomear para a sua defesa um re- a) Uma decisão judicial transitada em julgado considerar
presentante especialmente mandatado para esse efeito. falsos quaisquer elementos ou meios de prova que tenham
3 — A defesa deve expor clara e concisamente os factos sido determinantes para a decisão revidenda;
e as razões que a fundamentam. b) Uma decisão judicial transitada em julgado tiver dado
4 — Com a defesa, deve o arguido apresentar o rol de como provado crime cometido por membro ou membros
testemunhas, juntar documentos e requerer as diligências do órgão que proferiu a decisão revidenda e relacionado
necessárias para o apuramento dos factos especificados. com o exercício das suas funções no processo;
5 — Não podem ser indicadas mais de cinco testemu- c) Os factos que serviram de fundamento à decisão
nhas por cada facto e o seu total não pode exceder 20. condenatória forem inconciliáveis com os que forem dados
6850 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

como provados noutra decisão definitiva e da oposição profissional e deontológico e desde que se verifiquem
resultarem graves dúvidas sobre a justiça da condenação; cumulativamente os seguintes requisitos:
d) Se descobrirem novos factos ou meios de prova que,
a) Tenham decorrido mais de cinco anos sobre o
por si ou combinados com os que foram apreciados no pro-
trânsito em julgado da decisão que aplicou a sanção
cesso, suscitem graves dúvidas sobre a justiça da decisão
de expulsão;
condenatória proferida;
e) Se descobrir que serviram de fundamento à conde- b) O reabilitando tenha revelado boa conduta, podendo,
nação provas proibidas nos termos da lei; para o demonstrar, utilizar quaisquer meios de prova le-
f) For declarada, pelo Tribunal Constitucional, a incons- galmente admissíveis.
titucionalidade com força obrigatória geral de norma de
conteúdo menos favorável ao arguido que tenha servido 2 — É aplicável ao pedido de reabilitação, com as ne-
de fundamento à condenação; cessárias adaptações, o regime do processo de revisão
g) Uma sentença vinculativa do Estado Português, profe- das decisões.
rida por uma instância internacional, for inconciliável com 3 — Caso seja deferida a reabilitação, o membro da
a condenação ou suscitar graves dúvidas sobre a sua justiça. Ordem reabilitado recupera plenamente os seus direitos,
sendo dada publicidade à decisão de reabilitação, nos
2 — A simples alegação de ilegalidade, formal ou subs- termos dos n.os 2 a 4 do artigo 89.º, com as necessárias
tancial, do processo e da decisão disciplinares não constitui adaptações.
fundamento para a revisão.
3 — A revisão é admissível ainda que o procedimento
se encontre extinto ou a sanção prescrita ou cumprida. CAPÍTULO VII
Receitas e despesas da Ordem
Artigo 106.º
Legitimidade Artigo 110.º
O pedido de revisão da decisão deve ser formulado, Orçamento, gestão financeira e contratos públicos
em requerimento, pelo interessado ou pelo condenado ou,
1 — A Ordem tem orçamento próprio, proposto pelo
tendo estes falecido, pelos seus cônjuges, descendentes,
conselho diretivo e aprovado pela assembleia geral.
adotados, ascendentes, adotantes, parentes ou afins até ao
2 — A Ordem está sujeita:
4.º grau da linha colateral, ou herdeiros que mostrem um
interesse legítimo ou ainda por quem do condenado tiver a) Às regras de equilíbrio orçamental e de limitação do
recebido incumbência expressa. endividamento estabelecidas em diploma próprio;
b) Ao regime do Código dos Contratos Públicos;
Artigo 107.º c) Ao regime da normalização contabilística para as
Instrução
entidades do sector não lucrativo, que integra o Sistema
de Normalização Contabilística.
1 — Apresentado o pedido, é efetuada a distribuição,
sendo posteriormente o condenado ou o interessado no- 3 — O Estado não garante as responsabilidades fi-
tificado para responder ao pedido de revisão no prazo de nanceiras da Ordem, nem é responsável pelas suas dí-
um mês. vidas.
2 — Com o pedido e a resposta é oferecida toda a prova.
Artigo 111.º
Artigo 108.º
Receitas da Ordem
Julgamento
1 — Constituem receitas da Ordem, a nível nacional:
1 — Realizadas as diligências requeridas e as que tive-
rem sido consideradas necessárias, o relator elabora o seu a) O produto das quotas dos seus membros;
parecer, seguindo o processo para cada um dos membros do b) O produto de taxas, preços e quaisquer outros mon-
conselho profissional e deontológico, pelo prazo de 25 dias. tantes cobrados por remoção de obstáculos, serviços pres-
2 — Findo o prazo de visto, o processo é submetido à tados ou atividades desenvolvidas;
deliberação do conselho profissional e deontológico. c) As liberalidades, as dotações e os subsídios que lhe
3 — A concessão de revisão tem de ser votada pela sejam feitos ou concedidos por quaisquer pessoas singu-
maioria absoluta dos membros do conselho profissional lares ou coletivas;
e deontológico. d) Os juros dos depósitos bancários e das aplicações
financeiras;
e) O rendimento dos bens móveis e imóveis da Ordem
SECÇÃO VI
e o produto da sua alienação;
Da reabilitação f) O produto das multas aplicadas por infrações disci-
plinares;
Artigo 109.º g) Quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas
por força da lei.
Reabilitação
1 — No caso de aplicação de sanção de expulsão, o 2 — A cobrança dos créditos resultantes das receitas
anterior membro da Ordem pode ser reabilitado, mediante referidas nas alíneas a) e b) do número anterior segue o
requerimento devidamente fundamentado ao conselho processo de execução tributária.
Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015 6851

Artigo 112.º documentos originais, autênticos, autenticados ou certifi-


Receitas das delegações regionais
cados, sem prejuízo do disposto nas alíneas a) e c) do n.º 3
e nos n.os 4 e 5 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010,
Constituem receitas das delegações regionais: de 26 de julho.
a) A percentagem do montante das quotas dos mem- 3 — Quando não for possível o cumprimento do dis-
bros inscritos na delegação regional fixada pelo conselho posto no n.º 1, por motivos de indisponibilidade das pla-
diretivo; taformas eletrónicas, bem como nos casos em que o inte-
b) O produto das atividades de âmbito regional desen- ressado não disponha de meios que lhe permitam aceder às
volvidas pelos respetivos serviços; mesmas, a transmissão da informação a que se refere este
c) O rendimento dos bens móveis e imóveis da Ordem artigo pode ser feita por entrega nos serviços da Ordem,
que lhes sejam afetos; por remessa por correio sob registo, por telecópia ou por
d) Os juros dos seus depósitos bancários; correio eletrónico.
e) Quaisquer outras receitas que lhes sejam atribuídas 4 — São ainda aplicáveis aos procedimentos que de-
por força da lei. corram entre a Ordem e os seus membros ou sociedade de
médicos veterinários o disposto nas alíneas d) e e) do ar-
Artigo 113.º tigo 5.º e no n.º 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010,
de 26 de julho.
Quotas
1 — Todos os membros da Ordem têm o dever de pagar Artigo 117.º
uma quota anual. Transparência
2 — O montante da quota anual é fixado pela assem-
bleia geral, por maioria absoluta, sob proposta do conselho Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 6.º do
diretivo, tendo por base um estudo que fundamente ade- Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e do n.º 4 do ar-
quadamente os montantes propostos. tigo 19.º da Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento Euro-
3 — Os membros da Ordem são notificados para efe- peu e do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a certos
tuarem o pagamento da quota anual no prazo de 30 dias. aspetos legais dos serviços da sociedade de informação,
em especial do comércio eletrónico, no mercado interno, a
Artigo 114.º Ordem deve disponibilizar ao público em geral, através do
Despesas da Ordem
seu sítio eletrónico, pelo menos, as seguintes informações:

Constituem despesas da Ordem os gastos com insta- a) Regime de acesso e exercício da profissão;
lações e pessoal, manutenção, funcionamento e todas as b) Princípios e regras deontológicos e normas técnicas
demais necessárias à prossecução das suas atribuições. aplicáveis aos seus associados;
c) Registo atualizado dos respetivos profissionais ins-
Artigo 115.º critos que contemple, pelo menos:
Pessoal i) O nome, o domicílio profissional e o número de car-
teira ou cédula profissionais;
1 — Aos trabalhadores da Ordem é aplicável o regime ii) A designação do título profissional;
previsto no Código do Trabalho e na respetiva legislação iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
complementar. do exercício da atividade, se for caso disso;
2 — A celebração de contrato de trabalho é precedida
de um processo de seleção que obedece aos princípios da d) Registo atualizado dos profissionais em livre presta-
igualdade, da transparência, da publicidade e da funda- ção de serviços no território nacional, que se consideram
mentação em critérios objetivos de seleção, nos termos de inscritos na Ordem nos termos do n.º 2 do artigo 4.º da Lei
regulamento a aprovar pela assembleia geral sob proposta n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012,
do conselho diretivo. de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, que contemple,
pelo menos:
CAPÍTULO VIII i) O nome e o domicílio profissionais e, caso exista, a
Disposições complementares designação do título profissional de origem;
ii) A identificação da associação pública profissional
Artigo 116.º no Estado membro de origem, na qual o profissional se
encontre inscrito;
Balcão único iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações do exercício da atividade, se for caso disso;
ou declarações relacionados com a medicina veterinária iv) A informação relativa às sociedades de profissionais
entre a Ordem e os seus membros, sociedades de médicos ou outras formas de organização associativa de profis-
veterinários, outras organizações associativas profissionais, sionais para que prestem serviços no Estado membro de
ou prestadores de serviços referidos no artigo 62.º, com origem, caso aqui prestem serviços nessa qualidade;
exceção dos relativos a procedimentos disciplinares, são
efetuados por transmissão eletrónica de dados, através do e) Registo atualizado de sociedades de médicos ve-
balcão único eletrónico dos serviços, acessível através do terinários e de outras formas de organização associativa
sítio na Internet da Ordem. inscritas que contemple, nomeadamente, a designação, a
2 — A apresentação de documentos em forma simples sede, o número de inscrição e o número de identificação
nos termos do número anterior dispensa a remessa dos fiscal ou equivalente;
6852 Diário da República, 1.ª série — N.º 172 — 3 de setembro de 2015

f) Registo atualizado dos demais prestadores de serviços e em dietética e nutrição que, em conformidade com o
profissionais referidos na parte final do n.º 2 do artigo 24.º respetivo Estatuto e as disposições legais aplicáveis,
da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, caso exista a obrigação exercem a profissão de nutricionista.
de registo, que contemple o respetivo nome ou designação 2 — A Ordem dos Nutricionistas abrange ainda os
e o seu domicílio, sede ou estabelecimento principal; profissionais que, estando inscritos como dietistas à
g) Procedimento de apresentação de queixa ou reclama- data da entrada em vigor da presente lei, mantenham a
ções pelos destinatários relativamente aos serviços presta- profissão de dietista.
dos pelo profissional no âmbito da sua atividade;
h) Ofertas de emprego na Ordem. Artigo 3.º
Artigo 118.º Modalidades de exercício da profissão

Fiscalização pelo Tribunal de Contas 1 — A profissão de nutricionista pode ser exercida


por conta própria, quer em nome individual quer em
A Ordem está sujeita à jurisdição do Tribunal de Contas, sociedade, ou por conta de outrem, tanto no setor pú-
nos termos estabelecidos na Lei de Organização e Processo blico, privado ou cooperativo e social.
e no Regulamento Geral do Tribunal de Contas. 2 — O exercício da atividade profissional por conta
de outrem não afeta a autonomia técnica, nem dispensa
Artigo 119.º o cumprimento dos deveres deontológicos.
Relatório anual e deveres de informação
1 — A Ordem elabora anualmente um relatório sobre Artigo 5.º
o desempenho das suas atribuições, o qual deve ser apre- Tutela administrativa
sentado à Assembleia da República e ao Governo, até 31
de março de cada ano. Os poderes de tutela administrativa sobre a Ordem
2 — A Ordem presta à Assembleia da República e ao dos Nutricionistas, em conformidade com o disposto no
Governo toda a informação que lhe seja solicitada relati- artigo 45.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, e com
vamente ao exercício das suas atribuições. o respetivo Estatuto, são exercidos pelo membro do
3 — O bastonário da Ordem deve corresponder ao Governo responsável pela área da saúde.»
pedido das comissões parlamentares competentes para
prestar as informações e os esclarecimentos de que estas Artigo 3.º
necessitem.
Alteração ao Estatuto da Ordem dos Nutricionistas
Lei n.º 126/2015 O Estatuto da Ordem dos Nutricionistas, aprovado em
de 3 de setembro
anexo à Lei n.º 51/2010, de 14 de dezembro, passa a ter a
redação constante do anexo I à presente lei e da qual faz
parte integrante.
Primeira alteração ao Estatuto da Ordem dos Nutricionistas,
conformando-o com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que
estabelece o regime jurídico de criação, organização e funcio- Artigo 4.º
namento das associações públicas profissionais. Disposição transitória
A Assembleia da República decreta, nos termos da 1 — O disposto na presente lei não afeta a atual com-
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: posição dos órgãos da Ordem dos Nutricionistas e os man-
datos em curso na data da sua entrada em vigor com a
Artigo 1.º duração inicialmente definida.
Objeto 2 — Até à aprovação dos regulamentos referidos no
número seguinte mantêm-se em vigor os regulamentos
A presente lei procede à primeira alteração ao Esta- emitidos pela Ordem dos Nutricionistas que não con-
tuto da Ordem dos Nutricionistas, aprovado pela Lei trariem o disposto no Estatuto aprovado em anexo à
n.º 51/2010, de 14 de dezembro, no sentido de o adequar presente lei.
à Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que estabelece o regime 3 — A Ordem dos Nutricionistas aprova, no prazo de
jurídico de criação, organização e funcionamento das as- 180 dias, a contar da data da entrada em vigor da presente
sociações públicas profissionais. lei, os regulamentos previstos no Estatuto aprovado em
anexo à presente lei.
Artigo 2.º 4 — Sem prejuízo do disposto nas alínea a) e b) do
n.º 1 do artigo 62.º do Estatuto aprovado em anexo à
Alteração à Lei n.º 51/2010, de 14 de dezembro
presente lei, podem inscrever-se na Ordem dos Nu-
Os artigos 2.º, 3.º e 5.º da Lei n.º 51/2010, de 14 de tricionistas, no prazo de 120 dias, a contar da entrada
dezembro, passam a ter a seguinte redação: em vigor da presente lei, os profissionais que, em data
anterior a 1 de janeiro de 2011, estavam legalmente
«Artigo 2.º habilitados a exercer, consoante o caso, a profissão de
nutricionista ou de dietista.
Profissionais abrangidos
5 — A limitação de mandatos dos órgãos consagrada
1 — A Ordem dos Nutricionistas abrange os profis- no presente Estatuto apenas produz efeitos para os órgãos
sionais licenciados em ciências da nutrição, em dietética eleitos após a entrada em vigor da presente lei.

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